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Câncer de Pele 1. Entender os tipos mais prevalentes das neoplasias de pele Fisiopatologia da pele: Células da Epiderme: A maioria das células (90%) deste estrato são queratinócitos que se organizam em quatro camadas (basal, espinhosa, granulosa e córnea) e durante seu processo de diferenciação formam células anucleadas e ricas em queratina na superfície da pele. - Em algumas áreas do corpo (região palmoplantar) há uma camada adicional, o estrato lúcido, que se localiza entre a camada granulosa e a córnea. - Estão intercaladas entre os queratinócitos em diversos níveis, os melanócitos que produzem melanina, as células de Langerhans com função imunológica e as células de Merkel integradas ao sistema nervoso. Melanócitos: - Residem na camada basal ao longo da junção dermoepidérmica - Os melanócitos são responsáveis pela síntese de melanina, o principal pigmento da pele, cuja principal função é proteger a pele contra efeitos deletérios dos raios ultravioletas. - seus prolongamentos dendríticos transferem melanina para cerca de 36 queratinócitos, essa interação funcional entre melanócitos e queratinócitos é denominada de unidade epidermomelânica. Há variação étnica da tonalidade da pele que se deve a atividade do melanócito e não ao aumento do número destas células. Células da Derme: Mesenquimais: são as únicas existentes ao início da vida fetal, diferenciando-se em outras células posteriormente. Em certas condições patológicas, essas células, de morfologia dendrítica, são ativadas, dando origem às células das linhagens: histiocítica, linfocítica e granulocítica. Fibroblastos: células fusiformes e estreladas, sendo os principais responsáveis pela síntese e degradação das proteínas do tecido conjuntivo e de vários fatores solúveis que funcionam como mensageiros para a epiderme, os vasos e outras células. Mastócitos: possuem grânulos secretórios e lisossomais, os primeiros contêm heparina, histamina, fator quimiotático para neutrófilos e fator qumi iotático para Câncer de Pele eosinófilo, enquanto os demais contêm hidrolases ácidas que digerem no meio intracelular glicosaminoglicanos, proteoglicanos Hipoderme: É formada por tecido conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme aos órgãos subjacentes. É a camada responsável pelo deslizamento da pele sobre as estruturas nas quais se apoia. - Dependendo da região e do grau de nutrição do organismo, a hipoderme pode ter uma camada variável de tecido adiposo, que, quando desenvolvida, constitui o panículo adiposo. Este modela o corpo, é uma reserva de energia e proporciona proteção contra o frio (a gordura é um bom isolante térmico). Neoplasias da epiderme: queratinócitos ou melanócitos - Distúrbios da pigmentação dos Melanócitos: > Sarda (Efélide): Benignos: Neoplasias queratinocíticas - Queratose/verruga seborreica lesão de tamanho variável, circunscrita, elevada, pardo-escura (por hiperqueratose), com superfície rugosa, coberta de escamas gordurosas e pruriginosas, o diâmetro varia de mm a cm > O exame com uma lupa geralmente revela a presença de pequenos orifícios, arredondados, em forma de poros e ocupados por queratina, uma característica que ajuda na diferenciação entre essas lesões pigmentadas e os melanomas > Ceratose seborreicas podem aparecer subitamente em grande número, como parte de uma síndrome paraneoplásicas (sinal de Leser-Trélat), possivelmente devido à estimulação dos queratinócitos por fator transformante do crescimento-α produzido pelas células tumorais, mais comumente em carcinomas do trato gastrointestinal. > Obs. Esses queratinócitos se proliferam devido à exposição solar, ou seja, a radiação ultravioleta induz a proliferação das células. Por isso a importância de usar o filtro solar. - Queratose Actínica: > As QA têm sido historicamente caracterizadas como lesões “pré-cancerígenas” ou “prémalignas”, uma vez que os queratinócitos atípicos nessas lesões limitam-se à epiderme. > Não há risco de metástases, até que essas lesões evoluam para carcinoma invasivo. > Ceratoses ou queratoses actínicas são neoplasias