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Gestão da Sustentabilidade do Negocio II

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Gestão de Sustentabilidade do Negócio 
Unidade 2 
Marcos Gross Scharf 
 
Sumário 
 
1.  GOVERNANÇA CORPORATIVA ....................................................................... 2 
1.1. Os fundamentos ................................................................................................. 2 
1.2. Governança na prática ...................................................................................... 5 
2.  RESPONSABILIDADE AMBIENTAL ................................................................. 7 
2.1. Fundamentos ...................................................................................................... 7 
2.2. Problemas globais ............................................................................................. 8 
2.3. A Gestão ambiental sustentável .................................................................... 12 
3.  SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA ............................................................... 15 
3.1. Fundamento do mercado de ações e seus riscos ...................................... 15 
 
 
 
 
1. GOVERNANÇA CORPORATIVA 
 
1.1. Os fundamentos 
 
O surgimento do conceito de Governança Corporativa é associado ao 
crescimento do mercado de capitais, globalização, privatização, 
desregulamentação da economia e o ingresso de empresas que ofertam seus 
papéis na Bolsa de Valores. Com a série de fusões e aquisições das grandes 
corporações e as últimas crises financeiras globais1, diversas fragilidades das 
organizações e de seus sistemas de governança vieram à tona, salientando a 
necessidade da implementação de boas práticas de Governança empresarial 
em um cenário de intensa competitividade. 
À medida que o controle acionário foi se disseminando para mais grupos 
ou indivíduos da sociedade, surgiu a exigência do acompanhamento das 
organizações e seus programas de eficiência econômica e financeira, por conta 
do controle compartilhado de ações. Os investidores oriundos das seguradoras, 
fundos de pensão e investimentos adotam uma postura ativa, cobrando em 
assembleias, direitos a voto e fiscalização das ações investidas. O aumento de 
investimentos de estrangeiros no mercado de capitais também foi fator de 
pressão para que as empresas se adaptassem às exigências e normas 
internacionais. 
Podemos compreender Governança Corporativa como a integração de 
processos, políticas, legislações, regulamentos e instituições que 
regulamentam a forma como uma organização2 é gerenciada. A expressão 
relaciona-se a interesses e objetivos definidos pelos shareholders (acionistas, 
proprietários) e stakeholders (sociedade, comunidade, fornecedores, 
colaboradores, clientes, concorrentes, governo e instituições financeiras). 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC, 
2010), durante a década de 1990, nasce um movimento nos Estados Unidos 
liderado por acionistas que reivindicam novas regras para os abusos e 
excessos cometidos pelas diretorias executivas das empresas norte-
americanas, devido à incompetência dos conselhos de administração e suas 
omissões quando submetidos a auditorias realizadas no âmbito externo das 
organizações. 
Por definição, a criação da Governança Corporativa advém da 
necessidade de gerenciar os “conflitos de agência”, frutos da dissociação e 
 
1 A partir da década de 1990, a Humanidade vivenciou uma série de crises econômicas globais, 
fruto da velocidade de circulação de capitais entre as nações e as fortes especulações sobre 
as economias dos países com dificuldades financeiras. Podemos incluir no rol dessas crises os 
ataques especulativos às moedas no “European Exchange Rate Mechanism” (1992), a crise 
econômica do México (1994), a crise financeira asiática com forte desvalorização de moedas 
(1997), a crise financeira russa (1998), a quebra do sistema bancário argentino (2001) e a crise 
financeira global de 2008. 
2 Podemos incluir no grupo das “organizações” como instituições públicas, privadas, 
cooperativas ou entidades do terceiro setor (organizações não-governamentais). 
 
conflitos entre a propriedade dos acionistas e a gestão empresarial 
propriamente dita. Neste contexto, o acionista (proprietário da organização) 
delega a um profissional especialista, o executivo, a tarefa de planejar, decidir 
e executar ações empresariais da propriedade. Os interesses do gestor nem 
sempre coincidem com os objetivos defendidos pelos proprietários, resultando 
em uma tensão denominada “conflito de agência” ou conflito “agente-principal”. 
Neste contexto, o foco da Governança Corporativa é criar um conjunto de 
mecanismos e ferramentas de monitoramento objetivando garantir que a ação 
dos executivos esteja afinada com o interesse dos acionistas. 
Para o “Código das melhores práticas corporativas” (IBGC, 2009), os 
princípios que norteiam a Governança Corporativa são: 
 
A) Transparência 
As organizações têm a obrigação de disponibilizar informações para os 
stakeholders (partes interessadas) sobre as práticas gerenciais das 
empresas e o seu desempenho econômico-financeiro. 
B) Equidade 
Deve ser dado tratamento justo a todos os sócios e stakeholders por 
meio de atitudes éticas e não-discriminatórias. 
C) Prestação de Contas (accountability) 
Os agentes de Governança devem prestar contas da sua atuação, 
assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões. 
D) Responsabilidade Corporativa 
Os gestores da Governança devem zelar pela sustentabilidade das 
organizações, visando a sua longevidade dentro dos parâmetros 
econômicos, financeiros, sociais e ambientais. 
 
 
Com a abertura do mercado de ações, as companhias precisam gerenciar seus recursos com 
transparência (Smart Stock Market, 2010). 
 
