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LO_Geologia_AvidanaTerra

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Gabriela Marcomini de Lima
Henrique Suriani de Oliveira
Tiago Zanquêta de Souza
Andréia Marega Luz
Ricardo Baratella
A vida na Terra
© 2012 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor: 
Marcelo Palmério
Pró-Reitora de Ensino Superior:
Inara Barbosa Pena Elias
Pró-Reitor de Logística para Educação a Distância:
Fernando César Marra e Silva
Assessoria Técnica:
Ymiracy N. Sousa Polak
Produção de Material Didático:
• Comissão Central de Produção
• Subcomissão de Produção
Editoração:
Supervisão de Editoração
Equipe de Diagramação e Arte
Capa:
Toninho Cartoon
Edição:
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
V667 A vida na Terra / Gabriela Marcomini de Lima ... [et al.]. – Uberaba : 
 Universidade de Uberaba, 2012.
 332 p. : il.
 
 ISBN 978-85-7777-398-5 
 1. Biologia. 2. Geologia. 3. Paleontologia. I. Lima, Gabriela Marcomini 
de. II. Oliveira, Henrique Suriani de. III. Souza, Tiago Zanquêta de. IV. Luz, Andréia 
Marega. V. Baratella, Ricardo. VI. Universidade de Uberaba. 
 CDD: 570 
Gabriela Marcomini de Lima
Especialista em Gestão e Manejo Ambiental na Agroindústria pela Universidade 
Federal de Lavras (UFLA). Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas 
pela Universidade de Uberaba (Uniube). Docente do curso de Ciências 
Biológicas, na modalidade EAD, na Universidade de Uberaba.
Henrique Suriani de Oliveira
Especialista em Gestão e Manejo Ambiental na Agroindústria pela Universidade 
Federal de Lavras (UFLA). Graduado em Licenciatura em Ciências Biológicas 
pela Universidade de Uberaba (Uniube). Docente do curso de Ciências 
Biológicas, na modalidade EAD, na Universidade de Uberaba. Docente no 
Ensino Médio, na rede particular de ensino em Uberaba e em Igarapava-SP.
Tiago Zanquêta de Souza
Especialista em Docência do Ensino Superior e em Gestão Ambiental pelas 
Faculdades Integradas de Jacarepaguá (FIJ). Graduado em Licenciatura em 
Ciências Biológicas pela Universidade de Uberaba (Uniube). Professor dos 
cursos de Engenharia Ambiental (presencial/EAD), Engenharia Civil, Engenharia 
de Produção e Engenharia Elétrica (EAD). Professor tutor dos Cursos de 
Licenciatura em Ciências Biológicas, Geografia, História, Letras, Matemática 
e Química (EAD), desta universidade. Professor de Biologia no Ensino Médio 
e de Curso Preparatório para Vestibular, da rede particular de ensino.
Andréia Marega Luz
Especialista em Gestão e Manejo Ambiental na Agroindústria pela Universidade 
Federal de Lavras (UFLA). Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas 
pela Universidade de Uberaba (Uniube). Docente do curso de Ciências 
Biológicas, na modalidade EAD, na Universidade de Uberaba.
Sobre os autores
Ricardo Baratella
Especialista em Biologia Evolutiva pela Universidade de Franca (Unifran) – SP. 
Especialista em Educação a Distância, em Gestão Escolar e em Docência 
do Ensino Superior pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá (FIJ) − RJ. 
Graduado em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e 
Letras Barão de Mauá, em Ribeirão Preto − SP. Graduado em Pedagogia pela 
Universidade de Uberaba (Uniube). Docente nesta universidade, atuando nos 
cursos de licenciatura em Ciências Biológicas e Pedagogia. Gestor do curso 
de Ciências Biológicas desta instituição.
Sumário
Apresentação ....................................................................................IX
Capítulo 1 Estruturando um planeta e explorando seu interior .......... 1
1.1 O método científico e os estudos de geologia ......................................................3
1.1.1 As práticas modernas e as teorias geológicas ............................................6
1.2 Explicando as origens do sistema planetário .......................................................8
1.2.1 A hipótese da nebulosa ................................................................................9
1.2.2 A formação de um planeta em camadas ...................................................11
1.3 Terra: um sistema de componentes interativos ..................................................21
1.4 Explorando o interior do planeta Terra ................................................................25
1.4.1 Os tipos de ondas e os estudos sismológicos ...........................................26
1.5 Processos geodinâmicos internos ......................................................................33
1.5.1 Teoria das correntes de convecção ...........................................................34
1.5.2 O campo gravitacional e magnético da Terra ............................................37
Capítulo 2 Da deriva dos continentes à tectônica de placas: 
a teoria unificadora .......................................................... 43
2.1 Os caminhos até a teoria unificadora .................................................................46
2.1.1 Teoria da deriva continental: o ponto chave de uma revolução nas 
ciências geológicas ....................................................................................47
2.2 Teoria da tectônica de placas .......................................................................55
2.2.1 América do Sul e África: indícios de uma união pretérita ..........................57
2.2.2 As placas tectônicas...................................................................................59
2.2.3 A natureza das placas tectônicas e os tipos de limites entre elas .............61
2.3 A formação das cordilheiras continentais ...........................................................64
2.3.1 A origem das montanhas ...........................................................................68
2.4 A distribuição da vida no passado e no presente ...............................................71
Capítulo 3 Minerais e rochas: os componentes consolidados da 
crosta terrestre ................................................................ 79
3.1 Minerais ...............................................................................................................82
3.1.1 De onde surgem os minerais? ...................................................................84
3.1.2 Propriedades físicas dos minerais .............................................................85
3.1.3 Propriedades ópticas dos minerais ............................................................87
3.1.4 Principais usos e a importância de alguns minerais ..................................88
3.1.5 Gemologia ..................................................................................................92
3.2 Rochas ................................................................................................................94
3.2.1 Rochas ígneas ou magmáticas .................................................................95
3.2.2 Rochas sedimentares ................................................................................98
3.2.3 Rochas metamórficas ..............................................................................103
3.2.4 O ciclo das rochas....................................................................................105
3.3 Recursos minerais do Brasil .............................................................................107
3.3.1 Outros minerais encontrados no Brasil .................................................... 111
3.3.2 As consequências da exploração dos recursos minerais ........................111
Capítulo 4 Paleontologia: desvendando o passado biológico 
da Terra ......................................................................... 117
4.1 Importância do estudo dos fósseis ...................................................................121
4.2 Formação dos fósseis .......................................................................................125
4.2.1 Morte ........................................................................................................126
4.2.2 Decomposição e desarticulação ..............................................................127
4.2.3 Transporte ................................................................................................129
4.2.4 Intemperismo ...........................................................................................130
4.2.5 Diagênese ................................................................................................130
4.2.6 Fatores que atuam no processo de fossilização .....................................132
4.3 Tipos de fósseis ................................................................................................133
4.3.1 Restos ......................................................................................................134
4.3.2 Vestígios ...................................................................................................136
4.3.3 Pseudofósseis ..........................................................................................137
4.3.4 Fósseis vivos ............................................................................................137
4.4 Profissão paleontólogo .....................................................................................139
4.5 Princípios de estratigrafia .................................................................................141
4.5.1 Utilização dos fósseis como ferramenta para datação ............................143
4.6 Microfósseis ......................................................................................................146
Capítulo 5 Paleontologia: a Terra em constante transformação 
e a evolução da vida ao longo do tempo ...................... 151
5.1 Aprofundando o estudo da Paleontologia .........................................................153
5.1.1 Fósseis, evolução e registro fóssil ...........................................................154
5.1.2 Tectônica de placas e deriva continental .................................................162
5.2 Tempo geológico ...............................................................................................166
5.2.1 A evolução da vida ao longo do tempo geológico ...................................168
5.2.2 Éon Hadeano ...........................................................................................169
5.2.3 Éon Arqueano ..........................................................................................169
5.2.4 Éon Proterozoico......................................................................................170
5.2.5 Éon Fanerozoico ...................................................................................171
5.3 Fósseis no Brasil ...............................................................................................181
5.4 A Paleontologia no livro didático e a democratização da ciência .....................187
5.5 Turismo paleontológico .....................................................................................189
Capítulo 6 A distribuição dos seres vivos no tempo e no espaço .. 197
6.1 A Geografia da vida: a distribuição dos seres vivos .........................................199
6.2 A história da Terra ............................................................................................201
6.3 O clima da Terra ................................................................................................202
6.4 As modificações da posição dos continentes ...................................................205
6.5 Novos ambientes precisam de novas adaptações ..........................................208
6.6 A fragmentação dos continentes e o surgimento de novas espécies ..............210
6.6.1 A especiação possibilita o surgimento de espécies endêmicas ..............215
6.6.2 Regiões fitogeográficas ...........................................................................222
6.7 A compreensão do padrão de distribuição dos seres vivos .............................223
6.8 Introdução aos métodos biogeográficos ...........................................................225
6.9 A influência do homem na distribuição das espécies .......................................226
Capítulo 7 O papel dos fatores e elementos ambientais na 
distribuição dos seres vivos .......................................... 231
7.1 A importância dos fatores e elementos ambientais ..........................................233
7.2 O clima ..............................................................................................................235
7.2.1 O clima varia com a latitude .....................................................................237
7.2.2 Tipos de clima ..........................................................................................241
7.2.3 Influência da topografia sobre o clima .....................................................243
7.2.4 O clima tem papel significativo na formação dos solos ...........................244
7.3 A pluviosidade ..................................................................................................247
7.3.1 Formação das chuvas ..............................................................................248
7.3.2 Tipos de nuvens .......................................................................................250
7.3.3 Tipos de chuvas .......................................................................................252
7.3.4 Medição das chuvas ................................................................................253
7.4 Frentes frias e frentes quentes .........................................................................255
7.5 Eventos climáticos extremos ............................................................................257
7.6 As estações do ano ...........................................................................................258
7.7 Os ambientes aquáticos ...................................................................................261
7.7.1 Lagos........................................................................................................262
7.7.2 Águas correntes .......................................................................................262
7.7.3 Estuários ..................................................................................................263
7.7.4 Oceanos ...................................................................................................263
Capítulo 8 As chaves da vida .......................................................... 269
8.1 Origem da ideia de evolução ............................................................................281
8.2 Adaptação e ambiente ......................................................................................286
8.3 Darwin e o mecanismo evolutivo ......................................................................289
8.4 O registro geológico e fossilífero ......................................................................308
Caro(a) aluno(a).
