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Visual Merchandising Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Beatriz Caron Revisão Textual: Maria Cecília Andreo Revisão Técnica: Prof.ª M.ª Mariana Lucena Projetando Tendências em Vitrines Projetando Tendências em Vitrines • Criar metodologia de projeto e planejamento estratégico de Visual Merchandising; • Entender as técnicas de iluminação e a importância das cores em um ponto de venda, com- preender e aplicar tendências no mercado de trabalho; • Propor a concepção estética do ponto de venda a partir de conceitos de arquitetura, design de interiores e psicologia do consumo visando a harmonia de cores, texturas, formas, ilumi- nação, aroma e sons; • Gerar conceitos, apresentar projetos para clientes e fornecedores respeitando prazos e cota- ções, montagem e desmontagem de projetos. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Iluminação, Matéria-prima, Harmonização de Cores em Visual Merchandising; • Estudo de Tendências de Visual Merchandising; • Tradução do Conceito da Marca e Macrotendências no Ponto de Venda; • Vitrines Temáticas; • Desenvolvimento do Projeto de Vitrine. UNIDADE Projetando Tendências em Vitrines Iluminação, Matéria-prima, Harmonização de Cores em Visual Merchandising Providenciar uma experiência completa aos clientes é uma das partes mais importan- tes do Visual Merchandising (VM). O profissional do ramo precisa determinar o conceito da loja e escolher com cuida- do como expressar essa ideia de modo que chame atenção, surpreenda o cliente e o estimule a entrar na loja; assim, ela se diferencia das demais e se consolida com uma identidade única. Figura 1 Fonte: Getty Images Todas as melhores e mais bonitas vitrines elaboradas do mundo têm uma coisa em comum: elas contam uma história que fascina e cativa: o chamado Storytelling. Trata-se da atenção aos detalhes e ao contexto da marca e consiste em uma ferramenta essencial para diferenciar uma determinada marca das demais. A habilidade de transformar materiais comuns em algo relevante pode trazer grande diferencial para a vitrine. Objetos como pratos, tigelas, cabides, tubos e livros conse- guem ser apresentados de modo único e contar uma história de outra perspectiva. É importante que o profissional esteja atualizado sobre as tendências de moda para aplicá-las no Visual Merchandising. Cores, texturas, materiais e fundamentos básicos como contraste e alinhamento são questões que fazem a diferença na vitrine e sofrem modificações sazonais. A iluminação dinâmica é o que traz vida à vitrine e ao ponto de venda em geral; ela consegue transformar o trabalho do profissional de VM em algo muito mais atrativo. Por mais bonita que seja uma vitrine, ela não funciona sem uma iluminação adequada. O uso de sombras está em alta e é resultado da decoração com uma iluminação dinâmica expressiva, que também provoca um grande efeito emocional visual, tornando imagens 8 9 simples em algo surpreendente, apenas com jogos de luzes posicionados corretamente. Luzes coloridas e painéis de Led também são muito utilizados nas vitrines atuais. A iluminação é um dos grandes responsáveis por direcionar o olhar dos clientes para os produtos dentro de um ponto de venda. Ela pode valorizar ou atrapalhar a visualiza- ção de um produto, bem como danificá-lo quando mal utilizada. É essencial para chamar atenção para a mercadoria em exposição, esteja ela em uma ilha, vitrine ou em um nicho, pois atrairá o olhar do consumidor para a área destacada e brilhante. A técnica de iluminação dinâmica também pode ser utilizada para dirigir os clientes através da loja, atraindo-os a vários locais ao longo do caminho. Para conseguir esse resultado, luzes direcionadoras devem ser mais fortes que em outros locais da loja. A iluminação pode classificada em natural ou artificial: natural é aquela produzida pelo sol e pela luz do dia, muito presentes em áreas de luz internas. Já a iluminação artificial é aquela que ilumina qualquer espaço interno e é emitida por lâmpadas. M esmo locais com muito acesso à luz natural necessitam de luz artificial para apre- sentar adequadamente seus produtos, pois a iluminação comercial