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ISTs na dermatologia As ISTs de maior interesse na dermatologia são: sífilis, cancroide, linfogranuloma venéreo, donovanose, herpes simples genital, verruga genital, molusco contagioso, candidíase genital, ftiríase pubiana e escabiose. SÍFILIS A sífilis ou lues é moléstia infecciosa produzida pelo Treponema pallidum, determina lesões cutâneas polimorfas e pode comprometer outros tecidos, particularmente os sistemas cardiovascular e nervoso. A transmissão da sífilis adquirida é sexual e pela área genitoanal, na quase totalidade dos casos. O contágio extragenital é raro, encontrado particularmente nos lábios, por lesões contagiantes na mucosa bucal. Doença pandêmica que ocorre com mais frequência nas cidades, independentemente da raça ou do sexo, e é mais comum entre os jovens; Com o advento da síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA), formas clínicas atípicas, com evolução grave e mais aguda (como a sífilis maligna precoce), têm sido observadas; Importância, a nível individual e como medida de saúde pública, de solicitar sorologia para sífilis em todo paciente com qualquer IST. Patógeno exclusivo e dependente do ser humano O germe penetra na mucosa ou semimucosa da área genital; coloniza in loco e, concomitantemente, invade, desde as primeiras horas, as vias linfáticas e/ou sanguíneas; é infecção sistêmica desde as primeiras horas. Depois de um período de incubação médio de 21 dias, aparece a primeira lesão (cancro com repercussão ganglionar de vizinhança local lesão ulcerada, de fundo limpo e borda delimitada lesão ulcerada em região genital, indoloror, não purulenta, com adenomegalia inguinal não importante ): é a sífilis primária (Sl); 2 a 3 meses após, surgem lesões generalizadas (sifílides): sífilis secundária (S2) pequenas, avermelhadas, palmoplantares, descamativas, em volta da boca e na mucosa. Nos primeiros anos de doença, pode haver silêncio clínico ou podem surgir lesões pouco numerosas, ainda infectantes: sífilis recente redicivante (SRR). Do segundo ano em diante, podem surgir lesões circunscritas e não infectantes: sífilis terciária (S3). A infecção sifilítica é sub classificada em dois períodos: sífilis recente (SR), com lesões infectantes, não destrutivas e involução espontânea, compreendendo Sl, S2 e SRR e, portanto, indo até o primeiro ou segundo ano de infecção; e sífilis tardia (ST), com poucas lesões, não contagiosas, porém destrutivas, correspondendo a S3; Essas diferenças clinico patológicas evolutivas decorrem do processo imunológico - imunidade celular e humoral. Imunologia No curso da infecção, aumenta a hipersensibilidade celular, responsável pela imunidade, que pode ser total, com cura espontânea em cerca de 60% dos casos, ou parcial, com circunscrição das lesões a determinados setores. Essa imunidade já está presente a partir da terceira semana da infecção, visto que a inoculação do T. pallidum nessa fase não produz cancro, e sim lesão papulosa tipo S2. Se a inoculação se der no período tardio, talvez nada ocorra ou, nos casos de inoculação maciça, haja formação de goma (forma plastrão, necrosa e sai secreção); O mecanismo humoral não está relacionado com a imunidade, porém se apresenta a partir da primeira semana após a instalação do cancro, persistindo praticamente por toda a vida. As lesões de S2 sugerem patologia de imunocomplexos (artrite, iridociclite, nefrite, erupção cutânea) e caracterizam-se por infiltrado linfoplasmocitário perivascular (em manguito) e proliferação endotelial que nem sempre se manifestam. Com o desenvolvimento dessas lesões, pode ser observada tendência à formação de estrutura tuberculoide, indicação de hipersensibilidade celular. Nas lesões tardias, a principal característica é o granuloma tuberculoide, com vasculite e necrose (hipersensibilidade celular exagerada) e numerosos plasmócitos, exceção às lesões reativas do sistema nervoso central (SNC) e do sistema cardiovascular. Clínica O conhecimento da história natural da sífilis facilita muito o diagnóstico correto, os exames laboratoriais a serem solicitados, o tratamento a ser instituído e o acompanhamento posterior, os quais variam de acordo com o estágio da doença; Sífilis