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APG 33 - Câncer de Pele

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Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
 
LESÕES BENIGNAS DE PELE 
QUERATOSE SEBORREICA 
Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões verrucosas no tronco, na 
face e nos membros. Frequentemente, há herança mendeliana 
dominante e não sofre transformação maligna. 
FISIOPATOLOGIA 
Resulta da proliferação de queratinócitos do infundíbulo folicular e, 
aparentemente, tem origem monoclonal representando, portanto, 
tumores foliculares. É comum história familiar indicando influências 
genéticas. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
As lesões usualmente são múltiplas, são pápulas circunscritas, 
ligeiramente elevadas, verrucosas, cuja cor varia de castanho-claro 
à escura, com diâmetro de poucos mm a 2cm. São cobertas por 
escama aderente, córnea e graxenta que, quando retirada, mostra 
superfície mamelonada ou sulcada. 
 
Geralmente, numerosas lesões se localizam no tronco, pescoço, face 
e nos membros; são persistentes, enquanto outras surgem com a 
idade. Quando localizadas em áreas intertriginosas, pode haver 
infecção secundária, com maceração e mau-odor. Algumas vezes, as 
lesões de queratose seborreica sofrem processo de eczematização. 
O aparecimento súbito se forma eruptiva de múltiplas lesões de 
queratose seborreica constitui o sinal de Leser-Trélat -> 
manifestação paraneoplásicas. 
Histopatologia -> papilomas benignos que, histologicamente, podem 
apresentar variações. A forma clássica apresenta-se como 
proliferação exofítica de células basaloides uniformes, contendo 
pseudocistos de queratina e grande quantidade de melanócitos. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é clínico, mas, em todos os casos em que haja dúvida 
quanto à possibilidade de outras lesões pigmentares, como nevos 
displásticos ou melanoma benigno, o exame histopatológico é 
indispensável. 
 
 
Dermatoscopia é útil na diferenciação de outras lesões pigmentares 
pela presença de grande quantidade de pseudocistos córneos 
facilmente visualizáveis. 
DERMATOSE PAPULOSA NIGRA 
É uma variante clínica da queratose seborreica, comum em negros, 
especialmente em mulheres, com ocorrência de predisposição 
familiar extremamente frequente. 
Histopatologia -> idêntica à da queratose seborreica. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Pápulas de 2-4mm, pretas, ligeiramente elevadas, localizadas na 
face, particularmente na região malar e fronte, ocorrem 
eventualmente no pescoço, na face anterior do tronco e no dorso. 
Surgem, em geral, na 4ª década de vida. 
 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico é clínico. Os diagnósticos diferenciais são: dermatite 
seborreica clássica, acrocórdon e, ocasionalmente, verrugas virais, 
nevos melanocíticos, tricoepiteliomas, siringomas, triquilemomas 
e angiofibromas. 
ESTUCOQUERATOSE 
Proliferação epitelial benigna, considerada como variante da 
verruga seborreica. 
Histopatologia -> caracteriza-se pela presença de hiperqueratose 
ortoqueratósica, acantose e papilomatose. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Trata-se de lesão observada em indivíduos idosos constantemente 
expostos ao sol, daí a frequência de associações com queratose 
actínica, elastose solar e alterações próprias da pele idosa. 
APG 33 - Lesões de Pele 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Clinicamente, são pápulas hiperqueratósicas arredondadas/ovais, 
de cor acinzentada ou castanho-acinzentada, de tamanho e número 
variáveis, assintomáticas, localizadas predominantemente nas 
pernas e nos pés, particularmente em torno da região do tendão de 
Aquiles, que à curetagem metódica, desprendem-se. 
 
DIAGNÓSTICO 
É clínico e eventualmente histopatológico. 
HIPERPLASIA SEBÁCEA SENIL 
Quadro extremamente frequente a partir da idade madura. 
Histopatologia -> demonstra glândula sebácea hiperplasiada 
localizada na derme superior. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Pápulas de 2-4mm de tamanho, de cor amarelada, umbilicadas, que 
surgem em indivíduos maduros, com predomínio no sexo masculino; 
localizam-se na face, particularmente na fronte, sem qualquer 
manifestação subjetiva. 
 
Existem formas raras com disposição zosteriforme linear e lesões 
circunscritas na aréola mamária e na vulva. 
DIAGNÓSTICO 
É clínico e, excepcionalmente, necessita-se de estudo 
histopatológico para afastar o carcinoma basocelular. 
GRÂNULOS DE FORDYCE 
Quadro assintomático consequente à presença de glândulas 
sebáceas ectópicas nos lábios, nas mucosas oral e genital. 
Extremamente frequente, ocorre em cerca de 70% da população. 
Histopatologia -> glândulas sebáceas desprovidas de folículos 
pilosos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Apresentam-se como pápulas ou manchas amareladas de 1-2mm, 
múltiplas, localizadas especialmente no lábio superior e na mucosa 
bucal. 
DIAGNÓSTICO 
É clínico e muito raramente exigirá diagnóstico diferencial que 
poderá ser necessária, conforme a localização. 
 
