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CAMILA STEFANY FERREIRA DE LIMA FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA ANAMNESE DO PACIENTE PNEUMOPATA CASTANHAL- PA 2022 1. AVALIAÇÃO: ANAMNESE E EXAME FÍSICO. Uma avaliação completa em pacientes pneumopatas permite identificar as manifestações clínicas e funcionais causadas pelas doenças do sistema respiratório. E é a partir de uma boa avaliação que o fisioterapeuta poderá definir corretamente os objetivos do tratamento a curto e longo prazo, e a conduta imediata. Após o planejamento do tratamento, evolução, reavaliação e o cumprimento destes objetivos (alta). O primeiro passo para a investigação dos principais comprometimentos é a Anamnese, é um momento de coleta de dados: identificação do paciente; história de patologia pregressa; uso de medicamentos, histórico de patologias familiares; queixa principal e história pessoal. O detalhamento destas informações ajudará o profissional a compreender e mapear os processos biopsicossociais corroborantes ao adoecimento. O processo de entrevista geralmente é realizado diretamente com o paciente. Contudo, mediante limitação que dificulte a comunicação pode-se buscar estes dados através de gestos, por escrito ou com familiares. Quando se trada da investigação sobre a doença atual é necessário que o fisioterapeuta esteja atento para os sintomas frequentes e buscar informações sobre a localização da dor, qualidade da tosse e da secreção pulmonar, duração frequência e tempo de duração destes sintomas. Além de fatores agravantes/atenuantes (mudanças de decúbitos ou mudanças atmosféricas por exemplo) e outras alterações clínicas demonstradas em outros tipos exames ou queixas, o fisioterapeuta deve estar atento as relações. Após a anamnese o profissional poderá passar para o exame físico. Este consiste em inspeção, palpação, percussão, ausculta pulmonar e exames complementares. Um dos aspectos que deve ser investigado é a secreção pulmonar. durante a expectoração, em respiração espontânea, o paciente elimina a secreção através do reflexo da tosse. pacientes com bronquite e broncoectasia elimina uma quantidade aumentada de secreção pulmonar. A tosse é um reflexo natural do aparelho respiratório que surge como consequência de um processo irritativo. O fisioterapeuta deve investigar a tosse produtiva e a tosse seca além dos tipos de secreção, principalmente se esta for uma tosse com sangue (hemoptise) ou purulenta. Além disso deve-se observar a dispneia, ela é uma experiência subjetiva de desconforto respiratório, que consiste em sensações qualitativamente distintas que variam em intensidade nela é importante perguntar o período de início do sintoma. 1.1 INSPEÇÃO ESTÁTICA E DINÃMICA A partir da observação do paciente, é possível realizar a inspeção estática e a dinâmica. A inspeção estática permite verificar se há alterações da caixa torácica quanto ao seu formato, enquanto a inspeção dinâmica analisa tipo respiratório, frequência e ritmo respiratório, avalia expansibilidade pulmonar e presença de sinais como a tiragem intercostal. A inspeção estática permite observar as alterações no formato do tórax. As alterações biomecânicas nesta região podem comprometer a ventilação, a movimentação por distúrbios de músculos principais e acessórios; no gradiente de pressão etc. Podemos classificar estas alterações e deformidades toráxicas como descrito a seguir: TORÁX EM TONÉL TÓRAX INFUNDIBULIFORME/ ESCAVATUM TÓRAX CARINATUM TÓRAX EM TONEL TÓRAX CIFÓTICO TÓRAX EM SINO TÓRAX CHATO TÓRAX ESCOLIÓTICO Durante a inspeção dinâmica podemos observar a movimentação torácica e abdominal durante a respiração, o que nos permite saber o tipo respiratório se costal superior ou toracoabdominal. a respiração em um indivíduo saudável é predominantemente com a caixa torácica. Na análise do ritmo respiratório o avaliador deve observar a dinâmica respiratória do paciente por no mínimo 2 minutos. à identificação de alterações da anormalidade pode indicar ritmo respiratório anormal. Taquipneia, bradipneia ou hiperpneia são nomes bastante ouvidos quando estudamos sobre ritmo respiratório anormal. Taquipneia é o aumento da frequência respiratória associada à redução do volume corrente seja por doenças restritivas como derrame pleural edema pulmonar ou até mesmo ansiedade. a bradipneia é a redução da frequência respiratória seja por lesões neurológicas ou depressão dos centros respiratórios por drogas por exemplo. a hiperpneia é o aumento da ventilação alveolar decorrente do aumento da frequência respiratória e volume corrente. re também temos a apneia que é a interrupção da respiração, a febre ansiedade que causam redução da frequência respiratória, o ritmo de cantani que é o aumento da amplitude dos movimentos respiratórios e o ritmo de biot cuja respiração sim intercala com períodos de apneia e ventilação. 