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RESUMO DO LIVRO O MAL ESTAR NA CIVILIZAÇÃO

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O Mal Estar na Civilização: resumo de Freud 
A visão analítica de Freud a respeito da humanidade rendeu excelentes 
ensaios que nos faz refletir sua proposta a fundo. Tal efeito acontece 
justamente porque nos faz questionar padrões já estabelecidos da realidade 
humana e social. Vamos entender O mal-estar na civilização a partir de um 
resumo bem construído. 
Esta obra é por vezes traduzida como O mal-estar na cultura ou O mal-estar da 
civilização 
A imagem da civilização 
Na obra O mal-estar na civilização, Freud categoriza o homem em relação 
aos animais a partir da civilização. Para ele, é justamente esse elemento que 
dá identidade própria para a humanidade. Desse modo, carregamos um 
componente coletivo e complexo que designa uma superioridade dentro de 
uma cadeia. 
Contudo, Freud não faz separações entre civilização e o conceito de cultura. O 
nosso modo de vida é designado por nossas próprias vontades e escolhas 
dentro dos mais variados ambientes. Isso inclui o afastamento da nossa 
natureza instintiva. 
Desse modo, civilização se apresenta como a dominação da natureza humana 
pela vontade do homem. Sem contar também os elementos regulatórios que 
fazem a condução das relações humanas. 
O que seria este mal-estar na vida civilizada? 
Para Freud, cultura e civilização são sinônimos. E são antônimos 
de barbárie, esta entendida como a prevalência dos impulsos do mais forte 
sobre o mais fraco. 
Segundo Freud, existiria uma tendência primitiva e bárbara do ser humano de 
buscar, de forma instintiva, a satisfação do seu prazer a qualquer custo. Isto 
ocorreria desde o início da nossa infância, quando a instância denominada id 
se sobressai em nossa vida psíquica. 
Com o passar do tempo, ainda na infância e começo da adolescência, 
observamos que existe também o elemento de prazer que é oriundo da vida 
social. Ou seja, vamos percebendo que a convivência com outras pessoas 
pode nos gerar satisfação, na forma de prazer e proteção. É quando 
o superego se desenvolve em nossa psique, trazendo-nos noções morais e 
de convívio social. 
 
Então, ocorre que: 
https://www.psicanaliseclinica.com/o-que-e-id/
https://www.psicanaliseclinica.com/o-que-e-id/
https://www.psicanaliseclinica.com/o-que-e-superego-conceito-e-funcionamento/
 A civilização (ou cultura) nos priva de parte de nossa satisfação, afinal 
não podemos realizar qualquer ato conforme nossa vontade. 
 Essa privação gera um mal-estar (daí: o mal-estar na civilização), pois 
a energia psíquica não encontra realização imediata. 
 Essa energia vai buscar outras formas de se justificar ou “realizar”, 
que tenham aceitação social: por exemplo, aceitando os benefícios 
sociais da convivência, ou por meio do mecanismo da sublimação (que é 
aplicar esta energia pulsional em favor do trabalho e da arte). 
 Essa forma alternativa gera uma parte de satisfação que o ego 
(forçado pelo superego) entrega ao id, que apazigua em partes 
aquele instinto primitivo. 
Apesar de ser uma privação de parte de nossa satisfação (gerando o que 
Freud chama de “mal-estar”), o convívio social é, segundo Freud, uma 
conquista civilizatória ou cultural. Afinal, existem benefícios que o indivíduo 
retira das relações humanas: o aprendizado, o afeto, a alimentação, a 
proteção, a arte, a divisão do trabalho etc. 
Assim, não é possível impor desejos sexuais contra a vontade de um (a) 
parceiro (a), nem é possível exercer uma agressividade mortal contra alguém, 
sem que o sujeito agressor sofra uma punição. 
