Buscar

Projeto Industrial Diadema - Grupo Vermelho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO INDUSTRIAL DE UMA OFICINA DE FACAS ARTESANAIS EM 
DIADEMA 
 
 
 
Matheus Vinícius Martin 11201722851 
Nathalie C. Pereira Lopes 11201722776 
Paulo Ader Batista Pereira 11201721948 
Rafael Simões Pinheiro Lima 11201810154 
Rafaela Facioli Slavic 11201812378 
Rafaella Boer Zanon da Silva 11048116 
Rodrigo Berti Dantas 11201722078 
Roger Gonçalves Silva Morais 21035912 
Thaís Maria Gomes da Silva 11201810496 
Vinícius Fregnan 11201922011 
Victor Souza Lima 11201722044 
 
 
Prof. Dr. Douglas Alves Cassiano 
 
 
 
 
 São Bernardo do Campo 
2022.2
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 — Visualização das lâminas a partir de uma vista inclinada (9’’ em cima e 7’’ em 
baixo). .................................................................................................................................... 6 
Figura 2 — Desenho técnico da lâmina de 9’’. ...................................................................... 6 
Figura 3 — Desenho técnico da lâmina de 7’’. ...................................................................... 7 
Figura 4 — Arranjo Físico por produto. ............................................................................... 15 
Figura 5 — Arranjo Físico Funcional. .................................................................................. 16 
Figura 6 — Arranjo Físico Celular. ...................................................................................... 17 
Figura 7 — Arranjo Físico por posição fixa. ......................................................................... 18 
Figura 8 — Planta Baixa Térreo. ......................................................................................... 24 
Figura 9 — Planta Baixa Primeiro Andar. ............................................................................ 25 
Figura 10 — Escritório. ....................................................................................................... 26 
Figura 11 — Armazém. ...................................................................................................... 26 
Figura 12 — Vista Aérea do Galpão. ................................................................................... 27 
Figura 13 — Símbolos Padronizados da norma ANSI Y15.3M-1979. .................................. 28 
Figura 14 — Diagrama de Processos.................................................................................. 29 
Figura 15 — Relação entre áreas e posições. ..................................................................... 30 
Figura 16 — Mapofluxograma. ............................................................................................ 31 
Figura 17 — Modelo 3D do Layout final. ............................................................................. 32 
Figura 18 — Fluxograma do ciclo de vida do produto. ....................................................... 38 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 — Previsão de demanda, método de equação linear para tendência. .................... 8 
Tabela 2 — Previsão de demanda, método de suavização exponencial simples. ................. 9 
Tabela 3 — Previsão de demanda, método de suavização de Holt. .................................... 10 
Tabela 4 — Características das propriedades. .................................................................... 11 
Tabela 5 — Critérios e pesos. ............................................................................................. 12 
Tabela 6 — Notas e ponderação. ........................................................................................ 12 
Tabela 7 — Etapas e equipamentos. ................................................................................... 19 
Tabela 8 — Detalhamento do setor produtivo. ..................................................................... 22 
Tabela 9 — Dimensões para passagens internas. .............................................................. 23 
Tabela 10 — “Carta De Para”. ............................................................................................ 30 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO 4 
2. ESCOPO DO PROJETO 5 
2.1. Características gerais do produto 5 
2.2. Especificações CAD 5 
3. CAPACIDADE 7 
3.1. Método da equação linear para tendência 8 
3.2. Método de suavização exponencial simples 9 
3.3. Método de suavização de Holt 9 
4. LOCALIZAÇÃO 10 
4.1. Possibilidades de local 10 
4.2. Critérios e pesos 11 
4.3. Notas e ponderação 12 
5. LAYOUT 13 
5.1. Referencial teórico 13 
5.2. Conceito de arranjo físico: evolução 13 
5.3. Tipos de arranjo físico 14 
5.3.1. Arranjo físico por produto 14 
5.3.2. Arranjo funcional ou departamental 15 
5.3.3. Arranjo físico celular 16 
5.3.4. Arranjo físico por posição fixa 17 
5.4. Objetivos do arranjo físico 18 
5.5. Arranjo físico escolhido 19 
5.6. Processo de fabricação 19 
5.7. Arranjo físico detalhado 21 
5.8. Planta baixa 23 
5.9. Modelo 3D 26 
5.10. Diagrama de processos 27 
5.11. Diagrama De-para 29 
6. COMPLEMENTOS 32 
6.1. Prevenção de incêndios 32 
6.2. Conforto ambiental 33 
6.3. Ciclo de vida 35 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 38 
8. REFERÊNCIAS 38 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 Desde sua criação, as facas fazem parte da cultura humana. Originalmente 
feita de pedras lascadas, as facas eram usadas como ferramentas de auxílio na coleta 
de alimentos e na caça de animais de pequeno porte. 
 Com o desenvolvimento das civilizações, as facas passaram a ter grande 
importância dentro da defesa pessoal e em conflitos armados, sobretudo em guerras. 
Desde então, elas continuam recebendo diversos propósitos, sendo grandes aliadas 
dos aventureiros e principalmente dos cozinheiros, sejam eles amadores ou 
profissionais. 
 Dentro das cozinhas, podem ser das mais simples até grandes cutelos, facas 
de açougueiros ou até mesmo as aclamadas facas artesanais. Enquanto muitas facas 
feitas de fábrica conseguem ser grandes “salva-vidas” para diversas atividades, 
existem àqueles que preferem as facas artesanais, seja por sua elegância, qualidade 
ou até mesmo por proporcionarem uma experiência personalizada. 
 O projeto industrial da oficina de facas artesanais pretende estudar a aplicação 
de formas modernas de fabricação, logística, capacidade e outras competências. Ele 
também tem como intuito mostrar como a maneira tradicional de artesanato pode ser 
incorporada aos modelos modernos de manufaturas, sem perder qualidade ou 
tradição. 
 O projeto contemplará todo o processo de escolha da localização da oficina, 
planejamento da capacidade de produção e demanda, concepção da faca, escolha 
dos materiais, arranjos físicos e processos de confecção das facas.
5 
 