não tem o intuito apenas de nos fazer enxergar os produtos, mas criar pontos de atração e destaque, criando uma atmosfera em volta dos espaços expositivos. Já na iluminação de vitrines, além da atmosfera, a luz artificial precisa criar condições para uma boa visualização das vitrines no período noturno. Os tipos de iluminação podem ser classificados da seguinte forma: • Iluminação natural: é resultante da luz do sol. Pode danificar a cor dos produtos e requer uso de iluminação auxiliar em determinados horários; • Iluminação principal, primária ou iluminação geral: é a iluminação geral de um ponto de venda, geralmente em lâmpadas incandescentes, fluorescentes ou Led. Fornece a iluminação essencial para que possamos visualizar a loja como um todo; • Iluminação secundária: é a iluminação utilizada em áreas específicas, também chamada de iluminação direta ou iluminação de destaque. Ela pode ser aplicada desde o teto, paredes sobrepostas fornecendo áreas de luz e sombras, no chão, para delimitar o caminho, e principalmente direcionada sobre produtos e nichos para promovê-los e diferenciar os objetos expostos neles; • Iluminação de atmosfera: é o tipo de iluminação utilizada em displays, paredes ou outros locais que não visa iluminar um produto, mas criar uma atmosfera com desenho de luz, ressaltando a estrutura expositiva, e não o produto em si. Os focos de luz ajudam a direcionar o olhar para observar melhor o que eles desta- cam. Eles podem estar nos seguintes locais: • Fachadas: Direcionados para o logotipo, às vezes à vitrine e à porta de entrada. A fachada sempre deve causar boa impressão para quem a observa; • Ambientes internos: Dentro do ponto de venda, a iluminação direta tem função comunicativa: informa locais como caixa, provadores, caminhos até os locais da loja. Também pode estar voltada às prateleiras, principalmente as que destacam imagens ou manequins; 9 UNIDADE Projetando Tendências em Vitrines • Vitrine: Os focos de luz devem estar direcionados aos produtos que querem ser destacados. Não se deve apontar para o rosto dos manequins, principalmente em modelos brancos, para não refletir muita luz e desviar do motivo principal, que é o produto. Em dias ensolarados, a vitrine precisará ter mais luz para se ressaltar da iluminação natural. As luzes da vitrine não podem incomodar os olhos dos pedes- tres e o tráfego rodoviário. Muita atenção à utilização de filtros coloridos que podem mudar a cor da luz e estão disponíveis em vários modelos de holofotes. Tons de rosa harmonizam com rostos de manequins, tons âmbar causam efeitos dramáticos, tons palha intensificam as cores quentes, tons de azul despertam sentimentos frios e são ótimos para trajes invernais. Deve-se atentar para que esses filtros não alterem a aparência de cor da roupa, do con- trário, o cliente identificará outra cor sem a iluminação e pode não gostar do resultado. As cores são decisivas no momento da montagem de uma vitrine e no ponto de ven- da de uma marca. As cores não devem ser pensadas apenas como um elemento de de- coração da vitrine e do ponto de venda, ela deve ser considerada um item que altera toda a aparência da loja, influenciando até mesmo o fluxo de recebimento de consumidores. Nossa percepção do mundo está concentrada em grande parte do sentido da visão e, consequentemente, as cores afetam nossa visualização de qualquer espaço. Dessa forma, elas criam impressões e despertam sentimentos positivos e negativos associados à nossa memória pessoal e cultural. Elas são utilizadas dentro de um ponto de venda como estímulo visual, buscando aprimorar a experiência de compra, mas também podem nos instigar a sair de determi- nados espaços, causando-nos um incômodo visual que muitas vezes é sentido, mas não é possível descrever. Saber os efeitos das cores sobre os indivíduos émuito importante para que criemos toda a Identidade de marca de uma empresa, desde seu logotipo até as cores utilizadas dentro do ponto de venda, embalagens etc. Combinações de diferentes cores podem, portanto, aguçar nossa vontade para que fiquemos observando uma vitrine ou simplesmente nos expulsar da frente dela. Podem destacar produtos e pontos de interesse