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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ IRN - INSTITUTO DE RECURSOS NATURAIS POLUIÇÃO SONORA - RTE - EAM 901.2 AVALIAÇÃO DE RUÍDO NA COMUNIDADE ALEXSANDER LISBOA SILVEIRA- 2018018869 CRISTIAN DA SILVA RIBEIRO - 2018016120 EDUARDO MACIEL DOS SANTOS- 2019007716 FRANCISCO DE ASSIS E SILVA FILHO- 2018005440 JOÃO PAULO DE ANDRADE COELHO-2019000564 Prof. Dr. Luiz Felipe Silva ITAJUBÁ 2022 ALEXSANDER LISBOA SILVEIRA- 2018018869 CRISTIAN DA SILVA RIBEIRO - 2018016120 EDUARDO MACIEL DOS SANTOS- 2019007716 FRANCISCO DE ASSIS E SILVA FILHO- 2018005440 JOÃO PAULO DE ANDRADE COELHO-2019000564 POLUIÇÃO SONORA - RTE - EAM 901.2 AVALIAÇÃO DE RUÍDO NA COMUNIDADE Relatório apresentado à disciplina Poluição Sonora (Prática), ministrada pelo Prof. Dr. Luiz Felipe Silva, no curso de Engenharia Ambiental, na Universidade Federal de Itajubá. ITAJUBÁ 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 4 2. OBJETIVOS 6 3. METODOLOGIA 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 7 4.1 PLANILHA DE COLETA DE DADOS 7 4.2 Tabelas 8 4.3 Análise da distribuição dos níveis sonoros por bandas de oitava e 1/3 de oitavas 10 5. CONCLUSÃO 10 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12 4 1. INTRODUÇÃO A paisagem sonora de uma cidade é considerada uma importante referência ambiental de qualidade de vida no meio urbano (PEREIRA, 2003). Considera-se para o meio urbano os ruídos provenientes das atividades industriais, dos meios de transporte terrestre, entre outros. A poluição sonora, não é uma poluição que deixa resíduos, acúmulos poluentes na terra, ar, ou mar, mas afeta o organismo dos seres vivos e seus efeitos podem causar problemas gravíssimos. É considerada um problema de saúde pública mundial, pois afeta a saúde física e mental da população que é submetida a essa poluição. Com o aumento das indústrias e tecnologias, as diversas fontes de poluição ambiental têm causado consequências ao ser humano e ao meio ambiente. Nos grandes centros urbanos brasileiros apresentam uma concentração de atividades sócio-econômicas nas áreas centrais. Como efeito, nota-se que a capacidade viária disponível tem fortes restrições para atender satisfatoriamente à demanda, aumentando congestionamentos, conflitos e acidentes de trânsito, desperdício do consumo energético e impactos ambientais. Nesta mesma circunstância, tem-se o tráfego de veículos buscando caminhos nem sempre adequados do ponto de vista do planejamento de transportes, degradando ainda mais a qualidade de vida da população. A capacidade ambiental do trânsito, muitas vezes estudada apenas sob a ótica da poluição atmosférica, sofre uma grande contribuição da poluição sonora. A avaliação de ruído externo visa o atendimento à NBR 10.151 (2019), a qual estabelece o procedimento para medição, avaliação e limites de níveis de pressão sonora para ambientes externos às edificações, em áreas destinadas à ocupação humana, em função da finalidade de uso e ocupação do solo. De acordo com (SILVA; CORREIA, 2011, p. 57-64), estudos têm relacionado a produção de ruído no transporte urbano com diversos efeitos à saúde, onde apontam o tráfego de veículos como principal relevante no incômodo à população. Cita-se ainda que, há necessidade de maior quantidade de estudos que se dediquem a avaliar o conforto ou o risco de agravo à saúde dos passageiros no transporte coletivo em relação à exposição ao ruído. Desse modo, no presente relatório apresenta-se uma avaliação do ruído produzido pelo tráfego de veículos no perímetro urbano da cidade de Itajubá, especificamente na localidade na Rua Antônio Salomon (22°25'41,54" S e 5 45°27'13,68" O) ao lado do Mercado Municipal de Itajubá. Buscou-se o primeiro contato prático com a questão de ruído gerado por tráfego urbano, optou-se pela escolha do local por este ser de intensa circulação de veículos e congestionamentos constantes no trânsito. Para o experimento utilizou-se o aplicativo Sound Analyzer App, o qual permite utilizar o smartphone como um medidor de nível sonoro (SLM) e um Analisador de Áudio em Tempo Real (RTA). O ruído ambiente, medido em decibéis (dB) pode ser monitorado em tempo real. Pode-se ajustar a sensibilidade do microfone ajustável através do menu de calibração. O aplicativo emula um medidor de nível de pressão sonora, em bandas de oitava e 1/3 de oitava. Os indicadores para índices estáticos mais comuns usados são L10, L50 e L90. Em que L10 é o nível excedido durante 10% do tempo de medição. Para 10% do tempo, o som ou ruído tem um nível de pressão sonora superior ao valor de L10. Para o resto do tempo, o som ou ruído tem um nível de pressão de som igual ou inferior a L10. Sendo um indicador com boa probabilidade e o nível de pressão sonora referente a eventos esporádicos e intermitentes. Já para L50, que é o nível excedido durante 50% do tempo de medição, nos indica estatisticamente, o ponto médio das leituras do ruído evidenciado por uma média dos níveis do ruído flutuante. E por fim o indicador L90, que é o nível excedido durante 90% do tempo de medição. Durante 90% do tempo, os níveis de ruído estavam superiores a esse nível, para efeitos práticos e quando se assumem técnicas estatísticas, toma-se L90 como um nível de ruído de fundo ou residencial. A NBR 10151 (2019), recomenda equipamentos com recursos de LAeq – nível de pressão sonora equivalente ponderada na curva “A” para medições experimentais. Esse nível representa o valor médio quadrático da pressão sonora (com ponderação na curva A) referente ao intervalo de medição. Este expressa o nível de um som estacionário que, em um intervalo de tempo específico tem a mesma energia sonora do som em estudo, do qual o nível varia com o tempo. Além de ser empregado como padrão de análises para o ruído ambiental, o LAeq(dBA) é o descritor sonoro mais importante e utilizado na avaliação da exposição ao ruído ocupacional. Ele mostra o potencial de lesão auditiva do nível oscilante que depende não somente do seu nível como também de sua duração, assim o nível do ruído contínuo fixo ao qual as pessoas estão sujeitas em diferentes situações, devido ao diversos tipos de ruído sendo equivalentes ao ruído original que é variável. 6 A partir dos dados obtidos, comparou-se estes com as normas regularizadoras para níveis de conforto acústico (NBR 10151, 2019) a fim de se concluir sobre os aspectos sonoros e suas relações com as análises inicialmente propostas nos objetivos. 2. OBJETIVOS ● Adquirir informações suficientes e adequadas e avaliar o ruído produzido pelo tráfego urbano com o auxílio do aplicativo Sound Analyzer App, aplicativo que emula um medidor de nível de pressão sonora, em bandas de oitava e 1/3 de oitavas. ● Consolidar os conceitos sobre ponderações, níveis estatísticos de ruído e Ln, em ambiente externo. ● Consolidar a definição de nível sonoro equivalente ponderado na escala A. ● Ter o primeiro contato prático com a questão de ruído gerado por tráfego urbano. 3. METODOLOGIA A atividade proposta seguiu a seguinte metodologia: ● Ida a campo para um determinado ponto urbano, para captação do ruído gerado pelo tráfego de veículos com o uso do aplicativo Sound Analyzer App. ● Coleta de dados durante um período amostral que representa o local avaliado, tempo sugerido de até 5 minutos. Período amostral realizado: 270,6 (s). ● Após os dados serem levantados, com o uso do Excel calculou-se os valores de LN 10, LN 50 e LN 90. ● Em seguida, também com uso do Excel, calculou-se LAeq e Ldn, considerando que o valor L90 encontrado, ou outro nível percentual usual L95 e L 99, predominante no período noturno, além de verificar as distribuições dos níveis sonoros por bandas de oitava. ● Além disso, a metodologia do presente trabalho atende aos requisitos estabelecidos pela NBR 10151 (2019) e demais normas citadas no roteiro. O Laudo de Ruído Ambiental é previsto na CONAMA N°001, na NBR 10151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas. Em maio de 2019 a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a revisão da NBR 10.151.7 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 PLANILHA DE COLETA DE DADOS A tabela a seguir apresenta os dados coletados na análise em campo. O local escolhido foi de intensa e constante circulação de veículos e de