Segundo Lameira (2001, p. 29), Governança Corporativa pode ser 
definida como um conjunto de ações econômicas e legais que objetivam 
melhorar a proteção dos acionistas e investidores em uma sociedade. 
Podemos conceituar como políticas da “boa Governança” um sistema que 
possibilita que os proprietários (acionistas ou cotistas) acompanhem de perto a 
 
gestão estratégica da empresa através do monitoramento dos executivos e 
suas decisões. As ferramentas centrais desse processo são os conselhos de 
administração e fiscal, com a auditoria independente e prestação de contas, 
conhecida como accountability. 
Para o autor (2001, p. 30), 
os administradores não têm espírito de empreender esforços para 
maximizar o retorno do acionista, mas sim em tornar a empresa forte 
e segura, que nem sempre é a melhor solução para os investimentos 
dos acionistas (LAMEIRA, 2001). 
O pesquisador reforça a ideia de que os administradores muitas vezes 
tomam decisões que podem ferir os direitos essenciais dos acionistas. 
Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que o foco, então, da 
Governança Corporativa é a transparência das informações organizacionais, a 
prestação de contas regulares sobre o estágio da empresa e a 
responsabilidade corporativa. Para que esse objetivo seja alcançado, o 
conselho de administração define estratégias para a empresa, elegendo e 
destituindo executivos, fiscalizando a performance da gestão e escolhendo a 
auditoria independente que analisará o desempenho organizacional. 
Segundo o IBGC (2010), quando as organizações não instituem 
efetivamente um conselho administrativo e políticas funcionais de Governança 
Corporativa, é recorrente as empresas apresentarem as seguintes disfunções 
administrativas: 
− Abusos de poder (do acionista controlador sobre minoritários, da 
diretoria sobre o acionista e dos administradores sobre terceiros); 
− Equívocos estratégicos (quando há muito poder concentrado no 
principal executivo); 
− Ações fraudulentas (usar informação privilegiada em benefício 
próprio, atuação em conflito de interesses).Por outro lado, Lameira (2001, p. 33) entende que os marcos 
regulatórios e a proteção dos investidores (grandes e pequenos) podem 
acarretar grandes benefícios à sociedade e as organizações como: 
− Crescimento do volume de recursos aportados nas empresas em 
forma de ações ou créditos: países com mais recursos têm mais 
pujança financeira por meio de grande número de emissão de 
títulos; 
− Um sistema financeiro mais forte com crescimento da poupança 
interna, com mais opções de investimento, crescimento econômico 
gerado pelo capital, aumento da produção e melhoria da qualidade 
de vida dos cidadãos. 
Para adquirir a credibilidade dos investidores e agentes financeiros, 
organizações e nações perceberam a necessidade de adotar regras baseadas 
em sistemas regulatórios e leis de proteção aos acionistas. O papel do 
conselho de administração é zelar pelos interesses e valores dos shareholders, 
que envolvem processos de votação em assembleias, decisões e 
compartilhamento de informações. 
 
 
1.2. Governança na prática 
 
O IBGC definiu um conjunto de normas que norteiam o programa de 
Governança Corporativa no Brasil. Os capítulos do código abordam práticas, 
sugestões, padrões de conduta e comportamentos que podem ser aplicados 
como referência no sistema de Governança das organizações. As propostas 
versam também sobre políticas e práticas para neutralizar conflitos de 
interesses e o mau uso de ativos e informações relacionadas à organização. O 
Código é dividido em seis capítulos, assim definido pelo IBGC: 
 
1) PROPRIEDADE 
O direito de voto deve ser assegurado a todos os sócios: cada ação ou 
quota deve assegurar o direito a um voto. Este fundamento vale para todos os 
tipos de organização. A vinculação proporcional entre direito de voto e 
participação no capital favorece o alinhamento de interesses entre todos os 
sócios da empresa. As organizações devem comunicar, com transparência, 
como se dará o poder político dos seus controladores. Nos acordos entre os 
sócios devem ser tratadas a compra e venda das participações e as decisões e 
informações gerais devem ser divulgadas no site da organização e na 
Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Os acionistas reúnem-se em 
assembleia para reformular o Estatuto/Contrato Social, eleger ou destituir 
conselheiros da administração e deliberar sobre as demonstrações financeiras. 
 
Os conselhos de administração tomam decisões estratégicas (Beef Board Meeting, 2010). 
 
2) CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 
O Conselho de Administração encarrega-se do processo decisório 
relativo ao direcionamento estratégico, que é o elemento central da 
Governança. O Conselho zela pelo objeto social e o sistema de Governança, 
decidindo os rumos do negócio, segundo o interesse da organização. Os 
conselheiros são eleitos pelos sócios a fim de tomarem decisões e 
representam o elo com o restante da organização, além de serem responsáveis 
por supervisionar o relacionamento com os stakeholders. 
 
3) GESTÃO 
 
O diretor-presidente é o profissional responsável pela administração e 
direção da organização. Estabelece uma ponte entre a Diretoria e o Conselho 
de Administração. Ele executa o planejamento elaborado pelo Conselho e deve 
garantir que sejam prestadas informações relevantes através de uma 
comunicação acessível e transparente aos acionistas e stakeholders. Para 
tanto, devem ser emitidos relatórios periódicos sobre a atual situação da 
empresa. 
 
4) AUDITORIA INDEPENDENTE 
As demonstrações financeiras devem ser auditadas por auditor externo 
independente, cujo papel é verificar se os balanços efetivamente revelam a 
realidade da organização. O trabalho da auditoria resulta em relatório de 
recomendações sobre como devem ser otimizados os controles internos. O 
relacionamento entre os auditores e o diretor-presidente, os diretores e a 
organização, devem ser pautados pela independência e profissionalismo. 
 