benignas da pele com potencial de transformação para um tipo de câncer de pele (carcinoma de células escamosas ou carcinoma espinocelular). > Desenvolvem-se nas áreas da pele expostas ao Sol, pois são induzidas Câncer de Pele principalmente pela radiação ultravioleta (UV) e constituem marcadores de exposição solar crônica. > Deste modo, acomete principalmente indivíduos adultos e idosos de pele mais clara, representando o quarto diagnóstico dermatológico mais comum no Brasil. > Embora seja uma lesão pré-cancerígena, apenas 10% das delas evoluem para o carcinoma espinocelular. > Senil ou solar, caracteriza-se por placas cobertas de escamas secas, aderentes e pardacentas, medindo até 1,0cm, que surgem em pessoas idosas > É senil não pela idade em si, mas por sinal uma manifestação de irradiação solar cumulativa, progressiva, persistente e duradoura > Geralmente menores que 1cm > São tipicamente marrom-escuros, vermelhos ou da cor da pele e têm uma consistência semelhante a uma lixa áspera. > Indivíduos sob maior risco de desenvolverem QAs incluem idosos, aqueles com tipos de pele mais claras e com histórico de exposição solar crônica. - Os locais expostos ao sol (rosto, braços, dorso das mãos) são frequentemente os mais afetados. • Os lábios também podem desenvolver lesões semelhantes (chamadas queilites actínicas). Atipia citológica: observada nas camadas mais inferiores da epiderme e pode estar associada à hiperplasia das células basais ou, alternativamente, à atrofia que resulta em adelgaçamento da epiderme. > As lesões podem regredir ou permanecer estáveis durante um período de vida normal, mas algumas malignizam, o que garante a erradicação local. > A lesão primária é uma pápula eritematosa áspera, com escama branca a amarelada. > Placas vermelhas, escamosas, em áreas expostas ao sol; associada a exposição solar crônica, gênero masculino, idade avançada e fenótipos de pele clara;UVB responsável pelo desenvolvimento de QA → induz dí-meros de timidina (C → T ou CC → TT) > Mutações no gene p53 em queratinócitos → apoptose deficiente > Histologia: atipia da camada basal (terço inferior da epiderme) com projeções em brotamento/digitiforme para a derme; “sinal de bandeira”: paraqueratose sobrejacente (rosa) alternando com a orto-hiperqueratose (azul); atipia, e a pa-raqueratose frequentemente poupa os folículos; elastose solar na derme • Tratamento: medidas destrutivas (crioterapia, ED & C, ablação com CO2, 5-FU tópico, imiquimode, PDT, mebutato de ingenol, diclofenaco tópico e esfoliação com TCA) Nevos Melanocíticos: • Nevos são máculas, pápulas ou nódulos, vermelho-marrom, compostos por ninhos de células névicas ou melanócitos. Câncer de Pele • A maior importância deles (além de estética) é sua semelhança com a melanoma. • São avaliadas nas lesões pigmentadas preocupações características (aparência nova ou modificada, bordas irregulares, múltiplas cores dentro de uma lesão, sangramento, ulceração ou prurido) que podem sugerir nevo atípico ou melanoma. • Quase todos os indivíduos têm alguns nevos, que normalmente surgem na infância ou adolescência. • Há diferentes tipos de nevos. • Durante a adolescência, surgem outros nevos novos e os existentes aumentam de tamanho ou escurecem. • Com o tempo, células névicas podem ser substituídas por tecido adiposo ou fibroso. Nevos tipicamente mudam sua consistência, tornando-se mais macios, nodosos, ou mais firmes, e menos pigmentados ao longo de décadas. • Embora um nevo solitário dificilmente se torne maligno (o risco durante a vida é cerca de 1 em 3.000 a 10.000); mas pacientes com vários nevos malignos (> cerca de 50) têm maior risco de desenvolver melanoma. • Nevos azuis são manchas benignas com aparência de máculas cinza-azuladas ou pápulas finas. • A profundidade e densidade do pigmento na pele são responsáveis pela aparência azul. • Quase todas as pessoas têm nevos, mas aquelas com mais de 50 anos têm maior riscode melanoma. • Considerar biópsia se os nevos tiverem características ABCDE: o A - assimetria; o B - bordas irregulares; o C - cores de alto risco (variações no interior do nevo ou