pedestres, além de ser a conexão de diversas linhas intermunicipais. Tabela 01: Planilha de coleta de dados. Data: 18/05/2022 Horário:17:22 Descrição do local de avaliação (endereço aproximado, descrição do pavimento, condições de trânsito, localização, largura da pista, uso de imagens etc.) Endereço: N 60 R. Antônio Salomon. São Vicente. Itajubá/MG. Descrição: Ponto de ônibus próximo ao Mercado Municipal de Itajubá. Local de intensa circulação de veículos e congestionamentos constantes. Aplicativo emulador - Medidor de nível de pressão sonora empregado Sound Analyzer App. Permite usar o smartphone como um medidor de nível sonoro (SLM) e um Analisador de Áudio em Tempo Real (RTA). O ruído ambiente, medido em decibéis (dB) pode ser monitorado em tempo real. Pode-se ajustar a sensibilidade do microfone ajustável através do menu de calibração. O aplicativo emula um medidor de nível de pressão sonora, em bandas de oitava e 1/3 de oitava. Temperatura e umidade relativa Temperatura: 10.3 ºC Umidade: 66.7% Fonte: Autores. O Art 12 do decreto 6906/2018 da cidade de Itajubá-MG determina que “O período diurno (pd) – o lapso de tempo compreendido entre às 7h da manhã às 22h, de segunda-feira a sábado; e que o período noturno (pn) é o tempo compreendido entre 22h às 7h da manhã seguinte, de segunda a sábado e, aos domingos e feriados, o tempo compreendido entre 22h e 9h da manhã seguinte;” Estes, portanto, não devem possuir poluição sonora de forma que altere as propriedades físicas do meio ambiente ocasionada por som que, direta ou indiretamente, seja nocivo à saúde, à segurança ou ao bem-estar da coletividade. 8 Já o Art 13 do decreto 6906/2018 da cidade de Itajubá-MG determina que “Consideram-se prejudiciais à saúde, à segurança e ao sossego público, observando se as atividades e os períodos de ocorrência, quaisquer sons ou ruídos que:” - atinjam no meio ambiente exterior do recinto em que tenham origem, nível de som superior a 10dB acima do ruído de fundo existente no local, sem tráfego; - independentemente do ruído de fundo, atinjam no ambiente exterior do recinto em que tenham origem, nível sonoro superior a 70dB, durante o dia e 60dB durante o período noturno. 4.2 Tabelas Conforme indicado no roteiro do presente experimento, realizou-se uma coleta de dados durante um período amostral que representa o local avaliado. Quanto mais variável for o ruído, maior o tempo necessário de amostragem. No caso da localização da parada de ônibus citada, observou-se de certo modo constância nos ruídos. Obteve-se 2.908 valores de LAeq(dBA), contidas no intervalo de tempo de 270,6 (s). Após as devidas análises e melhoria de dados, apresenta-se na Tabela 02 a seguir: Tabela 02: Médias LAeq(dBA) dentro do intervalo de 0,1-270,6(s). Fonte: Autores. Após os valores expostos na Tabela 02, desenvolve-se a etapa do cálculo de L10, L50 e L90, cujos resultados são encontrados na Tabela 03 a seguir: 9 Tabela 03: Ponderação dos dados coletados. Fonte: Autores. Analisando a Tabela 03, observa-se o valor de L10, L50 e L90 de 78 dB(A). Observa-se que mesmo seguindo o tempo sugerido de coleta (270s), obteve-se pouca variação nos valores. Análises que foram feitas no local e com o auxílio do mesmo aplicativo, porém fora do horário do presente estudo, também apontaram níveis próximos à faixa 78dB(A). O que pode ser sugerido pela constante movimentação do ponto de ônibus ao longo de todo o período do dia, mesmo fora do horário de pico do trânsito. Para melhor análise, estudos futuros devem ser refeitos pela equipe com metodologias variadas. O L10 é o nível sonoro que foi ultrapassado em 10% do tempo de medição, e é o mais utilizado no estudo de ruído ambiental (neste caso para o ruído de trânsito) e pode ser considerado como ruído máximo no período, excluídos os picos sonoros que ocorrem somente em 10% do tempo. Já o L50 tem similaridade ao L10 por definição, no caso do L90 representa o valor acima do qual os demais níveis permanecem 90% do tempo total de medição. Tal nível de ruído corresponde ao ruído de fundo. Assim, observa-se que o Leq é o ruído médio e é utilizado como parâmetro legal e normativo. Por outro lado, o L10 e o L90 indicam o grau de incômodo do ruído medido, pois apresentam claramente as variações de amplitudes sonoras. Por isso são utilizados em estudos de distribuição estatística do ruído. Vale ressaltar que ruídos de alta intensidade, isolados, são perturbadores e perceptíveis. 