2. ESCOPO DO PROJETO 
2.1. Características gerais do produto 
 Com base em estudo de benchmarking sobre empresas cujo modelo de 
negócios se baseia na produção de facas artesanais, foi possível a definição acerca 
das principais características deste produto. É importante destacar que, por ser uma 
produção artesanal, busca-se atingir público-alvo com maiores exigências e 
preferências quanto às facas. Assim, a estratégia do produto será baseada em 
diferenciação de mercado, contendo os melhores materiais que irão aumentar a 
experiência do cliente. 
Neste contexto, a produção se baseará em facas de churrasco, com dois 
modelos — 7’’ e 9’’ —, sendo que o menor consegue proporcionar maior versatilidade 
e agilidade, enquanto que o de 9’’ é destinado a maiores peças de carne. Deve-se 
ressaltar que seu cabo será de madeira, uma vez que confere maior resistência e 
aderência à mão do usuário. Já as lâminas serão compostas por aço inox 420 (ASTM 
A276 420) com o objetivo de fornecer maior durabilidade de corte e resistência à 
corrosão, além de garantir que a lâmina passe por um processo de tratamento térmico, 
garantindo as características necessárias para este tipo de faca. 
2.2. EspecificaçõesCAD 
 Através da utilização da ferramenta Fusion 360, os produtos foram submetidos 
à análise CAD, em que foi possível a criação dos sólidos metálicos e de seus 
respectivos desenhos técnicos, como mostram as figuras 1, 2 e 3. Deve-se destacar 
que, por ser uma produção artesanal, tais desenhos servem de base para se atingir 
uma maior padronização de sua produção. 
6 
 
Figura 1 — Visualização das lâminas a partir de uma vista inclinada (9’’ em cima e 7’’ em baixo). 
 
Fonte: Autores. 
É importante destacar que os desenhos técnicos — Figuras 2 e 3 — 
apresentam vistas frontal, superior e lateral esquerda. Além disso, 7’’ e 9’’ representam 
apenas a porção da lâmina que ficará exposta para utilização. Suas medidas se 
encontram em milímetros. 
Figura 2 — Desenho técnico da lâmina de 9’’. 
 
Fonte: Autores. 
7 
 
Figura 3 — Desenho técnico da lâmina de 7’’. 
 
Fonte: Autores. 
3. CAPACIDADE 
 Para este projeto industrial, a capacidade define o nível máximo de atividade 
com valor agregado que a instalação é capaz de realizar durante o período de tempo 
de um ano, 2022. Não é vantajoso que sobre ou falte muita capacidade, é preciso 
manter um equilíbrio, para isso se faz importante o planejamento da capacidade, para 
conseguir lidar com diversos fatores como o atendimento da demanda do mercado no 
momento e na quantidade certa, sem perder oportunidades de mercado por faltas de 
estoque e mantendo a qualidade na produção dos produtos. 
 Para o planejamento da capacidade é possível utilizar algumas técnicas de 
previsão, podendo ser elas qualitativas (pesquisa de mercado, método Delphi, 
julgamento de gerência e etc) ou quantitativas (equação linear para tendência, média 
móvel, suavização exponencial, método Holt, método Winter e etc). Todas as técnicas 
de previsão possuem aspectos a se considerar, é impossível prever todos os eventos 
aleatórios que poderão acontecer, causas que influenciaram a demanda no passado 
permanecem, quanto maior o intervalo de tempo de previsão menor o grau de precisão 
dos valores estimados. 
8 
 
 Para medir o erro da previsão, utiliza-se o desvio médio absoluto (DMA), 
considerando que o erro previsto não possui uma distribuição simétrica, deste modo 
o custo de um erro de previsão é proporcional ao tamanho do erro. 
Neste projeto as técnicas de previsão utilizadas são quantitativas, baseadas no 
histórico de vendas de facas em Diadema no período de 2014 a 2021. 
3.1. Método da equação linear para tendência 
O método da equação linear para tendência, utiliza a aproximação da reta para 
prever a demanda. Adotando a equação, 𝑌 = 𝑎 + 𝑏𝑥. 
Aplicando este método temos que o coeficiente angular b é de 1,79 e o 
coeficiente linear a é de 863,55. Logo, a equação da reta estimada é igual a 𝑌 =
 863,55 + 1,79𝑥. Com o método da equação linear para tendência o DMA é de 346,53 
em dezembro de 2021 e a previsão de demanda para o ano de 2022 é encontrado na 
tabela abaixo: 
Tabela 1 — Previsão de demanda, método de equação linear para tendência. 
Mês Demanda 
janeiro 1037 
fevereiro 1041 
março 1045 
abril 1048 
maio 1052 
junho 1055 
julho 1059 
agosto 1063 
setembro 1066 
outubro 1070 
novembro 1073 
dezembro 1077 
Fonte: Autores. 
9 
 
3.2. Método de suavização exponencial simples 
O método de suavização exponencial simples, pondera os dados através de 
cálculos simplificados, usando dados recentes e dispensando o registro de dados 
antigos, para esse método o recomendado é o forecasting de horizonte curto. 
Os resultados obtidos para a previsão de demanda foram referentes a um 
cenário pessimista, ou seja, poderiam simular uma época de queda da demanda no 
mercado ou desaceleração econômica, com um Alpha de 35% do método, além de 
terem pego a tendência do último Trimestre do ano anterior, que seria um bom chute 
se o mercado fosse impactado neste sentido. O resultado do DMA foi 356,5. 
Tabela 2 — Previsão de demanda, método de suavização exponencial simples. 
Mês Demanda 
janeiro 985 
fevereiro 939 
março 893 
abril 823 
maio 725 
junho 663 
julho 604 
agosto 549 
setembro 497 
outubro 452 
novembro 410 
dezembro 373 
 
Fonte: Autores. 
3.3. Método de suavização de Holt 
Considerando que a demanda possui um nível e uma tendência, mas não uma 
sazonalidade, podemos utilizar o método de suavização de Holt, o relacionamento 
básico entre a demanda e o tempo é linear. Neste método, o DMA é de 3,57 em 
dezembro de 2021 e a previsão da demanda para o ano de 2022 assume os seguintes 
valores: 
10 
 