1.2 PALPAÇÃO Na palpação é possível verificar o frêmito toracovocal (a sensação de vibração da parede torácica é sentida enquanto o paciente fala), o qual é reduzido no derrame pleural e no pneumotórax e exacerbado na consolidação pulmonar (p. ex., pneumonias lobares). Pontos sensíveis à palpação podem indicar fratura de arco costal subjacente, luxação ou inflamação costocondral, ou inflamação pleural. O aumento do FTV é percebido na presença de consolidações como em pneumonias, edema de pulmão e hemorragia pulmonar. A Redução do FTV quando há algum bloqueio total ou parcial na transmis são das vibrações, como no derrame pleural, na atelectasia, no pneumotórax e no enfisema A palpação traqueal é importante para detectar a presença de atelectasia, pode haver desvio da traqueia para o mesmo lado da lesão, enquanto na presença de derrame pleural e pneumotórax de grande volume pode haver deslocamento da traqueia para o lado. Outro ponto de avaliação na palpação é a Expansibilidade pulmonar. Onde nos ápices pode ser vista a mobilidade dos ápices pelo movimento das mãos do examinador durante a respiração do paciente. Deve ser solicitado ao paciente que respire profundamente e expire lentamente até o volume residual o fisioterapeuta está posicionado atrás do paciente, coloca as mãos sobre a região superior dos ápices pulmonares, os dedos justapostos (do 2o aos 5o dedos) sobre as regiões supraclaviculares com as bordas internas tocando a base do pescoço e os polegares próximos na região da vértebra proeminente. Durante a palpação da Expansibilidade das bases o fisioterapeuta está posicionado atrás do pa ciente, posiciona os polegares na linha média posterior, próximo aos processos espinhosos das 9a e 10a vértebras torácicas. As mãos envolvem as regiões laterais e posteriores das bases pulmonares. Deve ser observado o movimento dos polegares que ser deslocam igualmente (3 cm – 5 cm). O paciente respira profundamente e expira lentamente até o volume residual. 1.3 PERCUSSÃO A percussão do tórax auxilia na identificação de se os tecidos localizados internamente estão preenchidos com ar, líquido ou se são mais sólidos. O fisioterapeuta deve posicionar a interfalangiana distal do dedo médio da mãe esquerda (se avaliador for destro) sobre o tórax. Os demais dedos não estão em contato com a parede torácica; Realizar flexão e extensão do punho direito, mantendo dedo médio da mão direita levemente fletido e percutindo sobre a interfalangiana distal do dedo médio da mão esquerda posicionada sobre o tórax; A percussão deve ser realizada com a região distal do dedo, não com a polpa digital. Na região posterior do tórax, não percutira região escapular. É possível encontrar como alterações da percussão torácica a hiper sonoridade pulmonar, a submacicez e a macicez, e o som timpânico. Na hiper sonoridade pulmonar verificado na presença de aumento de ar na região alveolar. Frequente na presença do enfisema, na crise de asma. O maciço e submaciço é caracterizado pela redução ou desaparecimento do som na percussão pulmonar. Indicativo de redução de ar na região alveolar. Pode ser visto na consolidação pulmonar, na atelectasia, na congestão pulmonar, no derrame pleural. Por sua vez, a som timpânico é verificado na presença de pneumotórax ou de uma cavidade pulmonar grande preenchida com ar. 1.4 AUSCUTA PULMONAR Permite avaliar o fluxo de ar e a ventilação pulmonar realizada com o auxílio do estetoscópio o fisioterapeuta identifica neste exame os sons normais pulmonares e a presença de ruídos adventícios ausência ou redução dos sons pulmonares já pode indicar uma anormalidade pulmonar. Quanto ao posicionamento do paciente ele deve estar posicionado sentado se houver limitação pode-se auscultar o pulmão em decúbito dorsal ou lateral. O tórax deve estar Descoberto e o estetoscópio não deve estar posicionado sobre a roupa. As regiões de ausculta são anterior lateral e posterior do tórax de forma simétrica, bilateral e comparativa em toda a extensão do pulmão, por no mínimo um ciclo respiratório em cada posição. outro ponto a ser levado em consideração é não posicionar o diafragma esteto sobre proeminências ósseas. 