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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC PROJETO INDUSTRIAL DE UMA OFICINA DE FACAS ARTESANAIS EM DIADEMA Matheus Vinícius Martin 11201722851 Nathalie C. Pereira Lopes 11201722776 Paulo Ader Batista Pereira 11201721948 Rafael Simões Pinheiro Lima 11201810154 Rafaela Facioli Slavic 11201812378 Rafaella Boer Zanon da Silva 11048116 Rodrigo Berti Dantas 11201722078 Roger Gonçalves Silva Morais 21035912 Thaís Maria Gomes da Silva 11201810496 Vinícius Fregnan 11201922011 Victor Souza Lima 11201722044 Prof. Dr. Douglas Alves Cassiano São Bernardo do Campo 2022.2 LISTA DE FIGURAS Figura 1 — Visualização das lâminas a partir de uma vista inclinada (9’’ em cima e 7’’ em baixo). .................................................................................................................................... 6 Figura 2 — Desenho técnico da lâmina de 9’’. ...................................................................... 6 Figura 3 — Desenho técnico da lâmina de 7’’. ...................................................................... 7 Figura 4 — Arranjo Físico por produto. ............................................................................... 15 Figura 5 — Arranjo Físico Funcional. .................................................................................. 16 Figura 6 — Arranjo Físico Celular. ...................................................................................... 17 Figura 7 — Arranjo Físico por posição fixa. ......................................................................... 18 Figura 8 — Planta Baixa Térreo. ......................................................................................... 24 Figura 9 — Planta Baixa Primeiro Andar. ............................................................................ 25 Figura 10 — Escritório. ....................................................................................................... 26 Figura 11 — Armazém. ...................................................................................................... 26 Figura 12 — Vista Aérea do Galpão. ................................................................................... 27 Figura 13 — Símbolos Padronizados da norma ANSI Y15.3M-1979. .................................. 28 Figura 14 — Diagrama de Processos.................................................................................. 29 Figura 15 — Relação entre áreas e posições. ..................................................................... 30 Figura 16 — Mapofluxograma. ............................................................................................ 31 Figura 17 — Modelo 3D do Layout final. ............................................................................. 32 Figura 18 — Fluxograma do ciclo de vida do produto. ....................................................... 38 LISTA DE TABELAS Tabela 1 — Previsão de demanda, método de equação linear para tendência. .................... 8 Tabela 2 — Previsão de demanda, método de suavização exponencial simples. ................. 9 Tabela 3 — Previsão de demanda, método de suavização de Holt. .................................... 10 Tabela 4 — Características das propriedades. .................................................................... 11 Tabela 5 — Critérios e pesos. ............................................................................................. 12 Tabela 6 — Notas e ponderação. ........................................................................................ 12 Tabela 7 — Etapas e equipamentos. ................................................................................... 19 Tabela 8 — Detalhamento do setor produtivo. ..................................................................... 22 Tabela 9 — Dimensões para passagens internas. .............................................................. 23 Tabela 10 — “Carta De Para”. ............................................................................................ 30 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 4 2. ESCOPO DO PROJETO 5 2.1. Características gerais do produto 5 2.2. Especificações CAD 5 3. CAPACIDADE 7 3.1. Método da equação linear para tendência 8 3.2. Método de suavização exponencial simples 9 3.3. Método de suavização de Holt 9 4. LOCALIZAÇÃO 10 4.1. Possibilidades de local 10 4.2. Critérios e pesos 11 4.3. Notas e ponderação 12 5. LAYOUT 13 5.1. Referencial teórico 13 5.2. Conceito de arranjo físico: evolução 13 5.3. Tipos de arranjo físico 14 5.3.1. Arranjo físico por produto 14 5.3.2. Arranjo funcional ou departamental 15 5.3.3. Arranjo físico celular 16 5.3.4. Arranjo físico por posição fixa 17 5.4. Objetivos do arranjo físico 18 5.5. Arranjo físico escolhido 19 5.6. Processo de fabricação 19 5.7. Arranjo físico detalhado 21 5.8. Planta baixa 23 5.9. Modelo 3D 26 5.10. Diagrama de processos 27 5.11. Diagrama De-para 29 6. COMPLEMENTOS 32 6.1. Prevenção de incêndios 32 6.2. Conforto ambiental 33 6.3. Ciclo de vida 35 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 38 8. REFERÊNCIAS 38 4 1. INTRODUÇÃO Desde sua criação, as facas fazem parte da cultura humana. Originalmente feita de pedras lascadas, as facas eram usadas como ferramentas de auxílio na coleta de alimentos e na caça de animais de pequeno porte. Com o desenvolvimento das civilizações, as facas passaram a ter grande importância dentro da defesa pessoal e em conflitos armados, sobretudo em guerras. Desde então, elas continuam recebendo diversos