A humanidade busca saber como, quando e onde a vida se originou e de 
que modo surgiram as numerosas espécies de animais e vegetais. Em 
todas as partes, nos mais distintos recantos do planeta, encontraremos 
seres vivos diferentes.
Hoje em dia, acreditamos que essa diversidade seja fruto de um processo 
lento, que vem ocorrendo há milhares de milhões de anos, desde a 
origem da vida, há cerca de 3,5 bilhões de anos. 
Vivemos em um universo em constantes mudanças. O relevo e o clima 
mudam, florestas se transformamem desertos, fundos de mares se 
transformam em montanhas. Desse modo, podemos dizer que os 
seres vivos só estão momentaneamente adaptados a um determinado 
ambiente, pois, quando esse ambiente muda, o ser vivo deixa de estar 
adaptado.
Por outro lado, ambientes que permanecem inalterados por milhões 
de anos possuem fauna e flora extremamente adaptadas que pouco 
mudaram ao longo desse tempo. Os animais que vivem, hoje, constituem 
apenas parte da grande e contínua população que tem habitado a Terra 
por milhões de anos. Os fósseis comprovam a existência de animais 
e plantas antigos, e qualquer mudança nas características físicas ou 
biológicas de um ambiente influencia, de modo diverso, as espécies de 
animais e plantas que ali vivem.
Apresentação
X UNIUBE
As forças naturais que agem sobre as populações de seres vivos têm-se 
somado à influência do homem, com intensidade, em muitos lugares 
nos séculos e décadas recentes. 
Nessa perspectiva, a seguir, veremos a que se destina cada um dos 
capítulos, deste livro. 
No capítulo 1: “Estruturando um planeta e explorando seu interior”, você 
iniciará seus estudos sobre a Geologia, a ciência que estuda a Terra, 
sua composição, estrutura, propriedades físicas, história e os processos 
que lhe dão forma.
No capítulo 2: “Da deriva dos continentes à tectônica de placas: a 
teoria unificadora”, você irá diferenciar e relacionar a teoria da deriva 
continental à das placas tectônicas; assim como irá estudar as relações 
do tectonismo com a união dos continentes.
O capítulo 3: “Minerais e rochas: os componentes consolidados da 
crosta terrestre”, descreve os processos pelos quais são formados e 
os principais usos e aplicações das rochas e dos minerais.
O capítulo 4: “Paleontologia: desvendando o passado biológico da Terra”, 
aponta as diferentes utilidades e importância dos fósseis no estudo da 
Paleontologia, enumera, descreve e interpreta os diferentes e sucessivos 
passos na formação dos fósseis.
No capítulo 5: “Paleontologia: a Terra em constante transformação e a 
evolução da vida ao longo do tempo”, irá propiciar a você o entendimento 
referente ao objeto de estudo da Paleontologia, a como essa ciência se 
relaciona com a Biologia, e sua importância para a população.
 UNIUBE XI
No capítulo 6: “A distribuição dos seres vivos no tempo e no espaço”, 
serão apresentados alguns conceitos iniciais de Biogeografia e como os 
principais acontecimentos da história geológica da Terra influenciaram 
na distribuição geográfica dos seres vivos.
O capítulo 7: “O papel dos fatores e elementos ambientais na distribuição 
dos seres vivos”, explica a existência de fatores ambientais envolvidos 
na distribuição dos seres vivos, e identifica os principais elementos 
ambientais que interferem na distribuição das espécies.
No capítulo 8: “As chaves da vida”, você irá estudar os mecanismos 
que propiciaram a imensa variedade de seres vivos; distinguir os 
aspectos básicos das ideias de Lamarck e Darwin e sua importância 
para o desenvolvimento do conhecimento humano; o que o levará 
a compreender as bases da teoria evolutiva atual e reconhecer a 
diversidade dos mecanismos de isolamento reprodutivo entre espécies 
diferentes, completando, assim, o processo permanente de ação – 
reflexão – ação sobre a realidade atual.
Esperamos que os conhecimentos construídos a partir deste livro possam 
ser significativos para sua formação profissional e atuação no mercado 
de trabalho.
Bons estudos!
Tiago Zanquêta de Souza
Capítulo
1
O planeta Terra é um lugar único, um abrigo de milhares de seres 
vivos, inclusive do ser humano. Até hoje, não foi descoberto 
nenhum outro lugar que tenha um equilíbrio dinâmico e capaz 
de oferecer condições à vida. 
A geologia é a ciência que estuda a Terra (geo = terra; logia = 
estudo), explicando a forma como ela surgiu, a forma como evoluiu 
e vem evoluindo, os mecanismos de funcionamento, além de 
ajudar-nos a entender a necessidade de preservar e conservar 
os recursos naturais e os habitats que promovem a sustentação 
da vida. 
Este capítulo dará a você condições para entender como os 
geólogos pensam, começando pelo método científico, ou seja, pela 
abordagem objetiva do universo físico na qual toda investigação 
científica é baseada. Em seguida, apresentaremos as principais 
teorias que explicam a origem da Terra, para depois entendermos 
sua composição e estrutura interna.
A Terra é um planeta dinâmico, em constante transformação e 
movimento. Para entendermos as partes do planeta, estudaremos 
seus sistemas e subsistemas.
Estruturando um planeta 
e explorando seu interior
Introdução
2 UNIUBE
Ao final de seus estudos, esperamos que você esteja apto(a) a:
• defender o método científico como alternativa para entender 
a geologia;
• identificar e analisar a gênese, estrutura, composição e 
evolução da Terra;
• demonstrar a origem dos oceanos e da atmosfera;
• identificar que a tectônica de placas permitiu a formulação 
de um modelo geral para a deriva continental, baseado na 
periodização da história geológica da Terra;
Objetivos
É preciso entender também que a Terra evoluiu ao longo do 
tempo. Estima-se que a Terra tenha cerca de 4,5 bilhões de anos, 
enquanto que a vida teria surgido há 3 bilhões pretéritos. A espécie 
humana, como a conhecemos, acredita-se ter surgido há cerca 
de poucos milênios (PRESS et al., 2006).
Antigos pensadores acreditavam no universo fragmentado em 
apenas duas partes: o céu e o inferno. Um céu de luz, acima, cheio 
de estrelas vagantes e iluminado. O inferno embaixo, um mundo 
inferior, escuro, impossível de ser visto pelos olhos humanos 
(PRESS et al., 2006). 
Enfim, neste capítulo, exploraremos o interior terrestre, fazendo 
referência às técnicas de sismologia e investigando também as 
altas temperaturas do interior do planeta, para assim entendermos 
o funcionamento que determina a Terra como ela é.
Bons estudos!
 UNIUBE 3
Esquema
Toda a ciência tem o objetivo de explicar como o universo funciona. Para 
isso, o método científico é utilizado, por meio da pesquisa baseada em 
observações metodológicas e experimentais. Para alguns cientistas, os 
eventos físicos têm explicações físicas, mesmo quando estas estejam 
longe de serem entendidas pelo ser humano (PRESS et al., 2006).
Observe o esquema sobre o método científico nos estudos de geologia:
O método científico e os estudos de geologia1.1
1º momento - O método científico e os estudos de geologia
2º momento - Explicando as origens do sistema planetário
3º momento -Terra: um sistema de componentes interativos
4º momento - Explorando o interior do planeta Terra
5º momento - Processos geodinâmicos internos
• reconhecer que vivemos sobre um território dinâmico, 
palco de enfrentamento de forças geológicas de diferentes 
origens, acionadas pela geodinâmica interna e por toda 
gama de fenômenos relacionados.
4 UNIUBE
A partir desse esquema é possível entender que:
• hipótese: é a tentativa de explicar algo baseado em dados cole-
tados por meio de experimentações e observações. A hipótese, 
quando confirmada por outros cientistas, adquire mais credibili-
dade (PRESS et al., 2006);
 UNIUBE 5
• teoria: é a hipótese que sobreviveu a mudanças repetidas e 
obteve um significado expressivo para a ciência. Vale lembrar 
que uma teoria jamais pode ser considerada definitivamente 
provada. Se evidências novas e convincentes indicam que 
uma teoria está incorreta, os cientistas deverão modificá-la ou 
descartá-la (PRESS et al., 2006);
• modelo científico: é a representação de algum aspecto da 
natureza com base em um conjunto de hipóteses, incluindo teorias 
bem estabelecidas. Para testar as hipóteses, é necessário fazer 
a comparação entre as predições do modelo e as observações 
realizadas. Hoje, os modelos costumam ser computadorizados 
(PRESS et al. 2006).
Para dar razão às ideias, os cientistas compartilham-nas com seus colegas, 
por meio de publicações em revistas, encontros em congressos,fóruns ou 
seminários. Pelo livre intercâmbio intelectual, criou-se um código de ética 
para ser utilizado pelos cientistas, que prevê 
a fidelidade de informações e a responsa-
bilidade de instruir a geração de futuros 
pesquisadores à conduta adequada para 
pesquisa. Como disse Albert Einstein: “Na 
ciência (...) o trabalho científico do indivíduo 
está tão inseparavelmente conectado ao de 
seus antecessores e contemporâneos, que 
parece ser quase um produto impessoal de 
sua geração” (PRESS, et al., 2006).
