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Apresentação Caso Clínico Centro Universitário UNA Estágio clínico HOB Ana Carolina Ferreira Eleotério Santos RA 319130402 Paciente P.F.Q.R 42 anos, sexo feminino, nascido em 14/09/1980, divorciada, nega tabagismo e etilismo, internada em 12/09/2022 na CLM. Anamnese Clínica Paciente transferida do CTI (onde ficou por 5 dias) para a CLM. Paciente com quadro multissistêmico grave de etiologia em investigação, insuficiência cardíaca, acidose metabólica grave e hipertensão maligna com lesão de alvo cardíaco. HPP: HAS, hiperlactemia, hiperbilirrubinemia, IRA hipercalêmica. Achados clínicos de admissão Emagrecido; Edemas discretos, panturrilhas livres; Grau de desnutrição leve; Fez uso abusivo de diversos medicamentos(antiinflamatórios e antibióticos); HAS desde os 17 anos; Lesão hepática + renal induzida por medicamentos; Perda ponderal de 15 kg Irmão de 30 anos hipertenso, pai faleceu de cardiopatia; Há 2 meses iniciou tosse seca, dispineia, edema de membros inferiores e palpebral, procurou atendimento médico onde foi entubada e encaminhada ao CTI e depois CLM. Diagnóstico clínico: Paciente diagnosticado com septicemia e miocardite pós infecciosa. Exames: 12/09/2022 GA: pH = 6.9 / pCO2 = 10 / BIC= 5 / Lactato = 15 (0,5 a 2,2) LAB: Ureia: 90 mg/dL (13 a 43 mg/dl) Creatinina sérica: 1.7 mg/dL (0,6 a 1,1 mg/dl) Potássio: 5.5 mEq/L (3,5 a 5,1 mEq/L) RTX: área cardiaca aumentada Exames: 26/09/2022 LAB: Ureia: 31 mg/dL (13 a 43 mg/dl) Creatinina sérica: 1.4 mg/dL (0,6 a 1,1 mg/dl) Proteína C reativa (PCR): Positivo, 31 mg/L ( <5,0 mg/L) Potássio: 4.5 mEq/L (3,5 a 5,1 mEq/L) SAT O2: 26,7% (60% a 75%) Lactato: 3,3 mMol/L (0,5 a 2,2) Evolução dos sinais clínicos Paciente em leito CTI, tolerando dieta enteral, em AA, boa diurese, foi feita a correção da hiperglicemia e hipercalemia, edema discreto, dispineia agitada, melhora laboratorial progressiva. FEVE reduzida ao POCUS. Paciente com quadro multissistêmico de etiologia em investigação, abdome com pequeno derrame pleural,hipercalemia, cr= 0,77, hipertensão maligna. Possivel quadro psicossomático sobreposto, incontinência urinaria . Paciente tranquila e estável, sem dispineia, sem edema+, tolerando bem dieta pastosa. Paciente com Acidose metabólica recorrente, hipercalemia moderada (resolvida). Após exame foi considerado pneumonia em organização,a lesão hepática induzida por medicamentos está em melhora, provável miocardite pós infecciosa, assintomática, tranquila, taquicardia a esclarecer, médico avalia possibilidade de acidose tubular renal. Tolerando bem dieta livre. 09/09 18/09 26/09 A fisiopatologia da sepse é multifatorial e inclui os efeitos diretos dos microrganismos invasores ou de seus produtos tóxicos, liberação exagerada de mediadores inflamatórios (síndrome de resposta inflamatória sistêmica) e ativação do complemento. Além disso, alguns indivíduos podem ser geneticamente propensos a desenvolver sepse. A sepse ocorre quando substâncias químicas liberadas na corrente sanguínea para combater uma infecção desencadeiam uma inflamação em todo o corpo. Isso pode causar uma série de alterações que danificam diversos sistemas de órgãos, A sepse ocorre quando a resposta à infecção se torna generalizada e envolve tecidos distantes da área primária que foi infectada. A endotoxina está envolvida com as principais características da sepse. Como: a ativação do complemento, coagulação e sistemas fibrinolíticos, levando a trombose microvascular A disfunção