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98 Unidade III Unidade III Esta unidade irá abordar a massoterapia redutora e modeladora, descrevendo o conceito, o histórico, as indicações, as contraindicações, bem como os seus efeitos fisiológicos e terapêuticos. Também serão descritos os cuidados que o profissional esteticista deve ter tanto com a sua postura, para que diminua os riscos ergonômicos relacionados à prática da técnica, quanto com o cliente, como o posicionamento e o drapejamento (cobertura do corpo) deste, proporcionando uma terapia eficaz e respeitando os preceitos éticos da profissão. Serão abordados alguns acessórios que podem ser incorporados à massagem redutora e modeladora, como o vácuo, a maderoterapia, o rolo para massagem turbinada e os bambus, os quais contribuem para a circulação, a oxigenação, a nutrição e a desintoxicação do tecido, bem como a diminuição do esgotamento físico do profissional esteticista, pois o uso dos acessórios reduz o desgaste dos braços. Também serão descritas as indicações e as contraindicações na utilização desses acessórios, para que as ferramentas sejam usadas de forma correta e segura. Para a durabilidade dos acessórios, é importante que o profissional fique atento aos cuidados no uso, na higienização e no armazenamento destes, aplicando ações de biossegurança, o que também contribui para prevenir doenças e minimizar os riscos de contaminação entre os clientes e entre o cliente e o profissional (e vice‑versa). Por fim, serão explicadas, passo a passo, as manobras da massagem redutora e modeladora e a técnica de aplicação para obter os efeitos desejados. 5 MASSOTERAPIA REDUTORA E MODELADORA Massagem é a arte de tocar com as mãos ou outras partes do corpo, como os cotovelos e os pés, e até mesmo com acessórios e equipamentos, os tecidos moles do corpo e, a partir desses estímulos, promover alterações capazes de gerar efeitos fisiológicos, químicos, mecânicos, psicológicos e, consequentemente, terapêuticos. Para sua realização, um conjunto de movimentos rítmicos leves ou mais vigorosos pode ser exercido para proporcionar efeitos relaxantes, desportivos, lúdicos, emocionais e estéticos de acordo com o objetivo, promovendo, desse modo, o alívio da queixa. A palavra “massagem” vem do grego, “masso”, que significa “amassar”, e sua prática se iniciou de forma empírica, ou seja, a partir de experiências e da observação de situações nas quais há lesão em alguma parte do corpo e o instinto nos leva a friccionar o local (CASSAR, 2001). 99 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Há registros do uso da massagem por antigas civilizações, como a egípcia, grega e romana, além da hindu, chinesa e japonesa, as quais registraram a prática do cuidado com o outro por meio de pinturas em cerâmicas, túmulos e murais. A massagem fazia parte de diversos grupos sociais e possuía finalidades distintas, como o relaxamento, a manutenção da saúde e o preparo dos atletas olímpicos e soldados gregos e romanos, a fim de complementar a rotina de exercícios e banhos, garantindo a saúde e a beleza (CASSAR, 2001). Essa técnica, hoje amplamente ensinada em diferentes cursos da área da saúde, foi utilizada e descrita por Hipócrates (480 a.C.), considerado o pai da medicina na Grécia Antiga, o qual usou o termo anatripsis, que significa “friccionar pressionando o tecido”. Ele acreditava na importância do domínio da arte de friccionar pelo médico e atribuía ao ato de massagear benefícios como o alívio de dores e até a cura das enfermidades (CASSAR, 2001; MEYER, 2010). Após um longo período de desuso, marcado pela queda do Império Romano (476 d.C.), a massagem foi retomada, e o médico cirurgião francês Ambroise Paré estimulou sua utilização. A massagem passou a ser estudada e pesquisada de maneira científica, e, com as descobertas médicas, seus efeitos fisiológicos foram descritos (MEYER, 2010). O sueco Pehr Henrik Ling (1776‑1839), no começo do século XIX, elaborou e descreveu um sistema de massagem que chamou de massagem clássica, baseado nos conhecimentos das diversas civilizações anteriores que já utilizavam a massagem. Atualmente, sua técnica é ensinada pelo mundo inteiro, conhecida como a massagem sueca (CLAY; POUNDS, 2003). Outros praticantes e estudiosos da massagem se destacaram, como Charles Fayette Taylor (1826‑1899) e John Harvey Kellogg (1852); este, um médico americano que descreveu 37 movimentos de massagem, incluindo manobras utilizadas ainda hoje, como o amassamento, a vibração, a fricção e a percussão. Na Inglaterra, Cyriax e Mennel contribuíram para a evolução e perpetuação da massagem. Assim, a técnica, por sua eficácia e grande utilização, vem se desenvolvendo e continua a ser investigada por pesquisadores e profissionais da área da saúde, ampliando e comprovando seus benefícios (CASSAR, 2001). Várias técnicas baseadas na massagem clássica são desenvolvidas e aprimoradas em diferentes culturas. Os russos, que ensinam e praticam a massagem clássica, também descrevem sua utilização e seus benefícios para o tratamento e controle do desenvolvimento do tecido adiposo, visto que a massagem realizada no tecido tegumentar é descontraturante e tem o objetivo de facilitar o retorno venoso. Esta contribui, assim, para o relaxamento das fibras musculares, que se mantêm encurtadas ou em contração permanente – quer por sobrecarga física, alteração da circulação sanguínea ou de estados emocionais – e não conseguem retornar à sua condição normal de relaxamento, promovendo seu encurtamento e o surgimento de dor (MEYER, 2010). A procura por métodos e tratamentos estéticos é impulsionada pela necessidade de satisfação com a forma e a imagem corporal. Desse modo, a massagem é incorporada ao grupo de recursos que podem ser utilizados para compor um tratamento estético corporal, contribuindo com a qualidade do tecido tegumentar e estimulando o sistema circulatório, a redução de medidas e a melhora do 100 Unidade III contorno corporal. A massagem também promove a manutenção e a melhora da beleza corporal, além do relaxamento e dos benefícios à saúde psíquica do indivíduo, que, na dinâmica da vida moderna, detém pouco tempo para se dedicar a si próprio. A massagem modeladora, também conhecida como massagem redutora, deriva da massagem clássica e é praticada com o uso dos mesmos movimentos, de modo rítmico, sistematizado, energético e, ao mesmo tempo, suave, respeitando a anatomia e a fisiologia, sem provocar nenhuma sensação dolorosa ou incômoda ao cliente (PEREIRA, 2010). A técnica da massagem redutora pode ser realizada de forma localizada, promovendo a modelagem corporal por meio da mobilização e consequente liberação dos tecidos superficiais (pele) e profundos (tela subcutânea e músculo) (TACANI et al., 2010; PEREIRA, 2010; LACRIMANTI, 2008). Saiba mais Para saber mais sobre os efeitos fisiológicos das manobras e técnicas de massagem, recomendamos a leitura do segundo capítulo do livro a seguir: VERSAGI, C. M. Protocolos terapêuticos de massoterapia: técnicas, passo a passo para diversas condições clínicas. 1. ed. Barueri: Manole, 2015. 5.1 Prática da massagem Sabe‑se que o organismo humano é complexo, e os sistemas que o compõem estão interligados. O bom ou mau funcionamento de um sistema afeta o outro. Desse modo, é de extrema importância o conhecimento de algumas condições e assuntos para a realização de uma terapia eficiente, como o domínio das disciplinas de anatomia, biologia, histologia e fisiologia dos diversos sistemas envolvidos pela aplicação da massagem, a saber: sistema tegumentar, muscular, tecido subcutâneo, sistema circulatório e sistema nervoso. Destaca‑se, também, o conhecimento das manobras que são aplicadas, incluindo a direção, a pressão, a velocidade, o ritmo de execução, bem como a frequência e duração da terapia. Também são necessárias a avaliação e identificação das indicações e contraindicações. 5.1.1 Preparação do ambiente Os cuidados com o ambiente devem seguir os princípios de higiene e limpeza preconizadospela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (BRASIL, 2009), e é de responsabilidade do profissional zelar pela saúde e segurança de todos os envolvidos nesse atendimento, como os clientes e os próprios profissionais. O ambiente deve ser limpo, e os móveis e instrumentais que podem entrar em contato com a pele do cliente ou com algum produto que será utilizado durante o atendimento, como maca, carrinhos auxiliares, cubetas e espátulas, devem passar por um procedimento de limpeza para a 101 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL remoção da sujidade. Em seguida, deve ser realizada uma desinfecção, como o uso de álcool a 70%, visto que essa substância é eficaz para a eliminação de grande parte das bactérias e de alguns fungos e vírus. Tais procedimentos devem ser realizados a cada atendimento, reduzindo o número de micro‑organismos e, consequentemente, o risco de transmissão de doenças. Lembrete Artigos utilizados durante a massagem são classificados como não críticos, ou seja, entram em contato com a pele íntegra. Por isso, devem ser limpos e desinfetados, para evitar o risco de contaminação. 