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TRABALHO DE HABILIDADES DE VIDA E HIV-SIDA-DINA

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância
Primeiro Trabalho de Campo da Disciplina de Habilidades da Vida, Saúde Sexual e Reprodutiva, Género e HIV & SIDA
Tema: O Papel Da Educação na formação da Personalidade
Nome do Estudante Código:
Dina Reino Vale Samagessa 708216732 
 Curso: Licenciatura em Administração Publica
 Disciplina: Habilidades da Vida e HIV & SIDA
 Ano de frequência: 2º ano
 Tutor: 
Tete, Novembro de 2022
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	Categorias
	Indicadores
	Padrões
	Classificação
	
	
	
	Pontuação máxima
	Nota do tutor
	Subtotal
	Estrutura
	Aspectos organizacionais
	· Capa
	0.5
	
	
	
	
	· Índice
	0.5
	
	
	
	
	· Introdução
	0.5
	
	
	
	
	· Discussão
	0.5
	
	
	
	
	· Conclusão
	0.5
	
	
	
	
	· Bibliografia
	0.5
	
	
	Conteúdo
	Introdução
	· Contextualização (Indicação clara do problema)
	1.0
	
	
	
	
	· Descrição dos objectivos
	1.0
	
	
	
	
	· Metodologia adequada ao objecto do trabalho
	2.0
	
	
	
	Análise e discussão
	· Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita cuidada, coerência / coesão textual)
	2.0
	
	
	
	
	· Revisão bibliográfica nacional e internacionais relevantes na área de estudo
	2.
	
	
	
	
	· Exploração dos dados
	2.0
	
	
	
	Conclusão
	· Contributos teóricos práticos
	2.0
	
	
	Aspectos gerais
	Formatação 
	· Paginação, tipo e tamanho de letra, paragrafo, espaçamento entre linhas
	1.0
	
	
	Referências Bibliográficas
	Normas APA 6ª edição em citações e bibliografia
	· Rigor e coerência das citações/referências bibliográficas
	4.0
	
