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Prévia do material em texto

MANUAL DE TRONCO COMUM DOS CURSOS DE 
LICENCIATURA 
PEDAGOGIA GERAL 
 
 
 
 
2022 ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 
 
 
 
 
 
 
MANUAL DE TRONCO COMUM DOS CURSOS DE 
LICENCIATURA 
PEDAGOGIA GERAL 
 
 
 
1º ANO : MANUAL DE TRONCO COMUM 
CÓDIGO ISCED12-EDUCFG0001 
TOTAL HORAS/ 1 SEMESTRE 100 
CRÉDITOS (SNATCA) 4 
NÚMERO DE TEMAS 4 
 
 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
 
Este manual é propriedade da Universidade Aberta ISCED (UnISCED), e contém reservado 
todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob 
quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou 
outros), sem permissão expressa de entidade editora (UnISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Universidade Aberta ISCED 
Vice-reitoria Académica 
Rua Paiva Couceiro, Macuti 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: suporte@unisced.edu.mz 
Website:www.isced.ac.mz 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
i 
 
Agradecimentos 
A Universidade Aberta ISCED, agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições 
na elaboração deste manual: 
 
Autor MSc. Crisália Maria Pascoal Sabonete 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
 
Ano de Publicação 
Ano de Atualização 
Local de Publicação 
 
Vice-reitoria Académica 
Universidade aberta ISCED (UnISCED) 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distância 
(IAPED) 
2019 
2022 
UnISCED – BEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
ii 
 
Visão geral 1 
Bem-vindo ao Manual da Disciplina de Pedagogia Geral ................................................. 1 
Objectivos do Manual ....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este manual ................................................................................. 1 
Como está estruturado este manual ................................................................................ 1 
Conteúdo deste manual.................................................................................................... 2 
Outros recursos ............................................................................................................... 2 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação .......................................................................... 2 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6 
Avaliação ........................................................................................................................... 6 
TEMA – I: INTRODUÇÃO A CIÊNCIA PEDAGOGICA 9 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução, Considerações Gerais à Disciplina: Conceito. ........ 9 
Introdução ......................................................................................................................... 9 
Sumário ........................................................................................................................... 16 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 16 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 18 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 18 
TEMA – II: HISTÓRIA DA PEDAGOGIA 20 
Sumário ........................................................................................................................... 57 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 57 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 58 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 59 
TEMA – III: PEDAGOGIA NO CAMPO DE CIÊNCIA DE EDUCAÇÃO 61 
Sumário ........................................................................................................................... 66 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 66 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 68 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 68 
UNIDADE Temática IV: FUNÇÕES DO PEDAGOGO NO CAMPO EDUCACIONAL. ............ 69 
Sumário ........................................................................................................................... 76 
Exercícios com respostas ................................................................................................ 76 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 79 
UNIDADE Temática V: HISTÓRIA DE EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE. ........................... 80 
Sumário ........................................................................................................................... 92 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 93 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 94 
TEMA – VI: DESAFIOS DA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA 96 
Sumário ......................................................................................................................... 102 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
iii 
 
Exercícios com respostas .............................................................................................. 102 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................... 104 
Referencias Bibliográficas 105 
• 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
1 
 
Visão geral 
Bem-vindo ao Manual da Disciplina de Pedagogia 
Geral 
Objectivos do Manual 
Ao terminar o estudo deste manual da disciplina de Pedagógia 
Geral, o estudante deverá ser capaz de: Apresentar o conceito de 
Pedagogia e seu objecto de estudo, decifrar a praxis da pedagogia, 
fazer uma análise da pedagogia como ciência de educação, 
descrever a história da pedagogia. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ Definir a pedagogia e seu objecto de estudo. 
▪ Descrever a história da pedagogia nos diferentes períodos. 
▪ Conhecer os diferentes pensadores da história da educação 
▪ Diferenciar a pedagogia como teoria da pedagogia como 
prática de educação 
▪ Distinguir o conceito de educação na pedagogia dos oprimidos 
▪ Diferenciar as modalidades de educação 
▪ Descrever a história de educação em Moçambique 
▪ Identificar os desafios da educação contemporânea. 
 
 
Quem deveria estudar este manual 
O presente Manual foi concebido para estudantes do 1º ano dos 
cursos de Licenciatura da UnISCED. 
Como está estruturado este manual 
O presente manual está estruturado da seguinte maneira: 
• Conteúdos deste manual. 
• Abordagem geral dos conteúdos do manual, resumindo os 
aspectos-chave que você precisa para conhecer a história da 
comunicação. Recomendamos vivamente que leia esta secção com 
atenção antes de começar o seu estudo, como componente de 
habilidades de estudos. 
 
 
UnISCED MANUAL DE TRONCOCOMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
2 
 
Conteúdo deste manual 
Este manual está estruturado em temas. Cada tema, comporta 
certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades, 
cada unidade temática caracteriza-se por conter um título 
específico, seguido dos seus respectivos subtítulos. 
No final de cada unidade temática, são propostos 10 exercícios de 
fechados e 5 exercicios abertos. No fim de cada tema, são 
incorporados 10 exercícios fechados para avaliação e 5 exercicios 
abertos para auto-avaliacao. No final do manual estão 
incorporados 100 exercicios fechados para preparação aos 
exames. 
Os exercícios de avaliação são teóricos e Práticos. 
 
Outros recursos 
A UnISCED pode, adicionalmente, disponibilizar material de estudo 
na Biblioteca do Centro de recursos, na Biblioteca Virtual, em 
formato físico ou digital. 
 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no 
final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
As tarefas de avaliação neste manual também se encontram no 
final de cada unidade temática, assim como no fim do manual em 
si, e, devem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem 
mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de 
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de 
correcção e subsequentemente atribuição de uma nota. Também 
constará do exame do fim do manual. Pelo que, caro estudante, 
fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
3 
 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo desta secção, é ensinar a aprender 
aprendendo. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso, é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos 
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos 
estudos, procedendo como se segue: 
 
1º - Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º - Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º - Voltar a fazer a leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º - Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º - Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso, se existir. 
 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de 
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: 
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo 
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da 
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num 
sítio barulhento!? Preciso de intervalo a cada 30 minutos ou a cada 
60 minutos? etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; deve 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
4 
 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só a 
seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: saber com profundidade todos 
conteúdos de cada tema, no manual. 
 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso 
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que 
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos 
das actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado 
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, 
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência 
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto, mas não aprende, cai 
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, 
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área 
em que está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
5 
 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar. 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, 
o material de estudos impresso, pode suscitar-lhe algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página 
trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de 
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos 
(CR), via telefone, SMS, E-mail, Casos Bilhetes, se tiver tempo, 
escreva mesmo uma carta participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TIC se 
tornam incontornável: entre estudante, estudante – tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que caro estudante, 
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, 
com tutores ou com parte da equipa central dA UnISCED indigitada 
para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período, pode 
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou 
administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é de muita importância na 
medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de 
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira fica 
a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. 
Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os 
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e 
unidade temática, no manual. 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
6 
 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todasas tarefas (actividades avaliação e 
auto−avaliação), pois, influenciam directamente no seu 
aproveitamento pedagógico. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Esteja sempre ciente de que a nota das avaliações conta 
e é decisiva para a admissão ao exame final da disciplina. 
As avaliações são realizadas e submetidas na Plataforma MOODLE. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es). 
Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um 
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante dA UnISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor? Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 40% e servem para a nota de 
frequência para admitir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou módulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 60%, o que adicionado aos 40% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, 
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
7 
 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 3 (três) 
avaliações e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
9 
 
TEMA – I: INTRODUÇÃO A CIÊNCIA PEDAGOGICA 
TEMA I: INTRODUÇÃO À CIÊNCIA PEDAGOGICA Erro! Marcador não definido. 
Unidade 1.1. INTRODUÇÃO - Considerações gerais sobre a disciplina. 
Unidade 1.2. A Pedagogia: Definição, 
Unidade 1.3.Objecto de estudo 
Unidade 1.4. A especificidade do objecto de estudo da Pedagogia 
Unidade 1.5. Pedagogia como teoria e pratica de educação 
Unidade 1.6. Conceito de educação 
Unidade 1.7. Educação como acção libertadora: Pedagogia do 
oprimido 
Unidade 1.5. EXERCÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tema… 
UNIDADE Temática 1.1. Introdução, Considerações Gerais à Disciplina: Conceito. 
Introdução 
 
Nessa unidade iremos primeiramente abordar alguns conceitos 
básicos que irão ajudar na compreensão do módulo. A unidade tem 
como objectivo contribuir com a compreensão epistemológica da 
pedagogia a partir dos diferentes conceitos dados por diferentes 
autores em torno do entendimento do seu objecto de estudo. A 
pedagogia pode ser considerada de teoria e prática da educação, pois 
tem uma importância incontestável na orientação da prática 
educativa. Assim, o que se propõe é identificar a pedagogia como 
campo do conhecimento sobre e na educação. A educação sempre foi 
e sempre será uma prática, uma acção, está no processo contínuo de 
modificação, não sendo algo estável. A educação é uma acção social 
em vista de um fim. A educação é, também, um processo de 
teorização e de reflexão, envolve consciência de um conhecimento e 
de uma acção exercida pelo ser humano para o desenvolvimento do 
ser humano. 
 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
10 
 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
▪ Definir a Pedagogia; 
▪ Discutir sobre o objecto de estudo da pedagogia; 
▪ Descrever a Pedagogia como teoria e Pratica de educação 
▪ Analisar o pensamento de Paulo Freire na sua obra Pedagogia do oprimido 
 
Pedagogia 
A palavra pedagogia tem origem na Grécia e deriva de paidagogos, 
onde paidós (criança) agogé (condução) portanto, pedagogo significa 
condutor de crianças, aquele que ajuda a conduzir o ensino da criança. 
 