ou afetar nossa percepção de espaços, aumen- tando ou diminuindo áreas. A utilização de cores em um ponto de venda deve ser feita com base em pesquisa sobre quem é o público-alvo, qual é a identidade da marca e quais são as tendências estéticas que se aplicam ao setor da loja, não pode ser feita simplesmente de maneira intuitiva, pois a cor é uma importante ferramenta de comunicação. Estudos indicam que as cores traduzem uma série de significados que podem ser adotados como influencia- dores de vendas (Figura 1). É muito importante para o profissional de Visual Merchandising compreender os princípios básicos das cores e como eles afetarão aos consumidores para a criação de um trabalho eficiente. 10 11 As cores podem ser aplicadas em diferentes tipos de lugares, em vitrines e no ponto de venda. Nas áreas de exposição dos produtos, as cores são mais neutras para facilitar a visualização dos produtos; nas áreas de convívio, as cores podem ser mais intensas; nos provadores, as cores são neutras, para não influenciar a leitura da cor dos produtos. Exemplos de cores e seus significados na percepção de consumidores que podem ser adota- dos para a criação de lojas, vitrines e sites. Disponível em: https://bit.ly/2XBq1dh Assim, por meio das características psicológicas das cores, o profissional de VM pode determinar em quais áreas o seu uso pode ser mais eficiente. • Vermelho: desperta agressividade, entusiasmo. É a cor do alerta, do proibido, do fogo, mas também da sedução e da ação; • Laranja: é uma cor mais viva e jovem, quente e que estimula a criatividade e a alegria. Considerada uma cor estimulante. Por ser associada ao sol. É, junto do amarelo, uma cor do verão; • Amarelo: cor de luminosidade, intelecto, concentração, da abundância do ouro. Por ser uma das cores primárias, é associada também ao universo infantil; • Verde: cor do equilíbrio, da esperança, da abundância (dinheiro), da natureza, de frescor e tranquilidade; • Azul: cor da inspiração, do infinito. Quando claro, é associado ao céu, a calma e relaxamento. Quando escuro, é uma cor fria, associada à introspecção, tristeza, depressão e ao inverno; • Violeta: cor da espiritualidade, do luxo, da exclusividade, da magia e da introspec- ção. É associada a luxo e riqueza, pois era difícil de ser conseguida, por isso, era uma cor muito cara, utilizada apenas pela Igreja e pela Nobreza; • Branco: cor da paz, espiritualidade, pureza e limpeza. No Oriente, é considerada a cor do luto. Considerada uma cor neutra, que pode ser utilizada junto de todas as outras. Utilizada para ampliar espaços; • Preto: cor com várias características: é associada à elegância, à sofisticação, mas também ao medo e à morte (luto). O preto distingue o local e, aplicado em ambien- tes, pode causar incômodo, porque diminui os espaços. Pessoas de diferentes culturas e backgrounds respondem de maneiras diversas, física e psicologicamente, às cores, formas e texturas emprega- das. Devemos utilizar cores como ferramentas de projeto, visando a in- fluenciar a performance dos usuários de determinado espaço. (GURGEL, 2005, p. 60) A Figura no link a seguir traz uma breve análise da utilização da psicologia das cores no marketing. Disponível em: https://bit.ly/3nK0mJY 11 UNIDADE Projetando Tendências em Vitrines Estudo de Tendências de Visual Merchandising A vitrine e a estruturação de um ponto de venda devem estar sempre de acordo com a atualidade. Dessa forma, a vitrine deve combinar com os temas e as tendências atuais do momento em que vivemos. Tendências devem ser pesquisadas a partir de fontes confiáveis e utilizadas como um atrativo diferencial de uma marca e necessitam ser atu- alizadas constantemente. É preciso projetar um objetivo para a montagem e o desenvolvimento das vitrines. Alguns exemplos são: promoções, liquidações, promoção de novos produtos, divulgação de tendências, datas comemorativas e mudanças de estações. De acordo com Morgan (2008, p. 54), Temas e Esquemas são palavras familiares no repertório de um Visual Merchandiser e dizem respeito aos elementos criativos que serão usados como suporte ao produto. O tema consiste no elemento principal da vitrine, que pode ser