5.1.2 Preparação do profissional São muito importantes o cuidado e a atenção quanto ao preparo pessoal que o profissional deve ter para a realização do atendimento de massagem modeladora. Esses cuidados estão relacionados à higiene pessoal, como o trato das unhas, que devem estar curtas, e das mãos, que devem estar limpas e hidratadas. Os cabelos devem ser mantidos presos, e os acessórios, como pulseiras, relógios e colares longos, devem ser retirados. O uso do avental previne contra a exposição da pele e das roupas do profissional, conferindo maior liberdade em seus movimentos e minimizando desconfortos ocasionados pela exposição corporal em decorrência dos detalhes de sua vestimenta, como decotes. O uso de sapatos confortáveis e com solados que não promovam ruídos e desiquilíbrios corporais contribui para que a sessão ocorra de forma tranquila, evitando possíveis acidentes. Em relação ao seu posicionamento, o profissional precisa ter especial cuidado, adotando uma postura adequada durante toda a realização da técnica, com o objetivo de proteger a integridade do seu corpo, visto que este também pode ser considerado uma ferramenta. Dessa forma, as manobras não devem forçar as estruturas dos braços e da coluna, pois, além de ser algo prejudicial ao profissional, influencia na eficácia e na realização das manobras de massagem (CASSAR, 2001; PEREIRA, 2010). O posicionamento do terapeuta, o equilíbrio, a descarga do peso corporal e a direção da pressão são, portanto, aspectos fundamentais da técnica. O profissional se mantém em constante movimentação e adaptação da sua postura em relação à maca e ao cliente durante a massagem, o qual pode se movimentar para a frente e para trás ou de um lado para o outro, promovendo uma ação coordenada entre o corpo e as mãos do terapeuta, combinando esses elementos, e garantindo, assim, a manutenção da sua saúde e a eficácia da massagem. O primeiro passo para a adoção de uma boa postura é adequar a altura da maca ao terapeuta, que pode estar um pouco abaixo da linha do trocanter. Essa altura favorece a manutenção da posição neutra dos punhos e evita a flexão e anteriorização do tronco. O terapeuta deve testar a melhor altura da maca para si, levando em consideração o seu alinhamento corporal. 102 Unidade III A seguir, sugerimos alguns posicionamentos nos quais o profissional se mantém com os pés apoiados no chão e as pernas afastadas, ficando estável e seguro. Ao mesmo tempo, é possível movimentar e executar as manobras da massagem modeladora de forma confortável e com facilidade. Figura 73 – Profissional na postura do esgrimista: braços afastados do corpo e ambas as mãos realizando as manobras Figura 74 – Profissional na postura de tai chi: as costas retas e os joelhos (suavemente dobrados) realizando uma pequena flexão Para qualquer uma das posições adotadas, é necessário flexionar os joelhos, e não a coluna, e manter‑se em uma postura segura, sem o uso excessivo de força nas mãos, nos punhos e nos dedos, bem como na coluna. É importante prestar atenção à respiração, mantendo‑a tranquila e regular, e evitar prendê‑la, já que isso pode significar um uso exagerado e inadequado de força por parte do terapeuta. A observação e a manutenção da postura correta por parte do terapeuta contribuem para a realização adequada das manobras e minimizam riscos para a saúde. Na imagem a seguir, a altura da maca não está adequada, e a esteticista deve fletir o tronco para a frente, o que aumenta a pressão em sua coluna, promove desequilíbrios musculares e prejudica o seu posicionamento. Como o profissional esteticista realiza inúmeros atendimentos em um dia, deve ter a preocupação com a sua integridade física, poupando e mantendo em equilibrio a musculatura e outras estruturas corporais, com o intuito de prevenir dores e a instalação de doenças relacionadas ao trabalho. 103 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 75 – Profissional com postura inadequada, sobrecarregando a coluna 5.1.3 Preparação do cliente Para iniciar o atendimento, é necessário realizar uma avaliação completa, a qual fornece ao profissional uma série de informações a respeito do estado de saúde do cliente e de eventuais contraindicações para a realização do procedimento, além de auxiliar no entendimento dos objetivos do tratamento, das queixas do cliente e das possíveis intervenções a serem realizadas. Concluída a etapa de avaliação, que inclui a coleta e o registro das informações cedidas pelo cliente – como os dados pessoais, as queixas e as informações coletadas pelo terapeuta, como exame físico e testes especiais –, já é possível posicionar o cliente e dar início à sessão. Observação Exceto quando a divulgação é autorizada pelo paciente, as informações coletadas durante a avaliação são confidenciais, e ninguém deve ter acesso a elas, assegurando a privacidade e intimidade da pessoa. Para o posicionamento, o terapeuta pode e deve contar com coxins e travesseiros, mantendo o cliente em posição confortável durante a massagem redutora. Deve‑se realizar o drapejamento, técnica de cobertura do corpo, evitando a exposição das áreas não tratadas e garantindo a privacidade, a segurança e o conforto do paciente, embora grande parte do corpo fique exposta durante a realização da massagem. Não existe regra fixa; o esteticista deve encontrar a melhor maneira de realizar o drapejamento de acordo com cada cliente, tendo como princípio o respeito à individualidade de cada um. Podem ser utilizadas toalhas e lençóis para a realização da técnica de cobertura. Nas imagens a seguir, são demonstradas as formas de realizar o drapejamento: 104 Unidade III Figura 76 – Posicionamento e drapejamento parcial, expondo a região abdominal do cliente Figura 77 – Posicionamento e drapejamento parcial, expondo somente a região de membro inferior esquerdo do cliente Figura 78 – Posicionamento e drapejamento parcial, expondo somente a região de membro superior esquerdo do cliente Figura 79 – Posicionamento e drapejamento parcial, expondo a região posterior de membro inferior do cliente 5.1.4 Escolha do produto cosmético Para realizar a massagem, é preciso escolher um emoliente que permita certo deslizamento das mãos sobre o tecido. O profissional avalia as opções cosméticas disponíveis para uso e escolhe uma adequada aos objetivos do tratamento. Os cosméticos são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, para o uso externo em diversas partes do corpo. Segundo a Anvisa, são produtos de venda livre destinados à higiene pessoal, à estética e aos cuidados com a pele (BRASIL, 2015). Os produtos cosméticos são elaborados em uma base denominada veículo, que pode ser uma base gel, creme, sérum, emulsão ou até mesmo um pó. A escolha do veículo é fundamental, já que é um auxiliar da técnica. • Gel: geralmente, os veículosem base gel não são uma boa opção para a realização da massagem, pois são formulados em base de água sem o acréscimo de óleo. Assim, são rapidamente absorvidos pela pele, limitando o deslizamento. • Creme: contém óleo em sua formulação, alta viscosidade e absorção moderada; apresenta um equilíbrio entre as características de deslizamento e absorção. É importante atentar‑se ao risco de contaminação do produto, escolhendo embalagens que auxiliem no seu manuseio, como as que possuem bomba na ponta. • Loções: são formadas pela mistura de água e óleo e aumentam o tempo de deslizamento sobre a pele do paciente em relação aos géis, permitindo a realização das manobras de massagem. 105 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Óleos: permitem grande deslizamento das mãos do terapeuta sobre o tecido; raramente precisam ser repostos durante a sessão de massagem; são absorvidos de forma mais lenta; podem deixar resíduos no corpo e nas roupas do cliente. Deve‑se ter atenção à quantidade de produto utilizada. Dependendo das características da pele local, como a maior presença de pelos, pode ser necessária uma maior quantidade de óleo, mas em áreas sem a presença de pelos. A mesma quantidade de óleo pode dificultar a realização das manobras, promovendo o escorregamento das mãos sobre o tecido. Se o veículo for um óleo, deve‑se dar preferência a um óleo vegetal, que possui ótima afinidade e é absorvido pela pele. O mesmo vale para a escolha por um veículo em creme ou emulsão, que pode ter características de espalhabilidade diferentes. As formulações podem ser acrescidas de princípios ativos, que são as substâncias que conferem ao produto as características às quais ele se destina. Como exemplo de princípios ativos, temos a centelha asiática, substância com característica anti‑inflamatória, que aumenta a circulação e estimula a síntese do fibroblasto, célula constituinte da derme, a qual produz colágeno, elastina e ácido hialurônico. A escolha dos produtos a serem utilizados deve levar em consideração os objetivos do tratamento. Se o objetivo for, por exemplo, diminuir o tecido adiposo, deve‑se optar por produtos que, em sua formulação, estimulem a lipólise, ou seja, que promovam a degradação dos triglicerídeos do tecido adiposo em ácidos graxos livres e glicerol, bem como substâncias que promovam o aumento do metabolismo, estimulando, dessa maneira, o gasto de energia pelo organismo. A cafeína é um exemplo de princípio ativo lipolítico que também atua como estimulante da circulação. As formulações cosméticas apresentam, geralmente, uma combinação de princípios ativos que agem de forma conjunta para ser absorvidos e chegar ao tecido‑alvo em condições de realizar sua ação. No quadro a seguir, podemos visualizar alguns princípios ativos presentes em diversas formulações cosméticas que podem ser utilizadas para a realização da massagem modeladora. Quadro 4 – Diferentes princípios ativos usados na composição de cosméticos lipolíticos e drenantes Princípio ativo Propriedades Cafeína Lipolítica e estimulante da microcirculação. Xantagosil C ® Lipolítica e inibidora da lipogênese. L‑Carnitina Antioxidante; promove o transporte de ácidos graxos livres para a mitocôndria. Arnica montana Descongestionante, estimulante e anti‑inflamatória. Centella asiática Anti‑inflamatória; estimula a circulação, o metabolismo e a síntese do fibroblasto. Argisil C ® Estimula a lipólise. Nicotinato de Metila Promove vasodilatação e hiperemia, facilitando a permeação de outros princípios ativos e contribuindo para a drenagem de líquidos e toxinas do tecido tegumentar. Pimenta Estimulante; aumenta a circulação. Adaptado de: Tassinary; Sinigaglia; Sinigaglia (2018, p. 71, 73, 77 e 79). Após a escolha do produto, o profissional se prepara para dar início à sessão de massagem modeladora. 