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2021.1 – MED UNIFTC Melissa Cristina Turma A – TUT 03 Características o Anatomia: Þ É uma glândula com formato de borboleta, localizada profundamente aos músculos esternotireóideo e esterno-hióide, na parte anterior do pescoço. Entre os níveis c5 e t1. Þ O significado do seu nome é ESCUDO, justamente por ficar enfrente a traqueia. Þ É formada principalmente pelos lóbulos esquerdo e direito, situados em posição anterolateral em relação a faringe e a traqueia. o Fisiologia: Þ Essa glândula secreta dois hormônios principais, a tiroxina e a triiodotironina (mais potente, forma ativa), chamados de t4 e t3 (para o metabolismo basal). Þ As funções desses hormônios são qualitativamente iguais, o que difere é na velocidade e intensidade da ação. A t3 é quatro vezes mais potente que a tiroxina, mas está presente no sangue em menor quantidade e persiste por um tempo muito curto. Þ A tireoide também secreta calcitonina, hormônio importante para o metabolismo do cálcio. Ela é composta por grandes números de folículos, que estão cheios de uma substância secretora, chama de colóide. Este por sua vez, é constituído pela glicoproteína tireoglobulina, que associada ao iodo produz T3 e T4. • Folículos Tireoidenaos de Rato: Normal Hipo Hiper • Regulação da secreção dos hormônios tireoideanos: 1- O TRH (hormônio liberador de tireotrofina) é liberado pelo hipotálamo e vai agir na hipófise. 2- Assim, a hipófise liberará o TSH (hormônio estimulador da tireóide) que irá agir na tireóide. 3- Dessa forma, a glândula liberará T3 e T4. Þ Efeitos pós liberação tireoidiana: Crescimento: Estimulo na produção de DNA, RNA, Proteínas e fosfolipídeos. Além de, aumento no tamanho das células, número de células e formação de folículos. O hormônio tireoidiano desempenha um papel decisivo no desenvolvimento do encéfalo. Síntese de hormônio: Aumento na captação de iodo, acoplamento de monômeros que irão formar T3 e T4, endocitose de colóide e proteólise de tireoglobulina. Além de, oxidação da glicose e geração de NADPH. • Síntese de Hormônios Tireoideanos: Farmacologia TIREOIDE TIREOIDE O iodo é o principal elemento para a síntese desses hormônios. Sofre um processo de organificação ao se ligar com a tireoglobulina. As principais etapas da síntese, do armazenamento, da liberação e da interconversão dos hormônios tireoidianos são as seguintes: 1- Captação de íon iodeto (I–) pela glândula: O iodo ingerido na dieta alcança a circulação na forma de íon iodeto (I–). Em circunstâncias normais, a concentração de I– no sangue é muito baixa, porém a tireoide transporta ativamente e de modo eficiente o íon através de uma proteína específica ligada à membrana, denominada simportador de sódio-iodeto. 2- Oxidação do iodeto e iodação dos grupos tirosil da tireoglobulina: A oxidação do iodeto à sua forma ativa é efetuada pela tireoide peroxidase, uma enzima que contém heme e que utiliza o peróxido de hidrogênio (H2O2) como oxidante. A peroxidase, que está ligada à membrana, parece concentrar-se na superfície apical da célula tireoidiana ou próximo a ela. A reação resulta na formação de resíduos de monoiodotirosil e diiodotirosil na tireoglobulina, pouco antes de seu armazenamento extracelular no lúmen do folículo tireodeano. 