Para a geologia, o método científico é 
imprescindível, uma vez que a origem do 
Universo, bem como a origem da Terra, 
são explicadas por uma teoria, a conheci-
da como Teoria da Grande Explosão ou 
Big Bang.
Teoria da Grande Explosão 
ou Big Bang
Em 1948 foi divulgada a 
teoria da Grande Explosão 
ou Big Bang por dois 
grandes cientistas: George 
Gamow (1904-1968), russo, 
naturalizado americano, 
e pelo padre e astrônomo 
Georges Lemaître (1894-
1966), nascido na Bélgica. 
De acordo com esses 
pesquisadores, o universo 
se originou após uma grande 
explosão do cosmo, há cerca 
de 10 e 20 bilhões de anos. O 
termo explosão faz referência 
a uma grande liberação de 
energia que teria ocorrido, o 
que deu origem ao espaço-
tempo. Se você quiser saber 
mais a respeito, acesse 
ao endereço: <http://www.
brasilescola.com/geografia/
big-bang.htm>. 
6 UNIUBE
1.1.1 As práticas modernas e as teorias geológicas
Segundo Press et al., (2006, p.26):
a geologia é uma ciência fundamentada nas 
observações e experimentos orientados no local 
do objeto de estudo. Várias comparações são 
feitas por geólogos, entre as observações diretas 
do passado e aquelas que inferem informações 
a partir do registro geológico.
É evidente que, pela idade das rochas, é possível também determinar 
a idade dos fósseis que nelas são encontradas. 
Registro geológico
É a informação 
preservada nas 
rochas,originadas 
em vários tempos da 
longa história da Terra 
(PRESS et al., 2006).
“O presente é a chave do passado”. Essa frase do escocês James Hutton 
tornou-se conhecida como o princípio do uniformitarismo, o qual 
considera que os processos geológicos de hoje também aconteceram de 
modo muito semelhante ao longo da história e do tempo geológico.
Press et al. (2006, p.27) afirmam ainda que:
um bólido quando cai sobre a Terra, pode 
escavar uma cratera (Figura 1) em questão de 
segundos. Um vulcão pode entrar em erupção, 
rachar o solo e liberar o magma, também muito 
rapidamente. Mas, vários milhões de anos são 
gastos para que uma rocha seja erodida ou 
soerguida. Isso mostra que os eventos geológi-
cos acontecem em variadas escalas, tanto no 
tempo como no espaço (Figura 2).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Bólido
Bólido é o termo 
sinônimo a 
meteoroide grande.
SAIBA MAIS
O princípio do uniformitarismo não significa que todo fenômeno geológico 
ocorre de forma lenta. Alguns podem ocorrer subitamente (PRESS et al., 
2006).
 UNIUBE 7
Prova disso é que, recentemente, vários vulcões têm entrado em erupção, 
como no Chile (América do Sul), na Indonésia (Ásia) e na Europa.
Veja a Figura 1, a seguir:
Figura 1: Cratera provocada pela queda de um bólido.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
Observe que essa figura representa a cratera deixada por um bólido, 
quando em impacto na superfície da Terra.
Os fenômenos geológicos podem estender-se por milhares de anos, e, 
até mesmo, ocorrer em velocidades surpreendentes. Veja a Figura 2:
Figura 2: Fenômenos geológicos. 
Foto: Ricardo Baratella.
8 UNIUBE
Essa figura retrata uma paisagem proveniente das várias movimentações 
de Terra e/ou rocha, que aconteceram há milhares de anos e que, com 
certeza, está, lentamente, passando por movimentos e modificações 
até hoje. 
Não existe nenhum registro histórico, pelo menos até agora, de que 
um homem pôde presenciar a queda de um bólido sobre a superfície 
da Terra. No passado, tem-se a certeza de ter ocorrido essas quedas, 
que voltarão a acontecer novamente, apenas não se estima quando. 
A evolução da Terra é gradativa e lenta, mas marcada por eventos 
extremados, mesmo que irregulares, envolvendo mudanças bruscas e 
extraordinárias no sistema terrestre (PRESS et al., 2006).
Para explicar como surgiu o universo e até mesmo a própria vida, o ser 
humano busca diferentes linhas de pesquisa e entendimento. Uns se 
fundamentam na religião, outros na ciência e outros na estagnação, 
procurando ainda uma explicação plausível e que de fato os convença.
A teoria mais aceita e a que melhor explica a origem do universo com 
todos os seus planetas, satélites e estrelas, é a do Big Bang, que teria 
acontecido entre 13 e 14 bilhões de anos atrás, a partir da explosão 
cósmica. Até então, toda a matéria estava concentrada num único ponto 
de densidade inconcebível (PRESS et al., 2006).
Os geólogos acreditam que a Terra, junto ao sistema solar, surgiu há mais 
ou menos 4,5 bilhões de anos, período que vem sendo estudado pelos 
cientistas com a finalidade de entender melhor a formação do sistema 
solar (inclusive do Sol) para, depois, entender a formação da Terra.
Explicando as origens do sistema planetário1.2
 UNIUBE 9
As possíveis explicações para a origem do sistema solar, para a origem 
do Sol e para a formação dos planetas são encontradas na hipótese 
da nebulosa, formulada pelo filósofo alemão Immanuel Kant.
1.2.1 A hipótese da nebulosa
Em 1755, o filósofo alemão Immanuel Kant supôs que a origem do 
sistema solar se dera por meio da rotação de uma nuvem de gás e 
poeira fina. Mais tarde, com o uso de equipamentos mais sofisticados, 
como o telescópio, os cientistas chamaram essas mesmas nuvens 
gasosas de nebulosas. De acordo com as pesquisas, as nebulosas 
são formadas, predominantemente, pelos gases hélio e hidrogênio, que 
também compõem o Sol (PRESS et al., 2006).
Vejamos a hipótese da nebulosa:
a) existia uma nebulosa difusa, grosseiramente esférica, e em rotação 
contrativa; 
b) como resultado da contração, há a formação de um disco achatado, 
que gira rapidamente, transformando-se no protossol;
c) têm-se os planetesimais, formados pela colisão de grãos, junto 
aos gases presentes;
d) os planetas terrestres estruturam-se a partir de múltiplas colisões 
e adição de planetesimais, condicionados pela ação gravitacional; 
e) há a formação do Sol e a formação da crosta incandescente, de 
um planeta terrestre.
SAIBA MAIS
De acordo com Press et al. (2006), a gravidade gerada pela massa dos 
corpos fez contrair a nuvem difusa, acelerando a rotação das partículas, 
e essa rotação mais rápida achatou a nuvem, que passou a ter a forma 
discoidal. 
10 UNIUBE
1.2.1.1 Como se formou o Sol?
A ação da gravidade foi crucial para a formação do Sol. A matéria, 
por essa ação, começou a se concentrar e a se aquecer, tornando-se 
mais densa. A temperatura interna chegou a milhares de graus Celsius, 
provocando fusão nuclear. Até hoje essa fusão continua, pois os átomos 
de hidrogênio que estão sobre intensa pressão e em alta temperatura 
combinam-se e fundem-se para formar o gás hélio. Então, entende-se 
que parte da massa transforma-se em energia, que é refletida como luz, 
por meio de explosões (PRESS et al., 2006).
Para entender melhor a fusão nuclear, acesse o link:
<http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/fissao-e-fusao-nuclear/fissao-
e-fusao-nuclear.php>. 
Nele, você encontrará um artigo que explica, de forma bem didática, 
sobre esse assunto tão importante para sua formação.
Boa leitura!
PESQUISANDO NA WEB
O gás hélio, que compõe o Sol, é conhecido como gás nobre. Pesquise 
as características desse gás, onde ele pode ser encontrado, além do 
Sol, e qual(is) sua(s) utilidade(s).
1.2.1.2 Planetas em formação
Mesmo com a concentração da maior parte da massa atmosférica que 
formou o Sol, uma pequena porção gasosa ainda se fazia presente, 
em rotação, externamente, e, por esse motivo, mais fria, permitindo a 
condensação dos gases. Mais uma vez, a ação da gravidade promoveu a 
agregação de poeira e materialcondensado por meio de colisões sucessi-
vas, formando corpos maiores, aproximados ao tamanho lunar. Nossos 
oito planetas, com suas órbitas, teriam se formado dessa maneira.
 UNIUBE 11
Caso você queira conhecer lindas imagens e fotos de nosso sistema solar 
e de cada planeta separadamente, sugerimos que acesse o site da Nasa:
<http://solarsystem.nasa.gov/index.cfm>.
Você irá se impressionar!
PESQUISANDO NA WEB
Nosso sistema solar é composto atualmente por oito planetas, pois 
Plutão não faz mais parte do “grupo dos nove”. Por isso, agora são oito. 
O Sol é a estrela que aquece e mantém a vida do sistema. Alguns dos 
oito planetas do sistema solar possuem um ou mais satélites naturais. 
No caso do nosso planeta, o satélite natural é a Lua. 
Com base nessa informação, busque em livros, ou até mesmo em sites, 
respostas para as perguntas a seguir:
•	 Quais as diferenças entre satélites, planetas e estrelas?
•	 Por que Plutão não é mais considerado um planeta do nosso 
sistema solar?
•	 Por que alguns dos planetas do sistema solar possuem 
anéis exteriores?
•	 O que é e qual a composição de um planeta exterior e de um 
planeta interior?
•	 Qual a importância da força gravitacional?
•	 O que é órbita?
Aproveite as suas pesquisas para registrar suas respostas em seu 
TCA! 
AGORA É A SUA VEZ
1.2.2 A formação de um planeta em camadas
Vamos começar essa discussão levantando o seguinte questionamento:
Como é que a Terra evoluiu até um planeta vivo, com continentes, 
oceanos e atmosfera?