106 Unidade III 5.2 Efeitos fisiológicos da massagem Os benefícios da massagem modeladora estão relacionados aos efeitos desencadeados pela execução das manobras. São efeitos mecânicos, reflexos diretos ou indiretos, e estão interligados. Ao tocar a pele, respostas reflexas são acionadas, visto que ocorre a estimulação dos mecanoceptores, estruturas do sistema nervoso periférico que estão presentes na pele, promovendo a captação de informações sensoriais, as quais são transmitidas ao sistema nervoso central (medula e cérebro). Este, por sua vez, processa a informação e emite uma resposta a esse estímulo, que pode ser uma ativação motora. A combinação entre os efeitos produzidos pela massagem gera os efeitos terapêuticos da técnica. Estão todos inter‑relacionados: efeitos fisiológicos e terapêuticos (CASSAR, 2001; MONTAGU, 1988). 5.2.1 Efeitos mecânicos Os efeitos mecânicos são desencadeados pela ação direta da pressão realizada sobre os tecidos moles durante a mobilização. São considerados efeitos diretos da massagem: a analgesia, o incremento circulatório sanguíneo e linfático, a melhora da atividade muscular, o estímulo intestinal e, ainda, os efeitos psicoemocionais (CASSAR, 2001; PEREIRA, 2010). O toque é capaz de estimular a pele, a qual tem íntima relação com o sistema nervoso, explicada pela origem dos tecidos. Na fase de desenvolvimento embrionário, ocorre a formação dos tecidos presentes no organismo humano. Estes são formados a partir de três tipos de folhetos germinativos, o endoderma, o mesoderma e o ectoderma, cujas células se diferenciam e dão origem a diferentes tecidos. Os sistemas epitelial e nervoso têm origem no ectoderma, fato que nos ajuda a entender a complexidade da relação entre os sistemas tegumentar e nervoso. Os efeitos mecânicos promovem, de forma indireta, uma ação reflexa sobre diversos sistemas do organismo, como a sensação de bem‑estar e relaxamento, promovida pela massagem, ou a diminuição da sensação dolorosa, como quando batemos uma região do corpo e, de forma quase que imediata e instintiva, levamos a mão contra o tecido e friccionamos para promover o alívio da dor. O alívio ocorre porque é interrompida a transmissão da informação dolorosa ocasionada pela pancada. Essa informação sensorial é percebida pelos nociceptores, estruturas responsáveis pela captação da informação de dor. Uma vez que a massagem é realizada no local, há a interrupção dessa transmissão ao sistema nervoso central, que passa a transmitir somente a informação do tato. Como consequência, temos a sensação de diminuição da dor. Esse é um dos mecanismos responsáveis pela diminuição da dor através da massagem. A sensação de dor pode ser influenciada pela formação de edema, um acúmulo de líquido no espaço fora das células, denominado espaço intersticial. Esse líquido promove um aumento da pressão sobre os nociceptores, e seu alívio está relacionado ao aumento da circulação e à diminuição do edema, reduzindo o estímulo gerado nos receptores. 5.2.2 Efeitos circulatórios A realização de manobras de mobilização sobre o tecido tegumentar contribui para as alterações no sistema circulatório sanguíneo e linfático. Em relação à massagem sobre o sistema circulatório sanguíneo, o estudo do médico Von Mosengeil, no qual foi injetada tinta nanquim 107 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL no joelho de um coelho, demonstrou que a tinta foi eliminada rapidamente após a aplicação da massagem (TRACY, 1992‑3 apud CASSAR, 2001). Pemberton e Scull apud Guirro e Guirro (2004) explicam que o estímulo promovido pela massagem aumenta a velocidade da circulação sanguínea, ao mesmo tempo que provoca hiperemia devido à liberação de sustâncias químicas como a histamina, um potente vasodilatador produzido pelo sistema imune do organismo humano. Em decorrência da presença de histamina e da vasodilatação reflexa, devido ao estímulo mecânico da massagem, ocorre a intensificação da circulação sanguínea de forma momentânea, gerando a nutrição e hidratação celular, bem como a remoção de metabólitos presentes no tecido estimulado. Os efeitos circulatórios promovidos pela massagem modeladora contribuempara o tratamento de alterações como o FEG (celulite estética), uma vez que, nessa alteração do tecido conjuntivo de origem fisiológica, que afeta principalmente os indivíduos do sexo feminino, há alterações da microcirculação sanguínea e linfática do tecido adiposo subcutâneo, que resultam na associação com outras variações, como o aumento do tecido adiposo e o espessamento do tecido conjuntivo em um tecido mal oxigenado, subnutrido e com congestão. A congestão está relacionada com a compressão prolongada ocasionada pela pressão dos tecidos adjacentes em estados de anormalidade funcional, como no exemplo do FEG. O sistema linfático é um importante sistema vascular de transporte de líquido intersticial para a corrente sanguínea, constituído de células de defesa para a destruição de micro‑organismos e partículas estranhas ao nosso organismo que estão presentes na linfa. A ação da massagem sobre o fluxo venoso afeta indiretamente o fluxo linfático. Dessa forma, pode‑se prevenir a formação do edema ou contribuir para a melhora, quando já instalado. Figura 80 – Fibro edema geloide (FEG) 108 Unidade III O acúmulo de fluidos, proteínas e toxinas presentes no espaço intersticial deve retornar à circulação sanguínea. Quando uma força externa age sobre os vasos superficiais e profundos do sistema linfático, ocorrem contrações espontâneas nesses vasos, gerando a movimentação da linfa e o impulsionamento do fluxo linfático. Essa força externa pode ser exercida por algumas manobras da massagem. Capilar linfático Sangue arterial Sangue venoso Linfa Linfa A B C Interstício Pré‑coletor Figura 81 – Circulação sanguínea e linfática 5.2.3 Efeitos metabólicos A realização da massagem modeladora promove o incremento circulatório e, consequentemente, o aumento do trabalho renal e da diurese, provocando a eliminação dos catabólitos, substâncias provenientes do metabolismo celular, como o ácido úrico, o nitrogênio e o cloreto de sódio. O dióxido de carbono, composto químico produzido pelo metabolismo celular, também é eliminado em decorrência do aumento circulatório. 5.2.4 Efeitos sobre o sistema digestório A aplicação de manobras de massagem sobre a região abdominal promove a estimulação do peristaltismo intestinal. Isso significa que o estímulo mecânico promovido pela massagem reflete nas contrações que ocorrem nas porções que compõem o intestino grosso e promove o avanço e a eliminação do conteúdo presente no intestino. Esse efeito parece ter um especial benefício para as mulheres, que apresentam, de forma mais frequente, constipação intestinal, um distúrbio do sistema digestivo relacionado a fatores como estresse, desequilíbrio alimentar e consumo de medicamentos miorrelaxantes, laxativos e anti‑histamínicos, entre outros (SANTOS JÚNIOR, 2005). 109 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL 5.2.5 Efeitos sobre o sistema conjuntivo Os benefícios da massagem sobre o tecido adiposo são controversos. Cassar (2001) descreve que a manobra de amassamento tende a produzir um efeito de emulsificação lipídica, melhorando a absorção lipídica e o seu metabolismo. Já os autores Guirro e Guirro, com base no estudo de Kalb e Wright, mencionam que a massagem como terapia única não promove a diminuição de peso (KALB; WRIGHT, 1940 apud GUIRRO; GUIRRO, 2004). O aumento da temperatura e da circulação promovido pela massagem pode levar os adipócitos a gastar e liberar mais energia, uma vez que acelera as reações químicas do organismo, agindo como catalisador das reações enzimáticas da atividade metabólica (LACRIMANTI, 2008). Outro efeito da massagem sobre o tecido adiposo está relacionado à lipogênese, conjunto de processos envolvidos na formação e no armazenamento de triglicerídeos. Ocorre em regiões corporais nas quais a circulação é moderada ou lenta, e, quando a circulação está mais favorecida, o processo tende a ser menor. A massagem modeladora pode contribuir incrementando a circulação e prevenindo o aumento de tecido adiposo. Também estão associados a essa massagem os efeitos psicológicos benéficos, como o estímulo à adoção de hábitos alimentares mais equilibrados sob orientação dos profissionais, médicos nutrólogos e nutricionistas, e também à prática de atividade física. Quanto às aderências, que são a união entre tecidos que se tornam fibrosos com restrição de mobilidade e elasticidade, como consequência a um trauma e um processo inflamatório, as manobras da massagem podem contribuir para o alongamento do tecido e a ruptura dos microfilamentos de colágeno, causando o aumento da extensibilidade do tecido. 5.2.6 Outros efeitos da massagem A permeação de princípios ativos está relacionada a diferentes fatores; entre eles, a temperatura. Quanto maior a temperatura, melhor a penetração. Dessa forma, a massagem modeladora contribui para a melhora da permeação de princípios ativos, o aumento da temperatura local e a vasodilatação do sistema circulatório periférico. Na pele, a permeação promove o aumento da temperatura e da elasticidade. Também é observado o aumento da atividade da camada basal da epiderme, promovendo a renovação celular. Além disso, ocorre a melhora da hidratação e do estímulo da produção da secreção sebácea, com consequências na aparência e textura da pele. Sobre o tecido muscular, há o estímulo ao aumento da circulação sanguínea e linfática muscular, do metabolismo e da nutrição, além do aporte de O2. Também se intensifica a remoção dos metabólitos, contribuindo para a diminuição das condições musculares e da tensão. Para Tacani et al. (2010), a massagem, quando bem executada, pode auxiliar no tratamento de redução de medidas e edemas, estimular a circulação sanguínea e o metabolismo, harmonizar os contornos corporais e minimizar a ansiedade, pois age sobre o sistema autônomo e desencadeia respostas de 110 Unidade III relaxamento com a liberação de neurotransmissores, substâncias químicas criadas pelo corpo que transmitem informações de uma célula nervosa para outra. Entre essas substâncias, estão a endorfina e encefalina, as quais agem de forma semelhante à morfina e promovem sensação de bem‑estar, diminuição de dor e ansiedade, elevação da autoestima, da percepção corporal e da autoimagem, melhorando a qualidade de vida do indivíduo (MACHADO, 2000). 