Tabela 3 — Previsão de demanda, método de suavização de Holt. 
Mês Demanda 
janeiro 1573 
fevereiro 1579 
março 1585 
abril 1591 
maio 1597 
junho 1603 
julho 1609 
agosto 1615 
setembro 1621 
outubro 1627 
novembro 1633 
dezembro 1639 
Fonte: Autores. 
 3.4. Definição da capacidade 
Após a aplicação dos métodos de previsão de demanda, é possível identificar 
quais deles são impróprios através do cálculo do erro e qual apresenta o menor valor. 
O método que proporciona a melhor previsão de demanda a se adotar neste estudo é 
o de Holt pois apresenta o menor erro. 
4. LOCALIZAÇÃO 
Para determinar a localização, foi utilizado o Modelo de Ponderação 
Qualitativa. Esse modelo consiste em dar notas de acordo com critérios pré 
estabelecidos e com pesos diferentes. dessa forma, a localização com a maior nota 
deve ser a escolhida. 
4.1. Possibilidades de local 
A partir da escolha da cidade pré-estabelecida, 10 localidades em Diadema 
foram selecionadas para a comparação. Todas elas possuem entre 250m2 e 300m2. 
As propriedades escolhidas estão na tabela abaixo: 
 
11 
 
Tabela 4 — Características das propriedades. 
Alternativa Valor m² 
Localização 1 R$ 2.500,00 250 
Localização 2 R$ 3.500,00 250 
Localização 3 R$ 6.000,00 280 
Localização 4 R$ 7.000,00 284 
Localização 5 R$ 6.500,00 294 
Localização 6 R$ 5.000,00 336 
Localização 7 R$ 6.000,00 300 
Localização 8 R$ 5.000,00 300 
Localização 9 R$ 5.500,00 300 
Localização 10 R$ 4.300,00 296 
 
Fonte: Autores. 
4.2. Critérios e pesos 
Para esse projeto foram escolhidos 6 critérios para mensurar qual localização 
é a mais apropriada para a montagem da fábrica. Os primeiros estão relacionados 
com a facilidade de acesso às rodovias para que seja possível uma melhor distribuição 
das facas produzidas e também com a facilidade de acesso dos funcionários para 
chegar ao local. 
Com relação à estrutura em si, foram estabelecidos dois critérios: um com 
relação ao valor do aluguel da propriedade e outro relacionado ao potencial de 
expansão da planta. Esses fatores são importantes pois estão diretamente 
relacionados com o custo da operação como um todo. 
Por fim, os dois últimos critérios estão relacionados à mão de obra qualificada 
nas proximidades e também na distância de grandes centros industriais. Esses 
aspectos são essenciais para que a fábrica tenha produtos de qualidade por se tratar 
de um produto artesanal. 
O peso de cada critério foi estabelecido conforme a tabela abaixo: 
12 
 
Tabela 5 — Critérios e pesos. 
Critérios Peso 
Fácil acesso a rodovias 0,25 
Disponibilidade de mão de obra capacitada 0,15 
Proximidade a centros industriais 0,05 
Custo do local 0,15 
Facilidade de acesso aos funcionários 0,3 
Potencial para expansão 0,1 
Soma 1 
 
Fonte: Autores. 
4.3. Notas e ponderação 
A partir dos critérios supracitados, foram dadas notas entre -100 e 100 para 
cada item. Após dar as notas para cada localização foi feita a ponderação de acordo 
com o peso de cada critério. Nessa etapa, as notas são multiplicadas pelo fator 
especificado na coluna "Peso". O resultado se encontra na tabela abaixo: 
Tabela 6 — Notas e ponderação. 
 
Fonte: Autores. 
Portanto, a partir do Método da Ponderação Qualitativa, a Localidade escolhida 
foi a Localização 10. 
13 
 
5. LAYOUT 
5.1. Referencial teórico 
Nesta parte do trabalho, falaremosa respeito dos principais conceitos de um 
sistema produtivo, tomando como base os tipos de arranjo físico que, basicamente, 
mostram o layout, da unidade fabril, que influencia diretamente o processo produtivo 
adotado pela empresa. A partir de um estudo mais aprofundado a respeito do arranjo 
e do processo é possível, também, obter uma melhora na produtividade. 
5.2. Conceito de arranjo físico: evolução 
Ao longo das décadas, mudanças no processo produtivo têm contribuído com 
novas concepções acerca do conceito de arranjo físico, visto que, é preciso se adaptar 
às necessidades de cada período. Na literatura, são apontadas três fases que 
trouxeram contribuições importantes para o tema, iniciando-se em 1950, com o 
surgimento de vários estudos de casos, entretanto, sem que houvesse a adoção de 
métodos sistemáticos. 
Apesar disso, em 1947, o tema arranjo físico já teria sido abordado de forma 
técnica e específica com a publicação de resultado de um estudo efetuado pela The 
American Society of Mechanical Engineers – ASME, “Operation and Flow Process 
Charts”, que trouxe à luz, o significado de vários termos relacionados à Engenharia de 
Produção e ao arranjo físico. Tais definições trouxeram maior credibilidade e 
importância quanto aos estudos sobre arranjo físico que a partir daí ganhou uma 
fundamentação teórico-sistemática, fazendo com que as empresas passassem a 
incluir o “processo de projeto” tido como um item voltado para a organização de arranjo 
físico. 
 Na segunda fase, incluindo ainda a década de 1950 e a década de 1960, 
novos conceitos e princípios foram incorporados ao entendimento do arranjo físico, 
uma das definições mais plausível foi da AME que o definia como “o arranjo de itens 
em certa área. Estes itens podem incluir estradas, [...], departamentos, equipamentos, 
[...], peças, corredores e outros objetos. [...]”. 
14 
 
Tal definição traz uma concepção de arranjo físico de forma mais ampla, 
incorporando várias tendências e de forma universal, uma vez que o estudo do arranjo 
físico poderia passar a ser empregado em diferentes atividades humanas. 
A terceira fase, a partir da década de 1970 em diante, a definição de arranjo 
físico destacada foi do International Labour Office, que em linhas gerais trata sobre a 
relação da posição dos departamentos, dentro de um conjunto que compõem a 
empresa, incluindo os pontos de armazenamento, e do trabalho manual ou intelectual 
de cada seção ou departamento, além dos meios de suprimento e acesso às áreas de 
armazenamento e serviços. A partir dessa década, destacam-se também o uso de 
programas computacionais que buscaram e ainda buscam contribuir com a resolução 
de problemas associados aos arranjos físicos nos mais diferentes segmentos do 
mercado. 
Por fim, na década de 1980, o conceito de arranjo físico ganha notoriedade ao 
ser abordado de forma sistemática na tentativa de combinar as instalações industriais 
de forma eficaz e eficiente em relação à área de produção, dentro de um determinado 
espaço. 
5.3. Tipos de arranjo físico 
Os tipos de arranjos físicos apresentados neste estudo estão relacionados com 
os tipos de processos produtivos onde poderão ser implementados, incluindo 
processos produtivos associados com o tipo de operação que sofre o produto e o nível 
de demanda, assim, incluem: processos contínuos, processos repetitivos em massa, 
processos repetitivos em lotes e, processos por projeto. 
Os processos contínuos são empregados quando não há produção de bens e 
serviços com alta uniformidade, e quando existe interdependência entre estes, o que 
contribui com a automação, contudo, não há flexibilidade no sistema. 
5.3.1. Arranjo físico por produto 
O arranjo físico por produto propõe que as máquinas e equipamentos 
mantenham uma disposição física que atenda o fluxo do processo produtivo. Nesse 
modelo de arranjo, é comum a produção de bens de base, como exemplos: fabricação 
de cimento e processamento de petróleo. 
15 
 
