Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Conteudista: Prof.ª M.ª Fabiana Taveira de Melo Revisão Textual: Dr. Fábio Ronaldo da Silva Material Teórico Material Complementar Referências Controle da Poluição: Instrumentos Administrativos Conceitos sobre Instrumentos Administrativos para o Controle da Poluição (tipos) Para abordarmos a questão do Controle da Poluição, além dos instrumentos de Engenharia estudados nas Unidades anteriores, não podemos deixar de lado os instrumentos ou procedimentos administrativos. Mas, o que seriam esses instrumentos administrativos ou procedimento de “comando e controle”? 1 / 3 Material Teórico Objetivos da Unidade: Apresentar conceitos sobre os tipos de instrumentos administrativos usados para o controle e monitoramento da poluição; Abordar, de forma conceitual e prática, os instrumentos de licenciamento ambiental, autorizações emitidas por órgãos ambientais competentes, bem como, requisitos legais e �scalizações para controle da poluição. Para qualquer atividade econômica, o poder público* (federal, estadual e municipal) determina regras e condutas, muitas vezes impostas pela sociedade por terem, na maioria das vezes, in�uência nas questões de saúde e no meio ambiente. Portanto, eventualmente, estas atividades são submetidas à �scalização para assegurar o cumprimento das tais regras que são apresentadas em formas de regulamentos (leis) e normas. Assim, essas “regras” são descritas em formato de procedimentos, “instrumentos administrativos” ou “Instrumentos de comando e controle” que, regulam, a partir de normas, leis, decretos e regulações, o controle e �scalização dos agentes poluidores. Seria, portanto, a gestão do poder público para administrar o controle da poluição ambiental. A Constituição Brasileira, por exemplo, já dá diretrizes para que os órgãos ambientais e a sociedade estabeleçam e implementem uma gestão de controle da poluição a partir de instrumentos administrativos, que são apresentados em algumas regulamentações. Veja o que diz o artigo 225 da Constituição Brasileira: *Poder público: conjunto dos órgãos com autoridade para realizar os trabalhos do Estado, constituído de Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. A expressão é utilizada também no plural, também chamados de poderes políticos. Wikipédia Ainda nesse mesmo artigo da Constituição, há dois incisos que estão diretamente ligados à obrigação do agente poluidor, seja pessoa física ou jurídica, na prevenção da poluição. Veja o que diz os parágrafos 2º e 3º do artigo nº 255 da Constituição: “§ 2º Aquele que explorar recursos minerais �ca obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.” Figura 1 – Artigo nº 225 da Constituição Federal Torna-se então, uma obrigação cuidar do meio ambiente para que todos tenham direito a um ambiente equilibrado. Mas, como assegurar esse direito? As convenções de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, em 1972, e a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992 (conhecida como Rio 92), forçaram os representantes de alguns países a estabelecerem alguns princípios ambientais para resguardar o equilíbrio ecológico e, indiretamente, a qualidade de vida e dignidade da pessoa humana, por decorrência das consequências dos impactos ambientais provocados pelas atividades econômicas. Um dos resultados destas convenções internacionais concluiu que é necessária a implementação de ações administrativas por parte do poluidor, seja ele uma pessoa jurídica ou física. É a partir deste contexto que surge o princípio do “Poluidor-Pagador”. Como dito, existem outros princípios relacionados à responsabilidade com o meio ambiente. Entretanto, um dos pilares dentro do moderno direito ambiental, ainda é o princípio do “Poluidor-Pagador”. Em particular, este princípio carrega a concepção de quem polui ou poluiu é responsável pela poluição do meio ambiente e, portanto, deve “pagar” pelo dano. Esta responsabilização pode se dar em forma de uma prestação em dinheiro ou em atos determinados pelos órgãos ambientais representativos do governo. - Erika BECHARA. Direitos difusos e coletivos, Edição 1 – Julho 2021 “Em