propósitos, sendo grandes aliadas dos aventureiros e principalmente dos cozinheiros, sejam eles amadores ou profissionais. Dentro das cozinhas, podem ser das mais simples até grandes cutelos, facas de açougueiros ou até mesmo as aclamadas facas artesanais. Enquanto muitas facas feitas de fábrica conseguem ser grandes “salva-vidas” para diversas atividades, existem àqueles que preferem as facas artesanais, seja por sua elegância, qualidade ou até mesmo por proporcionarem uma experiência personalizada. O projeto industrial da oficina de facas artesanais pretende estudar a aplicação de formas modernas de fabricação, logística, capacidade e outras competências. Ele também tem como intuito mostrar como a maneira tradicional de artesanato pode ser incorporada aos modelos modernos de manufaturas, sem perder qualidade ou tradição. O projeto contemplará todo o processo de escolha da localização da oficina, planejamento da capacidade de produção e demanda, concepção da faca, escolha dos materiais, arranjos físicos e processos de confecção das facas. 5 2. ESCOPO DO PROJETO 2.1. Características gerais do produto Com base em estudo de benchmarking sobre empresas cujo modelo de negócios se baseia na produção de facas artesanais, foi possível a definição acerca das principais características deste produto. É importante destacar que, por ser uma produção artesanal, busca-se atingir público-alvo com maiores exigências e preferências quanto às facas. Assim, a estratégia do produto será baseada em diferenciação de mercado, contendo os melhores materiais que irão aumentar a experiência do cliente. Neste contexto, a produção se baseará em facas de churrasco, com dois modelos — 7’’ e 9’’ —, sendo que o menor consegue proporcionar maior versatilidade e agilidade, enquanto que o de 9’’ é destinado a maiores peças de carne. Deve-se ressaltar que seu cabo será de madeira, uma vez que confere maior resistência e aderência à mão do usuário. Já as lâminas serão compostas por aço inox 420 (ASTM A276 420) com o objetivo de fornecer maior durabilidade de corte e resistência à corrosão, além de garantir que a lâmina passe por um processo de tratamento térmico, garantindo as características necessárias para este tipo de faca. 2.2. EspecificaçõesCAD Através da utilização da ferramenta Fusion 360, os produtos foram submetidos à análise CAD, em que foi possível a criação dos sólidos metálicos e de seus respectivos desenhos técnicos, como mostram as figuras 1, 2 e 3. Deve-se destacar que, por ser uma produção artesanal, tais desenhos servem de base para se atingir uma maior padronização de sua produção. 6 Figura 1 — Visualização das lâminas a partir de uma vista inclinada (9’’ em cima e 7’’ em baixo). Fonte: Autores. É importante destacar que os desenhos técnicos — Figuras 2 e 3 — apresentam vistas frontal, superior e lateral esquerda. Além disso, 7’’ e 9’’ representam apenas a porção da lâmina que ficará exposta para utilização. Suas medidas se encontram em milímetros. Figura 2 — Desenho técnico da lâmina de 9’’. Fonte: Autores. 7 Figura 3 — Desenho técnico da lâmina de 7’’. Fonte: Autores. 3. CAPACIDADE Para este projeto industrial, a capacidade define o nível máximo de atividade com valor agregado que a instalação é capaz de realizar durante o período de tempo de um ano, 2022. Não é vantajoso que sobre ou falte muita capacidade, é preciso manter um equilíbrio, para isso se faz importante o planejamento da capacidade, para conseguir lidar com diversos fatores como o atendimento da demanda do mercado no momento e na quantidade certa, sem perder oportunidades de mercado por faltas de estoque e mantendo a qualidade na produção dos produtos. Para o planejamento da capacidade é possível utilizar algumas técnicas de previsão, podendo ser elas qualitativas (pesquisa de mercado, método Delphi, julgamento de gerência e etc) ou quantitativas (equação linear para tendência, média móvel, suavização exponencial, método Holt, método Winter e etc). Todas as técnicas de previsão possuem aspectos a se considerar, é impossível prever todos os eventos aleatórios que poderão acontecer, causas que influenciaram a demanda no passado permanecem, quanto maior o intervalo de tempo de previsão menor o grau de precisão dos valores estimados. 8 Para medir o erro da previsão, utiliza-se o desvio médio absoluto (DMA), considerando que o erro previsto não possui uma distribuição simétrica, deste modo o custo de um erro de previsão é proporcional ao tamanho do erro. Neste projeto as técnicas de previsão utilizadas são quantitativas, baseadas no histórico de vendas de facas em Diadema no período de 2014 a 2021. 3.1. Método da equação linear para tendência O método da equação linear para tendência, utiliza a aproximação da reta para prever a demanda. Adotando a equação, 𝑌 = 𝑎 + 𝑏𝑥. Aplicando este método temos que o coeficiente angular b é de 1,79 e o coeficiente linear a é de 863,55. Logo, a equação da reta estimada é igual a 𝑌 = 863,55 + 1,79𝑥. Com o método da equação linear para tendência o DMA é de 346,53 em dezembro de 2021 e a previsão de demanda para o ano de 2022 é encontrado na tabela abaixo: Tabela 1 — Previsão de demanda, método de equação linear para tendência. Mês Demanda janeiro 1037 fevereiro 1041 março 1045 abril 1048 maio 1052 junho 1055 julho 1059 agosto 1063 setembro 1066 outubro 1070 novembro 1073 dezembro 1077 Fonte: Autores. 