adquirida é subclassificada em dois períodos: Sífilis recente: apresenta menos de 1 ano de duração, abrangendo sífilis primária e secundária Sífilis tardia: apresenta mais de 1 ano de duração, abrangendo sífilis terciária. Entre essas fases podem ocorrer períodos de silêncio clínico, apenas com reações sorológicas positivas, formas essas chamadas de sífilis latente. Sífilis primária Lesão inicial, denominada CANCRO DURO OU PROTOSSIFILOMA, surge, em média, de 1 a 2 semanas após a infecção. O período de incubação pode durar até 40 dias; Lesão é geralmente única, erosiva ou ulcerativa, de base infiltrada, localiza-se quase sempre nos genitais externos; podem regredir espontaneamente em semanas; Depois de1 ou 2 semanas, sucede a adenite satélite, com gânglios duros, não inflamatórios e pouco dolorosos. Sífilis secundária Essa fase é caracterizada pela disseminação de treponemas pelo organismo. Suas manifestações ocorrem de 4 a 8 semanas após o aparecimento do cancro duro; A lesão mais precoce é constituída por exantema morbiliforme não pruriginoso: roséola sifilítica, muitas vezes acompanhada de mal-estar, dores articulares, cefaleia e polimicroadenopatia, especialmente na região cervical e epitrocleana; Manifestações podem regredir mesmo sem tratamento; Podem surgir lesões papulosas palmoplantares, placas mucosas, adenopatia generalizada, alopecia em clareira e pápulas vegetantes perianais – condilomas planos; As lesões primárias tem treponema e são contagiantes (as de mucosa) Evolução rápida Queda de cabelo: alopecia em clareira Sífilis maligna precoce Surgimento de papulopústulas e lesões ulceradas, recobertas por crostas hemorrágicas ou melicéricas; O aspecto rupioide é típico e evidencia-se por várias camadas de crostas espessas, semelhantes à concha de uma ostra, recobrindo as ulcerações; em geral, são dolorosas, disseminadas e acompanhadas de profunda sensação de mal-estar, inapetência, mialgia e febre irregular mais comum em pacientes imunossuprimidos Sífilis latente tardia Caracteriza-se pela ausência de sinais clínicos em um tempo de duração superior a um ano; Diagnose é pela anamnese, confirmada pela sorologia reagente; Pode permanecer latente por toda a vida ou tornar-se sintomática em qualquer época. Sífilis cutânea tardia/sífilis terciária Primitivamente chamada sífilis terciária, caracteriza-se por nódulos, que, por necrose central, formam as chamadas gomas, que podem evoluir para ulcerações; Lesões circunscritas de caráter destrutivo em que raramente são encontrados treponemas; Também podem apresentar-se sob a forma de lesões infiltradas, arciformes, policíclicas. Sífilis congênita recente As manifestações da doença incluem rinite hemorrágica, erupção eritematopapulosa, placas mucosas, condiloma latum (plano), fissuras anais e periorais radiadas, bolhas palmoplantares (pênfigo sfiilítico), microadenopatia, hepato e/ou esplenomegalia e osteocondrite; (pseudoparalisia de Parrot); coroidite e a irite são raras. Sífilis congênita tardia Algumas manifestações são: queratite intersticial, iridociclite, coroidorretinite, hidrartose bilateral de Clutton (aumento do espaço articular sem alterações ósseas), gomas em várias localizações, tíbia em sabre , neurolabirintite com surdez devido ao acometimento do nervo auditivo, neuro-sífilis (paralisia geral juvenil dos 6 aos 20 anos, atrofia do nervo óptico; tabes dorsalis é mais rara); Estigmas: dentes de Hutchinson (incisivos menores, cônicos e com entalhe semilunar; que podem estar associados a queratite e surdez, constituindo a tríade de Hutchinson. Dx Pesquisa direta doT. pallidum: indicada apenas quando há cancro e lesões mucocutâneas o secundarismo e na sífilis congênita recente Microscopia em campo escuro; Impregnação pela prata ou pelo método da tinta da China: em material fixado com intuito de evidenciar treponemas no material biopsiado; todos os métodos de coloração são inferiores ao campo escuro; lmunofluorescência direta: colhe-se o fragmento de pele de lesão suspeita e coloca-se anticorpo marcado sobre o material em que se deseja revelar o antígeno específico (T. pallidum); o exame é altamente específico e com sensibilidade superior a 90%; praticamente imina a possibilidade de