inspirado em uma histó- ria, uma tendência, uma cartela de cores, um filme, ou um segmento e suas representações. Escolher o tema de uma vitrine passa pelas seguintes decisões: • Quais produtos querem ser apresentados pelo lojista nessa vitrine? • Qual é o orçamento disponível para apresentar esses produtos? • Quais produtos apresentados necessitam acompanhar imagens ou mensagens da campanha publicitária? A decisão de um tema pode começar por uma cor, uma mensagem que faça senti- do no atual momento econômico, político e social vivido pelo local em que a loja está instalada, uma data comemorativa ou um apelo comercial (no caso dos períodos de liquidação), entre outras opções. O planejamento promocional de vitrines e a utilização de datas especiais para atrair consumidores são uma prática antiga em todos os tipos de pontos de venda, mas alguns conseguem tirar mais vantagens que outros. Nessas datas, toda a comunicação dirigida, vitrine, fachada, espaços internos podem ser ornamentados para comemorar e incitar a compra de presentes e serviços. Ao valorizar datas especiais, os comerciantes expressam uma gama de valores para com seus clientes, veiculando, da forma que podem, seus produtos às datas. O planejamento de calendário promocional é desenvolvido a partir da análise de três fatores: • Datas de maior relevância em compras: Nacional ou mundial e importantes para a marca ou loja; • Datas de menor importância em compras: Nacional ou regional; • Eventos regionais ou locais. 12 13 Entre as datas de maior relevância em compras, podemos destacar as datas que inci- tam as pessoas a presentear, como uma ação formal/social, como os feriados católicos e muito comemorados pelo mundo: Natal e Páscoa, dias especiais (Mães, Pais, Crianças, Namorados, Halloween), bem como competições nacionais, como Copa do Mundo e Olimpíadas. O Carnaval também é uma data de relevância – embora as pessoas não tenham o hábito de se presentear nessa época, costumam adquirir roupas para desfiles, fantasias e investir principalmente em viagens e lazer. Já as datas de menor importância em compras são formadas por dias e épocas liga- das a profissões específicas, aniversário de cidades etc. Os eventos regionais ou locais também podem ser um atrativo às compras ou à aquisição de serviços, como feiras e festas locais ou regionais. Estes normalmente ge- ram consumo de acordo com o que oferecem, não se aplicando a todos os segmentos do comércio. Além de datas específicas, os períodos de lançamento de coleção Primavera-Verão e Outono-Inverno e de liquidação são as grandes temáticas abordadas pelo varejo de moda para atrair os consumidores, tanto em shoppings quanto em lojas de rua. Tradução do Conceito da Marca e Macrotendências no Ponto de Venda A s macrotendências consistem em referências globais, são as identificações e os posicionamentos de comportamento que geram grande impacto na sociedade e apontam caminhos de transformação. São a análise de grandes movimentos ou correntes socioculturais que nos influenciam por um longo período. Além de representarem posicionamentos de comportamento, as macrotendências apontam e norteiam toda a cadeia da moda quanto à produção para o consumo, ou seja; impactam diretamente na criação de novos produtos e nas técnicas de venda deles. Com uma duração estimada de cerca de 10 anos, esses caminhos de transformação refletem em tudo, no consumoda moda, na economia, na música, na literatura, nas artes, na decoração e na arquitetura. As ações comportamentais de coletivos ao redor de todo o mundo diante das circuns- tâncias de vida abastecem e geram, simultaneamente, novos acontecimentos. Também endossam a comunicação globalizada totalmente on-line e em tempo real, fortalecendo e disseminando o estudo e a influência das macrotendências mundiais. Os pontos de venda e vitrines atuais devem seguir os conceitos das principais macro- tendências, são elas: tecnologia, sustentabilidade, movimentos sem gênero, feminismo, e a cultura do distanciamento causada pelo isolamento social da pandemia da COVID-19. 