Esse tipo de arranjo também pode ser utilizado em produção de grande escala, 
na produção de produtos padronizados, como automóveis, eletrodomésticos, entre 
outros. 
Figura 4 — Arranjo Físico por produto. 
 
Fonte: Oliveira (2006). Disponível em: <https://adm.online.unip.br/img_ead_dp/27465.pdf>. Acesso 
em: 20 ago, 2022. 
5.3.2. Arranjo funcional ou departamental 
Esse tipo de arranjo sugere que máquinas e equipamentos como parte 
integrante da área a realização das operações estejam em um mesmo espaço físico. 
Esse tipo de arranjo é ideal para processos repetitivos em lotes, que se 
caracterizam por ter uma produção de um volume médio de bens ou serviços 
padronizados em lotes, onde cada lote apresenta uma sequência de operações 
diferenciadas e que pode ser programada conforme a operação anterior seja 
efetivada. Nesse sentido, o sistema produtivo é flexível, com uso de equipamentos 
universais e com mão de obra polivalente com o intuito de atender pedidos 
diversificados, dos clientes, conforme suas demandas. Nesse tipo de processo, pode-
se considerar a fabricação em pequena escala de confecções de vestuários e sapatos, 
indústria mecânica, fabricação de artefatos de madeira, entre outros. 
16 
 
Figura 5 — Arranjo Físico Funcional. 
 
Fonte: Oliveira (2006). Disponível em: <https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/799.pdf>. 
Acesso em: 20 ago, 2022. 
5.3.3. Arranjo físico celular 
O arranjo físico celular tem como objetivo proporcionar certa ordem diante a 
complexidade de fluxo associado ao arranjo físico por processo. Devido à redução dos 
tempos de setup e da necessidade de diminuir o tamanho dos lotes buscando 
flexibilidade, esse tipo de arranjo é ideal devido a sua ideia de tecnologia em grupo, a 
qual pode contribuir com a obtenção de vantagens quanto à similaridade das peças 
fabricadas em pequenos lotes, que serão tratadas de forma conjunta como se fosse 
uma produção em massa. 
Nesta perspectiva, pode-se afirmar que um grupo de células pode estar 
agrupado fisicamente, passando a ser vista como uma mini fábrica com foco na 
produção, como se a produção dos itens fosse um processo contínuo. 
17 
 
Figura 6 — Arranjo Físico Celular. 
 
Fonte: Oliveira (2006). Disponível em: <https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/799.pdf>. 
Acesso em: 20 ago, 2022. 
5.3.4. Arranjo físico por posição fixa 
O arranjo físico posicional ou posição fixa propõe que máquinas, equipamentos 
e materiais, além de pessoas, sejam deslocados para o produto em processo de 
fabricação. Nesse sentido, é um modelo ideal para processos por projeto os quais 
buscam atender uma necessidade específica do cliente, tendo, portanto, a 
necessidade de voltar todas as atividades para atender esse objetivo. Assim, existe 
uma data pré-determinada para conclusão, visto que o sistema produtivo tende a 
realizar um novo projeto na sequência. 
18 
 
Figura 7 — Arranjo Físico por posição fixa. 
 
Fonte: Oliveira (2006). Disponível em: <https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/799.pdf>. 
Acesso em: 20 ago, 2022. 
5.4. Objetivos do arranjo físico 
A elaboração de um arranjo físico está relacionada a vários objetivos, sendo o 
principal deles garantir o aumento da produtividade proporcionando conforto, 
segurança, qualidade e preservação do meio ambiente. Contudo, também pode visar 
o aumento da Moral e Satisfação no Trabalho, ao contribuir com ordem, limpeza, 
acesso a sanitários; com o incremento na produção, ao favorecer a melhora do fluxo; 
Melhorar o fluxo de trabalho, com a redução de demoras; geração de economia de 
espaço, com menor quantidade de material em processo, distâncias minimizadas, 
entre outros. 
Cabe salientar que para que haja um sistema de manufatura eficiente é 
necessário além de fatores como tecnologia de fabricação atualizada, mão de obra 
qualificada e geração de produção adequada, um arranjo físico otimizado. Nessesentido, o arranjo físico pode ser considerado um procedimento essencial para 
garantir o desempenho produtivo do ótimo. Por outro lado, a escolha de um arranjo 
físico inadequado para um determinado processo produtivo, pode implicar em padrões 
de fluxos longos e confusos, estoque de materiais, além de gerar operações inflexíveis 
gerando custos e ineficiência produtiva no geral (VILAR; PORTO, 2007). 
19 
 
5.5. Arranjo físico escolhido 
 Levando em conta os aspectos apresentados acima, bem como o tipo de 
produto que a empresa fabrica em sua unidade, o modelo escolhido foi o arranjo físico 
por processo. 
A escolha desse modelo de arranjo se deu principalmente porque ele propõe 
que equipamentos do mesmo tipo ou funcionalidade fiquem no mesmo local de modo 
agrupado, dentro da fábrica, além da possibilidade de aplicá-lo também em 
departamentos e montagens semelhantes. Nesse arranjo, todos os materiais e 
produtos são deslocados visando passar por todos os processos produtivos. A sua 
flexibilidade é uma das vantagens que o torna um tipo de arranjo utilizado diferente 
contextos produtivos, além de outros ambientes (VIEIRA; CENCI, 2019). 
5.6. Processo de fabricação 
 A compreensão das etapas que compõem o processo da fabricação de facas 
é fundamental, a partir delas é possível definir a organização espacial e 
sequenciamento de atividades exercidas da melhor forma, obtendo maior eficiência 
ao longo do processo. A tabela abaixo apresenta as etapas essenciais para a 
fabricação de facas juntamente com os equipamentos necessários ao longo da etapa. 
Tabela 7 — Etapas e equipamentos. 
Etapa Equipamentos 
Início da Forja 
● Forja a Gás de 1500º C 
● Martelete Semi-industrial 
● Bigorna em aço de 45 kg 
● Marretas 
Lixa e Corte 
● Régua de Aço 
● Morsa 
● Lixadeira Profissional 
● Esmerilhadeira 
● Solda Mig 
20 
 