12 UNIUBE
De acordo com Press et al (2006), a resposta 
reside na diferenciação. Acredita-se que um 
planetesimal colidiu com a Terra numa velocidade 
equivalente de 15 a 20 km/s, liberando, por isso, 
uma energia 100 vezes maior que seu peso. Essa 
energia liberada foi convertida em calor. Isso quer 
dizer que foram ejetados no espaço uma grande 
quantidade de detritos, e gerou, além de tudo, 
calor suficiente para fundir a maior parte do que 
restou da Terra.
Os detritos que obviamente ficaram dispersos ao 
redor da Terra foram se agregando, até formar o 
satélite natural terrestre, que é a Lua. O impacto 
sofrido pela Terra teria acelerado o processo 
rotacional e mudado também seu eixo, atingindo 
uma inclinação de 23 graus (PRESS et al., 2006, 
p. 31).
Diferenciação
Para Press et al. 
(2006), diferenciação 
é a transformação de 
blocos aleatórios de 
matéria primordial num 
corpo cujo interior é 
dividido em camadas 
concêntricas, que 
diferem umas das 
outras, tanto física 
como quimicamente. 
É um processo que 
deve ter ocorrido nos 
primeiros momentos 
da história terrestre, 
quando o calor permitiu 
a fusão dos materiais.
De acordo com a hipótese de formação da Lua, entendemos:
a) no primeiro estágio, um corpo, aproximadamente do tamanho de 
Marte, colidiu com a Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos;
b) o grande impacto ejetou, para o espaço, detritos tanto do corpo 
que impactou a Terra, como dela própria;
c) esse impacto, além de acelerar a rotação do planeta, condicionou 
a inclinação de seu eixo para 23º;
d) a Terra, posteriormente, reconstituiu-se como planeta e a Lua 
agregou-se a partir dos detritos expulsos para a atmosfera.
SAIBA MAIS
 UNIUBE 13
É muito importante lembrar que toda a formação da Terra aconteceu 
há cerca de 4,5 bilhões de anos, entre o período de acrescimento da 
Terra (4,56 bilhões de anos) e a idade das rochas mais antigas da Lua, 
que é de 4,47 bilhões de anos. A informação da idade da Lua foi trazida 
pelos astronautas da nave espacial Apollo (PRESS et al., 2006, p. 31).
1.2.2.1 A diferenciação e a formação da Terra em camadas
Existem alguns trabalhos que apontam evidências de que cerca de 
30 a 65% da Terra fundiu-se, dando origem a uma camada externa de 
centenas de quilômetros de espessura, a qual é chamada de oceano 
de lava, ou rocha derretida. 
Do mesmo modo, o interior esquentou-se até um estado menos denso, no 
qual seus componentes eram móveis. O material mais pesado mergulhou 
para o interior, tornando-se o núcleo, enquanto o mais leve flutuou, 
formando a crosta. 
O que permitiu o resfriamento da Terra?
Como afirmam Press et al. (2006), o material mais leve que emergiu do 
interior terrestre carregou consigo energia na forma de calor, irradiando-o, 
dessa maneira, para o espaço. Assim, a Terra resfriou-se e transformou-
-se em um planeta diferenciado ou zoneado em três camadas principais 
(Figura 3).
14 UNIUBE
Veja, a seguir, a composição de cada uma dessas camadas:
• CROSTA 
Os materiais líquidos e obviamente menos densos separaram-se 
das substâncias geradoras, flutuando em direção à superfície do 
oceano magmático. Uma vez resfriados, formou-se a crosta sólida 
da Terra, uma fina camada externa com apenas 40 km de espessura. 
Os minerais que a constituem são: silício, alumínio, ferro, cálcio, 
magnésio, sódio e potássio, combinados com o oxigênio. Todos, 
com exceção do ferro, constituem-se em elementos sólidos leves 
(PRESS et al., 2006).
De acordo com Teixeira et al. (2003), a crosta é dividida em: crosta 
superior (SIAL) e crosta inferior (SIMA). A primeira é composta por 
minerais mais leves como silício e alumínio, e é também chamada 
de crosta continental. Sua espessura varia de 25 a 90 km. Na 
segunda, também chamada de crosta oceânica, predominam os 
elementos silício e magnésio. Sua espessura nas áreas oceânicas 
é de apenas 5 a 10 km. 
Figura 3: Estrutura do planeta Terra.
 UNIUBE 15
• MANTO
Camada situada entre o núcleo e a crosta, uma região que 
forma a maior parte da Terra. Abrange profundidades que vão 
de 40 até 2.900 km. A densidade das rochas que o compõem 
é intermediária. O manto é composto basicamente de oxigênio 
com magnésio, ferro e silício (PRESS et al., 2006).
 
O manto pode ser dividido em: manto externo ou astenosfera; e 
manto interno. É responsável pelas perturbações na crosta como 
dobramentos, falhamentos e terremotos, que você estudará em 
maior detalhe nos próximos capítulos (TEIXEIRA et al., 2003).
• NÚCLEO (NIFE)
A temperatura do núcleo pode variar na parte mais externa, com 
4000°C, até na parte mais interna, com 6000°C. Constitui-se de 
níquel e ferro (TEIXEIRA et al., 2003). 
Os cientistas consideram que o núcleo começa a uma 
profundidade de 2.900 km, líquido em sua parte externa, mas 
sólido numa região chamada de núcleo central, que atinge 
cerca de 5.200 km até o centro da Terra, acerca de 6.400 km. O 
núcleo interno é sólido porque a pressão central é muito alta, o 
que leva o ferro a fundir-se (PRESS et al., 2006).
Um resumo dos períodos de tempo que descrevem a origem da 
Terra e sua evolução num planeta diferenciado é mostrado na Tabela 
1, a seguir. 
16 UNIUBE
Tabela 1: O tempo geológico 
Por meio da tabela do tempo geológico, é possível inferir, evolutivamente, 
quais organismos foram ocupando os múltiplos ambientes terrestres. 
Vale ainda lembrar que a evolução é lenta, processual e gradativa, e 
que, por isso, não pode ser sentida instantaneamente, afinal, nada é 
instantâneo na natureza, como nos ensina o maior evolucionista dos 
últimos tempos, Charles Darwin. 
 UNIUBE 17
1.2.2.2 A formação dos oceanos, dos continentes e da atmosfera terrestres
Até hoje, o processo de resfriamento da Terra continua acontecendo, por 
meio de atividades vulcânicas, que expulsam o magma quente do interior 
da Terra e, por isso, colaborando para diminuição de sua temperatura. 
Diante da alta temperatura da superfície da Terra, durante sua formação, 
há milhares de anos, uma gota d'água que caía da atmosfera sobre a 
superfície, evaporava-se imediatamente. A água evaporada, quando 
encontrava as camadas mais frias da atmosfera, transformava-se em 
chuvas torrenciais, ajudando a diminuir a temperatura da superfície do 
planeta. Com o resfriamento da superfície da Terra, deu-se origem à 
formação de uma camada fina de material sólido que, por sua vez, deu 
origem à crosta terrestre. 
Com o passar do tempo, a água das chuvas não 
retornava mais à atmosferaem forma de vapor, 
pois a crosta já vinha diminuindo sua tempera-
tura em função do ciclo hidrológico. Parte dessa 
água escorria pelas elevações formando os rios. 
Uma outra parte acumulava-se nas depressões 
da crosta terrestre originando os lagos, os mares 
e os oceanos. Dessa forma, formou-se a hidros-
fera primitiva, de constituição diferente da atual. 
Com a composição do globo terrestre, criou-se um 
imenso bloco continental denominado Pangea, 
também chamado de Pangeia (o Super Continen-
te), circundado por um imenso Oceano, denomi-
nado Pantalassa. Veja a Figura 4:
Pangea ou Pangeia
Grande bloco de 
terra emersa que, no 
dizer de A. Wagener, 
constituía o único 
continente que existia 
até o período Cretáceo.
Pantalassa
Denominação dada por 
Suess para o grande 
mar universal, isto 
é, a camada líquida 
ou hidrosfera, que 
atualmente constitui 
71% da superfície do 
globo terrestre.
18 UNIUBE
Figura 4: Pangea e Pantalassa. 
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
Os continentes começaram a crescer logo após a diferenciação, e esse 
crescimento continuou ao longo do tempo geológico. É possível supor que 
o magma partiu do interior derretido da Terra e atingiu a superfície, onde 
esfriou e solidificou para formar a crosta terrestre rochosa, que, como 
já apontado anteriormente, é chamada Pangea (PRESS et al., 2006). 
E os oceanos e a atmosfera, como se formaram?
Sabemos que o planeta Terra é o único a manter água líquida em sua superfície. 
A teoria mais aceita sobre a formação dos oceanos relata que a emissão 
de gás das rochas na formação do planeta liberou gases em quantidade 
suficiente para o surgimento de um efeito estufa. Parte destes gases 
era vapor d’água que se condensava a partir de certa altitude e voltava 
a cair sobre a superfície como chuva.
 UNIUBE 19
Você acabou de ler que aconteceu a formação de um efeito estufa, 
caracterizando a atmosfera primitiva. Esse efeito, como todos sabem, 
acontece até hoje, e é de fundamental importância para que a vida na 
Terra continue se perpetuando.
Tendo como base essa informação, pesquise:
• o que é o efeito estufa?
• por que esse efeito é crucial para a manutenção da vida na 
Terra?
• qual a relação entre o efeito estufa com o que chamamos de 
aquecimento global?
• o que tem provocado o aumento do efeito estufa?
Reflita sobre essas questões!
PESQUISANDO
De acordo com Press et al. (2006), a água estava aprisionada em certos 
minerais trazidos pela agregação dos planetesimais. Da mesma forma, 
o nitrogênio e o carbono estavam ligados a outros minerais. Quando a 
Terra esquentou e aconteceu a fusão parcial de seus componentes, o 
vapor d’água e outros gases foram liberados e levados para a superfície 
pelos magmas, sendo lançados na atmosfera pela atividade vulcânica.
