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DOENÇAS RELACIONADAS COM O TRABALHO RURAL

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DOENÇAS RELACIONADAS COM O TRABALHO RURAL 
DANIELY ALVES DALLA ZANA FRAZÃO - MEDICINA 
DOENÇAS RELACIONADAS COM O TRABALHO 
RURAL 
 
Ao analisar o gráfico é notório que a 
maior população sempre foi a urbana em 
comparação à rural. Contudo, em questões 
percentuais a Bahia tem população rural 
maior em relação ao Brasil. 
 
Quando analisarmos as atividades em 
campo, agrícolas e pecuárias, temos 
algumas divisões consideráveis de 
percentuais. 
Na agricultura, a soja é a lavoura com 
maior valor de produção do brasil, 
seguido de cana-de-açúcar, milho e café. 
Na pecuária, galináceos são o maior 
rebanho em número de cabeças do brasil, 
seguidos dos bovinos e suínos. 
 
Produtores rurais  15 milhões de 
pessoas estão ocupadas com atividades 
agropecuárias 
Estabelecimentos rurais  31 milhões de 
hectares é a área de estabelecimentos 
agropecuários no brasil 
Brasil  a utilização para pastagem é a 
maoir, seguida de matas/florestas e 
depois lavouras. 
Bahia  segue o mesmo cenário 
praticamente. Contudo, um pouco menos de 
terras destinadas à lavoura. 
BAHIA 
CONDIÇÃO DO PRODUTOR EM RELAÇÃO ÀS 
TERRAS 
 
As terras são destinadas aos 
proprietários e inclusive aos 
coproprietários de terras tituladas 
coletivamente. Seguido de comodatário 
(terras emprestadas) e um pouco de 
concessionários ou assentado aguardando 
titulação definitiva. 
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS 
POR SEXO DO PRODUTOR 
O predomínio é do sexo masculino. As 
mulheres correspondem à ¼ dos 
produtores. 
Nas mulheres, o predomínio da faixa 
etária corresponde aos 35 a 64 anos. 
Nos homens, a faixa corresponde a 35 a 
74 anos. 
 
 
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NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS 
POR ESCOLARIDADE 
O predomínio é de pessoas que nunca 
frequentaram a escola, seguidos de 
produtores que frequentaram so o antigo 
primário. 
 
PESSOAL OCUPADO 
Parentesco com o produtor 
Com laço de parentesco com o produtor 
configura-se um pouco mais de 3/4. 
 
CONDIÇÕES DE RISCO QUE ENVOLVEM O 
TRABALHO RURAL 
CICLOS DE TRABALHO 
Preparar a terra 
 Preparo do solo para o plantio 
(limpeza da área/remoção da 
vegetação nativa); 
 Preparação das sementes, 
plantio, manual ou mecanizado; 
 Controle de ervas e pragas, poda 
e capinagem; e se estendem até 
após as operações de colheita 
(manual ou mecanizada), 
transporte, acondicionamento e 
armazenagem. 
Concomitantemente podem ser executadas 
operações de irrigação e drenagem, 
construção e manutenção de estradas, 
cercas e estábulos. 
 
CONTEXTO DO TRABALHO RURAL 
 Habitação: casas construídas com 
poucos recursos 
 Nutrição muitas vezes precária 
 Água: insegurança relacionada à 
qualidade da água 
 Instalações Sanitárias e esgotos 
ineficientes 
 Acesso precário à educação e 
educação deficiente 
 Comunicação e transporte 
deficientes 
 
EXPOSIÇÃO A RISCOS 
 Físicos: calor, frio, umidade, 
vibração, ruído, radiação UVA e 
UVB 
 Ergonômicos: posturas extremas 
por longos períodos, 
repetitividade, esforço físico 
excessivo. 
 Biológicos: fungos, parasitos, 
bactérias, toxinas. 
 Químicos: agrotóxicos 
 Acidentes: com animais 
peçonhentos, choques elétricos, 
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colisões com motocicletas, 
ônibus ou caminhões de 
transportes e tratores. 
 