hepática pode reduzir a eliminação de endotoxinas e produtos de bactérias, o que impede a resposta eficaz de citocinas e permite o fluxo desses produtos para a circulação sistêmica. A lesão endotelial na vasculatura pulmonar durante a sepse altera o fluxo sanguíneo capilar e aumenta a permeabilidade microvascular, gerando edema intersticial e alveolar. Pode ocorre a síndrome do desconforto respiratório em consequência dessa alteração. Fisiopatologia da Septicemia Niviere R. Pathophysiology of sepsis. UptoDate, 2021. Acesso em 14 de abril de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com. https://www.uptodate.com/ Lesão direta dos cardiomiócitos causada por agente cardiotóxico infeccioso ou outro agente Lesão miocárdica causada por reação autoimune a um agente cardiotóxico infeccioso ou outro agente Miocardite é uma inflamação do miocárdio com necrose das células cardíacas do miócito. Miocardite comprovada por biópsia tipicamente demonstra infiltrado inflamatório do miocárdio com linfócitos, neutrófilos, eosinófilos, células gigantes, granulomas ou uma mistura. A fisiopatologia da miocardite continua sendo objeto de pesquisa. Potenciais mecanismos que levam à lesão miocárdica incluem Inflamação do miocárdio pode ser difusa ou focal. A inflamação pode se estender para o pericárdio (causando miopericardite). O grau do envolvimento miocárdico e a extensão para o pericárdio adjacente pode determinar o tipo do sintoma. O envolvimento difuso pode levar à insuficiência cardíaca, arritmias e, às vezes, morte súbita cardíaca. Pode se desevolver por infeccção, toxinas ou por abuso de fármacos. Fisiopatologia da miocardite MANUAL MSD. Página médica informativa. Disponível em >https://www.msdmanuals.com/pt-/miocardite-e- pericardite/miocardite<Acesso em: 01 OUT. 2022. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca/insufici%C3%AAncia-card%C3%ADaca-ic https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-cardiovasculares/arritmias-e-doen%C3%A7as-de-condu%C3%A7%C3%A3o/vis%C3%A3o-geral-das-arritmias https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/medicina-de-cuidados-cr%C3%ADticos/parada-card%C3%ADaca-e-rcp/parada-card%C3%ADaca A alimentação por via oral dificilmente é utilizada no paciente séptico, pois uma gama de fatores torna sua utilização limitada - por exemplo, o estado mental do paciente, as alterações gastrintestinais e outras. Assim, vias alternativas para o suporte nutricional tornam-se necessárias para o paciente desde que os mesmo não estejam hemodinamicamente instáveis, o que contraindica a terapia nutricional - minimizando o risco de instalação/agravamento da desnutrição. A nutrição enteral (NE) é a via preferida de administração de nutrientes, pois apresenta g a manutenção da integridade do trato digestório, a redução da frequência de complicações, a minimização do risco de translocação bacteriana e prevenção da desnutrição. O emprego da nutrição parenteral (NP) reserva-se para as situações nas quais a via enteral não for suficiente para atender as necessidades nutricionais estimadas - uso combinado NE/NP - ou nos contextos em que a utilização do trato gastrintestinal estiver impossibilitada (uso isolado de NP). Recentemente tem se recomendado a suplementação com glutamina, por via intravenosa, a qual tem efeito de ativação da resposta efetora Th1 nas células do sistema imunológico e Th2 nos enterócitos(é um tipo de célula epitelial da camada superficial do intestino delgado e intestino grosso. Estas células podem quebrar moléculas e movê-las para dentro dos tecidos.) Fisiopatologia da Nutrição BATISTA, Rodrigo. Universidade Federal de Viçosa Departamento de Medicina e Enfermagem (DEM). Viçosa, 2011. LOSARTANA 25mg: Anti-Hipertensivo. Seu uso pode recomendar abaixar níveis de Na, Cal, na urina, seu uso pode aumentar níveis de potássio. RISPERIDONA 1 mg: Anti-psicótico. Seu uso pode aumentar o apetite, aumentar o peso, aumentar ou diminuir salivação, pode causar constipação, diarreia. 