No entanto, o calor extremo do solo ainda semiderretido, fazia com que a 
água evaporasse antes mesmo de tocar o solo, voltando a se condensar, 
transformando-se em chuvas. Este processo não era contínuo, porém, 
durou aproximadamente 100 milhões de anos, ocasionando, em função 
da constante precipitação e evaporação da 
água, o abaixamento da temperatura superficial. 
Assim que a temperatura do solo atingiu um 
ponto abaixo do ponto de ebulição da água, 
foi possível que ela começasse a se acumular 
nos pontos mais baixos da superfície do globo. 
Ponto de ebulição
O ponto de ebulição da 
água é de 100o C ao 
nível do mar. É o ponto 
que marca a transição 
completa da água 
do estado líquido ao 
estado de vapor.
20 UNIUBE
Com o forte escoamento das partes mais altas da superfície, provocando 
consequentemente erosão, ocasionou o arraste de grandes quantidades 
de sais para os oceanos recém-formados, tornando-os salgados. 
Porém, ao se formarem os oceanos, outros componentes, além 
dos sais arrastados da superfície, foram acrescentados a eles. As 
chuvas torrenciais dissolviam, em suas gotas, parte do gás carbônico 
atmosférico (CO2), transformando-o em ácido carbônico (H2CO3). O ácido 
carbônico que reagia com os silicatos das rochas, transformava-se em 
carbonato de cálcio (CaCO3), que era arrastado aos mares onde se 
acumulou. Este processo diminuiu o efeito estufa, consequentemente 
amenizando a temperatura do planeta, além de permitir que a atmosfera 
se tornasse mais transparente à radiação solar.
Você sabe dizer por que a água do mar é salgada?
Caso não saiba e queira entender sobre isso, acesse o site Ambiente Brasil, 
e leia o texto Por que a água do mar é salgada?, no endereço:
<http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/artigos_agua_salgada/
por_que_a_agua_do_mar_e_salgada%3F.html>.
Boa leitura!
PESQUISANDO NA WEB
O planeta Terra foi abatido por bólidos ao decorrer de milhares de anos. 
Um dos impactos mais importantes aconteceu há 65 milhões de anos, 
quando ocorreu a extinção dos dinossauros. Esse fato possibilitou o 
surgimento dos mamíferos, espécies dominantes sobre o planeta e 
precursora da vida humana na Terra. 
 UNIUBE 21
Pensando nisso, o poeta Robert Frost (apud PRESS et al., 2006, p. 36) 
pensou, talvez, na vulnerabilidade da vida na Terra quando produziu 
as seguintes palavras:
Alguns dizem que o mundo terminaria em labareda quente,
outros dizem que em frio enregelado.
Do que eu provei do desejo ardente,
Eu concordo com os que torcem pelo fogo inclemente.
Mas se eu tiver de perecer dobrado,
eu acho que conheço bem o querer mal
Para dizer que a destruição do gelo desapiedado
é também colossal
e suficiente pro mundo ser acabado.
Reflita sobre as palavras desse poeta. Você concorda com ele?
PARADA PARA REFLEXÃO
Em relação à formação das águas dos oceanos, existem duas 
possibilidades:
• a primeira: faz referência às altas temperaturas da Terra, na 
qual a água estaria presente na forma gasosa, envolvendo-a. 
Após o resfriamento e solidificação da crosta, os oceanos teriam 
se formado por condensação. Dessa forma, desde os primór-
dios, o oceano teria um volume de água semelhante ao atual;
• a segunda: está relacionada a um corpo frio de água, retido nos 
minerais hidratados. Graças ao aquecimento gradual e à fusão 
parcial, em decorrência do calor provindo da desintegração ra-
dioativa, a água teria vindo até a superfície englobada em líqui-
dos vulcânicos e gases. Nesse caso, o volume de água seria 
acrescido continuamente por adições a partir do interior da Terra.
A Terra apresenta a forma de elipsoide, com diâmetro equatorial de 
12.756.776 metros e diâmetro polar de 12.713.824 metros. Sua área é 
Terra: um sistema de componentes interativos1.3
22 UNIUBE
de 510.100.934 km², com circunferência de 40.076.59 km². A densidade 
das rochas que ocorrem com maior frequência na crosta apresenta um 
valor médio de 2,76 g/cm³, porém, se medirmos sua densidade global, 
teremos, aproximadamente, 5,52 g/cm³. 
Muito embora a Terra tenha se resfriado desde seu início, podemos 
caracterizá-la como um sistema dinâmico, devido às atividades 
geológicas, tais como os terremotos, vulcões e glaciações que acontecem 
até hoje. Essas atividades, como coloca Press et al. (2006), são 
governadas por dois mecanismos térmicos: um externo e outro interno.
• O mecanismo externo é controlado pela energia do Sol, pois 
seu calor tem a capacidade de energizar a atmosfera e os 
oceanos, sendo responsável, então, pelo clima e tempo. O 
vento, a chuva e o gelo provocam a erosão de montanhas, 
modelando a paisagem e dando forma à superfície, alterando, 
em consequência, o clima.
• O mecanismo interno é gerenciado pela energia térmica 
aprisionada durante a origem da Terra; energia essa originada 
pela radioatividade em seus níveis mais profundos. O calor 
interno da Terra controla os movimentos do manto e do 
núcleo, provocando por isso, movimentos da crosta, movendo 
continentes e soerguendo montanhas.
Como já visto, estudos afirmam que a crosta é menos densa nas massas 
montanhosas do que sob as planícies e menos densa também sob as 
planícies do que sob os oceanos. A litosfera, por ter menor densidade, 
flutua sobre a astenosfera,à semelhança de um iceberg no oceano. 
Isso acontece, por meio da isostasia, que é o estado de equilíbrio entre 
os blocos continentais mais leves que flutuam no substrato mais denso 
do manto. 
Quando a litosfera tem seu peso aumentado, seja por depósito de 
espessas capas de gelo, seja por grandes depósitos de material 
sedimentar, ou pela formação de cordilheiras, ocorre uma subsidência até 
 UNIUBE 23
se encontrar um novo equilíbrio isostático. Ocorrendo o contrário, isto é, 
uma diminuição do peso da litosfera, ocorre um soerguimento. Os casos 
mais comuns em que ocorre a diminuição do peso são os derretimentos 
das capas glaciais e a denudação de uma área ou cordilheira por meio 
da erosão. Veja a Figura 5, a seguir:
Figura 5: Iceberg, barco e montanha.
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
De igual forma, o volume relativamente leve da crosta continental, 
projetado no manto, permite a “flutuação”. Podemos comparar esse 
fenômeno ao do iceberg e do navio que flutuam, porque o volume 
submerso é mais leve que o volume de água deslocado.
PARADA PARA REFLEXÃO
Vamos refletir/pensar sobre algumas características básicas do planeta 
Terra. 
Você sabe que a Terra é um sistema aberto, no sentido de que troca massa 
e energia com o restante do cosmos.
Dessa forma, a energia do Sol assume funções. 
a) Quais seriam elas? 
b) O que podemos entender por tempo? E clima?
c) Que relação tem o clima com o sistema Terra? 
Pense em torno desses questionamentos, reflita e disponibilize sua reflexão 
em seu TCA. 
24 UNIUBE
Todas as interações entre as partes de nosso planeta constituem o 
sistema Terra. Os principais componentes do sistema Terra estão 
colocados no Quadro 1. Você perceberá que alguns deles já foram 
descritos e estudados anteriormente.
Quadro 1: Os principais elementos do sistema Terra
A energia do Sol energiza os componentes
Atmosfera Camada gasosa que se estende da superfície da Terra até uma altitude de aproximadamente 100 km.
Hidrosfera Parte líquida que compreende todos os oceanos, lagos, rios e água subterrânea.
Biosfera Toda a matéria orgânica que condiciona a vida, próxima à superfície da Terra.
O calor do interior da Terra energiza os componentes
Litosfera
Camada rochosa espessa externa da Terra sólida, 
constituída pela crosta e parte do manto superior, até uma 
profundidade de aproximadamente 100 km, formando as 
placas tectônicas.
Astenosfera É uma fina camada dúctil do manto, situada sob a litosfera, diretamente ligada ao movimento das placas tectônicas.
Manto 
inferior
Localizado sob a astenosfera, chega a aproximadamente 
2.900 km de profundidade.
Núcleo 
externo
Camada líquida constituída predominantemente por ferro, 
estendendo-se de aproximadamente 2.900 km, chegando 
até 5.100 km de profundidade.
Núcleo 
interno
É a esfera mais interna que constitui o planeta. É 
formada principalmente de ferro sólido, estendendo-se 
de aproximadamente 5.100 km até cerca de 6.400 km de 
profundidade.
Fonte: Adaptado de Teixeira et al.(2003).
Vejamos cada um dos sistemas:
• o sistema do clima é constituído pela atmosfera e hidrosfera, 
que constituem a biosfera, ou seja, a parte que permite a vida 
no planeta;
 UNIUBE 25
A luz, o som e a sísmica constituem os diferentes tipos de ondas, que 
têm uma única característica em comum: a velocidade com que viajam 
depende do material que atravessam.
O interior e a crosta terrestre apresentam uma 
constituição diferente. Isto é demonstrado nas 
observações da densidade e da gravidade do 
globo terrestre. Grande parte do conhecimento 
do interior do planeta é fornecido por meio de 
estudos geofísicos, principalmente com o auxílio 
da Sismologia. 
A partir da sismologia, constatou-se a astenosfera. A astenosfera é 
uma região do manto superior, entre 100 e 350 km de profundidade, 
com características plásticas minerais e capaz de fluir. Sua existência 
viabilizou a teoria da deriva continental e, por extensão, a da tectônica 
de placas, que você estudará nos próximos capítulos.