outras palavras: para compatibilizar os empreendimentos potencialmente degradadores, com o direito de todos ao meio ambiente sadio (como dito na Constituição Federal), impõe-se, em primeiro lugar, a adoção de medidas e procedimentos técnicos (incluindo as normas, leis e documentos e atividades sujeitas a �scalização) e tecnológicos (de Engenharia) destinados a impedir ou minimizar os impactos negativos próprios da atividade (princípio da prevenção), e, sucessivamente, diante de eventual insucesso da prevenção, impõe-se a adoção de um e�caz instrumento de responsabilização civil e reparação de danos, que restitua a qualidade ambiental anterior, ou, na impossibilidade, compense o prejuízo (princípio da reparação ou da responsabilidade).” Outro princípio do Direito Ambiental é o do “Usuário-Pagador”, que estabelece que quem utiliza o recurso ambiental deve “arcar” ou se responsabilizar pelos seus custos, sem que essa cobrança resulte na imposição de taxas abusivas. Então, aqueles que se bene�ciam dos recursos ambientais devem pagar para as autoridades ambientais. Entenda sobre os principais princípios do direito ambiental no vídeo institucional da AGU: Você sabe o que é o Princípio do “poluidor-pagador”? AGU Explica - Princípio do Poluidor Pagador https://www.youtube.com/watch?v=sVLexFV3NE0 Atento ao princípio do Poluidor-Pagador, o Ministério do Meio Ambiente referendou, em 1981, a Política Nacional de Meio Ambiente, por meio da LEI Nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. No artigo 9º desta lei, podemos identi�car instrumentos ou procedimentos administrativos, de gestão, adotados pelas autoridades, para controlar e �scalizar atividades que podem causar poluição ao meio ambiente. Vejam quais são, a partir do trecho da lei: “Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: I - O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; II - O zoneamento ambiental (Regulamento); III - A avaliação de impactos ambientais; IV - O licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; V - Os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental; VI - A criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de relevante interesse ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal; VI - A criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989); VII - O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente; VIII - O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; IX - As penalidades disciplinares ou compensatórias ao não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental; X - A instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989); XI - A garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989); XII - O Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989); XIII - Instrumentos econômicos, como concessão �orestal, servidão ambiental,seguro ambiental e outros.” De forma objetiva, os instrumentos ou procedimentos administrativos nada mais são do que ferramentas de gestão, criadas a partir de políticas públicas, publicadas em formatos de atos normativos ou de regulamentações, com o objetivo de atender aos interesses comuns da sociedade e do meio ambiente. A imagem a seguir, representa esta a�rmação: Figura 2 - Gestão = conjunto de instrumentos administrativos, criados a partir de Políticas provenientes de regulamentações publicadas Principais Legislações Ambientais para Controle da Poluição do Meio Ambiente Considerando o objetivo da nossa Unidade, o propósito aqui não é apresentar uma hierarquia, de�nições, regras e procedimentos sobre legislações e normas regulamentadoras e suas publicações. Também não é apresentar conceitos e procedimentos sobre o Direito Ambiental. Portanto, vamos apenas citar e destacar alguns requisitos legais e normativos nas esferas da Federação (Federais) que são, na maioria dos casos, usados como instrumentos administrativos de �scalização pelos órgãos ambientais competentes. Lembrando que há outros instrumentos publicado pelos Estados e Municípios, pois, cada um realiza a �scalização considerando as características sazonais, regionais e de zoneamento. Ar (emissões atmosféricas) Entre os