5.3 Indicação e contraindicação O uso da massagem é determinado por suas indicações e contraindicações e é abordado sob uma visão geral, com o objetivo de orientar a tomada de decisão sobre a adoção ou não da técnica e preparar o terapeuta para analisar as condições individuais, para que a prática da terapia seja segura e adequada às condições do cliente. As primeiras perguntas que vêm à mente são: • Qual o objetivo do tratamento? • Qual ou quais regiões serão tratadas? A resolução desses questionamentos deve ser realizada para definir a escolha adequada da massagem, tendo em vista as indicações desse precioso recurso. 5.3.1 Indicações De modo geral, a massagem redutora e modeladora é indicada quando sua aplicação promove benefícios, como a melhora da flexibilidade, a extensibilidade dos tecidos e o incremento circulatório. Neste tópico, vamos conhecer as principais indicações para a aplicação da técnica: • Permeação de princípios ativos: o aumento da permeação de princípios ativos faz parte das indicações para a aplicação da massagem modeladora, uma vez que são obtidos o aumento circulatório e a vasodilatação por meio das manobras, como o pinçamento e o deslizamento profundo. Esses princípios ativos devem ser escolhidos de acordo com o objetivo principal do tratamento. • Liberação do tecido cicatricial e de aderências e fibroses: a presença de sintomas de aderências e fibroses nos tecidos moles, como no caso do FEG (celulite estética), pode restringir a extensibilidade tecidual, promovendo irregularidades cutâneas e congestão circulatória na(s) área(s) afetada(s). Nessa situação, as manobras de massagem podem devolver a elasticidade que estava comprometidae restabelecer a função do tecido afetado. • Melhora do contorno corporal por meio da mobilização dos tecidos profundos, como a fáscia: manobras como o deslizamento profundo e o amassamento aumentam a temperatura local e alteram a consistência dos exsudatos (líquido presente no espaço entre as células de um tecido) e dos tecidos ao redor, deixando‑os mais fluidos e, também, contribuindo com a elasticidade e a regularidade do tecido na área atingida. 111 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Gordura localizada: em relação ao aumento do tecido adiposo localizado, a realização de manobras de massagem modeladora, como o deslizamento profundo, o amassamento e o rolamento, provoca o aumento circulatório, que favorece tanto a diminuição quanto a prevenção do acúmulo dos triglicerídeos. A permeação de princípios ativos lipolíticos também contribui para o tratamento dessa alteração estética. A técnica aplicada de forma regular pode promover a redução da circunferência abdominal, como relatado por Kim (2007) em sua pesquisa, que associou a massagem modeladora à aromaterapia para o tratamento da gordura abdominal em mulheres menopausadas. Figura 82 – Gordura localizada na região abdominal • Fibro edema geloide (FEG): nessa alteração estética associada às variações hormonais, principalmente nas mulheres – mas que também pode estar presente em homens com os mesmos sintomas –, o estilo e o hábito de vida, como o sedentarismo e a alimentação rica em carboidrato e açúcar, podem impactar no surgimento ou na piora da disfunção. Nesse caso, ocorre a retenção de líquido e toxinas, o aumento da reserva energética em locais determinados, as alterações da microcirculação, o enrijecimento do tecido, além da presença de nódulos, aderências e fibroses. Adipócitos maiores, comprometendo a circulação Septo fibroso, promovendo a aderência e o aspecto celulítico Figura 83 – Pele com FEG, fibrose e aderências, comprometendo a circulação sanguínea e linfática, e fibras colágenas sem elasticidade, promovendo o efeito de depressão do tecido (aspecto celulítico) 112 Unidade III As manobras de deslizamento ajudam na melhora da circulação, diminuindo a congestão e o edema, favorecendo o retorno venoso e a circulação linfática. As manobras de amassamento podem auxiliar na consistência dos fluidos intersticiais e na redução de fibroses e aderências. Observação Para o tratamento da adiposidade localizada abdominal, o ideal é optar por uma combinação de princípios ativos lipolíticos e estimulantes da circulação e do metabolismo, para atingir os objetivos do tratamento. 5.3.2 Contraindicações Em alguns casos, a realização das manobras de massagem modeladora pode ser contraindicada. A contraindicação pode ser total, como quando há a presença de tumores malignos/neoplasias, ou parcial, apenas para a aplicação no local afetado, a exemplo da presença de lesões cutâneas; nesse caso, a massagem é contraindicada em alguma parte ou um seguimento corporal. A contraindicação pode, ainda, ser momentânea, como quando a pessoa apresenta um quadro inflamatório. Essas informações são obtidas durante a avaliação do cliente e devem ser registradas na ficha de anamnese. • Hipertensão e hipotensão descompensada: hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada pelo aumento dos níveis da pressão sanguínea nas artérias, com valores iguais ou acima de 140 mmHg para a pressão sistólica e 90 mmHg para pressão diastólica. Como a realização da massagem promove a dilatação e o aumento do fluxo circulatório, essas alterações podem ser prejudiciais no caso da presença da hipertensão arterial descompensada, a qual pode promover danos no coração. A massagem é contraindicada pelo risco de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. • Trombose: no caso da confirmação ou do risco de trombose venosa profunda, também conhecida como TVP, é contraindicada a realização da massagem. Na TVP, ocorre a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias dos membros inferiores do corpo. A massagem modeladora é contraindicada devido ao risco de deslocamento do trombo. Esse coágulo pode se desprender e se movimentar pelo sistema circulatório venoso, chegando a outros órgãos ou tecidos, ocasionando, dessa forma, novas complicações, como a embolia pulmonar ou o acidente vascular cerebral. Os sinais de trombose são a presença de dores, o inchaço na perna, a sensação de queimação e a alteração da coloração da pele. 113 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 84 – Trombose • Insuficiência renal: no caso de insuficiência renal, a massagem é contraindicada pelo aumento circulatório e risco de sobrecarga renal. • Processos infecciosos e inflamatórios: no caso de processo inflamatório, que é uma resposta fisiológica a uma lesão tecidual, há a presença de sinais e sintomas característicos da inflamação, também denominados de sinais flogísticos ou cardinais da inflamação. São eles: o calor (aumento da temperatura), o rubor (vermelhidão), o turgor (edema) e a dor. Um quinto sinal presente é a perda de função, visto que, com a presença de uma lesão, como um corte na pele, fica comprometida a sua função de proteger contra a entrada de substâncias estranhas ao corpo ou agentes agressores. Nesses casos, a massagem também é contraindicada pelo risco de aumento de edema e da temperatura local. Figura 85 – Flebite • Alterações vasculares como varizes, flebites e telangiectasias: a resistência ao fluxo sanguíneo nas veias pode ser causada por alterações patológicas, como a varicosidade. Nessas situações, a massagem não é aplicada. 114 Unidade III Figura 86 – Varizes • Pós‑operatórios recentes: no período pós‑operatório, a massagem modeladora é contraindicada por ser mais profunda e promover a vasodilatação, podendo contribuir com a piora do edema presente nos processos inflamatórios agudos. Também pode ocasionar tensionamentos nas cicatrizes e, consequentemente, complicações no processo de cicatrização, como a deiscência, que é o afastamento das bordas cirúrgicas, o alargamento ou a hipertrofia da cicatriz. Nesse período, o cliente também apresenta dor, que pode ser agravada pela realização de manobras mais vigorosas e de maior pressão. A massagem modeladora só pode ser realizada após a liberação médica – aproximadamente, entre seis meses e um ano após a cirurgia. Figura 87 – Pós‑operatório recente • Gestação: nos primeiros três meses de gestação, período em que mudanças hormonais e fisiológicas e intensa multiplicação celular estão acontecendo, é importante evitar qualquer complicação. Assim, é contraindicada a realização da massagem até o terceiro mês, em qualquer área corporal, e após o terceiro mês até o final da gestação, na região abdominal. 115 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Dermatites e/ou dermatoses: o termo “dermatose” se refere a qualquer mudança do estado normal da pele. A dermatite é uma dermatose que se caracteriza pela presença de processo inflamatório. Quando a pele, que é o nosso maior órgão de proteção contra a entrada de micro‑organismos ou substâncias estranhas, fica vulnerável pela presença de alterações, as técnicas de massagem são contraindicadas no local, uma vez que pode haver a contaminação da área. Figura 88 – Dermatites • Neoplasias: nos casos de neoplasias malignas, a massagem modeladora também é contraindicada. O paciente que realiza quimioterapia e radioterapia tem os tecidos muito sensíveis. Os movimentos mais intensos de massagem podem promover extravasamento de sangue para o tecido intersticial com formação de hematomas e hemorragias, além do risco de disseminação das células tumorais para outras partes do organismo. • Lesões cutâneas (no local): da mesma forma e pelos mesmos motivos da presença de dermatoses, é contraindicada a realização de massagem no local que apresenta lesão cutânea, visto que a pele perde sua barreira de proteção contra a invasão de agentes estranhos,como bactéria, vírus, fungos, substâncias químicas, corantes, álcool, entre outros. Figura 89 – Lesões cutâneas no local de aplicação das manobras 116 Unidade III • Pessoas alérgicas ao cosmético: no caso de alergia ao cosmético, e na ausência de outras contraindicações, recomenda‑se realizar a massagem modeladora com cosmético neutro ou, ainda, sem o uso de emolientes cosméticos. 