Sismologia
Do grego seismos, 
abalo + logos, tratado. 
Estuda os movimentos 
que ocorrem na 
superfície terrestre.
Explorando o interior do planeta Terra1.4
• o sistema de placas tectônicas é formado pela litosfera, 
astenosfera e manto inferior (parte anterior da mesosfera); 
• o sistema do geodínamo é formado pelo núcleo externo e nú-
cleo interno. Vale lembrar aqui que esses sistemas se comu-
nicam, pois a litosfera move-se sobre porções do manto mais 
liquefeito, e pode afundar, sendo arrastada pela astenosfera, 
onde é movida para o manto inferior, que emerge novamente, 
num ciclo convectivo. Os dois núcleos interagem entre si e são 
responsáveis, por isso, pela criação do campo magnético da 
Terra.
26 UNIUBE
1.4.1 Os tipos de ondas e os estudos sismológicos
Para Press et al. (2006), as ondas sonoras desempenham um movimento 
de puxa-empurra sobre o sólido, movimento esse chamado de onda 
compressional (ondas P), para diferenciar do movimento lado a lado 
das ondas cisalhantes (ondas S): 
• as ondas P são as primeiras a chegar, e são sempre 
compressionais. Propagam-se em materiais sólidos, líquidos e 
gasosos em sucessivas compressões e expansões;
• as ondas S, secundárias, são cisalhantes, de velocidade nula, 
pois os gases e os líquidos não têm resistência ao cisalhamento. 
Elas não se propagam por meio de qualquer fluido, como ar, 
água ou ferro líquido. São chamadas ondas de cisalhamento, 
porque deslocam o material em ângulos perpendiculares à sua 
trajetória de propagação;
• as ondas L (de superfície) propagam-se sobre a crosta terrestre, 
mais rapidamente no início e, depois de algum tempo, mais 
lentamente.
Vejamos a Figura 6, a seguir:
A estrutura interna da Terra foi formada a partir da propagação de ondas 
sísmicas, originadas de grandes terremotos ou mesmo de explosões 
atômicas. Sendo os principais tipos de onda: P - Longitudinais (sólidos 
e líquidos); S - Transversais (sólidos); L – Superfície.
 UNIUBE 27
Figura 6: Tipos de ondas e seus movimentos. 
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
Os movimentos seguem o processo:
• em (A), está representada uma onda primária, caracterizando 
movimento de onda P, pois são ondas compressionais, como 
ondas sonoras, que se propagam rapidamente nas rochas, 
na forma de contrações e expansões, empurrando e puxando 
partículas na direção da trajetória percorrida; 
A
B
C
D
ONDA SECUNDÁRIA
ONDA LOVE
ONDA RAYLEIGH
ONDA PRIMÁRIA
28 UNIUBE
• em (B), está representada uma onda secundária, caracteri-
zando movimento de onda S, propagando-se em velocidade 
próxima à metade da velocidade das ondas P. Essas ondas 
S são de cisalhamento, que empurram o material em ângulos 
perpendiculares à sua direção de propagação; 
• em (C), está representada uma onda Love, um segundo tipo 
de ondas de superfície, em que o chão é movimentado lateral-
mente, sem movimento vertical;
• em (D), está representada uma onda Rayleigh, em que a su-
perfície do chão move-se verticalmente num movimento elíp-
tico ondulante, que se extingue na medida em que a profundi-
dade aumenta. 
As ondas P e S viajam aproximadamente 17% mais rápido por meio de 
rochas da crosta oceânica, como o gabro, do que por meio das rochas da 
crosta superior, como o granito, e, além disso, viajam aproximadamente 33% 
mais rápido por meio do manto superior (peridotito) (PRESS et al., 2006).
EXEMPLIFICANDO!
Assim, o modelo que os sismólogos têm concebido é mostrado na Figura 
7. Nela, pode-se perceber como as velocidades de ambas as ondas 
compressionais e de cisalhamento mudam com a profundidade e como 
essas alterações estão relacionadas com as principais camadas da Terra. 
Figura 7: Modelo de propagação de ondas. 
 UNIUBE 29
Esse modelo de propagação de ondas é proposto pelos sismólogos 
da atualidade. Note que a velocidade varia conforme a profundidade.
Por meio da Sismologia, estabeleceu-se, também, um novo conceito de 
litosfera, que é a região rígida acima da astenosfera, e, portanto, incluindoa crista e porção externa do manto superior (TEIXEIRA et al., 2003).
• A crista: não é homogênea, variando em composição e 
espessura, tendo nos continentes, composição granítica de 50 
km, em média, de espessura. Nos oceanos, tem composição 
basáltica e, aproximadamente, 8 km de espessura. 
• As placas litosféricas: este termo representa uma camada 
rígida capaz de se movimentar sobre a astenosfera plástica e 
geradora de fusões magmáticas.
• O manto: representa 82% do volume e 68% da massa da 
Terra, e admite-se ser composto, principalmente, por silicatos 
de ferro e magnésio.
Os estudos sismológicos concluem, então, que a Terra é dividida em 
três camadas concêntricas, separadas por zonas conhecidas como 
descontinuidades, e que apresentam a seguinte sequência:
• Crosta 
Sua camada externa tem espessura variável entre 10 e 70 km de 
profundidade. É dividida em siálica (Si, Al) e simática (Si, Mg), que 
são separadas pela descontinuidade de Conrad. Na base da crosta, 
as ondas sofrem um aumento de velocidade, rápida no início, até 
mais ou menos 1000 km de profundidade, e, depois, mais lenta. 
Esse aumento se dá graças às rochas mais densas que constituem 
o manto. O limite crosta-manto é marcado pela descontinuidade de 
Mohorovicic ou molho. A crosta externa é a sede dos fenômenos 
geológicos observáveis originados na crosta inferior ou manto.
30 UNIUBE
• Manto
De acordo com Press et al. (2006), o principal tipo de rocha do 
manto superior é o peridodito, constituído de dois silicatos à base 
de magnésio e ferro. A mudança dessa rocha se dá por meio da 
diminuição ou aumento das ondas S, nas profundezas da Terra. 
Alguns dados indicam, de acordo com Press et al. (2006) que as 
temperaturas próximas à base litosférica variam de 1.300 a 1.400° C.
O manto, como já dito anteriormente, é subdividido em superior e 
inferior. O superior atinge os 700 km de profundidade e o inferior vai 
até o núcleo a 2.900 km de profundidade. Ele é sólido, mas tem certa 
plasticidade, permitindo ajustes com a crosta e a subida de material 
até próximo à superfície, isso graças à sua grande temperatura. 
Assim, o manto é a sede de vários eventos e movimentos percebidos 
na crosta (TEIXEIRA et al., 2003).
• Núcleo
É dividido em núcleo externo e núcleo interno. O núcleo é líquido em 
sua parte externa, o que pode ser comprovado por não transmitir as 
ondas S. Seu contato com o manto é separado pela descontinuidade 
de Gutenberg, em que as ondas P sofrem redução brusca de 
velocidade. O núcleo interno é sólido e vai de 5150 km a 6371 km 
de profundidade (TEIXEIRA et al., 2003).
No núcleo externo, a temperatura pode chegar a 3.000° C. Já no 
núcleo interno, onde as pressões são ainda mais fortes, da ordem 
de 4 milhões de vezes a pressão atmosférica na superfície terrestre, 
a temperatura pode variar de 6000 a 8000° C (PRESS et al., 2006, 
p. 535-537).
 UNIUBE 31
• descontinuidade de Gutenberg: descontinuidade sísmica que 
se encontra a uma profundidade de 2900 km de profundidade, 
local onde a velocidade das ondas longitudinais (ondas L) 
diminui bruscamente de 14 km/s para 8 km/s, enquanto as 
ondas transversais tornam-se fraquíssimas, não conseguindo 
atravessar a camada que ali se inicia. 
Representa o limite entre o manto inferior e 
o núcleo externo;
• descontinuidade de Conrad: limite entre a 
crosta continental superior e a crosta con-
tinental inferior, onde a velocidade das on-
das longitudinais aumenta de 6 km/s para 
6,4 km/s. Sua profundidade varia de 10-25 
km nos continentes, podendo alcançar 50 
km sob os cinturões orogênicos;
• descontinuidade de Mohorovicic: desconti-
nuidade sísmica na base da crosta (conti-
nental e oceânica), onde as ondas longitu-
dinais (ondas L) diminuem sua velocidade 
de 7,8 km/s para 6,3 km/s e as ondas trans-
Figura 8: Principais componentes do sistema Terra. 
De acordo com Teixeira et al. (2003), existem limites que separam as 
partes do planeta Terra, a saber (Figura 9):
Cinturões orogênicos
Orogênese é o 
conjunto de processos 
que levam à formação 
ou rejuvenescimento 
de montanhas ou 
cadeias de montanhas 
(cinturiões), produzido 
principalmente 
pelo diastrofismo 
(dobramentos, falhas 
ou a combinação 
dos dois), ou seja, 
pela deformação 
compressiva da 
litosfera continental, 
formando cadeias, 
aqui chamadas de 
cinturões.
Veja a Figura 8:
32 UNIUBE
Figura 9: Divisão do interior da Terra em três camadas concêntricas, mostrando 
as descontinuidades de, Conrad.
Observe a descontinuidade de Mohorovicic, que delimita a crosta (sólida) 
da astenosfera. Note também a descontinuidade de Gutenberg, que 
delimita a mesosfera (manto inferior) do núcleo externo.
A crosta externa é constituída por rochas ígneas, sedimentares e 
metamórficas.