1.1. Conceito de Pedagogia 
Segundo LIBANEO (2009,p.30) pedagogia é um campo de conhecimento que 
se ocupa de estudo sistemático da educação, isto é, do acto educativo, da 
prática educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos 
ingredientes básicos para a configuração da actividade humana. 
Pedagogia é um conjunto de técnicas, princípios, métodos e 
estratégias da educação e do ensino, relacionados à administração de 
escolas e à condução dos assuntos educacionais em um determinado 
contexto. Pedagogia é a ciência que 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
11 
 
estuda o fenómeno de educação e suas particularidades, e essas pode 
ser estudada segundo; 
Libâneo (2001, p. 160) mediante conhecimentos 
científicos, filosóficos e técnicos profissionais, onde a 
pedagogia investiga a realidade educacional em 
transformação, para explicitar objectivos e processos de 
intervenção metodológica e organizativa referente à 
transmissão/assimilação de saberes e modos de acção. 
Ela visa o entendimento, global e intencionalmente 
dirigido, dos problemas educativos e, para isso, recorre 
aos aportes teóricos providos pelas demais ciências da 
educação 
 
A Pedagogia traduz-se num procedimento que envolve a formação 
escolarizada e também como um campo do conhecimento que 
examina a problemática educativa na sua historicidade e totalidade. O 
didata alemão Schimied-Kowarzik (1983) denomina a Pedagogia de 
ciência da e para a educação, logo, é a teoria e a prática da educação. 
 
Acredita o escritor Schimied-Kowarzik que a Pedagogia tem um caráter 
explicativo e normativo da realidade educativa, pois examina 
teoricamente o fenômeno educativo, define orientações para a prática 
a partir da própria acção educativa e sugere princípios e normas 
articulados aos fins e meios da educação. 
1.2. Objecto da Pedagogia 
A prática educativa é um fenómeno constante e universal, inerente a 
vida social, sendo essa uma actividade humana real e possível de ser 
investigada. A educação constitui o objecto de conhecimento 
pertencendo essa tarefa a Pedagogia. 
 Segundo Libaneo (2009, p.96) a pedagogia investiga os factores reais e 
concretos que concorrem para a formação humana, no seu 
desenvolvimento histórico, para dai extrair objectivos sociopolíticos e 
formas de intervenção organizativa e metodológica e torno dos 
processos que correspondem a acção educativa. 
 1.3.A especificidade do objecto de estudo da Pedagogia. 
 A educação é reconhecida como objecto bastante complexo, sendo 
ela uma prática social humana; prática social histórica que se 
transforma pela acção dos homens e produz transformação nos que 
dela participam. 
A educação é um objecto de estudo bastante complexo porque se 
modifica quando se tenta conhece – lá e produz alterações naquele 
que dela se apropriou. Se expressa por 
UnISCEDMANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
12 
 
múltiplas determinações; entende-se na esfera de valores e seus 
dados são analisados a partir de valores presentes nas concepções 
sociais ideológicas e culturais. 
As situações de educação estão sujeitas a imprevistos. Um método 
científico ao estudar a educação, precisa dar espaço de acção e de 
análise ao não planejado. A educação deverá ser estudada a partir do 
colectivo, utilizando de procedimentos formadores e incentivadores. 
Toda acção educativa tem a intenção de integrar organizar sua práxis. 
1.4. Pedagogia como teoria e prática de educação. 
 
Pedagogia é uma teoria da prática: a teoria da prática educativa. 
A palavra pedagogia como adjectivo pedagógico tem marcadamente 
ressonância metodológica, denotando o modo de operar, de realizar o 
acto educativo. A pedagogia é, pois, um campo de conhecimento 
sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade, e ao 
mesmo tempo uma directriz orientadora da acção educativa. É uma 
teoria que se estrutura em função da acção, ou seja, é elaborada em 
função de exigências práticas, interessada na execução da acção e nos 
seus resultados. 
 
A pedagogia, como teoria da educação deve procurar, buscar, 
equacionar, de alguma maneira, o problema da relação educador-
educando, de modo geral, e, no caso específico da escola, a relação 
professor-aluno, orientando o processo de ensino e aprendizagem. A 
pedagogia é uma teoria da educação, porque preocupa-se com a 
realização do acto educativo. Mas nem toda teoria da educação é 
pedagogia, visto que, podemos encontramos determinados tipos de 
teorias da educação cuja preocupação é explicar o fenômeno 
educativo sem se preocupar com a questão da realização do acto 
educativo. Assim sendo, não podem ser consideradas de pedagogia 
aquelas teorias que analisam a educação pelo aspecto de sua relação 
com a sociedade não tendo como objetivo formular diretrizes que 
orientem a actividade educativa, como é o caso das teorias designadas 
de “crítico-reprodutivistas”. 
 
Como campo de conhecimento prático, a pedagogia conjuga e é 
constituída por essas diferentes formas e tipos de conhecimentos, sob 
a mediação da ética e da política. A ampliação do conceito de 
pedagogia é justificada a partir da expansão do significado da 
docência, que não pode ser simplificada à transferência mecânica de 
teorias científicas. Daí a necessidade de se ampliar o entendimento 
epistemológico da pedagogia, que tem, entre suas diferentes áreas de 
investigação, a docência. Franco (2008), ao esclarecer o percurso 
histórico da Pedagogia teoriza que ela é tratada como arte, 
metodologia, ciência da arte educativa e recentemente com 
expressiva ênfase na actuação 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
13 
 
docente. Diante desse contexto, é indiscutível que há uma clara 
indefinição do papel atribuído à Pedagogia como fenômeno educativo 
em razão de sua complexidade. Esse é um pressuposto que merece 
atenção e exame, pois, tradicionalmente, a Pedagogia é concebida 
como um campo de conhecimento que tem a educação como foco de 
estudo e análise. 
 
1.5. Conceito de Educação 
 
Segundo Libaneo, (2009, pag.106) educação é uma prática social 
caracterizada pela acção de influências entre os indivíduos e grupos, 
destinada a configuração da existência humana. 
O surgimento da palavra educação se dá na Grécia e sua difusão 
acontece com a expansão do território romano e a adopção do latim 
enquanto língua oficial. A palavra educação tem origem em dois 
verbos latinos: educare e educere. 
Educare – alimentar, cuidar, criar, transmitir informações a alguém 
(estudo), (acção de fora de para dentro de) educere – extrair, 
desabrochar, desenvolver algo que está no indivíduo (educação), 
(acção de dentro de para fora de) configuração da maiêutica – método 
socrático ou método proposto por Sócrates. 
Educação é o conjunto de acções, processos, influências, estruturas, 
que intervêm no desenvolvimento humano do individuo, grupos na 
sua relação activa com o meio natural e social, num determinado 
contexto de relações entre grupos socias. Essa prática social actua na 
configuração da existência humana individual e grupal, para realizar 
nos sujeitos humanos as caracteristicas de ser humano, para que o 
individuo se ajuste ao ambiente no qual esta inserido, de maneiras a 
puder representar, responder e actuar nos papéis socias a que lhe 
forem atribuídos. 
No sentido mais amplo, educação é um processo de actuação de uma 
comunidade sobre o desenvolvimento do indivíduo com a finalidade 
de actuar em uma sociedade pronta para a busca da aceitação dos 
objectivos coletivos. Para tal educação, devemos considerar o homem 
no plano físico e intelectual consciente das possibilidades e limitações, 
capaz de compreender e refletir sobre a realidade do mundo que o 
cerca, devendo considerar seu papel de transformação social como 
uma sociedade que supere nos dias actuais a economia e a política, 
buscando solidariedade entre as pessoas, respeitando as diferenças 
individuais de cada um. 
 