	
Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Índice 
1.0 Introdução	5
2.0 Objectivos	6
2.1 Geral	6
3.0 Metodologia	6
3.1 Materiais	6
3.2 Métodos	6
4.0 Revisão de Literatura	7
4.1. A Personalidade e as fases do seu desenvolvimento	7
4.1.1 Conceito de personalidade	7
4.1.2 Fases do desenvolvimento	8
4.1.2.1 Fases do desenvolvimento da personalidade segundo Freud	8
4.2. Temperamento	12
4.2.1 Tipos de temperamento	12
4.3. As principais capacidades humanas	14
4.4. Os pilares de auto- estima e auto-confiante	15
4.5.A influência da cultura a personalidade	17
4.6 Os papeis de gênero	18
5.0 Conclusão	19
6.0 Referências Bibliográficas	20
1.0 Introdução 
Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de "conjunto das características marcantes de uma pessoa", de forma que se pode dizer que uma pessoa "não tem personalidade"; esse uso, no entanto leva em conta um conceito do senso comum e não o conceito científico aqui conceito científico aqui tratado (Rodriguez, 2021). 
Personalidade é como se viu um conceito complexo com vários factos de modo útil e compreensivo é uma difícil tarefa para os estudiosos do assunto. Sabendo que não a personalidade idêntica como não existe duas pessoas idênticas embora muitas pessoas possuam traços em comum (Carver, & Scheier, 2000). 
Personalidade é temporal pertencem a uma pessoa que nasce vive e morre. A personalidade existe função de um meio no qual procura adaptar-se a pertencendo a um ser vivo, tem que sofrer um processo de desenvolvimento. Neste sentido cada indivíduo tem sua história pessoal e esta é a unidade básica a ser levada em conta no estudo da personalidade (Carver, & Scheier, 2000).
O presente trabalho descreve uma série de características que foram tratadas como componentes da personalidade. Para uma introdução às diferentes teorias que procuram explicar o desenvolvimento e a estrutura da personalidade.
2.0 Objectivos
2.1 Geral	
· Compreender o o papel da educação na formação da personalidade.
2.2 Específicos
· Falar da personalidade e as fases do seu desenvolvimento 
· Falar do Temperamento 
· Descrever as principais capacidades humanas 
· Mencionar os pilares de auto- estima e auto-confiante 
· Explicar a influência da cultura a personalidade 
· Descrever sobre os papeis de gênero:
3.0 Metodologia
3.1 Materiais
Para elaboração do presente trabalho de modo que os objectivos específicos descrito acima sejam concretizados usou ̵ se os seguintes materiais: 
· Folhas A4; 
· Caneta; 
· Computador; 
· Caderno; 
· Manuais em formato electrónico.
3.2 Métodos 
Este trabalho tem um enfoque qualitativo e visa reforçar-se do método descritivo, abordando as matérias de forma descritiva geral. A metodologia usada neste trabalho foi revisão bibliográfica, com as devidas discussões pesquisadas.
4.0 Revisão de Literatura 
4.1. A Personalidade e as fases do seu desenvolvimento 
4.1.1 Conceito de personalidade
De acordo com Berg et (2020) “a personalidade é o conjunto de características psicológicas e comportamentais que podem ser observadas numa pessoa. Não é fixa, é dinâmico, dependente do contexto individual que pode mudar no curso da sua vida”.
Carver & Scheier (1999) definem "personalidade é uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportar-se, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa". 
Asendor “personalidade são as particularidades pessoais duradouras, não patológicas e relevantes para o comportamento de um indivíduo em uma determinada população”.
Segundo Rodriguez (2020) “a personalidade é formada graças aum conjunto de traços e características que determinam o comportamento, a conduta e a forma de agir das pessoas em diferentes situações e contextos” Então, de um modo geral, a personalidade é o que nos permite diferenciar uma pessoa das outras.
Segundo Berg et al (2020) são quatro os factores apontados pelos antropólogos como determinantes da formação da personalidade de um indivíduo: 
· As características biológicas e genéticas dos sistemas neurofisiológico e endocrinológico; 