1.4.1 SONS PULMONARES NORMAIS E RUÍDOS ADVENTÍCIOS Os sons normais variam quanto à intensidade duração e localização do pulmão, incluindo o som traqueal, respiração brônquica, respiração bronquiovesicolar e murmúrio vesicular. 1) Som traqueal é muito alto e pode ser localizado nas regiões de projeção da traqueia e no pescoço. 2) respiração brônquica, som alto que pode ser encontrado nas regiões de projeção dos brônquios principais. 3) respiração bronquiovesícular, sonoridade intermediária que pode ser localizada na região esternal superior, pastor interessescapulovertebral direita, 1° e 2° espaço intercostal. 4) murmúrio vesicular, som suave em quase todo o pulmão na periferia dos pulmões com maior intensidade na região anterosuperior do tórax nas axilas e regiões Intraescapulares. Quando o murmúrio vesicular está ausente pode significar derrame pleural ou pneumotórax. Os sons pulmonares anormais são chamados de ruídos adventícios. Eles podem ser divididos em ruídos adventícios pulmonares contínuos (roncos e sibilos) e descontínuos, sendo eles estertores crepitantes ou subcrepitantes. E os extrapulmonares, sendo eles estridor e atrito pleural. Dentre os sons pulmonares anormais DESCONTÍNUOS temos os estertores finos ou crepitantes que são sons Agudos de curta duração ouvidos do meio para o final da inspiração. não se alteram com a tosse e frequentemente aparecem nas bases pulmonares podemos dizer que são similares ao atrito de cabelo e que são comuns na consolidação pulmonar na pneumonia edema pulmonar e hemorragia pulmonar. Os estertores Grossos ou bolhoso são e sonhos comuns na boa bronquite crônica e que podem ser ouvidos em todo o tórax com maior duração, ouvidos na inspiração e em toda expiração; podendo modificar-se com a tosse. Nos sons pulmonares anormais CONTÍNUOS encontramos os roncos sons graves ouvidos na inspiração e na expiração muito comuns na bronquite crônica e bronquiectasia. já os sibilos são sons Agudos que podem ser ouvidos na inspiração e expiração em todo o tórax muito comum na asma e na obstrução por tumor. Por último nos sons extra pulmonares podemos ouvir um som respiratório proveniente da obstrução da laringe ou traqueia que é mais intenso no pescoço, chamado de estridor, presente principalmente na estenose da traqueia e laringite aguda. por último o atrito pleural, é um ruído mais intenso na inspiração devido ao atrito entre as pleuras som grave comparado a ranger de couro atritado comumente ouvido nas regiões axilares inferiores, muito comum na pleurite seca. 1.5 TESTES COMPLEMENTARES Podemos realizar testes adicionais durante a avaliação como por exemplo: a manovacuometria, Peak flow, espirometria e o teste de caminhada de 6 minutos. é importante que o profissional adéque o teste para o seu paciente dependendo dos objetivos da doença pulmonar e das alterações já identificadas no exame físico. A manovacuometria é um teste que permite avaliar a força dos músculos da respiração, sendo representado na expressão PImáx e PEmáx. Onde a pressão inspiratória máxima reflete a força dos músculos respiratórios e a pressão inspiratória máxima reflete a força dos músculos expiratórios. O peak flow, se o pico de fluxo expiratório e tetêmrande importância na monitorização de pacientes asmáticos o paciente deve realizar uma inspiração profunda alcançando a capacidade pulmonar total seguido de uma expiração rápida com força máxima o pico de fluxo respiratório resultante depende do volume de ar mobilizado na inspiração máxima, das propriedades do pulmão, força e coordenação dos músculos respiratórios. A espirometria permite medir volumes e fluxos pulmonares durante a espirometria forçada o paciente realiza a manobra de capacidade vital forçada, sendo orientado a realizar uma inspiração profunda até a capacidade pulmonar total, uma pausa curta e expiração forçada contínua. Em padrões obstrutivos verifica se o volume expiratório forçado abaixo de 80% sendo a capacidade vital forçada normal ou reduzida, já em padrões restritivos o volume expiratório forçado em um segundo está abaixo de 80% e a capacidade vital forçada abaixo de 80% também. O valor do volume expiratório forçado é o que permite avaliar a gravidade da DPOC no padrão obstrutivo. Por último o teste de caminhada de 6 minutos permite avaliar a capacidade funcional submáxima do paciente de acordo com mais distância percorrida de 6 minutos, é possível avaliar neste teste o sistema cardiovascular periférico e neuromuscular. este teste é contra indicado para pacientes com histórico de infarto em mês anterior.
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