Em outras palavras, a educação é, também, uma experiência social, 
mediante a qual a criança descobre-se a si mesma, desenvolve as 
relações com os outros, adquire as 
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14 
 
bases do conhecimento e do saber fazer. Essa experiência deve iniciar-
se antes da idade da escolaridade obrigatória, sob formas diferentes, 
conforme as circunstâncias, além de implicar a família e a comunidade 
de base. Jacques Delors (2010) 
 
Segundo W.Dilthey, apud Libâneo (2009,p.76) educação é uma 
actividade planejada pela qual os adultos os mais novos, sendo 
produto de influência intencional sobre as gerações em 
desenvolvimento, dando-lhe determinadas forma de vida. 
 
1.6. Educação como acção libertadora 
 
Segundo Libâneo (2009) numa sociedade em que as relações sociais 
baseiam-se em ralações de antagonismo, em relações de exploração 
de uns sobre outros, a educação só pode ter um cunho emancipatório, 
pois a humanização plena implica a transformação dessas relações. 
Só será considerada de acção libertadora se a partir dela o ser humano 
puder contribuir para o desenvolvimento humano a nível individual e 
colectivo, evitando desse modo a escravatura e opressão feita, por um 
ser humano igual. A acção educativa libertadora implica um conceito 
de homem e de mundo concomitantes, é preciso não apenas estar no 
mundo e sim estar aberto ao mundo. O homem deve por si procurar 
estar atento e compreender as finalidades da educação a fim de 
transformá-lo, responder não só aos estímulos e sim aos desafios que 
este nos propõe. 
A concepção de educação de Paulo Freire percebe o homem como um 
ser autônomo. Esta autonomia está presente na definição de vocação 
ontológica de ‘ser mais’ que está associada com a capacidade de 
transformar o mundo. É exactamente aí que o homem se diferencia do 
animal. Por viver num presente indiferenciado e por não se perceber 
como um ser unitário distinto do mundo, o animal não tem história. A 
educação problematizadora responde à essência do ser e da sua 
consciência, que é a intencionalidade. 
1.7. Pedagogia do Oprimido 
 
Freire, desde seus primeiros escritos, estava comprometido com a 
construção da consciência crítica, com 
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15 
 
uma nova maneira de educar, que contribuísse para que as pessoas 
pudessem analisar melhor a realidade vivida e fossem capazes de agir 
sobre essa realidade, transformando-a: "é preciso aumentar o grau de 
consciência do povo, dos problemas de seu tempo e de seu espaço. É 
preciso dar-lhe uma ideologia do desenvolvimento". (FREIRE, 1959, 
p.28). 
Este comprometimento de Paulo Freire direciona-se em elaborar uma 
pedagogia comprometida com a melhoraria das condições de 
existência das populações oprimidas. E essa pedagogia não seria 
construídaignorando a realidade em que estavam inseridos os 
educandos a quem ela se dirigia e tão pouco ignorando a consciência 
que dela eles faziam. Em Pedagogia do oprimido ele demonstra: A 
Pedagogia do Oprimido que tem de ser forjada com ele e não para ele, 
enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua 
humanidade. 
 
Com isso podemos perceber claramente que o espírito de educação é 
libertar o homem, despertar a sua consciência de maneiras que esse 
mesmo homem se sinta livre e possa contribuir para o 
desenvolvimento humano na esfera individual e colectiva. 
Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objecto de reflexão 
dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta 
por uma libertação, em que esta pedagogia se fará e se refará. 
(FREIRE,1987, p.32). 
Percebemos que a preocupação de Freire (1987) partia sempre dos 
níveis e das formas como os educandos compreendiam a realidade e 
não apenas da forma como ele, educador interpretava-a. Com efeito, 
para o autor, a luta dos oprimidos e sua libertação está diretamente 
conectadas à percepção dessa situação opressora/alienante. 
 
 A alienação é um fenômeno no qual o operário produz objectos que 
satisfaçam as necessidades humanas, mas, ele não reconhece como 
tal, pois, o fruto de seu trabalho só lhe proporcionou miséria, 
sofrimento e insegurança – e a busca da libertação desta situação. É o 
que percebemos quando escreve: sua luta se trava entre eles serem 
eles mesmos ou seres duplos. Entre expulsarem ou não o opressor 
dentro de si. Entre se desalienarem ou se manterem alienados. Entre 
seguirem prescrições ou terem opções. Entre serem espectadores ou 
actores. Entre actuarem ou terem a ilusão que actuam, na atuação dos 
opressores. Entre dizerem a palavra ou não terem voz, castrados em 
seu poder de criar e recriar, no seu poder de transformar o mundo... A 
libertação, por isto, é um parto. E um parto doloroso. O homem que 
nasce desse parto é o homem novo que só é viável na e pela 
superação da contradição opressor-oprimido, que é a libertação de 
todos. (FREIRE, 1987, p.36). 
 
 
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16 
 
A educação necessária em tempos de exclusão é aquela que lê o 
mundo e elege o ser humano, que contribui para criar condições 
locais, nacionais e mundiais para a globalização dos direitos, da 
integração cultural, da democratização do acesso às conquistas da 
humanidade, da cidadania, do desenvolvimento sustentável.Porém, 
Freire afirma que para haver uma libertação é necessário primeiro 
haver uma mudança radical na mentalidade dos oprimidos. Estes estão 
tão imersos na realidade opressiva que não possuem uma percepção 
clara de si mesmos, pois seu modelo de humanidade é o modelo da 
opressão e para serem homens precisam ser como os opressores, pois 
estes representam seu “tipo de homem”. Pois os opressores não 
podem nem se libertar, nem libertar os outros e não é simplesmente 
invertendo os papéis que a opressão cessará. 
Freire também destaca que uma característica do oprimido é o 
desprezo por si mesmo, que ocorre devido à interiorização da opinião 
dos opressores sobre ele, de tanto escutarem que são inferiores e 
incapazes, eles acabam acreditando nisso e devido à essa falta de 
confiança em si mesmo e da crença no poder do opressor, os 
oprimidos são emocionalmente dependentes. 
Sumário 
Nesta Unidade temática abordamos os seguintes temas, 
 Conceito de : 
1. Pedagogia e de educação 
2. Objecto de estudo da pedagogia 
3. Pedagogia como teoria e prática da educação 
4. A pedagogia do oprimido 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
1. Fale da origem da palavra Pedagogia. 
2. Qual é o objectivo da Pedagogia? 
3. O que é educação 
4. Fale da importância da Pedagogia para a educação 
5. O fenômeno no qual o operário produz objectos que satisfaçam as 
necessidades humanas, mas, ele não reconhece como tal, pois, o fruto de seu 
trabalho só lhe proporcionou miséria, sofrimento e insegurança, e a busca da 
libertação desta situação é: 
A. Alienação B. Educação C. Ensino D. Aprendizagem. 
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17 
 
Indique o valor lógico das afirmações que se seguem 
6. A educação é reconhecida como objecto bastante complexo, sendo 
ela uma prática social humana; prática social histórica que se 
transforma pela acção dos homens e produz transformação nos que 
dela participam. 
7. A educação é, pois, um campo de conhecimento sobre a 
problemática educativa na sua totalidade e historicidade, e ao mesmo 
tempo uma directriz orientadora da acção educativa 
8. A educação é um objecto de estudo bastante complexo porque se 
modifica quando se tenta conhece – lá e produz alterações naquele 
que dela se apropriou. 
9. A educação se expressa por múltiplas determinações; entende-se na 
esfera de valores e seus dados são analisados a partir de valores 
presentes nas concepções sociais ideológicas e culturais. 
10. Pedagogia não é uma teoria da prática 
11. A palavra educação tem origem em dois verbos latinos: educare e 
educere 
Respostas 
1. A palavra pedagogia tem origem na Grécia e deriva de paidagogos, 
onde paidós (criança) agogé (condução) portanto, pedagogo significa 
condutor de crianças, aquele que ajuda a conduzir o ensino da criança. 
2. O objectivo da Pedagogia é investigar os factores reais e concretos 
que concorrem para a formação humana, no seu desenvolvimento 
histórico, para dai extrair objectivos sociopolíticos e formas de 
intervenção organizativa e metodológica e torno dos processos que 
correspondem a acção educativa. 
3. Educação é uma pratica social caracterizada pela acção de influências 
entre os indivíduos e grupos , destinada a configuração da existência 
humana. 
4. A pedagogia é importante para a educação visto que, prepara 
pessoas capazes de compreender e colaborar para a melhoria da 
qualidade em que se desenvolve a educação na realidade brasileira, 
envolvidos e compromissados com uma formação da idéia de 
transformação social. 
5. A. Alienação 
6.V 7.F 8.V 9.V 10.F 11.V 
 
 
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18 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas) 
1. Defina a Pedagogia Geral 
2. Dentre vários conceitos de Pedagogia elabore um conceito mais 
simples e completo. 
3. Discuta o objecto de estudo da Pedagogia. 
4. Discuta os diferentes conceitos de educação? 
5. Sendo educação objecto de estudo da pedagogia, porque é que é 
considerada bastante complexa? 
6. Argumente o facto da Pedagogia ser considerada teoria e prática de 
educação? 
7. Em menos de 10linhas faça um resumo do pensamento de Paulo Freire 
na pedagogia do oprimido? 
 