É valido ressaltar a subnotificação. 
 
Existe um manual de diagnóstico e 
tratamento de acidentes por animais 
peçonhentos da fiocruz. 
AGROTÓXICOS 
Conceito utilizado pelo INCA 
Os agrotóxicos são produtos químicos 
sintéticos usados para matar insetos ou 
plantas no ambiente rural e urbano. 
Classificação toxicológica dos 
agrotóxicos em função da DL50 
 
VENDA E CONSUMO 
No brasil, a venda de agrotóxicos saltou 
de US$ 2 bilhões para mais de US$ 7 
bilhões entre 2001 e 2008, alcançando 
valores recordes de US$ 8,5 bilhões em 
2011. 
Assim, já em 2009, o brasil alcançou a 
posição de maior consumidor mundial de 
agrotóxicos. 
Consumo médio de 5,2 kg de veneno 
agrícola por habitante/ano. 
DADOS DA BAHIA 
No ano de 2011, a Bahia ocupou o 7º lugar 
em consumo de agrotóxicos no pais 
No brasil, as culturas que mais 
utilizaram agrotóxicos, nesse mesmo ano, 
forma: soja, algodão, milho e café, com 
uma área de plantio de safra de 1.833.115 
ha. 
DESTINAÇÃO 
O agrotóxico visa alterar a composição 
da flora ou da fauna, a fim de preserva-
las da ação “danosa” de seres vivos 
considerados “nocivos” 
Também são considerados agrotóxicos as 
substancias e produtos empregados como 
desfolheantes, dessecantes, 
estimuladores e inibidores de 
crescimento. 
Os agrotóxicos possuem uma ampla 
cobertura legal no brasil, com um grande 
número de normas legais. 
O referencial legal mais importante é a 
lei nº 7802/89, que rege o processo de 
registro de um produto agrotóxico, 
regulamentada pelo decreto nº 4074/02 
REGISTRO 
Os agrotóxicos, para serem produzidos, 
exportados, importados, comercializados 
e utilizados devem ser previamente 
registrados em órgão federal, de acordo 
com as diretrizes e exigências dos 
órgãos federais responsáveis pelos 
setores da saúde, do meio ambiente e da 
agricultura. 
O IBAMA realiza a avaliação do potencial 
de periculosidade ambiental de todos os 
agrotóxicos registrados no brasil 
Segundo a Lei 7.802/89, artigo 3º, 
parágrafo 6º, no Brasil, é proibido o 
registro de agrotóxicos: 
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a) Para os quais o Brasil não 
disponha de métodos para 
desativação de seus componentes, 
b) para os quais não haja 
antídoto ou tratamento eficaz no 
Brasil; 
c) que revelem características 
teratogênicas, carcinogênicas ou 
mutagênicas, de acordo com os 
resultados atualizados de 
experiências da comunidade 
científica; 
d) que provoquem distúrbios 
hormonais, danos ao aparelho 
reprodutor, de acordo com 
procedimentos e experiências 
atualizadas na comunidade 
científica; 
e) que se revelem mais perigosos 
para o homem do que os testes de 
laboratório, com animais, tenham 
podido demonstrar, segundo 
critérios técnicos e científicos 
atualizados; 
f) cujas características causem 
danos ao meio ambiente. 
A entrada dos agrotóxicos em território 
nacional aumentou 236% entre 2000 e 2007 
Em 2008, o brasil passou a ocupar o 
primeiro lugar em consumo de agrotóxicos 
no mundo, o que configura um modelo 
agrícola baseado no uso intensivo desses 
produtos. 
Segundo a organização das nações unidas 
(ONU), o brasil é o principal destino 
dos agrotóxicos proibidos em outros 
países. 
ORGANOFOSFORADOS 
• Compostos orgânicos derivados do 
ácido fosfórico, ác. tiofosfórico e do ác. 
ditiofosfórico. 
• absorvidos pela via oral, respiratória e 
dérmica 
 • atuam como inibidores da enzima 
colinesterase, impedindo a ação destas 
sobre a acetilcolina 
Sintomas: cefaleia, visão borrada, 
náuseas, vômitos, tonturas, sudorese, 
fraqueza muscular, tremores, paralisia 
de membros (temporária), dentre 
outros. 
 
