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MANUAL 
DO 
PROFESSOR
BIOLOGIA
ANGLO
ENSINO FUNDAMENTAL
ANGLO
ano9
º-
2
Volume
capa_final_ANGLO_SOMOS_MP_BIOLOGIA_VOL2_SEMESTRAL.indd 3 3/11/19 10:21 AM
9º ano
Ensino Fundamental
Manual do
Professor
Biologia
José Manoel Martins
Marcos Engelstein
2
volume
MP_AngloEFII_Biologia_9_2_001a027.indd 1 3/18/19 11:19 AM
Direção Presidência: Mario Ghio Júnior
Direção de Conteúdo e Operações: Wilson Troque
Direção executiva: Irina Bullara Martins Lachowski
Direção editorial: Luiz Tonolli e Lidiane Vivaldini Olo
Gestão de projeto editorial: Rodolfo Marinho
Gestão de área: Isabel Rebelo Roque e Tatiana Leite Nunes
Edição: Amarilis Lima Maciel, Bianca Berneck, Carolina Taqueda e 
Rodrygo Martarelli Cerqueira
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Planejamento e controle de produção editorial: Paula Godo (ger.), 
Adjane Oliveira (coord.), Daniela Carvalho e Mayara Crivari
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), 
Rosângela Muricy (coord.), Arali Gomes, Brenda T. M. Morais, 
Carlos Eduardo Sigrist, Danielle Modesto, Hires Heglan, 
Kátia Lopes Godoi, Marilia Lima, Maura Loria, Ricardo Miyake, 
Tayra Alfonso; Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias)
Arte: Daniela Amaral (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.) e 
Daniel Hisashi Aoki (edit. arte)
Diagramação: JS Design
Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Roberto Silva (coord.), 
Roberta Freire Lacerda Santos (pesquisa iconográfica)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.), 
Angra Marques (licenciamento de textos), Erika Ramires, 
Luciana Pedrosa Bierbauer e Claudia Rodrigues (Analistas Adm.)
Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin
Ilustrações: Luis Moura, Setup Bureau
Cartografia: Eric Fuzii (coord.)
Design: Daniela Amaral (proj. gráfico e capa)
Foto de capa: Eric Isselee/Shutterstock/Glow Images
Ilustração de capa: D’Avila Studio
Todos os direitos reservados por SOMOS Sistemas de Ensino S.A.
Rua Gibraltar, 368 – Santo Amaro
CEP: 04755-070 – São Paulo – SP
(0xx11) 3273-6000
© SOMOS Sistemas de Ensino S.A.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Martins, José Manoel
 Ensino fundamental 2 : biologia 9º ano : volume 1 e 2 :
professor / José Manoel Martins, Marcos Engelstein. -- 1. 
ed. -- São Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2019.
 1. Biologia (Ensino fundamental). I. Engelstein, 
Marcos. II. Título.
2018-0061 CDD-372.35
Julia do Nascimento – Bibliotecária – CRB-8/010142
2019
ISBN 978 85 468 1860 0 (PR)
1a edição
1a impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação
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SUMÁRIO
8
VOLUME 2 ...............................................................................................4
 9. Alterações na cadeia alimentar – os javalis invasores e outros casos .................................... 5
10. Interações ecológicas – o caso das acácias e das formigas ................................................. 12
11. Bioacumulação – o caso das tartarugas-matamatás ............................................................. 17
12. A crise hídrica e a conservação ambiental ......................................................................... 22
13. O caso da fragmentação florestal e dos corredores ecológicos .......................................... 28
14. O caso dos lebistes e a seleção natural ............................................................................... 35
15. Especiação – o caso dos bugios na América do Sul ............................................................ 40
16. A seleção natural em ação .................................................................................................. 46
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4 Ensino Fundamental
VOLUME 2
Caros professores,
Dando continuidade aos estudos de caso, neste volume vamos apresentar temas sobre Ecologia e evo-
lução, relacionando-os, direta ou indiretamente, a fatos que poderão estar ligados ao cotidiano dos alunos. 
Os estudos de caso abordados nessa temática trarão assuntos como: espécies exóticas invasoras, cadeia e 
teias alimentares, bioacumulação, crise hídrica, conservação, corredores ecológicos, fragmentação de ecos-
sistemas, especiação e seleção natural.
Esperamos que, ao final desse segundo volume, este material tenha auxiliado em seu trabalho e atendido 
às suas expectativas. Permanecemos sempre à disposição para ouvir suas críticas e sugestões, fundamentais 
na construção de um material didático de qualidade. 
Bom trabalho!
Os autores
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9. ALTERAÇÕES NA CADEIA ALIMENTAR – 
OS JAVALIS INVASORES E OUTROS CASOS
AULAS 25, 26, 27 e 28
Neste Módulo, apresentamos o estudo de caso da presença do javali no Brasil como uma espécie exótica inva-
sora, bem como o impacto dessa situação para o ambiente e, em especial, para outras espécies com as quais ele 
compartilha parte do nicho ecológico. Essa análise se dá principalmente por meio do estudo de cadeias e teias 
alimentares. São discutidas formas de controle desses invasores e também é apresentado, no mesmo tema (espécie 
exótica invasora), outro estudo de caso: o do uso da joaninha-asiática como controle biológico.
Objetivos
• Identificar e diferenciar uma espécie nativa de uma espécie exótica.
• Entender o conceito de espécie exótica invasora e aplicá -lo ao caso dos javalis no Brasil.
• Compreender o conceito de nicho ecológico.
• Entender o conceito de cadeias e teias alimentares e saber nomear seus diferentes níveis tróficos.
• Analisar o desequilíbrio gerado em teias alimentares quando se adiciona um novo integrante que não sofre 
predação.
• Entender as consequências da invasão de javalis para o ambiente e para as comunidades, bem como as impli-
cações socioeconômicas dessa invasão.
• Compreender as formas de se mitigar, manejar e conter os efeitos dos javalis invasores.
• Compreender o caso da joaninha-asiática, uma espécie exótica invasora no Brasil, conhecendo os motivos de 
sua introdução voluntária e as consequências para o ambiente.
Roteiro de aula (sugestão)
Aula Descrição Anotações
25
Retorno da tarefa 3 do Módulo 8 
Quem são os javalis “invasores”?
De olho... na espécie exótica invasora
Atividade 1
Rumo ao Ensino Médio (item 1)
Orientações para a tarefa 1 (Em casa)
26
Retorno da tarefa 1
Cadeias e teias alimentares
Atividade 2
Rumo ao Ensino Médio (item 2)
Orientações para a tarefa 2 (Em casa)
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Ensino Fundamental
27
Retorno da tarefa 2
Consequências para o ambiente
O controle dos javalis
Atividade 3
Rumo ao Ensino Médio (item 3)
Orientações para a tarefa 3 (Em casa)
28
Retorno da tarefa 3
Outro caso de espécie introduzida: a joaninha-asiática
Atividade 4
Rumo ao Ensino Médio (item 4)
Orientações para a tarefa 4 (Em casa)
Observaç‹o: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa.
Noções básicas 
• As espécies exóticas são aquelas que chegam a locais, 
de forma acidental ou intencional (pelo ser humano), 
onde antes não habitavam.
Professor(a): os conceitos de espécie exóti-
ca e espécie exótica invasora já foram estudados 
em Ciências no 6o ano, Caderno 3.
• As espécies exóticas competem com espécies nativas 
pelos recursos do ambiente e geralmente têm vanta-
gem, pois não têm predadores naturais. São, assim, 
consideradas invasoras.
• Os javalis no Brasil se encaixam no conceito de 
espécie exótica invasora: são naturais de regiões da 
Europa, Ásia e África, mas, atualmente, já se espalha-
ram por vários estados brasileiros.
• A cadeia alimentar é composta de produtores (autó-
trofos), consumidores herbívoros (heterótrofos que se 
alimentam de produtores) e carnívoros (heterótrofos 
que se alimentam de consumidores), bem como de 
decompositores (heterótrofosque se alimentam de 
seres mortos, decompondo-os). 
• Cada elemento da cadeia ocupa um nível trófico. 
Os consumidores são classificados, de acordo com 
sua posição na cadeia, como primários, secundários, 
terciários, e assim sucessivamente.
• Os produtores ocupam o 1o nível trófico; os consumi-
dores primários, o 2o nível trófico; os consumidores 
secundários, o 3o nível trófico; e assim sucessivamente.
• Na natureza, as cadeias alimentares apresentam-se inter-
ligadas formando as teias alimentares. Um mesmo orga-
nismo pode fazer parte de diferentes cadeias alimentares, 
ocupando mais de um nível trófico. As teias podem ser 
analisadas desmembrando-se em cadeias alimentares.
• Os javalis causam uma série de impactos no ambien-
te: competem com espécies nativas, como catetos e 
queixadas; destroem plantas novas e sementes, afe-
tando a flora local; cavam o solo, acelerando, assim, 
o processo de erosão e promovem o assoreamento 
de lagos e rios; transmitem doenças, como a febre 
aftosa, a pneumonia suína e a teníase; cruzam com 
porcos domésticos asselvajando suas crias; destroem 
plantações e áreas agrícolas.
• O controle e o manejo dos javalis invasores com o 
objetivo de deter seu avanço e reduzir a população 
incluem: a caça e o abate controlados em criadouros 
e abatedouros autorizados; o combate aos criadouros 
clandestinos; e a orientação no manejo e transporte 
de animais de criadouros legalizados.
• A joaninha-asiática, uma espécie exótica invasora, 
foi introduzida voluntariamente com o objetivo de 
controlar biologicamente a população de pulgões em 
plantações onde estes se tornaram pragas. 
• O controle biológico feito pela joaninha-asiática é bem 
efetivo, mas elas acabam competindo com espécies de 
joaninhas nativas, causando a diminuição dessas popu-
lações, assim como da biodiversidade local. Em alguns 
países onde essa espécie foi introduzida verificaram-se 
prejuízos econômicos, como danos em plantações de 
uvas viníferas no Canadá e nos Estados Unidos.
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Estratégias e orientações
Alguns dos temas deste Módulo já foram estudados em 
séries anteriores, como é o caso de espécies exóticas inva-
soras e cadeias e teias alimentares. Tenha em mente essa 
informação em todo o desenvolvimento do Módulo, sem-
pre recorrendo à lembrança dos alunos para esses temas.
Quem são os javalis “invasores”? (página 6)
Uma das formas de iniciar o levantamento de conheci-
mentos prévios é solicitar aos alunos que descrevam uma 
cadeia alimentar de determinado ambiente. Com base na 
cadeia escolhida, pergunte a eles o que ocorreria caso 
um animal ou uma planta fosse introduzido. Apresente 
o nicho ecológico desse organismo exótico, enfatizando 
seu habitat, sua forma de obtenção de alimento e seus 
principais predadores, caso existam. Peça a eles que façam 
previsões do que poderia ocorrer com os seres vivos da 
cadeia alimentar. A competição por alimentos costuma 
ser percebida, mas o aumento de predação de certo nível 
trófico pelo surgimento de um novo consumidor não é 
tão facilmente identificado pelos estudantes.
Em seguida, pode-se retomar os conceitos de espécie 
exótica e espécie exótica invasora, assunto do boxe De 
olho... na espécie exótica invasora (página 7 do Caderno 
do Aluno), trabalhados no 6º ano. A leitura do texto em 
duplas pode ser uma boa estratégia para a continuação da 
aula. A forma narrativa como se conta o caso dos javalis 
favorece uma leitura mais agradável aos alunos. A única 
ressalva é em relação ao conceito de nicho ecológico, que 
é apresentado pela primeira vez. Ele será retomado nas 
atividades, quando poderá ser reforçado pelo professor, 
pois se trata de um conceito que não é de simples enten-
dimento para os alunos. É muito comum que se confunda 
nicho ecológico com habitat e ambiente – trabalhe essas 
distinções. Os exercícios propostos na Atividade 1 e no 
item 1 da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser feitos 
pelas duplas de alunos e corrigidos em seguida.
A tarefa 1 da seção Em casa traz um resumo sobre 
os principais conceitos relativos a espécies exóticas na 
forma de um texto que deverá ser corrigido pelos alu-
nos, o que exige atenção, além de construção textual. 
O item 1 da seção Rumo ao Ensino Médio traz um teste 
de vestibular recente, o que mostra a importância do 
tema e sua atualidade.
Cadeias e teias alimentares (página 9)
Cadeias e teias alimentares já foram estudadas no 
7o ano e retomadas na aula anterior a partir dos conheci-
mentos prévios. Trata-se, portanto, de uma revisão, mas 
com uma aplicação mais prática que deve ser resgatada 
ao final da aula com a retomada da questão dos javalis. A 
ideia justamente é fazer com que o aluno perceba que os 
javalis afetam diretamente os organismos que compõem 
as teias alimentares da comunidade que invadem.
Uma boa estratégia é dividir a turma em duplas ou 
trios e pedir que façam a leitura do texto desta aula e, 
em seguida, os exercícios da Atividade 2 e o item 2 da 
seção Rumo ao Ensino Médio. A correção pode ser feita 
na lousa pelos próprios alunos, demonstrando o seu 
raciocínio para a turma. 
A tarefa 2 da seção Em casa exige que o aluno exe-
cute o “desmembramento” da teia alimentar em cadeias 
alimentares e esse exercício é fundamental para uma 
visualização mais clara dos níveis tróficos que cada ser 
pode ocupar em diferentes cadeias. Faça uma pequena 
demonstração desse tipo de análise quando estiver pre-
parando-os para executar essa tarefa em casa.
Consequências para o ambiente (página 11) e
O controle dos javalis (página 11)
É possível que a região em que você vive tenha sido 
alvo de invasão dos javalis. É muito interessante que os 
conhecimentos prévios dos alunos a respeito desse tema 
sejam levantados no início desta aula. É provável que 
algumas das consequências que serão discutidas sejam 
do conhecimento deles. 
Para esta aula, a leitura coletiva compartilhada do texto 
ou mesmo uma aula expositiva podem ser estratégias ade-
quadas. Há alguns conceitos que são apresentados e talvez 
precisem de uma explicação contextualizada, o que você 
pode fornecer. Após essa apresentação, reúna a turma em 
grupos para realizar a Atividade 3. O exercício 2 resgata um 
conhecimento sobre teníase que os alunos já estudaram no 7o
ano, mas que pode ser reforçado pela interpretação do texto.
O item 3 da seção Rumo ao Ensino Médio resume as 
estratégias adotadas pelo Ibama para conter a invasão 
dos javalis e, propositalmente, pede que se assinale a 
alternativa incorreta, no intuito de o aluno ter acesso a 
um número maior de afirmações corretas para sedimentar 
esses conhecimentos. A tarefa 3 da seção Em casa busca 
trazer outro aspecto que não é tão explorado no texto, 
mas que deve ser considerado: influências eventualmente 
positivas das espécies invasoras. Os alunos são convida-
dos a refletir sobre esse tema.
Outro caso de espécie introduzida:
a joaninha-asiática (página 13)
Para esta aula, como se trata de um novo estudo de 
caso, o trabalho em grupo com leitura e a execução de 
exercícios são uma boa estratégia. Separe a turma em 
trios ou quartetos e peça que realizem a leitura do texto 
e, em seguida, façam a Atividade 4 e o item 4 da seção 
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Ensino Fundamental
Rumo ao Ensino Médio, que explora os principais temas 
do Módulo: análise de uma teia alimentar com a inclusão 
de uma espécie exótica. A tarefa 4 da seção Em casa sin-
tetizará os estudos de caso trabalhados neste Módulo e 
apresentará mais um exemplo, por meio de um pequeno 
trecho de um texto.
Vale ressaltar que observar o trabalho de cada estu-
dante dentro do grupo, durante a aula, fornece elementos 
avaliativos importantes. Note se o estudante participa da 
discussão, se propõe soluções para os problemas enfren-
tados, se sabe ouvir e respeitar a opinião dos colegas, se 
ajuda a organizar o tempo disponível para a execuçãode tarefas, se compartilha seus conhecimentos com os 
demais estudantes, se consegue colocar de forma clara 
suas ideias para o grupo, etc.
Existem muitos exemplos de alterações nas cadeias 
alimentares que podem ser apresentados aos estudantes. 
Lembre-se de incluir no planejamento da aula as rela-
ções ecológicas envolvidas nos exemplos escolhidos. 
Pode-se pensar, por exemplo, nos coelhos introduzidos 
no fim do século XIX na Austrália, assim como no cacto 
do gênero Opuntia, no mexilhão -dourado no rio Paraná 
e na introdução do escargot em vários pontos do litoral 
brasileiro. Pesquise se há algum caso regional que pode 
ser mais significativo para os estudantes. Caso considere 
oportuno, sugira aos alunos que façam essa pesquisa e, 
quando possível, numa roda de conversa com a turma, 
estimule-os a expor e debater os resultados de suas 
pesquisas.
Respostas e comentários
Atividade 1 (página 8)
1. a) Espécies nativas são aquelas que ocorrem natural-
mente em determinada localidade. Espécies exóti-
cas são aquelas que não ocorrem naturalmente em 
certa localidade, mas são introduzidas, geralmente 
pelos seres humanos, de forma intencional ou não.
b) É uma espécie exótica que, introduzida em um 
ambiente, causa impactos que prejudicam as es-
pécies nativas e que se expandem rapidamente.
c) Os javalis são considerados uma espécie exótica 
no Brasil, pois não são naturais do país; e invasora, 
pois ocuparam o espaço das espécies nativas, cau-
sando prejuízos diversos por causa da competição 
por recursos do ambiente. 
2. Javalis, queixadas e catetos ocupam nichos ecológicos 
semelhantes, isto é, utilizam recursos muito similares 
do ambiente onde vivem, incluindo as fontes de ali-
mento. Assim, acabam estabelecendo uma relação de 
competição interespecífica por recursos, como água e 
alimento, e espaço. Uma vez que os javalis não têm 
predadores naturais no Brasil, acabam prevalecendo 
sobre as populações de catetos e queixadas.
Atividade 2 (página 10)
1. a)
Seriemas
Lagartas de 
borboleta
Capim
Serpentes
Lagartos
Professor(a): comente que poderíamos 
incluir nessa teia alimentar também os decom-
positores que dela fazem parte, mas como 
não é o nosso foco da discussão, preferimos 
manter apenas produtores e consumidores.
b) Capim: produtor (1o nível trófico); Lagartas de borbo-
leta: consumidor primário (2o nível trófico); Lagartos: 
consumidor secundário (3o nível trófico); Seriemas: 
consumidor secundário (3o nível trófico), terciário 
(4o nível trófico) ou quaternário (5o nível trófico); 
Serpentes: consumidor terciário (4o nível trófico).
2. Com o crescimento da população de javalis, aumen-
taria a predação de insetos (lagartas) e de lagartos 
e, portanto, haveria menos alimentos para os lobos-
-guarás e as seriemas. Assim, é provável que as po-
pulações dessas espécies também diminuíssem.
Atividade 3 (página 13)
1. Espera-se que os estudantes mencionem medidas de 
caráter preventivo, como aumento da fiscalização de 
criadouros clandestinos; orientação para o manejo 
e transporte dos animais de criadouros legalizados; 
responsabilização do criador pelo escape de animais 
e por descuidos na criação; entre outras.
2. a) Como a larva (cisticerco) se aloja nos músculos de 
porcos e bois, o ser humano é infectado por essa 
larva por meio da ingestão de carne malpassada 
contaminada de porco ou de boi.
b) Uma vez que se contrai teníase ingerindo carne 
malpassada contaminada, uma das formas para 
evitar a contaminação, além do controle sanitário 
apropriado na criação desses animais, é cozer bem 
as carnes, evitando a ingestão de carne malcozida, 
pois nestas as larvas podem permanecer vivas. 
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Atividade 4 (página 15)
1. O principal impacto da joaninha-asiática no Brasil é o de desalojar espécies nativas de joaninhas.
2. Até o momento, os impactos não são considerados tão intensos quanto os provocados por outras espécies exó-
ticas invasoras; no entanto, seu estudo é importante, pois, dessa forma, pode-se tentar mensurar os impactos 
da dispersão dessa espécie no território, tendo em vista que ela já criou danos mais graves em outras partes do 
mundo, como França, Canadá e Estados Unidos.
Em casa (página 15)
1. Espécies exóticas são animais ou vegetais que podem se instalar em locais onde já existem espécies nativas com 
nicho ecológico semelhante. Essas espécies exóticas tornam-se invasoras quando têm determinadas caracte-
rísticas, como ausência de predadores, ciclo reprodutivo rápido e baixa especificidade de recursos alimentares. 
Assim, tornam-se facilmente pragas, pois crescem rapidamente. Como compartilham o nicho ecológico com 
espécies nativas, alteram o equilíbrio ecológico do local.
2. a) São encontradas cinco cadeias: 
• vegetal – grilo – lagarto – gavião;
• vegetal – grilo – lagarto – raposa – gavião;
• vegetal – grilo – raposa – gavião;
• vegetal – rato – raposa – gavião;
• vegetal – rato – gavião.
b) A raposa.
c) O vegetal, o grilo, o rato e o lagarto.
3. Esse hábito de chafurdar que os porcos em geral têm, entre eles os javalis (mesmo invasores), funciona também 
como uma espécie de arado para o solo, pois, ao revolvê-lo, esses animais trazem nutrientes mais subterrâneos 
para a superfície, além de possibilitar a entrada de ar no solo, beneficiando algumas espécies de plantas.
Professor(a): comente que no Pantanal essa atividade realizada pelos porcos-do-mato (ou catetos) 
e os queixadas é muito importante para que, na época de cheias, os solos revirados tenham seus nu-
trientes expostos, o que facilita a alimentação de peixes e outros organismos aquáticos que vão ocupar 
esses corixos. 
4. Javalis Joaninhas-asiáticas Tucunarés e tilápias
Forma de 
introdução
Voluntária e acidental
Voluntária
e acidental
Voluntária
Principais 
consequências 
da introdução/
invasão para 
a comunidade 
afetada
Desalojamento de espécies nativas; perda 
de biodiversidade; impacto no ambiente, 
como erosão do solo e assoreamento de rios 
e lagos; transmissão de doenças; impactos 
socioeconômicos na agricultura e na 
suinocultura
Desalojamento 
de espécies 
nativas; perda de 
biodiversidade
Desalojamento 
de espécies 
nativas; extinções 
locais; perda de 
biodiversidade
Efeitos 
positivos 
da introdução
O revolvimento do solo possibilita o 
desenvolvimento de plantas
Controle biológico 
de insetos, como 
pulgões
Aumento da 
quantidade desses 
peixes para uso 
comercial
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Ensino Fundamental
Rumo ao Ensino Médio (página 17)
1. Alternativa B. A assertiva I está errada, pois a introdução 
de espécies exóticas não desloca necessariamente as 
espécies nativas, que podem acabar sofrendo extinções 
locais. A assertiva IV está errada, pois as espécies exóti-
cas não criam nichos ecológicos para as espécies nati-
vas, mas sim competem pelos já existentes. A assertiva 
V está errada, pois a introdução de espécies exóticas 
altera as características bióticas dos ecossistemas. 
2. Alternativa D. A alternativa a está errada, pois o pri-
meiro elo de uma cadeia é sempre um ser autótrofo 
(produtor). A alternativa b está errada, pois os con-
sumidores primários são sempre o segundo nível 
trófico. A alternativa c está errada, pois os produtores 
sintetizam matéria orgânica.
3. Alternativa C. Está incorreta, pois a introdução de 
vírus letais que acabassem com os suínos não só 
poderiam acabar com os javalis, mas também com 
outros porcos nativos, como catetos e queixadas. 
4. Alternativa D. Se a joaninha for extinta da comunida-
de em questão, a população do pulgão (1) aumenta 
na ausência desse predador. Como não há joaninhas 
disponíveis, a população da libélula (3), que se ali-
mentava delas, diminui até se extinguir. A população 
do sapo (2), por sua vez, diminui até certo ponto, 
estabilizando-se, pois também se alimenta de borbo-
letas e gafanhotos. A alternativaa está errada, pois a 
raposa não chegaria à extinção, já que ainda poderia 
se alimentar de bem-te-vis e coelhos. A alternativa b
está errada, pois, neste caso, a população de joaninha 
tende a aumentar, já que não há um de seus preda-
dores, e a cobra não se extingue, pois ainda pode 
se alimentar de sapos. A alternativa c está errada, 
pois a população do sapo tende a aumentar e a do 
gafanhoto pode sofrer uma diminuição por causa do 
aumento do número de sapos, mas não vai se ex-
tinguir. A alternativa e está errada, pois a população 
da gramínea tende a diminuir muito, uma vez que 
a quantidade de consumidores primários aumentará 
consideravelmente (ratos e coelhos).
Texto de apoio ao professor
Pode-se utilizar este texto como leitura complementar 
para os alunos ou mesmo como mais um estudo de caso 
importante no contexto nacional.
Mexilhão -dourado. Uma invasão que ameaça o 
Pantanal e a Amazônia 
Na década de 1990, o mexilhão -dourado (Limnoperna 
fortunei) tomou carona em navios que vinham da Ásia 
para a América do Sul. Na década seguinte, esse molusco 
proliferou através dos sistemas fluviais sul-americanos, 
destruindo o habitat nativo e perturbando o funciona-
mento de usinas hidroelétricas e de tratamento da água. 
Espécie invasora, ela agora ameaça o ecossistema inteiro 
da Amazônia.
A bióloga computacional brasileira Marcela Uliano 
da Silva é um dos cientistas que trabalham para tentar 
por um fim à invasão do mexilhão -dourado. Ela desen-
volve o sequenciamento do genoma do molusco pela 
primeira vez. Em recente entrevista ao TED-Fellows, 
blog da célebre organização de depoimentos em vídeo, 
Marcela explica como espera usar a informação obtida 
a partir do perfil molecular desse animal para parar 
a invasão atual e impedir as outras que acontecerão 
no futuro.
TED – Fale-nos sobre o mexilhão -dourado. Por que ele 
representa um problema para a América do Sul?
Marcela Uliano da Silva – O marisco dourado é origi-
nário da Ásia e chegou à América do Sul ao redor de 
1990, nos depósitos de água de lastro dos navios. Os 
primeiros mexilhões foram lançados no estuário do 
Rio da Prata, na Argentina, e rapidamente começaram 
a se espalhar pelo Rio Paraná, subindo o rio até alcan-
çar as planícies do Pantanal. Nessas bacias fluviais, os 
mexilhões -dourados se reproduzem em larga escala, e 
em ritmo rápido, se incrustando e entupindo os dutos 
das usinas hidrelétricas e das estações de tratamento 
de água. Ao mesmo tempo, o molusco ocupa o espa-
ço das espécies nativas. Esses mexilhões chegaram a 
Itaipu – uma das maiores hidrelétricas do mundo – e 
foram além, alcançando agora várias hidrelétricas de 
São Paulo e Minas Gerais.
O mexilhão -dourado, no entanto, não se espalha ape-
nas através das águas de lastro e das larvas que sobem 
os rios nadando contra a corrente – o público também 
desempenha um papel muito ativo nessa invasão. To-
dos os anos, existem vários festivais de pesca em todo o 
sul e sudeste do Brasil, e o público vem a eles de carro, 
puxando seus barcos normalmente estacionados no 
sul. Quando colocam seus barcos na água, eles intro-
duzem os mexilhões dourados em novos rios. Essa é a 
forma como eles foram introduzidos no Pantanal. E por 
isso a educação ambiental e o despertar das consciên-
cias nas pessoas é tão importante: precisamos evitar a 
introdução desses moluscos em novas locações.
TED – Como os mexilhões afetam o ecossistema nativo?
Os cientistas agora chamam o mexilhão -dourado de 
“engenheiro ecossistêmico”, pelo fato de que, infeliz-
mente, ele muda de ambiente com enorme facilidade e 
eficiência. Uma das suas características é a reprodução 
intensiva, com a criação de novas vastas populações. 
Ele se alimenta através da filtragem da água, de modo 
que, quando existem muitos mexilhões em uma zona, 
isso aumenta a transparência da água. Como resultado, 
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a luz do Sol penetra muito mais profundamente na 
água, provocando alterações nos níveis do fitoplâncton 
e no equilíbrio das espécies que vivem na superfície. 
Em alguns rios já existem evidências de um aumento 
de 20% da população de peixes porque eles encon-
tram nos mexilhões uma nova e abundante fonte de 
alimento. Mas quando você aumenta o número de pei-
xes, acontece um efeito dominó, já que eles estão no 
topo da cadeia alimentar. Como consequência, quando 
ocorre uma invasão de mexilhões, ela transforma todo 
o ecossistema, fazendo diminuir a biodiversidade e 
homogeneizando o ambiente.
TED – Os mexilhões -dourados constituem uma ameaça 
para a Amazônia?
Sim, com certeza, e esta é a principal razão para jus-
tificar nosso trabalho de desenvolvimento de uma so-
lução baseada na genética. A Amazônia é a região de 
maior biodiversidade em todo o mundo. Se o mexilhão-
-dourado chegar a ela, irá modificar o ambiente, da 
mesma forma que já o fez em outras bacias sul-ame-
ricanas. Irá desequilibrar o ecossistema da Amazônia. 
E isso será um desastre.
TED – O que impediu, até agora, que o mexilhão-
-dourado chegasse à Amazônia?
Além das campanhas educacionais para prevenir que 
as larvas do mexilhão se espalhem, existe um regu-
lamento brasileiro chamado NORMAM 20, que obriga 
os navios comerciais que vão à Amazônia a jogar fora 
duas vezes suas águas de lastro antes de penetrarem 
na bacia do Amazonas.
As águas da bacia amazônica também variam muito 
em termos de características físico-químicas e, numa 
certa medida, isso tem ajudado a prevenir o estabe-
lecimento do mexilhão -dourado em certas áreas. No 
entanto, as assim chamadas “águas brancas” – que 
têm pH próximo do neutro e uma grande quantidade 
de minerais sólidos em suspensão – seriam receptivas 
ao mexilhão -dourado. As águas das bacias do Paraná, 
do Paraguai e do Uruguai, nas quais o mexilhão já se 
instalou, têm características similares.
TED – Fale-nos sobre a tese que você publicou recen-
temente. Por que ela é importante?
Meu trabalho se destina a identificar os dados ge-
néticos do mexilhão -dourado e a usar nosso conhe-
cimento do perfil molecular desse animal de modo 
a impedi-lo de continuar a afetar e destruir o nosso 
meio ambiente.
SILVA, Marcela Uliano da (em entrevista ao TED-Fellows). 
Mexilhão-dourado. Uma invasão que ameaça o Pantanal e a 
Amazônia. Disponível em: < https://www.brasil247.com/pt/247/
revista_oasis/159408/mexilhão-dourado-uma-invasão-que-ameaça-
o-pantanal-e-a-amazônia.htm>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Sugestão de material para consulta
Na internet
• IBAMA. O javali asselvajado – normas e medidas de controle. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/
phocadownload/biodiversidade/javali/ibama-cartilha-javali_asselvajado.pdf>.
• . Plano nacional de prevenção, controle e monitoramento do javali (Sus scrofa) no Brasil. Disponível em: 
<https://www.ibama.gov.br/phocadownload/javali/2017/2017-PlanoJavali-2017.2022.pdf>. 
• . Biossegurança na suinocultura. Cartaz informativo. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/
phocadownload/biodiversidade/javali/ibama-javali_biosseguridade.pdf>.
• . Javalis, javaporcos e suiformes nativos – saiba diferenciar e conserve a fauna nativa. Informativo produzido 
pelo Projeto Javali, da Embrapa. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/phocadownload/biodiversidade/
javali/ibama-javalis_javaporcos_e_suiformes_nativos.pdf>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
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812 Ensino Fundamental
10. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS – O CASO DAS ACÁCIAS 
E DAS FORMIGAS
AULAS 29 e 30
Neste Módulo, apresentamos as principais interações ecológicas interespecíficas e intraespecíficas, que já foram 
abordadas ao longo do 6o e 7o ano em Ciências, e as características do bioma Savana, no 6o ano. Esses conteúdos 
são apresentados como preparação para o estudo de caso que envolve acácias, formigas e grandes herbívoros das 
Savanas africanas. As várias interações entre esses seres vivos ajudam a entender o delicado equilíbrioecológico 
nesse ecossistema. 
Objetivos
• Reconhecer e classificar interações ecológicas intraespecíficas e interespecíficas.
• Conhecer o bioma Savana e relembrar as principais características do bioma Cerrado, reconhecendo-o como 
um tipo de Savana.
• Compreender as várias nuances das relações entre acácias, formigas e grandes herbívoros africanos.
• Relacionar as interações ecológicas entre seres vivos com a manutenção do equilíbrio ecológico.
Roteiro de aula (sugestão)
Aula Descrição Anotações
29
Retorno da tarefa 4 do Módulo 9 
Tipos de interação ecológica
Savanas africanas
De olho... na nossa Savana, o bioma do Cerrado
Atividade 1
Rumo ao Ensino Médio (item 1)
Orientações para a tarefa 1 (Em casa)
30
Retorno da tarefa 1
Entendendo a relação ecológica entre formigas e acácias
De olho... no nicho ecológico
Atividade 2 
Rumo ao Ensino Médio (item 2)
Orientações para a tarefa 2 (Em casa)
Observação: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa.
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Noções básicas 
• Os seres vivos interagem ecologicamente com seres 
da mesma espécie (interações intraespecíficas) e 
com seres de espécies diferentes (interações interes-
pecíficas). Essas interações podem ser neutras (os 
indivíduos não são prejudicados nem beneficiados), 
harmônicas (nenhum indivíduo é prejudicado) ou de-
sarmônicas (pelo menos um indivíduo é prejudicado). 