SIRINGOMA 
Quadro frequente, representado por neoplasia benigna de origem 
écrina, existindo formas localizadas, comuns, e disseminadas, raras, 
que podem ter caráter familiar. 
Histopatologia -> compõem-se de pequenos ductos císticos em 
forma de vírgula e cordões epiteliais embebidos em estroma 
fibroso. Aparentemente, o siringomas é um tumor derivado da 
porção intraepidérmica do ducto sudoríparo écrino. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Caracteriza-se por pápulas duras, achatadas, de 1-3mm de 
tamanho, cor amarelo-rósea, quase idêntica à da pele. 
Localiza-se com mais frequência nas pálpebras inferiores e na 
região periorbitária, particurlamente em mulheres adultas. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
 
Há outra forma clínica que surge no período de pós-puberdade, 
disseminada, com lesões no pescoço, face anterior do tórax, nas 
axilas, na face interna dos braços e na região umbilical, que às vezes, 
tem caráter familiar (hidradenoma eruptivo). 
 
DIAGNÓSTICO 
Em geral, é clínico, podendo ser corroborado pelo exame 
histopatológico característico. 
HIDROCISTOMA ÉCRINO 
FISIOPATOLOGIA 
Resultam de dilatações císticas dos ductos écrinos em consequência 
da retenção de secreções. Podem crescer com a elevação da 
temperatura e pelo aumento das secreções écrinas e são únicos ou 
múltiplos. 
Histopatologia -> cistos uniloculados contendo material claro e cuja 
parede é composta por duas camadas de células achatadas. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Mais comuns em adultos de idade mediana/idosos. Apresentam-se 
como lesões de 1-5mm, duras, translúcidas ou opalescentes na face, 
especialmente em torno dos olhos e, eventualmente, no pescoço e 
no tórax. 
 
DIAGNÓSTICO 
É clínico e histopatológico, sendo necessário o diagnóstico 
diferencial com outras lesões císticas. 
POROMAS 
Compreende um grupo de neoplasias anexiais benignas oriundas 
das porções ductais terminais. Reconhecem-se histologicamente, 
de acordo com a sua localização em relação à epiderme, 3 variantes: 
❖ Hidroacantoma simples -> localiza-se na epiderme sob a forma 
de agregados bem delimitados de células cuboides/ovoides 
(poroma intraepidérmico). 
❖ Poroma écrino -> compõe-se de agregados de células 
basaloides uniformes que se irradiam a partir da camada basal 
da epiderme para a derme (poroma justaepidérmico). 
❖ Tumor ductal dérmico -> é composto por nódulos dérmicos 
formados por células poroides e cuticulares (poroma 
intradérmico). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Hidroacantoma simples -> ocorre frequentemente em mulheres, 
sob a forma de placa hiperqueratósica única localizada, em geral, 
nas extremidades. 
Poroma écrino -> surge habitualmente sob a forma de tumoração 
séssil ou ligeiramente pedunculada, de consistência firme, dolorosa 
ou pruriginosa, localizada preferencialmente nas regiões 
palmoplantares e, raramente, no tronco, na cabeça e no pescoço. 
❖ Em geral, é recoberto por pele de coloração normal ou 
levemente eritematosa/pigmentada; a superfície pode ser lisa 
ou lobulada e, nas áreas de pressão, há risco de ulceração. 
 
Tumor ductal dérmico -> manifesta-se em adultos como pápula ouplaca única, de cor da pele normal/hiperpigmentada localizada 
frequentemente na cabeça ou no pescoço. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico definitivo é histopatológico. 
HIDRADENOMAS 
FISIOPATOLOGIA 
Neoplasias benignas de origem não somente écrina, mas também 
apócrina. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Histopatologia -> observa-se na derme ou mesmo atingindo o 
subcutâneo, lesão nodular ou nódulo-cística composta por células 
de citoplasma abundante, com núcleos uniformes, ocasionalmente 
de aspecto muito claro (hidradenoma de células claras). 
Algumas lesões contêm estruturas tubulares revestidas por células 
colunares com padrão de secreção por decapitação (hidradenomas 
apócrinos). Às vezes, lesões císticas são proeminentes 
(hidradenomas nódulo-císticos). 
DIAGNÓSTICO 
Histopatológico. 
SIRINGOCISTOADENOMA PAPILÍFERO 
Tumor benigno anteriormente considerado hamartoma de 
glândulas sudoríparas écrinas e que agora se admite tratar-se de um 
adenoma apócrino. 
Histopatologia -> invaginação epidérmica crateriforme, no interior 
da qual se encontram projeções papilíferas revestidas por células 
colunares mostrando diferenciação apócrina. No eixo conjuntivo 
dessas projeções, há infiltrado linfoplasmocitário variável. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Apresenta-se como placa papilomatosa, verrucosa ou erosiva, que 
aparece ao nascimento ou precocemente e que, na puberdade, 
adquire caráter vegetante verrucoso; ocasionalmente, apresenta 
depressão central com abertura que drena secreção. 
Localiza-se preferencialmente no couro cabeludo e no pescoço, é 
muito semelhante ao nevo sebáceo, com o qual se associa 
frequentemente. 
 