erros de interpretação com treponemas saprófitas; Reação em cadeia pela polimerase. Sorologia: reações sorológicas podem ser não treponêmicas (lipídicas) e treponêmicas, é, de longe, o exame mais empregado no diagnóstico da sífilis; REAÇÕES NÃO TREPONÊMICAS: reações lipídicas- imunolipiderreação: VDRL deve ser titulada; títulos em geral são altos (acima de 1/16) nas treponematoses, podendo ser superiores a 1/512, além disso, são o melhor meio de controle da terapêutica; em termos de saúde pública, são considerados positivos para sífilis quando > 1:8; diz ela que considera > 1:16 REAÇÕES TREPONÊMICAS: são mais específicas (praticamente 100%) do que as reações lipídicas; de modo geral, também são mais sensíveis, mas a sensibilidade varia com o tipo de reação e com a fase da doença; Compreendem o teste de imobilização do treponema (TPI), o teste de Reiter, o teste de hemaglutinação do T. pallidum (TPHA), o FTA-ABS e o FTA-ABS-IgM. Destes, o mais utilizado é o FTA-ABS Tornam-se precocemente positivas e tendem a permanecer assim por tempo indefinido, mesmo após a cura. Exame histopatológico Exames de imagem: radiografia Exame do líquor Tto Sífilis recente: primária, secundária e latente (menos de um ano de duração) – penicilina G benzatina, duas doses de 2.400.000 unidades, aplicadas com intervalo de uma semana, via intramuscular (IM) profunda (região glútea); dosagem total: 4.800.000 unidades; Sífilis tardia: latente, cutânea, cardiovascular e outras, com exclusão da neurolues – penicilina G benzatina, 3 a 4 doses de 2.400.000 unidades, aplicadas com intervalo de uma semana. Dosagem total: 7.200.000 a 9.600.000 unidades. Complicações do tto Reação de Jarisch-Herxheimer: Ocorre essencialmente na fase secundária e caracteriza-se por cefaleia, febre, calafrios, artralgias e mialgias; exacerbação das lesões pode ocorrer cerca de 4 a 12 h após o início do tratamento com penicilina. Tal reação deve-se à liberação súbita e maciça de antígenos treponêmicos. O paciente deverá ser advertido previamente para tal possibilidade, uma vez que poderá abandonar o tratamento pensando tratar- se de reação medicamentosa. Essa reação deve ser tratada com analgésicos e repouso. Ela desaparece em 24 h. Pode ser evitada com a administração prévia de 20 mg de prednisona oral. Tto preventivo Indivíduos que tiveram contato com doente comprovadamente com sífilis podem receber, profilaticamente, uma injeção de penicilina G benzatina de 2.400.000 unidades. Essa orientação é particularmente importante para casais, fazendo-se a profilaxia da sífilis conjugal, que ocorre quando um cônjuge infecta o outro e, após fazer o tratamento, é reinfectado. Seguimento pós tto Na sífilis recente, a negativação sorológica ocorre, em geral, do 6º ao 9º mês após o tratamento. Há uma queda do título sorológico das reações lipídicas ou não específicas (VDRL/RPR), as primeiras a se negativarem. As reações treponêmicas são as últimas. Na sífilis tardia, há uma queda do título sorológico, podendo ocorrer negativação no segundo ano. Dessa maneira, o controle sorológico é feito a cada seis meses, por dois anos. CANCRO MOLE Doença infectocontagiosa aguda essencialmente de transmissão sexual, geralmente localizada na genitália externa e, por vezes, na região labial e anal; Também chamado de cancro venéreo simples ou cancroide e popularmente como cavalo Cocobacilo Gram-negativo, pequeno, medindo 0,5 μ,m de largura por 1,5 μm de comprimento, imóvel, aeróbio e não encapsulado Haemophilus ducrey Predomina no sexo masculino, em uma proporção histórica de 20 a 30 casos para cada um feminino; Como na maioria das DST, ocorre com maior frequência dos 20 aos 30 anos. Clínica Como é bacteriana, causa reação inflamatória significativa Após curto período de incubação de 5 a 7 dias, surge discreta mácula ou pápula circundada por halo eritematoso seguida de uma vesicopústula que evolui rapidamente para úlcera com bordas irregulares talhadas a pique, fundo purulento, base mole à compressão, fagedênica e muito dolorosa; Em função do mecanismo de autoinoculação, podem ocorrer outras lesões ulceradas em número variável, porém ressalta-se que a lesão é única em 40% dos casos; Cerca de 1 semana após o aparecimento do cancro, 