CARBAMATOS 
(EX: Carbofuran = Furadan; Propoxur = 
Baygon) 
 Derivados do ác. Carbâmico 
 Absorção oral, respiratória e 
dérmica 
 Uso doméstico: toxicidade mais 
baixa 
Sinais e sintomas: os mesmo que os 
organofosforados. 
RODENTICIDAS RATICIDAS 
(Ex: Chumbinho, warfarin, racumin) 
 Derivados da hidroxicumarina e da 
idantiona 
 Absorção por via oral 
 Ação: inibem a formação da 
protrombina e lesam a parede dos 
capilares sanguíneos 
São cumulativos, levam a envenenamento 
grave, após 3 a 12 dias de consumo com 
morte por hemorragia interna. 
EPIDEMIOLOGIA DAS INTOXICAÇÕES POR 
AGROTÓXICOS NO BRASIL 
O Sudeste junto com o Sul concentra as 
regiões em que mais houve intoxicação 
por agrotóxicosem pessoas. 
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FORMAS DE INTOXICAÇÃO 
Aguda- Rápido aparecimento dos sintomas, 
exposição única ou por curto período a 
produto extremamente ou altamente 
tóxico. Pode ser acidental, ocupacional 
ou intencional. 
Sub-aguda - Surgimento lento dos 
sintomas. Decorre de exposições 
intermitentes ou continuadas, horas por 
dia ou por período longo a substancias 
altamente ou medianamente tóxicas - 
sintomas são vagos e subjetivos tais 
como cefaleia, fraqueza, mal-estar, dor 
abdominal e sonolência – geralmente são 
intoxicações ocupacionais. 
Crônica - Surgimento tardio de sintomas, 
decorrentes de exposição ao longo de 
meses ou anos a produtos medianamente ou 
pouco tóxicos, ou a múltiplos produtos. 
Ocasionam danos irreversíveis, tais como 
lesões hepáticas, renais, neuropatias e 
neoplasias. Geralmente intoxicações 
ocupacionais ou ambientais 
DIAGNÓSTICOS DE INTOXICAÇÃO 
Existem em geral 3 hipóteses 
 Exposição a um veneno conhecido; 
 Exposição a uma substancia 
desconhecida que pode ser veneno 
 Agravo da etiologia 
desconhecida, em que o 
envenenamento deve ser 
considerado para o diagnostico 
diferencial. 
CARACTERIZAR A EXPOSIÇÃO TOXICA 
 Nome do produto x composição? 
 Produtos Clandestinos? Drogas? 
 Uso: Doméstico? Agrícola? 
 Origem: Acidental? T. suicídio? 
T. homicídio? 
 Apresentação? 
 Quantidade? 
 Via de exposição? 
 Duração da exposição? 
 Tempo decorrido? 
 Sintomas x Síndromes Tóxicas? 
ANAMNESE & EXAME FÍSICO 
EPIDEMIOLOGIA 
Em 2012, foram registrados 2.943 
casos de intoxicações por 
agrotóxicos de uso agrícola, pelo 
sistema de informação de agravos de 
notificações (sinan), no brasil 
Na Bahia foram registrados 125 
casos, em 2012 
GRUPOS DE MAIOR RISCO DE INTOXICAÇÃO 
 Aplicadores 
 Preparadores de caldas 
 Responsáveis por depósitos 
 Trabalhadores que tem contato 
indireto com os venenos ao 
realizar capinas, roçadas e 
colheitas (o maior risco) 
GRUPOS DE ALTO RISCO 
 Crianças menores de 5 anos 
 Idosos 
 Alguns grupos de 
trabalhadores 
 Deficientes e doentes mentais 
 Analfabetos 
 Portadores de doenças agudas 
ou crônicas 
 Animais 
TRATAMENTO DAS INTOXICAÇÕES 
 Observação clinica apenas, 
conforme o risco 
 Técnicas para diminuir a 
absorção 
 Técnicas para aumentar a 
eliminação 
 Tratamento de suporte 
 Tratamento sintomático 
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 Antídotos 
Com > tempo, < eficácia 
 Moradores de regiões de 
predomínio do agronegócio 
 Moradores de regiões onde se 
costuma realizar aplicação aérea 
de venenos. 
