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Internal Direito Constitucional III – Roteiro de Estudos 1. Conceito de Constituição e Supremacia Constitucional: A Constituição é a norma suprema que rege a organização de um Estado Nacional, entretanto, não há na doutrina um consenso sobre o conceito de Constituição. 2. O que é a Constituição: É uma forma de impor a um Estado certa regulamentação, de criar uma lei que o estruture, que o organize, dando-lhe estabilidade e permanência. Podendo ser analítica ou principiológica. 3. Quanto à estrutura da Constituição: a) Preâmbulo: indica que o Brasil é um Estado Democrático preocupado em assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, estabelecendo todos os princípios que deverão ser seguidos pelo nosso país. b) Títulos I e II: indicam os princípios, direitos e garantias fundamentais, registrando os pontos que o país considera de grande relevância para sua vida jurídica, social e política. c) Título III: trata da organização do Estado, apresentando suas divisões políticas e administrativas e como deve ser a administração dos seus órgãos. d) Título IV: apresenta a estrutura e principais aspectos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. e) Título V: estabelece os métodos para defesa do Estado e de suas instituições democráticas. f) Títulos VI, VII e VIII: tratam das formas de arrecadação e dos princípios e regras que devem nortear a ordem econômica e financeira e social, incluindo seguridade social, educação, cultura, desporto, ciência e tecnologia, comunicação social, meio ambiente, família, criança, adolescente, idoso e índios. g) Título IX: Regras gerais da Constituição. 4. O Estado Democrático de Direito Art. 1º CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 5. Os Direitos Fundamentais “O conjunto institucionalizado de direitos e garantias do ser humano, que tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da personalidade humana”. 6. Os Direitos Fundamentais e as Dimensões 1ª Dimensão: surgiram nos séculos XVII e XVIII e foram os primeiros reconhecidos pelos textos constitucionais. Compreendem direitos civis e políticos inerentes ao ser humano e oponíveis ao Estado. Ex: Art 5º II, CF. 2ª Dimensão: São os chamados direitos econômicos, sociais e culturais que devem ser prestados pelo Estado através de políticas de justiça distributiva. Ex: Art. 6º CF. 3ª Dimensão: Direitos de fraternidade /solidariedade, que são considerados direitos coletivos por excelência pois estão voltados à humanidade como um todo. 4ª Dimensão: Direitos fundamentais de forma a torná- los universais no campo institucional. Enquadram-se aqui o direito à informação, ao pluralismo e à democracia direta. Importante: não se destinam especificamente à proteção dos interesses de um indivíduo, de um grupo ou de um determinado Estado. 6.1 Características dos Direitos Fundamentais 7.1 A Constituição, os Direitos Humanos e suas Convenções internacionais Art. 5, 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. §3º da Constituição Federal, que, em razão da observância ao procedimento de 2 votações, de 3/5 de seus membros, em cada Casa do Congresso Nacional, o tratado internacional é internalizado na ordem jurídica como se emenda constitucional fosse. Importante: Os direitos fundamentais são os direitos do homem jurídico-institucionalizadamente garantidos, e as garantias fundamentais seriam os enunciados de conteúdo assecuratório, cujo propósito consiste em fornecer mecanismos ou instrumentos, para a proteção, reparação ou reingresso em eventual direito fundamental violado. Internal Remédios Constitucionais 1. As ações constitucionais dispostas no Art. 5° CF, também são conhecidas como remédios constitucionais, porque servem para curar ‘’doenças’’ do descumprimento de direitos fundamentais, ou seja, são instrumentos colocados à disposição dos indivíduos para garantir o cumprimento dos direitos fundamentais. a) Habeas corpus: é a ação constitucional que tutela o direito fundamental à liberdade ambulatorial, ou seja, o direito de ir, vir e estar em determinado local. Esse remédio é válido somente para pessoa física. Este pode ser: preventivo, sempre que alguém se sentir ameaçado, ou, repressivo: quando o indivíduo sobre a violência. b) Mandado de Segurança: pode ser impetrado por pessoa física ou jurídica, que busque tutela de direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data. É a ordem para remover os óbices ou sustar seus efeitos a fim de fluir a paz, com o tranquilo gozo de direitos subjetivos. • Importante: não cabe mandado de segurança contra ato de particular. c) Legitimidade ativa: é a ação popular constitucional no sentido de que qualquer pessoa física ou jurídica pode impetrá-lo, em favor próprio ou de terceiros , tenha ou não capacidade postulatória. d) Habeas Data: a finalidade está intimamente ligada com a privacidade ou intimidade das pessoas, já que visa obter e retificar dados e informações constantes de arquivo públicos. e) Requerimento administrativo prévio: é o direito de ação relativo ao Habeas Data, que nasce da negativa no fornecimento das informações. 1.1 Requisitos para impetrar remédios constitucionais a) Existência de direito líquido e certo; b) Ato eivado de ilegalidade ou abuso de poder; c) Ato praticado por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. d) Caráter subsidiário: proteção ao direito líquido e certo não amparado por habeas corpus ou Habeas Data. 1.2 Quanto ao Prazo Requisito legal que o mandado seja impetrado dentro de cento e vinte dias a partir da ciência do ato impugnado pelo interessado (§2º do art. 22 da Lei 12.016/09) sob pena de decadência. 1.3 Medida Liminar Art. 7º da Lei 12.016/09, os pressupostos legais da medida liminar são a relevância dos motivos em que se assenta o pedido na inicial e a possibilidade da ocorrência de lesão irreparável ao Internal direito do impetrante, se vier a ser reconhecida da decisão de mérito. • Caso seja deferida, será facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 2. Mandado de Segurança Coletivo O legislador constituinte quis facilitar o acesso a juízo, permitindo que pessoas jurídicas defendam o interesse de seus membros ou associados, ou ainda da sociedade como um todo, no caso dos partidos políticos. Quanto à legitimidade: Partido político com representação no Congresso Nacional. Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 3. Mandado de Injunção “Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.” Quanto à legitimidade ativa: Compete ao titular do direito ou da prerrogativa constitucional. Pode ser nacional ou estrangeiro, pessoa física ou jurídica e até mesmo entidades associativas Legitimidade passiva: Deve figurar o órgão ao qual compete emitir a norma regulamentadora, ainda que inexistente. 4. Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional Art. 5º, inciso XXXV, da CF: "Alei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito". 5. Ação Popular É o combate ao ato lesivo do patrimônio público, econômico, do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural. 6. Controle de Constitucionalidade O controle de constitucionalidade caracteriza-se, em princípio, como um mecanismo de correção presente em determinado ordenamento jurídico, consistindo em um sistema de verificação da conformidade de um ato (lei, decreto etc.) em relação à Constituição. Ele visa garantir a supremacia e a defesa das normas constitucionais. a) Controle de constitucionalidade preventivo Sendo aquele exercido enquanto a norma atacada ainda não está pronta, a exemplo dos projetos de lei. Portanto, o controle preventivo poderá ser realizado pelos três poderes: 1. Legislativo: pelos parlamentares e pela CCJ; 2. Executivo: pelo veto; 3. Judiciário: mandado de segurança impetrado por um parlamentar. b) Controle de constitucionalidade repressivo É aquele exercido quando a lei ou ato normativo já estão constituídos, sendo realizada pelo sistema de controle difuso ou concentrado. Além disso, o controle repressivo também poderá ser realizado pelos três poderes.
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