9 3.2. Método de suavização exponencial simples O método de suavização exponencial simples, pondera os dados através de cálculos simplificados, usando dados recentes e dispensando o registro de dados antigos, para esse método o recomendado é o forecasting de horizonte curto. Os resultados obtidos para a previsão de demanda foram referentes a um cenário pessimista, ou seja, poderiam simular uma época de queda da demanda no mercado ou desaceleração econômica, com um Alpha de 35% do método, além de terem pego a tendência do último Trimestre do ano anterior, que seria um bom chute se o mercado fosse impactado neste sentido. O resultado do DMA foi 356,5. Tabela 2 — Previsão de demanda, método de suavização exponencial simples. Mês Demanda janeiro 985 fevereiro 939 março 893 abril 823 maio 725 junho 663 julho 604 agosto 549 setembro 497 outubro 452 novembro 410 dezembro 373 Fonte: Autores. 3.3. Método de suavização de Holt Considerando que a demanda possui um nível e uma tendência, mas não uma sazonalidade, podemos utilizar o método de suavização de Holt, o relacionamento básico entre a demanda e o tempo é linear. Neste método, o DMA é de 3,57 em dezembro de 2021 e a previsão da demanda para o ano de 2022 assume os seguintes valores: 10 Tabela 3 — Previsão de demanda, método de suavização de Holt. Mês Demanda janeiro 1573 fevereiro 1579 março 1585 abril 1591 maio 1597 junho 1603 julho 1609 agosto 1615 setembro 1621 outubro 1627 novembro 1633 dezembro 1639 Fonte: Autores. 3.4. Definição da capacidade Após a aplicação dos métodos de previsão de demanda, é possível identificar quais deles são impróprios através do cálculo do erro e qual apresenta o menor valor. O método que proporciona a melhor previsão de demanda a se adotar neste estudo é o de Holt pois apresenta o menor erro. 4. LOCALIZAÇÃO Para determinar a localização, foi utilizado o Modelo de Ponderação Qualitativa. Esse modelo consiste em dar notas de acordo com critérios pré estabelecidos e com pesos diferentes. dessa forma, a localização com a maior nota deve ser a escolhida. 4.1. Possibilidades de local A partir da escolha da cidade pré-estabelecida, 10 localidades em Diadema foram selecionadas para a comparação. Todas elas possuem entre 250m2 e 300m2. As propriedades escolhidas estão na tabela abaixo: 11 Tabela 4 — Características das propriedades. Alternativa Valor m² Localização 1 R$ 2.500,00 250 Localização 2 R$ 3.500,00 250 Localização 3 R$ 6.000,00 280 Localização 4 R$ 7.000,00 284 Localização 5 R$ 6.500,00 294 Localização 6 R$ 5.000,00 336 Localização 7 R$ 6.000,00 300 Localização 8 R$ 5.000,00 300 Localização 9 R$ 5.500,00 300 Localização 10 R$ 4.300,00 296 Fonte: Autores. 4.2. Critérios e pesos Para esse projeto foram escolhidos 6 critérios para mensurar qual localização é a mais apropriada para a montagem da fábrica. Os primeiros estão relacionados com a facilidade de acesso às rodovias para que seja possível uma melhor distribuição das facas produzidas e também com a facilidade de acesso dos funcionários para chegar ao local. Com relação à estrutura em si, foram estabelecidos dois critérios: um com relação ao valor do aluguel da propriedade e outro relacionado ao potencial de expansão da planta. Esses fatores são importantes pois estão diretamente relacionados com o custo da operação como um todo. Por fim, os dois últimos critérios estão relacionados à mão de obra qualificada nas proximidades e também na distância de grandes centros industriais. Esses aspectos são essenciais para que a fábrica tenha produtos de qualidade por se tratar de um produto artesanal. O peso de cada critério foi estabelecido conforme a tabela abaixo: 12 Tabela 5 — Critérios e pesos. Critérios Peso Fácil acesso a rodovias 0,25 Disponibilidade de mão de obra capacitada 0,15 Proximidade a centros industriais 0,05 Custo do local 0,15 Facilidade de acesso aos funcionários 0,3 Potencial para expansão 0,1 Soma 1 Fonte: Autores. 4.3. Notas e ponderação A partir dos critérios supracitados, foram dadas notas entre -100 e 100 para cada item. Após dar as notas para cada localização foi feita a ponderação de acordo com o peso de cada critério. Nessa etapa, as notas são multiplicadas pelo fator especificado na coluna "Peso". O resultado se encontra na tabela abaixo: Tabela 6 — Notas e ponderação. Fonte: Autores. Portanto, a partir do Método da Ponderação Qualitativa, a Localidade escolhida foi a Localização 10. 13 5. LAYOUT 5.1. Referencial teórico Nesta parte do trabalho, falaremosa respeito dos principais conceitos de um sistema produtivo, tomando como base os tipos de arranjo físico que, basicamente, mostram o layout, da unidade fabril, que influencia diretamente o processo produtivo adotado pela empresa. A partir de um estudo mais aprofundado a respeito do arranjo e do processo é possível, também, obter uma melhora na produtividade. 5.2. Conceito de arranjo físico: evolução Ao longo das décadas, mudanças no processo produtivo têm contribuído com novas concepções acerca do conceito de arranjo físico, visto que, é preciso se adaptar às necessidades de cada período. Na literatura, são apontadas três fases que trouxeram contribuições importantes para o tema, iniciando-se em 1950, com o surgimento de vários estudos de casos, entretanto, sem que houvesse a adoção de métodos sistemáticos. Apesar disso, em 1947, o tema arranjo físico já teria sido abordado de forma técnica e específica com a publicação de resultado de um estudo efetuado pela The American Society of Mechanical Engineers – ASME, “Operation and Flow Process Charts”, que trouxe à luz, o significado de vários termos relacionados à Engenharia de Produção e ao arranjo físico. Tais definições trouxeram maior credibilidade e importância quanto aos estudos sobre arranjo físico que a partir daí ganhou uma fundamentação teórico-sistemática, fazendo com que as empresas passassem a incluir o “processo de projeto” tido como um item voltado para a organização de arranjo físico. Na segunda fase, incluindo ainda a década de 1950 e a década de 1960, novos conceitos e princípios foram incorporados ao entendimento do arranjo físico, uma das definições mais plausível foi da AME que o definia como “o arranjo de itens em certa área. Estes itens podem incluir estradas, [...], departamentos, equipamentos, [...], peças, corredores e outros objetos. [...]”