• Entre as interações harmônicas intraespecíficas 
(que geram benefícios para os indivíduos daquela 
espécie, sem gerar prejuízos), temos: sociedade (os 
indivíduos cooperam entre si, dividindo tarefas) e 
colônia (os indivíduos cooperam entre si e estão 
unidos fisicamente).
• A competição intraespecífica é uma interação desar-
mônica entre indivíduos da mesma espécie, que gera 
prejuízos para todos os indivíduos envolvidos.
• Entre as interações harmônicas interespecíficas (que 
geram benefícios para uma ou ambas as espécies, 
sem gerar prejuízos), temos: mutualismo (relação 
obrigatória), cooperação (relação não obrigatória) 
e comensalismo (uma espécie se beneficia e para a 
outra a relação é neutra).
• O comensalismo pode ser classificado, ainda, em in-
quilinismo (quando um ser vivo se instala em outro se 
beneficiando, mas sem causar prejuízo ao hospedeiro) 
e epifitismo (no caso específico de uma planta que 
vive sobre outra sem causar prejuízos para a hospe-
deira, mas se beneficiando da interação entre elas).
• Entre as interações desarmônicas interespecíficas 
(que geram prejuízos para uma ou ambas as espé-
cies), temos: parasitismo (o parasita se beneficia e o 
hospedeiro é prejudicado), predatismo (o predador 
se beneficia e a presa é prejudicada) e a competição 
(ambas as espécies se prejudicam).
• As interações entre as espécies são importantes 
para a manutenção do equilíbrio ecológico de uma 
comunidade.
• As Savanas africanas têm predomínio de vegetação 
herbácea, árvores esparsas, entre elas as espinhosas 
acácias, alimento de grandes herbívoros, como gira-
fas e elefantes. O nosso Cerrado é um tipo de Savana.
• As acácias das Savanas africanas têm nectários que for-
necem alimento às formigas da espécie Crematogaster 
mimosae. Essas formigas também se alimentam da seiva 
do floema das acácias.
• As formigas C. mimosae defendem a acácia de pre-
dadores (predatismo) herbívoros (besouros e outras 
formigas, girafas e elefantes), estabelecendo com a 
planta uma relação de cooperação.
• As acácias isoladas de grandes herbívoros crescem 
menos e sua população diminui, o que não seria es-
perado. Isso foi explicado pelo fato de as acácias, sem 
esses herbívoros, produzirem menos seiva liberada 
no corte das folhas e, assim, atraírem menos formigas 
C. mimosae, o que as deixa vulneráveis a parasitas 
e outros predadores (besouros e outras espécies de 
formigas).
• O nicho ecológico é o papel desempenhado pelo ser 
vivo no ambiente e envolve todas as suas interações 
com os fatores abióticos e bióticos do ambiente 
onde vive.
• Cada espécie faz parte de um nicho ecológico e 
interferências em seus componentes podem causar 
desequilíbrio ecológico.
Estratégias e orientações
Existe a possibilidade de iniciar este Módulo com 
um jogo entre presa e predador. Veja a seção Sugestão 
de atividade extra ao final deste Módulo (Aprendendo 
sobre a relação presa-predador por meio de jogos pe-
dagógicos) e avalie a possibilidade de usá -lo como um 
motivador e ponto de partida para o estudo de caso 
aqui proposto. 
Tipos de interação ecológica (página 20)
No início desta aula, recupere os conhecimentos 
prévios dos alunos a respeito das interações ecológicas 
que já foram estudadas no 6o e 7o ano em Ciências. 
Uma boa estratégia é pedir a eles que façam uma leitura 
prévia do texto deste item, em casa, antes da aula, para 
facilitar o processo de revisão. Se considerar adequado, 
solicite aos alunos que organizem uma tabela com as 
interações ecológicas listadas e exemplos. Essa ativi-
dade os ajuda a concretizar esses conceitos.
Em relação à análise das interações ecológicas, vale 
a pena relembrar aqui algumas das considerações feitas 
no 6o ano, no Módulo 24 do Manual do Professor, no 
Caderno 3.
As interações entre seres vivos podem ser analisa-
das de diversos modos, de acordo com os diferentes 
autores. Por isso, temos de optar por uma dessas visões 
e a escolhida foi a que aparece em PURVES et al. (ver 
indicação ao final deste Módulo, na seção Sugestão de 
material para consulta), resumida na Tabela 1 a seguir. 
Esses autores consideram a forma como se estabelecem 
o prejuízo, o benefício ou a neutralidade da relação 
entre as espécies.
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Ensino Fundamental
Tabela 1 – Tipos de interação ecológica
Efeito na espécie 2
Prejudicial Benéfico Neutro
E
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sp
é
ci
e
 1 Prejudicial Competição (–/–) Predação ou parasitismo (–/+) Amensalismo (–/0)
Benéfico Predação ou parasitismo (+/–) Mutualismo (+/+) Comensalismo (+/0)
Neutro Amensalismo (0/–) Comensalismo (0/+) —
Fonte: PURVES, W. K. et al. Vida: a ciência da Biologia. v. II. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 975.
O amensalismo não foi abordado neste Módulo por 
considerarmos que as relações apresentadas são suficientes 
para o entendimento da importância das interações ecológi-
cas na manutenção do equilíbrio ambiental. O herbivorismo 
também apresenta certa controvérsia: pode ser considerado 
uma relação benéfica para o herbívoro e prejudicial para 
a planta, mas também uma relação de predatismo (se a 
planta for morta), ou mesmo de cooperação, pois a ação 
do herbívoro sobre a planta pode estimulá -la a rebrotar. 
Por causa dessas nuances de interpretação, optamos por 
também não apresentar aqui essa interação ecológica.
Uma forma de trabalhar as diferentes interações entre 
os seres vivos é escrever na lousa uma lista de animais 
e plantas de determinado local e pedir aos alunos que 
façam agrupamentos dos seres listados, dois a dois, es-
tabelecendo interações ecológicas entre eles e apresen-
tando justificativas para tal.
O item 1 da Atividade 1 (página 25) pode ser traba-
lhado logo após essa atividade inicial da aula. Para se 
entender as interações propostas entre as espécies, pode 
ser que os alunos precisem realizar uma pesquisa, bus-
cando conhecer tais espécies. Para isso, pode-se montar 
uma estrutura de pesquisa a ser realizada na própria aula, 
em pequenos grupos, com disponibilidade de livros e/ou 
acesso à internet, ou pode-se solicitar como lição de casa, 
com orientação de onde encontrar essas informações em 
livros (na biblioteca) ou em sites. 
 Savanas africanas (página 24)
Ainda nesta aula é prevista a apresentação das Sa-
vanas africanas e do boxe De olho... na nossa Savana, 
o bioma do Cerrado (página 24). Para isso, pode ser 
feita uma leitura compartilhada coletiva ou em peque-
nos grupos já montadospara a pesquisa anteriormente 
citada. Solicita-se também a execução do item 2 da 
Atividade 1.
A tarefa 1 da seção Em casa e o item 1 da seção 
Rumo ao Ensino Médio solicitam interpretação de tex-
tos, nos quais os alunos devem analisar situações de 
interações ecológicas. 
Entendendo a relação ecológica entre formigas 
e acácias (página 27)
Nesta aula será estudado o caso da interação entre 
formigas, acácias e animais herbívoros e parasitas. Para 
isso, uma leitura coletiva compartilhada pode ser uma 
boa estratégia. À medida que se vai fazendo a leitura, 
as interações que forem aparecendo podem ser regis-
tradas na lousa, sem que haja ainda uma classificação 
de qual seria a interação, pois isso será pedido no item 
2 da Atividade 2. Leia o primeiro parágrafo, faça os 
registros na lousa e, antes de dar continuidade à leitu-
ra, pergunte aos alunos como fariam um experimento 
para validar a hipótese de que os herbívoros sejam 
prejudiciais às plantas. Baseando-se no conhecimento 
adquirido nos capítulos anteriores sobre metodolo-
gia científica, sugira que façam um plano de como o 
experimento deve ser executado e a que conclusões 
pretendem chegar.
Prossiga até o fim da leitura e conceitue nicho eco-
lógico (boxe De olho... no nicho ecológico – página 28) 
de modo que os alunos entendam que as espécies, numa 
comunidade, sempre têm sobreposição de parte de seus 
nichos ecológicos e que essas sobreposições podem ser 
neutras, vantajosas ou desvantajosas. As consequências 
da sobreposição de nichos ecológicos são evidentes nes-
se estudo de caso. 
Organize a turma em duplas e peça a cada uma que 
faça a Atividade 2 (página 28) e também o item 2 da 
seção Rumo ao Ensino Médio, em que o estudo de caso 
aqui trabalhado é o mote da questão e solicita também 
a análise de gráficos.
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A tarefa 2 da seção Em casa (página 29) exige 
que seja feita uma interpretação de texto à luz do 
que foi estudado no caso das interações ecológicas 
entre formigas, acácias e animais herbívoros, com 
previsão de consequências para o equilíbrio ambiental 
em ecossistemas africanos, possibilitando uma síntese 
deste Módulo.
Respostas e comentários
Atividade 1 (página 25)
1. 
Professor(a): para esta atividade, pode ser 
que os alunos precisem fazer uma pesquisa. 
Considere isso em seu planejamento.
a) Sociedade. Relação intraespecífica e harmônica 
entre cupins que se organizam em cupinzeiros, 
ou termiteiros, com indivíduos realizando coope-
rativamente diferentes funções e formando grupos 
como soldados, operários e rainha.
b) Comensalismo do tipo inquilinismo. Relação 
interespecífica harmônica em que o peixe fie-
rásfer, ou peixe-agulha, vive dentro do pepi-
no-do-mar como inquilino, se beneficiando da 
relação, mas sem causar benefício ou prejuízo 
ao hospedeiro.
c) Cooperação. Relação interespecífica harmônica 
entre o peixe-cirurgião-amarelo e a tartaruga-ver-
de; o peixe se alimenta de algas que crescem no 
casco desta, que por sua vez recebe uma espécie 
de “limpeza” de seu corpo. Essa relação é benéfi-
ca para ambas as espécies, mas não obrigatória.
Professor(a): vale ressaltar que essa rela-
ção pode ser considerada, por alguns autores, 
um caso de comensalismo, em que o peixe-
-cirurgião-amarelo se beneficia da relação, 
mas é neutra para a tartaruga-verde, que, de 
fato, não teria vantagem alguma com a lim-
peza de seu casco.
2. O bioma brasileiro é o Cerrado. Ocupando parte da 
região conhecida como planalto Central, o Cerrado 
é o segundo maior bioma brasileiro. Apresenta tem-
peraturas médias entre 20 °C e 30 °C e o clima é 
bem marcado por períodos de seca no inverno e de 
chuva no verão. O Cerrado é caracterizado por uma 
vegetação predominantemente composta de gramí-
neas e apresenta árvores com troncos retorcidos.
Atividade 2 (página 28)
1. A ação das girafas, ao comerem as folhas de acácias, 
mantém a produção da secreção da seiva do floema 
que alimenta as formigas C. mimosae. A falta dessa 
seiva faz com que diminua a população de formigas 
C. mimosae vivendo na acácia, que, dessa forma, 
fica vulnerável a outras espécies prejudiciais ao seu 
desenvolvimento.
2. a) Predatismo. Os herbívoros alimentam-se da acácia, 
causando prejuízo para a planta.
b) Competição interespecífica. As duas espécies com-
petem pela mesma fonte de alimento: as acácias.
c) Sociedade. Os formigueiros são exemplos típicos 
de sociedade, sendo constituídos por indivíduos 
com divisões de tarefas entre si.
d) Cooperação. Os estudos indicaram que, quando a re-
lação é quebrada, o prejuízo para a acácia é elevado, 
mas a princípio conseguiriam viver sem a interação.
e) Competição interespecífica. As espécies disputam 
o mesmo alimento e espaço – no caso, a acácia.
f) Predatismo, no caso das formigas que se alimen-
tam das acácias, e inquilinismo, no caso das es-
pécies que simplesmente usam os buracos nas 
árvores para abrigar-se.
Em casa (página 29)
1. Espera-se que o aluno identifique como as espécies 
se comportam nas relações ecológicas apresentadas. 
• Cooperação – as duas espécies são beneficiadas. 
• Predação – uma espécie se beneficia e a outra é 
prejudicada. 
• Comensalismo do tipo inquilinismo – uma espécie 
se beneficia e a outra não é afetada. 
• Mutualismo – ambas as espécies são beneficiadas. 
2. Espera-se que os estudantes usem os conceitos de equi-
líbrio ecológico e de interações ecológicas para explicar 
que o declínio na população de elefantes na África pode 
afetar diversas outras populações, como as de acácias, 
formigas C. mimosae, outras espécies de insetos, etc.
Rumo ao Ensino Médio (página 30)
1. Alternativa D. O peixe bodião se alimenta de parasi-
tas, tecidos contaminados e muco do peixe herbívoro, 
ambos se beneficiando dessa relação, mas não de-
pendendo dela para sobreviver (protocooperação). O 
peixe bodião realiza o predatismo quando se alimenta 
de parasitas.
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2. Alternativa A. As acácias com formigas têm uma taxa 
de sobrevivência maior e menos predação por her-
bívoros que na ausência de formigas. A alternativa 
b está errada, pois as acácias se beneficiam da inte-
ração com as formigas. A alternativa c está errada, 
pois, quando existem formigas na acácia, há menos 
insetos herbívoros nessas árvores. A alternativa d
está errada, pois as acácias são beneficiadas com a 
presença de formigas. A alternativa e está errada, 
pois na presença de formigas há menos insetos her-
bívoros, como mostra o segundo gráfico.
Sugestão de atividade extra
Aprendendo sobre a relação presa-predador por 
meio de jogos pedagógicos
Um interessante jogo que traz a relação entre presa e 
predador, no estilo RPG, é proposto por pesquisadores do 
Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da 
Unesp Botucatu. Ele foi imaginado para alunos do Ensino 
Médio, mas pode ser adaptado para turmas do último ano 
do Ensino Fundamental. Veja, a seguir, o resumo desse 
trabalho. Outra possibilidade é um jogo altamente recomen-
dável, no formato de perguntas e respostas sobre a ecologia 
do Cerrado Paulista para alunos do Ensino Fundamental.
O material pode ser acessado no site indicado na 
fonte.
O emprego da ludicidade por meio de jogos pe-
dagógicos tem sido uma prática crescente por causa 
do potencial de interatividade e da retenção de aten-
ção dos alunos. O objetivo do presente trabalho foi o 
de produzir dois jogos: um de representação (RPG) o 
qual permite aos alunos de Ensino Médio vivenciarem 
personagens de uma aventura e favorece uma percep-
ção vívida e uma experiência marcante. O outro é um 
jogo de perguntas e respostas para alunos do Ensino 
Fundamental que tem como finalidade o aprendizado 
sobre a ecologia do Cerrado Paulista, com destaque 
a Cuesta da região de Botucatu. Em ambos os casos, 
os jogadores, isto é, os estudantes aprendem através 
de conceitos multidisciplinarescomo é a interação 
dos animais entre si e com o meio ambiente e ainda, 
aprendem sobre as características geomorfológicas, 
paisagísticas, históricas e culturais em relação à região. 
Cada jogo é constituído além do manual de instruções, 
um texto de apoio ao professor.
Fonte: FERREIRA, J. H. B. P.; LAMARCA, K. P.; DINIZ, R. E. S.; 
NISHIDA, S. M. Aprendendo sobre a relação presa-predador por 
meio de jogos pedagógicos. Disponível em:
<http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2005/artigos/capitulo%
2010/aprendendopresapredador.pdf>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
Sugestão de material para consulta
Na estante
• PALMER, T. M. et al. Breakdown of an ant-plant 
mutualism follows the loss of large herbivores from 
an African savanna. Science, vol. 319: 192-195, 2008.
• PURVES, W. K. et al. Vida: a ciência da Biologia. Porto 
Alegre: Artmed, 2002.
• YOUNG, T. P. et al. KLEE: a long-term multi-species 
herbivore exclusion experiment in Laikipia, Kenya. 
African Journal of Range and Forage Science, 14(3): 
94-102, 1997.
Na internet
• ÁRVORE escraviza formigas. Galileu. Disponível em: 
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/
0,,EMI345179-17770,00-ARVORE+ESCRAVIZA+FOR
MIGAS.html>.
• DANTAS, D. Amigos, mas não para sempre. Ciência 
Hoje On-line, 10 jan. 2008. Disponível em: <http://www.
cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/933/n/amigos,_mas_
nao_para_sempre>. 
• INTERAÇÕES mutualísticas entre formigas e plantas. 
Disponível em: <https://www.periodico.ebras.bio.br/
ojs/index.php/ebras/article/view/44/72>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
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11. BIOACUMULAÇÃO – O CASO DAS 
TARTARUGAS-MATAMATÁS
AULAS 31, 32 e 33
Este Módulo mostra, por meio de exemplos, as consequências de desequilíbrios ambientais gerados pela presença 
de substâncias tóxicas, como mercúrio e DDT, no ambiente, afetando as cadeias alimentares. 
A bioacumulação é um assunto que tem se feito presente no cotidiano das pessoas por meio de algumas práticas 
que começam a ser adotadas pela população – como o consumo de produtos orgânicos – e da discussão da legis-
lação sobre o uso de agrotóxicos. Do ponto de vista pedagógico, o tema serve para rever conceitos relacionados à 
cadeia alimentar, como níveis tróficos (produtores, consumidores, presas e predadores) e transferência de matéria 
e energia de um nível trófico a outro. 
Outra questão ainda em pauta é o acidente com os rejeitos de mineração que ocorreu na cidade mineira de Ma-
riana. Trata-se de comparar impactos ocorridos anteriormente (contaminação por mercúrio em Minamata, no Japão, 
cujos efeitos já são conhecidos) com um mais recente, ocorrido no Brasil (rompimento da barragem de rejeitos, em 
Mariana, cujos efeitos estamos começando a conhecer), possibilitando traçar um paralelo entre eles.
Objetivos
• Rever os conceitos básicos relacionados a cadeias e teias alimentares. 
• Entender o que é bioacumulação por meio de exemplos como do mercúrio e do DDT.
• Reconhecer o papel de modelos em Ciência para analisar ambientes em desequilíbrio.
• Conhecer as consequências dos desastres de Mariana e da baía de Minamata e refletir sobre elas.
Roteiro de aula (sugestão)
Aula Descrição Anotações
31
Retorno da tarefa 2 do Módulo 10
As matamatás e o mercúrio
Bioacumulação
Atividade 1
Rumo ao Ensino Médio (item 1)
Orientações para a tarefa 1 (Em casa)
32
Retorno da tarefa 1
Modelos científicos
Bioindicadores
Atividade 2
Rumo ao Ensino Médio (item 2)
Orientações para a tarefa 2 (Em casa)
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Ensino Fundamental
33
Retorno da tarefa 2
Casos conhecidos e por conhecer
Atividade 3
Rumo ao Ensino Médio (item 3)
Orientação para a tarefa 3 (Em casa)
Observação: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa.
Noções básicas 
• Nas cadeias alimentares, energia e matéria são trans-
feridas de um nível trófico a outro.
• Alguns materiais, não metabolizados, acumulam-se 
nos organismos; esse fenômeno é chamado de bioa-
cumulação.
• Quando o acúmulo de substâncias persistentes ocor-
re ao longo da cadeia alimentar, damos o nome de 
biomagnificação.
• Para entender os efeitos de materiais tóxicos nos 
ecossistemas e nos seres vivos, são usados modelos 
científicos, ou seja, seres vivos que apresentam ca-
racterísticas que possibilitam entender e evidenciar 
os fenômenos que estão ocorrendo.
• Bioindicadores são organismos vivos que indicam a 
presença de alterações ambientais.
Estratégias e orientações
As aulas deste Módulo não apresentam textos mui-
to longos ou muitos conceitos a serem explicados, 
o que favorece a criação de momentos de discussão 
sobre desequilíbrios ambientais. Assim, após leitu-
ras compartilhadas dos textos e das explicações dos 
conceitos, é interessante criar momentos para que 
os alunos reflitam e exponham seus pontos de vista 
baseados em conhecimentos prévios.
Essa prática será especialmente interessante na se-
gunda e na terceira aula, abrindo espaço para que os 
alunos possam propor intervenções.
As matamatás e o mercúrio (página 31)
Inicie a primeira aula revendo os conceitos de cadeia 
e teia alimentares, nicho ecológico, fatores bióticos e 
abióticos e ecossistema no contexto da narrativa do 
caso das tartarugas-matamatás. Isso pode ser feito, por 
exemplo, por meio de questões orais ou escritas, aná-
lise de algum texto ou de algum filme, que levantem 
esses conceitos.
Bioacumulação (página 33)
Defina bioacumulação e biomagnificação com base 
na leitura do texto. Bioacumulação é o termo geral 
que descreve um processo pelo qual substâncias (ou 
compostos químicos) são absorvidas pelos organismos. 
Porém, alguns autores observam que, embora o termo 
“bioacumulação” possa ser confundido ou usado como 
sinônimo de “biomagnificação” ou “bioconcentração”, 
existe uma distinção importante entre esses termos. 
Bioacumulação ocorre num nível trófico e representa 
o aumento da concentração de uma substância nos 
tecidos ou órgãos dos organismos. Bioconcentração 
ocorre quando as substâncias são absorvidas pelos or-
ganismos em concentrações mais elevadas do que o 
ambiente circundante. Assim, a bioconcentração e a 
bioacumulação ocorrem considerando um organismo, 
enquanto a biomagnificação ocorre entre os diferentes 
níveis da cadeia alimentar (níveis tróficos). Não é o caso 
de discutir essas distinções com os alunos, mas vale a 
pena tê-las diferenciadas, caso surjam dúvidas ou usos 
inadequados.
A relação entre hidrelétricas e mercúrio reside no fato 
de que, com o represamento de rios, o fluxo de mercúrio 
diminui e favorece sua acumulação nas águas. Não há 
uso desse metal nas hidrelétricas; portanto, não é a usina 
diretamente que provoca o aumento da concentração do 
mercúrio no corpo de água. Para saber um pouco mais 
sobre o assunto, consulte o site <http://revistapesquisa.
fapesp.br/wp-content/uploads/2018/03/053-055_
mercurio_265novo.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019. Ou-
tro fator importante sobre o mercúrio é a formação da 
forma metálica lipofílica, o metil-mercúrio. Como é um 
composto solúvel em gorduras, ele é capaz de atravessar 
as membranas plasmáticas, incluindo a da placenta e a 
da barreira hematoencefálica, o que explica os danos 
que causa ao sistema nervoso. É nessa forma orgânica 
que o mercúrio entra na cadeia alimentar e se acumu-
la em plantas e animais. Para saber um pouco mais, 
veja os sites <https://www.scienceinschool.org/pt/2007/
issue7/Mercury> e <https://www.maxwell.vrac.puc-rio.
br/5853/5853_2.PDF>. Acesso em: 25 fev. 2019.
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O uso de inseticidas na agricultura gera uma ex-
celente discussão sobre impactos ambientais e de-
senvolvimento da humanidade. Se, por um lado, eles 
contaminam o ambiente, por outro, eles aumentam a 
produtividade das culturas, o que pode significarum 
menor custo dos alimentos. Não é o caso de discutir o 
uso do DDT, pois ele já foi proibido, mas sim a utiliza-
ção de outros tipos de inseticida e demais defensivos 
agrícolas. Dessa forma, foge-se da simples polêmica 
“usar versus conservar” ou “ruim versus bom”. Um pon-
to de partida interessante pode ser uma pesquisa de 
opinião sobre o livro Primavera silenciosa, de Rachel 
Carson. Para conhecer um pouco mais essa obra, su-
gerimos o artigo “Rachel Carson, ciência e coragem”, 
de Elenita M. Pereira, de out. 2012. Disponível em: 
<http://cienciahoje.org.br/artigo/rachel-carson-ciencia-
e-coragem/>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Modelos científicos (página 35)
Os exemplos apresentados anteriormente também são 
muito úteis para a compreensão de modelos científicos 
como recurso para explicar fenômenos complexos. Os 
exemplos da tartaruga-matamatá e do DDT mostram a 
importância desses modelos na compreensão dos dese-
quilíbrios ambientais. Os organismos usados de modelos 
são conhecidos como bioindicadores.
Bioindicadores (página 37)
Outro exemplo que possibilita enriquecer a discussão 
é o impacto dos inseticidas e dos antibióticos na seleção, 
respectivamente, de insetos e de bactérias mais resistentes 
a essas substâncias. Essa resistência pode estar diretamen-
te ligada ao combate ao mosquito vetor da dengue. Leia 
mais em “Aedes aegypti: inseticidas, mecanismos de ação e 
resistência”, de Ima A. Braga e Denise Valle, de 2007. Dis-
ponível em: <https://www.agrolink.com.br/downloads/_
th/Downloads/Aedes%20aegypti%20-%20inseticidas,%20
mecanismos%20de%20a%C3%A7%C3%A3o%20e%20
resist%C3%AAncia.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Existem bioindicadores que podem ser observados 
na região próxima à escola, se houver oportunidade. É 
o caso de determinados tipos de líquen em cascas de 
árvore, que usamos como exemplo no boxe Você sabia? 
da página 37 do Caderno do Aluno. Para conhecer um 
pouco mais sobre esses organismos, veja o artigo “Liquens 
são usados como biomonitores de poluição em Porto 
Alegre”, de Isis N. Diniz, de 2012. Disponível em: <http://
revistapesquisa.fapesp.br/2012/02/29/liquens-s%C3%A3o-
usados-como-biomonitores-de-polui%C3%A7%C3%A3o-
em-porto-alegre/>. Acesso em: 25 fev. 2019. 
Além da leitura compartilhada e da discussão dos tex-
tos, oriente os alunos a analisar a distribuição de liquens 
em árvores de uma área da cidade mais sujeita à polui-
ção e compará-la com a de árvores de uma área menos 
impactada ou, ainda, a comparar árvores da periferia e 
do interior de parques, para avaliarem se há diferenças.
Casos conhecidos e por conhecer (página 38)
Na terceira aula, a discussão se faz em torno de dois 
desastres: o da baía de Minamata, no Japão, em decorrência 
do despejo de mercúrio no mar, e o de Mariana, em Minas 
Gerais, decorrente do rompimento da barragem de Fun-
dão. Os dois exemplos evidenciam e reforçam o conceito 
de bioacumulação e mostram a importância dos modelos 
científicos para a compreensão das consequências da pre-
sença de substâncias tóxicas no ambiente e nos diferentes 
níveis tróficos, incluindo o ser humano, que é o último 
nível de uma cadeia. Além disso, evidenciam a necessidade 
de estudos de impacto ambiental diante de riscos de ma-
teriais lançados no ambiente: tanto o mercúrio da baía de 
Minamata quanto o ferro da lama de Mariana por si só não 
apresentariam riscos muito elevados; o problema é que o 
mercúrio se transforma em outra substância muito tóxica e 
o ferro atrai outros metais, que são também muito tóxicos. 
A aula pode ser iniciada com a leitura de artigos 
de jornais da época que você pode fornecer ou podem 
ser pesquisados pelos alunos (neste caso, lembre -se de 
orientá-los previamente). Outra opção é uma abordagem 
mais direta, com a leitura compartilhada do texto do 
Módulo, seguida da análise dele.
As pesquisas que estão sendo realizadas nos ecossiste-
mas ligados ao rio Doce mostram a importância dos mo-
delos científicos para explicar os fenômenos decorrentes 
do desastre de Mariana. O gráfico que apresenta os dados 
da pesquisa com peixes e camarões mostra os níveis de 
vários metais nesses animais e os limites aceitáveis pela 
legislação. Ele pode ser usado para discutir o efeito des-
ses metais em seres humanos que se alimentem desses 
pescados e, ao mesmo tempo, refletir sobre os impactos 
nas comunidades que vivem da pesca desses animais.
O desastre de Mariana é recente, mas perdeu espaço 
na mídia por conta da tragédia em Brumadinho. Sobre esta 
última ainda não existem resultados de pesquisas, mas há 
muito material disponível para consulta dos alunos sobre o 
ocorrido em Mariana e a possibilidade de desenvolvimento 
de outras atividades. Assim, há sugestões de atividades 
extras sobre o assunto no fim deste material.
A reflexão proposta no final do texto sobre os desastres 
não tem e nem pretende ter resposta, mas é um convite 
à reflexão do papel do aluno como cidadão que ele já é. 
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Ensino Fundamental
O que poderia fazer um jovem de cerca de 13 a 15 anos? 
Informar-se, discutir em casa e, principalmente, saber que 
é um ator na sociedade, que pode cobrar de autoridades 
competentes as decisões esperadas em casos como estes.
Para ajudar na reflexão do professor sobre Brumadi-
nho, existe uma interessante análise do que poderia ter 
sido feito e sobre as responsabilidades em um podcast
de jornalistas da revista Piauí, disponível em: <https://
piaui.folha.uol.com.br/foro-de-teresina-37-vale-ataca-
novamente-desinformacao-versus-jean-wyllys-e-flavio-
e-os-donos-do-segredo/>. Acesso em: 25 fev. 2019. Esse 
mesmo podcast contém mais duas análises que tratam 
de outro assunto.
Professor(a): encerre a aula pedindo aos alu-
nos que tragam de casa uma conta de água para 
ser utilizada na próxima aula.
Respostas e comentários
Atividade 1 (página 35)
Organize os alunos em grupos de três a quatro 
integrantes e incentive a troca de ideias. As respostas 
podem incluir um ou mais dos itens a seguir, entre 
outros: educação das populações ribeirinhas locais 
para valorizar a conservação do ambiente (vale até 
a ideia de exploração turística); desenvolvimento de 
projetos de criadouros das espécies nativas de “valor 
comercial”, visando reduzir a caça de indivíduos selva-
gens; fiscalização e controle de comércio, transporte e 
criação de animais; controle da poluição e proibição do 
uso de determinadas substâncias na região (mercúrio, 
por exemplo); implantação de processos de filtragem 
e recuperação de áreas já contaminadas; combate ao 
desmatamento e à mineração ilegais e fiscalização das 
atividades autorizadas; monitoramento e conservação 
de áreas de reprodução e alimentação dos animais; 
recuperação de populações ameaçadas.
Atividade 2 (página 37)
Resposta pessoal. Sugestões de cadeias alimentares:
Fitoplâncton ou plantas aquáticas → pequenos peixes →
→ peixes grandes → tartarugas (adultas ou filhotes)
Fitoplâncton ou plantas aquáticas → peixes →
→ tartarugas (adultas ou filhotes) → seres humanos
A poluição por mercúrio na água leva à absorção 
desse metal pelos seres vivos que vivem na região. Com 
os processos de bioacumulação e biomagnificação, os 
organismos que ocupam o topo das cadeias alimentares 
(como o ser humano ou a matamatá, nas sugestões de 
cadeias) devem apresentar as maiores taxas da substância 
tóxica. Se as pessoas comerem alguns dos componentes 
contaminados da cadeia alimentar, elas passarão a acu-
mular as substâncias tóxicas.
Atividade 3 (página 41)
 a) Por serem herbívoras, as espécies I e II são as 
primeiras a apresentar os compostos organoclo-
rados em seus tecidos. É o caso da cigarrinha e 
do gafanhoto.
b) Inseticidas organoclorados, como o DDT, acumu-
lam-se ao longo das cadeias e teias alimentares, 
apresentando-se em maior quantidade em espé-
cies do topo da cadeia alimentar. As curvas V e VI 
podem corresponder aos lagartos e às serpentes.
Em casa (página 41)
1. a) capim → preá → serpente → gaviãob) Cada ser vivo absorve uma determinada quanti-
dade de DDT do meio e pelo menos parte dela é 
transferida via alimentação para o próximo nível 
trófico. Desse modo, os últimos componentes 
de uma cadeia (seres vivos de topo de cadeia), 
como os gaviões, deverão ter mais dessa subs-
tância no organismo.
2. Os seres humanos também podem ser considerados 
animais de topo de cadeia alimentar e, portanto, 
também estão sujeitos a acumular grandes quan-
tidades de mercúrio em seus corpos, ao consumir 
peixes e a tartaruga contaminados. Dessa forma, 
podemos admitir que as matamatás são um modelo 
para explicar a quantidade de mercúrio que pode 
ser acumulada no corpo dos seres humanos do ecos-
sistema em questão.
3. Uma explicação possível é que os agrotóxicos te-
nham contaminado o solo e a água de rios, que 
deságuam no mar. Uma vez no mar, os agrotóxicos 
contaminam o plâncton marinho e, a partir dele, a 
cadeia alimentar desse ecossistema, incluindo os ele-
fantes-marinhos, que são animais de topo de cadeia.
Rumo ao Ensino Médio (página 42)
1. Alternativa A. A alternativa b está errada, pois o cara-
mujo ocupa apenas o 2o nível trófico dessa cadeia de 
quatro níveis tróficos. A alternativa c indica o 3o nível 
trófico, consumidores secundários, ou seja, não é o 
mais alto, aquele que acumula a maior quantidade do 
metal. A alternativa d também indica um animal do 2o
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nível trófico e a alternativa e indica o 1o nível trófico, 
o dos produtores, portanto ambas estão incorretas.
2. Alternativa B. A alternativa a está incorreta, pois indica 
o formato da figura (pirâmide de energia), que não é 
descrita no enunciado. A alternativa c indica uma teia 
alimentar, o que pode servir de distrator, apesar de o 
esquema apresentar uma cadeia alimentar. Tal como a 
alternativa a, a alternativa d se refere ao desenho, e não às 
informações do enunciado. Já a alternativa e está errada, 
pois indica transformações bioquímicas que não apare-
cem nem no enunciado nem no esquema desenhado.