Respostas: 
1. Rever o 2º e 3º parágrafo da página 11 (Introdução desta Unidade): 
2. Rever a página 11 (Introdução desta Unidade); 
3. Rever o 3º parágrafo da página 11 (Introdução desta Unidade); 
4. Rever os conteúdos a página 12 e 13; 
5. Rever o parágrafo 6º da página 13; 
6. Rever o conteúdo do 1º e 3º parágrafo da página 13. 
7. Rever a última parte desta unidade página 15 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes) 
• é um conjunto de técnicas, princípios, métodos e estratégias da educação e 
do ensino, relacionados à administração de escolas e à condução dos 
assuntos educacionais em um determinado contexto. 
• define orientações para a prática a partir da própria acção educativa mas 
sem sugerir os princípios ,finalidades e meios da educação. 
• A prática educativa é uma actividade humana real e possível de ser 
investigada por pessoa Física; 
• Não tem um caráter explicativo e normativo da realidade educativa, pois 
examina apenas o fenômeno educativo, 
 
São: 
Só uma das seguintes respostas é correcta. 
a)Educação 
b)Pedagogia 
c) Pratica educativa 
d) objecto da pedagogia 
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19 
 
 
 
2 GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes) 
 
• é uma pratica social caracterizada pela acção de influências entre os 
indivíduos e grupos , destinada a configuração da existência humana. 
 
• É um conhecimento prático, a pedagogia conjugada e é constituída por 
diferentes formas e tipos de conhecimentos, sob a mediação da ética e 
da política. 
 
• é uma actividade planejada pela qual os adultos os mais novos, sendo 
produto de influência intencional sobre as gerações em desenvolvimento, 
dando-lhe determinadas forma de vida. 
 
• Enquadra-se dentro do problema da relação educador-educando, de 
modo geral, e, no caso específico da escola, a relação professor-aluno, 
orientando o processo ensino-aprendizagem. 
 
• São: 
Uma das seguintes respostas é correcta 
a) Pedagogia 
b) Ensino 
c) Educação 
d) Teoria da educação 
 
 
GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO) 
 
1. O entende por Pedagogia? 
2. Qual é o objecto de estudo da Pedagogia? 
3. Porque é que a educação considera-se de acção libertadora? 
4. Qual é a ideia fundamental na pedagogia do oprimido? 
5. Considera-se a pedagogia como teoria da educação. Mas nem toda teoria 
da educação é pedagogia. Porque? 
 
 
 
 
 
 
 
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20 
 
TEMA – II: HISTÓRIA DA PEDAGOGIA 
Unidade 2.1. Introdução a história da Pedagogia 
Unidade 2.2.Período Primitivo 
Unidade 2.3. Educação no período Oriental 
Unidade 2.4. Educação na Grécia 
Unidade 2.5.Período no período Romano 
Unidade 2.6. Educação Mediaval 
Unidade 2.7. Educação no período de Renascimento 
Unidade 2.8. Educação no Período Moderno 
Unidade 2.9. Educação no período Iluminista 
Unidade 2.10. Educação no período Positivista 
Unidade 2.11. Educação no período Socialista 
Unidade 2.12. Educação na Escola Nova 
Unidade 2.11.Pensamento Pedagogico no 3º Mundo 
Unidade 2.12. Pensamento Pedagogico no Brasil 
Unidade 2.13. EXRECÍCIOS INTEGRADOS das unidades deste tem 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
 
Objectivos 
específicos 
 
 
 
• Identificar os períodos da história da pedagogia 
• Descrever as principais características de cada período 
• Fazer uma análise crítica da concepção do Sócrates sobre a 
aprendizagem 
• Fazer uma análise crítica da concepção dos três factores principais que 
determinam o desenvolvimento espiritual do homem Aristóteles 
• Descrever a educação na abordagem de Platão 
• Reflectir sobre o contributo de aguns pensadores do 3º mundo 
 
 
 
 
 
 
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21 
 
2.1. Introdução 
Nessa unidade falaremos da história da pedagogia. Iremos descrever 
características de alguns períodos históricos da evolução dos estudos 
teóricos de educação, de cada fase, seus pensadores e suas obras. 
O fenómeno educação como liberdade de acção, pensamento e 
expressão estava em alta em várias épocas onde pensadores de 
diferentes períodos deram seu contributo que até aos dias de hoje 
podem nos conduzir a uma reflexão diante dessa prática e teoria que é 
a educação. No período da educação primitiva não existia educação na 
forma de escola, mas com a evolução, apareceram as escolas e as 
crianças começaram a ser vistas como um ser com natureza própria e 
a escola se tornou um local de expansão do espírito e aprendizagem 
do “fazer”. 
As ciências ganhavam, depois de séculos, independência e método. O 
filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626) proclamava que o 
conhecimento e a natureza estão a disposição do ser humano e que a 
ciência avança pela experiência empírica. 
A reforma de Martinho Lutero (1483-1546) na Alemanha, que originou 
o protestantismo, foi a mais célebre das ropturas e influenciou 
profundamente na educação. Tendo a livre interpretação da Bíblia 
como um de seus pilares, o protestantismo valorizou a alfabetização e 
o ensino de línguas, e mais importante, pregou o acesso de todos a 
esse conhecimento. Os reformadores religiosos defendiam a formação 
de uma nova classe de homens cultos, dando origem ao conceito de 
utilidade social da educação. 
Na educação, o grande nome racionalista foi o do tcheco Comênio 
(1592-1670), que revolucionou o modo de encarrar a criança, 
prevendo um ensino que respeitasse a capacidade e o interesse do 
aluno sem severidade nem recurso a castigos corporais. 
 
 
 
 
 
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22 
 
2.1. Educação no período primitivo 
Características da educação primitiva 
 Não existia educação na forma de escolas. Os ensinamentos se davam 
nas experiências diárias e pelas orientações dos mais velhos e 
experientes, objectivo era ajustar a criança ao seu ambiente físico e 
social, através da aquisição das experiências, chefes de família eram os 
primeiros professores e em seguida os sacerdotes. 
 A educação dos jovens, nesta fase, torna-se o instrumento central 
para a sobrevivência do grupo e a actividade fundamental para realizar 
a transmissão e o desenvolvimento da cultura. No filhote dos animais 
superiores já existe uma disposição para acolher esta transmissão, 
fixada biologicamente e marcada pelo jogo-imitação. Todos os filhotes 
brincam com os adultos e nessa relação se realiza um adestramento, 
se aprendem técnicas de defesa e de ataque, de controlo do território, 
de ritualização dos instintos. Isso ocorre num nível mais complexo, 
também com o homem primitivo, que através da imitação, ensina ou 
aprende o uso das armas, a caça e a colheita, o uso da linguagem, o 
culto dos mortos, as técnicas de transformação e domínio do meio 
ambiente. 
A revolução neolítica é também uma revolução educativa fixa uma 
divisão educativa paralela à divisão do trabalho (entre homem e 
mulher, entre especialistas do sagrado e da defesa e grupos de 
produtores),fixa o papel chave da família na reprodução das infra- 
estruturas culturais, papel sexual, papéis sociais, competências 
elementares, introjeção da autoridade, produz o incremento dos locais 
de aprendizagem e de adestramento específicos (nas diversas oficinas 
artesanais ou algo semelhante, nos campos, no adestramento; nos 
rituais, na arte que, embora ocorram sempre por imitação e segundo 
processos de participação activa no exercício de uma actividade, 
tendem depois a especializar-se, dando vida a momentos ou locais 
cada vez mais específicos para a aprendizagem. 
 