. 14 Tal definição traz uma concepção de arranjo físico de forma mais ampla, incorporando várias tendências e de forma universal, uma vez que o estudo do arranjo físico poderia passar a ser empregado em diferentes atividades humanas. A terceira fase, a partir da década de 1970 em diante, a definição de arranjo físico destacada foi do International Labour Office, que em linhas gerais trata sobre a relação da posição dos departamentos, dentro de um conjunto que compõem a empresa, incluindo os pontos de armazenamento, e do trabalho manual ou intelectual de cada seção ou departamento, além dos meios de suprimento e acesso às áreas de armazenamento e serviços. A partir dessa década, destacam-se também o uso de programas computacionais que buscaram e ainda buscam contribuir com a resolução de problemas associados aos arranjos físicos nos mais diferentes segmentos do mercado. Por fim, na década de 1980, o conceito de arranjo físico ganha notoriedade ao ser abordado de forma sistemática na tentativa de combinar as instalações industriais de forma eficaz e eficiente em relação à área de produção, dentro de um determinado espaço. 5.3. Tipos de arranjo físico Os tipos de arranjos físicos apresentados neste estudo estão relacionados com os tipos de processos produtivos onde poderão ser implementados, incluindo processos produtivos associados com o tipo de operação que sofre o produto e o nível de demanda, assim, incluem: processos contínuos, processos repetitivos em massa, processos repetitivos em lotes e, processos por projeto. Os processos contínuos são empregados quando não há produção de bens e serviços com alta uniformidade, e quando existe interdependência entre estes, o que contribui com a automação, contudo, não há flexibilidade no sistema. 5.3.1. Arranjo físico por produto O arranjo físico por produto propõe que as máquinas e equipamentos mantenham uma disposição física que atenda o fluxo do processo produtivo. Nesse modelo de arranjo, é comum a produção de bens de base, como exemplos: fabricação de cimento e processamento de petróleo. 15 Esse tipo de arranjo também pode ser utilizado em produção de grande escala, na produção de produtos padronizados, como automóveis, eletrodomésticos, entre outros. Figura 4 — Arranjo Físico por produto. Fonte: Oliveira (2006). Disponível em: <https://adm.online.unip.br/img_ead_dp/27465.pdf>. Acesso em: 20 ago, 2022. 5.3.2. Arranjo funcional ou departamental Esse tipo de arranjo sugere que máquinas e equipamentos como parte integrante da área a realização das operações estejam em um mesmo espaço físico. Esse tipo de arranjo é ideal para processos repetitivos em lotes, que se caracterizam por ter uma produção de um volume médio de bens ou serviços padronizados em lotes, onde cada lote apresenta uma sequência de operações diferenciadas e que pode ser programada conforme a operação anterior seja efetivada. Nesse sentido, o sistema produtivo é flexível, com uso de equipamentos universais e com mão de obra polivalente com o intuito de atender pedidos diversificados, dos clientes, conforme suas demandas. Nesse tipo de processo, pode- se considerar a fabricação em pequena escala de confecções de vestuários e sapatos, indústria mecânica, fabricação de artefatos de madeira, entre outros. 16 Figura 5 — Arranjo Físico Funcional. Fonte: Oliveira (2006). Disponível em: <https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/799.pdf>. Acesso em: 20 ago, 2022. 5.3.3. Arranjo físico celular O arranjo físico celular tem como objetivo proporcionar certa ordem diante a complexidade de fluxo associado ao arranjo físico por processo. Devido à redução dos tempos de setup e da necessidade de diminuir o tamanho dos lotes buscando flexibilidade, esse tipo de arranjo é ideal devido a sua ideia de tecnologia em grupo, a qual pode contribuir com a obtenção de vantagens quanto à similaridade das peças fabricadas em pequenos lotes, que serão tratadas de forma conjunta como se fosse uma produção em massa. Nesta perspectiva, pode-se afirmar que um grupo de células pode estar agrupado fisicamente, passando a ser vista como uma mini fábrica com foco na produção, como se a produção dos itens fosse um processo contínuo. 17 Figura 6 — Arranjo Físico Celular. Fonte: Oliveira (2006). Disponível em: <https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/799.pdf>. Acesso em: 20 ago, 2022. 5.3.4. Arranjo físico por posição fixa O arranjo físico posicional ou posição fixa propõe que máquinas, equipamentos e materiais, além de pessoas, sejam deslocados para o produto em processo de fabricação. Nesse sentido, é um modelo ideal para processos por projeto os quais buscam atender uma necessidade específica do cliente, tendo, portanto, a necessidade de voltar todas as atividades para atender esse objetivo. Assim, existe uma data pré-determinada para conclusão, visto que o sistema produtivo tende a realizar um novo projeto na sequência. 18 Figura 7 — Arranjo Físico por posição fixa. Fonte: Oliveira (2006). Disponível em: <https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/799.pdf>. Acesso em: 20 ago, 2022. 