Etapa Equipamentos 
● Torcedor 
Polimento 
● Lixadeira Profissional. Lixas: 
○ 36, 120, 220, 400 e 600 
● Lima 
● Guia de Lima 
Tenacidade 
● Forja 
● Tenaz (pinças de ferro) 
● Barril de óleo hidráulico 
● Forno Elétrico 
Acabamentos finais 
● Lixadeira Profissional: nº 220 e 
400 
● Lixa manual 
● Limas 
● Morsa 
● Cossinete macho e fêmea 
● Cunho (transferidor) 
Fixação do cabo 
● Cola Epóxi 
● Chifre de cervo sambar 
● Pinos inox 
Fabricação da bainha 
● Couro 
● Tesoura 
● Kit de Costura 
● Giz 
Formação do fio 
● Pasta Abrasiva 
● Lixeira Profissional 
21 
 
Etapa Equipamentos 
● Chaira Média 
● Chaira Lisa 
● Couro Bovino 
Fonte: Farias, J.L.N. (2013). 
 Os itens anteriormente listados acima representam os equipamentos 
necessários para as etapas de produção das facas artesanais, entretanto, é de suma 
importância a utilização de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) ao longo das 
etapas, equipamentos como óculos de proteção, máscara de solda, luvas, aventais de 
couro, botas de bico de aço e protetor auricular. Dispositivos para auxiliar em casos 
de urgência também devem estar devidamente alocados no espaço físico, como por 
exemplo extintor de incêndio. 
5.7. Arranjo físico detalhado 
 De modo geral, o ambiente físico da oficina deve comportar todos os 
equipamentos necessários e dispor de espaços livres para perfeita acomodação dos 
operadores, isto é, desde a área de operação direta na máquina até a circulação de 
pessoas e carrinhos com materiais, considerando não apenas a largura dos 
corredores mas também das portas de acesso. Além disso, além da ocupação térrea 
horizontal, é fundamental ter uma boa iluminação e ventilação do ambiente, pois 
contribuem de forma direta com o desempenho produtivo. 
 Considerando o setor produtivo, os dados sobre o detalhamento de áreas dos 
equipamentos, processos e acessos encontram-se nas tabelas abaixo. 
22 
 
Tabela 8 — Detalhamento do setor produtivo. 
 
Fonte: Autores. 
23 
 
Tabela 9 — Dimensões para passagens internas. 
 
Fonte: Autores. 
5.8. Planta baixa 
 O galpão escolhido com base nos critérios descritos no tópico 4 possui o nível 
térreo e o primeiro andar, além de uma área externa frontal e lateral. No primeiro nível, 
isto é, no térreo, estão localizados o setor produtivo, banheiro, armário pessoal e 
armazém para facilitar a alocação e transporte de matéria prima processada ou não. 
No segundo nível, de menor área, encontram-se o escritório e outro banheiro apenas. 
 As imagens abaixo trazem as informações brevemente descritas acima de 
maneira detalhada. 
24 
 
Figura 8 — Planta Baixa Térreo. 
 
Fonte: Autores 
25 
 
Figura 9 — Planta Baixa Primeiro Andar. 
 
Fonte: Autores. 
26 
 
5.9. Modelo 3D 
 A partir do software Sweet Home 3D, foi possível realizar um modelo 
tridimensional do espaço alocado proposto para o galpão com possíveis mobílias em 
cada setor. As imagens abaixo representam os principais setores da oficina. 
Figura 10 — Escritório. 
 
Fonte: Autores. 
Figura 11 — Armazém. 
 
Fonte: Autores. 
27 
 
Figura 12 — Vista Aérea do Galpão. 
 
Fonte: Autores. 
 O modelo tridimensional do setor produtivo será apresentado posteriormente. 
5.10. Diagrama de processos 
 O Diagrama de Processos, também conhecido como Estudo do Fluxo, consiste 
na determinação da melhor sequência de movimentação dos materiais através das 
etapas exigidas pelo processo (Villar, A. M., 2014). O melhor fluxo é aquele que 
possibilita que o material se desloque de forma progressiva ao longo do processo, isto 
é, diminuindo os índices de retorno, desvios, cruzamentos, entre outros empecilhos. 
A carta de processos, outro nome comumente chamado, é descrita pelo uso de 
símbolos padronizados de acordo com a norma ANSI Y15.3M-1979. 
 Os símbolos utilizados estão presentes na tabela abaixo. 
28 
 
Figura 13 — Símbolos Padronizados da norma ANSI Y15.3M-1979. 
 
Fonte: Autores. 
 As etapas que descrevem o processo de produção citadas anteriormente vão 
ser necessárias para a elaboração do estudo do fluxo, que são: 
1. Início da Forja 
2. Lixa e Corte 
3. Polimento 
4. Tenacidade 
5. Acabamentos finais 
6. Fixação do cabo 
7. Fabricação da bainha 
8. Formação do fio 
 
 Assim, o diagrama de processos pode ser definido de acordo com a figura 
abaixo. 
29 
 
Figura 14 — Diagrama de Processos. 
 
 Fonte: Autores. 
 A partir do diagrama de processos desenvolvido anteriormente, podemos 
elaborar o diagrama De-Para e o mapofluxograma como pode ser visto no tópico 
abaixo. 
5.11. Diagrama De-para 
 A ferramenta é utilizada para elaboração de arranjos físicos e está demonstrado 
abaixo. 
 