90% ligado ás proteínas séricas. Pode diminuir função hepática ou renal. FUROSEMIDA 10 mg/ml: Diurético. Pode tomar com alimento ou leite, diminui desconforto gastrointestinal, importante aumentar níveis de potássio, e magnésio e diminuir cálcio e sódio. Pode aumentar sede. Pode causar constipação ou diarreia. METOCLOPRAMIDA 5mg: Antiemético para tratar gastroparesia diabética. Tomar 30min antes das refeições ao deitar. Pode causar boca seca, esvaziamento gastrico, náusea,dispepsia, flatulência, diarréia, obstipação.Pode alterar requerimentos de insulina. FÁRMACOS E INTERAÇÃO DROGA-NUTRIENTE MARTINS, C.; MOREIRA, S; PIEROSAN, S. NutroClínica-clínica de nutrição. Valter Fila, 2003. ANAMNESE ALIMENTAR: TRIAGEM Avaliação Nutricional Alergias e/ou intolerâncias alimentares: não História de perda de peso: sim Alteração do apetite: sim Alteração da ingestão: sim Alterações gastrointestinais: sim Risco/presença de lesão por pressão: sim (baixo) 1. 2. 3. 4. 5. 6. RECORDATÓRIO 24 H Total de 1.924kcal /consumindo: 1.140kcal 56% CHO 26% LIP 18% PTN 86g - PTN 55g - K 3.4g - SAL Dieta do paciente:LIVRE Dia 28/09/2022 Histórico de dietas 09/09/2022: Dieta enteral HCHP (hiper calórica e hiper proteíca) 1200 kcal - 20 ml/h por bomba de infusão contínua 12/09/2022: Dieta Pastosa - 1350 kcal 14/09/2022: Dieta Livre - 1590 kcal 28/09/2022: Dieta Livre - 1732 kcal Paciente relatou que estava comendo muito fora de casa e ficando sem tempo de preparar sua comida. Relatou que consumia todos os dias salgados de lanchonetes e refrigerante, relatou também que sempre consumia fruta pela manhã e café puro. Também relatou baixa ingestão de água durante a semana. Frequência alimentar Peso AFERIDO:53 kg Altura INFORMADA: 1.54 m IMC: 22,35 Circunferência do Braço: 24 cm Circunferência da Panturrilha: 35 cm Altura do joelho: 45 cm Peso usual: 68 kg pp%: 22% / tempo: 3 meses HDN: DESNUTRIÇÃO MODERADA (pela perda de peso ponderal) AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Ureia: 31 mg/dL (13 a 43 mg/dl) Creatinina sérica: 1.4 mg/dL (0,6 a 1,1 mg/dl) Proteína C reativa (PCR): Positivo, 31 mg/L ( <5,0 mg/L) Potássio: 4.5 mEq/L (3,5 a 5,1 mEq/L) SAT O2: 26,7% (60% a 75%) Lactato: 3,3 mMol/L (0,5 a 2,2) Os exames alterados foram a Proteina C reativa que o resultado foi positivo. A proteína C- reativa (PCR) é uma proteína produzida pelo fígado que, geralmente, está aumentada quando existe algum tipo de processo inflamatório ou infeccioso acontecendo no corpo, sendo um dos primeiros indicadores a estar alterado no exame de sangue nestes casos. No exame de lactato, o resultado se encontra um pouco alterado do recomendado devido á um acúmulo da concentração por causa da Sepse da paciente. A creatinina também está um pouco alterado e possivelmente está com a função renal comprometida. AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA Journal of Medical Virology. 