5.4. Objetivos do arranjo físico A elaboração de um arranjo físico está relacionada a vários objetivos, sendo o principal deles garantir o aumento da produtividade proporcionando conforto, segurança, qualidade e preservação do meio ambiente. Contudo, também pode visar o aumento da Moral e Satisfação no Trabalho, ao contribuir com ordem, limpeza, acesso a sanitários; com o incremento na produção, ao favorecer a melhora do fluxo; Melhorar o fluxo de trabalho, com a redução de demoras; geração de economia de espaço, com menor quantidade de material em processo, distâncias minimizadas, entre outros. Cabe salientar que para que haja um sistema de manufatura eficiente é necessário além de fatores como tecnologia de fabricação atualizada, mão de obra qualificada e geração de produção adequada, um arranjo físico otimizado. Nessesentido, o arranjo físico pode ser considerado um procedimento essencial para garantir o desempenho produtivo do ótimo. Por outro lado, a escolha de um arranjo físico inadequado para um determinado processo produtivo, pode implicar em padrões de fluxos longos e confusos, estoque de materiais, além de gerar operações inflexíveis gerando custos e ineficiência produtiva no geral (VILAR; PORTO, 2007). 19 5.5. Arranjo físico escolhido Levando em conta os aspectos apresentados acima, bem como o tipo de produto que a empresa fabrica em sua unidade, o modelo escolhido foi o arranjo físico por processo. A escolha desse modelo de arranjo se deu principalmente porque ele propõe que equipamentos do mesmo tipo ou funcionalidade fiquem no mesmo local de modo agrupado, dentro da fábrica, além da possibilidade de aplicá-lo também em departamentos e montagens semelhantes. Nesse arranjo, todos os materiais e produtos são deslocados visando passar por todos os processos produtivos. A sua flexibilidade é uma das vantagens que o torna um tipo de arranjo utilizado diferente contextos produtivos, além de outros ambientes (VIEIRA; CENCI, 2019). 5.6. Processo de fabricação A compreensão das etapas que compõem o processo da fabricação de facas é fundamental, a partir delas é possível definir a organização espacial e sequenciamento de atividades exercidas da melhor forma, obtendo maior eficiência ao longo do processo. A tabela abaixo apresenta as etapas essenciais para a fabricação de facas juntamente com os equipamentos necessários ao longo da etapa. Tabela 7 — Etapas e equipamentos. Etapa Equipamentos Início da Forja ● Forja a Gás de 1500º C ● Martelete Semi-industrial ● Bigorna em aço de 45 kg ● Marretas Lixa e Corte ● Régua de Aço ● Morsa ● Lixadeira Profissional ● Esmerilhadeira ● Solda Mig 20 Etapa Equipamentos ● Torcedor Polimento ● Lixadeira Profissional. Lixas: ○ 36, 120, 220, 400 e 600 ● Lima ● Guia de Lima Tenacidade ● Forja ● Tenaz (pinças de ferro) ● Barril de óleo hidráulico ● Forno Elétrico Acabamentos finais ● Lixadeira Profissional: nº 220 e 400 ● Lixa manual ● Limas ● Morsa ● Cossinete macho e fêmea ● Cunho (transferidor) Fixação do cabo ● Cola Epóxi ● Chifre de cervo sambar ● Pinos inox Fabricação da bainha ● Couro ● Tesoura ● Kit de Costura ● Giz Formação do fio ● Pasta Abrasiva ● Lixeira Profissional 21 Etapa Equipamentos ● Chaira Média ● Chaira Lisa ● Couro Bovino Fonte: Farias, J.L.N. (2013). Os itens anteriormente listados acima representam os equipamentos necessários para as etapas de produção das facas artesanais, entretanto, é de suma importância a utilização de EPIs (Equipamento de Proteção Individual) ao longo das etapas, equipamentos como óculos de proteção, máscara de solda, luvas, aventais de couro, botas de bico de aço e protetor auricular. Dispositivos para auxiliar em casos de urgência também devem estar devidamente alocados no espaço físico, como por exemplo extintor de incêndio. 5.7. Arranjo físico detalhado De modo geral, o ambiente físico da oficina deve comportar todos os equipamentos necessários e dispor de espaços livres para perfeita acomodação dos operadores, isto é, desde a área de operação direta na máquina até a circulação de pessoas e carrinhos com materiais, considerando não apenas a largura dos corredores mas também das portas de acesso. Além disso, além da ocupação térrea horizontal, é fundamental ter uma boa iluminação e ventilação do ambiente, pois contribuem de forma direta com o desempenho produtivo. Considerando o setor produtivo, os dados sobre o detalhamento de áreas dos equipamentos, processos e acessos encontram-se nas tabelas abaixo. 22 Tabela 8 — Detalhamento do setor produtivo. Fonte: Autores. 23 Tabela 9 — Dimensões para passagens internas. Fonte: Autores. 5.8. Planta baixa O galpão escolhido com base nos critérios descritos no tópico 4 possui o nível térreo e o primeiro andar, além de uma área externa frontal e lateral. No primeiro nível, isto é, no térreo, estão localizados o setor produtivo, banheiro, armário pessoal e armazém para facilitar a alocação e transporte de matéria prima processada ou não. No segundo nível, de menor área, encontram-se o escritório e outro banheiro apenas. As imagens abaixo trazem as informações brevemente descritas acima de maneira detalhada. 24 Figura 8 — Planta Baixa Térreo. Fonte: Autores 25 Figura 9 — Planta Baixa Primeiro Andar. Fonte: Autores. 26 5.9. Modelo 3D A partir do software Sweet Home 3D, foi possível realizar um modelo tridimensional do espaço alocado proposto para o galpão com possíveis mobílias em cada setor. As imagens abaixo representam os principais setores da oficina. Figura 10 — Escritório. Fonte: Autores. Figura 11 — Armazém. Fonte: Autores. 