5.4 Tipos de massagens redutoras Além da massagem modeladora manual, que deriva da massagem clássica (também denominada relaxante), outros métodos de massagem vêm sendo adotados e utilizados nos espaços de embelezamento, centros de estéticas e spas com o objetivo de promover o bem‑estar e o remodelamento corporal, por estimular efeitos fisiológicos da massagem. Técnicas com o uso de equipamentos como vácuo e acessórios, a exemplo de bambus e rolos de maderoterapia e massagem turbinada, também têm sido incorporadas, ampliando as possibilidades e os recursos para o trabalho dos terapeutas, contribuindo com a eficácia do tratamento e reduzindo o desgaste físico do profissional, pois os instrumentos são anatômicos e a técnica não demanda força, mas sim aprimoramento e exatidão nos movimentos. Dessa forma, são necessários o treinamento e a habilitação do profissional, visando ao conhecimento apropriado dos acessórios e à terapia adequada e eficaz ao cliente. A busca por acessórios e equipamentos para auxiliar na execução das manobras de massagem não é tão recente. No ano de 1864, devido a uma lesão no cotovelo, o dr. George Taylor (apud Cassar, 2001), fundador da escola norte‑americana de massagem, desenvolveu um equipamento para realizar a massagem, o qual se demonstrou tão eficaz quanto a massagem manual, contribuindo com o terapeuta na realização da técnica. Em 1865, Jonas Gustav Zander (apud Cassar, 2001) criou um sistema mecânico para a realização de movimentos de massagem por meio de vibração, que simulavam as mesmas frequência e intensidade geradas pela técnica manual. Esse equipamento melhorava a circulação periférica e, assim, a oxigenação e nutrição dos tecidos. 5.4.1 Endermologia No início dos anos 1990, o médico Serge Karagosian, especializado em depressomassagem e depressodrenagem linfática, diretor da École Internationale de Dermotonie et Papper Rouler Analitique, na França, desenvolveu a técnica de aplicação do vácuo, pressão negativa que promove uma depressão localizada no tecido por meio da sucção, que pode ser realizada de forma contínua ou pulsada. O dr. Karagosian descreveu a técnica denominada dermotonia, que é similiar a outras técnicas, como endermologia, vacuoterapia, endermoterapia, massagem mecânica e eletrosucção (KARAGOSIAN, 1995). Assim, a massagem mecânica utiliza a pressão negativa associada a roletes que empregam pressão positiva, destinados à massoterapia por palper roller (palpar e rolar). Para a realização dessa técnica, podem ser utilizados diferentes equipamentos e acessórios. 117 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 90 – Equipamento de vácuo eletrônico com ponteiras corporais Figura 91 – Massagem modeladora com equipamento de vácuo eletrônico 5.4.2 Bambu A massagem com bambu utiliza acessórios como as varas de bambus de diferentes tamanhos, previamente preparadas e tratadas para serem utilizadas como acessórios. Essa técnica é originária da França e foi desenvolvida em 2003 por Gil Amsallem, um fisioterapeuta, para proporcionar uma massagem que contribua com a circulação sanguínea e linfática e proporcione a tonificação e modelagem corporal. As varas de bambus funcionam como prolongamentos dos dedos do terapeuta, alcançam as diversas regiões corporais e ativam inúmeros pontos. Dependendo da manobra realizada, as varas provocam impactos vibracionais que se espalham pelo corpo. O bambu é constituído por uma fibra que respira e é antibacteriana, e sua suave textura, que tem aspecto acetinado, gera novas sensações para quem recebe a massagem, contribuindo para a adoção de uma boa mecânica corporal por parte do terapeuta, assim como um menor desgaste, visto que o uso do acessório promove tração de todo o tecido conjuntivo, mobilizando os líquidos e favorecendo as trocas metabólicas (CALVI; GELSI; RODRIGUES, 2009). 118 Unidade III Figura 92 – Kit de bambus corporais Figura 93 – Manobra realizada por bambus 5.4.3 Maderoterapia Outros acessórios desenvolvidos em madeira são utilizados na realização de uma técnica denominada maderoterapia. Essa técnica de massagem corporal tem o objetivo de auxiliar na redução de medidas, na melhora dos sinais e sintomas presentes no FEG e no aumento do tônus, além de promover o relaxamento físico e mental. O emprego de acessórios em madeira, para contribuir com a realização de técnicas manuais, é utilizado há milhares de anos pelos orientais. Hoje, as empresas de cosméticos aprimoraram o designer dos instrumentos, deixando‑os mais anatômicos e leves, facilitando a sua manipulação. As clínicas e os spas que oferecem tratamentos estéticos estão sempre em busca de novidades e da implementação de técnicas atuais. A maderoterapia é uma dessas técnicas, adotada para promover benefícios estéticos e, também, para a saúde de seus frequentadores. Quando aliada ao contato com os produtos naturais, contribui para o equilíbrio das energias do indivíduo, visto que a filosofia oriental trabalha com os elementos que representam e trazem a energia da natureza: o metal, a água, o fogo, a terra e a madeira. Os acessórios mais utilizados na maderoterapia são o rolo espiga, o cubo, o champignon, a copa sueca e o manejo. Cada um tem uma função específica, aumentando a circulação sanguínea periférica, promovendo a hiperemia, oxigenando e nutrindo os tecidos. Além disso, remodelam, tonificam e drenam. Ainda não há literatura científica que demonstre os benefícios e efeitos fisiológicos e terapêuticos a partir da utilização dos acessórios de madeira. Figura 94 – Acessórios de maderoterapia Figura 95 – Aplicação de maderoterapia: copa sueca 119 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 96 – Aplicação de maderoterapia: manejo Figura 97 – Aplicação de maderoterapia: rolo espiga Figura 98 – Aplicação de maderoterapia: cubo Figura 99 – Aplicação de maderoterapia: champignon 5.4.4 Massagem turbinada A massagem turbinada é uma técnica que utiliza como acessório um rolo de madeira com pequenas ventosas intercaladas, com estruturas semelhantes aos dedos, feitos em borracha, que promovem a sucção e a mobilização do tecido. O rolo de madeira é utilizado para realizar movimentos mais vigorosos, rápidos e repetitivos, provocando, dessa forma, a hiperemia local. Assim, a região pode apresentar vermelhidão no momento da massagem, que permanece por um curto período após a sua realização. A ativação e a mobilização da epiderme, da derme e da tela subcutânea também atingem os músculos e o sistema circulatório, os quais têm melhora no suprimento de oxigênio, nutrientes e água. 120 Unidade III Figura 100 – Rolos de massagem turbinada com suas estruturas: ventosa e dedos para sucção e mobilização do tecido Figura 101 – Aplicação do rolo de massagem turbinada na região posterior da coxa 5.4.5 Cuidados no uso de acessórios O emprego de acessórios como recursos auxiliares da massagem modeladora fica restrito às regiões que apresentam maior concentração de tecido adiposo. É preciso ter cuidado com as áreas de proeminências ósseas, que são as partes dos ossos que ficam mais salientes. A massagem sobre regiões como a escápula pode promover lesão e dor quando atingidas pelo acessório, que é movimentado com maior velocidade e de forma mais vigorosa. Nossas mãos são estruturas que conseguem se adaptar às diferentes partes do corpo e permitem um perfeito acoplamento, minimizando os riscos de lesões sobre as proeminências ósseas. Antes e após o uso do acessório, é necessário: realizar a higienização, cumprindo os princípios da biossegurança, para evitar a contaminação entre os clientes; realizar a limpezamanual dos artigos, utilizando esponja ou escova macia com água e sabão neutro; enxaguar em água corrente para a retirada da matéria orgânica e do sabão. Ao final, deve‑se esperar secar completamente antes de armazenar ou utilizar o equipamento. As manoplas do equipamento de vácuo devem ser lavadas com água, sabão e água corrente e secadas com papel‑toalha ou pano limpo. A higienização deve ser realizada entre uma sessão e outra, e os acessórios nunca devem ser guardados sujos. Os rolos de massagem turbinada podem ser higienizados com pano umedecido em água e sabão, o qual deve ser completamente removido com um pano umedecido em água. O cabo de madeira não deve ser molhado. Alguns rolos permitem sua desmontagem, o que facilita a manutenção. Os acessórios de maderoterapia, bem como os bambus, podem ser lavados com água e sabão e secados com pano limpo ou papel‑toalha. A realização desses cuidados assegura o uso adequado dos acessórios e aumenta a vida útil dos equipamentos. 121 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL 6 TÉCNICA DE MASSOTERAPIA REDUTORA E MODELADORA 6.1 Descrição das manobras Para a realização das manobras, é importante manter os dedos e punhos relaxados, visto que a percepção, por parte do cliente, de tensão nas mãos do terapeuta pode gerar a sensação de ansiedade, desconforto, falta de familiarização com a técnica e, ainda, insegurança. O terapeuta deve preparar seus membros (mãos, braços, ombros, coluna e membros inferiores) realizando alongamentos e movimentações, friccionando uma mão na outra, ativando a circulação e aquecendo a superfície da pele que irá entrar em contato com o cliente. A pressão exercida durante a realização das manobras é transmitida pelas mãos, mas é proveniente da descarga de peso do corpo do terapeuta, e não do emprego de força das mãos. Além de relaxadas as mãos, os punhos devem ser mantidos em posição neutra, na qual os músculos do punho (flexores e extensores) se encontram relaxados, nem alongados nem contraídos. Figura 102 – Posição neutra do punho O conhecimento das manobras, bem como os seus efeitos, é imprescindível para a aplicação da massagem modeladora de forma eficaz e sem provocar efeitos colaterais, como as equimoses. Equimoses são pequenos extravasamentos de sangue decorrentes do uso excessivo de força ou da inabilidade técnica na execução das manobras. 