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Acadêmico: Jonas dos Santos Matrícula: 180242
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DO JÚRI DA COMARCA DE MARICÁ/RJ
Processo n°
RÔMULO, Já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem por seu procurador, respeitosamente perante a Vossa Senhoria, com fundamento no art. 581, IV do CPP, interpor
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
em face da decisão de pronúncia prolatada por Vossa Senhoria.
Requer seja recebido e processado o presente recurso, os termos do Art. 589 do CPP e, caso Vossa Excelência entenda que deva ser mantida a respeitável decisão, que seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça com as inclusas razões.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento
Maricá/RJ 16 de março de 2020
Advogado
OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,
COLENDA CÂMARA,
ÍNCLITOS DESEMBARGADORES
Eméritos Julgadores.
Em que pese o ilibado saber jurídico do Juízo a quo, não merece prosperar a referida decisão, sendo imperiosa a reforma por este Tribunal ad quem, pelas razões a seguir expostas
I- BREVE SÍNTESE FÁTICA:
Rômulo, nascido de janeiro de em 04 de abril de 1991, em Maricá, ficou inconformado por encontrar, em 02 de janeiro 2010, mensagens de sua esposa Paola, nascida em 06 de junho de 1992, para Bruno, desejando a este, um próspero ano. Em razão disso, desferiu golpes de faca nas mãos de Paola, pretendendo, em seguida, utilizar a arma branca para golpear a vítima e causar sua morte. Ocorre que Rômulo ficou sensível ao sofrimento de sua esposa após as facadas na mão, decidindo deixar o local dos fatos para se acalmar, apesar de ter consciência de que os atos praticados seriam insuficientes para causar a inicialmente pretendida morte de Paola.
Paola informou os fatos à sua mãe, que a levou ao hospital e, em seguida à Delegacia, onde ela narrou o ocorrido à autoridade policial. O Delegado instaurou inquérito policial, realizando, por vários anos, diligências para a confirmação da versão da vítima, ouvindo testemunhas, realizando laudo de exame de local, acostando o exame de corpo de delito de Paola, que constatou a existência de lesão corporal de natureza grave, dentre outras. Por fim, ouviu o indiciado, que confirmou sua pretensão inicial e todos os fatos descritos pela vítima.
Rômulo foi denunciado no dia 22 de janeiro de 2020, perante o Tribunal do Júri da comarca de Maricá/Rio de Janeiro, imputando-lhe a prática do crime previsto no Art. 121, §2, inciso VI (feminicídio), com redação dada pela Lei 13.104/15, c/c. Art. 14, inciso II, todos do Código Penal.
	Após regular prosseguimento do feito até aquele momento, foi designada audiência na primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, ocasião em que foram ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa. Todos prestaram declarações que confirmaram efetivamente o ocorrido. Rômulo não compareceu porque não foi intimado, mas seu advogado estava presente e consignou inconformismo com a realização do ato sem a presença do réu. O magistrado, contudo, destacou que designaria nova data para interrogatório e que a defesa técnica estaria presente, não havendo, então, prejuízo.
	De fato, foi marcada nova data para a realização do interrogatório, ocasião em que Rômulo compareceu e permaneceu em silêncio. Após, as partes apresentaram manifestação, reiterando, a defesa, o inconformismo com a realização da primeira audiência. Os autos foram para conclusão, e foi proferida decisão pronunciando o réu nos termos da denúncia.
II- PRESSUPOSTOS RECURSAIS
O recurso ora manejado é cabível e tempestivo, considerando-se o disposto no art. 581, inc. IV, do Código de Processo Penal. Além disso, a defesa possui legitimidade e interesse recursais, nos termos do art. 577 do Código de Processo Penal. Apto ao recebimento e conhecimento, portanto, o recurso ora manejado.
III- FUNDAMENTOS DO RECURSO
Imperativa a reforma da decisão recorrida. Isto porque, ao pronunciar o réu, o Juízo de piso não observou os fundamentos abaixo descritos.