27 Figura 12 — Vista Aérea do Galpão. Fonte: Autores. O modelo tridimensional do setor produtivo será apresentado posteriormente. 5.10. Diagrama de processos O Diagrama de Processos, também conhecido como Estudo do Fluxo, consiste na determinação da melhor sequência de movimentação dos materiais através das etapas exigidas pelo processo (Villar, A. M., 2014). O melhor fluxo é aquele que possibilita que o material se desloque de forma progressiva ao longo do processo, isto é, diminuindo os índices de retorno, desvios, cruzamentos, entre outros empecilhos. A carta de processos, outro nome comumente chamado, é descrita pelo uso de símbolos padronizados de acordo com a norma ANSI Y15.3M-1979. Os símbolos utilizados estão presentes na tabela abaixo. 28 Figura 13 — Símbolos Padronizados da norma ANSI Y15.3M-1979. Fonte: Autores. As etapas que descrevem o processo de produção citadas anteriormente vão ser necessárias para a elaboração do estudo do fluxo, que são: 1. Início da Forja 2. Lixa e Corte 3. Polimento 4. Tenacidade 5. Acabamentos finais 6. Fixação do cabo 7. Fabricação da bainha 8. Formação do fio Assim, o diagrama de processos pode ser definido de acordo com a figura abaixo. 29 Figura 14 — Diagrama de Processos. Fonte: Autores. A partir do diagrama de processos desenvolvido anteriormente, podemos elaborar o diagrama De-Para e o mapofluxograma como pode ser visto no tópico abaixo. 5.11. Diagrama De-para A ferramenta é utilizada para elaboração de arranjos físicos e está demonstrado abaixo. 30 Tabela 10 — “Carta De Para”. De / Para 1 2 3 4 5 6 7 8 8 X 2/2 7 X 2/2 6 X 2/2 5 X 2/2 4 X X 3/3 3 X 2/2 2 x 3/3 1 1/1 Fonte: Autores. Com os dados da tabela “De - Para” é possível analisar a relação entre as áreas e posições, conforme montagem abaixo. Figura 15 — Relação entre áreas e posições. Fonte: Autores. 31 Figura 16 — Mapofluxograma. Fonte: Autores. Por fim, através do software Sweet Home 3D, a imagem abaixo traz o modelo final do layout de forma tridimensional. 32 Figura 17 — Modelo 3D do Layout final. Fonte: Autores 6. COMPLEMENTOS 6.1. Prevenção de incêndios Esse complemento é extremamente indispensável para uma instalação industrial, visto que a possibilidade de um incêndio pode ser fatal, além de outras consequências intensamente destrutíveis, dessa maneira, é preciso organizar o local para extinguir minimamente os riscos e construir uma boa rota de fuga assim como possuir todos os aparatos que sejam necessários para o auxílio do combate ao incêndio. Para isso existe uma série de instruções técnicas do corpo de bombeiros que devem ser seguidas e estão disponibilizadas no DECRETO 63.911/18, um Regulamento de Segurança contra Incêndios das Edificações e Áreas de Risco no Estado de São Paulo. Uma sériede medidas constituem esse sistema como extintores, detectores de fumaça, iluminação de emergência, sistema de resfriamento, sistema de espuma e muitos outros que são incorporadas gradativamente dependendo da classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação, altura, carga de incêndio, área. 33 Seguindo essas orientações é preciso fazer as devidas modificações necessárias, pois há fiscalização e penalidade nos casos de divergência. Para esse projeto de oficina em questão, a classificação de uso é industrial, com uma descrição de indústria com carga de incêndio até 300MJ/m2 se enquadrando em exemplos semelhantes como atividades fabricantes de aço, artigos de metal, ferramentas, entre outros. É necessário possuir o acesso para viatura na edificação, uma segurança estrutural contra incêndio, chuveiros automáticos, controle de materiais de acabamento, saídas de emergência, iluminação de emergência, alarme de incêndio, sinalização de emergência, extintores, hidrantes e mangotinhos, pois é uma edificação baixa, considerando sua altura e possui baixo risco de incêndio. Ressaltando que os extintores devem ser do tipo ABC com as devidas regularizações como as datas de carregamento e recarga e seu número de identificação para inspeções e trocas obrigatórias, dispostos em uma área destacada de vermelho e borda amarela junto a uma placa de sinalização. A Norma Regulamentadora 23 indica dois extintores para cada pavimento e para uma área coberta média, a distância máxima a ser percorrida entre eles deve ser de 10m, em um local de fácil acesso e visualização. 6.2. Conforto ambiental Outro componente necessário para um projeto de instalação industrial é o conforto ambiental, fundamental para a qualidade de vida do trabalhador durante o seu expediente. Além de um ambiente limpo e organizado, boas condições visuais, luminosas, térmicas, acústicas e ergonômicas são prioridades. Os trabalhadores estarão expostos a inúmeros fatores e inclusive riscos, por isso para proteger a saúde e obter um bom rendimento no trabalho, é preciso um ambiente seguro, confortável e estimulante. O estudo da professora doutora Kelen Almeida Dornelles do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo defende o uso de cores claras nas fachadas dos edifícios, já que essas vão refletir mais a radiação solar do que as escuras. Um exemplo usado pela engenheira foi de uma fachada pintada de preto, 34 absorvendo 98% de radiação, dessa maneira, a temperatura da parede aumenta se tornando um emissor de calor, emitindo um infravermelho longo, para o ambiente interno e externo. Também é apontado a não necessidade do uso obrigatório de branco, com essa cor absorvente entre 15 a 20%, outras cores claras e tons pastéis absorvem até 50%. No caso da