· As características do ambiente natural e social, em que o indivíduo vive; 
· A cultura, de que o indivíduo participa; 
· As experiências biológicas e psicossociais únicas, ou a história de vida do indivíduo.
Conforme Berg et al (2020) a personalidade é um termo guarda-chuva que facilmente se confunde com outros termos como carácter, temperamento, identidade. Dentro do conceito de personalidade pode se distinguir 3 aspectos: o carácter; o temperamento; e as competências.
4.1.2 Fases do desenvolvimento
4.1.2.1 Fases do desenvolvimento da personalidade segundo Freud 
De acordo com a teoria da personalidade de Freud, o desenvolvimento da personalidade é dividido em cinco etapas ou fases que são identificadas com as zonas erógenas, os órgãos nos quais o prazer sexual, a energia e a libido das pessoas são focalizadas (Rodriguez, 2020). 
Além disso, cabe destacar que, devido à experiência de algum trauma, uma fixação ou uma regressão pode ocorrer no processo de desenvolvimento, portanto, se ocorrer uma alteração em uma das etapas específicas, a personalidade da pessoa será determinada por isso. As etapas de Freud são: 
I. Etapa oral (0-1 ano) 
É a primeira etapa do desenvolvimento que começa no nascimento e dura até o primeiro ano de vida das pessoas. Nesta etapa ou fase, o prazer é encontrado na boca e é obtido com atividades de sucção, de chupar, de comer ou de morder. Normalmente é relacionada com o ato de mamar, morder objetos, entre outros. A correta evolução dessa etapa depende das experiências agradáveis e seguras que as crianças experimentam durante esse período. Assim, segundo Freud, um grande exemplo de trauma vivenciado nessa situação que pode provocar uma fixação nessa etapa é o fato de interromper a amamentação antes do previsto ou amamentar por mais tempo que o necessário. Os resultados de uma fixação nessa etapa podem ser vícios em tabaco, roer as unhas, entre outros (Rodriguez, 2020). 
II. Etapa anal (1-3 anos) 
Essa etapa começa ao um ano e termina aos 3 anos. É caracterizada por ser a etapa na qual a fonte de prazer é encontrada no ânus, portanto, está relacionada com atividades agradáveis do controle dos esfíncteres (incluindo também a bexiga), como reter e/ou expulsar fezes. 
Segundo Freud, nessa etapa podem surgir dois inconvenientes se a evolução adequada não for seguida: por um lado, as crianças podem apresentar uma grande retenção de fezes, levando a constipação e, consequentemente, desenvolver um caráter teimoso. Por outro lado, as crianças podem se rebelar e expulsar as fezes em momentos inoportunos e, consequentemente, desenvolver um caráter mais destrutivo (Rodriguez, 2020).
III. Etapa fálica (3-6 anos)
No início dessa etapa, as pessoas mostram um grande interesse autoerótico, mas com o passar do tempo, o foco de interesse muda para os pais, levando em consideração o complexo de Édipo. 
Assim, o complexo de Édipo é caracterizado pela busca de satisfação no progenitor do sexo oposto, embora também apareça um interesse para o progenitor do mesmo sexo, em relação à superar sua rivalidade. É comum que as crianças, nessa etapa, busquem contato corporal, carícias, se masturbem ou criem fantasias em relação ao que as pessoas mais velhas fazem. No entanto, chega um momento em que o complexo de Édipo entra em um estado de liquidação, onde pequenas diferenças são encontradas entre meninos e meninas (Rodriguez, 2020). 
Por um lado, no caso dos meninos, a hostilidade que mostram em relação ao pai, concebido como um rival, e o interesse sexual pela mãe fazem com que o menino espere ser castigado com a castração. Além disso, as fantasias de castigo não satisfeitas podem provocar sintomas neuróticos na personalidade do menino. E é nessa fase do complexo de Édipo em que o menino se identifica com o pai e quer adotar sua imagem, a agressividade rival desaparece e perde o interesse pelo falo (Rodriguez, 2020). 