 Outros estudos indicam também que 
águas subterrâneas estão sendo 
contaminadas, colocando em risco 
a saúde de populações. 
TIPOS DE INTOXICAÇÃO 
Intoxicação aguda 
Sintomas surgem rapidamente, algumas 
horas após a exposição ao veneno. 
Normalmente trata-se de exposição, por 
curto período, a doses elevadas de 
produtos muito tóxicos. 
Os efeitos podem incluir 
 Dores de cabeça 
 Náuseas, vômitos 
 Dificuldades respiratórias 
 Fraqueza 
 Salivação 
 Cólicas abdominais 
 Tremores 
 Confusão mental 
 Convulsões 
A intoxicação aguda pode ocorrer de 
forma leve, moderada ou grave, 
dependendo da quantidade de veneno 
absorvida. Em muitos casos pode levar à 
morte. 
Intoxicação crônica 
Os efeitos aparecem apenas após meses ou 
anos da exposição pequena ou moderada a 
um ou vários produtos tóxicos 
Os sintomas são normalmente subjetivos e 
podem incluir: 
 Perda de peso 
 Fraqueza muscular 
 Depressão 
 Irritabilidade 
 Insônia 
 Anemia 
 Dermatites 
 Alterações hormonais7problemas 
imunológicos, efeitos na 
reprodução (infertilidade, 
malformações congênitas, 
abortos) 
 Doenças do fígado e dos rins, 
doenças respiratórias 
 Efeitos no desenvolvimento da 
criança 
Normalmente o diagnóstico da intoxicação 
crônica é difícil de ser estabelecido. 
Os danos muitas vezes são irreversíveis, 
incluindo paralisias e vários tipos de 
câncer 
EXPOSIÇÃO MÚLTIPLA A VÁRIOS AGROTÓXICOS 
DIFERENTES 
Um problema muito frequente é a 
exposição de agricultores a vários 
agrotóxicos, de grupos químicos 
diferentes, e também a misturas de 
agrotóxicos. 
A toxicidade das misturas não é 
equivalente à soma das atividades 
toxicas de cada produto. Os produtos 
podem interagir entre si e produzir 
efeitos adversos diferentes e por vezes 
mais graves. 
Existe atualmente uma preocupação 
especial com relação a “misturas 
involuntárias” entre produtos. 
Alguns venenos podem persistir no meio 
ambiente por longos períodos. O 
agricultor pode, no campo, ficar exposto 
a diferentes produtos que tenham sido 
aplicados em ocasiões distintas. 
PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA O 
DIAGNÓSTICO 
 Desinformação dos trabalhadores 
sobre o uso e os perigos dos 
agrotóxicos. 
 O medo do trabalhador em 
reconhecer em si sintomas de 
intoxicação. 
 Muitos não procuram assistência 
médica quando sofrem os efeitos 
da intoxicação 
 Para os casos agudos, um elemento 
a dificultar o diagnóstico nas 
emergências dos hospitais ou 
postos de saúde é o fato de os 
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DOENÇAS RELACIONADAS COM O TRABALHO RURAL 
DANIELY ALVES DALLA ZANA FRAZÃO - MEDICINA 
sintomas da intoxicação serem 
normalmente inespecíficos: dores 
de cabeça, dores abdominais, 
enjoos, vômitos, dermatites 
(irritações de pele) ... 
 Interferência de empresas 
agrícolas para ocultar a 
existência de intoxicações. 
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE COM 
AGROTÓXICO (INTOXICAÇÃO AGUDA) 
 — Ler e seguir as instruções do 
rótulo, bula ou folheto 
explicativo; 
 — Remover o acidentado para local 
limpo e arejado, protegendo-o do 
calor e do frio; 
 — Lavar as partes do corpo 
atingidas pelo produto com muita 
água e sabão; 
 — Retirar vestimentas 
contaminadas com o produto; 
 — Caso precise manusear objetos 
e roupas contaminadas, a pessoa 