3. Alternativa E. Nenhuma das outras alternativas sugere 
uma explicação razoável para o fenômeno, pois ele 
se refere apenas ao animal que ocupa o topo da 
cadeia alimentar, não tendo relação com o fato de 
ser detritívoro (que se alimenta de restos) nem com 
o seu porte (animais grandes podem ser herbívoros) 
ou com a velocidade da digestão.
Sugestão de atividade extra
O desastre de Mariana: um exemplo atual
O desastre de Mariana e suas consequências po-
dem ser tema para a construção de um painel pelos 
alunos. Divida a classe em quatro grupos. Cada grupo 
trará informações sobre um assunto: a situação atual 
das barragens que acumulam os rejeitos da minera-
ção de ferro; a situação da população afetada pela 
lama; o andamento das pesquisas sobre os impactos 
ambientais; as consequências legais para a empre-
sa Samarco. Cada grupo selecionará as informações 
mais significativas sobre o assunto correspondente e 
organizará o painel, cuja forma de apresentação você 
poderá estabelecer: cartazes em cartolina ou em um 
programa de computador que os alunos dominem, 
para fazer uma espécie de banner.
Parcerias com professores de outras disciplinas, como 
Geografia e Língua Portuguesa, podem enriquecer o trabalho. 
O tema também possibilita apresentações digitais com 
os mesmos conteúdos do painel.
Há muita disponibilidade de material de pesquisa em 
sites oficiais de jornais e de ONGs. 
Outro caminho interessante é fazer um debate sobre 
o uso de inseticidas. Para isso, os estudantes podem 
ser divididos em grupos que devem julgar, contra-argu-
mentar e decidir sobre o uso dessas substâncias. Antes, 
cada grupo deve pesquisar informações para defender 
a sua posição, apresentando argumentos consistentes.
Sugestão de material para consulta
Na estante
• LEMELL, P. et al. Feeding patterns of Chelus fimbriatus
(Pleurodira: Chelidae). The Journal of Experimental 
Biology. 205, p. 1495-1506, 2002.
• SCHNEIDER, L. et al. Mercury levels in muscle of 
six species of turtles eaten by people along the Rio 
Negro of the Amazon Basin. Arch. Environ. Contam. 
Toxicol, 58, 444-450, 2010.
Na internet
• ESTUDO mostra que mercúrio tem afetado as tar-
tarugas da Amazônia. G1, 16 ago. 2012. Disponível 
em: <http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2012/08/
estudo-mostra-que-mercurio-tem-afetado-tartarugas-
da-amazonia.html>. 
• MONTONE, R. C. Bioacumulação e biomagnificação. 
Instituto Oceanográfico. Disponível em: <http://www.
io.usp.br/index.php/oceanos/textos/antartida/31-
portugues/publicacoes/series-divulgacao/poluicao/811-
bioacumulacao-e-biomagnificacao>. 
• SILVA, L. M. Metais pesados em tecidos de Chelonia
mydas encalhadas no litoral do Rio Grande do Sul, Bra-
sil. Imbé, 2011. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.
br/bitstream/handle/10183/40099/000786761.pdf>. 
Acesso em: 25 fev. 2019.
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822 Ensino Fundamental
12. A CRISE HÍDRICA E A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
AULAS 34, 35 e 36
Este Módulo apresenta casos de crises hídricas em dois grandes centros urbanos, os possíveis motivos dessas 
crises e como atitudes de conservação ambiental podem ajudar a evitá-las. Além disso, discute outras medidas que 
podem ser tomadas para evitar a falta de água nas cidades.
Objetivos
• Relacionar o abastecimento de água ao ciclo hidrológico.
• Entender as relações entre crescimento populacional e a carência de água em regiões urbanas.
• Entender as relações entre a conservação de áreas naturais e de recursos hídricos.
• Refletir sobre soluções possíveis para o problema da água em áreas urbanas.
• Refletir sobre as soluções sociais e econômicas para a questão da água.
Roteiro de aula (sugestão)
Aula Descrição Anotações
34
Retorno da tarefa 3 do Módulo 11 
Quanta água existe no mundo?
De olho... no consumo de água no Brasil
Atividade 1
 Você sabia? A conta de água
Os grandes aquíferos presentes no território brasileiro
Rumo ao Ensino Médio (item 1)
Orientações para a tarefa 1 e para a pesquisa da tarefa 2 
(Em casa)
35
Retorno da tarefa 1
Atividade 2
A água nas cidades – o exemplo de Nova York
Atividade 3
De olho… na qualidade da água das torneiras
Pagamento por serviços ambientais (PSA)
Rumo ao Ensino Médio (item 2)
Orientações para a tarefa 2 (Em casa)
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Retorno da tarefa 2
Crise hídrica no Brasil
Em Extrema (MG), uma solução para a crise hídrica
Atividade 4
Rumo ao Ensino Médio (item 3)
Orientações para a tarefa 3 (Em casa)
Observaç‹o: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa.
Noções básicas 
• Ao lado da biodiversidade e do aquecimento global, 
a disponibilidade de água está se tornando uma das 
principais questões socioambientais do mundo atual. 
• A distribuição de água doce no planeta é bastante 
heterogênea e parte significativa da população hu-
mana vive sob estresse hídrico.
• O aumento da população e a urbanização provocam 
uma intensa pressão de usos múltiplos dos recursos 
hídricos e impactos na qualidade da água.
• As soluções têm de passar pela conservação de áreas 
de mananciais e de reservas e atacar o desperdício nos 
vários pontos, desde a captação da água, passando pela 
distribuição e chegando ao consumidor final (indústrias, 
comércio e população consumidora, entre outros).
Estratégias e orientações
A ideia deste Módulo é discutir a crise hídrica e a con-
servação ambiental como parte fundamental para a gestão 
dos recursos hídricos em uma perspectiva de longo prazo.
É muito importante, para discutir esse tema, conhecer 
a situação hídrica da sua região e verificar que medidas 
são tomadas para a conservação de água, quais são os 
problemas existentes e de que forma as ideias aplicadas 
em outras regiõespodem ser adotadas localmente. Di-
vida essas medidas em governamentais (nas suas várias 
instâncias) e individuais.
Para saber um pouco mais sobre a situação hídrica na 
região, existe uma dica no boxe Você sabia? A conta de 
água. Oriente os alunos para essa pesquisa, que pode ser 
feita na internet ou diretamente nos órgãos responsáveis 
do município.
Quanta água existe no mundo? (página 44)
Esta parte da primeira aula retoma conhecimentos de 
anos anteriores, como a quantidade de água no planeta e 
o ciclo da água. Essa revisão visa discutir a disponibilidade 
de água doce no planeta, a heterogeneidade da distribui-
ção dessa água nos continentes e a inter-relação entre 
o ciclo da água e o abastecimento para as populações. 
Converse com os alunos sobre o que eles sabem a respeito 
do abastecimento de água da região onde vivem: qual é 
o reservatório principal, onde ele fica, quem o administra, 
entre outras questões. 
Na sequência, explore o gráfico do boxe De olho... 
no consumo de água no Brasil. Essa discussão é mui-
to importante, pois existe uma tendência de olhar os 
números e creditar a culpa nos “outros”, aqueles que 
consomem mais, no caso, agricultura e indústria. Mos-
tre aos alunos que nós também somos agentes desse 
consumo, o que pode ser enfatizado com a realização 
da Atividade 1, que poderá ser feita em grupos de três 
ou quatro alunos, conforme sugerido.
A Atividade 1 visa a uma aproximação dos estudantes 
com a questão de consumo e o desperdício de água nas 
nossas casas. Muitas vezes, o discurso não gera mudança 
de hábito na população. Dessa forma, você pode discutir 
com os estudantes o que significam os pequenos des-
perdícios, incluindo o lado econômico, que podem ser 
controlados pelos cidadãos.
Os grandes aquíferos presentes no território 
brasileiro (página 47)
A parte final da aula apresenta os dois maiores aquí-
feros do Brasil. É interessante refletir sobre esse privilégio 
do país e sobre o impedimento de transporte dessa água 
para regiões mais secas. Discuta também a necessida-
de de conservação das regiões onde se encontram os 
aquíferos para que eles não sejam contaminados por 
agrotóxicos ou poluentes urbanos. 
Na página <http://portal1.snirh.gov.br/ana/apps/
webappviewer/index.html?id=6f1c6551a61e42ceb8bd77b
a0e784d99> (acesso em: 25 fev. 2019), da Agência Nacional 
de Águas, encontra-se um mapa interativo dos aquíferos 
brasileiros. Pode ser interessante propor um trabalho in-
terdisciplinar com o professor de Geografia. 
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Ensino Fundamental
Esse portal tem, ainda, um interessante vídeo sobre 
aquíferos que pode ser encontrado na página <http://
www3.ana.gov.br/videos> (acesso em: 25 fev. 2019). Se 
houver possibilidade, esse material pode ser acessado, 
o que possibilitará conhecer um pouco mais sobre a sua 
região, apenas com o objetivo de ampliar esse conheci-
mento e ilustrar um aspecto da questão hídrica.
Para encerrar, dê tempo para a realização do Rumo 
ao Ensino Médio (item 1). 
A água nas cidades – o exemplo de Nova York 
(página 49)
Inicie a segunda aula com a Atividade 2, que relaciona 
a Floresta Amazônica às chuvas no Sudeste e no Sul do 
Brasil. Mais uma vez vale lembrar o ciclo hidrológico. 
Dessa forma, o estudante pode analisar as situações se-
guintes, sempre da perspectiva de que as causas e os 
efeitos não são apenas regionais, mas o impacto das 
nossas ações pode repercutir em outras regiões também. 
Da mesma forma, fica claro que as soluções não serão 
pontuais e únicas, mas exigirão várias medidas.
O exemplo de Nova York apresenta as razões da 
crise de abastecimento na década de 1990 e as soluções 
adotadas para a diminuição desse problema, que só ten-
deria a aumentar. O caminho foi a eliminação de pontos 
de desperdício e a conservação ambiental no entorno 
dos reservatórios. 
Oriente, então, a realização da Atividade 3 cuja pro-
posta é chamar a atenção dos alunos para o fato de que 
não somos apenas pacientes dessas crises, mas também 
agentes delas.
Pagamento por serviços ambientais (PSA) 
(página 50)
Sobre este tema, é importante salientar os bons resul-
tados dessa prática, ainda que haja custos para os gover-
nos envolvidos. É importante mostrar que as iniciativas 
trazem resultados, mesmo que não sejam a curto prazo.
Crise hídrica no Brasil (página 50)
A terceira aula aborda a crise hídrica no Brasil, com 
enfoque na situação vivida recentemente pela região Su-
deste, em especial São Paulo, em 2014 e 2015. É importante 
discutir as razões da crise, as medidas emergenciais, que 
não resolvem a questão de abastecimento, e as soluções de 
longo prazo que precisam ser implantadas. Explore tam-
bém o exemplo de Extrema (MG), que mostra resultados 
interessantes com o pagamento de serviços ambientais. 
Se for possível, transponha a situação para a sua 
região, o que torna a discussão muito mais rica. A partir 
dos exemplos anteriores, é possível traçar um parale-
lo, comparando causas, efeitos, medidas e resultados. 
Oriente os alunos a pensar em algumas medidas que 
poderiam surtir efeitos positivos. Essa discussão pode ser 
feita em pequenos grupos para anotação das principais 
ideias, seguida de um debate maior, em que cada grupo 
apresente suas propostas.
Há muita informação disponível, por exemplo, no site
da Sabesp, disponível em <http://site.sabesp.com.br/site/
Default.aspx> (acesso em: 25 fev. 2019), que contém da-
dos diários dos níveis dos reservatórios do estado de São 
Paulo. Outro material interessante é o capítulo “Lições e 
desafios”, disponibilizado pela Agência Nacional de Águas, 
no endereço <http://conjuntura.ana.gov.br/static/media/
licoes_desafios.6ce1ed00.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Em seguida, oriente a realização da Atividade 4 e, 
depois, a realização do item 3 da seção Rumo ao Ensino 
Médio e da seção Em casa.
Respostas e comentários
Atividade 1 (página 46)
As respostas são pessoais, dependem da família e do 
consumo registrado na conta de água analisada. Para que 
os alunos tenham mais clareza dos volumes considerados, 
uma dica interessante é converter o volume expresso em 
m3 para litros (multiplicando por 1 000).
A forma como as contas são apresentadas varia em 
cada região. Portanto, é importante analisar uma antes 
de fazer o trabalho com os alunos. 
Outra preocupação que você deve ter é com o fato de 
muitos alunos viverem em apartamentos, em que muitas 
vezes a conta de água é conjunta, estando em nome do 
condomínio. Uma solução possível é fazer o trabalho 
em pequenos grupos de três a quatro alunos, garantindo 
que algum deles more em casa e tenha aceso à conta de 
água individual.
Atividade 2 (página 48)
 a) A água passa para a atmosfera por evaporação do 
solo e dos corpos de água e pela transpiração dos 
seres vivos, principalmente as árvores da floresta.
b) Apesar de a figura mostrar a água proveniente da 
Amazônia indo para o Sul e o Sudeste, boa parte 
da água que sustenta as grandes cidades dessas 
regiões vem das nascentes e dos reservatórios em 
áreas naturais próximas. Essas são as áreas que 
precisam receber as chuvas dos chamados “rios 
aéreos”. Ou seja, sem a conservação dessas áreas, 
a água também não chega às cidades.
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Atividade 3 (página 49)
 a) Destruição da vegetação nativa na região, locais 
que abrigavam as principais nascentes e reserva-
tórios que forneciam água para a cidade.
b) Além do crescimento numérico da população, o 
consumo exagerado de água e seu consequente 
desperdício também foram responsáveis pela crise. 
Atividade 4 (página 53)
Resposta pessoal. Alguns critérios que podem ser ci-
tados são a presença de nascentes, rios e lagos ou, ainda, 
reservatórios; apresentar cobertura vegetal conservada ou 
de recuperação viável. Pode-se destacar também a im-
portância da fiscalização dessas áreas e sua manutenção. 
Em casa (página 53)
1. Aágua precipita, indo da atmosfera para a superfície 
terrestre. Ela infiltra e percola (passagem lenta de um 
líquido através de um meio) no solo ou nas rochas, 
podendo formar aquíferos, ressurgir na superfície na 
forma de nascentes, fontes, pântanos, ou alimentar rios 
e lagos. Nos casos em que a precipitação é maior do 
que a capacidade de absorção do solo, ela escoa sobre 
a superfície. A água evapora retornando à atmosfera. 
Além da evaporação da água dos solos, rios e lagos, 
uma parte dela é absorvida pelos seres vivos. Estes, por 
sua vez, liberam a água para a atmosfera por meio da 
transpiração e da excreção. Também pode ocorrer o 
congelamento da água, formando as camadas de gelo 
nos cumes de montanha e geleiras. Estas podem sofrer 
degelo, liberando água líquida na superfície.
2. Como as informações são específicas de cada região, a 
resposta deve conter dados sobre a preservação de áreas 
de nascentes, reservatórios e rios da região estudada.
3. A resposta deve conter dois pontos importantes: a 
destruição dessas áreas obriga a buscar água em re-
giões mais distantes, o que aumenta o custo de for-
necimento; e a destruição das fontes leva ao risco de 
que ocorra escassez de água. 
Além desses dois tópicos, podemos considerar tam-
bém o custo de tratamento da água proveniente de 
reservatórios e fontes que apresentem problemas com 
poluição decorrente da degradação dessas áreas.
Professor(a): esta é uma resposta esperada, 
porém pode acontecer de o aluno responder 
pelo lado positivo decorrente de iniciativas de 
conservação; de qualquer forma, mostrará com-
preensão do tema.
Rumo ao Ensino Médio (página 54)
1. Alternativa E. Todas as informações estão corretas 
e, de certa forma, constituem uma boa síntese do 
gerenciamento de água.
2. Alternativa D. O texto aborda o problema da escassez 
de água na perspectiva socioeconômica, mostrando 
também que, ainda que haja água, haverá muitas 
pessoas que não poderão pagar por ela.
3. Alternativa B. Tanto no mundo, em média, como 
no Brasil, a atividade econômica que mais consome 
água é a agricultura, seguida pela indústria, pelo uso 
doméstico e pelo consumo animal.
Professor(a): oriente os alunos a consultar 
o gráfico do boxe De olho... no consumo de 
água no Brasil para resolver esse exercício.
Sugestão de atividade extra
Dispersão de poluentes
Pensando no ciclo hidrológico, a água com poluen-
tes percorrerá os mesmos caminhos, atingindo outras 
 regiões, contaminando o solo, penetrando entre as par-
tículas e atingindo o lençol freático e reservatórios sub-
terrâneos, como os aquíferos.
Esta atividade é muito útil para mostrar como des-
cargas de poluentes se comportam em rios e lagos, por 
exemplo, e o que determina um ambiente ser conside-
rado poluído. 
Possivelmente é necessária uma aula inteira para rea-
lizar esta atividade, portanto é preciso avaliar a disponi-
bilidade de tempo para isso.
Introdução
Para que um ambiente seja considerado poluído, é 
preciso que as substâncias poluentes estejam em uma 
concentração capaz de prejudicar os seres vivos, ou seja, 
caso essa concentração não tenha sido atingida no am-
biente, ele é considerado não poluído. Para analisar a 
qualidade do ar, da água ou do solo e verificar se há 
ou não poluição, são considerados alguns padrões de 
qualidade, que são determinados de acordo com a maior 
concentração que um material pode alcançar em deter-
minado meio sem que este se torne poluído ou cause 
prejuízos aos seres vivos.
Nesta atividade, você vai representar, por meio de um 
modelo, um lago que recebe descargas de um poluente 
periodicamente. Usando o modelo, será possível visua-
lizar como o poluente se dispersa e suas consequências.
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Ensino Fundamental
Material
• 1 proveta graduada
• 1 rolha ou 1 chumaço de algodão para o tubo de ensaio
• 3 conta -gotas
• 1 bandeja de plástico
• 1 tubo de ensaio
• 1 azulejo branco
• 1 estante para tubos de ensaio ou outro apoio
• 50 mL de solução de azul de metileno
• água
O lago, representado pela bandeja com água, vai 
receber um poluente, o azul de metileno. Como o “po-
luente” escolhido é uma substância colorida, podemos re-
lacionar a intensidade da cor à concentração da solução.
Padrão de qualidade:
a) Coloque no tubo de ensaio 9 mL de água e 1 mL de azul 
de metileno. Tampe o tubo com a rolha ou o algodão 
e agite -o para que o corante se misture bem à água.
b) Pingue uma gota dessa solução no azulejo.
Modelo do lago:
a) Coloque água na bandeja, até aproximadamente um 
terço da altura dela.
b) Meça 20 mL de “poluente” e, cuidadosamente para não 
agitar a água, despeje em uma das extremidades da 
bandeja. Esse local corresponde ao local de descarga 
do poluente.
c) Imediatamente, usando 2 conta -gotas ao mesmo tem-
po, retire uma gota de água do “fundo do lago” na 
região de descarga e outra da extremidade oposta.
d) Coloque as duas gotas no azulejo e compare-as com 
o padrão de qualidade.
Em que região do “lago” a concentração do “poluente” 
é mais elevada?
Duas coisas podem ter acontecido no seu “lago”:
• em uma das regiões o “poluente” ficou mais con-
centrado que o padrão de qualidade;
• em nenhuma das duas regiões o “poluente” alcan-
çou o padrão de qualidade.
Seu “lago” tornou-se poluído em alguma das regiões?
Que fator facilita a dispersão de poluentes em am-
bientes aquáticos reais?
e) Para simular o que acontece na realidade, agite a água 
da bandeja e retire duas amostras do fundo nas mes-
mas regiões da coleta anterior. Pingue uma gota de 
cada amostra no azulejo e compare -as com o padrão 
de qualidade.
A concentração de “poluente” agora é diferente nas 
duas regiões?
O “lago” está inteiramente poluído?
O que aconteceu com a concentração do “poluente” 
no local da descarga? E na extremidade oposta?
f) Se o “lago” não estiver poluído, repita a descarga 
de 20 mL de “poluente” e retire material do “fundo 
do lago” da mesma forma que na primeira descarga. 
Compare -as novamente com o padrão de qualidade. 
Repita o procedimento até que o “lago” esteja poluído.
Que quantidade de poluente foi necessária para al-
cançar o padrão de qualidade?
Que tipo de material o azul de metileno pode estar 
representando?
O espalhamento de poluentes é, ao mesmo tempo, 
vantajoso e desvantajoso. Discuta essa afirmação.
As perguntas que aparecem após cada item podem 
ser feitas oralmente, para uma discussão durante a 
atividade experimental, ou apresentadas impressas 
para os grupos, a fim de que sirvam para a realização 
de um texto com as principais conclusões.
Simulando pequenos vazamentos de torneira
Esta é uma atividade simples, mas que costuma causar 
impacto entre os alunos. Ela pode ser ampliada para a 
medida de consumo de água em banhos, escovação de 
dentes e até lavagem de louça.
Material
• Balde ou bacia
• Proveta ou béquer grande
Procedimento
Colete, com o balde ou a bacia, água de uma torneira 
pouco aberta, para simular um pequeno vazamento, por 
um intervalo de tempo de 30 segundos, por exemplo. 
Usando a proveta ou béquer, verifique o volume total 
da água coletada. Calcule o volume que teria sido des-
perdiçado em 24 horas. 
Depois, calcule o desperdício em 500 torneiras com 
esse volume de água vazando.
O quadro mostra o desperdício de água, em um dia, 
com diferentes aberturas de torneiras mal fechadas.
Fonte: Sabesp.Fonte
Desperdício nas torneiras mal fechadas
Gotejando
46 litros
Abertura de 6 mm
16 400 litros
Litros desperdi•ados em 1 dia.
Abertura de 1 mm
2 060 litros
Abertura de 9 mm
25 400 litros
Abertura de 2 mm
4 915 litros
Abertura de 12 mm
33 984 litros
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Esse mesmo tipo de encaminhamento pode ser feito para avaliar o consumo de água por banho ou durante 
a escovação de dentes, comparando a torneira aberta e fechada.
Sugestão de material para consulta
Na internet
• AGÊNCIA Nacional de Águas.Programa Produtor de Água. Disponível em: <http://produtordeagua.ana.gov.br/>.
• GUEDES, F. B.; SEEHUSEN, S. E. (Org.). Pagamentos por serviços ambientais na Mata Atlântica: lições aprendidas 
e desafios. Brasília: MMA, 2011. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/202/_arquivos/psa_na_mata_
atlantica_licoes_aprendidas_e_desafios_202.pdf>.
• KFOURI, A.; FAVERO, F. Projeto Conservador das Águas Passo a Passo: uma descrição didática sobre o de-
senvolvimento da primeira experiência de pagamento por uma prefeitura municipal no Brasil. Brasília, 2011. 
Disponível em: <http://www.dokuwiki.lcf.esalq.usp.br/pedro/lib/exe/fetch.php?media=ensino:graduacao:
livro_projeto_conservador_das_aguas_web_1_.pdf>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
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828 Ensino Fundamental
13. O CASO DA FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL
E DOS CORREDORES ECOLÓGICOS
AULAS 37, 38 e 39
Neste Módulo vamos recordar e aprofundar o conceito de ecossistema, estudar o que é fragmentação e como 
ela pode trazer desequilíbrio ecológico para um ecossistema. Também veremos quais são as consequências da 
fragmentação e da perda de habitat para a fauna e a flora florestal. Além disso, vamos abordar brevemente como 
a separação de ambientes de um ecossistema impede o fluxo de genes entre as populações separadas e quais os 
efeitos dessa interrupção.
A partir dessas informações, analisaremos o potencial do projeto de corredores ecológicos para diminuir o efeito 
de borda nos fragmentos e evitar a interrupção do fluxo de genes, mitigando os efeitos sobre os ecossistemas.
Objetivos
• Rever os elementos bióticos e abióticos dos ecossistemas.
• Entender o conceito de bioma e identificar a localização dos biomas brasileiros.
• Relacionar o desmatamento às atividades humanas e entender as consequências dele.
• Entender o que é fragmentação, o efeito de borda e seus efeitos sobre as populações da fauna e da flora dos 
fragmentos de florestas.
• Conhecer o papel dos corredores ecológicos na preservação da biodiversidade.
• Conhecer iniciativas de desenvolvimento e conservação de áreas naturais.
Roteiro de aula (sugestão)
Aula Descrição Anotações
37
Retorno da tarefa 3 do Módulo 12
Ecossistemas, biomas e áreas florestadas
De olho... nos níveis de organização ecológica
Rumo ao Ensino Médio (item 1)
38
Como a fragmentação afeta as populações da 
floresta remanescente
Efeito de borda
Atividade 1
Rumo ao Ensino Médio (item 2)
Orientações para a tarefa 1 (Em casa)
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39
Retorno da tarefa 1
Um exemplo real de fragmentação
De olho... na variabilidade genética
Os corredores ecológicos
Definições oficiais dos componentes dos 
corredores ecológicos
Atividades 2 e 3
Rumo ao Ensino Médio (item 3)
Orientações para as tarefas 2 e 3 (Em casa)
Observação: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa.
Noções básicas
• Bioma é uma unidade biológica ou espaço geográfico caracterizado de acordo com o macroclima, a fitofisio-
nomia (aspecto da vegetação de um lugar), o solo e a altitude específicos. O desmatamento traz muitos danos 
e impactos negativos e, na maioria dos casos, o desmatamento florestal é parcial, ou seja, alguns trechos da 
floresta original permanecem. Essas áreas recebem a denominação de fragmentos florestais e não guardam mais 
as mesmas características da floresta intacta.
• Um dos problemas enfrentados pelos fragmentos é o efeito de borda. A borda é o limite entre a floresta e a área 
não florestada. No caso do fragmento de floresta, a área não florestada é, muitas vezes, ocupada com estradas, 
agricultura ou pasto. Essa paisagem adjacente ao fragmento é denominada matriz e vai influenciar diretamente 
as mudanças que ocorrem no fragmento.
• Corredor ecológico é uma faixa de vegetação que liga fragmentos de florestas. Tem como objetivo possibilitar o 
deslocamento de animais ou a dispersão de sementes e deve apresentar características semelhantes aos ambien-
tes que conecta, ou seja, um corredor entre dois fragmentos florestais deve ser florestal também. Os corredores 
ecológicos são uma possibilidade de preservação da biodiversidade.
Estratégias e orientações
Professor(a): os temas desenvolvidos neste Módulo são parte da discussão sobre desequilíbrio ecológico e 
riscos à biodiversidade provocados pelas ações humanas em busca de terras para a agropecuária e de matéria-
-prima para a indústria.
A situação das fragmentações florestais não é simples. A decisão de explorar ou não determinadas áreas envolve 
questões sociais, políticas, econômicas, ambientais, e pode trazer benefícios como renda, alimento e emprego para 
as pessoas da região. Pode-se propor aos estudantes uma atividade que envolva a distribuição de diferentes papéis 
sociais para o encaminhamento dessa discussão. Uma possibilidade seria dividir a turma em quatro grupos: comu-
nidade tradicional local, empresários, ambientalistas e políticos. Cada um dos três primeiros grupos apresentaria 
uma posição sobre um desmatamento hipotético em uma região da Floresta Amazônica que é rica em minério, 
mas faz divisa com a área da comunidade tradicional local. No final dessa discussão, o grupo que representa os 
políticos decide se a região pode ou não ser desmatada.
Ecossistemas, biomas e áreas florestadas (página 56)
Inicie a primeira aula com a leitura do texto deste tópico. Ao longo da leitura, retome brevemente as ideias de níveis de 
organização de ecossistemas. A imagem de ecossistema terrestre da página 56 será muito útil para rever fatores abióticos 
e bióticos e as relações que se estabelecem entre eles. Uma sugestão é “traduzir” as setas que mostram as relações entre 
os seres vivos. Faça também a leitura do boxe De olho... nos níveis de organização ecológica, de forma compartilhada.
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830
Ensino Fundamental
Explore o mapa dos biomas brasileiros: é possível 
que os estudantes já o tenham estudado em Geografia, 
lembrando que esse conteúdo foi visto no 6º ano, Ca-
derno 4 de Ciências.
Como a fragmentação afeta as populações da 
floresta remanescente (página 57)
Proponha uma leitura compartilhada do texto deste 
tópico. Essa leitura também pode ser feita em pequenos 
grupos. É importante que os estudantes entendam o que 
são os fragmentos e o efeito de borda.
Em seguida, sugira um confronto dos dados da leitura 
com as consequências do desmatamento analisadas pelos 
estudantes na aula anterior.
Oriente os alunos a realizar a Atividade 1 e a tarefa 
1 da seção Em casa.
Um exemplo real de fragmentação (página 62)
Organize os estudantes em pequenos grupos de três ou 
quatro estudantes e peça que façam a leitura deste tópico, 
identificando os aspectos citados no texto sobre os efeitos 
da fragmentação sobre as populações. Depois, organize 
uma discussão entre os grupos, verificando se todos iden-
tificaram os aspectos referidos e as causas e os efeitos da 
fragmentação; sistematize essas informações no quadro.
Faça a leitura do boxe De olho... na variabilidade ge-
nética de forma compartilhada. Os alunos podem precisar 
de uma ajuda para entender os conceitos envolvidos com 
a variabilidade genética. Procure resgatar os conhecimen-
tos trabalhados nos Módulos anteriores, especialmente 
sobre conceitos de Genética (Módulos 3 e 5), para que 
os estudantes percebam que os temas estão relacionados.
Sugerimos que oriente a resolução do exercício da seção 
Atividade extra ao final desse Módulo, que pode ser feito em 
grupos e é uma boa oportunidade para que o aluno aplique 
o conceito de variabilidade genética, ao mesmo tempo que 
introduz os problemas de fragmentação e perda de habitat.
Professor(a): uma boa leitura sobre o efeito de 
borda pode ser encontrada no texto “A floresta em 
pedaços e a floresta vazia”, do livro O poema imper-
feito, de FernandoFernandez (Editora UFPR, 2004). 
Dependendo do tempo disponível e do grau de 
envolvimento dos estudantes, é possível fazer uma 
leitura desse texto com eles.
Os corredores ecológicos (página 65)
Inicie a aula com a leitura compartilhada deste tópico, 
destacando as informações contidas no texto que de-
monstram a importância dos corredores ecológicos para 
a preservação de biomas. Sempre que possível, resgate 
as informações de Módulos anteriores (por exemplo, os 
tópicos já citados nos Módulos 3 e 5 para as informações 
sobre Genética e o Módulo 10 para alguns conceitos 
sobre Ecologia).
Oriente os alunos a realizar a Atividade 2 e a tarefa 2 
da seção Em casa.
Definições oficiais dos componentes dos 
corredores ecológicos (página 67)
Apresente os objetivos oficiais do corredor ecológico, 
bem como a finalidade das Unidades de Conservação e 
Terras Indígenas, que são componentes dos corredores 
ecológicos. Explore o mapa que localiza as Unidades de 
Conservação no Brasil, mencionando os biomas em que 
elas estão mais presentes.
Pesquise se há corredores ecológicos em sua região 
e analise a possibilidade de visitá-los com os estudantes. 
Assim, será possível identificar os ecossistemas afetados, 
o tipo de matriz e alguns dos impactos citados no texto. 
Antes do trabalho de campo, procure informações para 
preparar um roteiro de trabalho, determinando os obje-
tivos que devem ser atingidos pelos estudantes.
Por ser uma aula mais objetiva e com menos discus-
sões, é um bom momento para fazer o trabalho com “pa-
péis sociais”, sugestão proposta no início deste Módulo.
Oriente os alunos a realizar a Atividade 3 e a tarefa 3 
da seção Em casa.
Respostas e comentários
Atividade 1 (página 61)
1. a) As hipóteses deverão conter explicações que en-
volvam alimentação, diminuição de área, perda 
de árvores e relação com predadores. Também 
podem conter aumento de mortalidade por causa 
da estrada. Dois exemplos de respostas:
1º Diminuição da área de exploração da espécie, 
caso de alguns macacos que precisam de am-
plos espaços para encontrar comida suficiente.
2º Desaparecimento de espécies vegetais impor-
tantes para esses animais, por exemplo, as ár-
vores. As causas para o desaparecimento desses 
vegetais podem ser múltiplas: introdução de 
novas espécies, ocorrência de pragas e doen-
ças, como fungos e cupins, crescimento de tre-
padeiras, perda de proteção contra o vento ou 
diminuição de luminosidade.
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b) Pode-se pensar em uma diminuição de presas para 
as serpentes. Como no estudo ocorreu a observa-
ção de que nem todas as populações de pequenos 
mamíferos apresentaram diminuição numérica, e 
os roedores terrestres pareciam se beneficiar dos 
recursos da borda, uma segunda hipótese pode ser 
levantada: provavelmente as serpentes atravessam 
as estradas e estão mais sujeitas a atropelamentos. 
Uma terceira possibilidade é que os predadores 
das serpentes tenham aumentado com o efeito de 
borda, como as aves de rapina.
c) Nessa resposta o estudante pode incorporar os 
dados das duas situações. É esperado que ele 
elabore hipóteses com explicações envolvendo 
alimentação e relação com predadores. Exemplos:
1º Os pequenos mamíferos terrestres aumentaram 
sua população porque o efeito de borda oca-
sionou aumento da fonte de alimento deles.
2º Houve aumento na população de pequenos 
mamíferos porque a população de seus pre-
dadores (como as cobras) diminuiu.