Por outro lado, no caso das meninas, inicialmente, do mesmo modo que os meninos, mostram amor pela mãe (progenitor do mesmo sexo). Mas diferente dos meninos, chega um momento em que as meninas descobrem a falta do pênis, como resultado do clitóris menor em sua comparação e, portanto, imaginam que foram mutiladas. Assim, atribuem à mãe a culpada de sua mutilação e, diante de sua situação de ambivalência sexual, decidem escolher o pai (progenitor do sexo oposto) como objeto de amor, devido à inveja ou desejo de seu pênis (Rodriguez, 2020).
IV. Etapa de latência (5-12 anos) 
Essa etapa começa aos cinco anos e termina aos doze, a idade aproximada em que a puberdade começa. Nessa etapa, os impulsos sexuais permanecem adormecidos, ou seja, há uma supressão temporal do instinto sexual nas crianças durante esse período. Nesse sentido, essa etapa é caracterizada por não ter uma área específica onde o prazer está focalizado.
V. Etapa genital (puberdade e maturidade) 
Essa é a última etapa do desenvolvimento, segundo Freud, e é acompanhada por mudanças físicas, psíquicas e emocionais próprias da idade. A zona erógena na qual o prazer é focado é novamente os genitais, embora, neste caso, as pessoas já tenham a capacidade de expressar a sexualidade em função do consenso e do vínculo com as outras pessoas. Em outras palavras, poderíamos dizer que se trata da sexualidade adulta e madura. Essa etapa é caracterizada pelo surgimento, novamente, dos interesses sexuais e de satisfação, atividades sexuais começam e a organização e a maturidade sexual são produzidos (Rodriguez, 2020).
4.1.2.2 Fases do desenvolvimento da personalidade segundo Erikson 
De acordo com a teoria da personalidade de Erik Erikson, o desenvolvimento da personalidade é dividido em oito etapas diferentes, que vão desde o nascimento das pessoas até sua morte. Essas etapas consistem na busca e adaptação das pessoas no ambiente e, em cada uma dessas etapas existem conceitos opostos que entram em conflito. Além disso, o objetivo das pessoas é conseguir um equilíbrio entre ambos conceitos opostos e obter uma conquista ao finalizar cada etapa. As etapas de Erikson são: 
I. Confiança vs desconfiança (0-18 meses) 
O primeiro conflito que as pessoas encontram ao nascer é aquele entre a confiança e a desconfiança, e dura até, aproximadamente, os 18 meses. Nessa idade, as crianças recebem os cuidados de seus progenitores em relação às necessidades dos filhos, como a comida, a proteção, a atenção, entre outros, portanto, as crianças esperam formar um vínculo com seus pais de acordo com a satisfação de suas necessidades. Assim, nessa etapa, as crianças devem lutar contra o conflito entre a confiança e a desconfiança de gerar um vínculo de confiança com seus pais. Pois, a sensação de confiança, a vulnerabilidade, a frustração, a satisfação, a segurança, etc., determinarão a maneira de estabelecer relações e a qualidade dessas relações com outras pessoas ao longo de sua vida, ao mesmo tempo que a criança também deve aprender a confiar em si mesma (Rodriguez, 2020).
II. Autonomia vs vergonha (18 meses-3 anos) 
Nessa etapa, as crianças começam a desenvolver suas capacidades de movimento e excreção, fato que requer um aprendizado e um controle por parte dos progenitores. Nesse sentido, a autonomia se reflete nas crianças, pois o desenvolvimento dessas novas capacidades lhes causa um sentimento de liberdade, porque sentem que já não dependem de seus cuidadores para poder se movimentar e, com o passar do tempo, as crianças se tornam mais independentes, graças às suas capacidades desenvolvidas. 
No entanto, a vergonha se reflete nas crianças devido a sua maneira inexperiente dese mover ou de controlar seus esfíncteres e também se deve, de certa forma, à liberdade que os pais proporcionam à seus filhos, que envolve duvidar de suas capacidades, ou seja, do que os pais consideram que os filhos podem fazer ou não (Rodriguez, 2020). 
III. Iniciativa vs culpa (3-5 anos) 