30 
 
Tabela 10 — “Carta De Para”. 
De / Para 1 2 3 4 5 6 7 8 
8 X 2/2 
7 X 2/2 
6 X 2/2 
5 X 2/2 
4 X X 3/3 
3 X 2/2 
2 x 3/3 
1 1/1 
Fonte: Autores. 
 Com os dados da tabela “De - Para” é possível analisar a relação entre as áreas 
e posições, conforme montagem abaixo. 
Figura 15 — Relação entre áreas e posições. 
 
Fonte: Autores. 
31 
 
Figura 16 — Mapofluxograma. 
 
Fonte: Autores. 
 Por fim, através do software Sweet Home 3D, a imagem abaixo traz o modelo 
final do layout de forma tridimensional. 
32 
 
Figura 17 — Modelo 3D do Layout final. 
 
Fonte: Autores 
6. COMPLEMENTOS 
6.1. Prevenção de incêndios 
Esse complemento é extremamente indispensável para uma instalação 
industrial, visto que a possibilidade de um incêndio pode ser fatal, além de outras 
consequências intensamente destrutíveis, dessa maneira, é preciso organizar o local 
para extinguir minimamente os riscos e construir uma boa rota de fuga assim como 
possuir todos os aparatos que sejam necessários para o auxílio do combate ao 
incêndio. 
Para isso existe uma série de instruções técnicas do corpo de bombeiros que 
devem ser seguidas e estão disponibilizadas no DECRETO 63.911/18, um 
Regulamento de Segurança contra Incêndios das Edificações e Áreas de Risco no 
Estado de São Paulo. 
Uma sériede medidas constituem esse sistema como extintores, detectores de 
fumaça, iluminação de emergência, sistema de resfriamento, sistema de espuma e 
muitos outros que são incorporadas gradativamente dependendo da classificação das 
edificações e áreas de risco quanto à ocupação, altura, carga de incêndio, área. 
33 
 
Seguindo essas orientações é preciso fazer as devidas modificações 
necessárias, pois há fiscalização e penalidade nos casos de divergência. Para esse 
projeto de oficina em questão, a classificação de uso é industrial, com uma descrição 
de indústria com carga de incêndio até 300MJ/m2 se enquadrando em exemplos 
semelhantes como atividades fabricantes de aço, artigos de metal, ferramentas, entre 
outros. 
É necessário possuir o acesso para viatura na edificação, uma segurança 
estrutural contra incêndio, chuveiros automáticos, controle de materiais de 
acabamento, saídas de emergência, iluminação de emergência, alarme de incêndio, 
sinalização de emergência, extintores, hidrantes e mangotinhos, pois é uma edificação 
baixa, considerando sua altura e possui baixo risco de incêndio. 
Ressaltando que os extintores devem ser do tipo ABC com as devidas 
regularizações como as datas de carregamento e recarga e seu número de 
identificação para inspeções e trocas obrigatórias, dispostos em uma área destacada 
de vermelho e borda amarela junto a uma placa de sinalização. A Norma 
Regulamentadora 23 indica dois extintores para cada pavimento e para uma área 
coberta média, a distância máxima a ser percorrida entre eles deve ser de 10m, em 
um local de fácil acesso e visualização. 
6.2. Conforto ambiental 
Outro componente necessário para um projeto de instalação industrial é o 
conforto ambiental, fundamental para a qualidade de vida do trabalhador durante o 
seu expediente. Além de um ambiente limpo e organizado, boas condições visuais, 
luminosas, térmicas, acústicas e ergonômicas são prioridades. 
Os trabalhadores estarão expostos a inúmeros fatores e inclusive riscos, por 
isso para proteger a saúde e obter um bom rendimento no trabalho, é preciso um 
ambiente seguro, confortável e estimulante. 
O estudo da professora doutora Kelen Almeida Dornelles do Instituto de 
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo defende o uso de cores claras 
nas fachadas dos edifícios, já que essas vão refletir mais a radiação solar do que as 
escuras. Um exemplo usado pela engenheira foi de uma fachada pintada de preto, 
34 
 
absorvendo 98% de radiação, dessa maneira, a temperatura da parede aumenta se 
tornando um emissor de calor, emitindo um infravermelho longo, para o ambiente 
interno e externo. 
Também é apontado a não necessidade do uso obrigatório de branco, com 
essa cor absorvente entre 15 a 20%, outras cores claras e tons pastéis absorvem até 
50%. No caso da Localidade 10 em questão, o local possui fachada azul e azul claro 
e no ambiente interno o branco é predominante, com uma faixa azul em seu espaço 
principal. As cores também estão relacionadas na influência do ânimo nas pessoas, 
para Pimentel, o azul possui efeito tranquilizante e refrescante, evitando a insônia e o 
branco como excesso de claridade pode levar a um cansaço mental. 
Seria interessante a análise de como será o dia a dia de trabalho nessa 
instalação e se existir indícios de incômodo, transformar o ambiente, pintando-o inteiro 
de branco ou com alguma outra cor clara, de maneira polida, pois superfícies 
granulosas tendem a absorver mais calor. 
 Os materiais das paredes e sua espessura também interferem nas condições 
térmicas, assim como se há ventilação cruzada e o modo da exposição ao sol, para 
esse galpão equipado de muitas janelas o aproveitamento de ventilações naturais é 
garantido, ainda mais considerando a umidade do ar como há o uso de forjas, os 
funcionários serão expostos a grandes variações de temperatura. 
Os equipamentos com emissão de gases, poeiras e vapores devem ser 
projetados com as devidas dispersões adequadas, inclusive com o uso de exaustores, 
como foi utilizado em tentativa de exemplo próximo ao projeto em questão com o 
estudo de de Riscos de exposição ao calor e circulação de poluentes em ambiente de 
trabalho industrial: método de análise em oficina de fundição naval. Para as demais 
áreas o uso de ventiladores industriais com grade para completa proteção da hélice 
do aparelho e suporte para fixação do ventilador em paredes ou colunas, são 
recomendados para auxiliar o conforto térmico em volta de todo o arranjo escolhido, 
físico por processo, demonstrado no layout. 
Sobre o conforto acústico, para evitar qualquer desconforto por ruídos 
incidentes da produção, o uso de protetores auriculares podem ser utilizados como 
35 
 