 
 
 
 
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23 
 
 
2.2. Educação no Período Oriental 
Caracteristicas 
A educação começa a ter uma sistematização com registros gráficos. 
Observa-se o surgimento da escrita, transição da sociedade primitiva 
para a civilização, surgimento da cidade e do estado. A educação passa 
a cumprir papel determinante. Mantinha-se a cultura dominante 
através da educação. 
Nas civilizações orientais a educação era tradicional: Era dividida em 
classes, opondo-se à cultura e ao trabalho. Era organizada em escolas 
fechadas e separadas para a classe dirigente. O conhecimento da 
escrita era restrito devido ao seu caráter esotérico. 
As preocupações com a educação apareceram nos livros sagrados, que 
ofereceram regras, ideais de conduta e enquadramento das pessoas 
nos rígidos sistemas religiosos. Nesse período surgiu o dualismo 
escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os 
filhos dos funcionários, ou seja, grande parte da comunidade foi 
excluída da escola e restringida à educação familiar informal. 
a) Pensamento pedagógico oriental 
 
TALMUDE: a educação hebraica 
 
O traço predominante da educação hebraica era o idealismo religioso. 
Em todas as escolas, os estudos baseavam-se na Bíblia. As matérias 
estudadas história, geografia, aritmética, ciências naturais se 
relacionavam com os textos bíblicos e se impregnavam de preceitos 
morais. 
O principal manual do povo hebreu era o TORA, também chamado 
Pentateucoporque reunia os cinco livros de Moisés. Moisés, homem 
essencialmente religioso líder do êxodo no Egipto, exerceu muita 
influência na mentalidade judaica. 
O ensino era sobretudo oral. A repetição e a revisão constituíam os 
processos pedagógicos básicos. Mais do que a Bíblia, outro livro 
sagrado dos judeus o Talmude contém os preceitos básicos para a 
educação judaica: as tradições, doutrinas, cerimônias, etc. O Talmude 
foi redigido no séc. II, existindo dele duas versões. Ele representava o 
código religioso e civil dos judeus, que não aceitavam Cristo. O 
Talmude aconselha os mestres a repetir até quatrocentas vezes as 
noções mal compreendidas pelos alunos. A disciplina escolar 
recomendada era mais amena do que a da Bíblia. Para o Talmude, a 
criança deve ser punida com uma mão e acariciada com a outra. Já a 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
24 
 
Bíblia dizia que a vara, a repreensão, o castigo dão sabedoria à criança. 
A Bíblia não menciona escola elementar, mas o Talmude sim: 
“depois dos seis anos, levá-lo à escola e carrega-o como um boi”. Essa 
passagem indica claramente que o ensino hebraico era conteudista, 
enchendo a criança de trabalhos. 
 
2.3. Educação na Grécia 
Características da educação na Grécia 
Grécia é o berço da civilização, tendo como seus principais 
representantes: Sócrates, Aristóteles e Platão. 
 A educação tinha em como princípio o desenvolvimento individual do 
ser humano, preparação para o desenvolvimento intelectual da 
personalidade e da cidadania, Ideais pautados na liberdade política e 
moral e no desenvolvimento intelectual. 
Neste período as crianças viviam a primeira infância em família, 
assistidas pelas mulheres e submetidas à autoridade do pai, que 
poderia reconhecê-las ou abandoná-las, que escolhia seu papel social 
e era seu tutor legal. A infância não era valorizada em toda a cultura 
antiga: era uma idade de passagem, ameaçada por doenças, incerteza 
nos seus sucessos; sobre ela, portanto, se fazia um mínimo 
investimento afectivo. A criança crescia em casa, controlada pelo 
“medo do pai”, aterrorizada por figuras míticas semelhantes às bruxas, 
gratificada com brinquedos (bonecas) e entretida com jogos (bolas, 
aros, armas rudimentares), mas sempre era colocada à margem da 
vida social. Ou então, era submetida à violência, a estupro, a trabalho, 
até a sacrifícios rituais. 
O menino em toda a Antiguidade e na Grécia também era um 
“marginal” e como tal era violentado e explorado sob vários aspectos, 
mesmo se gradualmente a partir dos sete anos, em geral era inserido 
em instituições públicas e sociais que lhe concediam uma identidade e 
lhe indicavam uma função. A menina não recebia qualquer educação 
formal, mas aprendia os ofícios domésticos e os trabalhos manuais 
com a mãe. 
A educação grega era centrada na formação integral do indivíduo. 
Quando não existia a escrita, a educação era ministrada pela própria 
família, conforme a tradição religiosa. A transmissão da cultura grega 
se dava também, através das inúmeras actividades colectivas 
(festivais, banquetes, reuniões). A escola ainda permanecia elitizada, 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
25 
 
atendendo aos jovens de famílias tradicionais da antiga nobreza ou 
dos comerciantes enriquecidos. O ensino das letras e dos cálculos 
demorou um pouco mais para se difundir, já que nas escolas a 
formação era mais esportiva que intelectual. 
a) SÓCRATES: (469-399 a.C) 
 
Filósofo grego nascido em Atenas, foi considerado o mais espantoso 
fenômeno pedagógico da história do Ocidente. Sua preocupação como 
educador, ao contrário dos sofistas, não era de adaptação, a dialética 
retórica, mas despertar e estimular o impulso para a busca pessoal e a 
verdade, o pensamento próprio e a escuta da voz interior. 
Não os interessava os honorários das aulas, mas o diálogo vivo e 
amistoso com seus discípulos. Sócrates acreditava que o 
autoconhecimento é o início do caminho para o verdadeiro saber. Não 
se aprende a andar nesse caminho com o recebimento passivo de 
conteúdos oferecidos de fora, mas com a busca trabalhosa que cada 
qual realiza dentro de si. 
Sócrates foi acusado de blasfemar contra os deuses e de corromper a 
juventude. Foi condenado à morte e, apesar da possibilidade de fugir 
da prisão, permaneceu fiel a si e à sua missão. 
Não deixou nada escrito. O que herdamos foi o testemunho de seus 
contemporâneos, especialmente do seu discípulo mais importante, 
Platão. 
 
b) PLATÃO: (427-347 a. C.) 
 
Principal discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, foi um 
Importante filósofo. 
Nascido em Atenas, de uma família nobre, esteve em contato com as 
personalidades mais importantes de sua época. 
Das várias obras que deixou, destacam-se: República, Alegoria da 
caverna, Banquete, Sofista, Leis. Através delas, formula a tarefa central 
de toda educação: retirar o “olho do espírito” enterrar no grosseiro 
pantanal, em constante mutação, e fazê-lo olhar para a luz do 
verdadeiro ser, do divino; passar gradativamente da percepção ilusória 
dos sentidos para a contemplação da realidade pura e sem falsidade. 
Para ele, só com o cumprimento desta tarefa existe educação, a única 
coisa que o homem pode levar para a eternidade. Para que se alcance 
este objectivo “converter” a alma, encarar a educação como “arte de 
conversão”. 
Em sua utópica República todas as mulheres deveriam ser comuns a 
todos os homens. Para ele as autoridades do Estado deveriam decidir 
quem geraria os filhos, quando, onde e quantas vezes. Estas e outras 
teses controversas da obra de Platão não conseguem obscurecer sua 
contribuição para a concepção do homem Ocidental e da Educação. 
 
 
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26 
 
 
 
c) ARISTÓTELES: (384-322 a. C.) 
 
É com Platão, um dos mais geniais filósofos gregos e o maior 
sistematizador de toda a Antiguidade. 
Nascido na Macedônia, ingressa com 17 anos na Academia de Atenas, 
onde permanece estudando e ensinando durante 20 anos, até a morte 
de seu mestre, Platão. 
Contrário ao idealismo de seu mestre, Aristóteles prega de maneira 
realista que as ideias estão nas coisas, com sua própria essência. É 
também realista em sua concepção educacional; expõem três factores 
principais que determinam o desenvolvimento espiritual do homem: 
“disposição inata, hábito e ensino”. Com isso, mostra-se favorável a 
medidas educacionais “condicionantes” e acredita que o homem pode 
tornar-se a criatura mais nobre, como pode tornar-se a pior de todas, 
que aprendemos fazendo, que nos tornamos justos agindo 
justamente. 
 