3- Acoplamento dos resíduos de iodotirosina por ligação éter, produzindo as iodotironinas: etapa final na síntese hormonal consiste no acoplamento de dois resíduos de diidotirosil para formar a tiroxina, ou de resíduos de monoiodotirosil e diiodotirosil para formar a triiodotironina. Essas reações oxidativas são aparentemente catalisadas pela mesma tireoide peroxidase. O mecanismo envolve a transferência enzimática de grupos, talvez na forma de radicais livres de iodotirosil ou íons de carga positiva, no interior da tireoglobulina. 4- Reabsorção do coloide de tireoglobulina do lúmen para a célula: Como a T4 e a T3 são sintetizadas e armazenadas dentro da tireoglobulina, a proteólise constitui uma importante parte do processo de secreção. Esse processo é iniciado pela endocitose do coloide a partir do lúmen folicular, na superfície apical da célula, com a participação de um receptor de tireoglobulina, a megalina. Essa tireoglobulina “ingerida” aparece na forma de gotículas de coloide intracelulares, que aparen- temente sofrem fusão com lisossomos contendo as enzimas proteolíticas necessárias. Em geral, acredita-se que a tireoglobulina deve ser totalmente degradada em seus aminoácidos constituintes para que os hormônios sejam liberados. 5- Proteólise da tireoglobulina e liberação de tiroxina e de triiodotironina no sangue: globulina de ligação da tiroxina (TBG) é o principal carreador dos hormônios tireoidianos. 6- Reciclagem do iodo no interior da célula tireoidiana por meio de desiodação de mono e diiodotirosinas e reutilização do I–. 7- Conversão da tiroxina (T4) em triiodotironina (T3) nos tecidos periféricos, bem como na tireoide: Resumo: 1- Essa biossíntese, inicia-se com o transporte de iodedo do sangue para as células e folículos glandulares da tireoide. É realizado pela ação simporte sódio-iodeto. 2- Assim, haverá a oxidação do iodeto e posteriormente a iodação da tireoglobulina – formando então, a Diiodotirosina (DIT) ou Monoiodotirosina (MIT). DIT + MIT = T3. 09% DIT + DIT = T4. 90% Quando acontece na posição 3,3’, 5’ forma-se a rT3. 01% Dúvida: — Já que T3 é mais ativo que T4, porque o organismo produz mais T4? Pois, o T4 possui meia vida maior que o T3. • Importância dos hormônios: Crescimento, desenvolvimento normal (SNC), temperatura corporal (a capacidade da T3 de induzir a ATPase dependente de Ca++ do músculo esquelético contribui para a termogênese ao estimular o ciclo do cálcio entre o citosol e o retículo sarcoplasmático) e metabolismo energético. • Mecanismo de ação hormonal: Há receptores de T3 na hipófise, fígado, coração, pulmão, músculo esquelético, intestino e no cérebro. O T3, passam pelo citoplasma e já possuem capacidade de interferir na síntese protéica, já o T4 atravessa a membrana. Porém, dentro do citoplasma perde 1 iodo, se convertendo em T3 (através da 5’ desiodase). Hipotireoidismo Deficiência de hormônios tireoidianos, acompanha de bócio ou não. o Causas: 1- Congênito. 2- Auto-imune (tireoidite de Hasimoto – Auto-anticorpo destrutivo de T3 e T4, resultando menor sinalizar hormonal nos tecidos alvos e no feedback negativo O que hiperestimula a produção de THS e TRH). 3- Após cirurgia de retirada da tireoide por bócio nodular ou neoplasia. 4- Por medicamentos que interferem na síntese e liberação dos hormônios (amiodarona, lítio, iodo). 5- Deficiência de iodo na alimentação. 