entre os nevos ou cores incomuns); o D diâmetro > 6 mm; o E evolução (novos nevos após os 30 anos de idade ou alterações nos nevos existentes). Neoplasias Malignas: • O melanoma é um tumor maligno que surge de melanócitos e é mais comumente cutâneo na origem. • Câncer de pele de menor frequência; pior prognóstico (porém, o prognóstico desse tipo de câncer pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial. • Alto potencial metastático • Muito invasivo e alta letalidade • Também pode surgir nas superfícies das mucosas (p. ex., oral, conjuntival, vaginal), e no interior do trato uveal do olho, bem como nas leptomeninges. • Embora a maioria dos melanomas seja de cor marrom-escura devido à deposição de melanina, alguns variam entre a cor da pele até o rosa-avermelhado, isto é, amelanótico. • Melanoma representa um tumor maligno que surge de melanócitos e, devido ao seu Câncer de Pele potencial metastático, leva a > 75% das mortes por câncer de pele • Melanoma in situ e melanoma cutâneo invasivo precoce podem ser sutis na aparência, mas a dermatoscopia levou a uma melhora na precisão do diagnóstico • Em estágio inicial, melanomas são frequentemente curáveis pela excisão cirúrgica • Mutação do gene CDKN2A (lócus 9p21) no melanoma familiar • Classificação histológica: o Origem nos melanócitos da camada basal da epiderme; o Fase de crescimento vertical apresenta alto potencial metastático; o Formam massas celulares de aspecto frouxo que comprimem e destroem os queratinócitos; o Pode apresentar regiões melanóticas e amelanóticas. • Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. • O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. • Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. • Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Quadro Clínico: • Mudança de aspecto de lesão pré-existente • Aparecimento de lesão pigmentada anormal • Prurido, ardência ou dor na lesão • Ulceração, idade e sexo • Localização em mulheres brancas: pernas e tronco • Localização em homens brancos: tronco • Localização em negros e asiáticos: região palmar e plantar, subungueal e mucosas • Regra do ABCDE Formas clínicas: • Melanoma extensivo superficial (70%): tronco (dorso) no sexo masculino e membros inferiores no feminino (pernas). A lesão evolui lentamente de forma radial e frequentemente associa-se a lesões prévias (nevos atípicos). Clinicamente é assimétrica, de bordas ligeiramente elevadas, arciformes, com margens denteadas e irregulares. Sua superfície é discretamente elevada e tem coloração variável, que vai do marrom ao preto, podendo ser mesclado de rosa, cinza e branco. Tem diâmetro maior do que 6 mm. • Melanoma nodular (15%): mais comum em indivíduos de pele clara. Acomete tronco, cabeça e pescoço. Qualquer faixa etária, evolução rápida e crescimento vertical. Nódulo de 1 a 2 cm elevado, cor escura ou acinzentada. • Melanoma lentiginoso acral: menos frequente em indivíduo de pele clara (2 a 8%) e mais comum nos de pele escura (negros, hispânicos e asiáticos). Incidente dos 55 aos 65 anos. Acomete as regiões palmoplantares e as falanges distais, podendo ser periungueais e subungueais. Evolui lentamente, tendo inicialmente Câncer de Pele crescimento horizontal. Apresenta-se como lesão macular de 2 a 3 cm enegrecida (preta, marromescura ou cinza), com bordas irregulares podendo evoluir para pápulas ou nódulos. • Lentigo maligno melanoma: incidente em 5% dos indivíduos de pele clara. Evolução lenta (3 a 15 anos). Localiza-se na face e no pescoço (mais frequente malar e nasal). Tem a tendência ao aparecimento tardio (70 anos de idade). Passa por fase precursora (lentigo maligno) antes de se tornar invasivo. É de lesão maculosa de coloração variável (marrom, preta, acinzentada), com bordas irregulares de 3 a 6 cm. Pode tornar-se papuloso ou nodular. Não Melanomas Carcinoma basocelular: • Câncer de pele com maior incidência • Crescimento lento • Malignidade local • Baixo potencial metastático • Acomete áreas expostas ao sol • Relacionada à exposição solar intermitente • Produção de metaloproteinases e colagenases • O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). • Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. • Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. • Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam seu surgimento. • Certas manifestações do CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. • O tipo mais encontrado é o CBC nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade. • Começo geralmente na sexta a sétima década de vida, mas pode ocorrer mais precocemente; crescimento local lento/ indolente; localmente destrutivo (principalmente subtipos morfeaforme, infiltrativo e micronodular) • Devido à exposição UV (intermitente e intenso > crônico e cumulativo) • Mutações no gene PTCH (cromossomo 9q) (mais comuns) > mutações pontuais no gene p53 (segundo mais comum) • Pele exposta ao sol, raro nas palmas das mãos, sola dos pés e membranas mucosas • Inúmeras variantes clinicopatológicas; • Aspectos histológicos gerais: ninhos de células basaloides, uniformes, com alta proporção de N:C, disposição periférica em paliçada, conexão epidérmica (pelo menos focalmente), estroma mixoide, retração estromal-epitelial e atividade mitótica/apoptótica • Essencialmente sem potencial metastático (dependente do estroma para o crescimento) • Subtipo basoescamoso pode comportar-se mais como CEC ↑ potencial metastático • Formas clínicas: o Nodular Câncer de Pele o Micronodular o Pigmentado o Superficial o Esclerodemiforme o Fibroepitelioma de Pinkus Carcinoma Espinocelular ou epidermóide: • Neoplasia invasiva; • Segundo tipo mais comum; • Relacionado à exposição crônica ou ocupacional ao sol. • Pode gerar metástases; • Pode acometer mucosas (pior prognóstico); • Etiologia: UVA e UVB; Imunossupressão; Fumo; HPV; Radiação ionizante; Úlceras crônicas e cicatrizes; Exposição ao arsênico; Lesões precursoras • Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. • Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. • A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. • O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. • Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. • Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas anti rejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. • Eles podem ter aparência similar à das verrugas. • Papulonódulo/placa eritematosa escamosa; mais comumente em cabeça/pescoço e extremidades dorsais • Fatores de risco: exposição solar crônica, gênero masculino, idade avançada, fenótipos de pele clara, síndromes genéticas,imunossupressão, HPV, radiação, ferida crônica não cicatrizante (úlcera de Marjolin), LE/LP hipertrófico, exposição ao arsênico e LS&A crônica (genital) • Histologia: atipia queratinocítica de espessura total com invasão dérmica; tumor frequentemente “diferenciado paradoxalmente” (células tumorais são MAIS eosinofílicas/queratinizantes do que os queratinócitos adjacentes) Síndromes genéticas associadas ao CEC: ○Albinismo oculocutâneo ○ Xeroderma pigmentoso ○ Epidermólise bolhosa distrófica ○ Epidermodisplasia verruciforme ○ Disqueratose congênita ○ Poroqueratose, tipo linear ○ Síndrome da queratite, ictiose e surdez (KID) ○ Síndrome de Rothmund-Thompson ○ Síndrome de Werner ○ Candidíase mucocutânea crônica • Quadro Clínico o Aparência endurecida o Crostas recobrem áreas erosivas ou ulceradas o Ferida que não cicatriza o Mais frequente após 6a década de vida o Localiza-se principalmente na cabeça e pescoço, mas pode surgir nos lábios e membranas mucosas e genitais. Câncer de Pele CARACTERÍSTICAS BENIGNAS E CARACTERÍSTICAS MALIGNAS DAS LESÕES DE PELE; NEOPLASIAS BENIGNAS Aspectos gerais de uma neoplasia benigna: • Clinicamente: bem delimitada, coloração uniforme, inalterada por anos e ausência de sintomas relacionados (hemorragia, ulceração e dor) • Histologicamente: bem circunscrita, citologia branda; ausência de todos os seguintes aspectos: distúrbio na arquitetura, necrose, atipia citológica e figuras mitóticas atípicas NEOPLASIAS MALIGNAS Aspectos gerais de uma neoplasia maligna: • Clinicamente: crescimento rápido ou surgimento de novas lesões com aspectos relacionados, tais como