13 UNIDADE Projetando Tendências em Vitrines Vitrines Temáticas Para elaborarmos um calendário anual de vitrines temáticas que podem auxiliar na criação de decorações temáticas, podemos seguir estas dicas: • Reservar em primeiro lugar na agenda as datas de maior relevância em compras, as datas de lançamento das coleções, a data de aniversário da marca ou do ponto de venda; • Em seguida, devem ser pesquisadas profissões ligadas aos segmentos ofertados no ponto de venda e que tenham datas comemorativas, para analisar quais são realmente relevantes para grandes ações (decoração de toda a loja), para ações de porte médio (vitrine e promoções) ou ações de pequeno porte (divulgação sob a forma de cartazes, brindes aos profissionais etc.; • Em seguida, analisamos os eventos regionais e locais, para estarmos de acordo com a programação da cidade, podendo incluir nosso ponto de venda em uma ação conjunta com outras lojas, por exemplo. No mês de janeiro, existem muitas liquidações, saldões e trocas de presentes do Na- tal. É o período em que as pessoas têm contas de início de ano e geralmente procuram não investir em roupas. Por isso mesmo, é a data ideal para reformas e novos planeja- mentos visuais para o ponto de venda. Lojas segmentadas podem se aproveitar de dias especiais – músicos, histórias em quadrinhos, fotógrafos (LOURENÇO; SAM, 2011) – e das férias escolares para ofertar produtos aos seus clientes. Geralmente em fevereiro, o Carnaval é uma das datas móveis em que mais se investe no país para o segmento de bebidas, fantasias, bijuterias e agências de viagens. Ações planejadas para o Carnaval requerem planejamento antecipado, mas podem ser ótimas para atrair consumidores. Esse mês também está marcado pela volta às aulas e pelas liquidações. Março é o mês que marca o início do outono e o Dia das Mulheres e ainda é possível explorar a volta às aulas, dependendo do estado. O mês de abril é marcado, principalmente, pela Páscoa e todos os segmentos ligados à data (principalmente chocolates, alimentos e bichos de pelúcia). As vitrines de todos os segmentos abordam esse tema com coelhos, cenouras e elementos rústicos e rurais. O mês de maio é marcado pelo Dia das Mães, comemorado desde a Grécia antiga. É também o mês das noivas e diversas lojas de produtos e serviços ligados a esse nicho têm em abril um dos meses mais lucrativos do ano. O mês de junho é um período festivo no Brasil, por causa das festas juninas, dias especiais, como o Dia dos Namorados, e a chegada do inverno, período em que as vitri- nes são modificadas, embora muitos dos produtos cheguem às lojas somente em julho. O mês de julho é sempre marcado pelas férias escolares de inverno e impulsiona, assim como dezembro, as viagens. Também é o mês em que se comemora o Dia do 14 15 Comerciante e muitas associações comerciais promovem promoções entre as lojas com ofertas de prêmios. O mês de agosto é o mês dos pais, por isso, é a melhor época para explorar vitrines de lojas exclusivamente masculinas. Essa data também impulsiona o comércio de celu- lares, eletrônicos e veículos. No mês de setembro, as vitrines passam por transformações devido à chegada da Primavera e das mudanças climáticas. O mês de outubro tem no país como temática principal o Dia das Crianças, resultado de uma ação promocional promovida pelas empresas Estrela e Johnson & Johnson na década de 1960. No final do mês, o Dia das Bruxas – Halloween – é um tema também bastante trabalhado, embora não seja comemorado no Brasil na mesma intensidade dos Estados Unidos. No mês de novembro, as lojas começam a se preparar para o Natal, com o início das decorações temáticas em lojas e shoppings. Mas como as vitrines de Natal são preparadas com muita antecedência, sugere-se que as roupas sejam trocadas continu- amente, para mostrar as novidades. Em muitas cidades, no mês de novembro existe o feriado do Dia da Consciência Negra (20), e esse pode ser um tema interessante para algumas regiões. Outra data muito explorada nesse mês é a conhecida Black Friday norte-americana, que é o dia em que se inaugura a temporada de compras natalícias, com significativas promoções em muitas lojas de departamentos. É um dia depois do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, ou seja, celebra-se no dia seguinte à quarta