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FARMACOLOGIA - Tireoide

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1 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 6°P MEDICINA 
Tireoide 
1M3 FARMACOLOGIA DA TIREOIDE 
TIREOIDE: 
• Localização: parte anterior do pescoço, abaixo da 
cartilagem cricróide 
• Possui 2 lobos, conectados por 1 istmo (forma de 
borboleta) 
 
 
 
O folículo é a unidade funcional da tireoide, sendo 
formado por células justapostas que contém, no seu 
interior, uma substância colóide, na qual armazena 
sua secreção. 
 
 
 
A tireoide secreta 3 hormônios principais: 
• Células C: secretam calcitonina 
• Células foliculares: hormônios – tiroxina (T4) e 
tri-iodotironina (T3) (mais relacionados ao 
metabolismo basal). 
 
METABOLISMO DO IODO: 
• O Iodo (I) constitui o substrato essencial para 
formar hormônios tireoidianos. 
• O iodo, na forma de iodetos (I-), atinge o 
organismo pela ingestão de alimentos e água 
(fonte na natureza). 
• O (I-) é rapidamente absorvido no TGI. 
O iodo absorvido para na tireoide para iodar os 
resíduos de tirosina presentes na tireoglobulina, que 
depois vai ser degradada e solta o hormônio. 
Uma das fontes principais é o iodeto adicionado ao 
sal de cozinha. 
 
Efeitos sobre o metabolismo: 
• Aumento do metabolismo de carboidratos, 
gorduras e proteínas na maioria dos tecidos (T3: 
3-5 vezes mais ativo que T4). 
T4 é o precursor do T3. Reposição é com T4. 
• Controlam diretamente enzimas do metabolismo 
de carboidratos. 
 
2 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 6°P MEDICINA 
• Maior parte da ação: em conjunto com outros 
hormônios (insulina, glucagon, GC e 
catecolaminas). 
• Aumento do consumo de oxigênio e produção 
de calor (aumento da taxa metabólica): coração, 
rim, fígado e músculo, mas não em gônadas, 
cérebro ou baço. 
• Eleva hormônio tireoidiano (hipertireoidismo): 
eleva FC e eleva DC (maior tendência a disrritmias 
do tipo fibrilação atrial) 
 
Efeitos sobre o crescimento e desenvolvimento: 
Influenciam: 
• No hormônio do crescimento e potencializam os 
seus efeitos nos tecidos alvos 
• Desenvolvimento do esqueleto 
• Crescimento e maturação normal do SNC (Feto) 
 
 
MECANISMO DE AÇÃO DO T3: 
• O T3 é o hormônio biologicamente ativo. 
• A tireoide secreta cerca de 90% de T4 e 10% de 
T3. 
• T4: pró-hormônio (dentro da célula é convertido 
em T3). 
 
T4 convertendo para T3, T3 chegando encontra o 
receptor do hormônio tireoidiano. Muitas vezes esse 
receptor vai estar acoplado a co-receptores e esse 
conjunto de receptor ativado, se liga a uma região 
promotora. Essa região promotora dá o start/gatilho 
para transcrever ou não o gene. 
 
REGULAÇÃO NEURO-ENDÓCRINA: 
• O hormônio de liberação de tireotrofina (TRH), 
secretado pelo hipotálamo, estimula a 
adenohipófise a secretar o hormônio estimulante 
da tireoide ou tireotrofina (TSH). 
O TSH é 1000 vezes mais sensível que o T3 e T4L. Ou 
seja, dosar TSH é importante para identificar quadros 
subclínicos. 
• TSH atua em receptores na membrana das células 
foliculares e controla a síntese dos hormônios T3 
e T4. 
• Feedback negativo na adenohipófise e no 
hipotálamo (diminui TSH e TRH) 
• Tiroxina (T4) – hormônio menos efetivo, 
considerado um pró-hormônio 
• Tri-iodotironina (T3) – hormônio mais efetivo 
Se T3 e T4 estão altos e o TSH está alto, normalmente 
o problema não está na tireoide. 
Se T3 e T4 normal e TSH alto, o sistema está lutando 
contra uma queda dos hormônios tireoidianos que vai 
aparecer logo. É um quadro de hipo subclínico, em 
que alguns já começam a tratar. 
T3 e T4 muito baixos e TSH alto, problema está na 
tireoide. 
 