DIAGNÓSTICO 
Histopatológico. 
HIDROCISTOMA APÓCRINO 
Tumor benigno oriundo de glândulas apócrinas, ainda que a divisão 
dos hidrocistomas em apócrinos e écrinos seja, por vezes, discutida, 
porque nem sempre é possível de ser feita, inclusive por 
imunoistoquímica, mas admite-se que existam também diferenças 
clínicas. 
Histopatologia -> caracteriza-se por cavidade cística revestida por 
células colunares que apresentam a clássica secreção apócrina por 
decapitação. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
São geralmente únicos e, em geral, maiores que os écrinos. 
Caracterizam-se por nódulo de consistência cística, de coloração 
azulada, localizado, em geral, na face, especialmente na região 
palpebral, frequentemente ao longo da pálpebra inferior (cistos das 
glândulas de Moll) podendo eventualmente atingir outras regiões. 
EPITELIOMA CALCIFICADO D E MALHERBE (PILOMATRIXOMA) 
Tumor benigno oriundo do folículo pilossebáceo. 
Histopatologia -> composto por células basofílicas que perdem seus 
núcleos gradualmente, originando células de transição que 
evoluem para células-sombra, correspondentes a células da matriz 
do pelo queratinizado. 
❖ Em meio ao estroma conjuntivo, há reação de corpo estranho, 
calcificação e ossificação. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Surge, em geral, na infância, como nódulo intradérmico na 
consistência pétrea, quase sempre recoberto por pele normal, 
excepcionalmente ulcerado; às vezes, a pele suprajacente ao tumor 
torna-se anetodérmica e, eventualmente, ocorrem eritema e sinais 
inflamatórios. 
❖ Localiza-se frequentemente na face, no pescoço e nos 
membros superiores, é mais observado no sexo feminino. 
 
QUERATOACANTOMA 
Assemelha-se, clínica e histologicamente, ao carcinoma 
espinocelular, mas dele se diferencia pelo crescimento mais rápido 
e pelo caráter benigno, pois, em geral, regride espontaneamente. A 
sua histogênese ainda é discutida, mas há muitos elementos 
favoráveis a partir da proliferação do epitélio pilar. 
Histopatologia -> análise da arquitetura tissular. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Tumoração hemisférica, com 1-2cm de diâmetro; configuração 
vulcânica, cuja cratera central é ocupada por massa córnea; borda 
regular; de cor branco-amarelada, rósea ou violácea. Localiza-se, de 
preferência, nas áreas descobertas. 
 
Há uma fase de crescimento rápido, que dura de 4-8 semanas, a que 
se seguem período estacionário e involução espontânea, com 
duração de 4-6meses. Nas formas típicas, o crescimento rápido e a 
massa córnea central são elementos importantes para 
diferenciação com o carcinoma espinocelular. 
❖ Existem formas especiais de queratoacantoma. 
 
LESÕES PRÉ-MALIGNAS/DERMATOSE PRÉ-CANCEROSA 
Dermatoses pré-cancerosas referem-se a doenças cutâneas que 
podem, eventualmente, se tornar malignas em um prazo variável 
de meses ou anos. Alguns fatores são importantes quanto à origem 
das doenças pré-cancerosas: 
❖ Fatores individuais ou genéticos -> raça, genodermatose, 
espessamento da camada córnea. 
❖ Fatores ambientais -> exposição ao sol, contato com 
substancias carcinogênicas, etc. 
❖ Alterações crônicas patológicas da pele -> úlceras, 
queimaduras, fístulas, etc. 
Pode-se classificar as dermatoses pré-cancerosas com alto risco de 
transformação maligna e as de baixo risco, sendo as de alto risco 
sem tendência à regressão espontânea, que ao longo do tempo se 
tornarão malignas e, dessa forma, não devem permanecer sem 
tratamento. As lesões de baixo risco têm possibilidade de 
transformação maligna, porém nem sempre seu tratamento é 
obrigatório, necessitando, muitas vezes, apenas de observação 
clínica. 
DERMATOSES COM ALTO RISCO DE TRANSFORMAÇ ÃO 
CERATOSE/QUERATOSE ACTÍNICA 
É conhecida também com o nome de ceratose senil, por aparecer 
na idade avançada; não é sinal de velhice, mas sim de manifestação 
da irradiação solar cumulativa, progressiva, persistente e duradoura 
-> daí a sua localização preferencial nas áreas expostas. 
Em geral, é múltipla e caracteriza-se por pequenas lesões (alguns 
mm-cm de diâmetro) discretamente salientes, de coloração 
acastanhada, com superfície rugosa. 
❖ Às vezes, o aspecto da lesão é atrófica e eritematosa com 
descamação. 
Também é denominada de ceratose actínica/ceratose solar -> é a 
lesão pré-maligna mais comum e é caracterizada por placas 
eritematosas, secas e ásperas, com uma superfície descamativa e 
algumas crostas. 
 
LESÕES BRANCAS DAS MUCOSAS 
São observadas nas mucosas ou no epitélio de transição e podem 
progredir para carcinoma espinocelular. A queratose actínica, 
localizada quase sempre no lábio inferior em decorrência da 
exposição solar, é denominada pré-cancerosa, mostrando, ao 
exame clínico, escamas esbranquiçadas, aderentes, às vezes com 
fissuras de fácil sangramento e erosões. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Além da exposição solar, irradicação constante por produtos 
químicos (fumo) e irritação física (dentes pontiagudos, próteses 
dentárias mal adaptadas) causam quadro clínico semelhante. 
Acomete também as regiões retroangulares, laterais da mucosa oral 
e área de transição do epitélio. 
DOENÇA DE BOWEN 
Na verdade, não é uma lesão pré-maligna, e sim um CEC in situ. 
Possui risco de invasão de 5% e se caracteriza por ser uma placa 
eritematosa com descamação superficial, com ou sem crostas. 
Caracteriza-se por lesões eritematoescamosa, bordas bem 
delimitadas, porém irregulares, superfície por vezes velvética, 
outras vezes exsudativa, pouco infiltrada, com crescimento 
centrífugo lento. 
Quando ocorre no pênis, o risco de invasão aumenta para 33%, e 
recebe denominações diferentes. 
❖ No corpo do pênis sob a forma de pápulas -> papulose 
Bowenoide. 
❖ Mucosa (glande) -> eritroplasia de Queyrat – placa 
eritematosa, brilhante e com aspecto aveludado. 
 