Localidade 10 em questão, o local possui fachada azul e azul claro e no ambiente interno o branco é predominante, com uma faixa azul em seu espaço principal. As cores também estão relacionadas na influência do ânimo nas pessoas, para Pimentel, o azul possui efeito tranquilizante e refrescante, evitando a insônia e o branco como excesso de claridade pode levar a um cansaço mental. Seria interessante a análise de como será o dia a dia de trabalho nessa instalação e se existir indícios de incômodo, transformar o ambiente, pintando-o inteiro de branco ou com alguma outra cor clara, de maneira polida, pois superfícies granulosas tendem a absorver mais calor. Os materiais das paredes e sua espessura também interferem nas condições térmicas, assim como se há ventilação cruzada e o modo da exposição ao sol, para esse galpão equipado de muitas janelas o aproveitamento de ventilações naturais é garantido, ainda mais considerando a umidade do ar como há o uso de forjas, os funcionários serão expostos a grandes variações de temperatura. Os equipamentos com emissão de gases, poeiras e vapores devem ser projetados com as devidas dispersões adequadas, inclusive com o uso de exaustores, como foi utilizado em tentativa de exemplo próximo ao projeto em questão com o estudo de de Riscos de exposição ao calor e circulação de poluentes em ambiente de trabalho industrial: método de análise em oficina de fundição naval. Para as demais áreas o uso de ventiladores industriais com grade para completa proteção da hélice do aparelho e suporte para fixação do ventilador em paredes ou colunas, são recomendados para auxiliar o conforto térmico em volta de todo o arranjo escolhido, físico por processo, demonstrado no layout. Sobre o conforto acústico, para evitar qualquer desconforto por ruídos incidentes da produção, o uso de protetores auriculares podem ser utilizados como 35 um equipamento de proteção individual, conhecidos como EPI, assim como luvas e óculos também necessários para determinados tipos de equipamentos. Para a finalização deste tópico, o conforto luminoso deve possuir iluminância suficiente e boa distribuição, ausência de ofuscamento e contraste adequados com um bom direcionamento de sombras, segundo European Commission Directorate. E seguindo a NBR 5413 da ABNT de 1992, existe a diferença de quantidade de iluminação necessária de acordo com o local e atividade desenvolvida, dessa maneira, a classificação se dá para áreas pouco usadas ou para atividades visuais mais simples, 20 a 500 lux (classe A), áreas de trabalho com requisito visual normal, 500 a 2000 lux (classe B) e áreas que exigem uma iluminação maior, com atividades de uma precisão exata, 2000 a 20000 lux (Classe C). Se o setor produtivo da oficina possui em torno de 170 m2 classificando como B, então o cálculo é feito através do lux (fluxo luminoso) multiplicando por metro quadrado, resultando em 85000 lúmen, lúmen que é a quantidade de luz emitida por uma lâmpada e com uma tabulação para lâmpadas de LED com 52W e 2600 lúmen, serão necessárias 32 lâmpadas dispostas de maneira equidistante. Para as demais áreas classificadas como A, serão necessárias de 2 a 3 lâmpadas por local. 6.3. Ciclo de vida Segundo o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia IBICT (2006), a Avaliação do Ciclo de Vida é uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos potenciais associados a um produto, compreendendo as etapas que vão desde a retirada da natureza das matérias-primas elementares que entram no processo produtivo até a disposição do produto final, abordando parâmetros como: produção de energia, fluxograma das atividades, transporte, consumo de energia não renovável, impactos relacionados com o uso ou aproveitamento de subprodutos, reuso do produto e questões relacionadas à disposição, recuperação ou reciclagem de resíduos e embalagens. Sustentabilidade tem sido um tema cada vez mais debatido pela sociedade e empresas visando minimizar os impactos no meio ambiente causados pelo modo de vida e produção atuais. Ainda que esse tema seja de suma importância atualmente, grandes reflexões sobre os danos causados ao meio ambiente iniciaram-se apenas 36 entre as décadas de 1960 e 1970. O lançamento de “A Primavera Silenciosa” (1962) de Rachel Carson foi considerado inovador à época por sinalizar quanto ao uso indiscriminado de agrotóxicos e tornou-se um dos primeiros best-sellers de tema ambiental. Tem-se que o primeiro estudo que pode ser considerado o surgimento da ACV foi realizado pela Coca-Cola em meados de 1965 nos Estados Unidos da América, o qual tinha por objetivo avaliar qual embalagem teria menores emissões, bem como utilizaria menos recursos em sua fabricação. Esta ferramenta foi impulsionada pela crise do petróleo na década de 1970 com o objetivo de avaliar opções para reduzir custos operacionais relacionados ao consumo de energia e de matérias-primas. Esta técnica pode ser aplicada visando diversas finalidades como: desenvolvimento e melhoria de produto, definiçãode planejamentos estratégicos e políticas públicas, indicadores de sustentabilidade, gestão de impactos ambientais de produtos e serviços e marketing ecológico responsável. A ACV possui normativas estabelecidas pelo ISO (International Organization for Standardization) que tem por finalidade orientar as organizações a se adequarem às melhorias nos aspectos ambientais relacionados às suas atividades. As normas são: ● 14040 (1999): Avaliação do ciclo de vida – princípios e estruturas. ● 14041 (1998): Avaliação do ciclo de vida – objetivos e escopo, definições e análise de inventários. ● 14042 (2000): Avaliação do ciclo de vida – avaliação de impacto de ciclo de vida. ● ISO/TR 14043 (2000): Avaliação do ciclo de vida – interpretação dos resultados de um estudo de avaliação do ciclo de vida. ● ISO/TS 14048 (2002): Avaliação do ciclo de vida – informações sobre a apresentação de dados para um estudo de avaliação do ciclo de vida ● ISO/TR 14049 (2002): Avaliação do ciclo de vida – exemplos para a aplicação da norma ISO 14041:1998. 