2.4.A Educação no Período Romano 
Características da educação Romana 
Não existia democratização; a educação dava ênfase à formação moral 
e física (formação do guerreiro); o ideal de Direitos e Deveres. 
Educação das Doze Tábuas O texto talhado da educação romana, 
como atesta Cícero, foi por muito tempo o das Doze tábuas, fixado em 
451 a.C., no bronze e exposto publicamente no fórum, para que todos 
pudessem vê-lo. Nelas, sublinhava-se o valor da tradição (o espírito, os 
costumes, a disciplina dos pais) e delineava-se um código civil, 
baseado na pátria e caracterizado por formas de relação social típicas 
de uma sociedade agrícola atrasada. Como modelo educativo, as 
tábuas fixavam a dignidade, a coragem, a firmeza como valores 
máximos, ao lado, porém, da pieta e da parcimônia. 
A educação na Roma arcaica teve, sobretudo, caráter prático, familiar 
e civil, destinada a formar em particular o civis romanos, superior aos 
outros povos pela consciência do direito como fundamento da própria 
“romanidade”. Os civis romanos eram, porém, formado antes de tudo 
em família pelo papel central do pai, mas também da mãe, por sua vez 
menos submissa e menos marginal na vida da família em comparação 
com a Grécia. 
A mulher em Roma era valorizada como mater famílias, portanto 
reconhecida como sujeitoeducativo, que controlava a educação dos 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
27 
 
filhos, confiando-os a pedagogos e mestres. Diferente, entretanto, é o 
papel do pai, destinada a formar o futuro cidadão, é colocada no 
centro da vida familiar e por ele exercida com dureza, abarcando cada 
aspecto da vida do filho (desde a moral até os estudos, as letras, a vida 
social). 
Para as mulheres, porém, a educação era voltada a preparar seu papel 
de esposas e mães, mesmo se depois, gradativamente, a mulher tenha 
conquistado maior autonomia na sociedade romana. O ideal romano 
da mulher, fiel e operosa, atribui a ela, porém, um papel familiar e 
educativo. 
a) MARCOS TÚLIO CÍCERO (106-43 a.C.) 
 
Orador e político romano, nasceu em Arpino, cidade do Lácio onde sua 
família tinha uma propriedade rural. Aos 10 anos foi enviado a Roma 
para completar sua educação. Aprendeu então literatura grega e 
latina, além da retórica, com os melhores mestres da época. Tinha 
como mestres Múcio Cévola, em Direito; Fedro, Diota e Filo, em 
Filosofia. Aprofundou-se no conhecimento das leis e doutrinas 
filosóficas. Em 84 a.C., escreveu sua primeira obra, De inventione, 
onde apresentou sua teoria sobre a retórica. 
 
Aos 25 anos de idade ingressou na vida forense. Em 75 a.C. Cícero foi 
nomeado questor da Sicília. Contra Verres, Cícero compôs seus 
famosos discursos, jamais pronunciados, reunidos sob o nome de 
Verrinas (70 a.C.). Aproximou-se então do auge a vida política do 
orador, vendo crescer seu prestígio. Sua ambição era chegar a 
consulado. Fez todo o possível para galgar os cargos políticos, 
conseguindo obtê-los um a um. Atinge o consulado em 63 a.C. Num 
momento de crise da República, Cícero entrou em desacordo com 
César e Públio Clódio, que mandava matar quem discordasse de seu 
poder. Cícero se afastou da vida pública. Mais tarde ao formar o 
segundo Triunvirato com Octávio e Lépido, Cícero foi assassinado em 
Fórmia. Sua cabeça e suas mãos ficaram expostas no Fórum. 
Sua obra compreende discursos, tratados filosóficos e retóricos, cartas 
e poemas. Cícero é considerado o maior dos prosadores romanos e o 
que mais influenciou os oradores modernos. 
 
b) MARCOS FÁBIO QUINTILIANO 
 
Nasceu em Calagurris, Espanha. Estudou retórica e lecionou em Roma 
durante 20 anos. Nos últimos anos de sua vida, dedicou-se escrever a 
sua rica experiência, na famosa obra Instituto oratória, em doze livros, 
sobre a educação do orador. Nela Quintiliano não se limita à didática e 
à metodologia da retórica. Trata do problema do talento, das tarefas 
do educador e do professor, do estilo 
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28 
 
correto de ensino e de educação e de inúmeras questões pedagógicas. 
 
Defendia o ideal educacional da eloquência perfeita. Tinha em mente 
um homem ao mesmo tempo eloquente e sábio. Não se contentava 
com um homem apenas eloquente, que poderia defender-se ou 
responsabilizar-se pessoalmente por aquilo que defendia. Também 
não lhe bastava um indivíduo apenas sábio: era necessário que fosse 
eloquente. 
 
2.5.Educação no Período Medieval 
 
Características da educação medieval 
 Tinha como ponto de início: doutrina da igreja católica, conhecido 
como o século das trevas, educação conservadora; criticava a 
educação grega (liberal) e romana (prática), fundação da Companhia 
de Jesus (jesuítas). 
No período medieval a educação era desenvolvida em estreita 
simbiose com a Igreja, com a fé cristã e com as instituições 
eclesiásticas que enquanto acolhiam os oratores (os especialistas da 
palavra, os sapientes, os cultos, distintos dos bellatores e dos 
laboratores) eram as únicas delegadas (com as corporações no plano 
profissional) a educar, a formar, a conformar. 
Da Igreja partiram os modelos educativos e as práticas de formação, 
organizavam-se as instituições ad hoc e programavam-se as 
intervenções, como também nela se discutiam tanto as práticas como 
os modelos. Práticas e modelos para o povo, práticas e modelos para 
as classes altas, uma vez que era típico também da Idade Média o 
dualismo social das teorias e das práxis educativas, como tinha sido no 
mundo antigo. 
Também a escola, como nós conhecemos, é um produto da Idade 
Média. A sua estrutura ligada à presença de um professor que ensina a 
muitos alunos de diversas procedências e que deve responder pela sua 
atividade à Igreja ou a outro poder (seja ele local ou não); as suas 
práticas ligadas à lectio e aos autores, a discussão, ao exercício, ao 
comentário, à arguição etc.; as suas práxis disciplinares (prêmios e 
castigos) e avaliativas vêm daquela época e da organização dos 
estudos nas escolas monásticas e nas catedrais e, sobretudo nas 
universidades. Vêm de lá também alguns conteúdos culturais da escola 
moderna e até mesmo da contemporânea: o papel do latim; o ensino 
gramatical e retórico da língua; a imagem da filosofia, como lógica e 
metafísica. 
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29 
 
 
a) SANTO AGOSTINHO (354-430): 
 
 
Nasceu em Tagaste, parte oriental da actual Argélia. Depois de 
concluir os estudos, lecionou retórica em Tagaste, Cartago, Roma e 
Milão. No campo filosófico seguiu outras linhas, como o ceticismo, até 
ser conquistado pelo cristianismo e baptizado junto com o seu filho, 
que nasceu quando Agostinho tinha 18 anos. Seu filho Adeodato, 
morreu com 17 anos. Agostinho foi ordenado sacerdote e, mais tarde, 
sagrado bispo em Hipona. Morreu nessa cidade, quando os vândalos a 
assediaram. Agostinho foi grande pensador e sutil psicólogo. Mas 
destacou-se sobretudo como o mais importante filósofo e teólogo, no 
limiar entre a Antiguidade e a Idade Média. 
Entre as suas obras pedagógicas encontrasse uma que foi chamada de 
“O livro da revolta”, cujo título é O mestre. Dentro da tradição 
platônica, Agostinho redigiu-a em forma de diálogo entre ele e o seu 
filho. Nela defendeu a ideia de que, como toda a necessidade humana, 
também a aprendizagem, em última instância, só pode ser satisfeita 
por Deus. 
Em sua pedagogia, recomendou aos educadores jovialidade, alegria, 
paz no coração e às vezes também alguma brincadeira. 
 
b) SÃO TOMÁS DE AQUINO (1224 OU 1225-1274) 
 
Nasceu num castelo na região de Nápoles. Filho mais novo do conde 
de Aquino, foi obrigado a fugir para ingressar na ordem de São 
Domingos, pois seu pai era contrário à escolha pelo movimento das 
ordens mendicantes. Terminou os estudos em Paris, onde conheceu 
seu mestre Alberto Magno. Aos 27 anos, tornou-se professor 
universitário. 
Tomás foi canonizado, elevado a doutor da Igreja e declarado patrono 
de todas as escolas católicas. Com vida de bastante perigrinação, 
geralmente viajando a pé visitou várias cidades, nas quais não 
permaneceu mais de três anos. Morreu a caminho do Concílio de Lion, 
na França. 
Deixou uma obra imensa. Foi filósofo, teólogo, um dos mais activos 
organizadores dos estudos, reformador dos programas de ensino, 
fundador de escolas superiores mas, acima de tudo, professor. 
Seguia e pregava os seguintes princípios: evitar a aversão pelo tédio e 
despertar a capacidade de admirar e perguntar, como início do 
autêntico ensino. 
 