instrumentos administrativos para a prevenção da poluição atmosférica, podemos citar: Os padrões de qualidade do ar; As normas de emissão; O monitoramento da qualidade do ar; O Licenciamento ambiental emitido pelo órgão ambiental competente (exemplo: a CETESB no estado de São Paulo); A revisão do licenciamento; A informação periódica da fonte emissora; A �scalização pela autoridade pública, pelos próprios empregados da fonte poluidora e pelas associações ambientais. A primeira legislação efetiva sobre o controle da poluição atmosférica foi a Portaria do Ministério do Interior nº 231, de 27 de abril de 1976 que, visava estabelecer padrões nacionais de qualidade do ar para emissões de material particulados, monóxido de carbono, oxidantes fotoquímicos e dióxido de enxofre. Com o aumento da frota automobilística no Brasil, o Governo Federal publicou, por meio da Resolução CONAMA nº 18 de 06 de maio de 1986, um programa de controle da poluição veicular. Entretanto, percebeu-se igual importância a criação de um programa nacional que contemplasse as fontes �xas de poluição atmosférica, mesmo porque, percebeu-se que os estados não dispunham de padrões locais de emissões de fontes e, portanto, �cou estabelecido, por meio da Resolução Conama nº 05 de 15 de junho de 1989, o Programa Nacionais de Controle da Qualidade do Ar (PRONAR), com o propósito de promover a orientação e controle da poluição atmosférica no país como um todo, forçando as fontes poluidoras a estabelecerem ações de monitoramento, já que o programa apresenta padrões de emissões. Portanto, a estratégia básica do PRONAR é limitar, a nível nacional, as emissões por tipologia de fontes e poluentes prioritários, reservando o uso dos padrões de qualidade do ar, como ação complementar de controle. Faça a leitura e estudo das estratégias e instrumentos do PRONAR, através da Resolução Conama nº 05 de 15 de junho de 1989: Como forma de estabelecer e �xar padrões de emissão atmosférica das fontes poluidoras, foi publicada em 1990, a Resolução do Conama de nº 03, de 28 de junho de 1990 que, de forma complementar ao PRONAR, estendeu o número de parâmetros de quatro para sete (partículas totais, inaláveis, fumaça, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e ozônio troposférico), bem como de�nições sobre padrões primários e secundários da qualidade do ar e meta de logo prazo para atendimento. CONAMA O Conselho Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei Federal nº 6.938/81, é o órgão colegiado brasileiro responsável pelas adoção de medidas de natureza consultiva e deliberativa acerca do Sistema Nacional do Meio Ambiente. LEIA MAIS MMA http://conama.mma.gov.br/ http://conama.mma.gov.br/ http://conama.mma.gov.br/ Tabela 1 - Padrões Nacionais de Qualidade do Ar – Resolução CONAMA nº 3, de 28/06/90 Poluente Tempo de Amostragem Padrão Primário µg/m3 Padrão Secundário µg/m3 Método de Medição Faça a leitura e estudo das estratégias e instrumentos do PRONAR, através da Resolução do Conama de nº 03, de 28 de junho de 1990: IBRAM VEJA EM IBRAM Page 1 of 5 RESOLUÇÃO CONAMA no 3, de 28 de junho de 1990Publicada no DOU, de 22 de agosto de 1990, Seção 1, páginas 15937-15939 Correlações: · Complementa a Resolução no 5/89 Dispõe sobre padrões de qualidade do ar, previstos noPRONAR. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuiçõesque lhe confere o inciso II, do Art. 6o, da Lei no 7.804, de 18 de julho de 1989, e tendoem vista o disposto na Lei no 8.028, de 12 de abril de 1990, Decreto no 99.274, de 6 dejunho de 1990 e,Considerando a necessidade de ampliar o número de poluentes atmosféricos passíveisde monitoramento e controle no País;Considerando que a Portaria GM 0231, de 27 de abril de 1976, previa o estabeleci- mento de novos padrões de qualidade do ar quando houvesse informação científi ca arespeito; Considerando o previsto na Resolução CONAMA no 5, de 15 de junho de 1989, queinstituiu o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar “PRONAR” resolve: CONTROLE DA POLUIÇÃO DO AR - PRONAR RESOLUÇÃO CONAMA no 3 de 1990 Page 1 / 5 https://www.ibram.df.gov.br/ https://drive.google.com/viewerng/viewer?url=https%3A//www.ibram.df.gov.br/images/resol_03.pdf&embedded=true Poluente Tempo de Amostragem Padrão Primário µg/m3 Padrão Secundário µg/m3 Método de Medição Partículas totais em suspensão (PTS) 24 horas* MGA** 240 80 150 60 Amostrador de grandes volumes Fumaça 24 horas* MMA*** 150 60 100 40 Re�etância Partículas Inaláveis 24 horas* MMA 365 80 100 40 Pararosalínica Monóxido de carbono 1 hora* 8 horas* 40.000 (35 ppm) 10.000 (9 ppm) 40.000 (35 ppm) 10.000 (9 ppm) Infravermelho não-dispersivo Ozônio 1 hora* 160 160 Quimiluminscência Dióxido de nitrogênio 1 hora MMA 320 100 190 100 Quimiluminscência * Não deve ser excedido mais de uma vez ao ano ** Média Geométrica Anual *** Média Aritmética Anual Fonte: Resolução CONAMA nº 3, de 28/06/90 Tabela 2 – Critérios para episódios agudos de poluição do ar – Resolução CONAMA nº 3, de 28/06/90 Parâmetros Níveis Atenção Alerta Emergência Partículas totais em suspensão (µ g/m3) – 24 h 375 625 875 Fumaça (µg/m3) – 24 h. 250 420 500 Partículas Inaláveis (µg/m3) –24 h 250 420 500 Dióxido de enxofre (µ g/m3) – 24 h. 800 1.600 2.100 Monóxido de carbono (ppm) – 8 h. 15 30 40 Ozônio (µ g/m3) – 1 h. 400 800 1.000 Dióxido de nitrogênio (µg/m3) –1 h 1.130 2.260 3.000 SO2X PTS (µ g/m3)x(µg/m3) – 24 h 65.000 261.000 393.000 Fonte: Resolução CONAMA nº 3, de 28/06/90 Com relação aos processos de combustão externas em fontes �xas, como estações moto geradoras, por exemplo, em dezembro de 1990, uma Resolução do CONAMA, nº 08, que estabeleceu o primeiro conjunto de limites máximos de emissão (padrões) nacionais: Solo e zoneamento Cabe aos estados e municípios legislar sobre as questões de zoneamento e uso do solo. Entretanto, quando o assunto for “poluição do solo”, é importante sempre considerar as instalações físicas e suas operações. Indústrias de manufatura, fabris, empresas de qualquer segmento, inclusive as de serviços, estão sujeitas a ter interferências com o meio ambiente e, portanto, podem causar polução ambiental, principalmente no solo. Neste caso, tais empresas devem obedecer a algumas regras de zoneamento e de uso e ocupação do solo que são CONAMA O Conselho Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei Federal nº 6.938/81, é o órgão colegiado brasileiro responsável pelas adoção de medidas de natureza consultiva e deliberativa acerca do Sistema Nacional do Meio Ambiente. LEIA MAIS MMA http://conama.mma.gov.br/http://conama.mma.gov.br/ http://conama.mma.gov.br/ controladas pelos órgãos ambientais por meio do LICENCIAMENTO AMBIENTAL, um importante instrumento administrativo e de controle da poluição. Como é o órgão ambiental competente quem licencia, é ele, portanto, quem emite as licenças ambientais que são documentos ou atos administrativos que carregam exigências ou condicionantes para assegurar que a atividade com potencial de poluição seja controlada através de ações de monitoramento, medições e implementação de procedimentos especí�cos. Esse processo de licenciamento, através do uso das licenças ambientais, é subdividido em três etapas: 1º Licença prévia: Licença que deve ser solicitada na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Aprova a viabilidade ambiental do empreendimento, não autorizando o início das obras; 2º Licença de instalação: Licença que aprova os projetos. É a licença que autoriza o início da obra/empreendimento. É concedida depois de atendidas as condições da Licença Prévia; 3º Licença de Operação: Licença que autoriza o início do funcionamento do empreendimento/obra. É concedida depois de atendidas as condições da Licença de Instalação. - RESOLUÇÃO Nº 237 , de 19 de dezembro de 1997 “O LICENCIAMENTO é “um processo administrativo pelo qual o órgão ambiental licencia a localização (zoneamento), instalação (solo), ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.”” Tais licenças são emitidas mediante documentos que contêm as informações da empresa ou atividade, tipo de atividade, produto, região onde a empresa está sediada, entre outros. Além destas informações, o documento apresenta, na maioria das vezes, condicionantes ou exigências para assegurar que a atividade com potencial de poluição, seja