um equipamento de proteção individual, conhecidos como EPI, assim como luvas e 
óculos também necessários para determinados tipos de equipamentos. 
Para a finalização deste tópico, o conforto luminoso deve possuir iluminância 
suficiente e boa distribuição, ausência de ofuscamento e contraste adequados com 
um bom direcionamento de sombras, segundo European Commission Directorate. E 
seguindo a NBR 5413 da ABNT de 1992, existe a diferença de quantidade de 
iluminação necessária de acordo com o local e atividade desenvolvida, dessa maneira, 
a classificação se dá para áreas pouco usadas ou para atividades visuais mais 
simples, 20 a 500 lux (classe A), áreas de trabalho com requisito visual normal, 500 a 
2000 lux (classe B) e áreas que exigem uma iluminação maior, com atividades de uma 
precisão exata, 2000 a 20000 lux (Classe C). 
Se o setor produtivo da oficina possui em torno de 170 m2 classificando como 
B, então o cálculo é feito através do lux (fluxo luminoso) multiplicando por metro 
quadrado, resultando em 85000 lúmen, lúmen que é a quantidade de luz emitida por 
uma lâmpada e com uma tabulação para lâmpadas de LED com 52W e 2600 lúmen, 
serão necessárias 32 lâmpadas dispostas de maneira equidistante. Para as demais 
áreas classificadas como A, serão necessárias de 2 a 3 lâmpadas por local. 
6.3. Ciclo de vida 
 Segundo o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT 
(2006), a Avaliação do Ciclo de Vida é uma técnica para avaliação dos aspectos 
ambientais e dos impactos potenciais associados a um produto, compreendendo as 
etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-primas elementares que 
entram no processo produtivo até a disposição do produto final, abordando parâmetros 
como: produção de energia, fluxograma das atividades, transporte, consumo de 
energia não renovável, impactos relacionados com o uso ou aproveitamento de 
subprodutos, reuso do produto e questões relacionadas à disposição, recuperação ou 
reciclagem de resíduos e embalagens. 
Sustentabilidade tem sido um tema cada vez mais debatido pela sociedade e 
empresas visando minimizar os impactos no meio ambiente causados pelo modo de 
vida e produção atuais. Ainda que esse tema seja de suma importância atualmente, 
grandes reflexões sobre os danos causados ao meio ambiente iniciaram-se apenas 
36 
 
entre as décadas de 1960 e 1970. O lançamento de “A Primavera Silenciosa” (1962) 
de Rachel Carson foi considerado inovador à época por sinalizar quanto ao uso 
indiscriminado de agrotóxicos e tornou-se um dos primeiros best-sellers de tema 
ambiental. 
Tem-se que o primeiro estudo que pode ser considerado o surgimento da ACV 
foi realizado pela Coca-Cola em meados de 1965 nos Estados Unidos da América, o 
qual tinha por objetivo avaliar qual embalagem teria menores emissões, bem como 
utilizaria menos recursos em sua fabricação. Esta ferramenta foi impulsionada pela 
crise do petróleo na década de 1970 com o objetivo de avaliar opções para reduzir 
custos operacionais relacionados ao consumo de energia e de matérias-primas. 
Esta técnica pode ser aplicada visando diversas finalidades como: 
desenvolvimento e melhoria de produto, definiçãode planejamentos estratégicos e 
políticas públicas, indicadores de sustentabilidade, gestão de impactos ambientais de 
produtos e serviços e marketing ecológico responsável. 
A ACV possui normativas estabelecidas pelo ISO (International Organization for 
Standardization) que tem por finalidade orientar as organizações a se adequarem às 
melhorias nos aspectos ambientais relacionados às suas atividades. As normas são: 
● 14040 (1999): Avaliação do ciclo de vida – princípios e estruturas. 
● 14041 (1998): Avaliação do ciclo de vida – objetivos e escopo, definições e 
análise de inventários. 
● 14042 (2000): Avaliação do ciclo de vida – avaliação de impacto de ciclo de 
vida. 
● ISO/TR 14043 (2000): Avaliação do ciclo de vida – interpretação dos resultados 
de um estudo de avaliação do ciclo de vida. 
● ISO/TS 14048 (2002): Avaliação do ciclo de vida – informações sobre a 
apresentação de dados para um estudo de avaliação do ciclo de vida 
● ISO/TR 14049 (2002): Avaliação do ciclo de vida – exemplos para a aplicação 
da norma ISO 14041:1998. 
37 
 
Como é possível observar através das normas estabelecidas pelo ISO 
abrangem a estrutura geral, bem como orienta a elaboração em cada uma das etapas 
da ACV, além de exemplificar formas de aplicação e padrões de dados a serem 
apresentados. Desse modo, pode-se afirmar que as normas ISO definem requisitos 
gerais para a condução de ACVs, bem como estabelece critérios para divulgação de 
seus resultados. 
De acordo com o IBICT (2006), as empresas utilizam a ferramenta ACV para 
as seguintes aplicações: 
● Desenvolvimento de uma avaliação sistemática das consequências ambientais 
relacionadas a um determinado produto; 
● Análise das trocas ambientais associadas com um ou mais produtos ou 
processos específicos para obter dos tomadores de decisão (estado, 
comunidade e outros) aprovação para alguma ação planejada; 
● Quantificação das emissões de poluentes para o ar, água e terra durante cada 
estágio do ciclo de vida ou ao processo que mais contribui para essas 
emissões; 
● Avaliação dos efeitos do consumo de materiais e das emissões de poluentes 
sobre o meio ambiente e sobre o homem; 
● Identificação de áreas de oportunidade para atingir uma maior eficiência 
econômica na concepção e desenvolvimento de produtos. 
A norma ISO 14040 (1999) indica que as etapas de realização de uma ACV 
podem ser classificadas em: definição dos objetivos e limites do estudo, realização do 
inventário, e avaliação do impacto ambiental do ciclo de vida. Além disso, essa norma 
estabelece que o conteúdo mínimo de um estudo ACV deve referir-se a três 
dimensões, sendo estas: o ponto inicial e final do estudo de ciclo de vida, quantos 
quais subsistemas incluir e o nível de detalhes do estudo. 
Dado o escopo deste projeto, a aplicação da ACV tem por objetivo mapear e 
avaliar o impacto ambiental associado à fabricação de facas artesanais de uma fábrica 
localizada em Diadema, na região metropolitana do estado de São Paulo, ocupando 
espaço entre 250m² e 300m². Deste modo, é possível mapear todo o fluxo do sistema, 
38 
 
ou seja, todas as suas entradas e saídas para que sejam estudadas possibilidades de 
melhorias no processo produtivo com a finalidade de reduzir custos operacionais e 
minimizar os impactos ambientais. 
Abaixo está descrito o fluxograma do ciclo de vida do produto, bem como suas 
entradas e saídas, além de delimitar o sistema. 
Figura 18 — Fluxograma do ciclo de vida do produto. 
 