Substituição de ordens naturais 
Trabalhando O mal-estar da civilização, Freud acaba recorrendo a outra obra 
sua: “Totem e tabu“, de 1921. Neste, está descrito a passagem da natureza 
em direção à cultura, de modo a transformar a vida psíquica do sujeito e 
as relações interpessoais. De acordo com o mito “horda primeva” (ou “tribo 
primitiva”), haveria um sistema de patriarcado onde apenas uma grande figura 
masculina reinava. 
O mito fala a respeito de um pai todo-poderoso e arbitrário que possuía todas 
as mulheres. Contudo, esse pai seria alvo de assassinato de seus próprios 
filhos. Consequentemente, era criado um acordo onde ninguém o substituiria e 
perpetuasse seu trabalho. 
Desse modo, o parricídio (assassinato do pai) daria fruto a uma organização 
social que iniciaria a origem da civilização. Sem contar que o tabu do incesto se 
inaugura como a primeira lei em uma sociedade. De acordo com os escritos, o 
incesto provinha de natureza antissocial. 
Podemos dizer que a dimensão do Complexo de Édipo no contexto familiar 
encontra em Totem e Tabu e em O Mal Estar na Civilização sua dimensão 
social ou coletiva. 
O peso da cultura na humanidade 
https://www5.usp.br/36372/completando-100-anos-totem-e-tabu-carrega-teoria-sobre-o-surgimento-das-leis/
https://www.psicanaliseclinica.com/conceito-complexo-de-edipo/
Na obra O mal-estar na civilização, também nomeado de O mal-estar da 
civilização ou O mal-estar na cultura, Freud deixa evidente que, na ótica dele, a 
cultura produz mal-estar na humanidade. Isso porque há uma contra-posição 
entre a civilização e as exigências produzidas pela pulsão, já que um subverte 
o outro. Com isso, o indivíduo acaba abrindo mão de si mesmo e se 
sacrificando e essência. 
Entretanto, esse sacrifício acaba gerando sequelas, tais como: 
Redução da agressividade 
A humanidade possui uma inclinação natural para ser agressiva e até 
selvagem. Contudo, as normas da civilização impedem que esses impulsos 
sejam atendidos em sua forma pura. Por segurança, decoro e até ética aos 
costumes, esse instinto natural precisa e será reprimido. 
Diminuição da vida sexual 
Todo ser humano possui impulsos sexuais que se manifestam 
primariamente na própria psique. Porém, o mundo externo é permeado de 
regras e mandamentos que repudiam a liberação desses instintos. Desse 
modo, a sociedade precisa esconder esses impulsos sexuais e conter a sua 
satisfação pulsional para não sofrer represálias. 
Todo o indivíduo é um inimigo natural da civilização 
Freud baseava esse pensamento em O mal-estar da civilização por causa de 
nossas tendências destrutivas. Ele deixa bem claro que todos nós 
carregamos movimentos inerentes à destruição, anti-cultura e anti-
sociabilidade. Com isso, existe uma luta da civilização para tirar a liberdade 
do indivíduo e substituir pela da comunidade. 
No trabalho em O futuro de uma ilusão existe uma certa resignação em relação 
à natureza do homem. Em suma, é descrito que uma parte da humanidade 
sempre será associal por causa de doenças ou excesso de pulsão. Assim, a 
guerra entre indivíduo e civilização permanece eterna e imutável. 
Nessa obra ainda, Freud trabalha com a imagem de conservadorismo 
proporcionada pela religião. O psicanalista indica que a base da religião é um 
mecanismo de defesa contra o desamparo infantil que nos persegue até a 
maioridade. Na visão dele, a religião equivale a um pai zeloso que oferta 
proteção, segurança e impede que haja declínio total. 
Rédeas comportamentais 
Abrindo argumentos mútuos, em O mal-estar da civilização, Freud fala que 
existe esse controle para que possamos viver em sociedade. Nisso, se a 
religião se extinguisse, outro sistema com características semelhantes 
seria criado. Ou seja, ao mesmo tempo em que quer se libertar, o homem cria 
freios a si mesmo. 
