Endocrinologia da Gestacao e Parto em Cadelas

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Endocrinologia 
da Gestação e 
Parto em Cadelas
Rev Bras Repr Animal, v.33, n.1, p. 3-10
FISIOLOGIA ANIMAL I
PROF. MARCELO BARCELOS ROCHA
GRUPO 1
ANDERSON LUIS ZINDA AZEVEDO
BRENDA TAVARES POGOZELESKI
DANIELA OLIVEIRA MARKO
ELIANA DA SILVA
LEONARDO CARVALHO NUNES
RAFAEL ANDRADE FAGUNDES
ROGÉRIO PERIN
TAINARA VIEGAS DOS REIS
Curso de Medicina Veterinária – Turno Noite
Centro Universitário CESUCA
Introdução
O conhecimento da síntese, secreção e ação dos 
hormônios durante o desenvolvimento embrionário e fetal 
e no mecanismo do parto é essencial para estabelecer o 
diagnóstico precoce de alterações e facilitar a instituição 
de terapia adequada que permita a manutenção e o 
desenvolvimento da gestação e do parto.
Leonardo Carvalho Nunes
Principais 
Hormônios da 
Gestação 
A liberação e o equilíbrio participativo entre 
diferentes hormônios, que serão apresentados 
aqui, garantem a manutenção e a progressão da 
prenhez.
Já o desencadeamento do parto ocorre pela
ação conjunta da progesterona, estrógeno e 
ocitocina.
A duração da gestação canina apresenta
variação de 56 a 68 dias (±64 dias), esta 
inconstância depende de:
✓ Viabilidade prolongada do sptz no útero
✓ Maturação oocitária de duração variável
✓ Maia-vida prolongada do oócito
Leonardo Carvalho Nunes
Endocrinologicamente, a gestação em cadelas 
é amparada por diferentes mecanismos de ação 
hormonal, controlados por meio do eixo
Hipotálamo-hipófise-ovariano.
Principais Hormônios da Gestação 
Endocrinologicamente, o intervalo de tempo gestacional compreende 65 ± 1 dias, 
estabelecido a partir:
✓ do pico pré-ovulatório de LH 
✓ ↑ concomitante da progesterona sérica
De um modo geral, o parto ocorre 63 dias após a ovulação (dia 0), 64 dias após o primeiro acasalamento ou 
inseminação artificial (dia 1) e 43 dias após a implantação (dias 21-22).
A manutenção da gestação está sob a dependência dos ovários. 
Lembrando que o corpo lúteo é uma glândula endócrina que constitui um local de rápido remodelamento, 
crescimento, transformação e apoptose de células originárias da camada granulosa, teca, capilares e 
fibroblastos.
Leonardo Carvalho Nunes
Progesterona
Características:
•Origem primária na gestação: Corpo Lúteo;
•Manutenção da gestação (único hormônio 
esteróide necessário);
•A secreção de P4 e manutenção da gestação 
dependem de hormônios luteotróficos (LH e 
Prolactina) secretados pela hipófise;
•Prediz momento do parto ( ↓ de P4)
•Estrógeno pode contribuir na síntese de 
progesterona;
•Receptores de estrógeno e progesterona alfa 
estão correlacionados.
No período gestacional:
•Desenvolvimento endometrial;
•Integridade placentária;
•Reduz atividade miometrial e sensibilidade à 
ocitocina;
•Torna o útero quiescente (tranquilo/em repouso).
Tainara Viegas dos Reis
Progesterona
Síntese influenciada
• Peso corpóreo ⇨ + 
20Kg ⇨ Maior nº de 
Corpo Lúteo
• Faixa etária ⇨ + 2,5 
anos ⇨ + eficiência em 
sintetizar a P4
⇩
Comparado com 
cadelas mais jovens e 
de peso menor
Níveis de concentração
• Raças mistas e Beagle período 
gestacional: entre 14,8 - 50,2 
ng/mL;
• Implantação e desenvolvimento 
embrionário: aumento específico 
de P4
• 15 até 30 dias após o pico de LH: 
valores máximos (15 a 85 ng/mL)
• Terço final: declinam (4 a 16 
ng/mL)
• 1 a 2 dias antes do parto: 1 a 2 
ng/mL
NÃO DEVE SER USADO NO 
DIAGNÓSTICO pois os níveis 
elevados da 2ª fase da gestação 
são similares aos de cadelas não 
gestantes.
Corpo Lúteo em gestante
• Sintetiza e secreta + esteróides
(em relação a não gestantes);
• Esse aumento não reflete nas 
concentrações plasmáticas (↑ 
volume sanguíneo = 
hemodiluição e + metabolismo 
esteroidogênico durante a 
gestação);
• Até 30 dias de prenhez tem 
manutenção independente de 
gonotrofinas;
• Após, a queda de Progesterona 
indica regressão do Corpo 
Lúteo
↳ aumento de LH e Prolactina 
(responsáveis pela manutenção 
do C.L nessa fase).
Tainara Viegas dos Reis
Prolactina Subtítulo
Anderson Luis Zinda Azevedo
Estrógeno
Têm funções importantes relacionadas às 
características de cio, como no proestro, 
apresentando: 
✓ ↑concentração de estrógeno no seu 
corpo,
✓ ↑ de tamanho da vulva, 
✓ dilatação do cérvix, 
✓ espessamento do endométrio, e
é nesse momento que ocorre um 
sangramento vaginal. 