5) CONSELHO FISCAL 
O Conselho Fiscal é parte integrante do sistema de governança das 
organizações brasileiras. Seus principais encargos são: 
− Fiscalizar qualquer membro e os atos dos administradores, 
verificando o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; 
− Dar opiniões sobre o relatório anual da Administração, dando seu 
parecer para as deliberações da Assembleia Geral; 
− Denunciar aos órgãos de Administração as providências que 
deverão ser tomadas para a defesa dos interesses da companhia; 
− Analisar o balancete e demonstrações financeiras da companhia. 
 
6) CONDUTA E CONFLITO DE INTERESSES 
O documento deve ser elaborado pela Diretoria segundo os princípios e 
políticas definidos pelo Conselho de Administração. O Código de Conduta deve 
também definir responsabilidades sociais e ambientais. Pode haver conflito de 
interesses quando um indivíduo não é independente no que diz respeito ao que 
está sendo discutido e pode influenciar nas decisões motivadas por interesses 
alheios à organização. Os papéis e responsabilidades de cada participante 
devem ser definidos claramente pelos associados. 
 
− Os assuntos abordados pelo código são: 
− Cumprimento das leis e pagamento de impostos; 
− Uso de ativos da organização; 
− Conflito de interesses; 
− Informações privilegiadas; 
− Política de negociação das ações da empresa; 
− Processos judiciais e arbitragem; 
 
− Whistle-blower3; 
− Prevenção e tratamento de fraudes; 
− Pagamentos ou recebimentos questionáveis; 
− Recebimento de presentes e favorecimentos; 
− Doações; 
− Atividades políticas; 
− Direito à privacidade; 
− Nepotismo; 
− Meio ambiente; 
− Discriminação no ambiente de trabalho; 
− Assédio moral ou sexual; 
− Segurança no trabalho; 
− Exploração do trabalho adulto ou infantil; 
− Relações com a comunidade; 
− Uso de álcool e drogas. 
 
 
2. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
 
2.1. Fundamentos 
 
Para Penna (1999, p. 24), a intervenção humana consome altos 
recursos de energia prejudicando os ecossistemas, o que podem ser 
exemplificado pela emissão de gases na atmosfera. Consequentemente, pode 
afetar a manutenção do clima terrestre; o ciclo biológico que fornece a água 
doce (potável); a manutenção dos solos férteis; a reciclagem de nutrientes 
básicos para a prática da agricultura; o controle das pestes agrícolas; a 
proliferação de alimentos do mar e a preservação do arquivo genético. 
Além disso, a Terra possui recursos e espaços limitados que não podem 
atender ao planejamento produtivo de larga escala que a economia capitalista 
vem desenvolvendo desde a introdução da Revolução Industrial na Inglaterra. 
Raven (apud Penna, 1999, p. 25) insiste que, após a Segunda Guerra, houve 
uma explosão de crescimento da humanidade que produziu estatísticas 
desfavoráveis à preservação dos recursos naturais. Observe abaixo os dados 
apontados por Raven: 
− Com a explosão populacional global, 1/5 da camada fértil do solo 
planetário foi desperdiçado. 
− Desertos e salinização tomaram conta de 1/8 das terras cultivadas. 
− Os gases do efeito estufa cresceram em mais de 1/3 na atmosfera. 
− 1/3 das florestas foram derrubadas, desperdiçando e desviando a 
rota dos animais. 
 
3 Indivíduo que comunica aos órgãos competentes sobre quais atividades ilegais, imorais ou 
antiéticas por parte de pessoas relacionadas à organização e que possam prejudicá-la. 
 
− Em 1980, enquanto a população mundial crescia 120%, a produção 
industrial global avançou 400%. 
− Em vinte anos, o consumo de petróleo elevou-se de 17 para 24 
bilhões de barris por ano. 
 
A demanda da população mundial pelos mais variados produtos e 
serviços desencadeou a competição industrial, inaugurando a “era do 
descartável”: a maior causadora do consumo de matérias-primas e maior 
geradora de lixo. Falamos aqui de um consumo extremado de latas,cervejas, 
refrigerantes, vidros, copos de plástico, aparelhos de barbear, folhas para 
computador, canetas etc. Para Penna (1999, p. 38) a “ideologia do conforto” é 
fruto de uma competição irracional entre os habitantes do planeta que domina 
suas personalidades e busca – obsessivamente – ascender na escala 
hierárquica social a fim de reconhecimento, fama ou aceitação no grupo de 
convivência. Como exemplo, podemos tirar o automóvel, cuja produção não 
parou de crescer nas últimas décadas para atender desejos específicos da 
população e sacrificando o meio ambiente, através da emissão de gases 
poluentes. 
Para o autor, a divisão entre países “desenvolvidos” e os “em 
desenvolvimento” é um indicador da hegemonia da busca pela opulência 
material e pela promoção desenfreada do consumo em massa: uma sociedade 
baseada na corrida pela posse dos bens materiais que parte do princípio de 
que os recursos naturais são inesgotáveis e que o aumento do PIB é uma meta 
a ser constantemente perseguida. 
 