Atividade 2 (página 66)
Situação I
Os quatro fragmentos pequenos teriam maior prejuízo 
ambiental. Apesar de a área total (borda + fragmento) 
ser semelhante à do fragmento 1, como cada fragmen-
to é menor, suas proporções de borda aumentam. Isso 
significa que cada um desses fragmentos menores tem 
a borda proporcionalmente maior do que o fragmento 
grande, resultando em áreas menores de área nativa. A 
fragmentação maior diminui a distância borda-centro, o 
que intensifica o “efeito de borda”.
Situação II
Fragmento 1. Apesar de a área de ambas ser a mesma, 
a distância entre suas bordas é menor, o que causa maior 
exposição da área central do fragmento (novamente por 
causa da distância borda-centro). Como regra geral, fragmen-
tos com formato arredondado apresentam menor efeito de 
borda relativo ao total de área por terem menor área exposta. 
Quanto maior for o perímetro de um fragmento, maior será 
seu efeito de borda, pois mais áreas estarão expostas.
Atividade 3 (página 69)
1. Animais de populações de um fragmento podem 
migrar e cruzar com os de outros fragmentos. Isso 
evita endocruzamentos e aumenta a possibilidade de 
uma população com alta variação genética.
2. a) O primeiro objetivo é possibilitar o trânsito se-
guro de espécies nativas entre áreas preservadas, 
proporcionando uma exploração equilibrada do 
ambiente. O segundo objetivo é possibilitar uma 
troca genética por meio do cruzamento entre as 
populações das áreas preservadas, aumentando 
ou mantendo a diversidade genética.
b) As principais ameaças ambientais no corredor leste 
da Amazônia são as que ocorrem em praticamente 
qualquer área da Amazônia: extração predatória 
de madeira, queimadas para implantação de pas-
tagens, criação extensiva de gado, expansão de 
projetos agrícolas de grande porte (agronegócio), 
mineração e garimpo.
Em casa (página 70)
1. Nas bordas, a exposição à luz e ao vento é maior; 
como consequência, há aumento de temperatura e 
diminuição da umidade do ar. Essa situação é contrária 
à que ocorre no interior de uma floresta tropical, mas 
é semelhante à que ocorre nas copas das árvores. Com 
a fragmentação, espera -se encontrar, nas bordas, o 
crescimento de espécies com tolerância à ação direta 
do sol e a diminuição ou desaparecimento do número 
de espécies adaptadas a pouca luz e alta umidade.
2. a) Três atividades são importantes:
Agricultura – principalmente a ligada ao agrone-
gócio, como o cultivo de soja.
Pecuária – o crescimento do consumo de car-
ne, em parte decorrente do aumento do poder 
aquisitivo da população, vem modificando o 
estilo da pecuária nesse bioma, que antes era 
principalmente extensiva. Agora a pecuária é 
predominantemente intensiva, com a substi-
tuição do pasto natural por pasto cultivado, 
eliminando a vegetação original.
Mineração – incluindo o garimpo, a minera-
ção altera a paisagem destruindo a vegetação 
e contaminando os rios da região. As principais 
minerações no Cerrado estão relacionadas à 
extração de minério de ferro e caulim e ao ga-
rimpo de ouro e diamante.
b) Levantamento das áreas que ainda conservam ve-
getação nativa e/ou com populações de animais 
remanescentes.
Estabelecer ligações por áreas com tamanhos que 
garantam deslocamento e permanência seguros 
para os animais.
Pode-se aproveitar as ligações feitas por meio das 
matas ciliares dos rios da região.
3. Alternativa A: os parques, na falta desses corredores, 
constituem ilhas isoladas de ampliação da biodiver-
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Ensino Fundamental
sidade e de formação de novas espécies. Essa alternativa está incorreta porque o fato de os parques estarem 
isolados tende a causar a extinção de espécies e não a criação de novas espécies.
As outras alternativas estão corretas. b: corredores ecológicos possibilitam o fluxo gênico e a manutenção dos 
ciclos biológicos das espécies; c: mamíferos de médio e grande porte, como os mencionados na questão, nor-
malmente são beneficiados por corredores ecológicos; d: animais que dependem de corredores normalmente 
são muito sensíveis a mudanças ambientais e não conseguem usar a matriz.
Rumo ao Ensino Médio (página 71)
1. Alternativa C. A alternativa a está incorreta, pois o impacto interfere em todos os aspectos do ecossistema, não 
apenas no florístico. A alternativa b está errada, pois os animais não se deslocam em busca de habitat diferen-
tes. A alternativa d está incorreta, pois, se as camadasmais férteis são perdidas, não há como o solo ficar mais 
produtivo.
2. Alternativa B. O processo de extinção não tem origem apenas na antropização; existem processos naturais, como 
a competição com outras espécies ou o esgotamento das fontes alimentares. As outras alternativas estão corretas.
3. Alternativa E. A proposição II está errada, pois qualquer espécie pode ser extinta, dependendo da extensão das 
modificações do ambiente. É claro que espécies com populações menores ou com especializações maiores no 
ambiente estão mais sujeitas à extinção.
A proposição IV está errada, pois descreve claramente um hotspot, área ideal para preservação.
Sugestão de atividade extra
Como forma de fazer com que o aluno aplique o conceito de variabilidade genética e, ao mesmo tempo, intro-
duzir os problemas de fragmentação e perda de habitat, sugerimos a atividade a seguir.
 Observe as ilustrações abaixo. Elas representam uma espécie de ave de interior de floresta que tinha sua po-
pulação estável em uma área florestada grande (A). As diferentes formas geométricas, ao lado de cada miniatura, 
correspondem às cores das aves e indicam variabilidade genética entre elas. A área foi parcialmente desmatada 
para criação de estrada e pastos; sua área ficou menor e foi dividida pela estrada (B). Assim, uma região que tinha 
um contínuo de floresta agora tem dois fragmentos. Com base nessas informações e na imagem abaixo, responda:
a) Houve perda de variabilidade genética de A para B? Justifique.
Resposta: Houve perda de variabilidade genética na população de aves após o desmatamento. Antes do desmatamento, quando 
a área florestal era contínua, existiam quatro variedades diferentes de ave na população (representadas pelas formas: , , e ). 
Depois do desmatamento só restaram três na região. Talvez o estudante responda analisando cada fragmento; nesse caso, a 
perda de variabilidade genética é maior ainda, porque no fragmento menor só há duas variedades de aves.
b) Se após o desmatamento houver perda de variabilidade genética, o que pode acontecer com a população de 
aves? Explique.
A BA B
Floresta
Pasto Estrada Floresta
Desmatamento por 
a•‹o humana
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Resposta: A perda de variabilidade genética aumenta as chances de endocruzamento e do aparecimento de doenças fatais 
na população. Além disso, também ocorre a homogeneização genética da população, que a deixa mais vulnerável à extinção 
caso a pressão de seleção mude. Assim, a população de aves pode ser extinta ou diminiur mais ainda de tamanho, o que a 
coloca em maior risco de extinção.
c) Existe alguma ação que possa ser feita para evitar perdas de variabilidade nessas populações? Explique.
Resposta: P ara evitar a perda de variabilidade genética é importante garantir a manutenção do fluxo gênico entre as popu-
lações restantes. Um meio de alcançar isso é a implementação de um corredor ecológico que una as populações isoladas.
Professor(a): esta última pergunta é bem aberta e tem como objetivo fazer o estudante pensar em possíveis 
ações para mitigar os efeitos do desmatamento. Talvez valha a pena retomar a resposta a essa pergunta no final 
do módulo para ver se as sugestões seriam diferentes.
Textos de apoio ao professor
Parte das informações do primeiro texto abaixo, do site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), consta do tópico 
Definições oficiais dos componentes dos corredores ecológicos, presente no Caderno do Aluno.
TEXTO I
Projeto Corredores Ecol—gicos
Corredores Ecológicos são áreas que possuem ecossistemas florestais biologicamente prioritários e viáveis para 
a conservação da biodiversidade na Amazônia e na Mata Atlântica, compostos por conjuntos de unidades de conser-
vação, terras indígenas e áreas de interstício. Sua função é a efetiva proteção da natureza, reduzindo ou prevenindo a 
fragmentação de florestas existentes, por meio da conexão entre diferentes modalidades de áreas protegidas e outros 
espaços com diferentes usos do solo.
A implementação de reservas e parques não tem garantido a sustentabilidade dos sistemas naturais, seja pela 
descontinuidade na manutenção de sua infraestrutura e de seu pessoal, seja por sua concepção em ilhas, ou ainda 
pelo pequeno envolvimento dos atores residentes no seu interior ou no seu entorno.
Integrante do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, o Projeto atua em dois corredores: 
o Corredor Central da Mata Atlântica (CCMA) e o Corredor Central da Amazônia (CCA).
A implementação desses Corredores foi priorizada com o propósito de testar e abordar diferentes condições nos 
dois principais biomas e, com base nas lições aprendidas, preparar e apoiar a criação e a implementação de demais 
corredores.
A participação das populações locais, comprometimento e conectividade são elementos importantes para a 
formação e manutenção dos corredores na Mata Atlântica e na Amazônia.
Objetivos do projeto:
• Reduzir a fragmentação mantendo ou restaurando a conectividade da paisagem e facilitando o fluxo genético 
entre as populações.
• Planejar a paisagem, integrando unidades de conservação, buscando conectá-las e, assim, promovendo a constru-
ção de corredores ecológicos na Mata Atlântica e a conservação daqueles já existentes na Amazônia.
• Demonstrar a efetiva viabilidade dos corredores ecológicos como uma ferramenta para a conservação da biodi-
versidade na Amazônia e Mata Atlântica.
• Promover a mudança de comportamento dos atores envolvidos, criar oportunidades de negócios e incentivos a 
atividades que promovam a conservação ambiental e o uso sustentável, agregando o viés ambiental aos projetos 
de desenvolvimento.
Para atingir este objetivo, o Projeto Corredores Ecológicos desenvolve uma abordagem abrangente, descentrali-
zada e participativa, permitindo que governo e sociedade civil compartilhem a responsabilidade pela conservação 
da biodiversidade, podendo planejar, juntos, a utilização dos recursos naturais e do solo; envolvendo e sensibilizando 
instituições e pessoas, criando parcerias em diversos níveis: federal, estadual, municipal, setor privado, sociedade 
civil organizada e moradores de entorno das áreas protegidas.
Fonte: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Projeto Corredores Ecológicos. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/
programas-e-projetos/projeto-corredores-ecologicos>. Acesso em: 25 fev. 2019.
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Ensino Fundamental
TEXTO II
Corredor Ecológico Costa Esmeralda de SC
Localizado no litoral norte do Estado de Santa Catarina, em área de 774 km2, esse corredor possui ecossistemas de 
mata atlântica e marinhos, tais como: floresta ombrófila densa, florestas quaternárias, restingas, manguezais, estuá-
rios e costões, além de várias ilhas oceânicas. Também existem na área do corredor ecológico diversas áreas-núcleo, 
constituídas por unidades de conservação, como: Reserva Biológica Federal do Arvoredo e Área de Proteção Ambiental 
Federal de Anhatomirim.
Esse projeto de conservação ambiental nasceu da mobilização da comunidade de Zimbros, em Santa Catarina, 
que buscava impedir o modelo de ocupação do solo proposto pela administração pública regional. Visa garantir a bio-
diversidade e a qualidade de vida dos habitantes locais, aliando ações de manejo que garantam a utilização racional 
dos recursos ambientais para a sustentabilidade econômica da região e a conservação dos remanescentes de mata 
atlântica. O projeto cresceu para outros municípios, uma vez que os princípios que norteiam sua concepção referem-se 
à abordagem biorregional de conservação de ambientes naturais.
O Corredor Ecológico Costa Esmeralda abrange inicialmente a região dos municípios de Bombinhas, Porto Belo e 
Itapema, situados na Península de Porto Belo, envolvendo as ilhas adjacentes e o arquipélago de Arvoredo.
Os ecossistemas associados a essa zona costeira são bem diferenciadose apresentam uma beleza exuberante. 
Sob o domínio da mata atlântica, manguezais, restingas, florestas ombrófilas densas e aluviais guardam alta riqueza 
de espécies e de comunidades florísticas e faunísticas.
[...]
Fonte: ARRUDA, Moacir Bueno; SÁ, Luís Fernando S. Nogueira. Corredores Ecol—gicos: uma abordagem integradora de ecossistemas no Brasil. 
IBAMA (MMA). Disponível em: <http://www.ibama.gov.br/sophia/cnia/livros/corredoresecologicosdigital.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Sugestão de material para consulta
Na estante
• NASCIMENTO, H. E. M.; LAURANCE, W. F. Efeitos de área e de borda sobre a estrutura florestal em fragmentos 
de floresta de terra firme após 13-17 anos de isolamento. Acta Amazônica, v. 36(2), p. 183-192, 2006.
• RODRIGUES, E. Efeito de bordas em fragmentos de floresta. Cadernos da Biodiversidade, v. 1, n. 2, 1998. p. 1-6.
• ROSA, C. A. da. Efeito de borda de rodovias em pequenos mamíferos de fragmentos florestais tropicais. Dissertação 
(Mestrado em Ecologia Aplicada) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2012.
Na internet
• AYRES, J. M. et al. Os corredores ecológicos das florestas tropicais do Brasil. Sociedade Civil Mamirauá, 2005. 
Disponível em: <http://www.bibliotecaflorestal.ufv.br/bitstream/handle/123456789/3495/Livro_Corredores-ecol%
C3%B3gicos-das-florestas-tropicais-do-Brasil_MMA.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
• VALERI, S. V.; SENÔ, M. A. A. F. A importância dos corredores ecológicos para a fauna e a sustentabilidade de 
remanescentes florestais. Disponível em: <http://www.saoluis.br/revistajuridica/arquivos/005.pdf>.
• VIDOLIN, G. P.; BRAGA, F. G. Ocorrência e uso da área por carnívoros silvestres no Parque Estadual do Cerrado, 
Jaguariaíva, Paraná. Cadernos da Biodiversidade, v. 4, n. 2, 2004. Disponível em: <http://www.iap.pr.gov.br/arquivos/
File/artigo_4.pdf>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
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14. O CASO DOS LEBISTES E A SELEÇÃO NATURAL
AULAS 40, 41 e 42
Por meio da utilização de parte do trabalho dos biólogos David Reznick e John A. Endler (publicado no perió-
dico Evolution, v. 36, n. 1, jan. 1982), este Módulo apresenta uma abordagem experimental como ferramenta para 
demonstrar a seleção natural como mecanismo responsável pelas diferenças entre populações de uma mesma es-
pécie, os lebistes.
Objetivos
• Conhecer a história natural do peixe lebiste e identificar o processo de seleção natural.
• Entender que, na seleção natural, são favorecidas as características que aumentam as chances de sobrevivência 
do indivíduo.
• Conhecer o neodarwinismo: síntese que envolve o darwinismo, as leis de Mendel e o conceito de mutações.
• Entender a seleção sexual e a seleção artificial.
Roteiro de aula (sugestão)
Aula Descrição Anotações
40
Retorno das tarefas 2 e 3 do Módulo 13
A teoria da seleção natural
Os lebistes em ambientes naturais
De olho... no controle biológico
Os lebistes como modelo para o estudo da evolução
Atividades 1 e 2
Rumo ao Ensino Médio (item 1)
Orientações para a tarefa 1 (Em casa)
41
Retorno da tarefa 1
Outros exemplos de seleção
Atividade 3
Rumo ao Ensino Médio (item 2)
Orientações para a tarefa 2 (Em casa)
42
Retorno da tarefa 2
Seleção artificial: as raças dos cães domésticos
Atividade 4
Você Sabia? Bactérias resistentes a antibióticos
Rumo ao Ensino Médio (item 3)
Orientações para a tarefa 3 (Em casa)
Observa•‹o: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa.
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Ensino Fundamental
Noções básicas
• Evoluir é mudar com o tempo. Na biologia, as mudan-
ças nas populações surgem da seleção de variações 
entre os indivíduos, que, por sua vez, se originam 
de mutações no material genético dos seres vivos. As 
mutações surgem ao acaso; são selecionadas aquelas 
que conferem vantagem ao organismo.
• A seleção sexual ocorre, em geral, em paralelo à 
seleção natural. Na seleção sexual, as características 
vantajosas são as que ajudam a conseguir parceiros 
sexuais. Isso aumenta o potencial de geração de 
descendentes, o que sugere sucesso competitivo na 
dinâmica da população.
• Há, ainda, o mecanismo evolutivo conhecido como 
seleção artificial. Por meio de cruzamentos planeja-
dos, as características desejadas vão sendo fixadas 
através das novas gerações, até que se possa definir 
aquela população como uma nova raça ou variedade. 
Determinadas características podem ser perpetuadas 
ou eliminadas pela seleção artificial.
Estratégias e orientações
Antes de tudo, discuta com os estudantes o significa-
do de evolução segundo o conhecimento prévio deles. 
Existe uma tendência a considerar que “evoluir” é “ficar 
melhor”, e ela precisa ser abandonada. Evoluir é mudar 
com o tempo. Destaque que a evolução não é um pro-
cesso intencional. Por exemplo, as aves não criaram asas 
para voar; ao longo do tempo, aqueles organismos que 
tinham estruturas capazes de fazer o indivíduo levantar 
voo apresentaram uma vantagem adaptativa ante os de-
mais, e, assim, tiveram mais chance de se reproduzir e 
passar essa característica adiante. Lembre-se de que esse 
tema foi trabalhado no 7º ano.
Os estudantes devem, ao final da aula, consolidar a 
noção de que as variações surgem ao acaso e de que 
são selecionadas aquelas que conferem vantagem ao 
organismo, dependendo do contexto em que vive.
Reforce que devemos evitar as explicações finalistas 
no contexto da evolução biológica. Explique que mu-
danças fenotípicas não originadas de alterações genéticas 
(ou que não interagem com e influenciam o material 
genético de alguma forma) não são transmitidas aos des-
cendentes. Por exemplo, pais que fazem musculação e 
aumentam significativamente o volume dos músculos em 
decorrência de estímulos gerados pelo exercício físico 
não passam aos filhos tal característica, isto é, a presença 
de músculos hipertrofiados.
Considere também a possibilidade de haver algum 
estudante que pertença a um grupo religioso que não 
aceite a evolução e defenda o criacionismo. Nesse caso, 
a crença religiosa deve ser respeitada, mas alerte a tur-
ma de que a discussão dos conceitos envolvidos nesta 
e em outras aulas são de cunho científico, não estando 
em questão argumentos de outras naturezas. Para esse 
tipo de debate, como o religioso, existem foros mais 
adequados do que a aula de Biologia.
A teoria da seleção natural (página 73)
Após levantar os conhecimentos e a representação 
dos estudantes sobre o que significa evolução, conti-
nue a aula com a leitura da breve síntese sobre seleção 
natural, em voz alta, procurando avaliar o que a turma 
lembrava e corrigir os erros mais comuns, principalmente 
afirmações finalistas e proposições lamarckistas. É sempre 
importante lembrar aos estudantes que não existe “lei 
do mais forte”, uma expressão muito utilizada, mas que 
caracteriza um erro; Darwin nunca se referiu à seleção 
natural dessa forma. A seleção natural não trata do mais 
forte, e sim do mais adaptado a determinada condição 
ambiental; o que importa é sobreviver e poder deixar 
descendentes, ou seja, reproduzir -se.
Outra questão importante, mas que não está expli-
citada no material, é que um indivíduo não evolui, mas, 
sim, a espécie. Embora esse seja um tema para ser desen-
volvido no Ensino Médio, vale mencionar para os alunos 
que a evolução envolve os indivíduos, mas é a espécie 
que evolui, que muda com o tempo.
Em seguida, explique a teoria sintética da evolução, 
indicando como o trabalho de Mendel se encaixa no 
trabalho de Darwin.
A grande dificuldade de Darwin foi explicar como 
as variações de características (variabilidade) ocorrem 
entre os indivíduos, dentro das populações, e como essas 
características eram passadas para as gerações seguintes. 
Não deixe de fazer referência aos Módulos 3 e 5, estu-
dados anteriormente.
Se precisar de algumas referências teóricas, um inte-
ressantereforço conceitual pode ser encontrado na seção 
Sugestão de material para consulta ao final deste Módulo.
Se houver tempo hábil, pode ser interessante contar a 
história dos trabalhos do Darwin e da sua viagem a bor-
do do Beagle e apresentar alguns exemplos de estudos 
do naturalista inglês. Isso costuma instigar a curiosidade 
dos estudantes.
Os lebistes em ambientes naturais (página 74)
Continue a aula com a leitura do texto sobre os le-
bistes. Pode ser uma leitura coletiva, com a sua media-
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ção para destacar os pontos importantes e salientar os 
pontos levantados anteriormente sobre seleção natural. 
Estudantes que conhecem aquarismo devem se referir a 
esses animais como sendo coloridos, especialmente os 
machos. Comente que, na natureza, quase não existem 
machos coloridos. Peça que levantem hipóteses para a 
compreensão desse fato. Os estudantes devem chegar 
à conclusão de que, como são mais visíveis, serão mais 
predados. Relacione isso com a seleção natural.
O boxe De olho… no controle biológico resgata co-
nhecimentos anteriores de Ecologia, principalmente ca-
deias alimentares e relações ecológicas. O professor pode, 
ainda, fazer um paralelo entre a ação de predadores e pa-
rasitas com um tipo de pressão de seleção sobre a praga.
Os lebistes como modelo para o estudo da 
evolução (página 75)
Novamente, o uso de modelos é utilizado para a 
investigação científica. Neste caso, sobre evolução e se-
leção natural, apresenta-se um interessante contraste com 
o que ocorre na natureza. Não deixe de relacionar esse 
tema com os Módulos 1 e 2, sempre pedindo que os 
estudantes identifiquem qual a hipótese (no caso, se a 
seleção natural influencia as variações existentes numa 
população de peixes), quais os métodos empregados e 
se a hipótese foi ou não confirmada. Se quiser conhecer 
o experimento e seus desdobramentos, eles estão discu-
tidos no livro Evolução: o sentido da Biologia, EL-HANI, 
Charbel Nino; MEYER, Diogo (Unesp, 2005, p. 54-58).
Depois da leitura, oriente os estudantes para a reso-
lução das Atividades 1 e 2, que trazem um texto muito 
interessante sobre experimentação e teste de hipótese, 
e do item 1 da seção Rumo ao Ensino Médio.
Se tiver tempo e quiser apresentar outros exemplos, 
existe outro experimento, também com peixes lebistes, 
também chamados de guppy, que pode ser encontrado 
em um link do Instituto de Biociências da USP – Seleção 
artificial em laboratório –, indicado na seção Sugestão 
de material para consulta. Siga passos semelhantes aos 
desenvolvidos anteriormente.
Finalize a aula com o item 2 da seção Rumo ao En-
sino Médio e a orientação da tarefa 1 da seção Em casa.
Outros exemplos de seleção (página 77)
Inicie a aula perguntando aos estudantes se eles conhe-
cem espécies que apresentam diferenças bem marcantes 
entre machos e fêmeas. É possível que eles se lembrem 
do pavão (um de nossos exemplos), de leões (a juba do 
leão) e de espécies de aves, tais como o tiziu (Volatinia
jacarina), o chopim (Molothrus bonariensis) e a galinha. 
Em regiões litorâneas, os estudantes podem se lembrar de 
alguns caranguejos, como o chama-maré (gênero Uca).
Em seguida oriente a leitura do item Um exemplo de 
seleção sexual: a beleza oculta das aves e a realização 
da Atividade 3. A discussão importante é procurar qual 
a vantagem evolutiva que a espécie terá com a escolha 
correta do macho ou da fêmea para acasalamento. Afinal, 
a passagem dos genes para as próximas gerações é uma 
dimensão que leva ao sucesso evolutivo de uma espécie.
Seleção artificial: as raças dos cães domésticos 
(página 79)
Inicie a terceira aula orientando a leitura compartilhada 
do tema Seleção artificial: as raças dos cães domésticos. 
Use outros exemplos de seleção artificial ao longo da 
leitura, como o milho (indicamos um texto interessante – 
Misturar é preciso! – na seção Sugestão de material para 
consulta). Procure, em cada um dos exemplos, destacar as 
técnicas utilizadas, a característica que se desejou selecio-
nar e como isso se assemelha ao que ocorre na natureza.
Oriente a realização da Atividade 4 e a leitura do boxe 
Você sabia? sobre a resistência de bactérias a antibióti-
cos, um exemplo de seleção que nos atinge fortemente. É 
importante frisar os alertas sobre o uso indiscriminado e 
pouco rigoroso de antibióticos. Sugira, então, que resolvam 
o item 3 da seção Rumo ao Ensino Médio e a tarefa 3 da 
seção Em casa.
Respostas e comentários
Atividade 1 (página 76)
1. A presença e a quantidade de predadores.
2. Na lagoa existiam lebistes em diferentes fases de de-
senvolvimento e, portanto, de diversos tamanhos. Na 
presença dos predadores, observou-se que lebistes que 
apresentavam maturidade sexual precocemente – e, 
portanto, eram menores – apresentavam vantagens 
adaptativas, se reproduziam mais cedo e geravam des-
cendentes em um período de tempo mais curto que 
os lebistes grandes. Em outras palavras, os predadores 
não provocaram a diminuição do tamanho dos lebistes, 
mas eliminaram os animais maiores, pois estes tinham 
menos chances de se reproduzir e gerar descendentes.
Atividade 2 (página 77)
A predação maior que existe no Sul pode ter sele-
cionado os caracóis que viviam em cima, na costa, fora 
do alcance de muitos predadores. No Norte, a pressão 
seletiva pode não ter sido tão forte a ponto de excluir 
plenamente os caracóis não adaptados a viver na costa.
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Ensino Fundamental
Atividade 3 (página 78)
O dimorfismo sexual é um caráter que possibilita a 
escolha de um parceiro com características “melhores” 
do ponto de vista do indivíduo que faz a seleção, au-
mentando as chances de gerar descendentes com essas 
mesmas características.
Atividade 4 (página 79)
1. Por meio de cruzamentos preferenciais é possível 
separar, no exemplo dos pombos, indivíduos cujas 
características sejam interessantes para o ser huma-
no, colocando para cruzamento sempre aqueles que 
apresentam tal característica. Desse modo, pode-se 
chegar aos indivíduos que concentram essas diferen-
ças e criar uma nova raça.
2. Separavam os maiores grãos de cada espiga para 
plantá-los na estação seguinte e, da espiga gerada 
nesse plantio, retiravam-se os maiores grãos também, 
e assim por diante durante várias gerações, até chegar 
à espiga que conhecemos hoje, com muitas sementes 
grandes e suculentas. A cada estação, as plantas ori-
ginadas das sementes se reproduziam, mantendo-se 
essas características em seus descendentes.
Em casa (página 81)
1. As bactérias que sobrevivem na cultura B são capa-
zes de metabolizar a lactose e surgiram por mutação 
aleatória a partir de ancestrais que não tinham essa 
capacidade.
 2. Os cães domésticos passaram por uma seleção arti-
ficial. Por meio de cruzamentos, foram selecionadas 
as características desejadas para cada raça. Já os cães 
selvagens passam por seleção natural e apenas os 
mais aptos sobrevivem e se reproduzem, o que di-
minui a variedade destes.
3. a) Não, a praga não desenvolve resistência. Por mu-
tação, algumas apresentam resistência e têm mais 
chance de sobreviver, reproduzir -se e deixar des-
cendentes com a mesma característica.
Professor(a): é sempre muito importante destacar 
que não há intencionalidade na Evolução, ela acon-
tece ao acaso.
b) Sim, porque preserva os predadores e os parasitas 
que são inimigos naturais das pragas, estratégia 
utilizada para o controle biológico.
Rumo ao Ensino Médio (página 82)
1. Alternativa A. A alternativa b está incorreta, pois os 
seres vivos não criam adaptações, elas surgem ao 
acaso e são selecionadas pelo meio. A alternativa 
c está incorreta, pois usar ou deixar de usar uma 
parte do corpo não é uma característica transmitida 
às gerações seguintes. A alternativa d está incor-
reta, pois o ambiente não induz a variabilidade. 
A alternativae está incorreta, pois características 
induzidas pelo ambiente não são necessariamente 
transmitidas aos descendentes.
Professor(a): algumas características do ambien-
te, como o Sol, outros tipos de radiação e algumas 
substâncias químicas, podem induzir modifica-
ção no material genético dos seres vivos. Essas 
modificações só terão importância evolutiva se 
provocarem mudanças nas células de reprodução, 
os gametas. Caso contrário, não serão passadas 
às gerações seguintes.
2. Alternativa C. A alternativa a está incorreta, pois a 
característica cauda longa foi alterada artificialmente. 
A alternativa b está incorreta, pois não há referên-
cias sobre a fertilidade do macho, apenas que mais 
machos com caudas longas obtiveram mais sucesso 
reprodutivo. A alternativa d está incorreta, pois o 
gráfico traz a informação contrária, um maior suces-
so reprodutivo. A alternativa e está incorreta, pois 
não há referências sobre resistência dos machos de 
cauda longa a microrganismos nem sugestão de que 
os machos nessa condição tiveram uma diminuição 
de mortalidade por doenças.
3. Alternativa B. A alternativa a está incorreta, pois 
o uso de agrotóxico não desenvolve a resistên-
cia, apenas pode selecionar os organismos que já 
apresentam essa resistência. A alternativa c está 
incorreta, pois não há intencionalidade dos seres 
vivos à adaptação. A alternativa d está incorreta, 
pois não há sugestão de dependência por parte das 
ervas daninhas. A alternativa e está incorreta, pois 
o agrotóxico não induz mutações.
Professor(a): mais uma vez, as alternativas procu-
ram confundir o estudante sugerindo que fatores 
ambientais geram a resistência ou a característica 
que ofereça uma vantagem adaptativa ao ser vivo; 
fique atento(a).
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Sugestão de material para consulta
Na estante
• MEYER, D.; EL-HANI, C. N. Evolução, o sentido da Biologia. São Paulo: Unesp, 2005.
• MONTEIRO, A. B. Biogeografia evolutiva: a seleção sexual e o índice de predação como fatores evolutivos dos 
lebistes (Poecilia reticulata) em comunidades íctias. Rio Claro: Unesp, 2013.
• SICK, H. Ornitologia brasileira. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
• SILVA, D. P. Canis familiaris: aspectos da domesticação (origem, conceitos, hipóteses). Brasília: UnB, 2011.
Na internet
• ALMEIDA, A. M. Misturar é preciso!. Darwinianas – a ciência em movimento, 18 abr. 2017. Disponível em:
<https://darwinianas.com/2017/04/18/misturar-e-preciso/>.
• KELLNER, A. Cristas, chifres e seleção sexual. Ciência Hoje On-line. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.
br/colunas/cacadores-de-fosseis/cristas-chifres-e-selecao-sexual>.
• SELEÇÃO artificial em laboratório. Portal Entendendo a Evolução – Universidade de São Paulo (USP). Disponível 
em: <http://www.ib.usp.br/evosite/evo101/IVB1bInthelab.shtml>.
• SELEÇÃO natural em funcionamento: um estudo de caso. Portal Entendendo a Evolução – Universidade de São 
Paulo (USP). Disponível em: <http://www.ib.usp.br/evosite/evo101/IIIE1aTegula.shtml>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
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15. ESPECIAÇÃO – O CASO DOS BUGIOS NA 
AMÉRICA DO SUL
AULAS 43, 44 e 45
Neste Módulo, estudaremos o conceito de especiação geográfica ou alopátrica, por meio da história evolutiva 
de bugios e de um grupo de aranhas sul-americanas. Também vamos rever e aprofundar uma série de conceitos 
relativos a evolução e especiação estudados em anos anteriores, bem como a elaboração e o teste de hipóteses 
feitas por cientistas.
Objetivos
• Compreender e aplicar o conceito biológico de espécie.
• Entender o sistema de classificação adotado pela sistemática filogenética.
• Identificar as relações de parentesco entre grupos em uma árvore filogenética ou cladograma.
• Entender o processo mais comum de formação de novas espécies: a especiação geográfica (ou alopátrica) e 
conhecer o processo de especiação simpátrica.
• Compreender a história evolutiva dos bugios (Alouatta spp.).
• Compreender a história evolutiva de um grupo de aranhas sul-americanas (Ericaella spp.).
• Elaborar e levantar hipóteses científicas e identificar em quais casos elas podem ser refutadas ou aceitas.
Roteiro de aula (sugestão)
Aula Descrição Anotações
43
Retorno da tarefa 3 do Módulo 14
Para entender a especiação
Atividade 1
Rumo ao Ensino Médio (item 1)
Orientações para a tarefa 1 (Em casa)
44
Retorno da tarefa 1
Os bugios (Alouatta spp.) e a especiação
Atividade 2
Rumo ao Ensino Médio (item 2)
Orientações para a tarefa 2 (Em casa)
45
Retorno da tarefa 2
O caso das aranhas, também separadas pelos Andes
Atividade 3
Rumo ao Ensino Médio (item 3)
Orientações para a tarefa 3 (Em casa)
Observa•‹o: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa.
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Noções básicas
• O conceito biológico de espécie define como or-
ganismos da mesma espécie aqueles que cruzam e 
conseguem produzir descendentes férteis, em con-
dições naturais.
• No sistema de classificação de Lineu, a espécie é 
identificada por uma nomenclatura binomial e deve 
receber algum tipo de destaque no texto, normalmente 
em itálico. Nesse sistema, o nome científico de cada 
espécie deve ser composto de duas palavras (latinas ou 
latinizadas), sendo a primeira um substantivo (gênero) 
e a segunda um adjetivo (que caracteriza a espécie).
