Relatório Socioeconômico Mandioca

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CAMPUS FLORESTA
CENTRO MULTIDISCIPLINAR - CMULTI
ENGENHARIA AGRONÔMICA
ASSOCIATIVISMO E AGRONEGÓCIO 
ASPECTOS GERAIS DA CULTURA DA MANDIOCA, COM ÊNFASE PARA O MUNICÍPIO DE CRUZEIRO DO SUL E ESTADO DO ACRE
ANA CAROLINE DE ABREU REBOUÇOS
CLECIANE 
LUAN SILVA D0S SANTOS
VILMA LETÍCIA SILVA DE SOUZA
CRUZEIRO DO SUL, ACRE, 2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
METODOLOGIA	5
Coleta de Dados pelo IBGE	5
Conceituação das variáveis investigadas	6
Área colhida	6
Área destinada à colheita	6
Área plantada	6
Culturas permanentes	6
Culturas temporárias	6
Preço médio pago ao produtor	6
Quantidade produzida	6
Rendimento médio	7
Valor da produção	7
RESULTADOS E DISCUSSÕES	7
CONCLUSÕES	11
REFERÊNCIAS	11
INTRODUÇÃO
A mandioca, Manihot esculenta Crantz, é uma planta dicotiledônea pertencente à família Euphorbiaceae com cultivo em todos os continentes (CLEMENT et al., 2010). A espécie que está amplamente difundida em países tropicais dos continentes da América, Ásia e África é uma das contribuições mais expressivas da América na erradicação da fome em regiões pobres do mundo (SIVIERO: LESSA, 2020).
A mandioca é a quarta cultura mais importante do mundo, logo após o arroz, milho e trigo, com isso, é um componente importante na dieta de mais de um bilhão de pessoas em todo o planeta (AJAYI; OLUTUMISE, 2018). O cultivo da mandioca é realizado principalmente por agricultores tradicionais com pouca ou nenhuma utilização de insumo ou mecanização, embora existam algumas cultivares modernas devido às demandas de mercado (CLEMENT et al., 2010).
A variação genética, origem evolutiva e geográfica da mandioca, e a estrutura populacional de parentes silvestres da mandioca foram estudadas por OLSEN E SCHAAL (1999), e concluiu-se que o sudoeste da Amazônia foi o local de origem e domesticação da mandioca cultivada. 
Figura 1: Sampling locations for populations of M. esculenta subsp. flabellifolia (squares) and M. pruinosa (circles) in Brazilian states sur-rounding the Amazon basin. Black squares indicate populations of subspecies flabellifolia found to share one or more haplotypes with cassava (M. esculenta subsp. esculenta) accessions. Populations within the oval together contain all of the shared cassava haplotypes. TO, Tocantins; GO, Goiás; MT, Mato Grosso; RO, Rondônia; AC, Acre. Fonte: OLSEN: SCHAAL (1999).
No trecho retirado da Carta que Pero Vaz de Caminha redigiu ao Rei D. Manuel, percebe-se a importância que a mandioca já apresentava para os povos daquela época. 
" [...] Eles não lavram nem criam. Nem há aqui boi ou vaca, cabra, ovelha ou galinha, ou qualquer outro animal que esteja acostumado ao viver do homem. E não comem senão deste inhame, de que aqui há muito, e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores de si deitam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos (CAMINHA, 1500).”
Devido a fácil adaptação a mandioca é a única cultura produzida em todos os estados do Brasil, o que lhe confere a oitava colocação entre os principais produtos agrícolas do país, em termos de área cultivada e valor de produção, de acordo com dados da Produção Agrícola Municipal (IBGE, 2020).
OBJETIVOS
METODOLOGIA
Buscou-se realizar o estudo dos aspectos gerais relacionados à cultura da mandioca em níveis nacional, estadual e municipal com ênfase nos estados do Acre e município de Cruzeiro do Sul, de acordo com mapa da (Figura 2).
Figura 2 – Mapa de localização do Estado do Acre em relação ao Brasil, com ênfase no município de Cruzeiro do Sul.
O presente estudo buscou realizar um levantamento de dados relacionados aos aspectos de produção e comercialização da mandioca em níveis nacional, estadual e municipal. O estudo foi composto primordialmente por dados extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, além de dados complementares da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. 
As principais variáveis utilizadas no estudo corresponderam à: quantidade produzida, valor de produção, área plantada e o rendimento médio. Para os dados à nível estadual utilizou-se uma amplitude temporal de 11 anos (2009 à 2020), já para os dados municipais utilizou-se o período de 2004 – 2020.
Coleta de Dados pelo IBGE
A obtenção dos dados é realizada pela Rede de Coleta do IBGE, através de consulta à entidades públicas, iniciativa privada, bem como a produtores, técnicos e órgãos ligados direta ou indiretamente aos setores da produção, comercialização, industrialização e fiscalização de produtos agrícolas (IBGE, 2020).
De acordo com IBGE (2020), os dados são coletados tendo como base um sistema de fontes de informação, representativo de cada Município, gerenciado pelo Agente de Coleta do IBGE, que obtém os informes e subsídios para a consolidação das estimativas finais da produção agrícola de cada município. 
Conceituação das variáveis investigadas
Segue as principais as variáveis pesquisadas na Produção Agrícola Municipal e com suas respectivas definições.
Área colhida - Total da área efetivamente colhida de cada produto agrícola no Município, durante o ano civil de referência da pesquisa.
Área destinada à colheita - Total da área que está em processo produtivo e que se pretende colher no ano de referência. É, portanto, a área potencialmente em idade de produção e se refere às culturas permanentes e temporárias de longa duração.