2.2. Problemas globais 
 
Penna (1999, p. 59-126) elenca sete questões centrais que compõem a 
agenda da responsabilidade ambiental e merecem reflexões não somente de 
ambientalistas e gestores, mas de toda a população terrestre: 
 
1) Mudanças climáticas 
As alterações climáticas, fruto do efeito estufa já são consideradas o 
tema mais sério da agenda planetária. O efeito estufa é um fenômeno 
resultante do acúmulo de diversos gases4 na atmosfera e vem provocando a 
retenção de calor – sob a forma de raios infravermelhos – e impedem sua 
dissipação para o espaço exterior à Terra. A temperatura da Terra e dos 
oceanos está se elevando pouco a pouco devido ao desmatamento das 
 
4 Os principais gases liberados pelo efeito estufa são: CO2 (gás carbônico), gerado pela queima 
de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural); CH2 (gás metano), 
componente primário do gás natural que é liberado pelo aparelho digestivo do gado, os aterros 
sanitários, plantações de arroz inundadas, mineração e queima de biomassa; CFCs 
(clorofluorcarbonetos, freons) são gases que reagem com o ozônio da estratosfera por mais de 
cem anos; O3 (Ozônio), que é liberado por automóveis, usinas termoelétricas, solventes e 
queimadas; N20 (óxido nitroso), liberado por micróbios no solo causados por desmatamentos e 
emissão de combustíveis fósseis. 
 
florestas tropicais. Entre os efeitos visíveis do aquecimento climático está a 
elevação dos níveis dos oceanos e o derretimento do gelo dos continentes e 
pólos antártico e ártico. A elevação dos mares poderia contaminar os 
reservatórios de água com sal, inundaria estradas e edificações costeiras, 
prejudicaria os ecossistemas litorâneos e geraria êxodo de milhões de pessoas 
das zonas costeiras. 
 
A produção industrial humana já extrapolou os limites da natureza (Photographyblog, 2010). 
 
2) Camada de Ozônio 
O ozônio (O3) forma um escudo protetor contra a penetração dos raios 
ultravioletas provenientes do Sol. O contato com esses raios pode causar 
câncer, prejudicar o sistema imunológico e ocasionar doenças parasitárias. O 
ozônio pode afetar o ciclo dos vegetais e causar impacto nas culturas do feijão, 
ervilhas, mostardas, couves, tomates, batatas e soja. O Protocolo de Montreal, 
assinado no ano de 1987, determinou que a produção de CFCs dos países 
industrializados fosse suspensa5. 
 
3) Biodiversidade 
Há uma ameaça concreta de extinção de mais de 5.000 espécies de 
animais e quase 30.000 plantas. Quando falamos do funcionamento dos 
ecossistemas, nos referimos a processos essenciais à vida como a regulação 
do ciclo da água, a proteção contra a erosão, a manutenção da qualidade do 
solo, a polinização das culturas, a reciclagem de dejetos que provê a produção 
de alimentos, fibras, energia, madeira, medicamentos e pesquisa na área 
genética. Podemos concluir que todas as matérias-primas6 usadas pelo homem 
são de origem biológica, nas estruturas florestais, oceânicas ou agropecuárias. 
 
4) Crescimento populacional 
 
5 Segundo o site “Protocolo de Montreal”, <www.protocolodemontreal.org.br>, até 2005, 191 
países já haviam reduzido a emissão de CFC em 95%. 
6 Segundo Penna (1999, p. 94), a árvore que deu origem ao nome do nosso país, o pau-brasil, 
foi vítima, desde o descobrimento, de ações predatórias que quase a levaram a extinção. 
Segundo o autor, pesquisas indicam que a madeira do pau-brasil é eficiente no combate ao 
câncer e diversos tumores cancerígenos. 
 
A possibilidade de a Terra contar com mais de 10 bilhões de habitantes 
até o ano de 2025 desafia a sobrevivência do ecossistema planetário. Na 
tabela abaixo apresentamos o crescimento da população terrestre ao longo da 
história: 
 
Ano População 
8000 A.C 10 milhões 
Época de Cristo 250 milhões 
300 500 milhões 
1800 1 bilhão 
1930 2 bilhões 
1950 2,5 bilhões 
2010 7 bilhões 
2025 (projeção) 10 bilhões 
 
Penna (1999, p. 97) estima que 95% do aumento projetado para o ano 
de 2025 ocorrerão em países em desenvolvimento. Isso significa a 
necessidade de disponibilizar alimentos, água potável, moradia, educação, 
empregos, assistência médica etc. Elevados índices de reprodução humana 
estão relacionados à pobreza, miséria, precariedade de sistemas educacionais 
e carência nos recursos básicos da saúde, muito comuns em populações sul-
americanas, africanas e asiáticas. Problemas com erosão, poluição do ar, 
redução de aquíferos, perda de matéria orgânica do solo, inundações, pesca 
predatória estão colaborando para a desaceleração da taxa de crescimento da 
produção alimentar. 
 
5) A questão urbana 
A intensa industrialização que se iniciou no século XIX conduziu milhões 
de pessoas para as metrópoles. Em relação ao planeta, até 1950, 29% das 
pessoas viviam em áreas urbanas; em 1970, esse número subiu para 37%; em 
1985, já eram 41% e em 1995, somavam 45%. Para o ano de 2025, as 
projeções indicam que o número chegará até 60% (em torno de 4 bilhões de 
pessoas). O aumento da população urbana exige a criação de uma 
infraestrutura capaz de absorver e atender uma demanda de necessidades e 
consumo jamais visto na história da humanidade. A concentração da população 
nas grandes cidades, atraídas pela empregabilidade e oportunidades de 
negócios, desencadeia fenômenos sociais como a violência, alienação, 
favelização, crescimento desordenado, competição exagerada, poluição, 
 
grande exposição a vírus e bactérias, precariedade nas condições sanitárias e 
grande dificuldade de transporte e locomoção na estrutura urbana. 
 