Freud deixa bem claro que a civilização pretende evitar sofrimentos e dar 
segurança, de modo que o prazer fique deslocado. Graças ao fato da 
satisfação pelos impulsos ser parcial e episódica, as chances de ser feliz são 
limitadas. Para ele, a felicidade se constrói conceitualmente de modo subjetivo, 
dependendo de algo para existir. 
Em suas próprias palavras, “O programa de tornar-se feliz, que o princípio de 
prazer nos impõe não pode ser realizado; contudo, não devemos – na verdade, 
não podemos – abandonar nossos esforços de aproximá-lo da consecução, de 
uma maneira ou de outra”. 
Fatores ao sofrimento humano 
No trabalho feito em O mal-estar da civilização, Freudapontava que o ser 
humano tinha alguns sofrimentos inerentes à sua essência. Independente de 
quais forem as suas dores, elas sempre se originariam das mesmas 
fontes. Das três descritas, citamos: 
Corpo 
O nosso corpo possui necessidades próprias e elas são impulsionadas pelos 
impulsos naturais. Acontece que nem sempre podemos atender a esses 
chamados e precisamos reprimir essas vontades. Consequentemente, isso 
acaba por gerar distúrbios ou desequilíbrios físicos e psíquicos. 
Relacionamentos 
Relacionar-se com outras pessoas também é um canal de sofrimento para o 
ser humano. Isso porque ele está lidando com um semelhante que possui as 
próprias particularidades e desejos. Desse modo, pode haver choques de 
interesse nos níveis mais baixos até os cavalares. 
Mundo externo 
Por fim, a própria realidade onde estamos inseridos pode ser um canal de 
sofrimento contínuo para nós. Da mesma forma como em um 
relacionamento, nossas tendências pessoais podem se confrontar com as 
regras do mundo externo. Por exemplo, pense em tudo o que deve reprimir 
para que não seja julgado e condenado publicamente. 
Sentimento de culpa 
Nos escritos de O mal-estar da civilização, Freud expõe a ideia do sentimento 
de culpa. Por causa de uma tensão entre Ego e Superego, se alimenta uma 
necessidade de punição em si mesmo. A culpa advém de duas origens: 
medo de uma autoridade exterior e também medo do próprio Superego. 
Nisso, ele alimenta que há uma relação próxima da civilização com o 
sentimento de culpa. Para que mantenha os seres humanos interligados, a 
civilização alimenta e fortalece o sentimento de culpa sobre eles. Para isso, 
criou um Superego de grande influência que ajuda na evolução cultural. 
Ao fim, o autor se banha em um tom pessimista e nos faz questionar se existe 
patologia nas comunidades. Não apenas isso, questiona se elas também se 
tornaram grupos com neurose aumentada. Por fim, o autor coloca o 
questionamento sobre até quando o desenvolvimento da cultura ajudará a 
dominar a pulsão de morte. 
Considerações finais sobre O mal estar da civilização 
Em O mal-estar da civilização temos a elaboração de questões a respeito 
das diretrizes humanas. A todo o momento Freud nos faz questionar sobre o 
sistema de construção social da própria humanidade. Indo em direção 
contrária, destrincha os elementos que nos empurram aos cargos que 
ocupamos atualmente. 
Em parte, exibe uma constante luta do indivíduo contra o coletivo, de modo que 
um tenta dominar o outro. Mas de modo geral, existe um controle das raízes 
naturais pertencentes a cada ser humano. A repressão daria resultado a 
problemas em nossas mentes, comportamento e sociabilidade. 
Este artigo foi escrito por Paulo Vieira, gestor de conteúdos do Curso de 
Formação em Psicanálise, 100% online. Mostrando-se como ferramenta de 
esclarecimento, a Psicanálise pode ajudar você a obter as respostas que 
procura a respeito de suas tendências e dúvidas pessoais. Pode ter certeza 
que você terá excelentes elementos para compreender estas ideias 
presentes em O mal-estar da civilização. 
 
https://www.psicanaliseclinica.com/
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