 
 
 
DOENÇA DE PAGET 
Existem 2 formas clínicas de acordo com a sua topografia: 
❖ A que acomete a aréola mamária e o mamilo. 
❖ Lesões extra mamárias. 
Caracteriza-se por lesão de aspecto eczema, unilateral e bem 
delimitada, causada por adenocarcinoma ductal subjacente; o 
mamilo pode ou não estar retraído. 
 
Tem início como lesão eritêmatodescamativa e pruriginosa, que 
lentamente se estendenão só à região do mamilo como também à 
aréola mamária e à mama propriamente dita. Simula um eczema 
crônico e os doentes são, muitas vezes, tratados por longo período 
como portadores de dermatite de contato, micose ou 
neurodermite. 
A evolução é lenta, podendo tornar-se infiltrada e ulcerar em 
algumas ocasiões. É menos comum no homem, para o qual é de pior 
prognóstico. 
O Paget extramamário predomina nas regiões abdominal inferior, 
perineal, perianal e axilar, isto é, em áreas de maior concentração 
de glândulas apócrinas. O aspecto clínico é semelhante, porém, em 
regiões de dobras em consequência da umidade apresenta-se com 
cor esbranquiçada, lembrando líquen escleroatrófico. 
CÓRNEO CUTÂNEO 
Lesão com aspecto de chifre que corresponde ao acúmulo de 
material queratinizado. Abaixo dele pode haver lesões malignas ou 
benignas, mas como não é possível diferenciá-las, deve ser feita a 
excisão. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
LENTIGO MALIGNO 
Também denominado melanose circunscrita pré-cancerosa de 
Dubreuilh. É uma mácula castanho-enegrecida, cujas bordas não 
são bem delimitadas e que, de forma lenta, vai se tornando 
fortemente pigmentada até a cor negra. 
Quando se observa um ligeiro espessamento (infiltração) ou a 
formação de um nódulo já está caracterizada a transformação para 
melanoma e, assim sendo, o exame anatomopatológico orientará 
quanto ao grau de invasão. 
 
Incide, em geral, em indivíduos com mais de 60 anos de idade, e a 
evolução é extremamente lenta, havendo relatos de até 20 anos 
para transformar-se em melanoma. As mulheres são mais afetadas 
e a localização é em áreas de exposição crônica ao sol -> face, 
antebraços e pernas. 
DERMATOSES COM BAI XO RISCO DE TRANSFORMAÇÃO 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS CRÔNICAS 
Podem favorecer o surgimento de um carcinoma, quase sempre o 
CEC. Exemplos são os tumores originados nas bordas de uma fístula, 
úlcera de perna de longa evolução e cujas bordas apresentam-se 
elevadas, de consistência firme e de fácil sangramento, do líquen 
plano erosivo da mucosa oral, bem como traumas sucessivos na 
mucosa/língua, osteomielite, balanopostites recorrentes, etc. 
 
 
 