Brenda Tavares Pogozeleski
Produzido pelos ovários e pela 
placenta durante a gravidez
Estrógeno
A presença de receptores de 
estrógeno no ovário, 
associada ao aumento das 
concentrações séricas deste 
hormônio, sugere a ação 
autócrina do estrógeno 
durante a gestação, o 
estrógeno placentário possui 
também ações autócrina e 
parácrina o que, por 
conseguinte, caracteriza-o 
como principal responsável 
pelo crescimento e pela 
diferenciação da própria 
placenta. Entretanto, a 
produção placentária do 
estrógeno em cadelas ainda 
não está determinada.
• A síntese de estrógeno foi demonstrada no corpo 
lúteo. No período gestacional correspondente aos 
dias 40 e 65 de gestação, ocorre aumento das 
concentrações plasmáticas de estrógeno, 
alcançando valores de 20 pg/mL até 30 pg/mL
momentos antes do parto.
• Em estudo realizado por Richkind (1983), verifica-se 
a presença de estrógeno total na urina de cadelas 
gestantes e não gestantes, porém no período 
correspondente a três semanas após o 
acasalamento, a concentração deste hormônio foi 
maior em cadelas gestantes.
Brenda Tavares Pogozeleski
Prostaglandina
(PGF2α)
Os elevados níveis de cortisol fetal 
atuam diretamente sobre o útero e 
sobre a placenta, provocando a 
liberação de PGF2α
# 36-24H antes do parto
#Este hormônio participa na 
contração e relaxamento uterino.
Daniela Oliveira Marko
Prostaglandina (PGF2α) 
PGF2αProgesterona (P4) Estrógeno
Essa rápida elevação de 
PGF2α no final da gestação 
está relacionada com: 
#luteólise pré-parto
#temperatura corporal 
#contração do miométrio
PGF2α dão lugar ao aumento 
da sensibilidade do útero à 
Ocitocina
Glândula Adrenal
Produção de Cortisol
Diminuição da 
produção de P4 
placentária
Fim da inibição 
das contrações 
do músculo 
uterino
Daniela Oliveira Marko
Principais 
Hormônios do 
Parto
↑na proporção progesterona : estrogéno
Deslocamento placentário
Dilatação da cervix Culminando no Parto
↑ da contratibilidade uterina
24-12h que precedem o parto, ocorrem algumas alterações:
Temperatura corporal maternal
Comportamento – inquietação e ↓ do appetite
Cortisol
O completo desenvolvimento fetal e a manutenção do eixo
hipófise-adrenal-fetal (importante para o início do parto)
O ↑ dos níveis de cortisol materno são decorrentes do ↑ da
secreção do cortisol fetal ( responsável pela conversão
placentária de progesterona em estrogéno levando a ↓ dos 
níveis plasmáticos de progesterone e consequente síntese e 
secreção de PGF 2ꭤ uterina.
Cortisol
Relaxina
Ocitocina
Eliana da Silva
Relaxina
Secretada principalmente pelo corpo lúteo durante a 
gestação. Em algumas espécies a placenta ou o endométrio 
produzem relaxina. 
Principais Características
• É um hormônio específico da gestação e no parto.
• Não é detectado em cadelas não gestantes
• Inibi a contração miometrial
• Aumenta o crescimento uterino para acomodação do 
desenvolvimento fetal
• Elevação do nível de relaxina a partir da quarta semana de 
gestação
• Pico na sexta e oitava semana com níveis máximos de 5 
ng/mL
• Maior concentração nos tecidos lúteos a partir do 35º dia
• Responsável pela separação da sínfise púbica através do 
relaxamento do ligamento interpubiano
O principal efeito biológico é 
promover a dilatação da cérvice e 
da vagina antes do parto
Rafael Andrade Fagundes
Ocitocina
Hormônio sintetizado no núcleo paraventricular e
supraóptico do hipotálamo e armazenado em grânulos
secretórios na hipófise posterior.
Sua função no trabalho de parto não requer 
necessariamente o aumento de sua concentração 
plasmática (Wu et al.,1996), mas o tratamento com 
estradiol aumenta o nível de ocitocina circulante 
(Amico et al., 1981; Mitchell et al., 1998).
Mecanismo de Ação
Estimula a contração do miométrio por dois mecanismos 
paralelos. O primeiro aumenta a concentração de cálcio 
intracelular, o que aumenta a contratilidade uterina (Challis et 
al., 1994), o segundo envolve estimulação indireta da 
contração uterina por meio da síntese de prostaglandina pelo 
endométrio, (Fuchs et al., 1983; Riemer et al., 1986). 
Quando liberado na circulação, 
causa contração do miométrio 
(musculatura lisa do útero) durante o 
parto e a descida do leite na 
lactação.
Rogério Perin
Considerações Finais
Com o advento de novas técnicas de endocrinologia molecular, os eventos
hormonais se tornaram passíveis de reconhecimento, especialmente no que tange ao
esclarecimento dos mecanismos de ação e interações hormonais em espécies animais.
Na última década os estudos relacionados à endocrinologia da gestação e do
parto em cadelas elucidou diversos padrões hormonais, porém ainda se faz necessário
que novas pesquisas sejam conduzidas para aumentar o conhecimento técnico-científico
nesta espécie, uma vez que as cadelas apresentam particularidades reprodutivas que as
diferem das demais espécies.
Rogério Perin