4.3 Análise da distribuição dos níveis sonoros por bandas de oitava e 1/3 de oitavas A ISO (International Organization for Standardization) padronizou os valores para as bandas de oitava de frequência, pois são as que mais se assemelham às características dos humanos e mamíferos no geral. A escala de frequências é https://www.iso.org/home.html 10 dividida em intervalos normalizados designados de bandas, com largura de 1/1 oitava, 1/3 de oitava ou outra subdivisão, conforme o interesse de estudo. Cada oitava representa um intervalo utilizado em música para designar que entre duas notas a frequência duplica ou diminui para metade. Assim, um som de 100 HZ tem uma frequência de 200 Hz quando emitido numa oitava acima e 400 Hz quando emitido duas oitavas acima e assim sucessivamente. Em relação a ruído produzido pelo tráfego, é necessário o uso de bandas de 1/3 de oitava, cujo é mais detalhado que o 1/8. Ao observar-se na Figura 1 a seguir, é possível perceber a influência dos diferentes mecanismos que interferem com a produção do ruído. Figura 1: Espectros de frequência em bandas de oitava e 1/3 de oitava. Fonte: Santos, 2007. 5. CONCLUSÃO A partir dos dados obtidos, comparou-se os mesmos com as normas regularizadoras para níveis de conforto acústico (NBR 10151, 2019) e demais citadas, de modo que observou-se que a infraestrutura do transporte público de Itajubá pode oferecer riscos à audição de seus passageiros por apresentar um ruído constante que ultrapassa os níveis de conforto estabelecidos. O transporte público é parte integral da jornada de muitos trabalhadores, podendo chegar a ⅓ do dia das pessoas em algumas cidades. Esse risco é um legado de uma urbanização precária, sem planejamento, que se desenvolveu na maioria das cidades ao longo dos anos a partir do século XX. No caso da localização da parada de ônibus citada, observou-se de certo modo constância nos ruídos, por ser local de grande circulação de veículos e de 11 pedestres ao longo do dia, além de um ponto intermunicipal. Aponta-se a aproximação dos valores de L10, L50 e L90 por uma possível constância nos ruídos no local. Como abordado por (SILVA; CORREIA, 2011, p. 57-64), os resultados do presente estudo ratificam a necessidade de oferecer transporte público adequado também ao conforto acústico. O trabalho cumpriu os objetivos propostos de combinar a teoria com a prática, respeitando-se as normas de isolamento vigentes. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-10.151: Avaliação do ruído em áreas habitadas visando o conforto da comunidade. Rio de Janeiro, 2019. ALEXANDRINO, SIMONE ; SILVA, LUIS FELIPE ; GONÇALVES, LIDIA DANIELA DA COSTA . Epidemiologia do ruído e aspectos legais. CADERNOS IBERO-AMERICANOS DE DIREITO SANITÁRIO , v. 5, p. 177-185, 2016. CLASS, D. C.; SINGER, J. E. Urban stress: experiments on noise and social stressors. 1 ed. New York: Academic Press, 182p. 1972. Correia, FN ; SILVA, Luiz Felipe . Avaliação da exposição de passageiros ao ruído no interior de ônibus do transporte público do município de Itajubá. Revista CEFAC (Impresso) , v. 14, p. 57-64, 2011. Decreto Municipal nº6906 de 8 de março de 2018. Itajubá - MG. Disponível em: http://diariooficial.itajuba.mg.gov.br/upload/Decreto%206906.pdf.Acesso em: 23/05/2022. NUCCI, J.C. Qualidade Ambiental e adensamento urbano. São Paulo: Editora Fapesp, 2001. PEREIRA, M. Percepção Sonora no Espaço Público: Indicadores de Tolerância ao Ruído na Cidade do Rio de Janeiro. Anais do ENCAC – ELACAC 2003, Curitiba, PARANÁ, Brasil – 5 a 7 de novembro, p. 779-786. SANTOS, A.P.DA SILVA. Estudo da eficiência na redução do ruído de tráfego em pavimentos drenantes. Portugal, Dissertação (Mestrado em Engenharia Rodoviária), Universidade do Minho. 244p. 2007. http://diariooficial.itajuba.mg.gov.br/upload/Decreto%206906.pdf
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