controlada através de ações de monitoramento, medições e implementação de procedimentos especí�cos. Figura 3 - Modelo de licenciamento ambiental emitido pela CETESB / SP Fonte: Cetesb.sp.gov Como vimos anteriormente, a Lei da Política Nacional do Meio ambiente nº 6.938 de 1981, já de�ne o licenciamento como um instrumento administrativo. O artigo 10º descreve essa a�rmação: “Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. § 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal o�cial, bem como em periódico regional ou local de grande circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental competente.” Entretanto, é a RESOLUÇÃO Nº 237, de 19 de dezembro de 1997, que de�ne os processos de licenciamento ambiental. Faça a leitura e estudo das estratégias e instrumentos do PRONAR, através da RESOLUÇÃO Nº 237, DE 19 DE dezembro DE 1997: CONAMA O Conselho Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei Federal nº 6.938/81, é o órgão colegiado brasileiro responsável pelas adoção de medidas de natureza consultiva e deliberativa acerca do Sistema Nacional do Meio Ambiente. http://conama.mma.gov.br/ http://conama.mma.gov.br/ A CETESB, por exemplo, órgão ambiental competente do Estado de São Paulo, responsável por emitir as licenças ambientais, faz uso da LEI N. 997, DE 31 DE MAIO DE 1976, que dispõe sobre o Controle da Poluição do Meio Ambiente nos processos: Água (recursos hídricos) A Política Nacional de Recursos Hídricos, publicada em 1997, pela LEI nº 9.433, inicia com a a�rmação: “A água é um bem de domínio público”. Neste caso, a Lei abrange todo o tipo de LEIA MAIS MMA CETESB VEJA EM CETESB Page 1 of 8 LEI N. 997, DE 31 DE MAIO DE 1976 Dispõe sobre o Controle da Poluição do Meio Ambiente O Governador do Estado de São Paulo. Faço saber que, nos termos dos Parágrafos 1o e 3o do artigo 24 da Constituição do Estado (Emenda n. 2 , de 30 de outubro de 1969), promulgo a seguinte Lei: Art. 1o - Fica instituído o Sistema de Prevenção e Controle da Poluição do Meio Ambiente, na forma prevista nesta Lei. Art. 2o - Considera-se poluição do meio-ambiente a presença, o lançamento ou a liberação, nas águas, no ar ou no solo, de toda e qualquer forma de matéria ou energia, com intensidade, em quantidade, de concentração ou com características em desacordo Page 1 / 8 http://conama.mma.gov.br/ https://www.cetesb.sp.gov.br/ https://drive.google.com/viewerng/viewer?url=https%3A//www.cetesb.sp.gov.br/licenciamento/documentos/1976_Lei_Est_997.pdf&embedded=true água, diante da generalidade empregado, não especi�cando qual a água a ser considerada. Nesse sentido, a água de superfície, a água subterrânea, a água �uente e a água emergente passam a ser de domínio público. De forma contraditória, o Código das Águas, publicado pelo Decreto 24.643, em 1934, previu o tema “águas particulares” em seu Artigo 8º, do CAPITULO III: “Art. 8º São particulares as nascentes e todas as águas situadas em terrenos que também o sejam, quando as mesmas não estiverem classi�cadas entre as águas communs de todos, as águas públicas ou as águas communs.” Quando a LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997, entrou em vigor, forçou o código das águas (Decreto Federal 24.643, de 10 de julho de 1934) a revogar alguns artigos para que as de�nições sobre o poder das águas fossem alinhados. Portanto, hoje as nascentes situadas em terrenos privados, mesmo sendo públicas, poderão ser utilizadas pelos proprietários privados, com a �nalidade do “consumo humano” e da dessedentação de animas, sendo que o regulamento disporá sobre as derivações e a captação com previa autorização ou outorga do poder público. Assim como a Política Nacional do Meio Ambiente apresenta os instrumentos administrativos sobre as questões do controle da poluição, a Política Nacional de Recursos hídricos, LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997, também apresenta os instrumentos de gestão para controlar os recursos hídricos. Veja a listagem dos instrumentos ou procedimentos administrativos utilizadas pelos órgãos competentes para controlar a poluição dos recursos hídricos: “CAPÍTULO IV DOS