30 a 50% dos pacientes desenvolvem uma adenite inguinal satélite, denominada bubão, unilateral em 75% dos casos, e extremamente dolorosa, que pode evoluir rapidamente com supuração por orifício único nos pacientes sem tratamento. A pele sobre a adenite apresenta-se fina e eritematosa Em resumo: lesões múltiplas, de evolução rápida, secreção purulenta, tem adenopatia unilateral bem inflamatória Dx Clínico: elemento-chave para o diagnóstico Bacterioscopia: cocobacilos Gram-negativos aglomerados em forma de "cardume de peixe" ou “paliçada" intracelular, principalmente extracelularmente. Histopalógico: elucidar diagnósticos diferenciais, não são específicas; Cultura: bactéria de difícil isolamento; Imunológico: Técnica de ampiflicação do DNA- PCR multiplex (M-PCR) é considerado atualmente o método diagnóstico de maior sensibilidade e especificidade, caro. Tto Tópico: lesões ulceradas devem ser limpas com soro fisiológico, água boricada a 2% ou permanganato de potássio diluído em água filtrada (até obter-se a cor rosa-clara), higiene local acelera a cicatrização e reduz o risco de infecções secundárias; Sistêmico: na maioria das vezes, azitromicina 1 g dose única Prevenção Nunca se deve deixar de executar as ações complementares essenciais no atendimento aos pacientes portadores de IST, quais sejam: aconselhar, oferecer testes anti-HIV, VDRL, sorologia para hepatite B e C, vacinar contra hepatite B, enfatizar a necessidade de adesão ao tratamento, notificar, convocar parceiros, agendar retorno. Se as sorologias para sífilis e HIV forem negativas, devem ser repetidas em 3 meses. LINFOGRANULOMA VENÉREO Chlamydia trachomatis é considerada a bactéria sexualmente transmissível mais frequente em países desenvolvidos e de grande impacto no sistema reprodutivo, sendo o agente causador desde formas assintomáticas e brandas a infecções disseminadas; Trata-se de uma doença relativamente incomum, predominando em populações de menor nível socioeconômico e maior promiscuidade sexual, em zonas tropicais e subtropicais e predomínio em homens. Clínica O LV é uma infecção primariamente do tecido linfático; o processo básico se dá a partir de uma trombolinfangite e perilinfangite com o processo inflamatório dos linfonodos atingindo tecidos vizinhos; Após a inoculação, a bactéria dissemina-se pela corrente sanguínea com sintomas gerais, cuja intensidade e duração são relacionadas à imunidade do hospedeiro; Processo inflamatório dos linfonodos dura semanas a meses antes de regredir; surge fibrose que destrói os linfonodos e obstrui os linfáticos, resultando em edema, fibrose e aumento das áreas afetadas, que podem evoluir para uma elefantíase. As manifestações clínicas diferentes no homem e na mulher; a lesão inicial no homem situa-se comumente no pênis, sob forma de pequena vesícula, pápula ou exulceração, que, em geral, passa despercebida a mulher, em qualquer ponto da genitália, e tambémquase nunca é notada; Após período de 2 a 4 semanas, surge a manifestação mais característica da moléstia, A ADENOPATIA INGUINAL, UNILATERAL OU BILATERAL, observada como regra nos homens e excepcional nas mulheres; Dx Bacterioscopia: O exame bacteriológico direto das secreções ou pus aspirado raramente é positivo; Cultura: meio com as células de McCoy (fibroblastos de ratos) é o mais utilizado, tornando-se positivo em 3 dias. A inoculação pode ser feita também em saco vitelino de ovos embrionados de 7 dias; Histopatológico: achados histopatológicos não são específicos. Imunológicos: ELISA: método laboratorial útil tanto no exame direto de produtos de coleta como na detecção de anticorpos séricos anti-Chlamydia spp. Embora tenha grande sensibilidade, torna possível a identificação apenas de anticorpos contra o antígeno de grupo, e não dos diferentes sorotipos; Reação de fixação de complemento: é o teste mais empregado, apresentando alta sensibilidade e baixa especificidade, a positividade não implica atividade da doença; Microimunofluorescência: é capaz de detectar, no soro e em outras secreções, anticorpos específicos aos diferentes sorotipos de Chlamydia trachomatis e, inclusive, aos diferentes tipos de imunoglobulinas; o método mais sensível para o diagnóstico da doença; detecção de