• 95% do volume da crosta externa é constituído por rochas 
ígneas ou metaígneas, as quais ocupam uma área de apenas 
25% da crosta terrestre;
• 5% do volume da crosta são constituídos por rochas sedimen-
tares e metassedimentares, as quais ocupam 75% de sua 
área. Os outros 95% constituem-se de rochas magmáticas in-
trusivas. Essas rochas são encontradas nos continentes com 
a composição granítica e granodiorítica, sendo que 95% das 
rochas magmáticas extrusivas oceânicas são basálticas.
versais, de 4,4 km/s para 3,7 km/s. Sua pro-
fundidade é de 30 a 40 km no continente, de 
até 75 km sob os cinturões orogênicos, de 
10 a 12 km nos oceanos, e de 25 a 30 km 
nas dorsais;
Na Figura 9, temos a divisão do interior da Terra em três camadas 
concêntricas:
Dorsais
É o nome dado à 
cadeia montanhosa 
submersa nas águas 
oceânicas.
 UNIUBE 33
Quanto à constituição química da crosta, há o oxigênio, que ocupa mais 
de 90% do espaço, deixando o restante para os outros componentes. 
Os outros oito elementos perfazem 98,5% do peso da crosta, sendo 
eles: oxigênio (O), silício (Si), alumínio (Al), ferro (Fe), cálcio (Ca), sódio 
(Na), potássio (K) e magnésio (Mg). 
A crosta é formada basicamente por rochas que, na maioria, são 
constituídas de mineraloides, como: vidro vulcânico, carvão e outros 
compostos orgânicos.
Você estudará, nos próximos capítulos, os vários tipos de rochas e minerais. 
Aqui, fizemos uma pequena abordagem do assunto para que você possa 
compreender melhor a formação e constituição da crosta terrestre.
IMPORTANTE!
Os processos geológicos que agem no interior da Terra são denominados 
processos endogenéticos ou geodinâmicos internos, que dependem da 
energia do seu interior para o desenvolvimento.
A movimentação da matéria, do interior para o exterior do planeta, e 
vice-versa, é contínua, e constitui o ciclo das rochas. Neste sentido, 
as massas rochosas, impulsionadas para a superfície, determinam o 
relevo e impedem um aplainamento. Os processos geodinâmicos internos 
envolvem movimentos e transformações químicas e físicas da matéria 
existente dentro do planeta. 
Relacionam-se, então, à geodinâmica interna, as erupções vulcânicas e 
plutônicas, os terremotos, os dobramentos, os falhamentos, a orogênese, 
a epirogênese, a deriva continental e a tectônica de placas. Porém, todos 
esses processos originam-se de uma dinâmica interna denominada 
correntes de convecção.
Processos geodinâmicos internos1.5
34 UNIUBE
Várias ideias procuram explicar os fenômenos orogenéticos pelas 
supostas correntes de convecção do substrato da crosta terrestre. 
Tais ideias têm em comum: os movimentos verticais e horizontais da 
litosfera são originados por correntes e deslocamentos de massas que se 
substituem mutuamente nas profundidades, situadas abaixo da delgada 
crosta terrestre. 
Os blocos siálicos seriam afetados por estas 
correntes, podendo ser arrastados pelo fluxo 
horizontal, que se deslizam por baixo, ou 
mesmo soerguidos ou abatidos, conforme a 
direção dessas correntezas. Muitos autores 
1.5.1 Teoria das correntes de convecção
Para Press et al. (2006), a Terra é quimicamente zoneada por sua crosta, 
manto e núcleo, que constituem em camadas quimicamente distintas 
quese agregaram durante a diferenciação primordial. 
De acordo ainda com o autor, a Terra é zoneada 
pela Reologia. Por sua vez, a deformação do 
material depende da composição química e da 
temperatura. Como se sabe, a parte externa 
da Terra é sólida, e comporta-se como uma 
bola de cera quente (cera fria é frágil; cera 
quente, dúctil). Portanto, com o resfriamento 
da superfície, a litosfera fica fragilizada e, ao mesmo tempo, sendo 
envolvida pela quente e dúctil astenosfera.
Reologia
São os diferentes tipos 
de comportamento 
que apresentam os 
materiais ao resistir à 
deformação (PRESS et 
al., 2006).
A crosta e o topo do manto, juntos, formam a litosfera, que atinge uma 
profundidade média de 100 km. Quando a litosfera é acondicionada a uma 
forma, tende-se a comportar como uma casca rígida e frágil, enquanto que 
a astenosfera, logo abaixo, se comportará como um sólido moldável ou 
dúctil, adquirindo certo movimento.
EXPLICANDO MELHOR
Blocos siálicos
Zona da crosta 
terrestre que se 
manteve relativamente 
estável durante longo 
período de tempo.
 UNIUBE 35
acreditam que são correntes conveccionais térmicas, provenientes 
do calor produzido pela radioatividade e pela conversão da energia 
gravitacional em térmica, com a formação do núcleo, há mais de 4 
bilhões de anos.
Alguma energia calorífica, derivada dos 
processos iniciais de formação da Terra, 
restou, em parte, porque as temperaturas 
internas são mantidas pelas transformações 
radioativas de isótopos instáveis.
A teoria da tectônica de placas infere que a litosfera não é uma casca 
contínua, mas sim quebrada em cerca de 12 “placas” que se movem 
sobre a superfície, com velocidade de alguns cm/ano (centímetros por 
ano). Pode-se dizer que cada placa é uma unidade rígida diferente 
que se move sobre a astenosfera, a qual também está em movimento 
(PRESS et al., 2006).
A litosfera, ao formar uma placa, pode ter espessura de poucos quilôme-
tros nas áreas onde exista atividade vulcânica e, provavelmente, pode 
estender-se até 200 km ou mais nas regiões mais antigas e frias dos 
continentes. A descoberta das placas tectônicas em 1960 deu condições 
aos cientistas de elaborarem a primeira teoria unificada para explicar a 
distribuição mundial dos terremotos e vulcões, que é a Teoria das derivas 
dos continentes ou deriva continental, que explica o soerguimento de 
montanhas e muitos outros fenômenos geológicos (PRESS et al., 2006).
Isótopos
Nomenclatura química 
dada aos átomos que 
apresentam mesmo 
número de prótons 
(carga positiva, presente 
no núcleo atômico), 
entretanto, diferentes 
números de massas.
Os radioelementos de vida curta, presentes nos primórdios da história do 
planeta, não são considerados emissários de calor interno, uma vez que tal 
emissão é muito menor em relação ao calor produzido pela desintegração 
do urânio 238 e 235, do tório 232 e do potássio 40, que, por apresentarem 
vida longa, ou seja, um tempo de desintegração maior, liberam uma grande 
quantidade de calor quando quebrados, o que mantém a dinâmica interna 
da Terra até os presentes dias.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
36 UNIUBE
SAIBA MAIS
A radioatividade libera calor que, por sua vez, se transforma em trabalho, 
gerando forças que movimentam placas litosféricas e erguem imensas 
cordilheiras.
Mas, por que as placas tectônicas se movimentam na superfície 
terrestre, ao invés de se manterem fixas completamente numa 
casca rígida?
Porque existem forças que empurram e arrastam as placas ao redor da 
superfície originando-se do manto sólido, provocando convecção. Por 
isso, pode-se entender por convecção o mecanismo de transferência 
de energia e de massa no qual o material aquecido sobe para a crosta 
e o resfriado afunda (PRESS et al., 2006).
Podemos ilustrar a convecção num processo, envolvendo fluidos e gases, 
como acontece nas correntes de circulação de água fervendo numa panela, 
na fumaça que sai de uma chaminé ou, até mesmo, no ar aquecido que 
sai do seu corpo e precipita no ambiente quando está frio. 
Mas, a convecção também pode acontecer em sólidos que estão submeti-
dos a altas temperaturas, tornando-os frágeis e consequentemente dúcteis. 
Nesse caso, o fluxo será mais lento, pois os sólidos frágeis (como o tijolo, a 
cera, o caramelo) são mais resistentes à deformação que os fluidos comuns 
(como o mercúrio, a água, as barras de sabão) (PRESS et al., 2006).
EXEMPLIFICANDO!
A convecção acontecerá então quando um sólido dúctil for aquecido 
em sua base e quando for resfriado no topo. A matéria quente torna-se 
menos densa, tendendo, por isso, subir para a superfície. Quando na 
superfície chega, perde calor, e se torna mais densa. Quando fica mais 
densa, ela afunda sobre a ação da gravidade.
Radioelementos
Elementos químicos radioativos encontrados no interior da Terra que 
emitem calor das profundezas até os dias atuais. 
 UNIUBE 37
O movimento das placas é resultado da convecção do manto, controlado 
pelo calor interno do planeta. O que acontece de fato é a subida do 
material quente do manto onde as placas se separam, e então começa 
endurecer a litosfera. Na medida em que se move para longe do limite 
divergente, a litosfera vai se enrijecendo por ficar cada vez mais fria. 
Mas, ela pode afundar sobre a astenosfera, e com ela arrastar material 
de volta para o manto, nos bordos onde as placas são convergentes 
(PRESS et al., 2006).
Veja na Figura 10, a seguir, temos uma visão simplificada das correntes 
de convecção no interior da Terra:
Figura 10: O movimento de placas tectônicas.
Para os estudos de geologia, as placas tectônicas representam os mais 
importantes componentes e interações do planeta. Por isso, os cientistas 
estão sempre revisando modelos cujas implicações desacordam com 
os dados reais.
1.5.2 O campo gravitacional e magnético da Terra
Para abordarmos esse assunto, vamos responder a três questionamentos 
fundamentais.
Núcleo externo
Núcleo interno
38 UNIUBE
O que o campo de gravidade da Terra aponta sobre seu interior?
As variações da ação da gravidade na superfície da Terra e as corres-
pondentes distorções em sua forma podem ser mensuráveis via satéli-
te. Essas variações acontecem principalmente devido às variações de 
temperaturas, provocadas pela convecção do manto, os quais afetam 
diretamente a densidade das rochas. O campo gravitacional em observa-
ção está de acordo com o padrão da convecção do manto inferido a 
partir de tomografia sísmica.