 
LESÕES MALIGNAS DE PELE (NEOPLASIAS) 
CARCINOGÊNESE 
Embora só recentemente se tenha começado a desvendar os 
mecanismos intrínsecos da transformação cancerígena, já se sabe 
há bastante tempo, em bases clínicas e experimentais, da existência 
de fatores carcinogênicos de diversas naturezas: 
❖ Físicos -> raios ultravioleta, sobretudo na faixa de 290 a 320 
nm (RUV-B); radiação ionizante (raios Grenz, raios X); calor e 
traumatismo. 
❖ Químicos -> alcatrão e seus derivados; arsênico etc. 
❖ Biológicos -> vírus e hormônios. 
Isolados ou concomitantemente, esses fatores agem sobre a 
epiderme e/ou derme do tegumento, provocando alterações 
iniciais (bioquímicas e ultraestruturais) que podem regredir – nessa 
fase ou após um período de latência – passar à fase proliferativa ou 
neoplásica propriamente dita. Ainda aqui, pode ocorrer a regressão 
espontânea, até mesmo em câncer já plenamente constituído 
(melanoma e carcinomas). 
O protoncogenes seriam os genes normais relacionados com o 
crescimento e a diferenciação celular. Ao sofrerem algum tipo de 
mutação, ou saírem do ambiente em que exerceriam um controle, 
tornam-se tumorigênicos. Atuam de modo dominante sobre o 
funcionamento da célula. 
Oncogenes (ou genes transformadores) -> um termo genérico 
aplicado para um grupo de genes reguladores que, quando 
alterados e ativados, contribuem para o desenvolvimento do 
câncer. 
Em adição, há os genes supressores que tem como função modular 
o crescimento celular ao atuarem nos mecanismos que regulam a 
proliferação e a diferenciação celulares, a estabilidade genômica e 
a apoptose. 
❖ O gene supressor mais conhecido é o p53, que está localizado 
no braço curto do cromossomo 17 e que codifica uma 
fosfoproteína de 53 kDa -> mutação dessa proteína faz com 
que haja perda da função, possibilitando o crescimento celular 
desordenado. 
Para que o câncer ocorra: 
❖ Iniciação -> é o primeiro estágio da indução ao câncer. Ocorre 
quando determinado agente é capaz de gerar alterações 
proeminentes no genoma da célula e de sua progênie. 
❖ Promoção -> deve ocorrer após a iniciação e o agente deve ser 
aplicado repetidas vezes, causando alterações reversíveis 
como inflamação, irritação e hiperplasia. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
O câncer de pele é subdividido em câncer de pele não melanoma, 
englobando quase a totalidade dos tumores cutâneos que são 
representados pelos CBC e CEC, e o câncer de pele melanoma. 
❖ Câncer de pele não melanoma -> compreende o CBC, mais 
frequente, e o CEC. Esses dois tumores malignos apresentam-
se de forma diferente aos exames histopatológico e clínico. 
São muito parecidos quando ao prognóstico, ambos 
apresentam baixa letalidade e as metástases são raras. 
❖ Câncer de pele melanoma -> é o menos frequente e o mais 
grave, detectado em 4% dos pacientes. Nas fases iniciais é 
curável, mas, sem tratamento, pode implicar no surgimento 
de metástases que causam elevada mortalidade. 
CARCINOMA BASOCELULAR - CBC 
CBC, neoplasia das células não queratinizadas da camada basal da 
epiderme, é o câncer de pele mais comum em pessoas de pele clara. 
As pessoas de pele cara com história de exposição ao sol 
significativa por um período prolongado são mais suscetíveis. 
O CBC geralmente é um tumor que não produz metástases, que 
cresce em largura e profundidade se deixado sem tratamento. Esses 
tumores são mais comumente vistos na cabeça e no pescoço, 
ocorrendo com maior frequência na pele não glabra. 
FATORES DE RISCO 
❖ Exposição prolongada ao sol, principalmente na infância e na 
adolescência. 
❖ Ter pele e olhos claros (ser naturalmente loiro/ruivo). 
❖ História familiar/pessoal de câncer. 
❖ Ter apresentado queimaduras solares ao longo da vida. 
❖ Exposição excessiva à radiação. 
❖ Imunossupressão. 
❖ Morar em regiões tropicais. 
❖ Exposição a arsênico ou outros componentes químicos 
pesados. 
❖ Bronzeamento artificial. 
❖ Pessoas que já tiveram CBC, mesmo que já estejam curadas. 
FISIOPATOLOGIA 
O CBC se desenvolve a partir dos queratinócitos basais da epiderme. 
Os danos ao DNA decorrentes do UVB podem desencadear uma 
resposta imunológica que provoca alterações nas células 
cancerosas. Embora o CBC não costume produzir metástases, pode 
aumentar lenta ou rapidamente, exclusivamente por extensão. 
Para o desenvolvimento de um CBC, o dano ao DNA induzido pela 
radiação UVB é um dos eventos principais para que ocorram 
mutações que culminam com o surgimento do tumor, 
principalmente a mutação de genes supressores de tumor na via 
Sonic Hedgehog nos queratinócitos. 
O gene mais frequentemente alterado na etiopatogenia do CBC é o 
PTCH, localizado no cromossomo 9q22.3 -> esse gene codifica um 
receptor proteico que participa na via de sinalização SH, agindo 
como um supressor de tumor. 
❖ O gene SH, em adultos, quando sofre alguma mutação, leva a 
um desequilíbrio de uma via sinalizadora de proteínas, 
desempenhando um papel crucial na carcinogênese, uma vez 
que sua função é manter homeostase dos tecidos, renovação 
celular e manutenção das células tronco. 
A maior parte dos CBC apresenta 2 tipos de mutações que alteram 
a via SH: 
❖ Mutação inativadora no alelo PTCH1. 
❖ Mutação ativadora no gene que codifica a proteína SMO. 
A 2ª alteração genética mais comum é a mutação do gene p53. 
Mutações no locus CDKN2A, que codifica o p16 e o p14, também 
foram encontradas em um pequeno número de CBC. Em contraste, 
os genes supressores de tumor, os oncogenes, não participam de 
forma tão significativa no desenvolvimento desse tipo de tumor. 
Existem algumas síndromes associadas ao desenvolvimento de 
múltiplos CBC, que são herdadas geneticamente: síndrome doCBC 
nevoide, síndrome de Bazex e síndrome de Rombo (autossômica 
dominante). 
 