2020 Foi observado durante a avaliação nutricional: SEMIOLOGIA Bola gordurosa de Bichart depletada Paciente apresenta Flacidez cutânea Palidez Segundo os critérios de avaliação, o paciente se enquadra no quadro de desnutrição. O paciente apresentou exames bioquímicos alterados na creatinina e ureia, para não saturar a atividade renal foi reduzido o valor da proteína da dieta e pela desnutrição foi feito uma dieta hipercalórica respeitando as evoluções clínicas da paciente receiptando suas necessidades nutricionais e fisiológicas. DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL CONDUTA NUTRICIONAL Prescrição: Dieta Enteral HCHP nasoentérica Kcal: 1200 kcal --- 1000 ml BIC: 40 ml/h ptn: 58.5 g Dieta pastosa Kcal: 1350 kcal ptn: 58.5 g Dieta Livre Kcal: 1732 kcal ptn: 65 g Necessidade energética: 1.200 Kcal/dia --- 25 (kcal/ kg peso/dia) Cálculo das necessidades Necessidade proteíca: 58.5 g/dia --- 1.3 g ( PTN/kg peso/dia) 1 BOLSA DE 1000 ml com 1200kcal -- 1200-1500kcal= - 300 kcal = sobrar 200 ml da bolsa = 800 ml total 800ml /20h= 40 ml/h -- 15%ptn x 800ml / 4 = 30 g ptn/h Dieta elaborada Dieta enteral Dieta livre Necessidade energética: 1.732 Kcal/dia --- 35 (kcal/ kg peso/dia) Necessidade proteíca: 65 g/dia --- 1.3 g ( PTN/kg peso/dia) Após a realização da triagem, a paciente evoluiu clinicamente e assim houve evolução também da dieta ofertada, após melhora da disfagia e estado neural da paciente de 20 em 20 ml de dieta enteral ( 1 bolsa de 1000ml por dia (20h é o padronizado do hospital) ), foi passado para dieta pastosa até a recuperação do trato gastrointestinal. Depois dessa melhora evoluímos a dieta pastosa para livre pois a paciente já respondia bem aos tratamentos, relatava fome, diarreia, pouca opção de alimentos da dieta pastosa e após essa evolução a paciente conseguia ingerir um valor maior de calorias para suprir suas necessidades e para impedir maior perda de peso escolhemos uma dieta hipercalorica, de 35 kcal/peso, assim a paciente parou de perder peso até a sua alta. JUSTIFICATIVA DA PRESCRIÇÃO DIETOTERÁPICA Dia 08/09/2022 paciente admitido na Clinica médica, com quadro de insuficiência cardíaca e septicemia, com dieta suspensa por causa da acidose metabólica. Com 45 kg. Acordada, em uso de dobutamina aumentando a força de contração do músculo cardíaco. Evolução clínica e nutricional Dia 09/09/2022 paciente em melhora da acidose, inicio de dieta enteral HCHP a 20 ml/h em Bomba de infusão contínua. Evacuação ausente, dieta enteral em progressão para 40 ml no dia seguinte. CNE em posição nasogastrica. Dia 13/09/2022 paciente progredida para dieta VO pastosa em boa aceitação, em uso de tiamina(B1), evacuação presente, apresenta náusea, aferido 53 kg. Paciente em melhora nos exames bioquímicos. Dia 26/09/2022 Dieta livre, Declara boa aceitação e evacuação e diurese presentes. Aferido 49.5 kg .em AA. nega náusea ou vômito, deambulando, paciente em melhora dos estados clínicos e com previsão de alta. A orientação de alta se fosse para enteral Orientação de alta HOB, 2021 A orientação de alta se fosse para enteral Orientação de alta HOB, 2021 A orientação de alta será para dieta livre. Orientação de alta HOB, 2021 O paciente apresentou melhoras do estado nutricional desde que foi admitido do setor, como melhora do apetite, consequente melhora do trato gastrointestinal, melhora cognitiva, antes estava acamada no CTI tendo alimentação via sonda, atualmente já deambula, faz ingestão da dieta livre. Paciente ainda perde peso proveniente do tempo de internação e teve alta dia 30/09/2022. Conclusão
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