O que o campo magnético da Terra aponta sobre o fluido do núcleo 
externo?
Estudos de geólogos mostram que o núcleo externo 
também possui movimentos convectivos, que agitam 
o fluido rico em ferro e condutor elétrico, formando 
um geodínamo, que produz o campo magnético. O 
magnetismo na crosta (superfície) é principalmente 
dipolar, mas tem uma parte não dipolar. Estudos 
recentes mostram que o campo magnético da Terra 
tem mudado nos últimos séculos, o que nos permite 
concluir que os movimentos do fluido do núcleo 
externo controlam o geodínamo (Figura 11).
Geodínamo
É um forte campo 
magnético criado por 
movimentos rápidos 
do fluido do núcleo 
externo, constituído 
principalmente por 
ferro, um ótimo 
condutor elétrico. 
Essas correntes 
elétricas geradas é 
que criam esse forte 
magnetismo.
Figura 11: Campo magnético da Terra. 
Fonte: Acervo EAD-Uniube.
 UNIUBE 39
As linhas do campo geomagnético apontam para fora do solo no polo 
norte magnético e para dentro no polo sul magnético. Por isso, dizemos 
que as linhas de força comportam-se como um campo magnético 
dipolar. Observe que os polos norte e sul magnéticos são diferentes 
em localização, quanto aos polos norte e sul geográficos, fato explicado 
também pelo comportamento das linhas de força.
As rochas podem se tornar magnetizadas na direção do campo 
magnético, no momento em que se formam. Essa magnetização fica 
gravada nas rochas por milhares de anos. O paleomagnetismo explica-
-nos que o campo geomagnético reverte-se, variando de um lado a 
outro,ao longo de todo o tempo geológico. A cronologia (período de 
ocorrência) da inversão tem sido muito estudada, de modo que a direção 
da magnetização remanescente de uma rocha é um bom indicador de 
sua idade estratigráfica.
O que é paleomagnetismo? Qual sua importância?
Resumo
A Geologia, como colocada na introdução deste capítulo, é a ciência 
que estuda a Terra, sua composição, estrutura, propriedades físicas, 
história e os processos que lhe dão forma. Na verdade, é uma das 
ciências da Terra. 
A Geologia foi essencial para determinar a idade da Terra, estimada 
em aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Essa ciência deu condições 
ao desenvolvimento da teoria que afirma que a litosfera terrestre se 
encontra fragmentada em várias placas tectônicas, que se deslocam 
sobre o manto superior fluido e viscoso (astenosfera) de acordo com 
um conjunto de processos denominado tectônica de placas. 
40 UNIUBE
Atividades
Atividade 1
Leia a citação, a seguir.
A crosta está em contínuo movimento, empurra-
da, comprimida, distendida, rompida, dobrada pela 
movimentação do manto superior. A crosta não é 
rígida e imutável, mas pode parecer, à primeira vista. 
Tensões de origem interna transmitem-se à crosta 
externa, provocando enormes sulcos alongados ou, 
então, elevações montanhosas que fazem mudar 
a configuração dos mares e continentes. (LEINZ & 
AMARAL, 2001, p. 237).
A partir de seus estudos sobre crosta terrestre, justifique a citação. 
Atividade 2
Analise a seguinte questão:
É possível imaginar como será a crosta terrestre e o interior do nosso 
planeta daqui alguns bilhões de anos?
Formule uma hipótese para essa problemática.
A Geologia relaciona-se diretamente com muitas outras ciências, em 
especial com a Geografia e Astronomia. Por outro lado, serve-se de 
ferramentas fornecidas pela Química, Física e Matemática, entre outras, 
enquanto que a Biologia e a Antropologia servem-se da Geologia para 
dar suporte a muitos dos seus estudos.
 UNIUBE 41
Atividade 3
Responda:
a) O que é o princípio de isostasia? Qual sua importância?
b) Como se deu a origem dos oceanos?
LEINZ, Viktor e AMARAL, Sérgio Estanislau do. Geologia geral. São Paulo: 
Editora Nacional, 1989.
PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 
2006, p. 656.
TEIXEIRA, Wilson et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2003.
Referências
Tiago Zanquêta de Souza
Introdução
Capítulo
2
Este capítulo tem como tema a teoria da tectônica de placas e 
lhe dará condições de entender e examinar, mais profundamente, 
como as forças que controlam o movimento das placas estão 
diretamente relacionadas com o sistema de convecção do manto.
A litosfera da Terra, ou seja, a parte rochosa, mais externa, rígida 
e resistente, é quebrada (fragmentada) em torno de 12 placas, 
que deslizam, divergem (separam-se) ou convergem (unem-se 
e consomem-se) em relação umas às outras, na medida em que 
se movem sobre a astenosfera, que, como você já estudou, é 
menos resistente e dúctil.
As placas são criadas onde se fragmentam, ou seja, onde se 
convergem, sendo também, por isso, recicladas, em um processo 
contínuo de criação e destruição. Os continentes, como os 
conhecemos, migram junto com as placas em movimento, pois 
estão encravados na litosfera. 
A teoria da tectônica de placas é extremamente útil por explicar a 
distribuição de muitos retratos geológicos de grandes dimensões 
que resultam do movimento ao longo dos limites de placa, como: 
associações de rochas, vulcões, cadeias de montanhas, estruturas 
Da deriva dos continentes 
à tectônica de placas: 
a teoria unificadora
44 UNIUBE
do fundo marinho e também terremotos. Além disso, a teoria 
unificadora descreve o movimento das placas e as forças que 
atuam entre elas. Ela constitui uma base conceitual para grande 
parte deste capítulo.
Ainda neste capítulo, analisaremos como os geólogos coletam 
e interpretam observações de campo para construir a história 
geológica de uma determinada região. 
Por meio de estudos da Geologia moderna, foi possível concluir 
que a maioria das rochas sedimentares é originalmente depositada 
no fundo do mar, como uma camada horizontal no início mole 
e, após algum tempo, resfriada e enrijecida, pelo contato direto 
com a água. No entanto, essas rochas endurecidas ou estavam 
encurvadas, ou inclinadas ou fraturadas.
Dessa forma, um questionamento pode ser levantado: que tipo ou 
que forças são capazes de deformar rochas duras e rijas dessa 
maneira? O que os geólogos da atualidade fazem é, na verdade, 
uma reconstrução da história das rochas a partir de padrões de 
deformação encontrados no campo. Mas, outros questionamentos 
poderiam ser feitos, como: qual a relação entre a tectônica de 
placas e a deformação das rochas? Como eram essas rochas em 
sua originalidade? O que, de fato, aconteceu com elas?
Para responder a esses questionamentos, vamos abordar 
conceitos como o de dobramento e falhamento que, de uma forma 
geral, são as formas de deformação mais comuns em rochas 
ígneas, metamórficas e sedimentares, que formam a crosta do 
planeta Terra.
Poderíamos comparar, segundo Press et al. (2006), as dobras 
das rochas com as dobras das roupas. Do mesmo modo que a 
 UNIUBE 45
roupa fica enrugada quando suas extremidades são empurradas 
uma contra a outra, também as camadas de rocha dobram-se, 
quando são vagarosamente comprimidas por forças da crosta.
Portanto, os geólogos acreditam que as forças que movem as 
placas tectônicas também são as grandes responsáveis pelas 
deformações encontradas em muitos locais (PRESS et al., 2006, 
p. 272).
Para saber a responder a esta pergunta, você deverá fazer a 
leitura deste capítulo em sua íntegra. Ao longo do texto a ser 
apresentado, você encontrará subsídios que o(a) ajudarão a 
formular uma resposta satisfatória.
Bons estudos!
Objetivos
Mas, por que dizemos que a teoria da tectônica de placas 
é uma teoria unificadora?
Ao final do estudo desse capítulo, esperamos que você esteja 
apto a:
• diferenciar e relacionar a teoria da deriva continental à das 
placas tectônicas; 
• identificar e explicar as relações do tectonismo com a união 
dos continentes;
• distinguir a natureza das placas tectônicas;
• demonstrar a estrutura e o comportamento das placas 
tectônicas;
• distinguir e enumerar os tipos de limites de placas;
• demonstrar e explicar a distribuição de espécies segundo 
as teorias apresentadas neste capítulo.
46 UNIUBE
Esquema
1º momento - Os caminhos até a teoria unificadora
2º momento - Teoria da tectônica de placas
4º momento - A distribuição da vida no passado e no 
presente
Por mais de 200 anos, os geólogos desenvolveram diversas teorias 
tectônicas (do grego tekton = “construtor”), mas apenas em 1960 que o 
termo geral que eles usaram para descrever a formação das montanhas, 
o vulcanismo e outros processos geológicos que formam os retratos 
(feições) na crosta terrestre, foi solidificado (PRESS et al., 2006).
 
Até então, nenhuma teoria conseguia, separadamente, explicar 
satisfatoriamente a variedade de processos geológicos. A teoria da 
tectônica de placas não é apenas abrangente, é também expansiva, pois 
explica várias observações bastando-se de poucos princípios simples. 
Portanto, as ideias fundamentais da tectônica de placas foram reunidas 
como uma teoria unificada há menos de 40 anos. 
3º momento - A formação das cordilheiras continentais
Os caminhos até a teoria unificadora2.1
 UNIUBE 47
PONTO CHAVE
A constatação da existência das placas tectônicas deu uma nova roupagem 
às antigas ideias da deriva dos continentes ou deriva continental, explicando 
clara e satisfatoriamente, os movimentos internos da Terra, que geram 
feições externas, alterando a litosfera do planeta. A tectônica global ou 
tectônica de placas é a chave para a compreensão da história geológica 
da Terra e de como será o futuro do planeta onde vivemos (TEIXEIRA et 
al., 2003).
2.1.1 Teoria da deriva continental:

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