6.1.1 Deslizamento superficial ou effleurage O deslizamento superficial é a primeira manobra a ser realizada, empregada no início e no fim da aplicação do conjunto de manobras em cada segmento massageado. Essa manobra é realizada pelo contato de toda a mão e dos dedos, com pressão muito sutil, de forma rítmica, por toda a extensão do segmento massageado. O objetivo dessa manobra é estabelecer o primeiro contato manual com a área tratada, espalhar o cosmético na pele e auxiliar no preparo do tecido para receber as manobras posteriores. Como efeito 122 Unidade III direto da massagem, podemos ressaltar o leve estímulo sobre o sistema circulatório sanguíneo, auxiliando o retorno venoso e o relaxamento pela ativação do sistema nervoso, no qual promove uma diminuição da excitabilidade das terminações nervosas livres. Essa manobra pode ser realizada pelo contato de ambas as mãos sobre o tecido cutâneo do cliente, de forma simultânea ou alternada. Figura 103 – Deslizamento superficial com o contato de ambas as mãos de forma simultânea Figura 104 – Deslizamento superficial com o contato das mãos de forma alternada 6.1.2 Deslizamento profundo O deslizamento profundo é realizado pelo contato de toda a região palmar da mão e dos dedos com pressão moderada, capaz de promover vasodilatação, sem provocar dores ou desconforto ao cliente, de forma rítmica, por toda a extensão do segmento massageado. A pressão exercida é transmitida aos tecidos mais profundos, favorecendo o retorno venoso e linfático e melhorando as condições circulatórias, como a nutrição e a oxigenação tecidual. A realização dessa manobra age sobre a fáscia superficial, reduzindo a formação de áreas endurecidas, como os nódulos. Promove vasodilatação e hiperemia e mobiliza tecidos mais superficiais. A manobra pode ser realizada pelo contato de ambas as mãos ao mesmo tempo sobre o tecido cutâneo do cliente ou pelo contato das mãos de forma alternada, que passa a ser um contato mais intenso, profundo e rítmico sobre a área a ser tratada, atingindo regiões mais profundas. Figura 105 – Deslizamento profundo pelo contato das mãos de forma simultânea Figura 106 – Deslizamento profundo pelo contato das mãos de forma alternada 123 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL 6.1.3 Amassamento A manobra de amassamento, também denominada petrissage, é aquela que promove a mobilização dos tecidos mais profundos, como a tela subcutânea e o músculo, por meio da compressão e contorção desses tecidos, pressionado‑os contra estruturas adjacentes. Essa manobra é capaz de fornecer informações sobre o estado de tensão dos músculos e o grau de aderência entre os tecidos superficiais, aumenta a circulação em maior profundidade, diminui a tensão ou o enrijecimento tecidual e, assim, contribui para a redução das aderências entre os tecidos, melhorando a mobilidade e a aparência do tecido subcutâneo. É realizada com a aplicação de um tipo de pinçamento ou levantamento tecidual, com formação de pregas cutâneas e musculares, e a movimentação dessa prega em sentido alternado. Essa manipulação é feita pelos dedos de uma mão e o polegar da outra. Os tecidos são mobilizados no sentido horário e anti‑horário de forma alternada, respeitando‑se a elasticidade tecidual. Figura 107 – Amassamento na região abdominal lateral 6.1.4 Fricção A fricção é uma mobilização que pode ser realizada tanto nos tecidos profundos quanto nos superficiais. São movimentos circulares ou transversais, aplicados com ritmo e velocidade uniformes, com pressão suficiente para movimentar o tecido superficial em relação ao profundo. O objetivo principal dessa manobra é diminuir as aderências e estimular a circulação sanguínea. Quando aplicada sobre a região abdominal, no sentido do fluxo intestinal, o objetivo é contribuir com o trânsito do bolo fecal, facilitando o seu deslocamento. Pode ser realizada com toda a palma da mão ou com a ponta de um ou mais dedos, movendo os tecidos mais superficiais em relação aos mais profundos. Essa movimentação é aplicada por pequenos movimentos circulares ou transversais. Não são realizados deslizamentos nessa manobra. 124 Unidade III Figura 108 – Fricção circular na região abdominal realizada com os quatro dedos das mãos, que estão sobrepostas 6.1.5 Percussão A percussão é um termo relacionado às manobras que são realizadas por meio de leves pancadas. Esses golpes manuais estimulam uma resposta muscular, pequenas contrações musculares que contribuem para a melhora do tônus. O objetivo principal da realização das manobras de percussão é ativar as respostas reflexas dos músculos, aumentar a circulação e estimular, de forma geral, a região tratada. Os movimentos de percussão podem ser executados pelas mãos ou pelos dedos, de modo rápido, rítmico e superficial. Esses movimentos são divididos em quatro tipos: • Percussão: realizada com o dedo mínimo e os outros dedos abertos e esticados. Pela movimentação alternada entre a mão direita e a esquerda, o tecido é atingido pela lateral do dedo mínimo (borda ulnar), o qual é atingido pelos outros dedos na sequência. Figura 109 – Percussão 125 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Tapotagem: trata‑se de uma manobra realizada por meio de golpes promovidos pela palma das mãos em concha, de maneira alternada. • Tapping (variação da tapotagem): técnica executada com a palma das mãos espalmadas, que tocam o tecido de maneira alternada. Figura 110 – Tapotagem • Pinçamentos alternados: os pinçamentos são um tipo de percussão feito com a polpa dos dedos, que puxam e soltam os tecidos. Figura 111 – Pinçamento alternado LembreteNa utilização das manobras de percussão, não se deve atingir as proeminências ósseas ou as áreas com fina camada de tecido adiposo, evitando a promoção de dor e desconforto. 126 Unidade III 6.1.6 Rolamento O rolamento é uma movimentação do tecido cutâneo realizada nas pregas cutâneas ou musculares. Através de um rolamento, deslocam‑se os tecidos subcutâneos sob as estruturas mais profundas. Executa‑se um pinçamento de uma prega de pele mantendo‑se o tecido tracionado, ao mesmo tempo que é rolado pelos dedos. A prega é carregada ao longo da área a ser tratada, entre o polegar e os dedos indicador e médio. Essa manobra é aplicada com o objetivo de diminuir as aderências e estimular a circulação sanguínea e a reabsorção de substâncias metabólicas. A) B) Figura 112 – Rolamento nas regiões: a) lateral da coxa; b) abdômen 6.2 Ritmo, velocidade, pressão, direção e repetição das manobras da massagem redutora e modeladora O sucesso da massagem redutora e modeladora está relacionado ao conjunto de conhecimentos do profissional esteticista, como o domínio da técnica, o ritmo empregado para a realização das manobras, bem como a velocidade e a pressão exercidas em cada manobra. O ritmo das manobras deve ser constante, uma vez que a perda ou a diminuição do ritmo pode alterar a sensação percebida pelo cliente e diminuir os efeitos das manobras, que requerem a repetição de forma sistêmica e ritmada para o estímulo circulatório e a alteração da temperatura. Quando realizamos as manobras de deslizamento profundo de maneira constante, por exemplo, um dos efeitos é a vasodilatação e a hiperemia local. Com a alteração do ritmo, esses efeitos podem não ser alcançados, pois se dão pela continuidade do toque, associado à pressão e à velocidade das manobras. Diferentemente da drenagem linfática manual, a massagem redutora e modeladora não tem uma pressão pré‑determinada. Podemos levar em consideração a pressão utilizada para a realização da drenagem linfátima manual, que fica entre 30 e 40 mmHg (milímetros de mercúrio), e associar a outros fatores, como o objetivo da manobra que será realizada, uma vez que cada manobra tem um objetivo específico. 127 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Tomemos como exemplo o deslizamento superficial e profundo. O objetivo do deslizamento superficial é o primeiro contato com a pele do cliente. É uma importante manobra para avaliar a sensibilidade e a resistência dos tecidos tratados e espalhar o creme ou outro emoliente que pode ser utilizado para a realização da massagem. Essa manobra prepara a pele para receber a próxima manobra. Já o deslizamento profundo tem o objetivo de atingir tecidos mais profundos e ativar a circulação. Essas informações devem ser consideradas. Se a pressão aplicada for igual à da manobra anterior, o terapeuta não conseguirá atingir o tecido alvo. A sensibilidade do cliente deve ser levada em conta, bem como o estado dos tecidos e os sinais e sintomas apresentados. Para Capelato (2016), a força que será exercida durante a aplicação da manobra está relacionada a um conjunto de informações que devem ser consideradas, incluindo o tamanho da mão do terapeuta, o grau da disfunção que o cliente apresenta e a sensibilidade à dor. Cada pessoa apresenta características peculiares; algumas têm a pele mais firme, e outras são mais flácidas. Em relação à pressão, é possível evoluir com o passar das sessões, pois mudanças fisiológicas irão ocorrer, e os tecidos estarão mais preparados para pressões maiores. Se um cliente apresenta FEG em membros inferiores, por exemplo, ele possui como sintomas: edema, congestão circulatória local, telangectasias, aumento da adiposidade, sensação de peso e dor. O terapeuta deve graduar a pressão exercida durante as manobras para promover