do acidentado deve-se usar luvas; 
 — Manter o paciente calmo e 
confortável; 
 — Nunca dar leite ou medicamento 
sem a devida orientação; 
 — Nunca provocar vômito sem antes 
verificar se tal procedimento é 
recomendado para o produto 
utilizado; 
 — Não provocar vômito e nem fazer 
nada por via oral a uma pessoa 
inconsciente; 
 — Antídotos só devem ser 
ministrados por pessoas 
qualificadas; 
 — Procurar assessoria do Centro 
Antiveneno da Bahia - 0800 284 
4343. 
 — Providenciar atendimento 
médico imediato levando a 
embalagem, rótulo, bula, folheto 
explicativo do produto ou a 
receita agronômica; 
 — Providenciar o preenchimento da 
Comunicação de Acidente de 
Trabalho (CAT) para assegurar 
cobertura previdenciária. 
ENTRAVES 
O brasil ainda realiza pulverizações 
aéreas de agrotóxicos 
A isenção de impostos que o pais continua 
a conceder à indústria produtora de 
agrotóxicos, um grande incentivo ao seu 
fortalecimento, que vai na contramão das 
medidas protetoras aqui recomendadas 
O brasil permiti o uso de agrotóxicos já 
proibidos em outros países. 
IARC 
 Grupo 1 - O agente é 
carcinogênico a humanos. Quando 
há evidências suficientes de que 
o agente é carcinogênico para 
humanos; 
 Grupo 2A - O agente provavelmente 
é carcinogênico a humanos. Quando 
existem evidências suficientes 
de que o agente é carcinogênico 
para animais e evidências 
limitadas ou insuficientes de que 
ele é carcinogênico para humanos; 
 Grupo 2B - O agente é 
possivelmente carcinogênico a 
humanos. Quando existem 
evidências limitadas de que o 
agente é carcinogênico para 
humanos e evidências 
insuficientes de que ele é 
carcinogênico para animais ou 
quando não há evidências 
suficientes em ambos os casos, 
mas há dados relevantes de que 
ele possa ser carcinogênico; 
 Grupo 3 - O agente não é 
classificado como carcinogênico 
a humanos. Quando asevidências 
não são adequadas para afirmar 
que aquele agente é carcinogênico 
a humanos e animais ou quando o 
agente não se encaixa em nenhum 
outro grupo; 
 Grupo 4 - O agente provavelmente 
não é carcinogênico. Quando 
faltam evidências de que o agente 
é carcinogênico em humanos ou 
animais. 
ALERTA 
Em março de 2015 o IARC publicou a 
Monografia volume 112, na qual, após a 
avaliação da carcinogenicidade de cinco 
ingredientes ativos de agrotóxicos por 
uma equipe de pesquisadores de 11 
países, incluindo o Brasil, classificou 
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DOENÇAS RELACIONADAS COM O TRABALHO RURAL 
DANIELY ALVES DALLA ZANA FRAZÃO - MEDICINA 
o herbicida glifosato e os inseticidas 
malationa e diazinona como Grupo 2A 
E os inseticidas tetraclorvinfós e 
parationa como possíveis agentes 
carcinogênicos para humanos (Grupo 2B) 
Destaca-se que a malationa e a diazinona 
e o glifosato são autorizados e 
amplamente usados no Brasil, como 
inseticidas em campanhas de saúde 
pública para o controle de vetores e na 
agricultura, respectivamente 
A VIGILÂNCIA DOS AMBIENTES E PROCESSOS 
DE TRABALHO AGRÍCOLA PRESSUPÕE 
 A identificação dos fatores e 
situações de risco potencial à 
saúde dos trabalhadores; 
 O conhecimento sobre a morbidade 
e a mortalidade associada ao 
processo de trabalho; 
 A necessidade de intervenção 
sobre os riscos e os 
determinantes dos agravos à saúde 