37 Como é possível observar através das normas estabelecidas pelo ISO abrangem a estrutura geral, bem como orienta a elaboração em cada uma das etapas da ACV, além de exemplificar formas de aplicação e padrões de dados a serem apresentados. Desse modo, pode-se afirmar que as normas ISO definem requisitos gerais para a condução de ACVs, bem como estabelece critérios para divulgação de seus resultados. De acordo com o IBICT (2006), as empresas utilizam a ferramenta ACV para as seguintes aplicações: ● Desenvolvimento de uma avaliação sistemática das consequências ambientais relacionadas a um determinado produto; ● Análise das trocas ambientais associadas com um ou mais produtos ou processos específicos para obter dos tomadores de decisão (estado, comunidade e outros) aprovação para alguma ação planejada; ● Quantificação das emissões de poluentes para o ar, água e terra durante cada estágio do ciclo de vida ou ao processo que mais contribui para essas emissões; ● Avaliação dos efeitos do consumo de materiais e das emissões de poluentes sobre o meio ambiente e sobre o homem; ● Identificação de áreas de oportunidade para atingir uma maior eficiência econômica na concepção e desenvolvimento de produtos. A norma ISO 14040 (1999) indica que as etapas de realização de uma ACV podem ser classificadas em: definição dos objetivos e limites do estudo, realização do inventário, e avaliação do impacto ambiental do ciclo de vida. Além disso, essa norma estabelece que o conteúdo mínimo de um estudo ACV deve referir-se a três dimensões, sendo estas: o ponto inicial e final do estudo de ciclo de vida, quantos quais subsistemas incluir e o nível de detalhes do estudo. Dado o escopo deste projeto, a aplicação da ACV tem por objetivo mapear e avaliar o impacto ambiental associado à fabricação de facas artesanais de uma fábrica localizada em Diadema, na região metropolitana do estado de São Paulo, ocupando espaço entre 250m² e 300m². Deste modo, é possível mapear todo o fluxo do sistema, 38 ou seja, todas as suas entradas e saídas para que sejam estudadas possibilidades de melhorias no processo produtivo com a finalidade de reduzir custos operacionais e minimizar os impactos ambientais. Abaixo está descrito o fluxograma do ciclo de vida do produto, bem como suas entradas e saídas, além de delimitar o sistema. Figura 18 — Fluxograma do ciclo de vida do produto. Fonte: Autores 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto industrial da oficina de facas artesanais irá suprir uma demanda reprimida dentro do seu setor, principalmente durante o primeiro ano estabelecido. Um ponto a ser observado e acompanhado é o nível de aceitabilidade e satisfação do produto, caso sejam necessários ajustes mecânicos, de mão de obra ou até mesmo de um novo modelo ou matéria prima. Todos os cálculos Capex e Opex, demandas e pelos preços pagos e oferecidos, a oficina será rentável e, com o possível prosperar da oficina, situada na melhor localidade de Diadema, poderão ser criados planos para a concepção de novas unidades de expansão. 39 8. REFERÊNCIAS ACV | Histórico da ACV. Ibict.br. Disponível em: <https://acv.ibict.br/acv/historico-da- acv/#:~:text=Neste%20contexto%20%C3%A9%20que%20nasce,menos%20recurso s%20em%20sua%20fabrica%C3%A7%C3%A3o.>. Acesso em: 21 ago. 2022. AECWEB. Por que tintas claras colaboram com o conforto térmico nas edificações?. Disponível em: https://www.aecweb.com.br/revista/materias/por-que- tintas-claras-colaboram-com-o-conforto-termico-nas-edificacoes/20996. Acesso em: 21 ago. 2022. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Márcio França. DECRETO Nº 63.911, [S. l.], 10 dez. 2018. Disponível em: http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/dsci_publicacoes2/_lib/file/doc/decreto_63.911 .pdf. Acesso em: 21 ago. 2022. Avaliação de Ciclo de Vida de produtos e processos agrícolas e agroindustriais no Brasil - Portal Embrapa. Embrapa.br. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto- servico/4206/avaliacao-de-ciclo-de-vida-de-produtos-e-processos-agricolas-e- agroindustriais-no-brasil>. Acesso em: 19 ago. 2022. Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: <https://lnbr.cnpem.br/wp-content/uploads/2021/07/Avaliacao-do-Ciclo-de-Vida- ACV_FIM.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2022. BRAUWERS, R.W.; OLIVEIRA, T.D.D. ILUMINAÇÃO NATURAL: REFLEXÕES BÁSICAS PARA O ATO DE PROJETAR. XXIII Seminário de Iniciação Científica, UNIJUI. Disponível em: www.publicacoeseventos.unijui.edu.br. Acesso em: 21 ago. 2022. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos; estratégia, planejamento e operações. São Paulo: Person, 4a edição, 2012. DAVIS, M.; AQUILANO, N.; CHASE, R. Fundamentos da administração da produção. Porto Alegre: Bookman, 2001. 40 DE ASSIS, B.B.; CAVALCANTI, R.; NUNES, P. AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: <https://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2009_1_Bruno-Bastos.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2022. ENGENHARIA & PROJETOS. Conforto Ambiental. 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