IgM é indicativa de infecção recente; Técnica de amplificação do DNA (PCR e LCR): apresentam elevadas sensibilidade e especificidade nas infecções por clamídias, porém ainda não disponíveis comercialmente; Reação de Frei; intradermoreação, em desuso. Tto Deve ser iniciado precocemente, antes mesmo da confirmação laboratorial, a fim de minimizar eventuais sequelas; Doxiciclina 100 mg 12/12 h VO, por 3 semanas Azitromicina 1 g VO, dose única; repetir por 3 semanas consecutivas Tetraciclina SOO mg 6/6 h VO, por 3 semanas Sulfametoxazol-trimetoprim: comprimidos de 800 mg e 160 mg – 1 comprimido, VO, duas vezes ao dia, por 21 dias Tianfenicol 500mg, VO, três vezes ao dia, por 15 dias Aspiração do bubão com agulha de grosso calibre inserida em uma área de pele normal está recomendada para alívio local. A incisão é contraindicada. Ou seja, faz-se drenagem de abscesso DONOVANOSE Donovanose, granuloma venéreo ou granuloma tropical, é uma enfermidade de evolução progressiva e crônica, de localização genital, podendo provocar lesões granulomatosas e destrutivas. Classificação: Genitais e perigenitais: Ulcerosas: com bordas hipertróficas; com bordas planas Ulcerovegetantes Vegetantes Elefantiásicas Extragenitais Sistêmicas Etiologia e etiopatogenia O agente etiológico é uma bactéria, Klebsiella granulomatis, parasita intracitoplasmático, encapsulado, gram-negativo; Transmitida frequentemente pelo ato sexual, sobretudo anal, de evolução crônica, pouco contagiosa; Acredita-se ser oportunista e, dependendo da suscetibilidade individual, é inoculada no tegumento por meio de traumatismo ou infecção prévia, desencadeando a doença; ligada ao baixo nível socioeconômico e promiscuidade; É rara e ocupa o quinto lugar em frequência entre as IST clássicas; Clínica O período de incubação ainda não está bem estabelecido, existindo registros variando de 1 a 360 dias; Inicia-se por lesão nodular, única ou múltipla, de localização subcutânea, cuja erosão, produz ulceração bem definida, que cresce lentamente e sangra com facilidade; A partir daí, as manifestações estão diretamente ligadas às respostas tissulares do hospedeiro, originando formas localizadas ou extensas e, até mesmo, lesões viscerais, por disseminação hematogênica; Inicialmente é rara a ocorrência de sintomas gerais, sendo característica a ausência de adenopatia satélite. As formas ulcerosas são as de maior dimensão, apresentando abundante secreção, e crescem por expansão, por meio de autoinoculação, notadamente quando localizadas em dobras cutâneas; O aspecto da borda é variável, podendo apresentar- se plana, no mesmo nível dos tecidos circunvizinhos, ou hipertrófica, definindo nitidamente a lesão e assumindo, algumas vezes, um aspecto carcinomatoide Nas formas ulcerovegetantes, existe um abundante tecido de granulação no fundo da lesão, o qual ultrapassa o contorno lesional e sangra com facilidade. Esta parece ser a forma clínica mais frequentemente encontrada. O comprometimento perigenital, extragenital e sistêmico é secundário à lesão genital na maioria das vezes; Donovanose extragenital ocorre em 3 a 6% dos casos, sendo a cavidade orofaríngea o local preferencial. A localização da enfermidade fora da área anogenital pode ser explicada por autoinoculação, contiguidade (p. ex., órgãos pélvicos e ossos adjacentes), disseminação linfática ou hematogênica; Donovanose sistêmica é raramente relatada na literatura; pode ocorrer envolvimento de fígado, baço, pulmões, ossos, articulações etc., acompanhado de sinais e sintomas de infecção sistêmica. Dx Baciloscopia: confirmação da doença é feita pela identificação da K. granulomatis nas lesões, identificadas como corpúsculos de Donovan, mais facilmente visualizadas nos esfregaços citológicos corados pelo Giemsa e no histopatológico; Imunológico: é utilizada a técnica de amplificação do DNA (PCR), mas testes padronizados ainda não estão disponíveis comercialmente. Tto Doxiciclina 100 mg VO 12/12 horas por 3 semanas; Azitromicina 1g VO no primeiro dia seguida de 500 mg VO 1x/ dia -- Comentários gerais pós aula: Lembrar de lesões dermatológicas da Sífilis; no HIV, há acentuação de quadros infecciosos Herpes Zoster, herpes simples, candidíase oral, dermatite seborreica;