dos trabalhadores; 
 O cumprimento da legislação e das 
normas técnicas nacionais e 
internacionais; 
 A orientações aos empregadores 
para adoção de boas práticas 
relacionadas à proteção e 
promoção da saúde do trabalhador. 
SISTEMAS DE NOTIFICAÇÃO E REGISTRO DE 
INTOXICAÇÃO POR AGROTÓXICOS 
 SINITOX 
 SINAN 
 NOTIVISA 
SINAN 
Em 2004, o Ministério da Saúde publicou 
a Portaria 777, que incluiu as 
intoxicações por agrotóxicos na Lista de 
Notificação Compulsória (LNC). 
Atualmente a Portaria 1271 GM/MS 
ratifica as determinações da primeira. 
 Intoxicações exógenas 
 Intoxicações exógenas 
ocupacionais 
 tabnet 
O QUE OBSERVAR NA BULA? 
 O alvo biológico do produto, ou 
seja, o inseto, planta, fungo ou 
outro organismo que o veneno vise 
controlar; 
 O Intervalo de Segurança: tempo 
que deve transcorrer entre a 
aplicação do agrotóxico e a 
colheita, uso ou consumo do 
produto agrícola, e o Intervalo 
de Reentrada de Pessoas nas 
Culturas e Áreas Tratadas; 
 *Em caso de necessidade de 
reentrada, é recomendado o uso do 
Equipamento de Proteção 
Individual). 
 Efeitos agudos e crônicos em 
animais em testes de laboratório 
com o produto. 
MOVIMENTOS E AÇÕES DE ENFRENTAMENTO AOS 
AGROTÓXICOS 
 Campanha Permanente Contra os 
Agrotóxicos e Pela Vida 
 Fórum Estadual de Combate aos 
Impactos dos Agrotóxicos do 
Estado do Rio de Janeiro 
 Dossiê da Associação Brasileira 
de Saúde Coletiva (Abrasco) “Um 
alerta sobre os impactos dos 
agrotóxicos na saúde” 
 Mesa de Controvérsias sobre 
Agrotóxicos do Conselho Nacional 
de Segurança Alimentar e 
Nutricional – Consea 
 “O Veneno Está na Mesa 1 e 2”, de 
Silvio Tendler. 
 O INCA junto com outros setores 
do Ministério da Saúde incluiu o 
tema “agrotóxicos” no Plano de 
Ações Estratégicas de 
Enfrentamento das Doenças 
Crônicas NãoTransmissíveis no 
Brasil (2011-2022) 
MEDIDAS DE PROTEÇÃO E PREVENÇÃO 
1- Adotar medidas de controle de 
caráter operacional de forma a 
reduzir a exposição dos 
trabalhadores, considerando: a 
observância à direção do vento, 
concentração adequada dos 
produtos a serem aplicados e 
horário adequado de aplicação; 
2 - Devem ser utilizadas 
prioritariamente máquinas a 
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DOENÇAS RELACIONADAS COM O TRABALHO RURAL 
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motor com cabinas fechadas que 
possuam filtros de ar para evitar 
a dispersão das partículas em 
suspensão no ar, nos trabalhos 
realizados no campo; 
3 - Dar conhecimento aos 
trabalhadores sobre os fatores e 
situações de risco a que possam 
estar expostos no 
desenvolvimento das suas 
atividades, e as medidas de 
prevenção e proteção coletivas e 
individuais adotadas; 
4 - Realizar, periodicamente, a 
avaliação clínica e 
monitoramento biológico dos 
trabalhadores com atenção 
especial para investigação de 
queixas e sinais clínicos 
relacionados aos efeitos de 
agrotóxicos; 
5 - Realizar manutenção 
periódica, de forma preventiva e 
corretiva, nas válvulas dos 
aplicadores costais de forma a 
evitar vazamentos, bem como nos 
demais equipamentos utilizados; 
6 - Substituir os agrotóxicos e 
insumos por outros produtos de 
menor toxicidade como forma de 
reduzir o impacto à saúde humana 
e ao meio ambiente;

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