 
 
Há fatores que são desencadeantes na liberação do 
TRH. A somatostatina é inibitória, diminui a 
tireotrofina e o TRH estimula. 
A protirrelina não costuma ser medicamento de 
primeira linha, é mais quando falha em outros 
medicamentos. Geralmente os medicamentos usados 
são os que atuam sobre a síntese na tireoide. A 
protirrelina mimetiza o TRH para aumentar a 
produção de TSH e hormônios tireoidianos. 
O iodeto, em excesso, pode inibir a liberação de T3 
T4. 
Os tioureilenos é um plano B para o tratamento de 
hipertireoidismo. 
O iodo radioativo costuma ser o plano A em alguns 
pacientes para diminuir a produção de T3 e T4. 
 
3 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 6°P MEDICINA 
O plano A é a iodo terapia, o plano B é tioureileno. 
No caso do hipo, faz T4. 
 
Feedback negativo: 
O controle da secreção de TSH depende do equilíbrio 
entre as ações do T3/T4 e do TRH (e, provavelmente, 
também pela somatostatina) na hipófise. 
 
A iodação ocorre depois que a tirosina é incorporada 
à tireoglobulina. 
 
O iodeto vem e vai ser captado por células com 
sistema de transporte específico para iodeto (Células 
tireoidianas). O iodeto sofre reações – a 
tireoperoxidase é uma enzima que vai oxidar o iodeto 
para ele poder se ligar a resíduos de tirosina presente 
na tireoglobulina. Depois disso, a tireoglobulina com 
os resíduos de tirosina acoplados com o iodeto sofre 
uma endocitose e vai ser degradada liberando o 
hormônio. 
 
A captação de iodeto pelas células do folículo, através 
do estímulo da transcrição dos genes do 
transportador de iodeto; este é o principal 
mecanismo pelo qual regula a função tireoidiana e 
controla todos os aspectos da síntese de hormônios 
tireoidianos, incluindo: 
 
 
 
• Concentração de iodo influencia a função 
tireoidiana. 
• O tamanho e a vascularização da tireoide são 
reduzidos por aumento de iodeto. 
O contrário também é verdadeiro: Na falta de iodeto 
a glândula hipertrofia (bócio). 
• Dietas deficientes resultam na redução da 
produção dos hormônios tireoidianos e aumenta 
a secreção de TSH e, consequentemente, 
aumento da vascularização e hipertrofia da 
glândula. 
 
 
 
 
TIREOIDOPATIAS E TRATAMENTOS: 
HIPERTIREOIDISMO TIREOTOXICIDADE 
Bócio tóxico difuso (doença de graves ou bócio 
exoftálmico): 
• Doença autoimune órgão-específica causada por 
anticorpos ao receptor TSH, que o ativa 
• Aumento de tiroxina 
• Protusão do globo ocular 
• Sensibilidade aumentada a catecolaminas 
Bócio tóxico nodular: 
• Causado por neoplasia benigna ou adenoma 
• Não apresenta exoftalmia concomitante 
Amiodarona, lítio e agentes psicotrópicos 
• Rico em iodo 
Radiocontrastes para visualização da vesícula 
biliar: ácido iopanoico. 
Para fazer um pct emagrecer, sem responsabilidade, 
basta induzir uma anorexia nervosa e um 
hipertireoidismo artificial (Aumenta o metabolismo e 
não come). 
 