6) Saúde pública 
Doenças infecciosas7 continuam matando milhões de pessoas no 
mundo. Segundo estudos da Universidade de Harvard, as alterações 
provocadas pelo homem nos ecossistemas desencadearam uma série de 
desequilíbrios que vêm ajudando bactérias e vírus a ocuparem espaços onde 
não encontram resistência, devido à baixa diversidade biológica. A destruição 
de florestas e habitats permitem que microrganismos raros se tornem 
abundantes e afetem as comunidades humanas. Somando a concentração 
urbana, a contaminação da água, ar, solo, exposição de raios ultravioleta, 
temos um quadro favorável à multiplicação da letalidade das doenças. 
 
 
Enchente na China (Mediaenvironment, 2010). 
 
7) Desastres Naturais 
As atividades humanas favorecem os impactos nos meios geofísicos, 
causando tragédias de grandes proporções que causam mortes, destruição 
habitacional, deslocamentos, êxodos e vulnerabilidade habitacional. A remoção 
das vegetações nativas dificulta o escoamento das águas ou podem estimular 
períodos prolongados de seca que perturbam os ciclos da agricultura humana. 
A construção de habitações em lugares íngremes (sujeitos à erosão), baixadas 
ou localidadespróximas às costas fragiliza a condição humana e coloca em 
perigo milhões de cidadãos, os quais Penna (1999, p. 123) chama de 
“refugiados ambientais”. 
 
Cronologia de desastres ambientais mundiais de grandes proporções 
Ano/Local Desastre População atingida 
 
7 A malária mata mais de 3 milhões de pessoas ao ano; há epidemias de dengue, febre 
amarela, leptospirose, Hepatite A e E, febre tifoide, cólera e gripes (suína e aviária), que 
mataram mais de 10 milhões de pessoas em todo o planeta. 
 
1947/Texas Explosão de carregamento de nitrato8 550 mortos, 350 feridos. 
1952/Londres Inversão térmica 4.000 mortos. 
1953/Holanda Maré alta 1.487 mortos, 1 milhão de evacuados. 
1968/Minamata-Japão Despejo de mercúrio 
1.500 pessoas 
envenenadas, 200 
mortos. 
1976/Seveso-Itália Dioxina na atmosfera9 35 mil animais mortos. 
1978/ Brest-França Vazamento de óleo bruto 
10.000 aves oceânicas 
mortas e milhões de 
moluscos mortos. 
1981/URSS Vazamento de óleo bruto 
60.000 aves marinhas 
mortas. 
1984/Bophal-Índia Vazamento de pesticida 
2.800 mortos, 20 mil 
com danos oculares 
irreversíveis, 200 mil 
abandonaram suas 
casas. 
1986/Chernobyl-Ucrânia Liberação de radiação de usina nuclear 
239 mortos, 8 países 
atingidos e 116 mil 
pessoas evacuadas. 
1991/ Bangladesh Ciclone 132 mil mortos. 
1998/Honduras, 
Nicarágua, El Salvador e 
Guatemala 
Furacão Mitch 10 mil mortos. 
2005/New Orleans Furacão Katrina10 1.836 mortos e 200 mil casas debaixo da água. 
 
 
2.3. A Gestão ambiental sustentável 
 
 
8 O desastre causou um prejuízo de US$ 35 milhões. 
9 O prejuízo foi de US$ 250 milhões. 
10 Resultou em um prejuízo de 81 bilhões de dólares. 
 
Penna (1999, p. 130) argumenta que o debate ambiental está centrado 
na tensão entre os sistemas de abastecimento versus a demanda das 
populações mundiais. Sabemos que o abastecimento é limitado, enquanto a 
demanda, desejos e necessidade de consumo dos indivíduos podem ser 
infinitos. O objetivo do crescimento econômico, segundo a própria doutrina 
básica da economia, é prover recursos à humanidade e melhorar sua qualidade 
de vida através de bens, recursos, provimentos necessários à sobrevivência e 
ao bem-estar individual. O fato é que a sociedade, baseada somente em um 
modelo de produção/consumo/crescimento que desconsidera os fenômenos 
ambientais, caminha efetivamente para o esgotamento devido à limitação dos 
recursos. O estilo de vida da população planetária, fundamentado no consumo 
descontrolado, caminha para a insustentabilidade, caso não repense a sua 
própria organização. 
Os ciclos da natureza não coincidem com os ciclos da economia. O ciclo 
de vida de um automóvel começa com a exploração de minério de ferro e 
termina com a entrega do produto na concessionária. Para a natureza o 
impacto é maior, pois a pavimentação de estradas, os aterros sanitários, a 
decomposição de plantas e a queima da gasolina na atmosfera gerarão efeitos 
permanentes (às vezes irreversíveis) que impactarão a sobrevivência das 
florestas, rios, clima e na própria saúde dos seres humanos. 
Preocupada com os eventos ecológicos e ambientais e a escala de 
produção industrial em massa, em 1983, a ONU criou a Comissão Mundial 
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento11, para rever e repensar o modelo de 
produção vigente a partir da premissa de que o “desenvolvimento sustentável é 
aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a 
possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias 
necessidades”. 
Dos estudos patrocinados pela ONU, nascem os primeiros fundamentos 
da doutrina sustentável que atesta que as oportunidades econômicas, políticas 
e sociais não podem colocar em risco a atmosfera, a água, o solo e os 
ecossistemas. A ideia central do desenvolvimento sustentável passa pelo 
conceito de que as estruturas produtivas e institucionais devem estar em 
harmonia com os recursos naturais a fim de garantir a própria sobrevivência da 
humanidade. 
A consciência ambiental está crescendo em todas as esferas da 
sociedade. Há um amadurecimento da mídia e da opinião pública em relação a 
temas relacionados a sustentabilidade e ecologia e à necessidade de se tomar 
providências locais e globais para a proteção do planeta e seus recursos 
naturais. Pouco a pouco cresce a consciência ambiental por meio de 
programas educacionais em escolas e empresas. A ciência tem feito 
importantes descobertas para compreender os processos de transformação 
dos ciclos biológicos e de poluentes como o carbono, nitrogênio, fósforo, 
enxofre e potássio. Modelos matemáticos fornecidos por softwares já podem 
prever os impactos ambientais na atmosfera e colaborar para mensurar riscos 
através de contabilidade e auditoria ambiental. 
 