Área plantada - Total da área plantada de cada cultura temporária no Município, passível de ser colhida, no todo ou em parte, no ano civil de referência da pesquisa, ou, ainda, de ter sido completamente perdida devido a adversidades climáticas, bióticas (pragas e doenças), entre outras causas.
Culturas permanentes - Culturas de longo ciclo vegetativo, que permitem colheitas sucessivas, sem necessidade de novo plantio, como, por exemplo, café, maçã, pera, uva, manga, laranja etc.
Culturas temporárias - Culturas de curta ou média duração, geralmente com ciclo vegetativo inferior a um ano, e que, após a colheita, necessitam de novo plantio para produzir, como, por exemplo, soja, milho, feijão etc. São incluídos nessa categoria o abacaxi, a cana-de-açúcar, a mandioca e a mamona, os quais apresentam ciclos de colheita muitas vezes superiores a 12 meses.
Preço médio pago ao produtor - Média dos preços recebidos pelos produtores do Município ponderados pelas quantidades colhidas, no ano civil de referência da pesquisa.
Quantidade produzida - Quantidade total colhida de cada produto agrícola no Município, no ano civil de referência da pesquisa.
Rendimento médio - Razão entre a quantidade produzida e a área colhida.
Valor da produção - Obtido através da multiplicação da produção pelo preço médio ponderado.
Desta forma a PAM produção Agrícola Municipal visa analisar os produtos de maior comercialização e produção em nível de município onde são usados para a discursão do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) onde o principal objetivo é discutir as estatísticas dos produtos agropecuários em nível estadual, regional e municipal.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com o IBGE (2020), a cultura da mandioca ocupou a oitava posição no Ranking Brasileiro na questão do valor de produção (Figura 3) e ficou entre as dez cultivares mais produzidas no Brasil, com um valor de produção de 10,89 bilhões de reais.
Figura 3 - Ranking Brasileiro do Valor da Produção das principais culturas no ano de 2020.
Segundo CEPEA (2022), o preço da mandioca o encontra-se em alta (Figura 4) – A maioria dos agricultores segue sem interesse na comercialização, mesmo com as condições climáticas favoráveis à retomada dos trabalhos de campo, e já há dificuldades em se abastecer com raízes de segundo ciclo (acima de 15 meses) em algumas regiões. Neste cenário, a oferta continuou abaixo da demanda industrial, e os preços registraram novas altas.
Figura 4 – Preços da Raiz de Mandioca entre os anos de março de 2020 à abrilde 2022, nos principais pontos de vendas da raiz.
Já a nível estadual a produção de mandioca ocupa o primeiro lugar em comparação as demais culturas produzidas no estado do Acre (Figura 5). Segundo o IBGE (2020), o valor da produção chegou neste mesmo ano à 210 milhões de reais. 
Figura 5 – Ranking do Valor de Produção das principais culturas cultivadas no estado do Acre
Na perspectiva a nível municipal, Cruzeiro do sul localizado no estado do Acre fica sempre entre as primeiras posições, com as seguintes características avaliadas: Quantidade Produzida (FIGURA), Valor da Produção (FIGURA), Área Plantada (FIGURA) e Rendimento Médio (FIGURA). Segundo o site do IBGE (2022), do ano de 2009 a 2020 as figuras gráficas abaixo apresentam de forma detalhada todos os dados das características citadas acima, tanto a nível municipal quanto a nível estadual dos principais estados brasileiros.
TODAS ESSAS TABELAS ABAIXO PRECISAM SER DISCUTIDAS
Figura 6 – Quantidade produzida de Mandioca em toneladas nos estados do Acre, Pará e Paraná (de 2009 à 2020), além dos munícipios de Cruzeiro do Sul, Sena Madureira e Tarauacá (de 2004 à 2020).
Figura 7 – Valor de Produção de Mandioca nos estados do Acre, Pará e Paraná (de 2009 à 2020), além dos munícipios de Cruzeiro do Sul, Feijó e Sena Madureira (de 2004 à 2020)..
Figura 8 – Área Plantada de Mandioca em hectares nos estados do Acre, Pará e Paraná (de 2009 à 2020), além dos munícipios de Cruzeiro do Sul, Feijó e Tarauacá (de 2004 à 2020).
Figura 9 – Rendimento médio de Mandioca em kg por hectare nos estados do Acre, Pará e Paraná (de 2009 a 2020), além dos munícipios de Cruzeiro do Sul, Feijó e Tarauacá (de 2004 à 2020).
CONCLUSÕES
	
REFERÊNCIAS
AJAYI, C. O.; OLUTUMISE, A. I. Determinants of food security and technical efficiency of cassava farmers in ondo state, Nigeria. International Food and Agibusiness Management Review, v. 21, n. 7, p. 915 – 928, 2018. DOI: 10.22434/IFAMR2016.0151
CLEMENT, C. R.; DE CRISTO-ARAÚJO, M.; COPPENS D’EECKENBRUGGE, G.; ALVES-PEREIRA, A.; PICANÇORODRIGUES, D. Origin and domestication of native amazonian crops. Diversity v. 2, n. 1 p. 72 - 106, 2010. https://doi.org/10.3390/d2010072
OLSEN, K. M.; SCHAAL, B. A. Evidence on the origin of cassava: Phylogeography of Manihot esculenta. Proceedings of the National Academy of Sciences from United States of America, v. 96, n. 10, p. 5586 – 5591, mai. 1999. https://doi.org/10.1073/pnas.96.10.5586
OTSUBO, A. A.; LORENZI, J. O. (editores). Cultivo da mandioca na Região Centro-Sul do Brasil. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004, 116 p.
CEPEA https://www.cepea.esalq.usp.br/br/indicador/mandioca.aspx
IBGE https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ac/cruzeiro-do-sul/pesquisa/14/10193?tipo=ranking&indicador=10335
IBGE https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/ac