pigmentação diversificada, ulceração, dor e sangramento • Histologicamente: proliferação mal circunscrita de células com citologia atípica (pleomorfismo nuclear, células hipercromáticas, ↑ da proporção N:C, nucléolos evidentes e núcleos com formas anormais); distúrbio na arquitetura (infiltrativa, destrói as estruturas vizinhas e invasão peri-neural/intravascular); sinais de estado hiperproliferativo (↑ de figuras mitóticas para um determinado tipo tecidual e necrose tumoral), mitoses atípicas (não lembram qual-quer fase normal da divisão celular) Classificação de Breslow e Clark • Índice de Breslow e Nível de Clark são detalhes importantes para o prognóstico do melanoma. • Ambos são utilizados pelo médico patologista para estabelecer a profundidade do tumor. • O índice de BRESLOW mede a espessura da lesão em milímetros, desde a epiderme até as células tumorais mais profundas na pele. o Quanto mais superficial a lesão na remoção, melhor o prognóstico. • Já o Nível de CLARK é um sistema baseado na anatomia cutânea. o Ou seja: conforme o Melanoma se aprofunda nas camadas da pele (epiderme, derme papilar, derme reticular, tecido subcutâneo), os níveis de Clark aumentam, em uma escala de I a V (um a cinco). Câncer de Pele • No entanto, atualmente, o Índice de Breslow vem sendo mais utilizado que o Nível de Clark no estabelecimento de condutas. Classificação ou Níveis de Clark: • É um sistema baseado na anatomia da pele, ou seja, conforme o Melanoma se aprofunda nas camadas da pele (epiderme, derme papilar, derme reticular, tecido subcutâneo), os níveis de Clark aumentam e ele vai de I a V (um a cinco). • Nível I: Melanoma confinado a epiderme. • Nível II: Melanoma invade a derme papilar. • Nível III: Melanoma preenche a derma papilar mas não invade a derme reticular. • Nível IV: Melanoma invade a derma reticular. • Nível V: Melanoma invade o tecido subcutâneo. Classificação ou Níveis de Breslow: • O índice de Breslow é um dos detalhes mais importantes, pois é uma medida do melanoma desde o seu topo (na camada granulosa da epiderme) até a porção mais profunda. • Esta medição é feita através do microscópio e é dada em milímetros (mm). Quanto mais “alto e profundo” for o melanoma, maior será o seu índice de Breslow. • Quando o melanoma for ulcerado, o topo é a base da úlcera. • Esse dado é importante porque representa um dos principais fatores prognósticos para melanoma. Através de estudos estatísticos, ele é capaz de predizer a sobrevida, recidiva local e acometimento de linfonodos. • Além disso, esse índice nos guia ao tomar decisões do melhor tratamento cirúrgico, exames complementares, etc. o Nível I: Melanoma < 0,75 mm. o Nível II: Melanoma de 0,76 a 1,5 mm. o Nível III: Melanoma de 1,51 a 4,0 mm. o Nível IV: Melanoma > 4,1 mm invade a derma reticular 2. Conhecer o diagnóstico do câncer de pele NÃO MELANOMA De acordo com o INCA • O diagnóstico do câncer de pele não melanoma, há poucos anos, era realizado somente através do exame clínico e da histopatologia. • Atualmente, a dermatoscopia vem se mostrando uma poderosa ferramenta no diagnóstico desse tumor. No entanto, precisa ser complementada com o exame Câncer de Pele histopatológico, que além de confirmar o diagnóstico apontará a indicação precisa do tratamento. • Uma grande virtude da dermatoscopia é poupar alguns pacientes de um exame invasivo (biópsia), que poderia deixar uma cicatriz cirúrgica inestética. MELANOMA • Biópsia excisional com 1 a 2 mm de margem e estendendo-se até o tecido subcutâneo. Biópsia com punch somente quando compromete áreas extensas. • Pesquisa do linfonodo sentinela deve ser considerada nos casos de tumores de espessura intermediária (1 a 4 mm), ulcerados, Clark IV e > 1 mitose/campo. • Sistema de estadiamento aceito e adaptado pela American Joint Committee on Cancer (AJCC) seguida da classificação TNM. • O exame anatomopatológico pode indicar fatores que auxiliam no prognóstico e na conduta como: a espessura do tumor (índice de Breslow), profundidade do tumor (nível de Clark), índice mitótico, crescimento radial ou vertical, infiltrado inflamatório, regressão histológica, ulceração e invasão angiolinfática ou neural. • Seis sinais de melanoma cutâneo (regra do ABCDE): o Assimetria na forma (metade diferente da outra). o Borda irregular (extremidades irregulares, recortadas, entrecortadas). o Cor (não uniforme). o Diâmetro (> 6 mm). o Elevação (presente e irregular). 