INSTRUMENTOS Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos: I - os Planos de Recursos Hídricos; (Planos de Recursos Hídricos são documentos que contém informações sobre ações de gestão, projetos, obras e investimentos prioritários para uma determinada região) II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; (o enquadramento de�ne a classi�cação dos corpos d´água, de acordo com a qualidade da água fornecida para seus usos preponderantes) III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; (a outorga é um documento ou ato administrativo que serve como o direito de uso dos recursos hídricos super�ciais e subterrâneos, por prazo determinado) V - a cobrança pelo uso de recursos hídricos; (Valores cobrados pelo poder público para o uso dos recursos hídricos e, também, pelos serviços de abastecimento). V - a compensação a municípios; (Repasse �nanceiro a municípios que abrigam reservatórios de usinas hidrelétricas pelo uso dos recursos hídricos). VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. (Trata-se de um sistema de gestão de informações (SINH) sobre os recursos hídricos, que contempla a coleta, o tratamento, o armazenamento e a recuperação de informações sobre recursos hídricos)” Figura 4 – Controle e monitoramento de Recursos Hídricos Fonte: GettyImages Os Órgão Ambientais Competentes e seus Sistemas de Fiscalização A gestão do meio ambiente no Brasil, bem como a elaboração de estratégias de defesa do meio ambiente, está articuladaa um sistema conjunto com órgãos públicos chamado: SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMIENTE, conhecido como SISNAMA. Fazem parte deste sistema, o conjunto de órgão públicos da União, dos estados e dos municípios, bem como órgãos não-governamentais instituídos pelo poder público, incluindo o Ministério do Meio Ambiente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e os demais órgãos executores de regulamentações de proteção ambiental. O SISNAMA nasceu junto com a LEI nº 6.938/81, Política Nacional do Meio ambiente, com o objetivo de integrar as políticas públicas de proteção ambiental, sem deixar faltar aos estados e municípios a autonomia para atuar na prevenção da poluição em suas respectivas regiões. Embora esteja tudo centralizado no Ministério de Meio Ambiente (MMA), o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) propõe as regras normativas, enquanto o IBAMA as executa. Então, o IBAMA é o órgão executor que acaba sendo o responsável por �scalizar as legislações ambientais no Brasil, na maioria, propostas pelo CONAMA. De qualquer forma, é o IBAMA quem tem o poder de “polícia” ambiental e também de executar as ações das políticas nacionais de meio ambiente. O IBAMA pode tanto fazer o trabalho de �scalizar, como o de aplicar punições, além de articular ações provenientes dos órgãos estaduais e municipais. Assim como o CONAMA, o IBAMA também tem condições de propor e editar normas, padrões de qualidade ambiental, conceder licenciamentos e outras autorizações, em casos previstos na legislação. Ao lado do IBAMA, há o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entretanto, o ICMBio está voltado para �scalizar as Unidades de Conservação da União, como por exemplo, as Áreas de Proteção Ambiental (APA), Áreas de Proteção Permanentes (APP) e os Parques Nacionais. Para estas áreas ou regiões, o ICMBio é o órgão responsável, principalmente, pelo policiamento, �scalização, conservação e controle da exploração turística. Figura 5 - Grupo de �scalizadores do IBAMA e ICMBio Fonte: Reprodução | Ibama.gov Com relação ao poder executivo sobre a gestão das águas, o órgão competente hoje é a AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS – ANA. É ela quem tem a responsabilidade por assegurar que a POLITICA NACIONAL DE RECURSOS HIDRIOS, publicada pela LEI nº LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997, seja implementada no País. Também é responsável pela gestão do uso de recursos hídricos, pela prestação dos serviços públicos de irrigação, uso de água bruta, pela segurança de barragens e pela publicação de leis e demais requisitos normativos referente aos serviços públicos e de saneamento