• A sistemática filogenética busca entender as relações 
evolutivas entre grupos de seres vivos de diferentes 
categorias taxonômicas. Essas relações podem ser re-
presentadas em árvores filogenéticas ou cladogramas.
• Nas árvores filogenéticas, as bases dos ramos repre-
sentam os ancestrais comuns àqueles ramos. Quando 
dois grupos compartilham o mesmo ancestral recente 
(o mesmo nó), eles são considerados mais aparen-
tados (grupos irmãos).
• Todas as espécies viventes tiveram um ancestral co-
mum, mais ou menos remoto. Quanto mais recente 
for o ancestral comum, mais próximo será seu grau 
de parentesco, e quanto mais distante for o ancestral 
comum, mais remoto é seu grau de parentesco.
• Os grupos naturais são aqueles que podem ser de-
finidos por meio da existência de um ancestral em 
comum.
• No modelo de especiação geográfica ou alopátrica, 
uma espécie é separada em populações menores 
por uma barreira geográfica que interrompe o fluxo 
gênico entre elas. Com o passar do tempo, essas 
populações acumulam diferenças; assim, caso elas 
venham a se encontrar novamente, não poderão 
mais reproduzir entre si, ocorrendo, portanto, a 
especiação.
• No modelo de especiação simpátrica não há uma 
barreira geográfica que separe as populações da 
espécie. A especiação ocorre por haver uma barreira 
ecológica (exploração de diferentes nichos ecoló-
gicos), comportamental (preferência pelo período 
diurno ou noturno), morfológica ou qualquer outra 
que seja suficiente para interromper o fluxo gênico 
entre as populações do mesmo local.
• A hipótese da história evolutiva dos macacos bugios 
sugere que havia uma única espécie ancestral vivendo 
na América do Sul e o soerguimento da cordilheira 
dos Andes isolou suas populações. Assim, houve 
especiação alopátrica que originou as diferentes 
espécies atuais.
• O mesmo modelo de especiação alopátrica dos bu-
gios pode ser aplicado a um grupo de aranhas sul-
-americanas do gênero Ericaella. Elas também foram 
separadas durante o soerguimento da cordilheira dos 
Andes e formaram novas espécies.
• Não existe verdade absoluta em Ciência. São formula-
das hipóteses e essas devem ser testadas. Entretanto, 
não é possível provar que uma hipótese é verdadeira, 
mas, sim, que ela é falsa. Os cientistas buscam refutar 
uma hipótese e, se não conseguem, os resultados 
fornecem evidências que permitem apoiar a hipótese,mas sem considerá-la definitiva.
Estratégias e orientações
 Este Módulo se baseia em parte nos conhecimentos 
prévios dos alunos, especialmente o que foi estudado no 
7º ano. Para engajá-los logo de início, ou mesmo para 
finalizar a sequência de aulas, existe a possibilidade de 
uma atividade lúdica que mostra como funciona a seleção 
natural em populações isoladas geograficamente. Veja a 
seção Sugestão de atividade extra (O jogo dos clipsita-
cídeos: uma simulação do processo de seleção natural 
como estratégia didática para o ensino de evolução).
Para entender a especiação (página 84)
Nesta aula recomenda-se recordar o que foi estudado 
em Ciências no 7º ano, nos Cadernos 1 e 2, Módulos 4, 
5 e 7. Uma boa maneira de iniciar a aula seria fazer um 
levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos a 
respeito de conceitos já trabalhados, como: o conceito 
biológico de espécie; os sistemas de classificação dos 
seres vivos (sistema proposto por Lineu e as categorias 
taxonômicas); as árvores filogenéticas e sua interpretação; 
e a especiação geográfica. Como se trata de uma aula 
baseada em recordação e aprofundamento de conceitos, 
a condução mais diretiva pelo professor pode ser uma 
boa estratégia. No entanto, recomenda-se que os exer-
cícios sejam feitos em duplas, dando a oportunidade de 
os alunos debaterem.
Ao discutir a definição de espécie biológica, questione 
os estudantes sobre os limites das definições em Ciência. 
Ainda nesse questionamento, proponha que os estudantes 
imaginem o cruzamento entre cães das raças chihuahua
e dogue alemão. Esses animais são da mesma espécie, 
porém foram isolados reprodutivamente por causa da 
seleção artificial. Entretanto eles podem, potencialmente, 
cruzar e gerar descendentes férteis. Leões e tigres também 
podem cruzar e deixar descendentes férteis, porém esse 
cruzamento só foi visto em condições de cativeiro, como 
zoológicos. Como não há registro desse cruzamento em 
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Ensino Fundamental
ambiente natural, leões e tigres não são considerados da 
mesma espécie. Relembre ainda que as mulas são resulta-
do do cruzamento entre égua e burro e são animais bas-
tante apreciados para o transporte de carga, mas estéreis; 
portanto cavalos e burros não são considerados da mesma 
espécie. Como fazer para aplicar o conceito biológico de 
espécie a organismos nos quais não conhecemos repro-
dução sexuada, como alguns tipos de bactéria? Isso é im-
portante para os alunos perceberem que a Ciência não é 
algo pronto, mas um fazer humano que sofre modificações 
à luz de novos conhecimentos. Além disso, a Ciência não 
tem respostas prontas, sempre precisa de ajustes.
No 7º ano, os alunos aprenderam que as filogenias 
são as formas de representação das relações de paren-
tesco de um grupo de organismos. Neste Módulo, esse 
conceito será aprofundado para o de árvores filogenéticas 
e cladogramas, explicados no texto.
Quanto à especiação, o mesmo modelo de especiação 
geográfica (alopátrica) utilizado no 7º ano é recupera-
do para facilitar o andamento da aula. Aproveite para 
introduzir o modelo de especiação simpátrica, que é 
muito utilizado para explicar a diversificação existente 
em moscas-das-frutas.
Ambos os exercícios da Atividade 1 (página 89) são 
de vestibulares, para que os alunos fiquem ainda mais fa-
miliarizados com esse tipo de questão, além dos que vão 
encontrar na seção Rumo ao Ensino Médio (página 96). 
O item 1 da Atividade 1 e o item 1 da seção Rumo 
ao Ensino Médio trazem interpretações de cladogramas 
hipotéticos. Esse mesmo tipo de exercício pode ser feito 
com filogenias de verdade. Se achar interessante, recupe-
re uma filogenia nos Cadernos 2, 3 e 4 do 7º ano e peça 
aos alunos que façam o mesmo tipo de análise. O item 
2 da Atividade 1 e a tarefa 1 da seção Em casa trazem 
a aplicação do modelo de especiação alopátrica. Esses 
dois exercícios são interessantes para conectar com o 
assunto da aula seguinte, por tratarem do mesmo tipo de 
especiação que ocorreu com os bugios (Alouatta spp.).
Os bugios (Alouatta spp.) e a especiação 
(página 90)
Nesta aula será estudado o caso da história evolutiva 
dos bugios (Alouatta spp.). Como é um caso relativamen-
te simples de entender depois da aula sobre especiação 
alopátrica, uma boa estratégia é reunir os alunos em 
duplas e pedir que eles leiam esse item e respondam 
aos exercícios da Atividade 2 (página 91). Mesmo o item 
da página 91 (Então, a hipótese está correta?) é um tema 
1 DODD, D. M. B. Reproductive isolation as a consequence of adaptive divergence in Drosophila melanogaster. Evolution, 43, p. 1308-1311, 1989.
que vem sendo trabalhado em Ciências desde o 6º ano, 
no Caderno 1, Módulo 1. Os exercícios propostos vão 
trabalhar exatamente o aprofundamento do caso dos 
bugios e a questão da “verdade absoluta” em Ciência.
Uma roda de conversa pode ser realizada ao final 
dessa aula para debater a ideia, comumente usada pelos 
meios de comunicação, de que determinado produto tem 
“eficácia comprovada cientificamente”, usando a Ciência 
de forma inapropriada. Não se trata aqui apenas de mos-
trar como é o pensamento científico, no qual não existem 
verdades absolutas, tampouco definitivas. Também se 
quer mostrar aos alunos os limites da Ciência e como 
esta pode ou não pode ser empregada. Assim, espera-se 
formar cidadãos que façam uma leitura questionadora 
da realidade e das “verdades” que são veiculadas pelos 
meios de comunicação.
A tarefa 2 da seção Em casa (página 96) reforça a 
concepção de especiação alopátrica ao ser aplicada a 
outro exemplo. O item 2 da seção Rumo ao Ensino Mé-
dio (página 97) traz uma questão de múltipla escolha em 
que o aluno terá que aplicar mais uma vez o conceito 
de especiação e as condições necessárias para ocorrer 
tal fenômeno.
O caso das aranhas, também separadas pelos 
Andes (página 92)
Novamente, trata-se de uma aula em que é reco-
mendado o trabalho em duplas para o estudo de mais 
um caso de especiação alopátrica, agora das aranhas do 
gênero Ericaella, estudadas por um grupo de pesquisa-
dores brasileiros. Peça que os alunos leiam e resolvam 
os exercícios da Atividade 3 (página 94). O primeiro 
exercício requer interpretação da árvore filogenética apre-
sentada para o grupo de aranhas. O segundo exercício é 
uma questão de múltipla escolha de vestibular, em que 
os alunos devem interpretar mais um cenário no qual é 
possível ocorrer especiação alopátrica.
A tarefa 3 da seção Em casa (página 96) traz uma 
questão de vestibular em que o exemplo trabalhado em 
aula é o mote da questão. O item 3 da seção Rumo ao 
Ensino Médio (página 97) traz uma questão de múltipla 
escolha em que o aluno tem de interpretar uma árvore 
filogenética de macacos antropoides, assunto trabalhado 
também no 7º ano, Caderno 4, Módulo 32.
Como fechamento do Módulo, pode-se ler o relato 
do experimento clássico feito por Diane Dodd em 19891
(ver a seção Texto de apoio ao professor, ao final des-
te Módulo), em que simula a especiação alopátrica em 
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moscas-das-frutas (Drosophila melanogaster). Também 
é recomendável apresentar o esquema do experimento 
para os alunos, questionando quais as limitações do estu-
do, como o fato de as condições do experimento serem 
muito diferentes das encontradas na natureza.
Respostas e comentários
Atividade 1 (página 89)
1. Alternativa E. Todas as outras afirmações estão incor-
retas. A afirmação I está incorreta, pois as espécies X 
e Z evoluíram em eventos distintos e não é possível 
afirmar qual ocorreu antes pelo cladograma. A afir-
mação II está incorreta não apenas pela afirmação 
“mais evoluídas” ser incorreta, mas porque é impos-
sível, pela configuração do cladograma, identificar 
quais espécies são mais diferenciadas. A afirmação 
III está incorreta, pois a espécie W é mais próxima 
evolutivamente à espécie X e a espécieY é mais 
próxima à espécie Z.
2. a) As modificações observadas nas populações iso-
ladas geograficamente são devidas ao acúmulo 
de diferenças genéticas, resultantes de mutações 
e seleção natural. Cada ambiente terá pressões de 
seleção diferentes que resultarão em características 
distintas fixadas nas populações. O isolamento 
geográfico impede o fluxo gênico entre as popu-
lações impossibilitando que as novas variações 
(genéticas, morfológicas, ecológicas, etc.) sejam 
difundidas nas duas populações.
b) Se indivíduos das duas populações se encontra-
rem e não puderem se reproduzir, ou produzirem 
descendentes estéreis, pode-se dizer que houve 
isolamento reprodutivo, ou seja, as populações 
representam duas espécies distintas. Isso significa 
que passaram pelo processo de especiação.
Atividade 2 (página 91)
1. Para tal verificação, seria necessário acompanhar o 
encontro das populações e perceber se indivíduos 
das duas populações cruzariam entre si e produziriam 
descendentes férteis. Se isso ocorresse, as populações 
voltariam a ser consideradas da mesma espécie. Ou 
seja, as diferenças acumuladas ao longo do tempo de 
separação em cada população não seriam suficientes 
para criar duas novas espécies. No entanto, se elas 
não pudessem se reproduzir e gerar descendentes 
férteis, então o processo de especiação estaria carac-
terizado e poderiam ser consideradas duas espécies 
diferentes, agora vivendo no mesmo local.
2. O fluxo gênico é a troca de genes dentro de uma 
população ou entre populações da mesma espécie. 
No caso dos bugios da América do Sul, com o soer-
guimento da cordilheira dos Andes, as populações 
ancestrais ficaram isoladas, o que impediu o fluxo 
gênico. Mutações fixadas em uma das populações 
não foram passadas para a outra, e vice-versa. Com 
o passar do tempo, essas variações, causadas pelas 
diferentes pressões ambientais e pelo isolamento ge-
nético, acumularam-se e as populações se tornaram 
espécies distintas.
Professor(a): esse exercício exige que o aluno 
resgate o conceito de mutação já trabalhado em 
Módulos anteriores, como os Módulos 6, 8 e 13. 
Retome-o antes dos exercícios, se julgar necessário.
Atividade 3 (página 94)
1. a) Três, representados pelos nós 1, 2 e 3.
b) O nó 1, pois ele indica a separação do ancestral 
comum a todas as espécies que vivia ainda em 
uma área não separada pela cordilheira do Andes.
c) A espécie Ericaella florezi existe no mínimo há 
10 milhões de anos, pois estima-se que o final do 
evento de soerguimento da cordilheira dos Andes 
se deu há 10 milhões de anos (no máximo há 23 
milhões de anos, considerando o início do soergui-
mento). Pela árvore filogenética, percebe-se que 
houve dois eventos de especiação. O primeiro foi 
quando surgiu a cordilheira do Andes, e o segun-
do criou as quatro espécies mostradas na árvore 
filogenética.
2. Alternativa D. O canal do Panamá isola populações do 
lado esquerdo e direito, interrompendo o fluxo gêni-
co, podendo acumular diferenças genéticas e, assim, 
desenvolver mecanismos de isolamento reprodutivo. A 
afirmação a está errada, pois o isolamento das popula-
ções, devido à construção do canal, leva à diminuição 
da variabilidade genética (aumentando a possibilidade 
de endocruzamentos). A afirmação b está errada, pois 
o fluxo gênico nos ambientes aquáticos não se altera. 
O canal continua permitindo que as espécies aquá-
ticas se encontrem e reproduzam, mantendo dessa 
forma o fluxo gênico. A afirmação c está errada, pois 
não há mecanismos de seleção artificial envolvidos 
no funcionamento do Canal do Panamá (não há um 
direcionamento intencional de escolha de certas ca-
racterísticas). A afirmação e está errada, pois o canal 
por si só não é um fator que induz mutações.
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Ensino Fundamental
Professor(a): alguns dos mecanismos que apare-
cem nas alternativas não são tratados explicitamente 
no Módulo, como a seleção artificial, por isso vale 
a pena um reforço sobre eles antes de os alunos 
fazerem o exercício.
Em casa (página 95)
1. Com o isolamento causado pelo istmo, duas popula-
ções foram separadas. Ao longo do tempo, essas po-
pulações foram se modificando e se diferenciaram em 
duas espécies distintas. O istmo causou a separação 
física necessária para que o processo de especiação 
alopátrica ocorresse.
2. A especiação mostrada na figura é a geográfica (alo-
pátrica). Uma barreira geográfica (rio) surgiu separan-
do a espécie em duas populações (pode ser mais de 
duas), isolando-as geneticamente. Essas populações 
acumularam diferenças ao longo do tempo devido 
à seleção natural e a diferentes pressões ambientais, 
originando duas (ou mais) espécies novas.
3. a) Porque a cordilheira dos Andes é uma barreira 
geográfica e seu surgimento provocou a fragmen-
tação da comunidade original em pequenos gru-
pos (populações isoladas), favorecendo o processo 
de especiação.
b) Diversificação genética e fixação de caracteres, 
influenciadas por pressões ambientais, provocaram 
isolamento reprodutivo, que caracteriza a separa-
ção das espécies.
Rumo ao Ensino Médio (página 96)
1. Alternativa B. O primeiro grupo a se diferenciar foi o I, 
portanto sua especiação foi necessariamente anterior ao 
surgimento dos outros três grupos. A alternativa a está 
errada, pois a espécie III compartilha o mesmo ances-
tral comum a todas as espécies, na base do cladograma. 
A alternativa c está errada, pois o evento mais recente 
de especiação se deu com a formação não apenas da 
espécie IV, mas também da espécie III. A alternativa d
está errada, pois o cladograma é composto de três nós, 
e deles se desenvolvem ramos distintos. A alternativa 
e está errada, pois os grupos I e II não são grupos-
-irmãos; o ancestral que compartilham em comum é 
compartilhado por todas as espécies do grupo.
2. Alternativa E. Um dos principais requisitos para a 
caracterização de uma espécie é a capacidade de 
reprodução com descendentes férteis. Assim, se indi-
víduos de duas populações distintas se reproduzem 
e sua prole tem capacidade de reprodução, eles per-
tencem à mesma espécie. A alternativa a está errada, 
pois barreiras ecológicas, como é o caso na especia-
ção simpátrica, também servem como mecanismo de 
isolamento reprodutivo para a formação de novas 
espécies. A alternativa b está errada, pois o isolamen-
to reprodutivo é o principal evento que caracteriza a 
formação de uma nova espécie. A alternativa c está 
errada, pois as variações climáticas em função das 
estações do ano são mudanças a que os organismos 
estão adaptados e fazem parte de seu ciclo de vida. 
A alternativa d está errada, pois a formação de novas 
espécies se dá em uma população de uma espécie 
ancestral, e não de famílias ancestrais, o que impli-
caria especiação a partir de espécies distintas.
3. Alternativa D. Segundo a árvore filogenética mostrada 
na questão, o gorila se diferenciou primeiro do que o 
chimpanzé/bonobo/humano. Assim, é correto afirmar 
que o ser humano é mais próximo filogeneticamente 
do chimpanzé do que do gorila. A alternativa a está 
errada, pois o chimpanzé e o bonobo são espécies 
atuais. Nenhum ancestral do ser humano, ou de qual-
quer espécie, possui espécimes vivos. A alternativa b
está errada, pois todos os seres vivos dessa árvore 
filogenética fazem parte de um grupo natural, tendo 
um ancestral comum. Portanto, todos são aparentados. 
A alternativa c está errada, pois o grupo mais recente 
a se diversificar foi o que deu origem ao chimpanzé e 
ao bonobo. A alternativa e está errada, pois os macacos 
antropoides com maior parentesco com o ser humano 
são os chimpanzés e os bonobos.
Professor(a): a alternativa e exige que o aluno 
recorde o que estudou sobre Primatas no 7º ano 
em Ciências, Caderno 4, Módulo 32. Por isso, foi 
feito um boxe de glossário na questão para facilitar 
essa recordação.
Sugestão de atividade extra
O jogo dos clipsitacídeos: uma simulação do 
processo de seleção natural como estratégia 
didáticapara o ensino de evolução
Esse jogo é prático e mostra de maneira lúdica para os 
alunos como funciona a especiação alopátrica. Diferentes 
pressões ambientais (disponibilidade de alimentos) levam 
à diferenciação de populações que estejam isoladas geo-
graficamente. Segue a descrição do jogo segundo seus 
autores. O material pode ser acessado pelo site indicado 
na fonte.
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Este trabalho descreve a aplicação do jogo dos Clip-
sitacídeos como estratégia didática para promover a 
compreensão de conceitos estruturantes da teoria da 
seleção natural, no contexto de uma sequência didática 
sobre ensino de evolução. Este jogo simula mudança po-
pulacional decorrente de variação na oferta de alimen-
tos, num contexto de separação geográfica e isolamento 
reprodutivo de uma população inicial de pássaros com 
variação fenotípica em seus tamanhos de bicos. Além 
de descrever o jogo, este artigo traz recomendações 
metodológicas para sua aplicação, bem como alguns 
resultados pedagógicos alcançados em sala de aula.
Fonte: REIS, V. P. G. S.; CARNEIRO, M. C. L.; AMARANTE, A. 
L. A. P. C.; ALMEIDA, M. C.; SEPÚLVEDA, C. A. S.; EL-HANI, 
C. N. O jogo dos clipsitacídeos: uma simulação do processo 
de seleção natural como estratégia didática para o ensino de 
evolução. Disponível em: <http://www.cienciaemtela.nutes.ufrj.br/
artigos/0602sa01.pdf>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Texto de apoio ao professor
 Evidências para a especiação
“[...] Resultados Experimentais: Os primeiros 
passos de especiação têm sido produzidos em diver-
sos experimentos de laboratório envolvendo isola-
mento “geográfico”. Por exemplo, Diane Dodd exami-
nou os efeitos do isolamento geográfico e seleção nas 
moscas-das-frutas. Ela tirou as moscas-das-frutas 
de uma única população e dividiu-as em popula-
ções isoladas morando em gaiolas para simular o 
isolamento geográfico. Metade da população vivia 
em uma alimentação baseada em maltose e a ou-
tra metade vivia em uma alimentação baseada em 
amido. Depois de muitas gerações, as moscas foram 
testadas para saber com quais moscas elas preferem 
se acasalar. Dodd descobriu que algum tipo de isola-
mento reprodutivo ocorreu como resultado do isola-
mento geográfico e seleção por diferentes fontes de 
alimentos nos dois ambientes: “moscas da maltose” 
preferiram outras “moscas da maltose” e “moscas do 
amido” preferiram outras “moscas do amido”. Embora 
não possamos ter certeza, essas diferentes preferên-
cias provavelmente existiram porque a seleção por 
utilização de diferentes fontes de alimentos também 
afetou certos genes envolvidos no comportamento 
de reprodução. Este é o tipo de resultado que seria 
de se esperar, se a especiação alopátrica fosse um 
modo típico de especiação.”
Evidências para especiação – Entendendo a evolução –
Instituto de Biociências – USP. Disponível em: <http://www.ib.usp.
br/evosite/evo101/VC1fEvidenceSpeciation.shtml>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
O experimento de Diane Dodd com moscas-das-frutas sugere que 
populações isoladas em diferentes ambientes (por exemplo, com 
diferentes fontes de alimentos) podem levar ao início de um isola-
mento reprodutivo. Esses resultados são consistentes com a ideia 
de que o isolamento geográfico é um importante passo para alguns 
eventos de especiação.
Sugestão de material para consulta
Na estante
• CORTÉS-ORTIZ, L. et al. Molecular systematics and 
biogeography of the Neotropical monkey genus, 
Alouatta. Molecular Phylogenetics and Evolution, 
v. 26, p. 64-81, 2003.
• HOOM, C. et al. Amazonia through time: Andean 
uplift, climate change, landscape evolution and bio-
diversity. Science, v. 330, p. 927-931, 2010.
Na internet
• Modos de especiação. Instituto de Biociências da Uni-
versidade de São Paulo. Disponível em: <www.ib.usp.
br/evosite/evo101/VC1aModes Speciation.shtml>.
• Biodiversidade da Amazônia explicada. Disponível 
em: <http://cienciahoje.org.br/coluna/biodiversida
de-da-amazonia-explicada/>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
Alimento à base de maltose Alimento à base de amido
Muitas gerações passam
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846 Ensino Fundamental
16. A SELEÇÃO NATURAL EM AÇÃO
AULAS 46, 47 e 48
Neste Módulo, estudaremos sobre melanismo industrial, um caso clássico sobre seleção natural observado em mari-
posas de Manchester, na Inglaterra. A predação de mariposas por pássaros é o principal fator ambiental que seleciona os 
indivíduos adaptados a determinadas condições ambientais. Na sequência, complementaremos este estudo fazendo uma 
simulação do processo de seleção natural atuando sobre uma população de mariposas fictícias confeccionadas pelos alunos.
Objetivos
• Compreender o caso do melanismo industrial como um exemplo clássico de observação da seleção natural, 
conhecendo seus questionamentos históricos e compreendendo como os dados obtidos corroboraram a conti-
nuidade dessa hipótese como válida.
• Correlacionar o processo de predação com o de seleção natural.
• Desenvolver a habilidade de confeccionar uma simulação (montagem de mosaicos e mariposas) desenvolvendo 
uma atividade prática que exemplifique o processo de seleção natural.
Roteiro de aula (sugestão)
Aula Descrição Anotações
46
Retorno da tarefa 3 do Módulo 15
O caso das mariposas de Manchester
Atividade 1
Rumo ao Ensino Médio (item 1)
Orientações para a tarefa 1 (Em casa)
47
Retorno da tarefa 1
Atividade experimental (procedimentos 1 e 2, teste dos 
padrões de camuflagem e preparação para o jogo)
48
Atividade experimental (hora do jogo e registrando os 
resultados)
Atividade 2
Rumo ao Ensino Médio (itens 2 e 3) 
Orientações para a tarefa 2 (Em casa)
Observação: Os testes da seção Rumo ao Ensino Médio podem ser trabalhados em sala ou indicados como tarefa para casa.
Noções básicas
• O melanismo industrial observado nas mariposas de Manchester, na Inglaterra, é um exemplo clássico de seleção 
natural. A forma melânica da mariposa Biston betularia era menos predada pelas aves que a forma clara, mais 
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evidente nos troncos escurecidos pela fuligem no 
período da Revolução Industrial, iniciado no século 
XVIII e intensificado no século XIX.
• Recentes estudos genéticos e experimentos feitos na 
natureza com observação de predação corroboram 
a hipótese do melanismo industrial como sendo um 
caso de seleção natural.
• A predação é uma forma de selecionar, ao longo do 
tempo, os indivíduos mais adaptados à sobrevivência 
em um ambiente (seleção natural).
• A camuflagem é uma forma de os organismos se 
esconderem no ambiente, evitando, por exemplo, a 
predação.
• Na simulação da predação de mariposas por pássaros, 
pode-se verificar que as mariposas mais bem camu-
fladas foram encontradas menos vezes, logo estariam 
menos sujeitas a ser devoradas. Ou seja, elas seriam 
os organismos selecionados naquele ambiente, e isso 
demonstra como ocorre a seleção natural.
Estratégias e orientações
Antes da segunda aula, prepare a turma para uma 
aula de Atividade experimental de simulação. Esse tipo de 
atividade tem função explicativa, didática, mas não com-
probatória, como as atividades experimentais simples.
A simulação baseia-se no trabalho de Stebbins e Gill-
fillan (1963) e exige habilidades manuais (recortes com 
tesoura e colagens). Não se esqueça de providenciar os 
materiais necessários para a realização da atividade.
Vamos propor para essas aulas uma modificação no 
encaminhamento padrão para as atividades. Isso porque 
a simulação exige um tempo de preparação (cerca de 
uma aula) e de realização (uma aula) que não permite 
margem para correção de tarefa da seção Em casa no 
início das aulas (terceira aula, em especial) e para a 
realização dos itens da seção Rumo ao Ensino Médio. 
No entanto, os alunos terão oportunidade de realizar os 
itens da seçãoRumo ao Ensino Médio, mas na forma de 
tarefa na última aula deste Módulo.
O caso das mariposas de Manchester (página 98)
A primeira aula trata do exemplo clássico de seleção 
natural proporcionado pelo melanismo industrial identi-
ficado nas mariposas de Manchester, desde o século XIX. 
Como se trata da exposição de um estudo de caso, a es-
tratégia de dividir a turma em duplas e pedir que realizem 
uma leitura e, posteriormente, os exercícios da Atividade 1 
(página 100) pode ser um bom encaminhamento. Antes de 
fazer tal divisão, faça um levantamento dos conhecimen-
tos prévios dos alunos a respeito do caso do melanismo 
industrial, pois é possível que já tenham ouvido falar dele. 
Anote no quadro de giz as informações que trouxerem e 
retorne a elas no final da aula para checagem.
A tarefa 1 da seção Em Casa (página 105) traz dados 
dos experimentos de Michael Majerus, analisados por 
Lawrence M. Cook e colaboradores. Trabalhar com dados 
concretos de pesquisas científicas é um bom contraponto 
com a simulação que será feita na aula seguinte. Tais dados 
ajudam a fundamentar a importância e a pertinência da 
simulação. Vale ressaltar que, no aprendizado de Ciências, 
o lado lúdico desse tipo de atividade ajuda bastante no 
envolvimento dos alunos. O item 1 da seção Rumo ao 
Ensino Médio (página 106) traz a questão de múltipla es-
colha de um vestibular em que uma alternativa pode ser 
desconhecida para os alunos, por isso incluímos um boxe 
de glossário para facilitar a execução. A mesma dificuldade 
de entendimento de duas alternativas com conceitos novos 
acontece no exercício 2 da Atividade 1 (página 100), e 
nesse caso optamos por não incluir suas definições junto 
ao exercício para não desviar demais do tema da aula. No 
entanto, na resposta oferecida neste Manual, apresentamos 
exemplos que vão ajudar na conceituação dos fenômenos 
aos estudantes (irradiação e convergência).
Atividade experimental – Jogo das mariposas 
(página 101)
A segunda aula destina-se a preparar o material para 
simular (por meio de um jogo) a seleção natural de 
mariposas. Sugere-se que a simulação seja feita em du-
plas, mas, se a turma for pequena, pode ser feita indivi-
dualmente. Sugerimos que não ultrapasse 10 duplas ou 
grupos para que não se prolongue muito a etapa de 
anotar os resultados na tabela. Trabalhando em pares, dá 
para reduzir o tempo a ser despendido na avaliação dos 
esforços de camuflagem e na tabulação dos dados em 
classes maiores. Determine um número de identificação 
para cada dupla ou grupo.
Professor(a): caso não seja possível terminar a 
montagem dos mosaicos na aula, indique como 
tarefa para casa.
Na terceira aula será realizado o jogo das mariposas. 
É interessante que ele seja organizado numa sala com as 
cadeiras afastadas, ou num ambiente em que os alunos 
possam ficar equidistantes dos mosaicos nos quais eles 
deverão localizar as mariposas. Ambientes como o pátio 
da escola ou a quadra podem ser bons recursos para 
essa atividade, especialmente se as condições do clima 
estiverem agradáveis.
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Ensino Fundamental
Durante o jogo proceda da seguinte maneira:
1. Escolha um(a) aluno(a) para auxiliá-lo na atividade.
2. Peça aos alunos que permaneçam em silêncio e com 
os olhos fechados.
3. Exponha a linha III do primeiro mosaico e solicite 
aos alunos que abram os olhos. Mostre o mosaico 
por dois segundos – tempo que eles terão para tentar 
localizar as mariposas – e, em seguida, esconda-o.
4. Instrua os alunos que identificaram (ou pensaram 
ter identificado) a mariposa na área A a levantarem 
a mão, depois repita as instruções para a área B e, 
depois, para a C.
5. O aluno assistente deverá marcar no quadro de giz 
quantos colegas identificaram a mariposa nas três 
áreas. Em seguida, revele em qual das áreas a maripo-
sa estava de fato. Oriente os alunos a anotar quantos 
identificaram a posição correta da mariposa na tabela 
da página 104 (Registrando os resultados).
Uma possibilidade para evitar a troca de informação 
entre os alunos seria eles próprios anotarem em uma 
folha à parte a área em que viram a mariposa e, de-
pois, compartilharem suas observações.
Caso não possua uma aula adicional para correção e 
discussão do item 2 da seção Em casa (página 105), 
execute-a na forma de roda de conversa ao final 
desta aula. A correção pode ser realizada da seguinte 
forma: prenda no quadro de giz todos os mosaicos 
em ordem crescente de eficiência de camuflagem das 
mariposas. Faça perguntas como:
• Por que algumas mariposas foram vistas mais 
facilmente?
• Por que algumas mariposas ficaram tão bem es-
condidas (camufladas)?
• Se fossem mariposas de verdade, todas pertencen-
tes à mesma espécie, e todos os troncos em que 
descansam permanecessem os mesmos, o que 
poderíamos esperar depois de várias gerações em 
relação à distribuição dos indivíduos de diferentes 
colorações na população?
Pegue uma mariposa com baixa eficácia de ca-
muflagem e discuta quais mudanças no ambiente 
lhe seriam favoráveis. Depois que todos os alu-
nos chegarem a uma conclusão sobre o ambiente 
mais favorável, pegue a mariposa que apresentou 
maior sucesso de camuflagem e pergunte o que 
aconteceria com ela nesse novo ambiente. A ideia 
é conduzir ao entendimento de que o fato de 
determinada característica ser vantajosa ou não 
depende também do ambiente no qual os orga-
nismos estão inseridos.
Não deixe de mencionar uma das conclusões impor-
tantes que deve ser tirada dessa atividade: as espécies 
têm vantagem na manutenção da variabilidade; esse 
é um fator essencial para a ocorrência de seleção 
natural em diferentes cenários.
Por fim, oriente os alunos que a tarefa a ser executada 
em casa para essa aula também inclui a realização dos 
itens 2 e 3 da seção Rumo ao Ensino Médio (página 
106), excepcionalmente por conta da natureza das 
atividades desempenhadas nas duas últimas aulas 
deste Módulo.
Respostas e comentários
Atividade 1 (página 100)
1. A partir de 2012, já se constatava que a variedade clara 
de mariposas era mais abundante que a variedade 
escura. Isso porque o ambiente menos poluído pos-
sibilita que os troncos das árvores fiquem mais claros, 
com liquens, facilitando a camuflagem das mariposas 
mais claras e dificultando a das mais escuras, que, 
neste caso, serão mais predadas. A diminuição drás-
tica das aves predadoras diminuiria como um todo a 
predação, de modo que as variedades clara e escura 
deveriam permanecer com a mesma proporção entre 
si, mas com um número maior de indivíduos, já que 
a predação havia diminuído.