! O papel do Sistema Imune na fisiopatologia do CBC ainda não é 
completamente esclarecido, uma vez que os pacientes 
imunocomprometidos tendem a desenvolver mais carcinomas 
espinocelulares que basocelulares. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A lesão mais característica do CBC é a lesão “perolada” -> lesão 
papulosa translúcida e brilhante de coloração amarelo-palha, que é 
frequente em quase todas as suas manifestações clínicas. Às vezes, 
essa lesão com dimensões pequenas é a única manifestação do 
CBC; outras vezes, a pérola ocorre na borda da lesão. 
❖ Em torno das lesões, não há inflamação, ou seja, as lesões são 
encastoadas em pele sã. 
❖ Não há comprometimento ganglionar ou sistêmico. 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
A localização preferencial é na região cefálica, seguida do tronco e, 
finalmente, dos membros. Quando a localização é nas orelhas, 
tende a ser mais agressivo -> é do tipo esclerodermiforme, 
infiltrativo, basoescamoso ou micronodular. O acometimento de 
mucosas ocorre exclusivamente por contiguidade. 
Papunodular, globosa ou nodulocística -> a pápula é a lesão inicial; 
seu crescimento, após anos, leva à forma globosa/nodular, que 
pode medir vários cm e que, se não tratada, certamente ulcerará. É 
a apresentação mais comum. 
 
Ulcerada -> pode iniciar-se já como pequena úlcera ou em 
consequência do crescimento da forma globosa; a inflamação é 
mínima, a secreção serosa é praticamente inexistente; a borda, no 
entanto, é sempre perolada. 
Terebrante (ulcus rodens) -> é uma forma ulcerada com invasão 
rápida, provocando grande destruição do maciço central da face, 
reunindo em um só orifício boca e fossas nasais – síndrome da 
gangosa. 
❖ Outras vezes, a forma terebrante destrói o globo ocular, 
podendo invadir até mesmo a calota craniana. 
 
 
Plano cicatricial -> é relativamente superficial e cresce 
centrigufamente, de modo que a parte central apresenta um 
aspecto cicatricial e a periferia é sempre perolada. Na lesão, podem 
ocorrer microulcerações com cicatrização posterior e, assim, ir 
crescendo. 
❖ É relativamente comum na região orbitária. 
 
Superficial, eritematosa ou pagetoide -> é representada por área 
geralmente oval, eritematoescamosa ou superficial, lembrando o 
LES. A borda é nítida, no entanto, delimitada por um cordão muito 
fino, nem sempre perceptível. É mais frequente no tronco. 
❖ Tem certa correlação com ingestão de arsênico. 
❖ É a apresentação do CBC própria dos pacientes submetidos à 
radioterapia. 
 
Esclerodermiforme, fibrosante ou morfeia-símile -> assemelha-se a 
uma placa de esclerodermia, e a borda não é nítida nem perolada; 
a superfície é lisa e brilhante, de cor amarelada; à palpação, sente 
dureza devido à fibrose. 
❖ É uma forma rara, de limites pouco definidos e infiltrativa. 
❖ É altamente recidivante. 
Pigmentada -> trata-se de uma lesão papulosa, globosa ou ulcerada, 
com grande quantidade de melanina. É mais comum em negros. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
 
 
Fibroepitelial ou fibroepitelioma de Pinkus -> caracteriza-se por 
lesões solitárias ou múltiplas, moles, muitas vezes pedunculadas, 
localizadas no dorso, lembrando fibromas. 
Síndrome do nevo basocelular (síndrome de Gorlin-Goltz) -> 
aparece já na infância, de tumores que, com a idade, aumentam 
consideravelmente em número e tamanho. Os tumores podem 
lembrar nevos ou fibromas. 
 
Síndrome do nevo basocelular linear unilateral -> caracteriza-se por 
inúmeros tumores e comedões, em distribuição linear, já presentes 
ao nascimento. É raríssima. 
 