Fonte: Autores 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O projeto industrial da oficina de facas artesanais irá suprir uma demanda 
reprimida dentro do seu setor, principalmente durante o primeiro ano estabelecido. 
 Um ponto a ser observado e acompanhado é o nível de aceitabilidade e 
satisfação do produto, caso sejam necessários ajustes mecânicos, de mão de obra ou 
até mesmo de um novo modelo ou matéria prima. 
 Todos os cálculos Capex e Opex, demandas e pelos preços pagos e 
oferecidos, a oficina será rentável e, com o possível prosperar da oficina, situada na 
melhor localidade de Diadema, poderão ser criados planos para a concepção de 
novas unidades de expansão. 
 
39 
 
8. REFERÊNCIAS 
 
ACV | Histórico da ACV. Ibict.br. Disponível em: <https://acv.ibict.br/acv/historico-da-
acv/#:~:text=Neste%20contexto%20%C3%A9%20que%20nasce,menos%20recurso
s%20em%20sua%20fabrica%C3%A7%C3%A3o.>. Acesso em: 21 ago. 2022. 
AECWEB. Por que tintas claras colaboram com o conforto térmico nas 
edificações?. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/por-que-
tintas-claras-colaboram-com-o-conforto-termico-nas-edificacoes/20996. Acesso em: 
21 ago. 2022. 
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Márcio França. 
DECRETO Nº 63.911, [S. l.], 10 dez. 2018. Disponível em: 
http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/dsci_publicacoes2/_lib/file/doc/decreto_63.911
.pdf. Acesso em: 21 ago. 2022. 
Avaliação de Ciclo de Vida de produtos e processos agrícolas e agroindustriais 
no Brasil - Portal Embrapa. Embrapa.br. Disponível em: 
<https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-
servico/4206/avaliacao-de-ciclo-de-vida-de-produtos-e-processos-agricolas-e-
agroindustriais-no-brasil>. Acesso em: 19 ago. 2022. 
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: 
<https://lnbr.cnpem.br/wp-content/uploads/2021/07/Avaliacao-do-Ciclo-de-Vida-
ACV_FIM.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2022. 
BRAUWERS, R.W.; OLIVEIRA, T.D.D. ILUMINAÇÃO NATURAL: REFLEXÕES 
BÁSICAS PARA O ATO DE PROJETAR. XXIII Seminário de Iniciação Científica, 
UNIJUI. Disponível em: www.publicacoeseventos.unijui.edu.br. Acesso em: 21 ago. 
2022. 
CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos; estratégia, 
planejamento e operações. São Paulo: Person, 4a edição, 2012. 
DAVIS, M.; AQUILANO, N.; CHASE, R. Fundamentos da administração da 
produção. Porto Alegre: Bookman, 2001. 
40 
 
DE ASSIS, B.B.; CAVALCANTI, R.; NUNES, P. AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA 
DO PRODUTO COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: 
<https://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2009_1_Bruno-Bastos.pdf>. Acesso em: 22 ago. 
2022. 
ENGENHARIA & PROJETOS. Conforto Ambiental. Disponível em: 
http://www.enge.com.br/conforto_ambiental.htm. Acesso em: 21 ago. 2022. 
FARIAS, J. L. N. Processo de Elaboração de uma Faca Artesanal. Disponível em: 
https://repositorio.ifsc.edu.br/bitstream/handle/123456789/1628/Jhordan%20Lucas%
20do%20Nascimento%20Farias%20TCC%202019.pdfpro.pdf?sequence=1&isAllowe
d=y . Acesso em 19 ago 2022. 
NR 23 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS. Disponível em: 
http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/nr23.htm. Acesso em: 21 ago. 2022. 
OLIVEIRA, L.K. de et al. Um estudo de caso sobre melhorias no layout de uma 
indústria plástica. 2006. Disponível em: 
https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/799.pdf. Acesso em: 20 ago. 2022. 
PEINADO, J.; GRAEML, A.R. Administração da produção: operações industriais 
e de serviços. Curitiba: Unicenp, 2007. 
QUEIROZ, T. C. F. D; BASTOS, L. E. G. RISCOS DE EXPOSIÇÃO AO CALOR E 
CIRCULAÇÃO DE POLUENTES EM AMBIENTE DE TRABALHO INDUSTRIAL: 
MÉTODO DE ANÁLISE EM OFICINA DE FUNDIÇÃO NAVAL, Rio de Janeiro. 
Disponível em: https://abepro.org.br/biblioteca/enegep1997_t2116.pdf. Acesso em: 21 
ago. 2022. 
TOMPKINS J.A.; WHITE, J.A.; BOZER Y.A.; TANCHOCO, J.M.A. Facilities planning. 
New York: John Wiley & Sons, Inc, 2002. 
TUA CASA. Aprenda a fazer o cálculo de lâmpadas ideal para um ambiente. 
Disponível em: https://www.tuacasa.com.br/calculo-de-lampadas/. Acesso em: 21 
ago. 2022. 
41 
 
VILLAR, A.M.; NÓBREGA JR., C.L. Planejamento das instalações empresariais. 
João Pessoa: Editora UFPB, 2014. 
VILAR, A.M; PORTO, E.S. Análise do arranjo físico geral como base para 
racionalização da produção - um estudo de caso. XXVII- Encontro Nacional de 
Engenharia de Produção, Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007.Disponível em: https://abepro.org.br/biblioteca/enegep2007_tr570429_0377.pdf. 
Acesso em 20 ago 2022. 
VIEIRA, E.L.; CENCI, V.B. Proposta de melhoria de layout em uma indústria de 
eletrônicos Everton Luiz Vieira (PUC-PR).IX Congresso Brasileiro de Engenharia 
de Produção, Ponta Grossa, PR, Brasil, 04 a 06 de dezembro de 2019. Disponível em: 
https://aprepro.org.br/conbrepro/2019/anais/arquivos/10172019_231015_5da928df9e
6d3.pdf. Acesso em 20 ago 2022.

Outros materiais