Nessa etapa, as crianças desenvolverão suas capacidades de maneira mais autônoma do que anteriormente. Portanto, graças ao descobrimento de suas capacidades, as crianças percebem todas as possibilidades que estão ao seu alcance em comparação com a etapa anterior, fato que promove a iniciativa das crianças, pois testam suas capacidades e habilidades realizando novas atividades. No entanto, se os pais reagirem negativamente diante da iniciativa de seus filhos, como por exemplo repreendê-los, provavelmente gerará um sentimento de culpa nas crianças. Em relação à conquista a ser obtida ao finalizar essa etapa, devemos levar em consideração que é necessário um equilíbrio que permita que as crianças sejam capazes de reconhecer a responsabilidade de seus atos e que, ao mesmo tempo, possam se sentirem livres sob essa responsabilidade (Rodriguez, 2020).
IV. Generatividade vs estagnação (40-60 anos) 
Durante esse período, as pessoas geralmente se veem em conflito com o fato de se sentir produtivo em seu dia a dia e se sentir estagnada e inútil. As pessoas desejam se sentirem produtivas e que seus esforços tenham sentido, geralmente em relação a terem a responsabilidade e o cuidado de algo ou alguém.
Na última etapa do desenvolvimento da personalidade, as pessoas, segundo Erikson, chegam ao ponto em que sua produtividade começa a diminuir ou deixa de existir, portanto, devem olhar para trás e prestar atenção às realizações das etapas anteriores. As pessoas procuram não se estagnar socialmente e transmitir seus conhecimentos às próximas gerações, de modo que é nesse momento que as pessoas estão carregadas de sabedoria. Tudo isso leva as pessoas a cuidar da sua saúde física e mental. Assim, as pessoas que estão nessa etapa buscam avaliar o sentido de sua existência e aceitá-la como foi vivida, sempre levando em consideração o equilíbrio entre a integridade das pessoas e seu desespero (Rodriguez, 2020).
4.2. Temperamento 
Segundo Berg et al (2020) “o temperamento refere-se à vivacidade duma pessoa, a intensidade com que os estímulos são respondidos, o nível geral de energia e actividade duma pessoa”. 
Segundo Dalgalarrondo (2020) “temperamento designa em psicologia um aspecto especial da personalidade: as particularidades do indivíduo ligadas à forma do comportamento, principalmente ligadas aos "três as da personalidade": afetividade, atividade (excitação) e atenção. 
“Temperamento é a combinação de características inatas que herdamos dos nossos pais que, de forma inconsciente, afectam o nosso comportamento” (Pereira, 2021).
4.2.1 Tipos de temperamento 
Conforme Berg et al (2020) Hipócrates, filósofo grego, foi o primeiro a formular uma teoria do temperamento, baseando na teoria dos quatro fluidos corporais (humores): sanguíneo (sangue), fleumático (linfa ou fleuma), colérico (bílis) e melancólico (astrabílis ou bílis negra). Cada um deles possui uma determinada característica.
Sanguíneo 
· Pessoa marcante, que não passa despercebida. O seu espírito é jovial, apaixonado, alegre e sociável; 
· É ágil e rápido, tem muita vitalidade, está sempre animado, gosta do contacto com a natureza, tem amigos em toda a parte. O seu ritmo é rápido, entusiasta, os movimentos são amplos, dinâmicos e expansivos; 
· É um actor nato, exuberante; 
· Tem um espírito positivo, prático; 
· É alegre; 
· É apreciado, pelo seu carácter optimista e caloroso. Sempre demonstra amabilidade, mesmo quando não sente nada, podendo até cometer pequenas mentiras, aumentando ou diminuindo as situações, para aparecer ou conseguir o que deseja; 
· Expansivo, optimista, mas irritável e impulsivo.
Colérico 
· É uma pessoa calorosa, rápida, impulsiva. Zanga-se facilmente; 
· Esta pessoa é prática, tem muita força de vontade e é auto-suficiente, e muito independente; 
· Tende a ser determinada e com opiniões fortes, tanto para si como para os outros, e tende a tentar impô-las; 
· Ambicioso e dominador, tem propensão a reacções abruptas e explosivas.
Fleumático
· É uma pessoa calma, tranquila, e raramente fica zangada; 
· As pessoas deste temperamento são bem equilibradas; 
· O fleumático é frio e é preciso, na tomada de decisão; 
· Ele prefere viver numa vida feliz, sem perturbações; 
· Pode se dizer que é o melhor temperamento; 
· sonhador, pacífico e dócil, preso aos hábitos e distante das paixões.
Melancólico: 