11 Em 1987 foram publicados os resultados das pesquisas sobre o impacto da produção sobre 
o meio ambiente, resultando na obra Nosso futuro comum, que se tornou o livro que inicia as 
primeiras discussões sobre o conceito de “desenvolvimento sustentável”. 
 
As políticas que obrigam o poluidor a arcar com o impacto ambiental já 
estão ativas através da Redução Certificada de Emissões (RCE) ou dos 
créditos de carbono negociados no mercado internacional. Quando uma 
empresa colabora para redução da emissão de gases na atmosfera, ela pode 
ser contemplada com créditos especiais que podem ser vendidos ou 
negociados com outras empresas que estão em débito com o meio ambiente. 
Uma série de documentos foi assinada por diversas nações a fim de buscar 
soluções para o estado crítico do meio ambiente e podemos destacar o 
Relatório Brundtland, que conceitua a importância da sustentabilidade global; o 
Protocolo de Montreal, que limita a emissão gases na atmosfera; a Agenda 21 
(que propõe a mobilização de todas as nações para seus problemas 
socioambientais); o Relatório Stern, a respeito de mudanças climáticas; o 
Protocolo de Kyoto, que trabalha para impedir o aumento do efeito estufa. 
Fontes de energia renovável que evitam o desperdício e colaboram para 
a preservação do meio ambiente também devem ser destacadas como 
instrumentos de melhoria das condições humanas e planetárias: 
 
Energia Solar 
Não é poluente, não tem linha de transmissão e exige pouca 
manutenção. Seus custos têm sido decrescentes e é extremamente viável no 
Brasil, onde o sol brilha com intensidade durante todo o ano. 
Energia Eólica 
É inesgotável, limpa e evita o efeito estufa. Não consome água e pode 
ser amplamente difundida no Brasil por conta do seu potencial eólico. 
 
Sistema de energia eólica (MG.GOV, 2010). 
 
Energia Hidráulica 
Provém dos rios, lagos e represas. O Brasil, por contar com grande 
variedade e diversidade hidrográfica, tem grande potencial de desenvolvimento 
dessa tecnologia. 
 
Energia Maremotriz 
Matriz energética proveniente dos mares, que se transforma em energia 
cinética e potencial. O Brasil pode explorá-la por conta do nosso extenso litoral. 
Biomassa 
Ao contrário do impacto ambiental causado pelos combustíveis fósseis 
como o carvão mineral e o petróleo, a biomassa é constituída da combustão de 
elementos orgânicos do meio ambiente como bagaço de cana-de-açúcar, 
serradura de madeira, papel usado, galhos e folhas de árvores, embalagens de 
papelão e casca de arroz. 
Hidrogênio 
Pode ser importante fonte de energia devido à abundância do elemento 
hidrogênio na natureza, principalmente na água. Já existem automóveis 
movidos a hidrogênio que se mostraram tão seguros quanto os modelos que 
funcionam com gasolina. 
Energia Geotérmica 
É retirada do interior da Terra, mais precisamente do magma localizado 
nas grandes placas, que demonstrou ser fonte intensade energia. 
 
 
3. SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA 
 
3.1. Fundamento do mercado de ações e seus riscos 
 
Quando é constituída uma sociedade, as ações representam pequenas 
parcelas do capital disponível da empresa12. As ações podem ser ordinárias, 
com direito a voto dos acionistas (com poder de opinião sobre as decisões da 
companhia), ou preferenciais13, quando o acionista tem direitos sobre os lucros 
provenientes dos dividendos ou juros do próprio capital. O mercado de ações é 
dividido em: mercado primário, quando as ações de uma empresa são 
ofertadas no âmbito público; e mercado secundário, quando as ações são 
ofertadas por meio da Bolsa de Valores14. 
Os motivos pelos quais as empresas abrem seu capital podem ser 
resumidos pela necessidade de captar recursos para investimentos, 
reestruturar seus passivos (dívidas), agregar liquidez patrimonial e 
profissionalizar sua gestão empresarial. Caso abra o capital, as empresas 
devem estabelecer um novo relacionamento com seus colaboradores, realizar 
 
