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SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período AULA 8 TUBERCULOSE 1) ENTRADA NOS MACRÓFAGOS: Os núcleos goticulares inalados descem pela árvore brônquica sem aderir ao epitélio e são depositados nos alvéolos. Pouco depois de entrar nos pulmões a bactéria, M. tuberculosis, entra nos macrófagos pela fagocitose, mas resistem à destruição, aparentemente porque os lipídios da parede celular do M. tuberculosis impedem a fusão dos fagossomos e lisossomos; 2) REPLICAÇÃO NOS MACRÓFAGOS: a bactéria inibe a maturação do fagossomo e bloqueia a formação do fagolisossoma (inibição das vias bactericidas), pela inibição dos sinais de Ca²+ e do recrutamento e montagem das proteínas que medeiam a fusão fagossomo-lisossomo, permitindo que a bactéria se multiplique de forma descontrolada dentro da vesícula. Dessa forma, no estágio mais precoce da TB (<3 semanas) em um indivíduo não sensibilizado, as bactérias proliferam nos macrófagos alveolares pulmonares e nos espaços aéreos, resultando em bacteremia e semeadura de múltiplos locais. Mesmo com a bacteremia, a maioria dos pacientes é assintomático ou possui sintomas brandos tipo da gripe. 3) A RESPOSTA TH1: cerca de 3 semanas após a infecção, uma resposta T auxiliar 1 (TH1) é montada, a qual ativa os macrófagos, permitindo que eles se tornem bactericidas. A resposta é iniciada pelos antígenos micobacterianos, que entram nos linfonodos de drenagem e são apresentados às células T. Essa resposta TH1 mediada atua no controle da infecção, mas também acaba promovendo a agressão tecidual no parênquima pulmonar. 4) ATIVAÇÃO DOS MACRÓFAGOS MEDIADA POR TH1 E MORTE DAS BACTÉRIAS: as células TH1, nos linfonodos e pulmões, produzem IFN-γ (gama), que é um mediador crítico que permite que os macrófagos controlem a infecção pelo M. tuberculosis. O IFN-γ vai estimular a maturação do fagolisossoma nos macrófagos infectados, expondo as bactérias a um ambiente ácido, oxidante e letal. Após isso, o IFN-γestimula a produção do óxido nítrico (NO) que se combina com outros oxidantes para criar intermediários reativos do nitrogênio, que parecem ser importantes para matar as micobactérias. Além disso, o IFN- γ mobiliza os peptídeos antimicrobianos (defensinas) contra as bactérias. Por fim, o IFN-γestimula a autofagia, um processo que sequestra e então destrói as organelas danificadas e as bactérias intracelulares, como o M. tuberculosis. 5) INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA E DANO TECIDUAL: além de estimular os macrófagos a matar a micobactéria, a resposta TH1 atua na formação dos granulomas e da necrose caseosa. Os macrófagos ativados pelo IFN-γse diferenciam em “histiócitos epitelioides” que se agregam para formar granulomas, algumas células epitelioides se fundem para formar células gigantes de Langhans. Em muitas pessoas essa resposta para a infecção acontece antes que uma destruição tecidual significativa ou doença ocorram. Em outras pessoas, a infecção progride devido à idade avançada ou à imunossupressão, e a contínua resposta resulta na necrose caseosa, causando destruição do parênquima pulmonar. O NÓDULO DE GHON é o primeiro granuloma tuberculoso. Geralmente, ocorre na região subpleural do lobo médio (pulmão direito) ou na região inferior do lobo superior ou superior do lobo inferior (pulmão esquerdo), uma vez que há maior oxigenação, portanto, a probabilidade de chegarem bacilos é maior. Anatomopatologia SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período Em uma minoria de casos, a TB primária não se cura espontaneamente, acaba evoluindo para uma grave disseminação pelo organismo que pode ser fatal = tuberculose primária progressiva. Na imagem, pode-se observar que os bacilos migraram pelos linfáticos até um linfonodo hilar, onde a lesão foi maior. A disseminação hematogênica = quando os bacilos atingem veias ou artérias, como na meningite tuberculosa. Na tuberculose pós primária, admite-se