· É uma pessoa com alto nível de sensibilidade; 
· É o mais rico e o mais complexo de todos os temperamentos; 
· O temperamento melancólico geralmente faz com que a pessoa seja dedicada, talentosa e perfeccionista; 
· Esta pessoa é de natureza muito sensível, emocional, e é propensa à depressão; 
· É a pessoa que mais aprecia as artes; 
· É propensa à introspecção; 
· Nervoso e excitável, tendendo ao pessimismo, ao rancor e à solidão
4.3. As principais capacidades humanas 
Segundo Berg et al (2020) o ser humano não nasce perfeito, e deve desenvolver a sua personalidade, durante toda a sua vida. Sublinhamos, aqui, cinco capacidades humanas, que consideramos importante desenvolver.
 a) Domínio sobre a afectividade 
· Permite aproveitar a riqueza da afectividade, sem se lhe estar submisso. 
· Actua orientado por propósitos bem pensados, claros e assumidos conscientemente: não hesita em pedir ajuda e orientação, mas, ao mesmo tempo, determina-se de maneira autónoma. 
· Persevera, durante muito tempo, enquanto for necessária a acção, para atingir a finalidade proposta. 
· Supera a sua afectividade espontânea; sabe analisar os factos e as pessoas, de maneira mais profunda; nos conflitos com outras pessoas, sabe aguentar e superar situações. 
· Hierarquiza valores, colocando em primeiro lugar os que o projectam para fora de si, em direcção ao "outro" e, em último lugar, os que se referem directamente a ele próprio. 
b) Prevalência do amor 
Um amor, que se dá aos outros, num processo dinâmico e habitual de integração interpessoal. Na vida do ser humano, existem diversas etapas, que o vão preparando para atingir a possibilidade de viver o amor maduro. Todas elas deverão ser vividas em plenitude. Para chegar ao amor maduro e enriquecedor, devemos percorrer um longo caminho: O caminho do amor: 
· Na infância: amor receptivo 
· Na adolescência: treino para o amor
· Na juventude: experiência do amor 
· Na idade adulta: maturidade, a vida do amor 
c) Capacidade de auto-reflexão, de auto-análise, de autocrítica e de crítica dos outros 
É o dinamismo do aperfeiçoamento e crescimento pessoal. A finalidade da crítica é a análise atenta e objectiva do modo de agir das pessoas e do acontecer, na sociedade. Isto supõe um processo de identificação de causas, de avaliação de situações e comportamentos e da procura de novas soluções: tudo se dirige à formulação de uma verdade. O primeiro sinal, início do processo de amadurecimento pessoal, é o começo da auto-reflexão, da auto-análise e da autocrítica. Esta atitude é gerada pela consciência da nossa possibilidade de errar, e da sincera aceitação da crítica, que os outros fazem de nós.\
d) Sentido de responsabilidade 
O "sentido de responsabilidade" é fruto da vivência. Trata-se de um processo gradual e progressivo da educação auto consciente. Consequentemente, o adulto responsável: 
· É eficaz no seu agir, consegue normalmente alcançar as finalidades; 
· É despachado, evitando a moleza e a acomodação; 
· É constante, perseverante, não desanima ante os obstáculos, previstos ou imprevistos; 
· Responsabiliza-se também pelos que vão colaborar com ele na tarefa decidida. O ser humano que foge das responsabilidades, que não se arrisca conscientemente, quando é preciso, que não assume, não se compromete, tem os traços da maturidade de uma criança. 
e) Capacidade de Adaptação 
· O adulto maduro tem a capacidade de adaptar-se, criticamente,às diversas circunstâncias da vida. A adaptação da pessoa madura e psicologicamente adulta constitui-se, num hábito espontâneo de flexibilidade e sensibilização, face às exigências e expectativas das pessoas e situações, com que convive. 
· A adaptação prévia e fundamental é a aceitação cordial e funcional da própria realidade individual. Não podemos adaptar-nos ao meio ambiente, sem termos aprendido a conviver, consciente e serenamente, com nós mesmos. 
· Uma adaptação madura exigirá que eu saiba administrar os conflitos, e não apenas evitá-los ou eliminá-los.
4.4. Os pilares de auto- estima e auto-confiante 