2. Alternativa C. O exemplo clássico é da seleção natu-
ral. Para ser de uma herança genética, deveria ser um 
experimento em que fossem observadas características 
herdadas em descendentes após cruzamentos. Para ser 
especiação, deveria ocorrer formação de novas espécies. 
Para ser irradiação adaptativa, deveriam se formar várias 
espécies a partir de um mesmo ancestral. Para ser con-
vergência evolutiva, diferentes espécies deveriam evoluir 
em locais distintos e apresentar adaptações semelhantes 
por conta de pressões seletivas também semelhantes.
Professor(a): alguns dos mecanismos que apare-
cem nas alternativas não são tratados explicitamente 
no Módulo ou mesmo na coleção, como a irradiação 
adaptativa e a convergência evolutiva. Explique-os 
com antecedência para os alunos por meio de exem-
plos simples, como o da irradiação adaptativa dos 
mamíferos depois da extinção dos dinossauros e o 
da convergência evolutiva de golfinhos, tubarões e 
ictiossauros, grupos bem distintos de vertebrados 
que apresentam a forma hidrodinâmica do corpo 
semelhante, selecionada pelo ambiente aquático 
onde vivem ou de onde vieram (ictiossauro).
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Atividade experimental – Registrando 
os resultados (página 104)
O preenchimento da tabela dependerá dos resultados 
obtidospela turma. A seguir, um exemplo de resultados:
Número de identificação
1 2 3 …
Linha do tronco 
(mosaico)
III A 8 C 4 3 ... ...
II A 6 A 9 7 ... ...
I B 9 B 8 6 ... ...
Total de vezes 
em que foram 
identificadas 
corretamente
23 21 16 ...
Atividade 2 (página 105)
Esse total indica que o padrão menos visto é o mais 
bem camuflado. Em relação aos padrões mais e menos 
vistos, a resposta é pessoal (da dupla).
Em casa (página 105)
1. a) As mariposas claras sobreviveram mais em 2004 
e menos em 2003.
b) As mariposas escuras foram mais predadas em 
2004 e menos em 2006.
c) Em 2004, as aves claramente predaram mais a for-
ma melânica do que a forma clara das mariposas. 
Isso pode ser evidenciado pelos dados numéricos 
(frequência de sobrevivência) e também pela am-
plitude da diferença entre esses dados, a maior em 
todos os anos amostrados.
d) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno crie uma 
hipótese que seja plausível e falseável. Uma pos-
sibilidade seria: a taxa de sobrevivência da forma 
melânica foi maior em 2006, contrastando com a 
tendência em anos anteriores e em 2007. Em casos 
como esse, normalmente o resultado inesperado 
tem maiores chances de ser atribuído a algum pro-
blema na coleta dos dados do que a algum outro 
fator que pudesse interferir na predação pelas aves.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos digam que 
os padrões de coloração das mariposas que tendem 
a ser mais parecidos com os padrões ambientais (no 
caso, com três cores) sejam mais eficazes no processo 
de camuflagem, pois os troncos também apresentam 
as mesmas três cores.
Rumo ao Ensino Médio (página 106)
1. Alternativa A. A seleção natural pode ser evidencia-
da pela sobrevivência de indivíduos de cor verde 
clara e escura em detrimento dos vermelhos, que 
morrem com o passar do tempo. A alternativa b está 
incorreta, pois não se formaram novas espécies. A 
alternativa c está incorreta, pois, para ser a teoria 
sintética da evolução, teriam que estar representados 
os mecanismos genéticos envolvidos na sobrevivência 
dos sapos verdes. A alternativa d está incorreta, pois 
a lei do uso e desuso não poderia ser evidenciada, 
já que a variabilidade de verdes permanece e teria 
tendência a ter apenas um tom de verde (o mais 
“usado”). A alternativa e está incorreta, pois, como 
a população permanece com variabilidade, não fica 
evidente qualquer empecilho para a reprodução.
2. Alternativa C. As mariposas têm variações de ca-
muflagem, e as que melhor se escondem de seus 
predadores sobrevivem por mais tempo e deixam 
mais descendentes, sendo, dessa forma, selecionadas 
naturalmente. A alternativa a está incorreta, pois o 
que se está dizendo se refere à teoria de Lamarck: 
mariposas se camuflam por necessidade e transmitem 
suas características adquiridas a seus descendentes. 
A alternativa b está incorreta, pois há confusão entre 
as ideias de Lamarck (mariposas se camuflarem por 
necessidade) e as de Darwin (seleção natural). A 
alternativa d está incorreta, pois há confusão entre 
as ideias de Lamarck (mariposas transmitirem suas 
características adquiridas aos seus descendentes) e 
as de Darwin (que até utilizou a ideia da herança 
do adquirido, mas não como base de sua teoria de 
evolução por seleção natural) e também não deixa 
claro que as mariposas sobreviventes apresentavam as 
características de camuflagem de maneira despreten-
siosa em relação à seleção natural; logo, poder-se-ia 
admitir também uma interpretação lamarckista. A al-
ternativa e está incorreta, pois, apesar de a explicação 
inicial estar correta (as que tinham a melhor camu-
flagem sobreviveram – induzindo a se pensar em 
seleção natural), o restante da frase remete a ideias 
lamarckistas, visto que a camuflagem viria de tanto as 
mariposas pousarem em liquens (uma espécie de “uso 
e desuso”) e esta seria uma característica adquirida 
que passaria aos seus descendentes.
3. Alternativa B. Os troncos das árvores em áreas in-
dustrializadas se tornam mais escuros e, nesse con-
texto, as mariposas mais claras ficam mais evidentes 
aos predadores nesses troncos do que as mariposas 
mais escuras, que se camuflam melhor nessa situa-
ção, sendo menos predadas. A alternativa a está 
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Ensino Fundamental
incorreta, pois tanto as mariposas claras quanto as escuras são suscetíveis à poluição. A alternativa c está 
incorreta, pois nela se propõe que as mariposas escuras se modificaram, ao longo da vida, por causa de uma 
necessidade e passavam essa característica adquirida aos descendentes, o que é uma visão lamarckista. A 
alternativa d está incorreta, pois não há essa diferenciação de preferência dos predadores em razão do sabor 
das mariposas, assim como não há essa diferença de palatabilidade entre as asas das mariposas claras ou 
escuras. A alternativa e está incorreta, pois não ocorre escurecimento de asas das mariposas escuras como 
consequência da poluição, tampouco as mariposas claras são mais suscetíveis à poluição que as escuras.
Sugestão de material para consulta
Na estante
• STEBBINS, R. C.; GILLFILLAN, G. Animal Coloration: An Introduction to the Concept of Natural Selection. Berkeley 
(EUA): University of California, 1963.
• WEINER, J. O bico do tentilhão: uma história da evolução no nosso tempo. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
Na internet
• MUTAÇÃO que criou mariposa negra na revolução industrial é identificada. G1 Globo, 2 jun. 2016. Disponível em: 
<http://g1.globo.com/natureza/noticia/2016/06/estudo-acha-mutacao-que-gerou-mariposa-negra-na-revolucao-
industrial.html>.
• RUMJANEK, Franklin. A saga da mariposa. Ciência Hoje, 5 ago. 2016. Disponível em: <http://cienciahoje.org.
br/artigo/a-saga-da-mariposa/>.
• Simulação on-line – Seleção natural. Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/natu
ral-selection>.
Acesso em: 25 fev. 2019.
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Biologia
José Manoel Martins
Marcos Engelstein
ANGLO
ENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTALENSINO FUNDAMENTAL
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volume
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Direção Presidência: Mario Ghio Júnior
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e Rodrygo Martarelli Cerqueira
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Planejamento e controle de produção editorial: Paula Godo (ger.), 
Adjane Oliveira (coord.), Daniela Carvalho e Mayara Crivari
Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Kátia Scaff Marques (coord.), 
Rosângela Muricy (coord.), Aline Cristina Vieira, Cesar G. Sacramento, 
Daniela Lima, Danielle Modesto, Luciana B. Azevedo, Luís M. Boa Nova, 
Marília Lima, Maura Loria, Paula T. de Jesus, Ricardo Miyake, 
Tayra Alfonso, Vanessa P. Santos; 
Amanda T. Silva e Bárbara de M. Genereze (estagiárias)
Arte: Daniela Amaral (ger.), Erika Tiemi Yamauchi (coord.) 
e Daniel Hisashi Aoki (edit. arte)
Diagramação: JS Design
Iconografia: Sílvio Kligin (ger.), Roberto Silva (coord.), 
Roberta Freire Lacerda Santos (pesquisa iconográfica)
Licenciamento de conteúdos de terceiros: Thiago Fontana (coord.), 
Angra Marques (licenciamento de textos), Erika Ramires, 
Luciana Pedrosa Bierbauer e Claudia Rodrigues (Analistas Adm.)
Tratamento de imagem: Cesar Wolf e Fernanda Crevin
Ilustrações: Luis Moura, Setup Bureau
Cartografia: Eric Fuzii (coord.)
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Ilustração de capa: D’AvilaStudio
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(0xx11) 3273-6000
© SOMOS Sistemas de Ensino S.A.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Martins, José Manoel
 Ensino fundamental 2 : biologia 9º ano : volume 1 e 2 :
aluno / José Manoel Martins, Marcos Engelstein. -- 1. ed. -
- São Paulo : SOMOS Sistemas de Ensino, 2019.
 1. Biologia (Ensino fundamental). I. Engelstein,
Marcos. II. Título.
2018-0060 CDD: 372.35
Julia do Nascimento – Bibliotecária – CRB-8/010142
2019
ISBN 978 85 468 1859 4 (AL)
1a edição
1a impressão
Impressão e acabamento
Uma publicação
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SUMÁRIO
 9. Alterações na cadeia alimentar – os javalis invasores e outros
casos .............................................................................................. 6
10. Interações ecológicas – o caso das acácias e das formigas ....... 19
11. Bioacumulação – o caso das tartarugas-matamatás .................. 31
12. A crise hídrica e a conservação ambiental ................................. 44
13. O caso da fragmentação florestal e dos corredores ecológicos .... 55
14. O caso dos lebistes e a seleção natural ....................................... 73
15. Especiação – o caso dos bugios na América do Sul .................... 84
16. A seleção natural em ação ............................................................ 98
Anexos .................................................................................................. 107
BIOLOGIA
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Biologia
Autores:
José Manoel Martins
Marcos Engelstein
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ALTERAÇÕES NA CADEIA 
ALIMENTAR – OS JAVALIS 
INVASORES E OUTROS CASOS9
Os seres vivos interagem entre si e a manutenção dessas interações garante o equilíbrio 
ecológico na natureza. Muitas vezes, essas interações envolvem a busca por alimento 
e podem ser caracterizadas por relações de predação entre espécies. Então, imagine: 
O que pode acontecer quando uma nova espécie é introduzida em determinado ambiente?
Neste Módulo, vamos estudar algumas consequências da introdução de uma nova 
espécie em um ecossistema, como é o caso do javali no Brasil em áreas de formações 
abertas e florestadas. Essa introdução pode ser prejudicial tanto para o ambiente quanto 
para os seres vivos que o habitam. Além disso, conheceremos alternativas para manejo 
e controle de populações introduzidas e veremos outros casos de espécies invasoras.
Q UEM SÃO OS JAVALIS “INVASORES”?
O javali é um porco selvagem da espécie Sus scrofa, originário da Europa, da Ásia e do 
Norte da África. Por ter sua carne muito apreciada pelos seres humanos, foi transportado 
para diversas regiões do mundo, como animal de criação, para suprir as necessidades de 
consumo humanas. Os javalis domesticados são mansos e toleram bem o confinamento.
Entretanto, alguns javalis podem escapar de seu confinamento ou mesmo ser aban-
donados propositalmente no ambiente natural. Esses javalis, fora do confinamento, 
apresentam comportamento mais agressivo e se adaptam facilmente ao novo ambiente. 
A ausência de predadores naturais nos locais em que foi introduzido levou o javali a 
entrar na lista das cem espécies exóticas invasoras mais devastadoras para os ambientes, 
de acordo com dados publicados pela União Internacional da Conservação da Natureza 
(IUCN, sigla em inglês). Nesses casos, ele é considerado uma praga e tem provocado 
graves problemas ambientais, sociais e econômicos. 
Javali selvagem (Sus scrofa). 
Os adultos medem entre 
1,2 m e 1,8 m de 
comprimento, podendo 
atingir até 100 cm de altura, 
considerando o dorso. Os 
machos são maiores que as 
fêmeas e pesam de 130 kg a 
250 kg, enquanto as fêmeas 
têm entre 80 kg e 130 kg.
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Os primeiros registros da introdução do javali na América do Sul datam de 1904 e 
1906, ocasiões em que alguns indivíduos foram trazidos da Europa para a província de 
La Pampa, na região central argentina. Considera-se a hipótese de que alguns javalis 
tenham cruzado a fronteira entre Brasil e Argentina, chegando ao sudoeste do Rio Gran-
de do Sul, possivelmente motivados pela diminuição da oferta de alimento. Além disso, 
na década de 1990, criadouros das regiões Sul e Sudeste do Brasil importaram javalis 
originários do hemisfério norte. 
Atualmente, no Brasil, há registros de criadouros clandestinos de javalis, além de 
grupos desses animais vivendo em ambiente natural (denominados javalis asselvajados). 
Essa situação já foi registrada em quatorze estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, 
Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Roraima, Tocantins, Maranhão, Bahia, 
Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro; e no Distrito Federal. 
Nos ambientes brasileiros em que o javali foi introduzido, há duas espécies nativas de 
porcos-do-mato, conhecidas como catetos (ou caititus) e queixadas. Ambas as espécies 
nativas se alimentam de vegetais, principalmente de raízes e folhas, ovos e, eventual-
mente, predam pequenos animais, como répteis e filhotes de aves. Esses hábitos são 
muito semelhantes aos dos javalis. Assim, podemos dizer que tanto os animais nativos 
(catetos e queixadas) quanto o exótico (javali) ocupam nichos ecológicos semelhantes e nichos ecológicos
Todas as espécies têm uma área de ocorrência geográfica natural e, em geral, 
apresentam características que lhes permitem sobreviver às condições do ambiente 
em que ocorrem. Além disso, estão inseridas em um contexto de equilíbrio ecológico, 
interagindo com o meio e com as outras espécies que vivem no local.
Ao se deslocar, o ser humano pode retirar espécies de seres vivos de seus locais 
de origem e transportá-las consigo para outras áreas. Ao longo da história, muitas 
espécies foram deslocadas, seja acidentalmente, como alguns vírus ou insetos, seja 
intencionalmente, como diversas plantas e animais.
Essas espécies levadas para novos locais são chamadas de espécies exóticas, e po-
dem passar a viver nesses novos ambientes sem causar impactos. Na maioria das vezes, 
porém, essas espécies alteram o ambiente, competindo com espécies nativas por re-
cursos, como água, alimentos ou espaço. Neste caso, elas são chamadas de espécies 
exóticas invasoras. Quando não encontram predadores no ambiente onde foram in-
troduzidas, as espécies exóticas invasoras tendem a prevalecer na competição com as 
espécies nativas e a se multiplicar rapidamente, aumentando sua população.
O Aedes aegypti (mosquito 
transmissor da dengue, da 
febre amarela urbana, 
da chikungunya e da zika) 
é um inseto originário 
da África, trazido para o 
Brasil acidentalmente com 
mercadorias e animais. 
Ele é considerado uma 
espécie exótica invasora. 
Esse mosquito mede cerca 
de 5 mm de comprimento.
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De olho... na espécie exótica invasora
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Nicho ecológico: 
co rresponde ao conjunto 
de todas as atividades que 
uma espécie realiza no seu 
habitat, tais como: o local 
onde vive, a maneira como 
se alimenta, os locais e a 
época de reprodução, como 
responde a competidores, 
predadores e parasitas, etc.
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competem pelos mesmos recursos. Além disso, os javalis introduzidos também impac-
tam as populações de outros animais e vegetais dos quais se alimentam, pois elas são 
predadas por mais uma espécie, além dos seus predadores naturais.
1 Com base nas informações deste Módulo, responda às questões abaixo.
a) O que são espécies nativas e espécies exóticas? 
b) O que é uma espécie exótica invasora? 
c) Como o javalipode ser classificado no Brasil, dentro do contexto apresentado no texto? Justifique. 
2 Usando os conceitos que você já estudou sobre relações ecológicas, explique por que a presença dos javalis asselvajados 
em ambientes brasileiros pode impactar as populações de catetos e queixadas.
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Exemplares adultos de cateto (A) e queixada (B), ambos animais nativos do Brasil. Os catetos 
(Pecari tajacu, medem até 100 cm de comprimento e 45 cm de altura; o peso varia de 
14 kg a 30 kg) apresentam uma faixa clara, diagonal, que vai do dorso ao pescoço. A queixada 
(Tayassu pecari, mede 150 cm de comprimento e 50 cm de altura; o peso varia de 25 kg a 40 kg) 
apresenta coloração preta e uma mancha clara ao longo da mandíbula.
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CADEIAS E TEIAS ALIMENTARES 
Uma maneira de estudar um ambiente é conhecer as relações alimentares entre os seres 
vivos que o compõem. Essas relações envolvem seres autótrofos e heterótrofos e formam 
cadeias alimentares, sequências de interações alimentares entre organismos.
Em uma cadeia alimentar, os seres autótrofos são os produtores, enquanto os seres 
heterótrofos são os consumidores ou os decompositores. Os seres autótrofos (pro-
dutores) têm a capacidade de produzir compostos energéticos (alimento) a partir de 
substâncias simples, como ocorre na fotossíntese; e os heterótrofos (consumidores ou 
decompositores) obtêm energia a partir dos produtores (direta ou indiretamente), por 
meio da alimentação. 
Os consumidores são classificados como primários (quando se alimentam diretamente 
de produtores), secundários (quando se alimentam de consumidores primários), terciários 
(quando se alimentam de consumidores secundários) e assim por diante. Os decompo-
sitores também fazem parte das cadeias e teias alimentares, obtendo seu alimento de 
organismos mortos.
As cadeias alimentares podem ser representadas por diagramas nos quais as setas 
indicam sempre o caminho do consumo do alimento. Veja um exemplo abaixo com 
produtores e consumidores.
Dizemos, então, que cada componente de uma cadeia alimentar ocupa um determi-
nado nível trófico. Assim, no exemplo acima, temos:
• capim: produtor (ocupa o 1o nível trófico);
• rato: consumidor primário (ocupa o 2o nível trófico);
• serpente: consumidor secundário (ocupa o 3o nível trófico).
Quando analisamos um conjunto maior de seres vivos, podemos estabelecer uma 
teia alimentar, em que os componentes podem ocupar algumas cadeias alimentares, em 
diferentes níveis tróficos, e o mesmo nível trófico pode ser ocupado por mais de um ser 
vivo, dependendo da cadeia considerada.
Representação esquemática 
de uma cadeia alimentar. 
(Elementos fora de proporção 
entre si. Cores fantasia.)
Representação esquemática de 
uma teia alimentar. (Elementos 
fora de proporção entre si. 
Cores fantasia.)
Capim
Capim
Produtor
Produtor
Rato
Rato
Gafanhoto
Consumidor primário
Consumidor primário
Consumidor primário
Serpente
Sapo
Serpente
Consumidor secundário
Consumidor 
secundário
Consumidor 
secundário 
e terciário
Serve de 
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Serve de 
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1 Considere as seguintes informações sobre animais e plantas do Cerrado brasileiro:
• No solo do Cerrado, encontramos uma enorme quantidade de herbívoros, como as lagartas de borboletas, que fazem 
de gramíneas, como o capim, sua fonte de alimento.
• As lagartas de borboleta têm como predadores naturais pequenos lagartos e aves, como a seriema.
• A seriema, por sua vez, é uma ave que tem uma dieta muito ampla, alimentando-se de pequenos insetos, como lagar-
tas, além de lagartos e até serpentes.
• Além da seriema, os lagartos também têm como predadores naturais as serpentes que vivem no Cerrado.
a) Com base nas afirmações anteriores, construa a teia alimentar composta dos seres vivos descritos.
b) Indique o nível trófico de cada componente dessa teia alimentar.
2 Analise a teia alimentar representada abaixo.
Capim Insetos Lagartos Lobo-guará
Catetos
Seriemas
Javalis
 Quais seriam as possíveis consequências para as populações de lobos-guarás e de seriemas caso o número de javalis 
aumentasse muito em determinada localidade?
ATIVIDADE 2
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10 Ensino Fundamental
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CONSEQU ÊNCIAS PARA O AMBIENTE 
A introdução de espécies no ambiente requer conhecimento sobre as relações que 
podem ser estabelecidas entre os animais exóticos com os seres vivos nativos presentes 
na área. No caso dos javalis, há poucas informações sobre sua alimentação e a posição 
que ocupam nas cadeias alimentares dos ambientes onde foram introduzidos.
No entanto, podemos constatar que a invasão de javalis nos ambientes pouco mo-
dificados causa ainda outros tipos de impacto ambiental. Devido ao hábito de cavar e 
remexer o solo, os javalis destroem plantas que estão crescendo e expõem sementes, 
que são então facilmente encontradas por outros animais, impedindo assim que as 
plantas se desenvolvam e que as sementes germinem. Dessa forma, esses animais 
contribuem para a diminuição e a possibilidade de extinção de diversas espécies da 
flora nativa. Além disso, quando cavam o solo, podem também causar a aceleração 
do processo de erosão e o aumento do assoreamento de lagos e rios. 
Os javalis asselvajados podem ainda facilitar a transmissão de doenças como a febre 
aftosa e a pneumonia suínas para porcos domésticos, além da teníase. Outros impactos 
sociais e econômicos também podem ser ocasionados pelo ataque a seres humanos e 
a animais domésticos, pelo cruzamento com porcos domésticos ou asselvajados e pela 
destruição de plantações em áreas agrícolas. 
O CONTROLE DOS JAVALIS
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 
órgão governamental responsável pelo controle e manejo de espécies exóticas inva-
soras, como o javali, vem adotando uma série de medidas para tentar conter o avanço 
dessa espécie e reduzir sua população. Entre as medidas adotadas pelo Ibama estão: 
• autorização do abate e da caça controlados, sem que os animais abatidos sejam 
destinados à alimentação, pois podem portar doenças que são transmissíveis ao 
ser humano e a animais domésticos; 
• aumento da fiscalização de criadouros clandestinos; 
• orientação no manejo e transporte de javalis de criadouros legalizados. 
Além dessas medidas, o Ibama vem estudando o impacto que os javalis podem exercer 
sobre a fauna e a flora nativas, principalmente nas unidades de conservação onde já foi 
detectada a presença desses animais. 
Javali asselvajado 
em plantação 
de milho. 
Esses animais 
podem causar 
diversos danos 
aos cultivos 
agrícolas.
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Você sabia?
O que são Unidades de Conservação? 
O Brasil é considerado um país megadiverso, pela grande quantidade de espécies de seres vivos que 
nele vivem. Buscando preservar essa biodiversidade, foram criadas as Unidades de Conservação (UC), 
grandes áreas protegidas em que a exploração dos recursos é controlada por lei. Há diferentes tipos de 
Unidades de Conservação e, dependendo do tipo, a exploração de recursos pode ser totalmente proibida 
ou permitida apenas de forma sustentável. A criação e a gestão das unidades de conservação estão pre-
vistas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), um plano governamental que dá dire-
trizes para essas ações.
Unidades de Conservação do Brasil
Equador
55º O
0º
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
Limite entre países
Unidades da Federação
Estação ecológica
Monumento natural
Parque
Refúgio de vida silvestre
Reservabiológica
Unidades de Conservação (UCs)
UC proteção integral
UC uso sustentável
Floresta
Reserva extrativista
Reserva particular do patrimônio natural
Reserva de desenvolvimento sustentável
Área de proteção ambiental
Área de relevante interesse ecológico
Outros
370 km0
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Mapa mostrando a localização das Unidades de Conservação brasileiras (2018).
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A realização de novos estudos ecológicos é importante porque pode fornecer evidên-
cias que auxiliem no controle da população desses animais. Informações mais completas 
sobre o caso dos javalis “invasores” permitiriam a elaboração de medidas eficazes para 
a diminuição do impacto da presença desses animais e o estabelecimento de diferentes 
estratégias para seu manejo e/ou sua captura. 
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Ensino Fundamental
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1 No texto são apontadas medidas adotadas pelo Ibama para tentar conter ou diminuir o impacto causado pela introdução 
do javali no território brasileiro. Reúna-se com os colegas e, juntos, discutam sobre o que pode ser feito para reduzir o 
risco de novos casos de introdução do javali em áreas onde esses animais ainda não foram encontrados. Registre as ideias 
do grupo nas linhas abaixo e em seu caderno, caso necessário.
2 A teníase é uma parasitose causada por platelmintos. A transmissão da teníase para seres humanos se dá por larvas da tênia 
(Taenia solium no caso de porcos ou Taenia saginata no caso de bois), chamadas de cisticercos. Os cisticercos desenvolvem-
-se em vermes adultos que se fixam no intestino humano e passam a produzir e liberar ovos. Os ovos são eliminados do 
corpo humano com as fezes e podem ser ingeridos por porcos e bois. As larvas se instalam, então, nos músculos dos animais.
a) Como deve ocorrer a transmissão da teníase para seres humanos?
b) Como a teníase pode ser evitada?
ATIVIDADE 3
OUTRO CASO DE ESPÉCIE INTRODUZIDA: 
A JOANINHA-ASIÁTICA 
As joaninhas são insetos predadores que se alimentam de outros 
insetos, principalmente de pulgões, que, por sua vez, são parasitas de 
plantas, sugando sua seiva. Na agricultura, os pulgões são considera-
dos uma praga, pois seu ataque às plantas pode causar sérios danos 
e prejudicar a colheita. 
Dessa forma, as joaninhas atuam como um controle biológico 
dos pulgões, pois são predadores naturais desses insetos-praga. Esse 
controle não agride o ambiente, uma vez que se evita o uso de inse-
ticidas, que poderiam causar danos à saúde humana e ao ambiente, 
para matar os pulgões. Portanto, usar as joaninhas como controle 
biológico em uma plantação é um ótimo negócio, certo? 
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Joaninha-asiática (Harmonia axyridis) predando 
um pulgão de cerca de 1 mm de comprimento.
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Depende. A princípio, a ideia é ótima, desde que se use uma joaninha nativa, pois, 
no caso de se usar uma joaninha exótica, vários problemas podem ocorrer.
Foi o que aconteceu com a joaninha-asiática (Harmonia axyridis), introduzida na América 
do Sul, em Mendoza, na Argentina, com a ideia de controlar biologicamente pulgões e outros 
insetos afídeos em plantações de pêssegos. Essa espécie de joaninha ocorre naturalmente em re-
giões do continente asiático, em países como Rússia, Coreia e Japão e parte da China. Além da 
América do Sul, essa joaninha já foi encontrada na América do Norte, na Europa e na África.
No Brasil, a joaninha-asiática entrou pelo Paraná, em 2002. Dessa data até 2018, ela já 
foi encontrada no estado de São Paulo e avistada em Brasília. O grupo de pesquisa da 
bióloga brasileira Lúcia Massutti de Almeida, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), 
vem desenvolvendo estudos de acompanhamento da joaninha-asiática ao longo desses 
anos e chegou a algumas conclusões importantes sobre essa espécie:
• prolifera rapidamente e desaloja espécies nativas de joaninhas por onde passa, como 
a joaninha-vermelha (Cycloneda sanguinea);
• num prazo de cinco anos já correspondia a mais de 90% da população de joaninhas, 
considerando as oitos espécies que foram estudadas;
• foi encontrada em 38 espécies de plantas nas regiões de coleta, um número bem alto;
• alimenta-se, nessas plantas, de 20 espécies de insetos, como os pulgões, seu principal 
alimento, que encontra com muita facilidade (apresenta uma percepção aguçada);
• predadora mais voraz e agressiva que as espécies de joaninhas nativas; na escassez 
de alimentos, as larvas comem ovos da própria espécie (canibalismo);
• também se alimenta de frutas, pólen e alimentos que outras joaninhas não consomem.
A B
A joaninha-vermelha Cycloneda sanguinea (A), de cerca de 4 mm a 8 mm de 
comprimento, é uma das mais comuns no Brasil e está perdendo espaço para a 
joaninha-asiática Harmonia axyridis (B), de cerca de 5 mm a 9 mm de comprimento.
Todas essas características conferem à joaninha-asiática muito sucesso na invasão do 
ambiente. Apesar disso, seu efeito sobre ele não é tão danoso como o dos javalis inva-
sores, ou de outras espécies exóticas invasoras, como o caramujo-gigante-africano. No 
entanto, em alguns lugares do planeta, há registros de impactos importantes causados 
pelas joaninhas-asiáticas:
• na França, durante o inverno, elas invadem as casas em bandos e procuram ali-
mentos açucarados;
• no Canadá e nos Estados Unidos, espalham-se em plantações de uvas usadas na 
produção de vinho e, acidentalmente, são processadas com as uvas, conferindo ao 
vinho um sabor que lembra o pimentão e o aspargo. Esse efeito no sabor do vinho 
é conhecido como “mancha da joaninha”, numa tradução livre, e faz com que ele 
tenha de ser descartado. 
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1 Qual é o principal impacto que a joaninha-asiática invasora causa nos ambientes brasileiros onde se instala?
2 Por que o estudo das joaninhas-asiáticas invasoras no Brasil é tão importante se seus impactos não são tão intensos 
quanto os de outras espécies exóticas invasoras em nosso país, como os javalis?
ATIVIDADE 4
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EM CASA
1 Leia o texto a seguir sobre espécies exóticas.
Espécies ex óticas são animais ou vegetais que se instalam em locais onde não existem espécies 
nativas com o mesmo nicho ecológico. Essas espécies exóticas podem se tornar invasoras se possuírem 
determinadas características, como ausência de predadores, ciclo reprodutivo lento, alta especifici-
dade de recursos alimentares. Mesmo assim, dificilmente se tornam pragas, pois crescem devagar 
e, como não compartilham o mesmo nicho ecológico das espécies nativas, não alteram o equilíbrio 
ecológico do local.
Analise se todas as informações desse trecho estão corretas. Caso haja alguma(s) informação(ões) equivocada(s), 
reescreva o texto corrigindo tais erros. 
2 Analise a teia alimentar abaixo.
Grilo
Vegetal
Rato
Raposa
Lagarto
Gavião
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8
16 Ensino Fundamental
Agora responda:
a) Quantas e quais cadeias podem ser encontradas nessa teia alimentar?
b) Qual organismo ocupasomente o nível trófico de consumidor secundário e terciário simultaneamente na teia 
alimentar?
c) Qual(is) organismo(s) ocupa(m) apenas um nível trófico nessa teia alimentar?
3 O hábito de chafurdar o solo que os porcos, como os javalis, realizam com o focinho remexendo o solo em busca 
de raízes, tubérculos, minhocas, fungos, vermes, etc. acaba por criar buracos e causar um importante impacto ao 
ambiente. Seria possível encontrar nessa atividade dos javalis invasores algum aspecto positivo para o ecossis-
tema? Justifique.
4 Leia o trecho a seguir, sobre o caso de espécies exóti-
cas invasoras no Nordeste brasileiro.
[...] Alguns dos casos mais graves de inva-
são biológica no Nordeste do Brasil são conse-
quências de introduções voluntárias. Um caso 
emblemático é o do tucunaré (Cichla ocellaris) e 
da tilápia (Oreochromis niloticus) em rios, lagos 
e açudes, o que certamente resultou em diver-
sas extinções locais de espécies, com perda de 
biodiversidade em escala regional [...]. Essas in-
troduções foram intensificadas por programas 
de governo que, por meio do Departamento de 
Obras Contra a Seca (Dnocs), do Ministério da 
Integração Nacional, levaram à introdução de 
42 espécies de peixes e crustáceos em aproxi-
madamente 100 reservatórios de água doce no 
Nordeste [...]
LEÃ O, T. C. C.; ALMEIDA, W. R.; DECHOUM, M.; ZILLER, 
S. R. Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil: 
Contextualização, Manejo e Políticas Públicas. Recife: 
Cepan, 2011. Disponível em: <http://www.lerf.eco.br/
img/publicacoes/2011_12%20Especies%20Exoticas%20
Invasoras%20no%20Nordeste%20do%20Brasil.pdf>. 
Acesso em: 25 fev. 2019.
Compare o caso dos javalis invasores e o das joaninhas-asiáticas com o das tilápias e dos tucunarés no Nor-
deste brasileiro, preenchendo em seu caderno a tabela a seguir. Algumas das células já estão preenchidas 
para sua orientação.
Javalis Joaninhas-asiáticas Tucunarés e tilápias
Forma de introdução Voluntária e acidental ********** **********
Principais consequências da 
introdução/invasão para a 
comunidade afetada
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Desalojamento de 
espécies nativas; perda 
de biodiversidade
**********
Efeitos positivos da introdução ********** ********** **********
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(A) Tucunaré (Cichla ocellaris), espécie nativa, mede cerca de 
80 cm de comprimento; (B) Tilápia (Oreochromis niloticus), 
espécie exótica, proveniente da África, mede cerca de 20 cm 
de comprimento.
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RUMO AO ENSINO MÉDIO
1 (Ulbra-RS) De acordo com a Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB, 
“Espécie Exótica” é definida como toda espécie que se encontra fora de sua área de distribuição 
natural e “Espécie Exótica Invasora”, por sua vez, é definida como sendo aquela que ameaça ecossis-
temas, habitats ou espécies nativas. A destruição das barreiras biogeográficas por meio da ação antró-
pica provocou uma forte aceleração no processo de invasões biológicas. Além disso, com a crescente 
globalização e o aumento do comércio internacional, espécies exóticas são introduzidas, intencional 
ou não intencionalmente, para locais onde não encontram predadores naturais. As espécies exóticas 
têm invadido e afetado a biota nativa de, praticamente, todos os ecossistemas da Terra. 