4 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 6°P MEDICINA 
Produção excessiva dos hormônios tireoidianos: 
• Atividades deles em demasia gera taxa 
metabólica elevada 
• Aumento da temperatura corporal 
• Grande sensibilidade ao calor 
• Outros: sintomas como tremor fino, nervosismo, 
perda de peso e taquicardia. 
 
Hipertireoidismo primário: a glândula secreta 
exacerbadamente os hormônios tireoidianos. 
As 3 principais causas da tireotoxicose são: 
• Hiperplasia difusa da tireóide associada com a 
doença de Graves (contabiliza 85% dos casos) 
• Bócio multinodular hiperfuncional 
• Adenoma de tireoide hiperfuncional. 
 
Exoftalmia: 
 
 
Tratamento: 
Tratamento farmacológico: 
Não alteram mecanismos autoimunes ou melhoram 
a exoftalmia associada à Doença de Graves. 
Tratamento cirúrgico: 
Apenas quando há problemas mecânicos 
decorrentes da compressão da traqueia pela tireoide 
(remoção de apenas parte do órgão). 
 
Iodo radioativo: 
• Tratamento do hipertireoidismo. 
• Primeira linha nos EUA 
• Isótopo I¹³¹: Captado e processado pela tireóide, 
sendo incorporado à tireoglobulina. 
• O isótopo emite tanto radiações beta como gama, 
porém as ondas gama passam através do tecido 
sem causar dano, enquanto as betas, que têm 
curto alcance, são absorvidas e exercem ação 
citotóxica. 
• Restrita às células dos folículos (destruição do 
tecido). 
• Meia-vida: 8 dias – gasta seis tempos de meia-
vida para metabolizar, 6x8=48, então por volta de 
2 meses o pct já eliminou o produto, mas os 
efeitos começam a se mostrar após 1 mês. 
• Radioatividade desaparece: 2 meses 
• Administradopor VO na forma de sal 
• Dose única 
• Inicio do efeito citotóxico sobre a glândula: 1-2 
meses e ainda leva 2 meses para atingir o efeito 
máximo 
• Contra-indicado em crianças e grávidas – devido 
a flutuações bruscas podem ter efeitos 
catastróficos no desenvolvimento. 
Se matar demais a glândula, o pct passa a ter 
hipotireoidismo e será necessário repor hormônio. 
 
Importante: 
Depois do tratamento, o paciente pode desenvolver 
hipotireoidismo, o que pode ser revertido por meio 
da terapia de reposição da tiroxina. 
Principalmente: doença de Graves. 
 
Se o hipertireoidismo é leve, não compensa 
administrar iodo. 
 
Tioureilenos: 
• Carbimazol, metimazol (tapazol®) e 
propiltiouracila. 
Plano B – ou é muito leve ou a pessoa não aceitou o 
radioativo. 
• Reduzem a liberação de hormônios tireoidianos. 
• Inibem a iodação dos resíduos de tirosil da 
tireoglobulina, pois agem como substrato para o 
complexo peroxidase-iodo, inibindo 
competitivamente a interação com a tirosina. 
Inibem a peptidase e não deixam o iodeto ser 
processado para se ligar aos resíduos de tirosina – 
inibem a iodação. 
• Paralisem as reações de oxidação da 
tireoperoxidases. 
 
• Carbimazol, metimazol e propiltiouracila. 
• VO 
• Carbimazol convertido em metimazol, que se 
distribui. 
• Meia-vida: 6-15 horas 
• Uma dose carbimazol: reduz em mais de 90% a 
incorporação do iodo à tireoide em 12h. 
• Contra-indicados: em grávidas e lactantes. 
• Neutropenia e agranulocitose – já foram 
relatados, mostrando uma mielotoxicidade de 
alguns pacientes propensos. 
TIOUREILENOS: redução gradual dos sinais e 
sintomas da tireotoxicose, assim, a taxa metabólica 
basal e a frequência cardíaca voltam ao normal em 3 - 
4 semanas. 
 