Autoestima é a opinião que temos sobre nós mesmos. Ela pode ser alta, o que significa que nos apreciamos, ou baixa, quando não nos prezamos. Em psicologia, autoestima inclui uma avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau (Sallet, 2021).
“Auto-estima é uma apreciação mais geral do valor de si-próprio; enquanto a auto-eficácia fala da confiança relativa a tarefas específicas” (Berg et al, 2020).
Segundo Salet (2021) os pilares da auto-estima são:
a. Autoaceitação 
Autoaceitação é aceitar as suas imperfeições e os seus defeitos, mas também valorizar suas qualidades e pontos fortes e positivos. Ou seja, é olhar para si e pensar: sou assim e dessa forma, e tudo bem. Isso não significa que devemos nos contentar com o que pode ser mudado e melhorado. 
Na verdade, significa apreciar também o seu processo de melhora e a sua caminhada, até finalmente chegar ao seu destino. É, de maneira resumida, estar satisfeito consigo, respeitando quem você é e não perdendo tempo demais pensando: “Queria ser diferente ou de determinado jeito” (Salet, 2021). 
b. Autoconfiança 
Autoconfiança é a capacidade de acreditar em si mesmo, de crer que é capaz de conseguir um bom desempenho, por acreditar em suas capacidades. E isso pode ser aplicado em várias situações: acreditar que pode conseguir aquela vaga de emprego, que pode construir um relacionamento saudável, que é possível mudar e melhorar.
Ser autoconfiante não significa ser arrogante, isto é, acreditar que é incrível e invulnerável, capaz de conseguir tudo aquilo que quiser. É, na verdade, analisar seus pontos fortes e fracos e, mesmo assim, chegar à conclusão de que é possível (Salet, 2021). 
Autorresponsabilidade 
Feliz ou infelizmente, nem todos os aspectos da nossa vida estão nas nossas mãos. Muitas vezes, não é nossa culpa uma demissão, o término de um relacionamento, o fim de uma amizade, uma doença, o afastamento de uma pessoa querida…, Mas o que fazemos com o que fazem conosco é nossa responsabilidade (Salet, 2021).
Competência social 
É a experiência de ser capaz de fazer contatos. Isso inclui saber lidar com outras pessoas, sentir-se capaz de lidar com situações difíceis, ter reações flexíveis, conseguir sentir a ressonância social dos próprios atos, saber regular a distância-proximidade com outras pessoas (Salet, 2021).
Melhorar para si 
Por fim, quase toda reflexão e autoanálise termina com conclusões a respeito do que é preciso melhorar e de como é possível evoluir. Mas uma coisa deve ficar clara para você, para que a sua autoestima não seja bagunçada pelas expectativas, demandas e pressões externas (Salet, 2021).
4.5.A influência da cultura a personalidade 
Entre os aspectos importantes que destacam a personalidade, a cultura é um dos itens fundamentais, por trazer robusteza ao indivíduo. Aqui, são apresentados, de forma suscita, parte das variáveis que compõe a cultura, na formação da personalidade. O Conceito de Cultura Apesar das muitas definições, existe um consenso sobre o facto de que a cultura se refere àquela parte do ambiente produzida pelos homens e por eles aprendida e utilizada (Berg et al, 2020). 
Segundo Taylor (1874) citado por Berg et al, (2020), cultura é o conjunto de conhecimentos, crenças, artes, normas morais e costumes e muitos outros hábitos e capacidades adquiridos pelos homens, em suas relações, como membros da sociedade.
Para Hall (1994) citado por Berg et al, (2020) a cultura surge, na base das condições históricas e das relações, como sistema de valores e meios de distintos grupos sociais e classes. Segundo ele, a cultura é a habilidade exclusivamente humana de se adaptar às circunstâncias e de passar esta habilidade e estes conhecimentos para as gerações subsequentes. Implica que a cultura é dinâmica. A cultura muda constantemente ou melhor pode ser constantemente mudada por nós.
As componentes principais da cultura são: O sistema de crenças, normas espirituais e morais ou mitos, cuja interpretação guia as pessoas, para se comportarem de maneira aceitável, numa determinada sociedade (Berg et al, 2020).