que as lesões derivem de reativação de focos tuberculosos implantados na fase primária, e que permanecem latentes até que uma baixa de resistência permita novo crescimento bacilar. Na grande maioria as lesões pós primárias localizam-se no ápice pulmonar, ao contrário das lesões primárias!!! Os nódulos apicais são chamamos de NÓDULOS DE PUHL. Tuberculose miliar: há irregularidade na distribuição e o pequeno tamanho dos tubérculos, que indicam disseminação de bacilos pela via hematogênica. Tuberculose pós primária com caverna apical curada: a superfície interna é lisa, devido à fibrose. Histologicamente, as lesões ativas mostram tubérculos característicos coalescentes com caseificação central. Embora os bacilos possam ser demonstrados por métodos apropriados em fases iniciais de formação de granulomas exsudativos e caseosos, é geralmente impossível achá-los mais tarde, em estágios fibrocalcificados. A tuberculose pulmonar secundária, apical, localizada, pode curar espontaneamente ou depois da terapia, resultando em fibrose, ou a doença pode progredir e se estender por várias vias diferentes. À microscopia podemos ver um processo inflamatório crônico granulomatoso: muito comum ter necrose caseosa, e também acompanhando esse granuloma a presença de células gigantes multinucleadas e células histiócitos epitelioides. No granuloma temos esse centro eosinofílico: justamente a área de necrose caseosa com a zona periférica onde temos a presença de células gigantes multinucleadas e células histiócitos epitelioides SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período AULA 9 PARASITOLOGIA STROGYLOIDES STERCORALIS A infecção ocorre quando as larvas no solo penetram na pele e viajam para o pulmão através da circulação venosa; os vermes então viajam pela traqueia até a orofaringe e são engolidos criando infecção no intestino delgado; Vermes fêmeas na mucosa do intestino delgado produzem ovos por partenogênese que são passados para o solo onde eclodem para continuar o ciclo de infecção; Pesquisa do bacilo álcool-ácido resistente – BAAR, pelo método de Ziehl-Nielsen, é a técnica mais utilizada em nosso meio. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período As larvas eclodidas nos intestinos podem penetrar na mucosa do cólon para viajar para o pulmão para reiniciar a infecção (autoinfecção); Em pacientes imunocomprometidos, pode ocorrer doença grave com grande carga de parasitas; Descrição microscópica: no pulmão, pode ocorrer pneumonia eosinofílica e os vermes podem ser encontrados nas vias aéreas, alvéolos e vasos sanguíneos. ASCARIS LUMBRICOIDES OVO FÉRTIL de formato oval ou quase esférico de casca espessa e célula ovo no interior, formada por três camadas apresentando em média, 60µm de comprimento. A camada mais externa recebe o nome de membrana mamilonada. OVO INFÉRTIL de formato alongado, apresentando 80 a 90µm de comprimento, casca mais delgada com camada albuminosa muito reduzida, irregular ou ausente. O interior do ovo infértil é cheio de grânulos refringentes, de aspecto grosseiro. OVO DECORTICADO de formato oval ou quase esférico, apresentando camada interna e média, com célula ovo em seu interior, mas que perdeu sua membrana mamilonada. ADULTOS longos, cilíndricos e com extremidades afiladas. As fêmeas são maiores e mais grossas, tendo a parte posterior retilínea ou ligeiramente encurvada. Os machos tem enrolamento ventral, espiralado na extremidade caudal. ANCYLOSTOMA DUODENALE: TRUCHURIS TRICHIURA: TOXOPLASMA GONDII: SCHISTOSOMA MANSONI:DESISTO DESSE TREM! AULA 10 OBSERVAR A MACROSCOPIA DOS CARCINOMAS PULMONARES CARCINOMA BRONCOGÊNICO INCIPIENTE: Na imagem, à esquerda, nota-se mucosa brônquica normal, com superfície lisa e estriações longitudinais. À direita, há uma área rugosa e irregular, que consiste em um carcinoma em fase inicial. Como se originou da mucosa brônquica, é chamado broncogênico. Na realidade, todos os carcinomas pulmonares são broncogênicos, pois derivam