- Sistema Cardiovascular - | Envelhecimento e doenças associadas | Histologia A parede dos vasos é formada por endotélio, tecido muscular e tecido conjuntivo. A associação desses tecidos forma as túnicas dos vasos sanguíneos. A túnica íntima apresenta uma camada de células endoteliais (epitélio pavimentoso simples) apoiada sobre uma lâmina basal. A túnica média consiste principalmente em camadas concêntricas de células musculares lisas organizadas helicoidalmente. A túnica adventícia consiste principalmente em colágeno tipo I e fibras elásticas. Vasos grandes normalmente apresentam vasa vasorum, que são arteríolas, capilares e vênulas que se ramificam profusamente na adventícia e, em menor quantidade, na porção externa da média. Vascularização da Cabeça A vascularização encefálica provém da artéria carótidas interna e da artéria vertebral. Círculo arterial do cérebro (de Willis) é um arranjo quase pentagonal de vasos na face anterior do encéfalo. Representa uma anastomose importante na base do encéfalo entre as quatro artérias (duas artérias vertebrais e duas artérias carótidas internas) que irrigam o encéfalo. É formado pela: artéria comunicante anterior, artérias cerebrais anteriores, artérias carótidas internas, artérias comunicantes posteriores e artérias cerebrais posteriores. As veias de paredes finas e sem válvulas que drenam o encéfalo perfuram a aracnoide- máter e as lâminas meníngeas da dura-máter e terminam nos seios venosos da dura-máter mais próximos, que drenam, em sua maior parte, para as veias jugulares internas. Vascularização do Pescoço As artérias na região cervical lateral incluem os ramos laterais do tronco tireocervical, a terceira parte da artéria subclávia e parte da artéria occipital. A veia jugular externa começa perto do ângulo da mandíbula pela união da divisão posterior da veia retromandibular com a veia auricular posterior. É responsável por drenar a maior parte do couro cabeludo e a região lateral da face. A veia subclávia é o principal canal venoso que drena o membro superior. Vascularização de MMII Artéria femoral, que é uma continuação da artéria ilíaca externa distal ao ligamento inguinal, é a principal artéria do membro inferior. A veia femoral é a continuação da veia poplítea proximal ao hiato dos adutores. As artérias da região glútea (artéria glútea superior, artéria glútea inferior e artéria pudenda interna) originam-se, direta ou indiretamente, das artérias ilíacas internas. A artéria tibial posterior, o maior e mais direto ramo terminal da artéria poplítea, é responsável pela vascularização do compartimento posterior da perna e do pé. A artéria poplítea, a continuação da artéria femoral, começa quando esta atravessa o hiato dos adutores. As duas principais veias superficiais no membro inferior são as veias safenas magna e parva. A veia safena magna é formada pela união da veia dorsal do hálux e o arco venoso dorsal do pé. A veia safena parva origina-se na face lateral do pé, a partir da união da veia dorsal do quinto dedo com o arco venoso dorsal. Arteriosclerose Significa endurecimento de artérias. Engloba três entidades: aterosclerose, arterioloesclerose e calcificação da média de Monckeberg. Aterosclerose Afeta prioritariamente a camada íntima de artérias de grande e médio calibres. As lesões podem iniciar-se nos primeiros anos de vida, progridem ao longo da vida e tornam- se mais desenvolvidas em adultos e mais graves na idade avançada. Apresenta duas consequências principais: obstrução arterial, com isquemia, aguda ou crônica; dilatação arterial, resultando em aneurisma. Obstrução arterial é a consequência mais importante da aterosclerose. Os principais quadros clínicos são angina do peito, infarto ado miocárdio ou cerebral, isquemia intestinal, claudicação intermitente e gangrena nos membros inferiores. Virchow defendia que as lesões seriam uma