básico. Outros órgãos ambientais competentes, responsáveis por �scalizar a implementação dos instrumentos administrativos no Brasil, por exemplo, são: - ANEL - Agência Nacional de Energia Elétrica: Responsável por regular, �scalizar a transmissão, distribuição e comercialização dos serviços de energia elétrica. - ANM – Agência Nacional de Mineração: A ANM tem o objetivo de realizar a gestão da exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais, provocada pela atividade de extração. Também é responsável por supervisar as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral. Tem responsabilidade por controlar e �scalizar o exercício das atividades de mineração em todo o território nacional, de acordo com o Código de Mineração, o Código de Águas Minerais, os respectivos regulamentos e a legislação que os complementa. - ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária: A ANVISA tem o propósito de estabelecer e implementar ações que visam eliminar ou minimizar os riscos à saúde da população. Portanto, tem papel importante por �scalizar a produção e consumo de produtos submetidos à vigilância sanitária como: medicamentos, agrotóxicos e cosméticos, bem como �scalizar o controle sanitário de portos, aeroportos e fronteiras. - ANTT – Agência Nacional de Transporte Terrestre: A Agência Nacional de Transportes Terrestres é o órgão regulamentador que administra e �scaliza os serviços de transportes terrestres dentro do território brasileiro, além das atividades referentes à exploração de ferrovias e rodovias federais. - ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis: A ANP é um órgão regulador, responsável por �scalizar e regulamentar, através de normas e legislações, as atividades que fazem parte da indústria de petróleo, gás natural e de biocombustíveis no Brasil, incluindo todas as atividades da cadeia como re-re�no do óleo diesel, graxas e derivados. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites ANA – Agência Nacional das águas: CETESB Entenda melhor sobre as etapas do processo de licenciamento ambiental: 2 / 3 Material Complementar WWW Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico - Português (Brasil) A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) é a responsável, na esfera federal, por implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos; por regular o uso de recursos hídricos; pela prestação dos serviços públicos de irrigação e adução de água bruta; pela segurança de barragens; e pela instituição de normas de referência para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico. LEIA MAIS WWW https://www.gov.br/ https://www.gov.br/pt-br/orgaos/agencia-nacional-de-aguas https://www.gov.br/pt-br/orgaos/agencia-nacional-de-aguas Legislação ambiental Consulte as legislações ambientais federais: Vídeos Você sabe o que é o Princípio do “poluidor-pagador”? Entenda o conceito do principal princípio do Direito Ambiental: CETESB Licenciamento Ambiental As atividades licenciáveis pela CETESB encontram-se elencadas na Lei n.997/76, aprovado pelo Decreto n.8.468/76 e alterado pelo Decreto n.62.973 de 28 de novembro de 2017, independente da condição de ME/EPP ou MEI. Através de nosso site é possível obter todas as informações necessárias ao licenciamento de indústrias e demais atividades licenciáveis por esta Companhia. LEIA MAIS CETESB PLANALTO PLANALTO LEIA MAIS PLANALTO AGU Explica - Princípio do Poluidor Pagador https://cetesb.sp.gov.br/ https://cetesb.sp.gov.br/licenciamentoambiental/ https://cetesb.sp.gov.br/licenciamentoambiental/ http://www4.planalto.gov.br/ http://www4.planalto.gov.br/legislacao/ https://www.youtube.com/watch?v=sVLexFV3NE0 AGU Explica Princípio do Poluidor Pagador https://www.youtube.com/watch?v=sVLexFV3NE0 BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. 2.ed. São Paulo: Pearson, 2005. (e-book) DERISIO, J. C. Introdução ao controle de poluição ambiental. 4. ed. São Paulo: O�cina de Textos, 2013. (e-book) MACHADO, P. A. L. Direito ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2015. SCHMID, M. L. Licenciamento ambiental. Curitiba: Contentus, 2020. 3 / 3 Referências
Compartilhar