 
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30 
 
2.6.A Educação no Período do Renascimento 
Características da educação no renascimento 
O Renascimento começou na Itália, no século XIV, e difundiu-se por 
toda a Europa, durante os séculos XV e XVI. Foi um período da história 
européia marcado por um renovado interesse pelo passado greco-
romano clássico, especialmente pela sua arte. Para se lançar ao 
conhecimento do mundo e às coisas do homem, o movimento 
renascentista elegia a razão como a principal forma pela qual o 
conhecimento seria alcançado. 
O renascimento deu grande privilégio à matemática e às ciências da 
natureza. A exatidão do cálculo chegou até mesmo a influenciar o 
projecto estéticodos artistas desse período. Desenvolvendo novas 
técnicas de proporção e perspectiva, a pintura e a escultura 
renascentista pretendiam se aproximar ao máximo da realidade. Em 
consequência disso, a riqueza de detalhes e a reprodução fiel do corpo 
humano formavam alguns dos elementos correntes nas obras do 
Renascimento. O Humanismo representou tendência semelhante no 
campo da ciência. 
O renascimento confrontou importantes conceitos elaborados pelo 
pensamento medieval. No campo da astronomia, a teoria 
heliocêntrica, onde o Sol ocupa o centro do Universo, se contrapunha 
à antiga ideia cristã que defendia que a Terra se encontrava no centro 
do cosmos. Novos estudos de anatomia também ampliaram as noções 
do saber médico dessa época. 
Os humanistas eram homens letrados profissionais, normalmente 
provenientes da burguesia ou do clero que, por meio de suas obras, 
exerceram grande influência sobre toda a sociedade; rejeitavam os 
valores e a maneira de ser da Idade Média e foram responsáveis por 
conduzir modificações nos métodos de ensino, desenvolvendo a 
análise e a crítica na investigação científica. 
a) MICHEL MONTAIGNE (1533-1592) 
 
Nasceu no castelo de Montaigne, perto de Bardeaux. Sua educação foi 
confiada a um humanista alemão. Estudou direito e durante alguns 
anos exerceu a função de conselheiro parlamentar em Bardeaux. Mais 
tarde tornou-se prefeito deste lugar por 4anos. Dedicou o resto da sua 
vida as actividades literárias. 
Com seus pensamentos sobre educação, Montaigne pode ser 
considerado um dos fundadores da pedagogia da Idade Moderna. 
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31 
 
Queixou-se só de trabalhar com a memória, deixando vazias a razão e 
a consciência. Desejou um homem flexível, aberto para a verdade. 
Criticou duramente o brutal estilo de educação de sua época. 
 
b) MARTINHO LUTERO (1483-1546) 
 
Foi líder da Reforma, movimento religioso que levou ao nascimento do 
protestantismo. Lutero nasceu e morreu na Saxônia. Recebeu o grau 
de mestre em filosofia na universidade de Erfurt (1505). Iniciou, então, 
estudos de direito, interrompidos quando ingressou no convento dos 
agostinianos dessa mesma cidade. Em 1507 foi ordenado sacerdote. 
Doutorou-se em teologia e foi designado professor de teologia em 
Winttenberg, cargo que manteve para o resto da sua vida. 
Em 1517, com a intenção de arrecadar fundos para a conclusão da 
suntuosa Basílica de São Pedro, o papa Leão X encarregou o monge 
dominicano Tetzel de oferecer indulgências (perdão dos pecados) a 
todos os que oferecessem polpudos donativos à Igreja. 
Contra isso se insurgiu Lutero. A venda das indulgências forneceu a 
ocasião para a ruptura. 
 
Lutero atacou o inquisidor Tetzel e refugiou-se em Winttenberg. Não 
tardou a traduzir as consequências de seus princípios e negou 
sucessivamente a autoridade do papa, a hierarquia, o celibato dos 
padres, os votos monásticos, o culto aos santos, o purgatório e a 
missa. Excomungado em 1520, queimou a bula do papa em praça 
pública. A venda das indulgências forneceu a ocasião para a ruptura. 
Traduziu a Bíblia para o alemão, colocando-a à altura dos menos 
letrados. Passando do terreno puramente religioso ao social, através 
de panfletos, incutiu nos camponeses a rebeldia contra o pagamento 
de impostos que a Igreja cobrava e contra as opressões dos senhores 
feudais. Essa campanha resultou numa guerra civil em que os 
camponeses estavam empenhados. A contenda devorou a vida de 100 
mil pessoas de ambos os lados. Nessa época apareceram os primeiros 
protestantes. As cidades do Império reclamavam o direito das 
minorias que adotaram a Reforma. Queriam a liberdade de 
consciência contra a imposição do credo das maiorias católicas. 
 
c) OS JESUÍTAS 
 
A pedagogia dos jesuítas exerceu grande influência em quase todo o 
mundo. 
A ordem dos jesuítas foi fundada em 1534 pelo militar espanhol 
INÁCIO DE LOYOLA ( 1491-1556) com o objectivo de consagrar-se à 
educação da juventude católica. Seguia os princípios cristãos e 
insurgia-se contra a pregação religiosa protestante. O criador da 
Companhia de Jesus imprimiu uma rígida disciplina e o culto da 
obediência a todos os componentes da ordem. 
A Ratium Studiorum é o plano de estudos, de métodos e a base 
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32 
 
filosófica dos jesuítas. Representa o primeiro sistema organizado da 
educação católica. Ela foi promulgada em 1599, depois de um período 
de elaboração e experimentação. A educação dos jesuítas destinava-se 
à formação das elites burguesas, para prepará-las a exercer a 
hegemonia cultural e política. Eficientes na formação das classes 
dirigentes, os jesuítas descuidaram completamente da educação 
popular. 
2.7.A Educação no Período Moderno 
 O Modernismo surge no século XVII na Europa. A modernidade 
costuma ser entendida como um ideário ou visão de mundo que está 
relacionada ao projecto de mundo moderno, empreendido em 
diversos momentos ao longo da Idade Moderna e consolidado com a 
Revolução Industrial. Está normalmente relacionada com o 
desenvolvimento do Capitalismo. Conhecido como o século das luzes, 
há um interesse pela educação grega e romana, privilegiava aos que 
detinham o poder, a separação entre a igreja católica e o estado. Os 
principais pensadores são: João Amós Comênio e John Locke 
Características do modernismo 
Duas instituições educativas, em particular, sofreram uma profunda 
redefinição e reorganização na Modernidade: a família e a escola, que 
se tornaram cada vez mais centrais na experiência formativa do 
indivíduo e na própria reprodução (cultural, ideológica e profissional) 
da sociedade. As duas instituições chegaram a cobrir todo o arco da 
infância adolescência, como “locais” destinados à formação das jovens 
gerações, segundo um modelo socialmente aprovado e definido. A 
família, objecto de uma retomada como núcleo de afectos e animada 
pelo “sentimento da infância”, que fazia cada vez mais da criança o 
centro-motor da vida familiar, elaborava um sistema de cuidados e de 
controlo da mesma criança, que tendiam a conformá-la a um ideal, 
mas também a valorizá-la como mito, um mito de espontaneidade e 
de inocência, embora às vezes obscurecido por crueldade, 
agressividade etc. 
Os pais não se contentavam mais em apenas pôr filhos no mundo. A 
moral da época impõe que se dê a todos os filhos, não só ao 
primogênito, e no fim dos anos seiscentos também as filhas, uma 
preparação para a vida. A tarefa de assegurar tal afirmação é atribuída 
à escola. 
Ao lado da família, a escola. Uma escola que instruía, que formava e 
que ensinava conhecimentos, mas também comportamentos, que se 
UnISCED MANUAL DE TRONCO COMUM DE PEDAGOGIA GERAL 
33 
 
articulava em torno da didática, da racionalização da aprendizagem 
dos diversos saberes, e em torno da disciplina, da conformação 
programada e das práticas repressivas (construtivas, mas por isso 
produtoras de novos comportamentos). Mas, sobretudo, uma escola 
que reorganizava suas próprias finalidades e seus meios específicos. 
Uma escola não mais sem graduação na qual se ensinavam as mesmas 
coisas a todos e segundo processos de tipo adulto, não mais 
caracterizada pela “promiscuidade das diversas idades” e, portanto, 
por uma forte incapacidade educativa, por uma rebeldia endêmica por 
causa da acção dos maiores sobre os menores e, ainda, marcadas pela 
“liberdade dos estudantes”, sem disciplina interna e externa. 
Com a instituição do colégio (no século XVI), porém, teve início um 
processo de reorganização disciplinar da escola e de racionalização e 
controle de ensino, através da elaboração de métodos de 
ensino/educação o mais célebre foi a Ratio studiorum dos jesuítas que 
fixavam um programa minucioso de estudo e de comportamento, o 
qual tinha ao centro a disciplina, o internato e as “classes de idade”, 
além da graduação do ensino/aprendizagem.Também é dessa época a descoberta da disciplina: uma disciplina 
constante e orgânica, muito diferente da violência e autoridade não 
respeitada. A disciplina escolar teve raízes na disciplina religiosa; era 
mero instrumento de exercício que de aperfeiçoamento moral e 
espiritual, era buscada pela sua eficácia, como condição necessária do 
trabalho em comum, mas também por seu valor próprio de edificação. 
Enfim, a escola ritualizava o momento do exame atribuindo-lhe o 
papel crucial no trabalho escolar. O exame era o momento em que o 
sujeito era submetido ao controle máximo, mas de modo impessoal: 
mediante o controle do seu saber. Na realidade, o exame agia, 
sobretudo, como instrumento disciplinar, de controlo do sujeito, como 
instrumento de conformação. 
a) JOÃO AMÓS COMÊNIO (1592-1670): 
 