benefícios, uma vez que o organismo reage ao estímulo, ocorre o aumento da circulação local e as trocas metabólicas se intensificam. É preciso se atentar para não promover o agravamento das condições já instaladas. Com a evolução do tratamento, esses sinais melhoram, e a pressão exercida pode ser intensificada, sempre respeitando os limites do tecido e a individualidade de cada pessoa. A velocidade que se emprega na execução da manobra também está relacionada ao tipo e ao objetivo da manobra. O pinçamento do tecido, por exemplo, tem o objetivo de estimular a circulação e facilitar a permeação de princípios ativos. Deve ser realizado de forma superficial (em relação à pressão), rápida e contínua, até se observar a hiperemia do tecido (vermelhidão). Se as manobras forem realizadas de forma lenta, com poucas repetições, o objetivo não será alcançado. Em contrapartida, na execução de manobras muito rápidas, o profissional pode provocar lesões nos tecidos do cliente. Por isso, é importante encontrar o controle preciso para executar as manobras. A quantidade e o tipo de veículo emoliente, creme ou óleo, podem interferir na velocidade e no controle da manobra, devendo ser ajustados para que as mãos do terapeuta deslizem de forma adequada e confortável para a realização de cada manobra, sem perder o controle. De maneira geral, podemos considerar que, quando realizada com movimentos rápidos e mais intensos, a massagem se torna estimulante para as funções fisiológicas, e, quando os movimentos são realizados com pouca intensidade, de forma lenta e superficial, a massagem tem efeito calmante. Outra variável que deve ser considerada é a direção, a qual deve ser adaptada de acordo com a área e o objetivo. Na maior parte das vezes, as manobras são realizadas na direção centrípeta, respeitando o fluxo sanguíneo e linfático e levando em consideração a região e o objetivo. 128 Unidade III Quando realizamos a manobra de deslizamento profundo na região abdominal, por exemplo, o objetivo pode ser o de estimular o peristaltismo, e, nesse caso, a direção da manobra é no sentido do trajeto intestinal, contribuindo com a motricidade intestinal. Porém, se o objetivo é o de melhora de contorno da região da cintura, o movimento deve ser realizado na região lateral e anterior do abdômen, na altura da cintura, de forma rápida e com pressão mais intensa – respeitando a sensibilidade e não promovendo dor –, no sentido da cintura, passando pela cicatriz umbilical para a região inferior do abdômen. O movimento se dá em diagonal. Sobre os músculos, as manobras são realizadas no sentido da fibra muscular. O resultado dessa estimulação é a melhora do fluxo sanguíneo, a nutrição, a otimização das trocas celulares e a consequente melhora da contratilidade e tonicidade muscular. Nas imagens a seguir, a manobra de deslizamento profundo é realizada na região abdominal com objetivos diferentes. A manobra é a mesma, mas a direção do movimento muda de acordo com o objetivo da massagem: Figura 113 – Sequência de deslizamento profundo realizada na região abdominal com o objetivo de estimular o peristaltismo intestinal Figura 114 – Deslizamento profundo realizado na região abdominal com o objetivo de modelar a cintura do cliente 129 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL A experiência do profissional melhora a habilidade de adequação da pressão e da velocidade das manobras. O profissional de Estética deve aprimorar sua técnica praticando as manobras e treinando com diferentes pessoas, visto que cada uma apresenta uma constituição física. É interessante, também, receber a massagem, experimentar estar na posição do cliente, para compreender as sensações que são desencadeadas pelos estímulos. Em relação ao número de repetições de cada manobra, deve‑se levar em consideração o efeito promovido com a manobra, avaliando cada execução, pois cada organismo tem suas particularidades e responde de forma única. No geral, a indicação é entre três e dez manobras por região para alcançar os efeitos desejados; porém, esse número pode ser diferente. Por exemplo: na manobra de pinçamentos, o número de repetições será maior considerando uma região inteira, mas, se a concentraçãofor em uma única área, dez repetições da manobra são suficientes para promover a hiperemia no local. O esteticista precisa estar atento à resposta a cada movimento. Seus conhecimentos aliados à sua avaliação são fundamentais para avaliar o número de manobras por área. Lembrete Manobras lentas e profundas aumentam a circulação sanguínea e linfática, enquanto manobras rápidas e profundas estimulam, excitam os tecidos e aumentam o tônus. 6.3 Descrição da sequência de aplicação da massagem redutora e modeladora Para a realização da massagem modeladora, deve‑se preparar o ambiente e separar todo o material que será utilizado no atendimento. Figura 115 – Preparo do ambiente e separação dos materiais necessários A sequência da massagem é dividida pelos segmentos corporais para facilitar a didática e o entendimento da técnica. O profissional acomoda o cliente na maca em decúbito dorsal. Nessa posição, o cliente fica com as costas e toda a região posterior do corpo apoiadas na maca. 130 Unidade III É necessário higienizar as mãos e realizar a preparação das áreas do cliente que receberão a massagem. Vejamos, a seguir, as etapas: • Higienizar toda a área utilizando uma loção antisséptica corporal. É possível preparar esponjas de algodão com gaze e embeber com a solução. Figura 116 – Higienização da área a ser tratada • Realizar a esfoliação física nas regiões a serem tratadas (braços, abdômen, membros inferiores e costas), massageá‑las com movimentos suaves e circulares até o produto formar grumos (rollings), secar e sair totalmente. • Retirar os resíduos do produto com toalha seca, toalha descartável, ducha ou esponjas de gaze e algodão. • Posicionar o cliente em decúbito ventral e repetir todo o processo na região posterior. A recomendação é realizar esse preparo da pele do cliente no começo do tratamento e toda vez que se fizer necessário, segundo a avaliação do profissional. Figura 117 – Esfoliação da área a ser tratada 131 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL 6.3.1 Massagem modeladora em membros superiores Para iniciar a massagem modeladora em membros superiores, deve‑se apoiar o segmento corporal na maca, de maneira que o cliente se sinta confortável e o braço se mantenha ao lado do seu corpo. Em seguida, o terapeuta aplica o emoliente escolhido na mão e fricciona as duas mãos para aquecer o veículo. • Deslizamento superficial: iniciar a massagem realizando o deslizamento superficial. Essa manobra irá promover a distribuição do veículo. O movimento deve ser iniciado próximo ao punho e seguir pelo antebraço e braço até alcançar a região do ombro. • Deslizamento profundo: na sequência, realizar o deslizamento profundo. A) B) C) D) Figura 118 – Deslizamento superficial e profundo: a) iniciar na região do punho; b) deslizamento no antebraço; c) deslizamento no antebraço; d) finalizar próximo ao ombro • Amassamento: após a aplicação dos deslizamentos, realizar a manobra de amassamento trabalhando os tecidos profundos. 132 Unidade III A) B) Figura 119 – Amassamento no braço • Rolamento: na sequência, dividir o braço em duas partes: uma próxima ao cotovelo e outra próxima ao ombro. Realizar o rolamento na primeira parte, a mais próxima ao cotovelo, caminhando da parte externa para a parte interna do braço. Em seguida, realizar a mesma manobra na segunda parte do braço, a mais próxima ao ombro. Dependendo da estatura do cliente, pode ser necessário dividir a região em três partes. A) B) Figura 120 – Rolamento: braço dividido em duas partes e rolamento iniciando na parte externa (a) em direção à parte interna (b) do braço • Deslizamento superficial, profundo e amassamento: para realizar as manobras na parte interna do braço, posicionar a mão do cliente próximo à cabeça. Com essa movimentação do braço em abdução e rotação externa, a área interna fica mais exposta e pronta para receber as manobras de deslizamento superficial e profundo e de amassamento. 133 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL A) B) Figura 121 – Braço em abdução e rotação externa: deslizamento superficial e profundo • Amassamento: após a aplicação dos deslizamentos, realizar a manobra de amassamento trabalhando os tecidos profundos. A) B) C) Figura 122 – Braço em abdução e rotação externa: a) amassamento no início do movimento; b) segunda região; c) finalização da área 134 Unidade III Figura 123 – Braço em abdução e rotação externa: rolamento • Deslizamento profundo e superficial: para finalizar a massagem do membro superior, retornar o membro para a posição inicial e realizar um deslizamento, posicionando as mãos de forma simultânea ao braço do cliente. Dependendo do diâmetro do braço, é possível optar por realizar, primeiro, os deslizamentos na parte externa e, em seguida, na parte interna no braço. Realizar o deslizamento profundo, iniciando próximo ao dorso da mão em direção ao ombro. Na sequência, realizar o deslizamento superficial, finalizando a massagem desse segmento. O terapeuta deve prosseguir a massagem no membro contralateral. Se foi iniciado pelo membro superior direito, o processo deve se repetir no membro superior esquerdo. A) B) Figura 124 – Braço em abdução e rotação externa para a realização de deslizamento profundo e superficial (primeiro, o profundo; na sequência, o superficial): a) início do movimento; b) retorno pelas laterais 6.3.2 Massagem modeladora na região abdominal Para iniciar a massagem modeladora na região abdominal, o profissional expõe a região que será tratada, cobrindo a roupa do cliente com toalha ou papel. 