6- A presença de Anti-tireoperoxidase (TPO) é mais comum em pessoas que possuem Síndrome de Down. A TPO é um anticorpo que ataca a enzima tireoperoxidase, que é importante na produção dos hormônios. o Tipos: Þ Primário: há um defeito ou uma destruição da própria tireoide. Þ Secundário: A causa é hipotalâmica ou hipofisária. Dúvida: — Como a deficiência de Iodo resulta em bócio endêmico? A produção de T3 e T4 é quem regula a expressão de TSH e TRH. Quando a quantidade de iodo é adequada, há o funcionamento normal. Porém, se a dieta de iodo está desregulada, haverá baixo feedback negativo. Assim, a hipófise liberará constantemente TSH, o que resultará na hipertrofia tireoidiana e o paciente desenvolve quadro de bócio. o Hipotireoidismo e a Síndrome de Down: O Hipotireoidismo é uma das patologias mais comuns em pessoas com síndrome de Down e, sem dúvida o transtorno endocrinológico mais frequente. Estima-se que entre 30% e 40% das pessoas com SD tenha hipotireoidismo. o Sintomas do Hipotireoidismo: Þ Diminuição reversível de todas as funçõescorporais; Pele fria e pálida; Pálpebras caídas; Menor débito cardíaco e bradicardia; Retenção de O2; Diminuição de apetite; Letargia; Fadiga muscular; Anemia; Infertilidade, impotência e diminuição de libido; Diminuição do metabolismo basal. o Tratamento: É feito principalmente por reposição hormonal de T3 e T4 (mais convencional – T4). O TSH e TRH é usado mais em procedimentos diagnósticos. Þ Reposição Hormonal: 1- Levotiroxina (T4) - Puran T4, Tetroid e Synthroid: É a preparação mais adequada pois, T3 é um hormônio instável (metabolizado rápido), já o T4 possui meia vida de 7 dias e se liga a proteínas plasmáticas, o que faz com que passe com mais dificuldade pelas camadas lipídicas, assim o fármaco fica mais tempo na corrente sanguínea; 01 administração ao dia – o esquecimento da medicação por 1 ou 2 dias não ocasiona grandes problemas por conta da meia vida longa. Bem absorvido por VO, íleo e cólon. Absorção afetada por alimentos. 2- Liotironina T3 – Triostat: Usado quando a uma supressão a curto prazo de TSH. A Liotironina pode ser utilizada em certas ocasiões, quando se deseja um início de ação mais rápido, como na rara apresentação do coma mixedematoso, ou quando há necessidade de uma rápida terminação de sua ação, como, por exemplo, na preparação de um paciente com câncer da tireoide para terapia com I. Þ Metabolização: Metabolizados no fígado, sofrem conjugação com o ácido glicurônico. Eliminado pela bile, reabsorvido pela circulação êntero-hepática ou eliminados pelas fezes. Þ Requerimento aumentado de Levotiroxina: Má absorção: doenças intestinais inflamatórias; Gravidez; Drogas que reduzem absorção da L-T4: hidróxido de alumínio e sulfato ferroso; Drogas que aumentam o metabolismo hepático da L-T4: Rifampicina, Fenobarbital, Carbamazepina; Drogas ou situações que diminuem a conversão de T4 em T3: Amiodarona e deficiência de Selênio. Þ Requerimento diminuído de Levotiroxina: Envelhecimento: maior que 65 anos. Terapia androgênica em mulheres. Þ Toxidade da Tiroxina: Está relacionada ao nível hormonal. Crianças: Agitação, insônia, aceleração na maturação e crescimento dos ossos. Adultos: Nervosismo, intolerância ao calor, palpitação e perda de peso inexplicável. Hipertireoidismo Exposição a excesso de hormônios tireoidianos. As mulheres são afetadas 5x mais que os homens. o Exemplos: 1- Bócio difuso tóxico (Doença de Graves). 2- Bócio multinodular tóxico. 3- Bócio uninodular tóxico (Adenoma Tóxico). 4- Tireoidite linfocitária e tireoidite pós-parto. 