dos brônquios proximais (como neste caso) ou distais (como nos adenocarcinomas). O tipo histológico mais provável para este caso seria um carcinoma epidermóide, originado de metaplasia escamosa da mucosa brônquica em resposta a estímulos irritativos crônicos, como a fumaça do cigarro. CARCINOMA BRONCOGÊNICO EPIDERMÓIDE: Dos carcinomas broncogênicos, os que mais frequentemente se originam no hilo pulmonar são os carcinomas epidermóides e o carcinoma indiferenciado de pequenas células. Os adenocarcinomas em geral originam-se de brônquios pequenos e periféricos. O carcinoma epidermóide se SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período origina a partir de uma área de metaplasia do epitélio cilíndrico simples ciliado normal da mucosa brônquica. CARCINOMA BRONCOGÊNICO INDIFERENCIADO DO TIPO PEQUENAS CÉLULAS COM METÁSTASES: METÁSTASE PULMONAR DE ADENOCARCINOMA DE CÓLON: OBSERVAR A MICROSCOPIA DOS CARCINOMAS PULMONARES CARCINOMA BRONCOGÊNICO EPIDERMÓIDE: O carcinoma de células escamosas é visto mais comumente em homens e é fortemente associado ao tabagismo. É um tumor epitelial maligno com evidência em diferenciação escamosa. As lesões precursoras que originam o carcinoma de células escamosas invasivo são bem caracterizadas. É caracterizado, histologicamente, pela presença de queratinização e/ou pontes intercelulares. A queratinização pode assumir a forma de pérolas córneas ou células individuais com citoplasma denso e acentuadamente eosinófilo, sendo um aspecto proeminentes nos tumores bem diferenciados, fáceis de serem vistos, mas não são extensos em tumores moderadamente diferenciados, e são vistos focalmente nos tumores poucos diferenciados. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período ADENOCARCINOMA DO PULMÃO: O adenocarcinoma (adeno = glândula/carcinoma = tumor maligno originado em epitélios) é subtipo histológico mais comum de câncer de pulmão, as pessoas que nunca fumaram e que desenvolvem câncer de pulmão apresentam com mais frequência esse tipo, além disso, é mais comum nas mulheres e na média de idade de 60-70 anos. É um tumor epitelial maligno BASTANTE INVASIVO (90%) com diferenciação glandular ou produção de mucina pelas células tumorais. Em geral, tem crescimento lento e tamanho diminuído em comparação com outros tipos tumorais, mas tendem a sofrer metástase ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento. Pode-se originar-se dos tecidos bronquiolares ou alveolares do pulmão, esses tumores tendem a se localizar mais na periferia do pulmão próximo a pleura (maior prevalência no lobo superior do pulmão), e, em alguns casos, estão associados a áreas de retração fibrótica, que podem ser ocasionadas por infartos antigos, corpos estranhos metálicos, feridas e infecções granulomatosas (tuberculose). SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período CARCINOMA BRONCOGÊNICO INDIFERENCIADO DO TIPO PEQUENAS CÉLULAS: São tumores altamente malignos e estão fortemente associados ao tabagismo, sendo raro em pessoas que nunca fumaram. Podem surgir nos brônquios principais (ele é mais central) ou na periferia do pulmão, sendo os tumores mais agressivos, por ser anaplásico (muito INDIFERENCIADO, ou seja, quanto mais indiferenciado, mais agressivo), amplamente metastáticos, e virtualmente sempre provam ser fatais. O diagnóstico histopatológico pode ser desafiador, em virtude da abundância de tecido necrótico, mas é estabelecido por elementos característicos, como um alto grau de mitose e necrose. É composto por células relativamente pequenas, com citoplasma escasso, bordas celulares pouco definidas, cromatina nuclear finamente granular (padrão sal e pimenta) e o nucléolos ausentes ou pouco evidentes. As células crescem em grupamentos que não exibem nem organização glandular nem diferenciação escamosa. As células tumorais são colunares e crescem forrando os espaços alveolares, geralmente numa camada única. O tecido neoplásico imita estruturas glandulares, daí o termo adenocarcinoma. Há atipias nucleares. Em certos locais as células descamam e preenchem parcialmente a luz das cavidades. Há mitoses, mas é mais difícil vê- las aqui do que nos exemplos anteriores. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período AULA 11 MEDULA ÓSSEA NORMAL CARCINOMA BRONCOGÊNICO INCIPIENTE: Na imagem, à esquerda, nota-se mucosa brônquica normal, com superfície As séries hemopoéticas se distribuem em compartimentos, parecendo soltas, mas, na verdade, estão ancoradas às células reticulares da medula. Os megacariócitos são as células mais visíveis, maiores, de núcleo polilobado. São distribuídos aleatoriamente, cerca de 2 a 5 por espaço intertrabecular, geralmente não agrupados. A série eritroblástica está visível como pequenos cachos de células de núcleos arredondados, escuros, longe das trabéculas ósseas. A série granulocítica se distribui por todo o espaço intertrabecular. APLASIA DE MEDULA Há redução numérica intensa das três séries hemopoéticas, dando à medula óssea aspecto depletado, pobre em núcleos. Algumas células são ainda reconhecíveis, como megacariócitos. ANEMIA MEGALOBLÁSTICA EM ASPIRADO DE MEDULA: é caracterizada pelo aumento de todas as células do corpo, inclusive as células da medula óssea. Observe a cromatina aberta e imatura nos precursores eritroides iniciais (setas pretas sólidas), normais para seu nível de imaturidade. No entanto, nos precursores eritróides intermediários e tardios (setas brancas com contorno preto), o citoplasma começa a ficar hemoglobinizado (observe a tonalidade rosada do citoplasma em relação aos precursores iniciais); no entanto, o núcleo não amadurece de forma semelhante e se assemelha ao núcleo dos primeiros precursores. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período Isso é chamado de dessincronia nuclear/citoplasmática e esses precursores eritroides são chamados de megaloblastos. A figura inserida mostra o núcleo tipo mancha de tinta normalmente maduro visto em precursores eritróides tardios para comparação. Observe também que as células circundadas mostram anormalidades nucleares, como brotamento nuclear, também comumente visto na anemia megaloblástica. Aspirado de medula óssea, 1.000x, mostrando megaloblastos (setas brancas com contorno preto) Esfregaço de aspirado de medula óssea, 1.000x, mostra hiperplasia eritroide acentuada. Alguns precursores eritróides apresentam características displásicas, como brotamento nuclear e lobulação (setas pretas sólidas). Aspirado de medula óssea, 1.000x, mostrando aumento do número de precursores eritroides com figuras mitóticas frequentes. Um neutrófilo na imagem mostra 5 lobos. Diz-se que os neutrófilos são hipersegmentados se > 5% apresentarem 5 lobos ou um único neutrófilo apresentar > 5 lobos. ANEMIA APLÁSTICA: as células da medula óssea que se transformam em células maduras são danificadas, o que resultaem números reduzidos de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e/ou plaquetas. Homem de 52 anos apresenta pancitopenia. A medula óssea é marcadamente hipocelular sem hematopoiese em maturação. Após a investigação completa, foi feito o diagnóstico de anemia aplástica. A paciente foi então iniciada em terapia imunossupressora, com discreta melhora do hemograma periférico. MACROSCOPIA E MICROSCOPIA DO FÍGADO NORMAL E DO FÍGADO ESTEATÓTICO Esteatose hepática é o acúmulo de lípides em células ou tecidos onde normalmente não ocorre, geralmente em consequência de distúrbios metabólicos. Os lípides são quase sempre triglicérides. O fígado é o órgão que mais frequentemente sofre esteatose, o que reflete seu papel central no metabolismo das gorduras. Chama a atenção a cor fortemente amarelada do fígado. O caráter focal deve-se à distribuição dos hepatócitos com esteatose em relação ao lóbulo hepático: em certos casos, os hepatócitos centrolobulares têm mais esteatose que os da Medula óssea mostrando espaços lacunares substituídos por gordura com poucas células nucleadas, muitas das quais são plasmócitos. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período periferia do lóbulo, mas também o inverso pode acontecer, e somente por exame histológico é possível diferenciar. Independentemente da localização da esteatose focal, o fenômeno permite uma visualização macroscópica da arquitetura lobular do fígado. Quando a esteatose é difusa, todas as regiões do lóbulo estão igualmente acometidas. Observa-se distribuição difusa dos vacúolos lipídicos nos hepatócitos. Os vacúolos são redondos, de limites nítidos e tamanho variável. Os vacúolos maiores se formam por confluência dos menores. Quando volumosos, deslocam o núcleo e citoplasma do hepatócito para a periferia porque, sendo os lípides (no caso, triglicérides) insolúveis em água, não se misturam com o citoplasma. As principais causas de esteatose hepática na prática clínica são a desnutrição e o alcoolismo crônico. As imagens abaixo mostram alterações hepáticas comuns em diversos quadros patológicos e que podem ser encontrados, também nas doenças infecciosas, ex.: dengue e malária. INFILTRADO INFLAMATÓRIO EM ESPAÇO PORTA: ESTEATOSE: AULA 12 CONHECER AS DOENÇAS MIEOLOPROLIFERATIVAS E LINFOPROLIFERATIVAS MACROSCOPIA Amigdalite necrohemorrágica na leucemia aguda: numa leucemia as células malignas destroem as linhagens normais responsáveis pela produção de hemácias, leucócitos e plaquetas, porque comprimem e substituem a medula óssea funcionante. Em consequência, o paciente leucêmico poderá apresentar anemia, leucopenia, que abre caminho para infecções bacterianas, e plaquetopenia, que propicia hemorragias generalizadas. Leucemia mieloide crônica: A leucemia mieloide crônica se apresenta com uma das maiores esplenomegalias, devido à infiltração e metaplasia mieloides. A esplenomegalia da leucemia mieloide crônica é bem mais pronunciada que a da aguda. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período Leucemia linfoide aguda: A esplenomegalia é moderada e a superfície de corte é homogênea. O rim está muito aumentado de volume, por choque (necrose tubular aguda) e infiltração leucêmica, só observável ao exame microscópico. Notam-se petéquias na superfície renal, atribuíveis à diátese hemorrágica da leucemia. Macroscopicamente não se distingue leucemia aguda em linfóide e mielóide. A distinção é feita na microscopia e, mesmo assim, pode exigir técnicas especiais. Linfoma de íleo: A mucosa do íleo contém lesão extensa, irregular, difusamente infiltrativa, mas formando um pólipo na porção inferior da peça. coloca-se logo a hipótese diagnóstica de linfoma, já que carcinomas primários de intestino delgado são raros. Linfoma em baço: Nota-se moderada esplenomegalia. A superfície de corte do baço exibe pequenos nódulos de 0,1 a 0,5 cm. de diâmetro. Estes nódulos se distribuem homogeneamente pela superfície de corte. Linfoma de Hodgkin cervical em criança: A peça compara linfonodos de duas cadeias distintas e separadas pelo diafragma. Só os linfonodos cervicais estão aumentados. Compare com os linfonodos mesentéricos (ao lado da língua), muito menores. Linfoma de Hodgkin: linfonodos: Os linfonodos estão muito aumentados de volume, sendo que o maior atinge 9 cm no maior diâmetro. A superfície de corte é característicamente lisa e homogênea, palidamente amarelada. Não se observa necrose. Este aumento de vários linfonodos simultâneamente, e a homogeneidade do aspecto são fortemente sugestivos de linfoma. Metástases costumam ter aspecto irregular, com necrose na superfície de corte. Linfoma de Hodgkin: acometimento sistêmico: imagens de 2 casos. Há dois baços com esplenomegalia, em cuja superfície de corte é possível observar áreas esbranquiçadas e irregulares em meio à polpa vermelha. Trata-se de infiltração por linfoma de Hodgkin. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período MICROSCOPIA Leucemia mieloide aguda: o tecido adiposo praticamente desaparece. Não existem mais as linhagens hematopoiéticas normais. Em seu lugar há abundantes blastos mieloides, que são células neoplásicas imaturas da série granulocítica, homogeneamente distribuídas pelos espaços intertrabeculares. O aspecto geral do tecido é monótono. Os blastos têm núcleos ovalados, alguns indentados ou reniformes, com moderada variação na forma e volume. O citoplasma é evidente, mas relativamente escasso. Há numerosas mitoses. Trata-se, portanto, de uma neoplasia maligna das células da linhagem mieloide (ou granulocítica), que substituiu o tecido normal. As células imaturas estão também presentes em grande quantidade no sangue circulante. A destruição das linhagens hematopoiéticas normais leva a redução acentuada do número de hemácias, leucócitos maduros e plaquetas no sangue periférico (pancitopenia). As consequências clínicas são anemia, tendência a infecções graves (pela leucopenia) e a hemorragias (pela plaquetopenia). Leucemia mieloide crônica: o aspecto é polimórfico, com células imaturas e maduras das linhagens granulocítica e megacariocítica atípicos, pequenos e formam agrupamentos. Quando seus núcleos não apresentam a multilobulação normal, são denominados micromegacariócitos. E a série vermelha é escassa. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período Leucemia linfoide crônica: Há proliferação de linfócitos de aspecto maduro, bem diferenciado, que infiltram linfonodos, baço (polpa branca e vermelha), fígado (preferência pelos espaços portais) e a medula óssea. *(acho que cai) Linfoma de Hodgkin: nota-se que a arquitetura do linfonodo está totalmente alterada, não sendo possível observar seios linfáticos ou folículos linfóides. A cápsula está espessada (faixa rósea na superfície) e há traves de fibrose. Em aumento mais forte, notam-se vários tipos de células: linfócitos, histiócitos, eosinófilos e células epitelióides (daí, celularidade mista). Em meio a estas, destacam-se pelo tamanho as células atípicas: mononucleadas (células de Hodgkin) e bi ou multinucleadas (células de Sternberg-Reed). ** Notar que só as células atípicas são neoplásicas, todas as outras são reacionais. Células de Sternberg-Reed mostram citoplasma abundante e dois núcleos volumosos com nucléolos evidentes e eosinófilos, dando o característico aspecto “em olho de coruja”. SOI LAB III Emilly LorenaQueiroz Amaral – Medicina/3º Período Linfoma folicular (exemplo de linfoma indolente): A arquitetura do linfonodo está alterada por neoplasia de padrão nodular (ou folicular) que, em aumento fraco, imita a hiperplasia linfóide folicular. Contudo, não se trata de uma hiperplasia (benigna), mas sim de um linfoma, que assume padrão folicular por ser originado em células do centro germinativo. As células são neoplásicas, tanto dentro dos folículos como entre eles, e constituídas por centrócitos (menores) e centroblastos (maiores). As células da parte extrafolicular são semelhantes às da região intrafolicular. Não há macrófagos dando aspecto em céu estrelado, ao contrário do que se observa na hiperplasia linfoide. O fato de a arquitetura tumoral imitar estruturas normais do linfonodo (no caso, os folículos linfóides) é indício de boa diferenciação e de grau de malignidade histológico baixo. Linfoma difuso de grandes células B (variante imunoblástica): exemplo de linfoma agressivo. O linfonodo mostra perda total da arquitetura, com substituição das estruturas normais por células neoplásicas com aspecto difuso. Não há folículos linfoides, seios linfáticos ou distinção entre camadas cortical e medular. Grande parte das células tumorais são maiores que linfócitos normais, apresentam núcleo com cromatina frouxa e um proeminente nucléolo eosinófilo, geralmente em posição central. Estas células têm aspecto semelhante a imunoblastos (células imaturas de linhagem B). Chamam atenção mitoses e apoptose CÉLULAS DE HODGKIN SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período AULA 13 COMPREENDER SOBRE DOENÇAS INFECCIOSAS DA PELE E SUAS ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS: HERPES, MOLUSCO CONTAGIOSO, ERISIPELA E ECZEMA Herpes zoster: é uma infecção que resulta da reativação do vírus da varicela zóster de seu estado latente em um gânglio da raiz dorsal posterior. Os sintomas geralmente começam com dor ao longo do dermátomo afetado, seguida por uma erupção vesicular em 2 a 3 dias que, com frequência, fornece o diagnóstico. O tratamento é feito com fármacos antivirais administradas em 72 h após o início das lesões cutâneas. Molusco contagioso: Descrição histológica: Lesão em forma de taça com lóbulos invertidos de epitélio escamoso hiperplásico que se expandem para a derme subjacente; Corpos de Henderson-Paterson ou molusco: corpos de inclusão eosinofílicos intracitoplasmáticos grandes (até 35 mícrons); Na camada granular, os corpos tornam-se cada vez mais hematoxifílicos e ocupam toda a célula; Infiltrado inflamatório crônico visto em lesões em regressão. Erisipela: não passou nada de importante, somente o site (clica aqui) Eczema: lesões eritêmato-descamativas, com formação de pequenas bolhas. Herpes-zóster (dermátomo torácico): A infecção viral cutânea acompanha dermátomos neurais e também queimação, eritema, formação de bolhas e necrose. Herpes-zóster (distribuição V1 do nervo trigêmeo): Lesões vesiculares que se desenvolveram ao longo da distribuição V1 do ramo oftálmico do nervo trigêmeo nessa paciente com herpes zoster agudo. Lesões na ponta do nariz dela sugerem envolvimento do nervo nasociliar, que também irriga o globo. SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período RECONHECER AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS MANIFESTAÇÕES CUTÂNEAS CAUSADAS PELO MYCOBACTERIUM LEPRAE E LEISHMANIA SP. Leishmaniose cutânea: na microscopia mostrará na derme um intenso processo inflamatório crônico granulomatoso. A epiderme está preservada. Os granulomas são constituídos por células epitelióides e praticamente não há gigantócitos. Em algumas áreas é possível observar-se macrófagos contendo leishmanias em vacúolos citoplasmáticos. Hanseníase tuberculóide: chamam a atenção granulomas situados na derme, sendo os maiores na profundidade. São constituidos de células epitelióides, de forma semelhante aos granulomas da tuberculose. Esta é a razão do termo hanseníase tuberculóide. Embora aqui não estejam demonstrados gigantócitos, eles poderiam estar presentes em outros cortes, ou em outros casos. Há uma pequena área de necrose caseosa em um granuloma, mas ela não é necessária para o diagnóstico. Observa-se epiderme acantótica, com espongiose (edema intercelular), e formação de vesículas e bolhas. Estas contêm material amorfo ou filamentoso, queratinócitos em degeneração, detritos celulares, alguns neutrófilos e hemácias. Na figura de baixo, observar o rompimento da bolha na superfície, com extravasamento de seu conteúdo para o estrato córneo. Este achado é comum na fase aguda do eczema e explica o significado do termo 'eczema' (do grego efervescência ou ebulição). SOI LAB III Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/3º Período A pesquisa de bacilos de Hansen (bacilos álcool-ácido resistentes ou BAAR) pela técnica de Ziehl-Neelsen provavelmente resultaria negativa, pois a reação granulomatosa é eficiente para destruir os bacilos. Hanseníase virchowiana: Chamam a atenção acúmulos de macrófagos em todos os níveis do derma, mais notadamente na porção superficial. Estas células têm citoplasma claro, finamente vacuolado e limites imprecisos, sendo difícil individualizá-las. Estes macrófagos têm o citoplasma abarrotado de bacilos de Hansen formando acúmulos conhecidos como globias. Os macrófagos fagocitam os bacilos e não conseguem destruí-los, pelo contrário, os bacilos proliferam no seu citoplasma, já que são parasitas intracelulares. Os macrófagos ricos em bacilos de Hansen são chamados células de Virchow e caracterizam a forma virchowiana da hanseníase (antigamente chamada de lepra lepromatosa).