Educador tcheco, nasceu na Morávia. Criador de um sistema 
educacional que até hoje não foi superado, foi pioneiro do 
ecumenismo. 
Estudou teologia e ocupou a reitoria de um colégio, antes de ser 
ordenado padre. Vítima da Guerra dos Trinta Anos, passou grande 
parte de sua vida no exílio, primeiro na Polônia, onde foi bispo, mais 
tarde na Suécia, na Prússia e na Holanda, onde veio a falecer. 
Superando definitivamente o pessimismo antropológico da Idade 
Média, com seu optimismo realista Comênio influenciou as pedagogias 
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34 
 
das épocas posteriores, fortalecendo a convicção de que o homem é 
capaz de aprender e pode ser educado. Seu trabalho está registrado 
em vários livros, entre os quais: Pródromus da Ponsofia, de 1630, na 
qual defende a generalização do ensino, subordinado a um órgão de 
controlo universal, como meio de pôr fim às guerras; Porta aberta das 
Línguas, de 1631, onde apresentou um novo método de ensino do 
latim por meio de ilustrações e lições objetivas, que foi logo traduzido 
em 16 línguas; A grande didática, de 1633, em que faz uma tentativa 
de criar a ciência da educação utilizando os mesmos métodos das 
ciências físicas. 
 
As teorias educacionais de Comênio surpreendem pela actualidade. 
Defendeu-se nelas uma educação que interpretasse e alargasse a 
experiência de cada dia e utilizasse os meios clássicos, como ensino da 
religião e da ética. O currículo, além das matérias citadas, incluía 
música, economia, política, história e ciência. Na prática de ensino, 
Comênio foi o pioneiro na aplicação de métodos que despertassem o 
crescente interesse do aluno. 
 
b) JOHN LOCKE (1632-1704) 
 
Fundou a moderna educação inglesa, cuja influência ultrapassou as 
fronteiras de sua pátria. Locke estudou filosofia, línguas antigas e 
medicina. A situação política da Inglaterra abrigou-o a exilar-se na 
Holanda. Ao regressar, publica a sua principal obra filosófica, Estudo 
sobre o entendimento humano, e logo depois seu pensamento sobre a 
educação. 
Com seu estudo do entendimento humano, Locke marca o início do 
Iluminismo, que vê a razão como condutora do homem. Para ele, não 
há dúvida de que o fundamento de toda virtude está na capacidade de 
renunciar à satisfação dos nossos desejos, quando não justificados 
pela razão. 
 
2.8. PENSAMENTO PEDAGÓGICO ILUMINISTA 
 
a) JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712-1778) 
 
Filósofo e escritor, nasceu em Genebra, na Suíça, e morreu na França. 
Nasceu protestante, tornou-se católico e retornou ao protestantismo. 
Segundo SUCHODOLSKI (1907-1992), pedagogia de Rousseau 
representou a primeira tentativa radical e apaixonada de oposição 
fundamental à pedagogia da essência e de criação de perspectivas 
para uma pedagogia da existência. 
A obra Emílio de Rousseau tornou-se o manifesto do novo 
pensamento pedagógico e assim permaneceu até os nossos dias. Nela 
o autor pretendeu provar que “é bom 
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35 
 
tudo que sai das mãos do criador da Natureza e tudo degenera nas 
mãos do homem”. Portanto, pregou que seria conveniente dar à 
criança a possibilidade de um desenvolvimento livre e espontâneo. O 
primeiro livro de leitura deveria ser o Robinson Crusoé (escrito por 
Daniel Defoe, em 1719), que o filósofo considerava um tratado de 
educação natural. 
 
A educação, segundo ele, não devia ter por objectivo a preparação da 
criança com vista ao futuro nem a modelação dela para determinados 
fins: devia ser a própria vida da criança. Mostrava-se, portanto, 
contrário à educação precoce. Era preciso ter em conta a criança, não 
só porque ela é o objecto da educação o que a pedagogia da essência 
também se dispunha a fazer mas porque a criança representa a 
própria fonte da educação. 
 
b) JOHANN HEINRICH PESTALOZZI (1746-1827) 
 
Educador suíço nasceu em Zurique. Desde os tempos de estudante 
participou de movimentos de reforma social. Em 1774 fundou um 
orfanato onde tentou ensinar os rudimentos de agricultura e de 
comércio, iniciativa que fracassou poucos anos depois. 
Publicou um romance em quatro volumes, bastante lido na época, 
intitulado Leonardo e Getrudes, no qual delineava suas idéias sobre 
reforma política, moral e social. Quando a cidade de Stans foi tomada 
durante a invasão napoleônica de 1798. Pestalozzi reuniu algumas 
crianças abandonadas e passou a cuidar delas nas mais difíceis 
condições. 
Em 1805, fundou o famoso internato de Yverdon, que durante seus 20 
anos de funcionamento foi frequentado por estudantes de todos os 
países da Europa. 
O currículo adotado dava ênfase na actividade dos alunos. 
Apresentava-se no início objectos simples para chegar aos mais 
complexos; parte-se do conhecido para o desconhecido, do concreto 
para o abstrato, do particular para o geral. Por isso, as actividades mais 
estimuladas em Yvedon eram desenho, conto, educação física, 
modelagem, cartografia e atividades ao ar livre. 
 
 
c) JOHANN HERBART (1776-1841) 
 
Filósofo, teórico da educação e psicólogo alemão, estudou na 
Universidade de Lena, onde foi discípulo de Fichte. Em 1797 esteve na 
Suiça e visitou a escola dirigida por Pestalozzi. A partir de 1809, 
ensinou filosofia e pedagogia na Universidade de Konigsberg. 
Para Herbart, a filosofia apresentou a elaboração e a análise da 
experiência. 
A lógica tinha por objectivo a classificação dos conceitos, enquanto a 
metafísica e a estética referia-se ao 
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36 
 
conteúdo do pensamento. A análise lógica revelava as contradições 
dos conceitos que a metodologia procurava resolver. 
 
Como teórico da educação defendeu a idéia de que o objectivo da 
pedagogia é o desenvolvimento do caráter moral. O ensino deve 
fundamentar-se na aplicação dos conhecimentos da psicologia. Criou o 
sistema que denominou “instrução educativa”. Esse sistema, segundo 
educador brasileiro Lourenço Filho, propõe um ensino que, através de 
situações sucessivas e bem reguladas pelo mestre, fortalece a 
inteligência e, pelo cultivo dela, forma a vontade e o caráter. Herbart 
sugeriu que cada lição obedece-se a fases estabelecidas ou passos 
formais. Seriam eles: o da clareza da apresentação dos elementos 
sensíveis de cada assunto; o de associação; o de sistematização; e, por 
fim, o de aplicação. 
 
REVOLUÇÃO FRANCESA 
 
Avanços tão consideráveis na teoria e na prática da educação, como os 
que ocorreram no século XVIII, não poderiam deixar de ser 
transformados em norma jurídica. A educação proposta pela 
Revolução Francesa deveria ser transformada em direito de todos e 
dever do Estado. 
A convenção elaborou vários decretos, expandindo pela França o 
ensino obrigatório, sem muito êxito. Desde aquela época os planos de 
educacionais pareciam mais avançados do que a prática. Foi o caso do 
“Plano Nacional de Eduação”, aprovado pela Assembléia Nacional 
Constituinte em 1793 e concebido por LEPELLETIER (1760-1793), da 
qual apresentaremos a seguir algumas partes. 
Inspirado em Rousseau, o texto de Lepelletier sintetiza as aspirações 
frustradas de unidade entre educação e a política e de defesa do

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