12 Empresas com capital aberto (S.A. - Sociedade Anônima) oferecem valores de renda fixa na 
bolsa, enquanto que companhias fechadas (Ltda. - Limitada) não colocam seus valores em 
negociação nas bolsas. 
13 No sistema preferencial, após três anos consecutivos sem distribuição de lucros, o acionista 
adquire direito a voto temporariamente. 
14 As bolsas de valores brasileiras são associações civis que operam sob a supervisão da 
Comissão de Valores de Imobiliários (CVM). 
 
auditorias externas e independentes, mobilizar o conselho fiscal e debater com 
todos os acionistas sua política e estratégia. 
Há diversas formas de investimento em ações, como os clubes de 
investimentos (pessoas que se relacionam: amigos, familiares, colegas de 
trabalho), fundos de investimentos (grupos que reúnem vários investidores 
cotistas) e ações individuais (quando o investidor toma decisões 
individualmente). Os investidores deverão arcar com os custos da corretagem 
(comissão dos corretores), a custódia (custo mensal por transação) e o imposto 
de renda15 sobre o ganho de capital (com alíquota de 15%). 
Segundo Fortuna (2005, p. 560), o preço das ações é resultante das 
condições de mercado (sistema oferta e demanda) que refletem as 
expectativas, projeções e comportamentos dos agentes econômicos 
(indivíduos, grupos, famílias, cooperativas, comunidades, associações e 
organizações públicas e privadas). Fatos políticos e o desempenho da 
companhia no mercado fatalmente também refletirão nos rendimentos dos 
acionistas. Os rendimentos provêm da valorização do preço das ações que 
podem ser distribuídos entre os acionistas de acordo com a proporção 
(quantidade) adquirida e apurada ao término de cada exercício social16. Os 
valores somam no mínimo 25% do lucro líquido (sistema Pay-Out), P/L (Preço 
lucro por Ação), nos quais são mostrados em quanto tempo o preço a ser pago 
por uma ação poderá ser devolvido ao investidor sob a forma de lucro, e o 
sistema YIELD, que revela o percentual do preço da ação que voltou ao 
acionista sob a forma de dividendos do último balanço. 
Os critérios de avaliação das companhias envolvem a análise do fluxo 
de caixa da organização, chamado de “Fluxo de caixa descontado”, que é a 
metodologia que investiga o potencial da empresa em gerar recursos que 
trarão dividendos ao investidor no futuro. Na contabilidade mobiliária devem 
constar os estudos do balanço patrimonial que incluem os ativos (ativo 
circulante, estoques, clientes, ativo de longo prazo, ativo permanente, 
máquinas e equipamentos); e os passivos (passivo circulante, empréstimos, 
salários e impostos, passivo de longo prazo e patrimônio líquido17). 
Segundo a BM&FBovespa (2009, p. 14), os benefícios dos acionistas 
podem se dar por bonificação, quando as ações são distribuídas gratuitamente 
aos acionistas por conta do aumento do capital e lucro, e por subscrição, que 
dá direito ao acionista adquirir ações oferecidas pela companhia para aumentar 
seu capital. A BM&FBovespa negocia diversas ações no sistema homebroker18 
através das corretoras de valores mobiliários credenciadas pela Comissão de 
Valores Mobiliários e Banco Central e cabe a elas o papel de intermediar os 
valores no pregão e lançar os valores mobiliários. Cabe às corretoras fornecer 
 
15 Estão isentos de cobrança de impostos, as pessoas físicas que auferiram ganhos líquidos de 
até R$ 20.000,00 ao mês. 
16 Os exercícios sociais findam no final de cada ano. 
17 Devem ser incluídos no patrimônio líquido da empresa o capital social, as reservas de 
capital, as reservas de lucro e os lucros ou prejuízos acumulados. 
18 A partir de 1999, as negociações e compras de ações iniciaram as operações online através 
da internet de qualquer computador remoto. Em 2005 foram encerradas as atividades de 
negociação através do sistema de “Viva Voz” e em 2007, todas as operações acontecem por 
meio da plataforma eletrônica de negociação. Diversos investidores se conectam à Bolsa pela 
web. 
 
subsídios para a escolha dos investimentos, realizar análises por meio de 
consultores especializados que orientam o investidor sobre tendências que 
ocorrem no mercado. Entre as opções disponíveis no mercado de ações 
podemos citar: 
 
A) Mercado de renda variável (Ações, ETF, BDR e Cotas de Fundos 
Fechados): a remuneração do investidor ou retorno de capital não são 
claros no momento da aplicação. 
B) Mercado de renda fixa (debêntures, notas promissórias e títulos 
públicos federais): nesse caso, o retorno de capital pode ser verificado 
no momento da aplicação. Nesse sistema estão incluídos os títulos 
públicos e privados como as notas do Tesouro Nacional (NTN), Bônus 
do Banco Central (BBC), Títulos da Dívida Agrária (TDA), títulos 
estaduais e municipais. 
C) Mercado de Derivativos: baseia-se em contratos definidos entre 
duas partes nas quais são definidos pagamentos futuros segundo a 
oscilação de preços de um ativo de mercado. 
D) Securitização (CRI e FIDC): possibilita a transformação de ativos 
que não são líquidos em títulos mobiliários que podem ser negociados 
no mercado. 
E) Commodities (matérias-primas): são produtos agropecuários e 
metais oferecidos em grandes quantidades e com baixo valor agregado, 
porém, negociados globalmente. 
 