resposta do organismo à penetração de plasma e acúmulo de gorduras na íntima. Teoria da resposta a agressão: agressão ao endotélio com sua lesão/disfunção; penetração e acúmulo de lipoproteínas na íntima; adesão de monócitos e plaquetas ao endotélio, com liberação de fatores de crescimento; migração de células musculares lisas da camada média para a íntima, seguida de sua multiplicação e; síntese e deposição de componentes da matriz extracelular. Fatores de risco: predisposição familial, taxa hormonal (mulheres pré-menopausa apresentam menor chance de desenvolverem complicações da aterosclerose, entretanto, pós-menopausa, a tendência é de equilíbrio entre os sexos), hipercolesterolemia, HAS, tabagismo, diabetes mellitus, etilismo, etc. Aterogênese: 1. As partículas de LDL-c se depositam entre as células endoteliais e as células musculares lisas do endotélio vascular. Uma porção do LDL-c é oxidado, induzindo a migração de monócitos para o local e sua diferenciação em macrófagos. Os macrófagos, por sua vez, fagocitam as partículas de LDL-c originando as células espumosas. 2. A alteração endotelial diante da lesão leva à agregação plaquetária na superfície lesionada e liberação de fatores de crescimento, como PDGF (fator de crescimento derivado de plaquetas). 3. A morte das células espumosas resulta do acúmulo de lipídeos intracelulares, estimulando a fibrose. 4. Com o avanço da lesão, o tecido sofre necrose e calcificação. A placa aterosclerótica resultante estreita a luz do vaso sanguíneo e atua como local para formação de trombo, o que propicia o IAM. Consequências: angina (por falta de sangue e oxigênio), infarto (morte do músculo cardíaco por completa isquemia), AVEi (morte de parte do tecido do cérebro por falta completa de circulação sanguínea e oxigenação), AVEh (no local onde se forma a placa aterosclerótica, pode ocorrer o rompimento do vaso cerebral envolvido, ocasionando a interrupção da circulação sanguínea e morte tecidual). Infarto Agudo do Miocárdio É a necrose da célula miocárdica resultante da oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco. Fatores de risco: sedentarismo, obesidade, tabagismo, níveis séricos elevados de colesterol e triglicérides, diabetes mellitus, períodos prolongados de tensão, idade avançada, ser do sexo masculino, uso de contraceptivo oral por mulheres com idade superior aos 40 anos. Para o diagnóstico, 2 dos 3 critérios abaixo devem estar presentes: 1. Sintomas clínicos sugestivos de isquemia miocárdica ou histórico de dor peitoral. 2. Mudanças ou alterações do ECG. 3. Alterações dos níveis séricos de marcados cardíacos. Biomarcadores: Mioglobina: é pouco específico porque seu aumento sérico por se dar devido ao trauma em músculo esquelético ou músculo cardíaco. CK e CKMB: biomarcadores tradicionais do diagnóstico de IAM, sendo a CKMG uma isoenzima cardioespecífica. Troponina T e I: são biomarcadores com especificidade cardíaca. São considerado padrão-ouro. * Tendo em vista sua ampla distribuição em diferentes tecidos, resultando em baixa especificidade, a determinação da atividade da lactato desidrogenase total (LDH) não é mais recomendada para o diagnóstico ou acompanhamento do paciente com lesão cardíaca. Tratamento: 1. Analgésicos e sedativos. 2. Nitratos. 3. Bloqueadores beta-adrenérgicos. 4. Antagonistas dos canais de cálcio. 5. Antiagregantes plaquetários. 6. Inibidores do SRAA. 7. Antitrombínicos. Varizes Caracterizadas por dilatações e tortuosidades de veias. Resultam de estase sanguínea e insuficiência de valvas venosas em círculo vicioso. Os membros inferiores são a sede mais frequente de varizes. O avançar da idade também aumenta a incidência. Há evidências de que são frequentes em pessoas que permanecem paradas em pé, obesas e/ou com algum grau de insuficiência cardíaca. Mulheres são mais propensas a essas varizes, sendo a gravidez o