5- Ingestão de hormônio tireoidiano em excesso. Þ Na doença de graves haverá a produção de um anticorpo estimulador. Esse anticorpo estimula a tireoide a produzir mais hormônios. o Sintomas: Þ Fome excessiva; Aumento do ritmo intestinal; Nervosismo, insônia, labilidade emocional; Tremores; Intolerância ao calor; Palpitações; Emagrecimento; Olhar vivo e brilhante e Pele quente e úmida. o Tratamento: Terapia com agentes Anti-Tireoidianos, Tireoidectomia cirúrgica e destruição da glândula com iodo radioativo. Þ Agentes Anti-Tireoidianos: Recomendado para pacientes jovens, com glândulas pequenas e doença leve. Os fármacos antitireoidianos inibem a formação dos hormônios da tireoide ao interferir na incorporação do iodo aos resíduos de tirosila da tireoglobulina. Além disso, ini- bem o acoplamento desses resíduos de iodotirosila para formar as iodotironinas. Isso implica que esses fármacos interferem na oxidação do íon iodeto e dos grupos iodo-tirosila. Acredita-se que os fármacos inibem a enzima peroxidase, impedindo, assim, a oxidação do iodeto ou dos grupos iodotirosila ao estado ativo necessário. 1- Tionamidas: Fármacos bociógenos, induzem a produção de TSH. Atravessam a barreia placentária (o propiltiouracil atravessa menos). Diminuem a produção de hormônio, inibem a tireoide peroxidase (enzima que ioda as tirosinas e acopla MIT e DIT). Os efeitos clínicos demoram a aparecer. Indicados em hiperfunção tireoidiana, doença de graves e bócio difuso mais oftalmopatia. A sua toxicidade ocorre em 3-12% dos pacientes, onde há erupção pruriginosa maculopapular acompanhada de febre e raramente erupção urticariforme, vasculite, artralgia, hepatite, linfadenopatia e agranulocitose fatal. Propiltiouracil: Rapidamente absorvido. Administração a cada 6-8h. Metimazol: Totalmente absorvido em taxas variáveis. Admnistração 1X ao dia. 2- Inibidores Aniônicos – Perclorato de potássio: bloqueia a captação de iodeto em pacientes com hipertireoidismo, principalmente os induzidos por amiodarona. Raramente é usado, pois causa anemia aplásica. Inibem a organificação e liberação dos hormônios, reduz o tamanho e vascularização da glândula hiperplásica (importante na preparação pré- operatória) e melhora os sintomas em 2-7 dias. Seu uso clínico dever ser iniciado após instituição da terapia com tionamidas, evitar o uso se houver necessidade do uso de iodo radioativo, evitar uso de gravidez e não utilizar sozinho pelo risco de provocar exacerbação da tireotoxicose. Sua toxidade é pouco frequente, pode causar aumento de volume das glândulas salivares, ulceração das mucosas, conjuntivite, febre medicamentosa, gosto metálico e distúrbios hemorrágicos. 3- Meios de Contraste Iodados – Ipodato (VO), Ácido Iponóico (VO)e Diatrizoato (via IV): Inibem a conversão de T4 a T3, são relativamente atóxicos e utilizados na terapia adjuvante na tempestade tireoidiana. Þ Iodo Radioativo (131I): Administração via oral, rapidamente absorvido e armazenado nos folículos, onde haverá destruição do parênquima tireoidiano. Não pode ser administrado na gravidez e lactação. Tem risco de desenvolver hipotireoidismo. Þ Agentes bloqueadores dos receptores adrenérgicos: Betabloqueador Propranolol – bloqueia a tireotoxicose (excesso do hormônio tireoidiano). Revertendo sintomas da estimulação simpática (sudorese, tremor e taquicardia). Questões: 1- Qual dos seguintes é o tratamento de escolha contra o hipotiroidismo? A. Iodeto. B. Levotiroxina. C. Liotironina. D. Liotrix. E. Propiltiouracil. Resposta correta = B. A levotiroxina é preferida devido à sua lon- ga meia-vida e melhor tolerabilidade. Liotironina (T3) e liotrix (T3/T4) não são bem tolerados. Iodeto e PTU são usados no tratamento do hipertiroidismo. 2- Quais tratamentos disponíveis para hipertireoidismo? Qual o mais benéfico? Discorra.
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