Outros medicamentos: 
• GC 
• Beta-bloqueadores 
 
5 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 6°P MEDICINA 
• Colírios de guanetidina 
Usados para tratamento de sintomas. 
 
HIPOTIREOIDISMO: 
A redução da atividade tireoidiana resulta em 
hipoteoidismo. Essa doença também tem origem 
imunológica, e as manifestações incluem taxa 
metabólica baixa, bradicardia, sensibilidade ao frio, 
letargia, comprometimento mental. 
• Tireoidite de Hashimoto 
• Doença auto-imune, na qual ocorre reação imune 
contra a tireoglobulina ou outro componente da 
tireoide. 
• Cretinismo 
• Doença causada devido à deficiência da função 
tireoidiana durante o desenvolvimento, causada 
por ausência congênita ou desenvolvimento 
incompleto da tireóide. Isso resulta em um 
acentuado retardo do crescimento e deficiência 
mental. 
Atividade reduzida da tireoide 
• Secreção insuficiente dos hormônios da tireóide 
ou por resposta defeituosa dos tecidos aos 
hormônios tireoidianos. 
• Sensibilidade ao frio, letargia, comprometimento 
mental, etc. 
• Tratamento dos tumores da tireoide com iodo 
radioativo 
• Espessamento da pele (deposição de 
glicosaminoglicanos), o que originou o termo 
mixedema. 
 
Tireoidite de Hashimoto: Doença autoimiune 
crônica (reação contra a tireoglobulina ou outro 
componente do tecido; pode levar ao 
hipotireoidismo ou mixedema). 
• Mixedema – indicações clínicas para uso de 
análogos de T3. 
• Cretinismo – deficiência da função durante o 
desenvolvimento por ausência congênita ou 
desenvolvimento incompleto da tireoide – retardo 
acentuado/deficiência mental. 
 
Causas: no recém-nascido – cretinismo: 
1- Falta de formação da glândula tireóide 
(defeitos embrionários); 
2- Defeitos hereditários das enzimas que 
sintetizam os hormônios; 
3- Doenças e medicamentos utilizados pela 
mãe que interferem no funcionamento da 
glândula do filho. 
 
Deficiência materna antes do desenvolvimento da 
glândula tireóide fetal, o retardamento mental é muito 
grave. 
Redução nos níveis de hormônios tireoidianos no final 
da gestação (quando a glândula fetal já tiver sido 
desenvolvida) permite um desenvolvimento cerebral 
normal. 
 
 
Tratamento: 
• A abordagem terapêutica para o hipotireoidismo 
é a reposição hormonal. 
• A tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) são 
disponíveis em preparações orais. (Levotiroxina-
LT4 e liotironina- LT3) 
• A LT4 é o fármaco de escolha por ser inativo e 
mais seguro. 
• Dose usual: 1,5 a 2,5 μg/kg de peso corporal ao 
dia 
• Deve-se iniciar o tratamento com pequenas doses 
25-50 μg ao dia e aumentar as quantidades diárias 
a cada 2-3 semanas. 
 
Iodo: 
• Convertido em iodeto, que inibe 
temporariamente a liberação de hormônios 
tireoidianos. 
• Administrado por via oral em solução de iodeto 
de potássio. 
• Doses elevadas de iodo são administradas a 
pacientes com tireotoxicose, os sintomas 
desaparecem em 1 ou 2 dias. 
 
Levotiroxina e liotironina: 
• Não existem fármacos que aumentem, 
especificamente, a síntese de hormônios da 
tireóide. 
• Terapia de reposição: Hormônios sintético, 
idênticos aos naturais, 
• Levotiroxina equivale a tiroxina 50-100µg/ dia 
• liotironina equivale a tri-iodotironina: Menor 
tempo de latência e meia-vida, reservado para 
coma mixedematoso, VE 
• Superdosagem: sinais e sintomas do 
hipertireoidismo; risco de angina, arritmias e IC 
(insuficiência cardíaca).

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