Índices da Bovespa: 
Ibovespa: representa 80% do volume negociado; 
IBrX-50: representa as 50 ações mais líquidas do mercado à vista; 
IbrX: são as 100 ações mais líquidas do mercado à vista; 
IVBX: são 50 ações de segunda linha; 
MLCX: são ações de empresas de maior capitalização; 
SMLL: são ações de empresas de menor capitalização; 
IEE: são as ações mais líquidas do setor de energia elétrica; 
ITEL: são ações do setor de telecomunicações; 
INDX: ações do setor industrial; 
IMOB: ações do setor imobiliário; 
ICON: ações do setor de consumo; 
IGC: diz respeito às ações de governança corporativa; 
ITAG: ações baseadas no sistema Tag Along, isto é, o acionista 
minoritário tem o direito de vender sua parte caso a companhia seja 
adquirida por um outro investidor; 
 
ISE: ações de empresas dedicadas às questões ambientais, sociais e 
governança corporativa. 
 
Participação dos investidores no volume negociado: 
 
 
 
Para a tomada de decisão dos investidores ou acionistas, as tendências 
dos preços das ações são feitas por dois sistemas: 
 
Escola Gráfica ou técnica 
Refere-se às informações gráficas que registram os volumes e preços 
pelos quais foram comercializadas nos pregões anteriores. Os gráficos 
refletem tendências e apontam os momentos corretos para investir. O 
analista deve observar também os volumes das negociações passadas. 
 
Gráfico da Bovespa (ADVFN, 2010). 
 
Escola Fundamentalista 
Focada em uma leitura setorial e específicada empresa da qual o 
investidor quer adquirir ações. Deve também observar o contexto político 
Participação de Investidores
26%
8%
2%
33%
31%
Institucionais
Instituições
financeiras
Empresas
Estrangeiros
Pessoas Físicas
 
e econômico para a tomada de decisão e a estrutura econômica e 
financeira da empresa. 
 
De acordo com Marshall (2002, p. 35), o mundo em que vivemos está 
em constante mudança e a palavra “risco” agrega a incapacidade dos 
indivíduos preverem os rumos das mudanças, analisando os impactos e 
causas das transformações. O autor diferencia o conceito de “risco” e 
“incerteza”. Risco pressupõe que os resultados, embora não previsíveis, 
tenham possibilidades de serem estimados pela própria experiência ou dados 
estatísticos. Já a incerteza manifesta-se quando o resultado não pode ser 
previsto, nem de maneira probabilística. 
A combinação dos fatores internos da empresa com o cenário externo 
representa um cenário de grandes riscos que precisam ser analisados pelo 
investidor como os índices do “risco pais19” e se configuram como variáveis 
importantes nas tomadas de decisão: as decisões constantes do Banco Central 
em relação à economia, o ritmo da atividade econômica, o fluxo de capitais 
nacionais e estrangeiros no país, a dívida pública, a taxa de câmbio e juros e 
indicadores de renda, poupança e nível de emprego. 
 
 
 
19 Mensura as mudanças no ambiente das nações, verificando a viabilidade dos negócios; 
envolve análises políticas, econômicas, mercadológicas e geográficas. 
 
 
4. REFERÊNCIAS 
 
BM&FBOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo e da Bolsa de Mercadorias 
& Futuros. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br>. Acesso em: 
01/07/2010, 11h33. 
BM&FBOVESPA. Como investir em ações. São Paulo: BM&FBOVESPA, 
2009. 
FORTUNA, Eduardo. Mercado financeiro: produtos e serviços. Rio de Janeiro: 
Qualitymark, 2005. 
IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Disponível em: 
<http://www.ibgc.org.br/>. Acesso em: 28/06/2010, 9h52. 
IBGC. Código das melhores práticas corporativas. São Paulo: IBGC, 2009. 
LAMEIRA, Valdir. Governança Corporativa: Rio de Janeiro: Forense 
universitária, 2001. 
MARSHALL, Christopher. Medindo e gerenciando riscos operacionais em 
instituições financeiras. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. 
PENNA, Carlos G. O estado do planeta: sociedade de consumo e degradação 
ambiental. Rio de Janeiro: Record, 1999. 
 
Referências das ilustrações 
 
ADVFN. Gráfico da Bovespa. Disponível em: 
<http://images.advfn.com/sales/richmedianew/Newsletter_Brasil/20x20/ibovesp
a_09_05_26.gif>. Acesso em: 01/07/2010, 9h26. 
BEEFBOARDMEETING. Os conselhos de administração tomam decisões 
estratégicas. Disponível em: <http://beefboardmeeting.com/wp-
content/uploads/2009/07/img_2032.jpg>. Acesso em: 28/05/2010, 9h45. 
MEDIAENVIRONMENT. Enchente na China. Disponível em: 
<http://mediaenvironment.files.wordpress.com/2008/10/ntrl_disaster_china_floo
d.jpg>. Acesso em: 30/06/2010, 10h50. 
MG.GOV. Sistema de energia aeólica. Disponível em: 
<http://blog.mg.gov.br/wp-content/uploads/2009/08/parque_eolico_2.jpg>. 
Acesso em: 30/06/2010, 11h22. 
PHOTOGRAPHYBLOG. A produção industrial humana já extrapolou os 
limites da natureza. Disponível em: 
<http://www.photographyblog.com/images/sized/images/uploads/onasia_enviro
nmental_exhibition-550x369.jpg>. Acesso em: 30/06/2010, 10h03. 
SMARTSTOCKMARKET. Gerenciando recursos com transparência. 
Disponível em: <http://www.smartstockmarket.com/images/SET-And-Thailand-
Stock-Market-1.jpg>. Acesso em: 28/05/2010, 9h35.

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