IV- DA PRESCRIÇÃO
A pretensão punitiva do Estado encontra-se prescrita, vejamos:
O delito imputado ao acusado tem pena de reclusão de 12 a 30 anos:
 Art. 121. Matar alguém
   § 2° Se o homicídio é cometido:
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Porém, conforme art.14, o parágrafo único, apena do crime tentado diminui-se de um a dois terços
Art. 14 - Diz-se o crime:
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
 Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. 
Logo, diminuindo a pena no mínimo legal, a pena em abstrato do agente recai para 20 anos. E conforme art. 109, I do CP, a prescrição do delito imputado ao agente, é de 20 anos.
  Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 
        I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
Ocorre que, na época dos fatos o agente era menor de 21 anos, o tempo da prescrição, diminui-se pela metade, ficando em 10 anos.
   Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
E como narrado anteriormente, o fato ocorreu em 02 de janeiro 2010, tendo o PARQUET, oferecido denúncia somente em 22 de janeiro de 2020. Dessa maneira, verifica-se que o correu prazo prescricional de 10 anos.
Portanto, a punibilidade do denunciado deve ser extinta em razão da prescrição, vide art. 107, Inc IV do CP.
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: 
   IV - pela prescrição, decadência ou perempção
V- NULIDADE DA INSTRUÇÃO E PRONÚNCIA
	Manifesta e clara são as nulidades da instrução do presente feito, uma vez que, como narra os fatos, o réu não compareceu na audiência de instrução que se quer foi intimado para tal ato. 
	Ainda que tratar-se de uma nulidade relativa, a defesa pugnou para que o ato não ocorre, em face da não intimação do réu. Que aliás, foi consignado por duas vezes pelo causídico.
O Juiz a quo, ainda interveio no pedido, alegando que não tratar-se-ia de um prejuízo ao réu, visto que a defesa fora intimada e estava presente no ato.
Ressalta ainda, que no interrogatório do réu, feito em um dia posterior ao 1° dia de instrução, o mesmo não teve condições de rebater as declarações feitas pelas testemunhas.
E como é de conhecimento público, o interrogatório é um meio de defesa do acusado, não sendo um sistema inquisitorial, e sim um processo democrático com base no princípio do devido processo legal.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Pelo exposto, a instrução bem como a sentença de pronúncia devem ser anuladas, em razão da falta de intimação do réu para participar da solenidade.
VI- DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DE LESÃO CORPORAL GRAVE
Caso, não seja reconhecida os elementos acima expostos, pugna-se pela desclassificação do delito para o crime de lesão corporal grave.
O fato de o agente sensibilizar-se com o sofrimento da esposa, faz com que haja a desistência voluntária. Nesse caso, o agente só responde pelos atos praticados até a desistência.
Em suma, houve a desistência voluntária conforme preceitua o art. 15 do CP.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultadose produza, só responde pelos atos já praticados
Em completo há o exame de corpo de delito acostado nos autos, demonstra a existência de lesão corporal de natureza grave. 
Houve a desistência do autor em consumar o delito de homicídio, razão pela qual, o autor deve responder pelo crime de lesão corporal grave.
VII- AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA DO FEMÍNICIDO
Por último, é extremamente necessário que haja reexame do afastamento da qualificadora do Art. 121, § 2º, inciso VI, do CP descrita na denúncia. Ocorre que a qualificadora foi inserida em 2015, por meio da Lei no 13.104/15 e o fato ocorreu em 2010.
Não podendo dessa forma, a lei retroagir para prejudicar o réu, conforme art. 5°, XL, CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu
A lei penal, só deve retroagir em benefício do réu. Qualquer dispositivo de caráter penal que seja mais benéfico para o réu ou indiciado deve ser aplicado retroativamente, ainda que se trate de um parágrafo de um artigo.
Portanto, não há possibilidade de aplicar a qualificadora do feminicídio.
VIII- PEDIDOS
a) ser reconhecida a prescrição da pretensão punitiva;
 
b) anulação da decisão de pronúncia; 
c) desclassificação, nos termos do Art. 419 do CPP;
d) afastamento da qualificadora do Art. 121, § 2º, inciso VI, do CP.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento
Maricá/RJ 16 de março de 2020
Advogado
OAB

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