Segundo Wiliam (2014) a cultura por ser um agente forte de identificação pessoal e social, a cultura de um povo se caracteriza como um modelo comportamental, integrando segmentos sociais e gerações à medida que o indivíduo se realiza como pessoa e expande suas potencialidades. Entretanto, é necessário lembrar que essa percepção individual tem grande influência por parte do grupo. As escolhas selecionadas ou valorizadas pelo grupo tendem a ser selecionadas na percepção pessoal.
Para Mello Filho (1988), a cultura é o resultado das atitudes, idéias e condutas compartilhadas e transmitida pelas pessoas de uma sociedade, juntamente com as respectivas transformações, isto é, invenções, métodos de investigações do ambiente e objetos manufaturados. Por isto é importante a filosofia de vida e visão do mundo que presidem a cultura, na construção do dinamismo dia a dia.
4.6 Os papeis de gênero 
Papéis de gênero refere-se a um tipo de papel social que determina a maneira pela qual homens e mulheres na sociedade devem agir. Os papéis de gênero são baseados em normas e padrões acordados pela sociedade sobre o que é masculinidade e o que é feminilidade.
Papéis de gênero referem-se a um conjunto de padrões e expectativas de comportamentos que são aprendidos em sociedade correspondentes aos diferentes gêneros e que conformam as identidades dos indivíduos pertencentes a esses grupos. São a manifestação social ou a representação social do que é ser macho ou fêmea, em diferentes culturas ou mesmo dentro de uma mesma cultura, segundo Miriam Grossi.
O processo de produção desses comportamentos não se dá de forma individual, mas depende das posições que esses indivíduos ocupam em uma determinada coletividade e em situações sociais concretas. A maioria dos pesquisadores reconhece que o comportamento dos indivíduos é uma consequência das regras e valores sociais, e da disposição individual, seja genética, inconsciente ou consciente. Alguns pesquisadores enfatizam o sistema social e outros enfatizam orientações subjetivas e disposições.
5.0 Conclusão 
A personalidade é o conjunto das características marcantes de uma pessoa, é a força activa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa baseada em seu padrão de individualidade pessoal e social, referente ao pensar, sentir e agir. Personalidade é um termo abstracto utilizado para descrever e dar uma explicação teórica do conjunto de peculiaridades de um indivíduo que o caracterizam e diferenciam dos outros. 
A personalidade também é influenciada pela inteligência e criatividade onde, através dela, consegue-se encontrar soluções diferentes para as coisas, havendo a abertura diante de novas experiências, apresentando uma competência social, onde demonstra capacidade de defender ou impor os seus interesses e a capacidade de construir relacionamentos.
Personalidade é a obra a que se chega pela máxima coragem de viver, pela afirmação absoluta do ser individual, e pela adaptação, a melhor possível, a tudo que existe de universal, tudo isto aliado à máxima liberdade de decisão própria. Trata-se da maior de todas as tarefas de um desenvolvimento espiritual.
6.0 Referências Bibliográficas 
1. Asendorpf, Jens B. (2004). Psychologie der Persönlichkeit. Berlin: Springer.
2. Berg, Y. V. D et al. (2020). Habilidades da Vida.Manual de estudante. UCM: Projecto SSR, Genero e HIV/SIDA. Beira.
3. Carver, Charles S. & Scheier, Michael F. (2000).  Perspectives on personality. Boston: Allyn and Bacon.
4. Dalgalarrondo, Paulo (2000). Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes médicas.
5. Pereira, C. (2021). O que é o Temperamento.
6. Grossi, Miriam Pillar. «Identidade de gênero e sexualidade» (http://bibliobase.sermais.pt: 8008/BiblioNET/upload/PDF3/01935_identidade_genero_revisado.pdf) (PDF). Consultado em 31 de outubro de 2022
7. Sallet. (2021). Pilares da Autoestima.
8. Rodríguez, N. B. (2020). Etapas do desevolviemnto da personalidade. 
9. William, F. (2014). A Influência da Cultura na Formação do Cidadão. São Paulo.
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