(Texto adaptado disponível em http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biosseguranca/especies-exoticas-invasoras. 
Acessado em 10/09/2017) 
Após a leitura do texto, analise as assertivas abaixo.
 I. A introdução de espécies exóticas, em um ecossistema, propicia o deslocamento das espécies nativas evitando 
a extinção.
 II. A introdução de espécies exóticas pode provocar alterações nas teias alimentares dos ecossistemas. 
III. A introdução de espécies exóticas pode provocar a competição com as espécies nativas por recursos naturais.
IV. A introdução de espécies exóticas pode levar ao estabelecimento de novos nichos ecológicos das espécies nativas.
 V. A introdução de espécies exóticas não altera as características bióticas dos ecossistemas.
Estão corretas:
a) apenas I, II e V.
b) apenas II e III.
c) apenas III e IV.
d) apenas II, III e V.
e) apenas I, II, III e V.
2 (Fadip-MG) Dentro de um ecossistema, os seres vivos se organizam de acordo com as relações de alimentação 
existentes entre eles, e que são representadas por diagramas conhecidos por teias alimentares. Sobre os conceitos 
principais de teias alimentares, é correto afirmar que: 
a) os primeiros elos das cadeias de uma teia alimentar são sempre um organismo heterotrófico.
b) os consumidores primários que se alimentam dos produtores constituem o primeiro nível trófico.
c) os produtores são organismos que sintetizam matéria inorgânica que alimentará os demais níveis tróficos.
d) ao morrer, produtores e consumidores dos vários níveis tróficos servem de alimento a diversos animais de-
compositores.
3 Assinale a alternativa que apresenta uma forma INCORRETA para se controlar e manejar os javalis invasores: 
a) Não deixar proliferar criadouros clandestinos, ampliando a fiscalização principalmente nos estados fronteiriços 
com estados ainda não invadidos.
b) Autorizar o abate dos javalis de forma controlada por meio de fiscalização do Ibama em áreas particulares e em UCs.
c) Introduzir uma espécie parasita de suínos, como vírus letais, que possam causar o extermínio total dos javalis 
invasores.
d) Em criadouros legalizados, estimular que o manejo desses animais seja feito com o cuidado necessário para não 
escaparem para a natureza.
e) Realizar um controle mais intenso do transporte dos javalis dos locais de criação para os de abate legalizados.
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4 (FMJ-SP) Na teia alimentar ilustrada, o número de indivíduos em cada população se manteve estável ao longo 
do tempo.
O gráfi co mostra o comportamento numérico de três populações dessa comunidade após a introdução, no tempo 
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, de uma espécie exótica que se alimentou preferencialmente de uma das espécies da comunidade, o que pro-
vocou sua extinção.
É correto afi rmar que a espécie extinta e as populações 1, 2 e 3 são, respectivamente,
a) rato, gramínea, gavião e raposa.
b) bem-te-vi, amoreira, joaninha e cobra.
c) cobra, bem-te-vi, sapo e gafanhoto.
d) joaninha, pulgão, sapo e libélula.
e) raposa, coelho, gramínea e gafanhoto.
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INTERAÇÕES ECOLÓGICAS – 
O CASO DAS ACÁCIAS 
E DAS FORMIGAS10
Os seres vivos interagem de diversas formas no ambiente (com outros seres vivos e 
com os fatores abióticos). Ainda que determinada interação pareça, a princípio, prejudi-
cial a uma espécie, ela faz parte de um delicado equilíbrio, que deve ser mantido para 
que todo o conjunto de espécies seja preservado. Por exemplo, um gavião, ao predar 
um rato-do-mato, causa prejuízos para a população desses ratos, pois está diminuindo 
a quantidade de indivíduos da população. Porém, essa interação ajuda a controlar a 
população dos ratos, que, se não tivesse alguns indivíduos predados pelo gavião, po-
deria se tornar superpopulosa, levando a desequilíbrios, como a falta de alimento para 
os próprios ratos. 
Neste Módulo, vamos estudar a importância das interações ecológicas para os seres 
vivos, as características do bioma Savana, suas particularidades regionais e a importância 
da preservação de espécies para a manutenção do equilíbrio ecológico.
Formigas Crematogaster mimosae sobre acácia (Acacia sp.), um exemplo de interação ecológica. 
As duas espécies estão em interação. Essa formiga mede cerca de 5 mm de comprimento.
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TIPOS DE INTERAÇÃO ECOLÓGICA
Antes de estudar o caso das acácias e das formigas, vamos relembrar as interações ecológicas 
que já foram estudadas em anos anteriores. Elas estão relacionadas ao estudo deste Módulo.
É possível classificar as interações ecológicas em dois tipos básicos: intraespecíficas, 
quando envolvem seres vivos da mesma espécie, e interespecíficas, quando a interação 
ocorre entre espécies diferentes.
Além dos seres vivos envolvidos, as interações podem ser denominadas neutras, 
quando os indivíduos não são beneficiados nem prejudicados; harmônicas (ou positivas), 
no caso de nenhum dos organismos ser prejudicado; ou desarmônicas (ou negativas), 
quando pelo menos um dos organismos sofre prejuízo.
A seguir, apresentamos uma breve classificação das interações mais conhecidas entre 
os seres vivos.
Intraespecífi cas 
• Colônia: organismos colaboram uns com os outros, vivendo ligados entre si. Como 
exemplo temos os corais, formados por milhares de indivíduos (pólipos) que estão 
fisicamente ligados.
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• Sociedade: indivíduos colaboram entre si, mas apresentam relativa independência 
e mobilidade. Formigas e abelhas são exemplos de animais que vivem em socie-
dade, formando formigueiros e colmeias, respectivamente, em que os indivíduos 
desempenham diferentes funções.
Recife de coral, 
um exemplo de 
colônia. Algumas 
colônias desses 
organismos 
podem atingir 
quilômetros de 
extensão.
Colmeia de abelhas 
da espécie Apis 
mellifera. Esses 
animais vivem 
em sociedade 
e medem cerca 
de 1 cm de 
comprimento.
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Interespecífi cas
• Mutualismo: há vantagens para os organismos das duas espécies envolvidos na 
relação, da qual dependem para sobreviver. Um exemplo de mutualismo obrigató-
rio ocorre com animais ruminantes, como os bois, e a comunidade de bactérias e 
protozoários que vive apenas no interior dos tubos digestórios desses animais. Os 
ruminantes não são capazes de digerir celulose, mas determinadas espécies desses 
microrganismos sim.
• Cooperação ou protocooperação: há vantagens para as duas espécies, embora elas 
possam sobreviver separadas, sem estar em interação. Um exemplo de cooperação 
ocorre entre a ave gavião-carrapateiro e o boi, conforme podemos observar na 
página seguinte. Essa ave costuma se alimentar de carrapatos que estão no couro 
do boi, o que é vantajoso para ambos os animais. Mas a relação não é obrigatória, 
pois o gavião-carrapateiro consegue obter outros alimentos e os bois têm compor-
tamentos alternativos para se livrar do parasita, como rolar na lama ou na areia. 
(A) Cupins (Zootermopsis 
angusticollis); medem cerca de 
4 mm de comprimento. 
(B) Protozoário (Trichonympha
sp.; aumento de cerca de 500 
vezes). Esses seres apresentam 
uma relação de mutualismo em 
que os protozoários vivem no 
interior do intestino do cupim 
e digerem a celulose. 
celulose,
Celulose: substância que 
compõe a parede celular 
das células vegetais. A 
parede celular confere 
a essas células rigidez 
e proteção e localiza-se 
externamente à membrana 
plasmática. Células 
de origem animal não 
apresentam parede celular 
nem celulose.
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• Competição intraespecífica: indivíduos da mesma espécie compartilham o mesmo 
nicho ecológico e por isso competem por recursos do ambiente, como nutrientes, 
parceiros para reprodução, espaço, etc. A competição é positiva do ponto de vis-
ta evolutivo, pois funciona como uma pressão seletiva e os indivíduos mais bem 
adaptados têm mais chance de sobreviver e de gerar descendentes. Como exemplo, 
podemos citar árvores que necessitam de muita luminosidade para se desenvolver e 
que têm uma área sombreada em torno de si, fator que impede o desenvolvimento 
de suas próprias sementes ou de plantas jovens em locais próximos.
Ipê-roxo 
(Handroanthus 
impetiginosus), uma 
árvore que precisa de 
muita luminosidade e é 
encontrada geralmente 
em áreas abertas. Pode 
atingir cerca de 30 m 
de altura.
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• Comensalismo: uma espécie consegue alimentos graças à outra, mas sem prejudicá-
-la. Quando, por exemplo, um boi caminha pelo pasto e espanta insetos que estavam 
pousados no capim, esses insetos, ao saírem voando, são facilmente capturados 
por aves, como as garças-vaqueiras. Não existe vantagem ou desvantagem para o 
boi, mas a ave é beneficiada.
Gavião-carrapateiro (Milvago 
chimachima) e boi (Bos taurus). 
Essas espécies podem apresentar 
uma relação de cooperação. 
O gavião mede cerca de 45 cm 
de comprimento e o boi cerca 
de 2 m de comprimento.
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 Existem alguns casos especiais de comensalismo em que um organismo vive sobre ou 
dentro de outro sem lhe causar prejuízos. O inquilinismo ocorre quando um indivíduo 
usa outro como moradia sem prejudicá-lo. Quando o inquilinismo se refere a uma 
planta que vive sobre outra, ele é chamado de epifitismo. Esse é o caso das bromélias 
e das orquídeas que vivem apoiadas nos troncos das árvores. Bromélias e orquídeas 
não retiram nutrientes da planta hospedeira, só têm acesso a maior incidência de 
luz. Para a planta hospedeira, a presença da bromélia ou da orquídea é indiferente.
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22 Ensino Fundamental
Orquídea (Oncidium 
nubigenum) epífita 
sobre o tronco de uma 
árvore. O ramo da flor 
mede cerca de 60 cm 
de comprimento.
Boi (Bos taurus) e garças-
-vaqueiras (Bubulcus ibis) em 
uma relação de comensalismo. 
Essas garças medem cerca de 
50 cm de comprimento.
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• Predatismo: um organismo de uma espécie animal mata organismos de outra es-
pécie para se alimentar. Exemplo: onça-pintada que caça uma capivara.
Você sabia?
Qual doença a lombriga causa?
A lombriga (Ascaris lumbricoides) é um nematelminto que 
pode parasitar animais vertebrados, incluindo seres humanos, 
causando a ascaridíase. Essa doença é contraída pela ingestão 
de alimentos ou água contaminados com ovos da lombriga e 
pode ser prevenida pela higienização adequada de alimentos 
e por boas condições de higiene e saneamento básico.
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Fotografia tirada durante endoscopia (técnica que 
produz imagens do interior de órgãos), mostrando uma 
lombriga (cujos adultos podem ter de 30 cm a 40 cm de 
comprimento) dentro de um intestino humano.
Jacaré-do-pantanal (Caiman yacare) 
predando piranha (Serrasalmus sp). 
Esses animais medem cerca de 
2,5 m e 40 cm de comprimento, 
respectivamente.
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Carrapato parasitando um 
cachorro. O carrapato mede 
cerca de 1 cm de comprimento.
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• Parasitismo: um organismo de uma espécie (parasita) se alimenta ou se reproduz às 
custas de um organismo de outra espécie (hospedeira). A lombriga é um exemplo 
de parasita dos seres humanos. 
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• Competição interespecífica: ocorre quando o nicho ecoló-
gico de organismos de duas espécies se sobrepõe e estes 
acabam competindo pelos recursos ambientais. No Brasil, a 
onça-parda ou suçuarana e a onça-pintada competem por 
presas comoveados e porcos-do-mato. Também é comum 
relações de competição entre aves de rapina como gaviões 
e águias.
Bioma: região que apresenta 
clima bem definido, com fauna 
e flora características, além de 
outras condições ambientais 
próprias, como altitude, tipo 
de solo, áreas de alagamento. 
Em um bioma em equilíbrio 
ecológico, a quantidade 
e a diversidade de seres 
vivos tendem a permanecer 
relativamente constantes.
A maior paisagem de Savana da América do Sul ocorre no Brasil: trata-se do 
Cerrado, o segundo maior bioma do país. Como estudamos em anos anteriores, além 
das características típicas de Savana, no Cerrado há padrões particulares de vegetação: 
o Campo limpo (sem árvores, com predominância de gramíneas), o Campo sujo (com 
maior cobertura vegetal) e o Cerradão (com presença de árvores altas em maior 
número). É comum ocorrerem queimadas naturais no Cerrado brasileiro.
De olho... na nossa Savana, o bioma do Cerrado
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SAVANAS AFRICANAS
As Savanas são biomas que se destacam por apresentar vastas áreas relativamente 
planas com predominância de vegetação de gramíneas, como o capim. Além dessas 
plantas, nas Savanas podem ser encontrados muitos arbustos e árvores esparsas. Em 
algumas regiões, essas árvores podem se apresentar em maior concentração, formando 
pequenos bosques, mas ainda de vegetação aberta.
As Savanas ocorrem na África, na América do Sul e na Austrália e apresentam carac-
terísticas particulares em cada região. 
biomas
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24 Ensino Fundamental
Aspecto típico de uma área do Cerrado brasileiro, em Pirenópolis (GO), 2018.
Caracará (Caracara plancus; cerca de 56 cm de 
comprimento), abaixo, atacando uma águia-cinzenta 
(Harpyhaliaetus coronatus; cerca de 80 cm de 
comprimento). Essas aves competem por presas.
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Nas Savanas africanas, as árvores mais comuns são as acácias, um grupo com várias 
espécies. Essas plantas medem entre 5 e 15 metros de altura, em média. Seus ramos apre-
sentam espinhos, característica vantajosa no ambiente de poucas chuvas em que vivem. espinhos
Espinho: folha modificada, 
geralmente reduzida, que 
evita a perda de água pela 
transpiração e protege 
a planta de possíveis 
predadores.
ATIVIDADE 1
1 Classifi que as relações entre seres vivos que aparecem destacadas nas imagens abaixo, justifi cando sua resposta.
a) Rainha em um cupinzeiro sendo cuidada por operários e soldados.
Os cupins operários 
(os menores da fotografia) 
medem cerca de 
8 mm de comprimento.
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Acácias da espécie Acacia erioloba (até 15 m de altura) em paisagem de 
Savana africana. No detalhe, os espinhos que se espalham por seus ramos.
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b) Pepino-do-mar e peixe fierásfer, ou peixe-agulha, que vive em seu interior.
c) Tartaruga-verde e peixe-cirurgião-amarelo, além de outros tipos de peixe, que se alimentam das algas que crescem na
carapaça da tartaruga.
2 O bioma retratado no texto é o da Savana africana. Em qual bioma brasileiro podemos encontrar paisagens típicas de 
Savana? Caracterize esse bioma do Brasil.
O pepino-do-mar mede 
cerca de 13 cm de 
comprimento.
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A carapaça da 
tartaruga-verde pode 
atingir cerca de 1,4 m 
de comprimento.
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ENTENDENDO A RELAÇÃO ECOLÓGICA ENTRE 
FORMIGAS E ACÁCIAS
Um aspecto muito interessante das acácias das Savanas africanas é a interação eco-
lógica que ocorre entre elas e uma espécie de formiga, a Crematogaster mimosae. 
Essas formigas constroem seus ninhos no interior dos espinhos das acácias e se 
alimentam da seiva do floema produzida pela planta e do néctar presente nos 
nectários em seus ramos. (Veja fotografia na página 19.) Ao mesmo tempo, as 
formigas defendem a planta contra predadores herbívoros (sejam insetos, como 
besouros e outras formigas, sejam grandes mamíferos, como girafas e elefantes).
Em 1997, pesquisadores quenianos e estadunidenses iniciaram, no Quênia, 
um experimento que buscou testar como se dava a interação entre as acácias e 
os herbívoros africanos (como girafas e elefantes) e o gado criado localmente. Para 
isso, isolaram diversas áreas em que havia acácias, impedindo que herbívoros e gado 
se aproximassem das plantas. 
Em janeiro de 2008, continuando o estudo, os pesquisadores publicaram, na revista 
científica Science, outros resultados desse longo experimento, que durou 10 anos. A 
equipe de pesquisadores percebeu que as acácias isoladas apresentaram problemas de 
desenvolvimento e ocorreu diminuição da sua população. As árvores em contato com 
os herbívoros, por outro lado, cresciam com aspecto mais saudável. 
Por que, ao ficar isoladas de seus predadores, as acácias têm seu desenvolvimento 
comprometido? Como explicar esse fato?
Os pesquisadores verificaram que dez anos de isolamento de seus predadores herbívoros 
bastaram para que as acácias diminuíssem a produção da seiva que alimenta as formigas 
Crematogaster mimosae. Por causa da falta de alimento, a população dessa formiga diminuiu.
Com a redução da população de C. mimosae, as acácias ficaram mais vulneráveis à 
ação de besouros e de, pelo menos, outras três espécies de formiga que predam essas 
plantas. As larvas predadoras de besouros, por exemplo, cavaram buracos no tronco 
das acácias, os quais são utilizados como abrigo por uma das espécies de formiga, 
ou seja, a presença de besouros facilita a presença dessas formigas. Outra espécie de 
formiga se alimenta de partes essenciais ao desenvolvimento da planta, prejudicando 
seu crescimento. Uma terceira espécie causa a destruição dos nectários das acácias, 
diminuindo ainda mais as chances de as formigas C. mimosae se instalarem na planta. 
nectários
Nectário: estrutura que 
contém o néctar, uma 
substância nutritiva 
produzida pela planta e 
consumida por animais 
que, em geral, estabelecem 
alguma relação com 
essa planta.
Você sabia?
Como ocorre a metamorfose em insetos?
As larvas de besouros têm aparência bastante diferente da dos besouros adul-
tos. Isso porque, durante seu desenvolvimento, passam pelo processo de meta-
morfose e, portanto, dizemos que esses insetos têm desenvolvimento indireto e 
são chamados de holometábolos. 
Enquanto são larvas, realizam mu-
das sucessivas, passando por dife-
rentes estágios até chegar à fase 
de pupa, durante a qual ocorre, de 
fato, o processo de metamorfose. 
Ovos
Larva
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Formiga Crematogaster 
mimosae, que mede 
cerca de 5 mm de 
comprimento.
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As fases do desenvolvimento indireto 
de um besouro. (Elementos fora de 
proporção entre si. Cores fantasia.)
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Esse experimento mostra a importância da manutenção das interações ecológicas 
entre os seres vivos, já que o desequilíbrio dessas interações pode levar à extinção de 
espécies e a impactos ambientais. Em um primeiro momento, poderíamos pensar que 
a ação de herbívoros, como a girafa e o elefante, apenas danifica as populações de 
acácias. Porém, esse caso é um bom exemplo de que cada ser vivo ocupa um nicho 
ecológico e de que a interrupção das interações ecológicas pode ser prejudicial para 
outros seres vivos.
Os seres vivos desempenham papéis bem definidos no ambiente, os quais são 
influenciados pelas interações com os fatores abióticos e com outros seresvivos 
(fatores bióticos). Quando consideramos os hábitos de vida, tipos e formas de 
alimentação, estrutura social, período de reprodução, entre outros fatores, estamos 
definindo qual é o nicho ecológico de um ser.
Atenção: nicho ecológico é o papel desempenhado pelo ser vivo no ambiente que 
ocupa, e não o local que ele ocupa – este é o habitat.
De olho... no nicho ecológico
Representação 
esquemática de 
algumas características 
que compõem o 
nicho ecológico de 
uma girafa. 
ATIVIDADE 2
1 O texto anterior sugere, inicialmente, que as girafas seriam prejudiciais às acácias. A que conclusões os pesquisadores 
chegaram no estudo realizado? 
2 Este Módulo trouxe exemplos de como diversas espécies podem se relacionar no bioma Savana. Indique quais interações 
ecológicas ocorrem entre os organismos nas situações propostas a seguir e justifi que sua resposta.
a) Elefante/girafa e acácia. 
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Outros animais da 
mesma espécie
Condições de 
reprodução
Temperatura e 
umidade
Alimento e água
Parasitas
Predadores
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28 Ensino Fundamental
Girafa comendo 
folhas de acácia. As 
girafas adultas têm, 
aproximadamente, 
5 metros de altura 
(considerando o 
pescoço e a cabeça).
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b) Elefante e girafa. 
c) Indivíduos da população de formigas Crematogaster mimosae. 
d) Formigas Crematogaster mimosae e acácia. 
e) Entre as três espécies de formigas que vivem nas acácias isoladas. 
f) Formigas das acácias isoladas e acácias. 
1 (Escola Bahiana de Medicina-BA)
Relações ecológicas são as interações dos diferentes organismos que compõem uma comunidade 
biológica. Na natureza, existem diversos tipos de relações entre os seres vivos, sendo algumas benéficas 
e outras prejudiciais para cada um dos envolvidos. Essas relações são classificadas como positivas, 
quando há ganho para um dos envolvidos ou para ambos, e como negativas, quando há prejuízo pelo 
menos para um dos envolvidos.
SEIXAS, Cristina Faganelli Braun. Relações ecológicas: Os tipos de relacionamento entre os seres vivos. 
Disponível em: <http//:www.educação.uol.com.br>. Acesso em: 18 nov. 2016. Adaptado. 
Considerando as relações de protocooperação, predação, inquilinismo e mutualismo, indique se os organismos 
são prejudicados, benefi ciados ou não afetados pela relação em cada situação. 
2 Leia o trecho a seguir.
ONU: relatório encontra níveis “muito altos” de caça ilegal de elefantes na África
Um declínio contínuo no número total de elefantes continua a ocorrer, com a caça ilegal de ele-
fantes africanos continuando a superar as taxas de crescimento da população durante todo o ano de 
2014. Foi o que revelou um novo relatório apoiado pelas Nações Unidas [...].
“Populações de elefantes africanos continuam a enfrentar uma ameaça imediata para a sua so-
brevivência a partir de altos níveis de caça ilegal para roubo de seu marfim, especialmente na África 
EM CASA
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RUMO AO ENSINO MÉDIO
1 (Fema-SP)
O peixe bodião de noronha (Thalassoma noronhanum) é considerado um “peixe faxineiro”, uma vez que a sua ali-
mentação consiste em parasitas, tecidos doentes e muco de peixes maiores, herbívoros em sua maioria.
As relações ecológicas existentes entre o peixe bodião e o peixe herbívoro e entre o peixe bodião e os parasitas 
são denominadas, respectivamente,
a) predatismo e comensalismo.
b) parasitismo e mutualismo.
c) inquilinismo e parasitismo.
d) protocooperação e predatismo.
e) comensalismo e predatismo.
2 (UEFS-BA) As acác ias são plantas que possuem espinhos dilatados, cobertura dura e interior macio, fácil para formi-
gas escavarem. Um pesquisador, querendo saber se as formigas eram benéfi cas a essa planta, fez um experimento: 
removeu as formigas de algumas acácias e comparou a sobrevivência desse grupo com o grupo das plantas com 
formigas. O estudioso ainda comparou a frequência com que outros insetos herbívoros foram encontrados em 
ambos os grupos. Os gráfi cos ilustram os resultados observados pelo pesquisador. 
(Michael L. Cain et al. Ecologia, 2011. Adaptado.)
Os resultados obtidos pela pesquisa indicam que:
a) As acácias são beneficiadas quando há presença de formigas.
b) As acácias são prejudicadas quando há presença de formigas.
c) A presença de formigas potencializa a ação dos insetos herbívoros sobre as acácias.
d) As acácias não são prejudicadas e nem beneficiadas quando há presença de formigas.
e) A presença de formigas não interfere na presença de insetos herbívoros sobre as acácias.
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Central e Ocidental, onde a situação parece ter se deteriorado”, disse John E. Scanlon, secretário-geral da 
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES). [...]
NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. ONU: relatório encontra níveis “muito altos” de caça ilegal de elefantes na África. 
Disponível em: <http://nacoesunidas.org/onu-relatorio-encontra-niveis-muito-altos-de-caca-ilegal-de-elefantes-na-africa/>. 
Publicado em: mar. 2015. Acesso em: 21 nov. 2018.
Com base no que você estudou neste Módulo, explique de que maneira a situação descrita no texto pode afetar 
as diversas populações de seres vivos que habitam os ecossistemas africanos.
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Ensino Fundamental
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BIOACUMULAÇÃO – O CASO DAS 
TARTARUGAS-MATAMATÁS11
Algumas atividades humanas, como a mineração, são especialmente prejudiciais ao 
ambiente, pois podem causar a contaminação da água e do solo com substâncias tóxicas 
aos seres vivos. 
O acúmulo dessas substâncias em um organismo pode causar danos irreversíveis 
não só para o próprio indivíduo, mas também para toda a cadeia ou teia alimentar 
relacionada a ele. 
Neste Módulo, vamos analisar casos de liberação de substâncias tóxicas no ambiente 
decorrentes de mineração e de práticas agrícolas. Também vamos estudar como ocorre 
o acúmulo e a transferência dessas substâncias ao longo de cadeias e teias alimentares 
e como alguns seres vivos podem indicar a poluição e a contaminação do ambiente.
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Diversos rios da Amazônia estão contaminados com mercúrio, elemento químico usado no garimpo de 
ouro. Na fotografia, balsas de mineração navegam no rio Madeira, em Porto Velho (RO), 2016.
AS MATAMATÁS E O MERCÚRIO
A sobrevivência das espécies no ambiente depende da manutenção do equilíbrio eco-
lógico. Porém, a ação humana pode proporcionar a quebra desse equilíbrio de diversas 
maneiras, prejudicando todo o ecossistema (conjunto de fatores bióticos e abióticos e 
das relações que ocorrem entre eles, em determinado local).
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O equilíbrio ecológico depende de uma série de relações que se estabelecem 
entre os seres vivos e entre eles e o ambiente. Nesse equilíbrio, há um ajuste mais 
ou menos constante no ecossistema, que envolve todas as espécies da fauna e da 
flora e todos os fatores abióticos, como luminosidade, relevo, temperatura média 
anual, nutrientes no solo, quantidade de chuva, entre outros, indicando que há uma 
forte dependência entre todos os elementos.
Esse equilíbrio é dinâmico e pode ser observado no gráfico a seguir, que mostra 
a interação entre predador (lince) e presa (lebre), com dados obtidos no final do 
século XIX e começo do século XX.
1850 1875 1900 1925
0
40
80
120
160
0
3
6
9
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Ano
Lebres
Linces
Fonte: MODELO Predador-Presa. Disponível em: <http://ecologia.ib.usp.br/ecopop/doku.
php?id=exercicios:exe_lvpp>. Acesso em: 9 jan. 2019.
Neste caso, podemos percebercomo uma população interfere em outra. Assim, 
quando a população de lebres é maior, existe mais alimento para os linces, favorecen-
do sua sobrevivência e reprodução. Com isso, sua população cresce, aumentando a 
predação de lebres. Isso faz com que a população de lebres diminua e comece a faltar 
alimento para os linces. 
É importante perceber que o equilíbrio ecológico é dinâmico e que qualquer 
interferência em algum dos fatores, bióticos ou abióticos, altera esse equilíbrio.
De olho... no equilíbrio ecológico
Entre a grande diversidade de espécies de animais que vivem na Amazônia está a 
tartaruga conhecida como matamatá (Chelus fimbriata). Trata-se de uma espécie de 
aparência incomum, por apresentar carapaça com pontas de cor amarronzada e cabeça 
achatada e triangular, de onde partem diversas protuberâncias.
Os ovos e a carne das tartarugas amazônicas são mui-
to apreciados, por isso elas são caçadas ilegalmente para 
alimentação. Mas apenas algumas populações ribeirinhas 
usam as matamatás como alimento, pois elas são dificil-
mente encontradas na natureza, apresentam uma aparência 
considerada estranha e, ao se sentirem ameaçadas, exalam 
um cheiro forte e regurgitam alimentos.
Em 2009, um grupo de pesquisadores do Instituto Nacio-
nal de Pesquisas da Amazônia (INPA) realizou um estudo 
envolvendo seis espécies de tartarugas que ocorrem na 
Amazônia, entre elas a matamatá. O objetivo desse estudo 
era verificar se havia diferença na concentração de mercú-
rio no corpo dessas espécies e, caso houvesse, qual seria 
a causa que determinaria essa diferença. 
A tartaruga-matamatá 
(Chelus fimbriata) 
apresenta cerca de 
50 cm de comprimento 
e 18 kg quando adulta.
Gráfico mostrando a 
variação do tamanho 
da população de 
lebres e de linces, 
ao longo dos anos.
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32 Ensino Fundamental
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O mercúrio é um metal líquido à temperatura ambiente (24 8C). O símbolo desse 
elemento químico é Hg. Ele é usado na mineração de ouro e de prata por ter a pro-
priedade de se unir a esses metais, formando amálgamas, o que possibilita a sepa-
ração deles de grãos de areia e outros sedimentos. Após a separação dos metais de 
valor comercial, os outros materiais, contaminados pelo mercúrio, são descartados 
no ambiente, causando contaminação da água e do solo.
De olho... no mercúrio
BIOACUMULAÇÃO
O bioma Amazônia apresenta um solo rico em mercúrio, se comparado com o solo 
de outros biomas brasileiros. Porém, ações humanas, como o desmatamento, o garimpo 
de ouro e a construção de diversas usinas hidrelétricas na região, podem ter sido res-
ponsáveis pelo aumento na quantidade dessa substância nos organismos dos diversos 
níveis tróficos das cadeias alimentares. 
O caso descrito acima é um exemplo de bioacumula•‹o, um fenômeno no qual os 
organismos absorvem e acumulam em seu corpo determinadas substâncias nocivas, 
como metais pesados (o mercúrio é um exemplo) e compostos organoclorados (como o 
inseticida diclorodifeniltricloroetano – DDT). Essa acumulação pode ocorrer por contato 
direto com a substância presente no ambiente (no solo ou na água) ou por meio da 
ingestão de alimentos que estejam contaminados por essas substâncias. Frequentemente, 
ocorrem as duas formas de assimilação, especialmente nos ambientes aquáticos.
Além do mercúrio, são considerados metais pesados o cobre, o chumbo, o níquel, 
o tálio, o estanho, entre outros. Os metais pesados, ao atingir certas quantidades no or-
ganismo, podem ser extremamente tóxicos. Geralmente esses elementos são liberados 
em grandes quantidades no ambiente por meio do despejo de resíduos industriais e de 
práticas de extração de minérios. 
Os organoclorados, por sua vez, são substâncias orgânicas com pelo menos um átomo 
de cloro na estrutura química. Eles têm diversas propriedades e, por isso, apresentam 
muitas aplicações industriais. O uso dessas substâncias é controverso, por conta dos 
danos ambientais que podem causar.
Organoclorados têm a característica de serem persistentes, isto é, não são destruídos 
por microrganismos decompositores e são resistentes à degradação química e física (por 
agentes como calor e luz).
As propriedades inseticidas do DDT foram descobertas no início dos anos 1940, 
especialmente para o combate a mosquitos transmissores de doenças, como a ma-
lária e a dengue. Essa descoberta foi tão importante que valeu um prêmio Nobel, 
em 1948.
Esse e outros inseticidas semelhantes já foram proibidos em muitos lugares no 
mundo, desde os anos 1970. No Brasil, estão proibidos desde 2009, apesar de exis-
tirem restrições ao seu uso desde 1985.
Se são tão bons – e também baratos –, qual a razão da proibição? Essas substâncias 
se acumulam nos organismos vivos, causando problemas à saúde ao longo do tempo.
Atualmente, existe uma preocupação com outros produtos organoclorados, conhe-
cidos como PCB (bifenilo policlorado), resultantes de diferentes atividades industriais, 
principalmente relacionadas à indústria do petróleo e do plástico.
De olho... nos organoclorados
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Substâncias como as exemplificadas anteriormente tendem a se acumular nos orga-
nismos vivos, concentrando-se, principalmente, no tecido adiposo (em certas condições, 
o mercúrio é solúvel em gorduras) e no sistema nervoso. Desse modo, se um ser vivo 
absorvê-las continuamente, a quantidade delas nos tecidos aumentará. 
Quando os seres vivos são predados por outras espécies, as substâncias acumuladas 
em seus tecidos são transferidas para seus predadores, que passam a armazená-las 
também. Desse modo, todos os organismos seguintes da cadeia alimentar ficam con-
taminados. Os consumidores finais, chamados de consumidores de topo de cadeia, 
acabam por acumular mais dessas substâncias nocivas em seus corpos. O acúmulo 
dessas substâncias ao longo da cadeia ou teia alimentar recebe o nome de biomag-
nificação ou magnificação trófica.
Esquema de 
biomagnificação da 
concentração de PCB 
(miligramas por litro 
ou miligramas por 
quilograma de gordura) 
em uma cadeia 
alimentar marinha. 
(Elementos fora de 
proporção entre si. 
Cores fantasia.)
O estudo realizado pelo INPA em 2009 verificou que, entre as espécies de tartarugas da 
Amazônia analisadas, os indivíduos de matamatá eram os que apresentavam maior quan-
tidade de mercúrio no corpo. O mercúrio é um elemento químico associado às mudanças 
fisiológicas e de comportamento de tartarugas (terrestres e marinhas), embora pouco ainda se 
conheça sobre os reais efeitos da bioacumulação desse metal no organismo desses animais. 