Síndrome de Bazex -> caracteriza-se por atrofodermia folicular já ao 
nascimento e desenvolvimento de numerosos basaliomas na face, 
a partir da adolescência. A localização preferencial das cicatrizes é 
o dorso das mãos e pés. 
DIAGNÓSTICO 
É realizado com base na idade adulta do paciente e na morfologia 
da lesão, que é de crescimento lento, em geral na face e com 
aspecto perolado. Devemos suspeitar quando qualquer lesão passa 
a sangrar espontaneamente ou por mínimos traumas, crescimento 
súbito ou sintomatologia local. 
❖ Exame histopatológico é decisivo. 
❖ Dermatoscopia -> possibilita identificar critérios específicos 
para este diagnóstico. 
CARCINOMA ESPINOCELULAR - CEC 
Câncer derivado da proliferação descontrolada dos queratinócitos. 
Originária das células epiteliais do tegumento (pele e mucosa), com 
certo grau, maior/menor, de diferenciação. São o 2º tipo mais 
comum de tumores malignos da epiderme externa. 
Há forte ligação com o aumento na exposição à RUV e com o risco 
ocupacional de desenvolvimento de CE. 
FATORES DE RISCO 
❖ Exposição à radiação ultravioleta (UV) sem qualquer proteção. 
❖ Pessoas expostas a arsênico, alcatrões industriais, carvão e 
parafina. 
❖ Homens são 2x mais propensos que as mulheres. 
❖ Tabagismo e etilismo. 
❖ Fator genético. 
❖ Imunossupressão adquirida. 
❖ Inflamação crônica da pele. 
❖ Infecção pelo papilomavírus (HPV). 
❖ Medicamentos. 
 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
FISIOPATOLOGIA 
A etiopatogenia do CEC relaciona-se de maneira direta com 
exposição solar e é o mais frequente dos tumores relacionados com 
a imunossupressão. Algumas síndromes genéticas estão associadas 
ao seu aparecimento, tais como xeroderma pigmentoso, albinismo 
oculocutâneo, epidermodisplasia verruciforme. 
Também é chamado de carcinoma epidermóide, é tumor maligno, 
constituído por proliferação atípica de células espinhosas, de 
caráter invasor, capaz de originar metástases. Fatores imunológicos 
também são considerados na gênese do CEC por sua ocorrência 
maior em indivíduos cronicamente imunodeprimidos. 
CEC ocorre particularmente no xeroderma pigmentoso -> 
genodermatose em que há um defeito na reparação do DNA. 
Ocasionalmente, depressões imunológicas associam-se a fatores 
virais que também participam na gênese desse tumor (ex.: HPV), 
especialmente importantes nos carcinomas genitais, que envolvem 
particularmente os HPV 6 e 11, mas também o HPV 16. 
É considerado um câncer de pele “clássico” por apresentar uma 
lesão precursora (ex.: ceratose actínica), que pode progredir para 
um carcinoma invasivo com potencial de metástase. Origina-se da 
camada escamosa da epiderme e tem na mutação genética sua 
principal base molecular. 
Quando o CEC é diagnosticado na fase inicial do tumor, e tratado 
adequadamente, a cura é possível. Contudo, são tumores que 
podem recidivar, ser localmente destrutivos e até irresecáveis, 
causando metástases (disseminação do tumor para outros órgãos) 
e levar a óbito. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
As localizações mais comuns são lábio inferior, orelhas, face, couro 
cabeludo, dorso das mãos, mucosa bucal e genitália externa. Assim 
como ocorre com o CBC, os pacientes queixam-se de uma lesão 
verrucosa ou de uma lesão do tipo espinha em área de pele exposta 
ao sol, com crescimento lento e episódios de sangramento e 
sensibilidade. 
Na pele, há, inicialmente, área queratósica infiltrada e dura ou 
nódulo. A lesão aumenta gradualmente e ulcera-se. Na evolução, 
pode adquirir aspecto de ulceração com infiltração na borda ou 
tornar-se vegetante ou córnea. 
Na mucosa, pode iniciar-se em placa de leucoplasia, por área de 
infiltração ou lesão vegetante. No lábio inferior, ocorre em área de 
leucoplasia que se infiltra ou é lesão nodular ou nódulo-ulcerada ou 
ulcerovegetante. 
❖ Irritações crônicas pelo fumo, dentes defeituosos e aparelhos 
de próteses representam importante papel na gênese do 
quadro. 
Variante particular do CEC é o carcinoma verrucoso, de evolução 
lenta e aspecto anatomopatológico relativamente benigno, difícil 
de diferenciar-se de hiperplasias pseudoepiteliomatosas, exigindo, 
às vezes, várias biópsias para esclarecimento diagnóstico definitivo. 
❖ Paralelamente ao comportamentohistopatológico 
relativamente benigno, o carcinoma verrucoso tem também 
comportamento biológico menos agressivo, sendo as 
metástases mais raras. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
A diagnose deve sempre envolver a confirmação histopatológica. O 
diagnóstico do CEC é através de biopsia. A histopatologia de CEC in 
situ mostra queratinócitos anormais presentes em toda a espessura 
do epitélio. Essas lesões podem ter uma aparência celular mais 
fusiforme com alto risco de metástases e de recorrência local. 
MELANOMA 
O melanoma maligno é o câncer dos melanócitos. O melanoma 
origina-se dos melanócitos da epiderme, células pigmentadas e 
dendríticas localizadas na camada basal. É mais raro, mas é o tumor 
maligno mais agressivo da pele, já que possui alto poder 
metastático, podendo atingir cérebro, ossos, pulmão e vários 
outros órgãos. 
FATORES DE RISCO 
Os fatores de risco por toda a vida incluem: 
❖ Genótipos com risco agregado específico (ex.: CDKN2A). 
❖ Síndrome dos nevos atípicos (especialmente quando 2 
familiares próximos têm história de melanoma). 
❖ História familiar de melanoma em parentes de 1º grau, 
antecedente pessoal de melanoma. 
❖ Idade avançada, profissão com atuação ao ar livre ou na 
aviação. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
❖ Pele clara. 
❖ História de queimadura solar com bolhas. 
❖ História de bronzeamento artificial. 
❖ As queimaduras de sol graves e com bolhas no início da 
infância e as exposições solares intermitentes intensas 
contribuem para o aumento na suscetibilidade ao melanoma 
em adultos jovens e de meia-idade. 
Em sua maioria, os melanomas surgem como lesões primárias, 
embora alguns autores afirmem que até 30% ocorrem a partir de 
nevos preexistentes. 
A genética do melanoma é complexa, mas determinados oncogenes 
tornaram-se importantes em razão de sua frequência e das 
implicações terapêuticas da terapia-alvo (ex.: vemurafenibe, para 
mutação BRAF). 
Outras mutações além de BRAF (mais comum em melanoma 
extensivo superficial) são KIT (mais comum em melanoma lentigo 
maligno e melanoma lentiginoso acral), NRAS e CDKN2A (mutação 
específica mais comum no melanoma familiar). 
❖ Cerca de 20-40% dos casos de melanoma familiar estão 
associados à mutação em CDKN2A. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O melanoma pode ocorrer em qualquer superfície cutânea, 
independentemente da exposição solar. As localizações mais 
comuns nos homens são tronco (55%), especialmente na parte 
superior do dorso, seguido pelas pernas, braços e face. Nas 
mulheres, as localizações mais comuns são as pernas (42%), 
seguidas pelo tronco, braços e face. 
Os melanomas malignos se diferenciam em tamanho e forma. Em 
geral, são ligeiramente elevados e pretos/marrons. As bordas são 
irregulares e as superfícies são desiguais -> a maior parte parece 
surgir a partir de nevos preexistentes ou novos crescimentos 
semelhantes a pintas. 
Pode haver eritema circundante, inflamação e dor à palpação. 
Periodicamente, ulceram e sangram. Os melanomas escuros muitas 
vezes são manchados com tons de vermelho, azul e brancos, cores 
que representam 3 processos simultâneos: 
❖ Melanoma em crescimento (azul). 
❖ Inflamação e tentativa do corpo de localizar e destruir o tumor 
(vermelho). 
❖ Formação de tecido cicatricial (branco). 
Existem 4 tipos de melanomas: 
Melanoma extensivo superficial -> caracterizado por um nevo de 
bordas elevadas com crescimento lateral. Tem aspecto 
desordenado na cor e no contorno. Tende a apresentar crescimento 
bifásico, horizontal e verticalmente. Em geral, ulcera e sangra com 
o crescimento. 
 