quinta-feira do mês de novembro. Vários consumidores esperam essa data à procura de oportunidades e descontos em suas compras. O mês de dezembro é focado no Natal, com uma cartela de cores forte e intensa, com muito verde, vermelho e durado. Após o dia 25, as lojas realizam as tradicionais trocas de presentes e, em seguida, preparam-se para as festas de Ano-Novo, utilizando cartela de cores geralmente branca e prata. Figura 2 Fonte: Getty Images 15 UNIDADE Projetando Tendências em Vitrines Desenvolvimento do Projeto de Vitrine O vitrinista é um profissional que deve estar em constante atualização profissional, pois a área de moda e, principalmente, as tendências que estão ligadas diretamente ao consumo variam constantemente e a criatividade exibida em muitos pontos de venda exige um alto grau de originalidade, que nos dias atuais é dificilmente conquistado. É função de um vitrinista procurar recursos adequados para criar cenários e am- bientes de compra atraentes, valorizando os produtos por meio de sua apresentação e formas de exposição harmoniosas e atrativas, transformando conceitos em mensagens visuais que serão decodificadas pelo público-alvo da marca. O profissional de Visual Merchandising pode atuar de duas maneiras: como contratado da empresa e responsá- vel pelo setor de Visual Merchandising ou como freelancer, para conceber propostas visuais atrativas. Para o planejamento de vitrines, existem algumas etapas de desenvolvimento muito importantes e que organizarão o processo de proposta e montagem de elementos. São elas: • Identificação da proposta: projeto de criação/montagem/compra de elementos de corativos/montagem de vitrine temática/troca de roupa; • Criação de briefing: com os valores disponíveis para a execução do trabalho, os espaços e sua descrição, prazos de execução e temas de inspiração; • Layout/esboço/croqui/desenho em escala ou 3D; • Memorial descritivo (roteiro/materiais/detalhes do projeto), levantamento de custos e equipamentos necessários; • Estabelecimento de formas e pagamento/prazo de execução; • Acompanhamento de montagem e organização de produtos. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Lojas & Vitrinas – Decoração – Instalações Comerciais, Cores e Linhas, Iluminação PASSOS, H. de O. Lojas & Vitrinas – Decoração – Instalações comerciais, cores e linhas, iluminação. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979. Vitrinas – Acidentes Estéticos na Cotidianidade OLIVEIRA, A. C. de. Vitrinas – Acidentes estéticos na cotidianidade. São Paulo: EDUC, 1997. Vitrinas em Diálogos Urbanos DEMETRESCO, S. Vitrinas em diálogos urbanos. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2005. Coleção Moda e Comunicação. Leitura O Consumidor e a Construção da Imagem da Marca através da Observação da Vitrine https://bit.ly/3spWu4C Me chama que eu vou: o Efeito das Vitrines no Comportamento de compra do Consumidor Brasileiro no Varejo de Moda https://bit.ly/3qlu8X1 17 UNIDADEProjetando Tendências em Vitrines Referências DEMETRESCO, S. Vitrinas em diálogos urbanos. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2005. Coleção Moda e Comunicação. DILON, S. Princípios de gestão de negócios de moda. Barcelona: Gustavo Gilli, 2012. GURGEL, M. Projetando espaços – Guia de arquitetura de interiores para áreas co- merciais. São Paulo: Senac, 2005. LOURENÇO, F.; SAM, J. O. Vitrina – Veículo de comunicação e venda. São Paulo: Senac, 2011. MORACE, F. (Org.). Consumo autoral. As gerações como empresas criativas. São Paulo: Estação das Letras e Cores Editora, 2009. OLIVEIRA, A. C. de. Vitrinas – Acidentes estéticos na cotidianidade. São Paulo: EDUC, 1997. Sites Visitados REPOSITÓTIO PUC-RS. Me chama que eu vou: o efeito das vitrines no comporta- mento de compra do consumidor brasileiro no varejo de moda. Disponível em: <https:// repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/14223/2/Me_chama_que_eu_vou_o_ efeito_das_vitrines_no_comportamento_de_compra_do_consumidor_brasileiro_no_va- rejo_de_moda.pdf>. Acesso em: 28/09/2020. SICOM. Tendências do comércio: vitrines. Disponível em: <http://sicom.com.br/ blog/2020/01/tendencias-do-comercio-vitrines/>. Acesso em: 28/09/2020. 18