135 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL • Deslizamento superficial: a primeira manobra a ser realizada é o deslizamento superficial. Para essa manobra, deve‑se posicionar as mãos espalmadas abaixo da cicatriz umbilical e deslizá‑las de forma simultânea, subindo pelo abdômen até o processo xifoide (cartilagem que forma a extremidade inferior do esterno). Nesse ponto, afastar as mãos em direção às laterais do abdômen, descendo pelas laterais e retornando à posição inicial para repetir o movimento. A) B) C) D) Figura 125 – Deslizamento superficial: a) início da manobra, com as mãos espalmadas abaixo da cicatriz umbilical; b) deslizamento simultâneo subindo pelo abdômen até o processo xifoide; c) retorno pela lateral do tronco; d) final da manobra, com as mãos posicionadas no mesmo local de início, preparadas para repetir o processo • Deslizamento profundo na região abdominal: repetir a mesma sequência de movimentos, deslizando as mãos bem acopladas ao tecido, mas aumentando a pressão do movimento para realizar o deslizamento profundo. • Deslizamento profundo realizado no sentido horário: realizar a manobra de deslizamento profundo sobre o trajeto do intestino grosso. Sobrepor as mãos na região inferior direita do paciente, próximo à crista ilíaca (osso do quadril). Deslizar subindo as mãos e percorrendo o mesmo trajeto do cólon ascendente. Na sequência, mudar o sentido para acompanhar o cólon transverso. Percorrer todo o trajeto e finalizar deslizando sobre o cólon descendente. Durante a realização da manobra, atentar‑se aos pontos de rigidez e perguntar ao cliente sobre possíveis desconfortos. Essa manobra tem o objetivo de aumentar o peristaltismo intestinal, contribuindo para a melhora dos quadros de constipação, o alívio da dor e a diminuição do desconforto abdominal. 136 Unidade III A) B) C) Figura 126 – Deslizamento profundo sobre o trajeto intestinal: a) cólon ascendente; b) cólon transverso; c) cólon descendente • Fricção: o movimento posterior a ser realizado é a fricção circular, no mesmo trajeto da manobra anterior, ou seja, sobre os cólons ascendente, transverso e descendente. A fricção deve ser realizada com as mãos sobrepostas. Nessa manobra, não ocorre o deslizamento; após cada fricção, a mão percorre para a próxima área e dá início a uma nova fricção, finalizandopróximo à crista ilíaca do lado esquerdo do quadril. A) B) 137 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL C) Figura 127 – Fricção com as mãos sobrepostas ao longo do trajeto intestinal: a) cólon ascendente; b) cólon transverso; c) cólon descendente • Amassamento: o terapeuta deve posicionar as mãos ao seu lado oposto, na região contralateral, e iniciar a manobra de amassamento, percorrendo toda a lateral do abdômen, desde a região mais próxima ao osso do quadril até a área próxima às costelas, mobilizando o tecido da região lateral do abdômen, que forma o flanco. Repetir a manobra, mas, dessa vez, iniciar o movimento na lateral, percorrer até a cicatriz umbilical e, em seguida, retornar à posição inicial. A) B) C) D) Figura 128 – Amassamento na região lateral do abdômen: a) posição inicial próxima ao quadril em direção à costela; (b) e (c) posição inicial da lateral do abdômen para o centro; d) posição próxima à cicatriz umbilical 138 Unidade III • Rolamento: dividir a região lateral do abdômen em três partes e iniciar o rolamento na região lateral, no sentido do centro do abdômen, nas três regiões. A) B) C) D) E) Figura 129 – Rolamento na região lateral, com movimento no sentido da região central do abdômen: posição inicial da lateral em sentido medial na segunda área (a) e movimento no sentido do centro do abdômen na segunda área (b) 139 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL A) B) Figura 130 – Rolamento na região lateral, com movimento no sentido da região central do abdômen: a) posição inicial da lateral em sentido medial na terceira área; b) movimento no sentido do centro do abdômen na terceira área • Pinçamento: realizar o pinçamento por toda a área, estimulando a circulação. Figura 131 – Pinçamento • Deslizamento profundo alternado: mantendo a mesma ideia de divisão da região abdominal em três áreas, realizar o deslizamento profundo, alternando as mãos em cada uma das áreas. 140 Unidade III A) B) C) Figura 132 – Deslizamento profundo alternado: a) primeira área; b) segunda área; c) terceira área • Deslizamento profundo: realizar o deslizamento profundo, iniciando o movimento próximo às cristas ilíacas em direção ao processo xifoide e retornado à posição inicial pelas laterais. As mãos deslizam de forma simultânea. • Deslizamento superficial: na sequência, realizar o mesmo movimento, mas, nesse momento, reduzir a pressão da manobra e finalizar com o deslizamento superficial. A) B) 141 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL C) D) Figura 133 – Deslizamento profundo e superficial: a) início da manobra, com as mãos espalmadas abaixo da cicatriz umbilical; b) deslizamento simultâneo, subindo pelo abdômen até o processo xifoide; c) retorno pela lateral do tronco; d) final da manobra, com as mãos posicionadas no mesmo local de início, preparadas para repetir o processo 6.3.3 Massagem modeladora em membros inferiores na parte anterior Para iniciar a massagem modeladora em membros inferiores na parte anterior, o profissional deve cobrir o corpo do cliente, expondo apenas a região a ser tratada. • Deslizamento superficial: a massagem é iniciada na região da coxa. Realizar o deslizamento superficial com ambas as mãos posicionadas acima do joelho, deslizando ao longo de toda a área até a região inguinal. Não retirar a mão do contato com a pele; apenas aliviar a pressão e retornar à posição inicial para repetir o movimento. A) B) C) D) Figura 134 – Deslizamento superficial: a) início do movimento acima da patela no joelho; b) deslizamento no sentido da circulação, próximo à região inguinal; c) retorno com as mãos pela lateral; d) finalização e retorno à posição inicial 142 Unidade III • Deslizamento profundo alternado: repetir a mesma sequência de movimentos, deslizando as mãos de forma alternada e com maior pressão – deslizamento profundo, iniciando na região superior do joelho até a região inguinal. A) B) C) Figura 135 – Deslizamento profundo, com as mãos alternadas em toda a área na região anterior da coxa • Amassamento: dividir a coxa em três regiões: lateral externa, anterior e lateral interna. A partir da região superior do joelho, realizar o amassamento nas três áreas, uma de cada vez, partindo do joelho até a região inguinal. A) B) 143 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL C) Figura 136 – Amassamento na região anterior da coxa, dividida em três áreas: a) próxima ao joelho, acima da patela; b) segunda área; c) próxima à região inguinal • Rolamento: dividir a região da coxa em três partes (a primeira, próxima ao joelho; a segunda, medial; a terceira, próxima à região inguinal). Realizar o rolamento, iniciando na primeira região da lateral para a medial. Repetir a manobra e mudar para a segunda região, repetindo o processo até chegar próximo à região inguinal, finalizando o rolamento nesse segmento corporal. A) B) Figura 137 – Rolamento na coxa na parte anterior: a) início do movimento da lateral em sentido medial; b) continuação do rolamento na região anterior da coxa no sentido medial (parte interna da coxa) A) B) 144 Unidade III C) D) Figura 138 – Rolamento na coxa na parte anterior na segunda e terceira área • Deslizamento profundo e superficial: realizar o deslizamento profundo em toda a extensão da coxa com as mãos alternadas. Iniciar com a mão direita e, em seguida, utilizar a mão esquerda, alternando as mãos na realização da manobra. Após a finalização das repetições, aliviar a pressão e finalizar promovendo a manobra de deslizamento superficial; dessa vez, por todo o membro inferior, iniciando próximo aos maléolos, na região do tornozelo, seguindo até a região inguinal. A) B) C) D) 145 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL E) F) G) Figura 139 – Deslizamento profundo e superficial na coxa (início, meio e fim) e superficial desde a região maleolar até a região inguinal 6.3.4 Massagem modeladora em membros inferiores na parte posterior Para realizar a massagem na região posterior, é necessário solicitar que o cliente deite na maca com o abdômen encostado nela. Dessa forma, a região dorsal (costas e pernas) fica exposta. Deve‑se cobrir o corpo do cliente, expondo apenas a região a ser tratada (pernas, região posterior). • Deslizamento superficial: a massagem é iniciada na região da coxa. Realizar o deslizamento superficial com ambas as mãos posicionadas acima da fossa poplítea, região posterior do joelho, deslizando ao longo de toda a área até a região do glúteo. Não retirar a mão do contato com a pele; apenas aliviar a pressão e retornar à posição inicial para repetir o movimento. 146 Unidade III A) B) C) D) Figura 140 – Deslizamento superficial • Deslizamento profundo alternado: repetir a mesma sequência de movimentos, deslizando as mãos de forma alternada e com maior pressão – deslizamento profundo, iniciando na região posterior do joelho até o glúteo. A) B) Figura 141 – Deslizamento profundo com as mãos alternadas na região posterior da coxa • Amassamento: dividir a coxa em três regiões: lateral externa, medial e lateral interna. A partir da região posterior do joelho, realizar o amassamento nas três áreas, uma de cada vez, partindo do joelho até a região glútea. 147 TÉCNICAS EM ESTÉTICA CORPORAL Figura 142 – Amassamento na região posterior da coxa nas três áreas (lateral externa, medial e lateral interna), no sentido ascendente • Rolamento: dividir a região da coxa em três partes (primeira região, próxima ao joelho; segunda região medial e terceira região, próximas ao glúteo). Realizar o rolamento, iniciando na primeira região da lateral para a medial. Repetir a manobra e mudar para a segunda região, repetindo o processo até chegar próximo à região glútea, finalizando o rolamento nesse
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