3. Explicar o �o do câncer de pele DE ACORDO COM A SBD NÃO MELANOMA • Todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes. • Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não melanoma. • A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples. • Conheça os mais comuns: – Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de Câncer de Pele segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes. – Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos. – Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos. – Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas. – Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao microscópio. Tal procedimentoé repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais. A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração. – Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios. Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para os carcinomas. MELANOMA • O tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. • As modalidades mais utilizadas são a cirurgia excisional e a Cirurgia Micrográfica de Mohs (citadas acima). • Na maioria dos casos, o melanoma metastático não tem cura, por isso é importante detectar e tratar a doença o quanto antes. • Embora não tenha cura, o tratamento do melanoma avançado evoluiu muito nas últimas décadas; hoje já é possível viver Câncer de Pele por mais tempo e com mais qualidade, controlando a doença em longo prazo. • Para isso, é importante que os pacientes passem por testes genéticos capazes de determinar quais mutações apresentam (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4), possibilitando, assim, a escolha dos tratamentos que podem trazer melhores resultados em cada caso. • Mais de 90% dos pacientes com a alteração genética BRAF, por exemplo, podem se beneficiar do tratamento com terapia-alvo oral, capaz de retardar a progressão do melanoma e melhorar a qualidade de vida. • Outros tratamentos podem ser recomendados, isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados, incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. PREVENTIVAS • Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h. • Procurar lugares com sombra. • Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas. • Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro (protetor) solar com fator de proteção 30, no mínimo. o É necessário reaplicar o filtro solar a cada duas horas, durante a exposição ao sol, bem como após mergulho ou grande transpiração. • Mesmo filtros solares “à prova d’água” devem ser reaplicados. • Usar filtro solar próprio para os lábios. • Em dias nublados, também é importante o uso de proteção. • As tatuagens podem esconder lesões, portanto, merecem atenção. • Nas atividades ocupacionais, pode ser necessário reformular as jornadas de trabalho ou a organização das tarefas desenvolvidas ao longo do dia. DE ACORDO COM A SBD • Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos. • Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. • Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. • Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados. Câncer de Pele Medidas de proteção: • Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares. • Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas. • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão). • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material. • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. • Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. • Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço. • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas. • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses. • Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.
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