Melanomas nodulares -> respondem por 15% dos melanomas, são 
lesões em forma de cúpula que podem ocorrer em qualquer parte 
do corpo, mas aprecem mais frequentemente no tórax, na cabeça 
e no pescoço. Comumente, têm coloração azul-preta, uniforme, e 
tendem a parecer com bolhas de sangue. 
❖ Melanomas nodulares invadem a derme rapidamente desde o 
início, sem fase de crescimento horizontal aparente. 
 
Lentigo maligno -> representa 4-15% de todos os melanomas 
invasivos. Corresponde a nevos planos de crescimento lento que 
ocorrem principalmente em áreas expostas ao sol em idosos. Se não 
tratado, tende a apresentar crescimento horizontal e radial por 
muitos anos antes que invada a derme, tornando-se o melanoma 
lentigo maligno. 
 
Melanoma acrolentiginoso -> responde 
por 2% dos melanomas. Ocorre 
principalmente nas palmas das mãos, 
plantas dos pés, unhas e mucosas. Tem o 
pior prognóstico de todos os melanomas, 
mas não é encontrado com frequência. 
Seu aspecto é semelhante ao do lentigo 
maligno. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
DIAGNÓSTICO 
Autoexame regular da superfície total da pele em frente a um 
espelho bem iluminado representa um método para a detecção 
precoce. Isso exige que a pessoa se dispa completamente e examine 
todas as áreas do corpo usando um espelho de corpo inteiro, 
espelho de mão e secador de cabelo portátil (examinar couro 
cabeludo). 
❖ As pessoas devem ser orientadas a observar essas mudanças 
nos nevos já existentes ou o desenvolvimento de nevos novos, 
bem como outras alterações, como sangramento ou prurido. 
Foi desenvolvida a regra ABCDE para ajudar no diagnóstico precoce 
e tratamento oportuno do melanoma maligno -> trata-se de um 
acrônimo que representa: 
❖ A -> assimetria (uma metade do sinal é diferente da outra). 
❖ B -> irregularidade da borda (contorno mal definido). 
❖ C -> alteração na cor (presença de várias cores em uma mesma 
lesão). 
❖ D -> diâmetro > 6mm (do tamanho da borracha de um lápis). 
❖ E -> evolução (mudanças observadas em suas características – 
tamanho, forma ou cor). 
 
O diagnóstico de melanoma se baseia nos achados da biópsia de 
uma lesão. Atualmente, a dermatoscopia é uma ferramenta 
fundamental no diagnóstico precoce, que torna possível identificar, 
de imediato, a origem celular da lesão e, no caso de lesão 
melanocítica, se é benigna ou maligna, a não ser nos casos 
limítrofes, o que é frequente. 
❖ Dermatoscopia precisa ser complementada com o exame 
histopatológico (biópsia), que além de confirmar o 
diagnóstico, apontará a indicação precisa do tratamento. 
 
❖ A biópsia deve incluir a parte mais elevada da lesão e a mais 
pigmentada nas panas. 
 
Imuno-histoquímica -> é um método de extrema valia na 
identificação da natureza da linhagem celular da lesão. São dois os 
marcadores mais utilizados: a proteína S100 e o HMB45. 
❖ HMB-45 -> é específico para lesões melanocíticas, porém é 
negativo em melanomas desmoplásicos. 
❖ Proteína S100 -> é positiva em melanomas desmoplásicos. 
Esta, por sua vez, também é positiva para células de 
Langerhans, nervos, células de Schwann, condrócitos, 
glândulas é crinas, apócrinas, bem como nos respectivos 
tumores. 
! Infelizmente esses marcadores não tornam possível diferenciar se 
a lesão melanocítica é maligna ou benigna. 
Reação de transcriptase reversa associada à reação em cadeia da 
polimerase (RT- PCR) -> detecção de micrometástases no linfonodo 
sentinela, demonstrando maior sensibilidade em relação às análises 
imunohistoquímicas (S100 e HMB-45) e histopatológicas (HE). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA

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