Com essa informação, pesquisas iniciadas em 2014, no mesmo instituto, selecionaram 
as matamatás como modelos de organismos para se estudar a influência da contaminação 
dos ambientes fluviais amazônicos nos seres vivos e os efeitos da bioacumulação de 
mercúrio nas cadeias alimentares. A matamatá é um bom modelo científico porque, ao 
contrário das demais espécies de tartarugas amazônicas, que são predominantemente 
herbívoras, ela é estritamente carnívora e predadora, ou seja, comporta-se como predador 
de topo de cadeia alimentar aquática.
Água do mar
0,000002Sedimento
0,005-0,16
Fitoplâncton
8
Zooplâncton
10
Invertebrados
5-11
Peixes
1-37
Aves marinhas
110
Mamíferos 
marinhos
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34 Ensino Fundamental
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As populações de tartarugas amazônicas, não só as de matamatás, vêm sendo reduzidas. O desequilíbrio ambiental as-
sociado ao desmatamento, à mineração e à caça ilegal são as principais causas dessa redução.
Para evitar a extinção de espécies, deve-se pensar em medidas e políticas públicas que preservem e ajudem na recuperação 
dessas populações. Além da proibição de caça, proponha medidas que deveriam ser implantadas para proteger as popu-
lações de tartarugas e justifique-as.
ATIVIDADE 1
MODELOS CIENTÍFICOS
Os fenômenos observados na natureza envolvemvários processos complexos que 
dificilmente são compreendidos por nós em toda sua extensão. Uma tentativa de explicar 
esses fenômenos complexos envolve elaborar modelos científicos.
Os modelos podem ser construídos a partir de observações e de dados coletados, 
e consistem em representações parciais de objetos, fenômenos da natureza, processos, 
eventos, etc. Os modelos utilizados em ciência têm por objetivo facilitar a percepção de 
um aspecto, possibilitando o desenvolvimento de novas ideias. Sabendo disso, pode-
-se concluir que os modelos sempre serão mais simples do que o fenômeno real – eles 
visam ressaltar apenas um ou alguns poucos aspectos ou variáveis.
Um exemplo de modelo utilizado em ciência é o uso das matamatás para o en-
tendimento dos efeitos da contaminação dos ecossistemas aquáticos amazônicos 
nos seres vivos. Os efeitos do mercúrio em todos os seres vivos desse ecossistema 
são certamente mais complexos do que os que poderão ser observados no modelo 
e, provavelmente, há outros fatores envolvidos nesse processo. Entretanto, pode-se 
evidenciar alguns aspectos, como a quantidade de mercúrio acumulada nas mata-
matás e a quantidade de mercúrio disponível na cadeia alimentar, já que elas são 
carnívoras e predadoras. 
Um exemplo bem conhecido que revela alguns dos efeitos da bioacumulação foi 
descrito na década de 1970, nos Estados Unidos, quando populações de aves de rapina, 
como as da águia-careca e as do falcão-peregrino, apresentaram um declínio acentuado 
em decorrência do acúmulo do defensivo agrícola DDT em seus corpos. Esse inseticida 
era usado na agricultura, mas se acumulava em todos os animais que entrassem em 
contato com a área em que havia sido pulverizado. Essa absorção acontecia de várias 
formas: consumo de água contaminada – o DDT foi absorvido pelo solo e, consequente-
mente, contaminou aquíferos –; aspiração do DDT no momento da aplicação; consumo 
das plantas diretamente pulverizadas e de outras espécies próximas que receberam o 
inseticida indiretamente. 
Insetos, roedores e pequenas aves que apresentam hábitos herbívoros são contami-
nadas diretamente, por meio da alimentação. Aves de rapina, répteis e mamíferos que se 
alimentam desses consumidores primários são contaminados em um segundo momento, 
e assim por diante até que todos os organismos da cadeia alimentar se contaminam. Um 
dos efeitos mais impactantes observados nas aves de rapina foi o enfraquecimento das 
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cascas dos ovos, que quebravam facilmente, diminuindo o número de nascimentos. A 
proibição do uso do DDT a partir dos anos 1970, somada ao aparecimento de programas 
de recuperação e proteção dessas aves, evitou que a extinção realmente ocorresse, mas 
suas populações continuam ameaçadas até hoje.
No caso da pesquisa com as matamatás e a bioacumulação de mercúrio, temos 
que lembrar que o ambiente amazônico se caracteriza por uma grande quantidade 
de rios que se conectam. Dessa forma, se um rio é contaminado por mercúrio, esse 
contaminante pode se espalhar rapidamente, atingindo todo o ambiente aquático 
da região.
Com a presença de mercúrio na água, vários seres vivos, incluindo pequenos pei-
xes, apresentarão acúmulo desse elemento em seu organismo. Os predadores de topo 
de cadeia, como a matamatá, acumularão o mercúrio proveniente dos organismos que 
consumiram e o mercúrio absorvido da própria água em que vivem.
Ao analisar amostras retiradas das tartarugas-matamatás, poderemos concluir se a 
região analisada representa ameaça aos organismos que vivem ali, incluindo aos seres 
humanos. É dessa maneira que essas tartarugas podem ser utilizadas como bioindicadoras 
da contaminação no ambiente.
Águias
DDT = 25 ppm
Peixes 
grandes
DDT = 2 ppm
Peixes 
pequenos
DDT = 0,5 ppm
Zooplâncton
Fitoplâncton
DDT = 0,04 ppm
DDT na água = 0,000003 ppm
8
36 Ensino Fundamental
Biomagnificação da concentração do DDT em uma cadeia 
alimentar. O acúmulo de DDT ao longo da cadeia alimentar é 
dado em ppm (partes por milhão). Note que ele vai aumentando 
drasticamente à medida que se aproxima do predador de topo 
de cadeia. (Elementos fora de proporção entre si. Cores fantasia.)
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BIOINDICADORES
Bioindicadores são organismos vivos que indicam a presença de alterações ambientais. 
Essas alterações podem causar mudanças bioquímicas, comportamentais, ecológicas, fi-
siológicas, genéticas ou morfológicas nos seres vivos e traduzem o acúmulo de poluentes 
e contaminantes nos organismos. Assim, os bioindicadores informam sobre um possível 
problema de contaminação no ecossistema.
Os bioindicadores mais utilizados nos ambientes aquáticos são os macroinvertebra-
dos bentônicos, como larvas de insetos, crustáceos, moluscos e vermes que vivem e se 
alimentam no fundo de lagos, rios e lagoas – que pode ser composto de lodo, areia, 
pedra, cascalho ou folhas e galhos. Cada um deles tem um limite de tolerância para 
poluentes e contaminantes. 
Assim, há os animais sensíveis (que só vivem em ambientes não contaminados ou não 
poluídos) e os tolerantes (que vivem também em ambientes contaminados ou poluídos). 
Dessa forma, quando os cientistas vão investigar se a água está poluída ou contaminada, 
procuram saber quais animais estão vivendo naquele ambiente.
A posição do organismo bioindicador na cadeia alimentar também é uma característica 
muito importante: quanto mais baixo o nível trófico e quanto mais ele servir de alimento 
para outros seres de níveis superiores da cadeia alimentar, melhor indicador o organismo 
será, pois pode-se supor que toda a cadeia está contaminada.
Você sabia?
Liquens como indicadores de poluição atmosférica
Os liquens são extremamente sensíveis a alterações ambientais. São os me-
lhores bioindicadores conhecidos dos níveis de poluentes atmosféricos, como 
dióxido de enxofre, monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio. A presença de 
liquens, como na árvore da fotografia, geralmente sugere baixo índice de poluição 
atmosférica, enquanto o desaparecimento desses organismos sugere agravamento 
da poluição ambiental.
ATIVIDADE 2
 Com base nas informações dadas sobre a pesquisa com matamatás, construa uma cadeia alimentar com seres vivos que 
vivem na Amazônia, incluindo essa espécie. A cadeia alimentar deve apresentar, no mínimo, quatro níveis trófi cos. Depois 
dessa representação, justifi que a frase: “Tudo o que o ser humano fi zer para o ambiente acabará voltando para ele mesmo”.
Liquens em 
casca de árvore.
FABIO COLOMBINI/ACERVO DO FOTÓGRAFO
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Japão – Cidade de Minamata
140º L
40º N
OCEANO
PACÍFICO
RÚSSIA
CHINA
COREIA DO
NORTE
COREIA
DO
SUL
Mar de
Okhotsk
Mar do Japão
(Mar do Leste)
I. Hokkaido
I. Kyushu
I. Shikoku
Tóquio
Nagasaki
Minamata
195 km0
N
S
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65 km0
N
S
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CASOS CONHECIDOS E POR CONHECER
O mercúrio na baía de Minamata – Japão 
Em meados do século XX, na cidade costeira japonesa de Minamata, começaram a 
ocorrer alguns problemas. Muitas aves passaram a perder a coordenação motora e a voar 
de forma descontrolada, caindo no solo. Além disso, alguns gatos eram vistos correndo 
em círculos, espumando pela boca. 
Muitas pessoas, particularmente as famílias de pescadores, passaram a apresentar 
sintomas como fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, falta de sensibilidade nos braços 
e nas pernas e dificuldade de deglutição. Nos casos mais graves, os órgãos senso-
riais e a coordenação motora também ficavam comprometidos. Segundo o governo 
japonês, quase 3 mil pessoas foram afetadas e perto de 1 800 morreram. As pessoas 
afetadas viviam em uma pequena área e boa parte das proteínas de sua dieta vinha 
de peixes da baía de Minamata. 
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va, 2
01
3.
 p
. 1
43
.
Mapa mostrando 
a localização 
da cidade de 
Minamata, no 
sul do Japão.
Mas qual foi a causa desses problemas? Uma fábrica de cloreto vinílico, instalada 
às margens da baía, utilizava mercúrio em seus processos de produção. O mercúrio 
era liberado em resíduos descarregados na baía e convertido em outra substância, o 
metilmercúrio, por bactérias existentes na baía. O metilmercúrio passa facilmente pelas 
membranas celulares e, transportado pelos glóbulos vermelhos, percorre todo o corpo 
chegando às células do cérebro, danificando-as. 
Os peixes absorvem o metilmercúrio da água cem vezes mais rápido do que absor-
vem mercúrio (não se sabia disso antes dessa epidemia no Japão). Uma vez absorvido, 
o metilmercúrio é retido por duas a cinco vezes mais tempo do que o mercúrio. As po-
pulações que se alimentavam dos peixes contaminados também passaram a acumular o 
metilmercúrio, o que levou às lesões no sistema nervoso.
Os efeitos prejudiciais do metilmercúrio dependem de uma série de fatores, incluindo 
a quantidade ingerida, a rota de ingestão dentro do organismo, a duração da exposição 
e as espécies afetadas.
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Ensino Fundamental
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Desastres em Minas Gerais
Em 5 novembro de 2015, ocorreu um dos piores 
desastres da mineração brasileira, no município de 
Mariana, em Minas Gerais. A tragédia aconteceu 
após o rompimento da barragem de mineração de 
Fundão: 34 milhões de metros cúbicos de rejeitos 
de minério de ferro jorraram do complexo de mine-
ração e percorreram 55 quilômetros do rio Gualaxo 
do Norte e outros 22 quilômetros do rio do Carmo 
até desaguarem no rio Doce. 
No total, a lama percorreu 663 quilômetros até 
encontrar o mar, no município de Regência (ES). 
Ainda não é possível mensurar completamente a 
dimensão do impacto desse desastre na natureza 
porque boa parte da lama continua nas margens e 
na calha do rio e, ainda, parte dos rejeitos que che-
garam ao oceano continua sendo carregada pelas 
correntes marinhas. Também não há análises defini-
tivas nas regiões afetadas pela lama, mas pesquisas 
importantes vêm sendo feitas e divulgadas. Leia 
em seguida resultados obtidos por algumas delas.
Um dos estudos, realizado por uma equipe da 
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), 
da Bahia, revela que os animais e o meio ambiente 
ao longo da bacia do rio Doce estão contaminados 
com altos níveis de metais pesados, como ferro, 
bário e níquel, em decorrência do rompimento da 
Barragem de Fundão, em Mariana (MG).
Realizado entre setembro e dezembro de 2016, o 
estudo analisou populações de girinos ao longo de 
seis cidades no Espírito Santo e duas em Minas Ge-
rais. Os girinos são ótimos indicadores da situação 
do meio ambiente, sobretudo da água, por causa 
de sua pele permeável e muito sensível. 
Os dados coletados com a observação de 1 500 
girinos de 24 espécies revelam que mesmo pontos 
de amostra que não tiveram contato direto com a 
lama da barragem de Fundão também apresentaram 
contaminação de animais e da água. Segundo os 
pesquisadores, isso pode ser explicado pela con-
taminação por meio do lençol freático. 
Os girinos mostraram níveis muito altos de me-
tais em todos os pontos de coleta. Ainda não se 
sabe quantos alcançarão a idade adulta e, quando 
adultos, se conseguirão se reproduzir com a mesma eficiência. Além disso, esses giri-
nos farão parte da cadeia alimentar de vários outros animais, o que impactará a fauna 
silvestre sobrevivente.
O relatório constatou que o ferro, visto como pouco nocivo a seres humanos e pre-
sente em altas quantidades nos rejeitos de mineração, acabou atraindo os metais tóxicos. 
O espalhamento do rejeito enriquecido com ferro possibilita o aumento da concentração, 
no ambiente, de outros elementos químicos com afinidade pelo ferro, como manganês, 
níquel e chumbo, com potenciais toxicológicos conhecidos.
RICARDO MORAES/REUTERS/FOTOARENA
Fonte de pesquisa: JANSEN, R; ARAÚJO, C. 
Desastre de Mariana, 2 anos: em busca da própria 
história e de reparação. Disponível em: <https://
brasil.estadao.//brasil.estadao.com.br/noticias/
geral,desastre-de-mariana-2-anos-em-busca-da-
própria-historia-e-de-reparacao,700020722336>. 
Acesso em: 8 fev. 2019.
Caminho dos rejeitos de Mariana
OCEANO
ATLÂNTICO
45º O
20º S
Ri
o
G
ua
l a
x
o
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o
No
rte
R
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D
o
ce
BARRAGEM
DE REJEITOS
DE FUNDÃO
Mariana
Belo Oriente
Governador
Valadares Tumiritinga
Vila de
Regência
MG
ES
RJ
BA
Cidade
Caminho percorrido
pela lama
75 km0
N
S
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839
B
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ia
Região destruída 
pela enxurrada de 
lama proveniente do 
rompimento da barragem 
de rejeitos de mineração 
de Fundão, cinco dias 
após o desastre, em 
Mariana (MG).
Mapa mostrando o 
caminho percorrido pelos 
rejeitos de mineração 
desde Mariana até o 
oceano Atlântico.
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Outro estudo, conduzido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiver-
sidade (ICMBio) nas águas do rio Doce, analisou pescados e mariscos da região afeta-
da pela lama da barragem do Fundão. Segundo o estudo, a concentração de metais é 
140 vezes maior do que a permitida pela legislação.
1
0,5
0,5
88Camarão
Limite (mg/kg) Medição mais alta
Linguado
Peroá
Roncador
2,7
2,7
1
0,1
0,3
43
ArsênioMetais Cádmio Chumbo
0,9
1,9
1
0,5
0,3
34
1,3
0,28
1
0,05
0,3
140
0,6
1,7
0,5
Linguado
Peroá
1
0,1
0,3
1
Fonte: FERNANDES, V. Contaminação de peixes do Rio Doce é 140 vezes maior que limite. 
Disponível em: <http://s2.glbimg.com/PGvjFVYECAx3sipgN5ziqsAS4KM=/s.glbimg.com/jo/g1/f/
original/2016/03/28/1918138.jpg>. Acesso em: 19 jan. 2019.
A pesquisa aponta que houve acumulação significativa de metais tóxicos no zoo-
plâncton, que foi usado como parâmetro por estar presente em todos os pontos de 
coleta de amostras e com níveis significativos de contaminação. A alta concentração 
de metais tóxicos também foi encontrada em corais da região.
Ainda há muito o que pesquisar para avaliar os impactos da bioacumulação ocasio-
nada pelo desastre em Mariana.
Nem bem os primeiros resultados de pesquisas sobre esse desastre surgiram, quan-
do, em 25 de janeiro de 2019, o Brasil assistiu a uma repetição da tragédia na região 
de Brumadinho, a 20 km de Belo Horizonte (MG). Desta vez, com centenas de mortos.
Mais do que descrever essa nova tragédia, procurar culpados e pesquisar os impactos, 
fica uma pergunta para reflexão: como nós, cidadãos, podemos atuar para evitar que 
esse tipo de evento se repita, mesmo que ele não nos atinja diretamente?
Gráfico mostrando a presença 
de metais pesados em alguns 
seres vivos afetados pelo 
desastre de Mariana (MG).
(Elementos fora de proporção 
entre si. Cores fantasia.)
W
W
W
.F
O
T
O
A
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N
A
.C
O
M
.B
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Visão aérea da região 
afetada pelo rompimento da 
barragem em Brumadinho, 
em 25 de janeiro de 2019.
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40 Ensino Fundamental
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 (Unicamp-SP) Em um canavial foi aplicado um inseticida organoclorado. Pesquisadores preocupados com o meio ambiente 
rapidamente iniciaram uma avaliação periódica deste composto nos tecidos de animais presentes no canavial. Foram cole-
tados, com intervalos regulares de tempo, exemplares da mesma espécie de lagarto, cigarrinha, aranha, gafanhoto, serpente 
e libélula. Os resultados da concentração do inseticida nos tecidos de cada espécie estão representados no gráfi co a seguir.
a) Explique por que as espécies representadas pelas curvas I e II foram as primeiras a apresentar os compostos nos seus 
tecidos. Quais dentre as espécies estudadas podem corresponder a estas curvas?
b) Explique por que as espécies representadas pelas curvas V e VI apresentaram as maiores concentrações nos seus teci-
dos. Identifique dentre as espécies coletadas quais podem corresponder a estas curvas.
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ATIVIDADE 3
EM CASA
1 Até algunsanos atrás, o DDT era muito utilizado como defensivo agrícola para combater insetos nas plantações. 
No entanto, esse agrotóxico apresenta outros efeitos danosos no ambiente: causa o enfraquecimento da casca de 
ovo de aves, o desenvolvimento de câncer em seres humanos e pode se acumular no leite e ser transmitido aos 
fi lhotes de mamíferos. O DDT pode ser absorvido e se acumular nos diversos níveis trófi cos, pois, quando um ser 
vivo se alimenta de outro, acaba adquirindo o DDT da presa. Por causa desses vários efeitos danosos, o uso desse 
composto foi proibido.
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Suponha que um avião lance o inseticida DDT em certa região. Ao fazer uma análise da quantidade desse inseticida em 
organismos da região, um pesquisador encontrou as seguintes concentrações desse inseticida em animais e plantas:
*ppm 5 partes por milhão
Organismo capins serpentes gaviões preás
Concentração (ppm*) 5 240 1 600 40
Com base na tabela acima e no texto anterior, faça as atividades a seguir.
a) Esquematize a provável cadeia alimentar constituída pelos organismos da tabela.
b) Por que os gaviões apresentam maior concentração de DDT?
2 De que modo as tartarugas-matamatás poderiam servir de modelo para evidenciar que os seres humanos podem 
ser afetados pela poluição da água por mercúrio na Amazônia? 
3 Leia o fragmento de artigo abaixo e depois escreva uma explicação possível para a situação descrita.
O uso de pesticidas, ao longo do século passado, foi importante para aumentar a produção agrícola 
mundial e torná-la grande o suficiente para alimentar a população do globo. [...] Nos últimos anos a 
equipe do oceanólogo Adalto Bianchini, da Universidade Federal do Rio Grande, detectou a presença 
de praguicidas onde eles jamais foram aplicados: na Antártida. Analisando a gordura de elefantes-
-marinhos (Mirounga leonina) [...] encontraram níveis elevados de diferentes componentes de agrotóxicos 
– como o DDT, cujo uso foi abolido em boa parte do mundo – tanto no organismo de fêmeas adultas 
como de seus filhotes. [...]
Fonte: Leite amargo. Pesquisa FAPESP, ed. 157, mar. 2009. Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/
2009/03/01/leite-amargo/>. Acesso em: 10 jan. 2019.
1 (Enem) A fi gura representa uma cadeia alimentar em uma lagoa. As setas indicam o sentido do fl uxo de energia 
entre os componentes dos níveis trófi cos.
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RUMO AO ENSINO MÉDIO
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Ensino Fundamental
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Sabendo-se que o mercúrio se acumula nos tecidos vivos, que componente dessa cadeia alimentar apresentará 
maior teor de mercúrio no organismo se nessa lagoa ocorrer um derramamento desse metal?
a) As aves, pois são os predadores do topo dessa cadeia e acumulam mercúrio incorporado pelos componentes 
dos demais elos.
b) Os caramujos, pois se alimentam das raízes das plantas, que acumulam maior quantidade de metal.
c) Os grandes peixes, pois acumulam o mercúrio presente nas plantas e nos peixes pequenos.
d) Os pequenos peixes, pois acumulam maior quantidade de mercúrio, já que se alimentam das plantas 
contaminadas.
e) As plantas aquáticas, pois absorvem grande quantidade de mercúrio da água através de suas raízes e folhas.
2 (UCS-RS) Os alimentos que conhecemos como frutos do mar são considerados ingredientes fundamentais na ali-
mentação balanceada, porém podem conter substâncias que, em vez da longevidade prometida, aceleram o fi m. 
Isso ocorre pois algumas substâncias fi cam concentradas nos organismos que estão no ápice da cadeia alimentar. 
A fi gura abaixo representa essa situação, que pode ser denominada:
a) Pirâmide trófica.
b) Bioacumulação.
c) Teia alimentar.
d) Pirâmide de energia.
e) Transformação bioquímica.
3 (Enem) 
Os botos-cinza (Sotalia guianensis), mamíferos da família dos golfinhos, são excelentes indicadores 
da poluição das áreas em que vivem, pois passam toda a sua vida – cerca de 30 anos – na mesma re-
gião. Além disso, a espécie acumula mais contaminantes em seu organismo, como o mercúrio, do que 
outros animais da sua cadeia alimentar.
MARCOLINO, B. Sentinelas do mar. Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. 
Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).
Os botos-cinza acumulam maior concentração dessas substâncias porque
a) são animais herbívoros.
b) são animais detritívoros.
c) são animais de grande porte.
d) digerem o alimento lentamente.
e) estão no topo da cadeia alimentar.
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A CRISE HÍDRICA E A 
CONSERVAÇÃO AMBIENTAL12
 Você já passou pela situação de ficar sem fornecimento de água em sua casa? Já 
se perguntou os motivos pelos quais isso acontece? Será que suas atitudes cotidianas 
poderiam ajudar a evitar isso? Será que elas seriam suficientes?
Neste Módulo, estudaremos casos de crise hídrica em grandes centros urbanos, os 
possíveis motivos para que elas ocorram e como atitudes de conservação ambiental, além 
de outras medidas, podem ajudar a evitá-las.
Imagine uma situação como a representada na fotografia acima: ao abrir 
a torneira, caem apenas algumas gotas de água.
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QUANTA ÁGUA EXISTE NO MUNDO?
A disponibilidade de água está se tornando uma das principais questões socioam-
bientais do mundo atual, ao lado da manutenção da biodiversidade e do aquecimento 
global. Quase 20% da humanidade – mais de 1 bilhão de pessoas – não tem acesso 
à quantidade mínima necessária de água potável, 20 litros por pessoa por dia, de 
acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Em contrapartida, o consumo
per capita em países ricos como Estados Unidos e Canadá é de 300 litros diários, muito 
acima do recomendado.
Muitas regiões do planeta convivem com a escassez e o estresse hídricos, resultantes 
do desequilíbrio entre demanda e oferta de água, causado, entre outros fatores, pela 
contaminação dos corpos de água. 
844 Ensino Fundamental
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O Brasil detém 12% da água doce de superfície do mundo, o rio de maior volume e os 
principais aquíferos subterrâneos, além de altos índices de chuva. Ainda assim, falta água 
no semiárido e nas grandes cidades, porque a distribuição desse recurso é bastante desigual 
no país. Cerca de 70% da reserva brasileira de água está no Norte, onde vive menos de 10% 
da população. A situação é pior nas regiões populosas, nas quais o consumo é muito maior 
e a poluição das indústrias e do esgoto residencial reduz o volume disponível para o uso. 
É o caso da bacia do rio Tietê, na região metropolitana de São Paulo, onde os habitantes 
têm acesso a um volume de água menor do que o recomendado para uma vida saudável. 
A água é utilizada para muitas finalidades: irrigação, produção industrial, abastecimento de centros urbanos 
(para cozinhar, para a higiene pessoal, para a limpeza de ruas), navegação, lazer, entre outras. As porcentagens 
de uso médio anual para algumas finalidades podem ser analisadas no gráfico a seguir. 
Total de água consumida no Brasil (média anual)
Total de consumo
1109 m3/s
Irrigação
67,2%
Abastecimento
animal
11,1%
Indústria
9,5%
Abastecimento
urbano
8,8%
Abastecimento
rural
2,4%
Termelétricas
0,3%
Mineração
0,8%
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De olho... no consumo de água no Brasil
Distribuição de água 
no planeta Terra
Água salgada
97,5%
Água doce
2,5%
Estimativa do consumo de água médio anual no Brasil, por finalidade, em 2016.
Distribuição da 
água no planeta. As 
principais fontes de 
águapara consumo 
humano são as 
águas subterrâneas 
e os rios e lagos. Água subterrânea
0,514%
Glaciares 
1,979%
Rios e lagos 
0,006%
Atmosfera 
0,001%
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Distribuição de água no planeta Terra
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Fonte de pesquisa: MINISTÉRIO 
DO MEIO AMBIENTE. Água. 
Disponível em: <http://www.
mma.gov.br/estruturas/
sedr_proecotur/_publicacao/140_
publicacao09062009025910.pdf>. 
Acesso em: 10 jan. 2019.
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Organizem-se em grupos de três a quatro integrantes. Para esta atividade vocês utilizarão uma conta de água trazida 
de casa por algum integrante do grupo. Com os demais colegas, leia a conta de água atentamente. Verifiquem as infor-
mações que ela traz: volume de água consumido no mês e nos meses anteriores, média de consumo, data da leitura de 
consumo e valor a ser pago. Observem que se paga também pelo esgoto.
a) Quantas pessoas moram na residência cuja conta está sendo analisada?
b) Qual é o volume de água consumido por pessoa, em média?
c) Qual é o consumo de água por dia?
d) Com os dados do gráfico abaixo, calcule o volume de água em cada uma das atividades com base no volume total 
consumido pela residência cuja conta de água vocês estão analisando.
Total de água consumida no Brasil (média anual)
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A: beber
7% alimentação
B C
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93% higiene e limpeza
Legenda
B: cozinhar 
C: regar as plantas 
D: lavar louça 
E: lavar roupa 
F: descarga
G: banho
H: outros
Porcentagem de ‡gua usada (%)
ATIVIDADE 1
Gráfico comparando as porcentagens de água usada em cada atividade doméstica.
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Ensino Fundamental
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Você sabia?
OS GRANDES AQUÍFEROS PRESENTES NO TERRITÓRIO 
BRASILEIRO
Aquífero é um grande reservatório de águas subterrâneas, localizado a centenas de 
metros de profundidade. 
Aquíferos presentes
no território brasileiro
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
Equador
60º O
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1005 km0
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Sistema Aquífero Grande Amazônia
Extensão: 1,3 milhão de km2
Volume de água: 162520 km3
Sistema Aquífero Guarani
Extensão: 1,2 milhão de km2
Volume de água: 39000 km3
BRASIL
BOLÍVIA
PERU
COLÔMBIA
VENEZUELA
EQUADOR
GUIANA
SURINAME
Guiana
Francesa 
(FRA)
ARGENTINA
CHILE
URUGUAI
PARAGUAI
Fonte: Agência Nacional das Águas (ANA)
e Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O Sistema Aquífero Guarani se estende por quatro países, ficando a maior parte no Brasil. 
Essa área é formada por rochas sedimentares, muita areia e pouca argila, características que 
facilitam a absorção das águas das chuvas, que, após absorvidas, ficam confinadas em rochas 
impermeáveis a centenas de metros de profundidade. O acesso a essa água para milhares 
de pessoas ocorre por meio de poços com profundidades que variam de 100 a 300 metros.
Mesmo no subsolo, a água do Aquífero Guarani tem sido contaminada por atividades 
humanas, principalmente as agrícolas e as industriais, como o uso de agrotóxicos na 
agricultura e o descarte do vinhoto (resíduo da destilação fracionada da cana-de-açúcar), 
que atingem o reservatório.
O Sistema Aquífero Grande Amazônia é considerado o maior aquífero do mundo 
em volume de água disponível. Seu volume supera em mais que o dobro o do Aquífe-
ro Guarani. Imagina-se que a quantidade de água subterrânea armazenada no Grande 
Amazônia poderia abastecer todo o planeta por 250 anos. Até 2013, esse aquífero era 
conhecido como Alter do Chão, mas novos estudos feitos por pesquisadores da Univer-
sidade Federal do Pará (UFPA) apontaram para uma área de abrangência maior.
Mapa mostrando a 
localização dos aquíferos 
Grande Amazônia e 
Guarani na América do Sul, 
incluindo dados sobre sua 
extensão e volume de água.
A conta de água
A conta de água refere-se à cobrança pelos serviços de coleta, tratamento e distribuição de água e de 
esgoto e é emitida pelas empresas responsáveis pelo saneamento básico em cada região. 
Para saber qual é a empresa que presta os serviços de saneamento em seu estado ou município, consulte 
o Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), do Ministério do Desenvolvimento Regional. 
É para esse órgão que você deve encaminhar suas reclamações (ou sugestões) sobre os serviços prestados.
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Várias cidades da região Norte usam reservas de água disponibilizadas por esse 
aquífero, incluindo Manaus, que tem 40% de seu abastecimento proveniente dessa fon-
te. No entanto, ocorre também, nessa mesma região, a maior parte da contaminação 
dessa reserva, devido a problemas no tratamento da água e no saneamento ambiental. 
O crescimento da atividade agropecuária na região Norte também poderá representar 
uma ameaça, caso sejam empregadas grandes quantidades de agrotóxicos.
A manutenção e a sustentabilidade do aquífero dependem da conservação da floresta, 
pois boa parte do abastecimento dele vem da grande quantidade de chuva que cai na re-
gião. Isso ajuda a explicar seu grande volume de água. Assim, a manutenção da Floresta 
Amazônica nessa área é fundamental, pois a ampliação do desmatamento colocaria em risco 
a disponibilidade de água desse recurso hídrico. 
O aquífero tem de ser visto no ciclo hidrológico completo. As águas do sistema 
subterrâneo são as que alimentam os rios, que são abastecidos também pelas chuvas. 
Mesmo com a grande quantidade de água do aquífero é difícil imaginar o seu uso para 
abastecimento de regiões secas, como o semiárido brasileiro. O transporte da água para 
o Nordeste ou para o Sudeste, por exemplo, implicaria um custo muito elevado. 
Observe a figura abaixo.
 
Essa figura mostra uma relação entre florestas (no caso, a Floresta Amazônica) e a ocorrência de chuvas (no caso, nas 
regiões Sudeste e Sul do Brasil).
a) Explique de que forma a água que está no ecossistema florestal passa para a atmosfera. Considere o ciclo da água 
para responder a esta questão.
b) O processo mostrado na figura substitui a necessidade de conservação de áreas nas grandes cidades do Sul e do
Sudeste do país? Por quê?
E lementos fora de proporção de tamanho 
e distância entre si. Cores fantasia.
ATIVIDADE 2
Rios aéreos... ... trazem água...
... da Amazônia... ... para o Sul e o Sudeste.
Sem floresta...
... a água acaba.
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48 Ensino Fundamental
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A ÁGUA NAS CIDADES – O EXEMPLO DE NOVA YORK
Na década de 1990, a cidade estadunidense de Nova York enfrentou uma grave 
crise no abastecimento de água. Seus reservatórios, que chegaram a apenas 27% da 
capacidade total, sofreram as consequências do aumento do consumo de água, aliado 
à ocupação irregular das áreas de mananciais. Mas esse problema não surgiu repen-
tinamente. Desde a metade do século passado, Nova York já vivia a ameaça de uma 
crise no abastecimento de água. O crescimento populacional da cidade e a ocupação 
do seu entorno projetavam para a cidade um futuro de racionamentos frequentes e 
consequente perda de recursos financeiros devido à falta de água.
Na tentativa de resolver a questão, as medidas tomadas foram: promover a con-
servação de áreas de mananciais e reservas hídricas, onde a água era obtida; e im-
pedir o desperdício em vários setores, desde a captação da água, até a distribuição 
e a chegada ao consumidor final (indústrias, comércioe a população consumidora).
No entanto, apesar das campanhas, o problema persistiu, pois a cidade consumia 
além dos níveis considerados seguros.
A partir de 1997, a prefeitura de Nova York adquiriu as terras no entorno das 
numerosas nascentes, dos reservatórios hídricos e das faixas de matas ciliares ao 
longo dos cursos de água ao norte da cidade. Passou a remunerar os fazendeiros 
locais pelos serviços ambientais prestados, além de implantar pequenas estações de 
tratamento de esgoto e de resíduos oriundos das atividades rurais do local.
matas ciliares 
ATIVIDADE 3
Quanto ao caso da crise hídrica de Nova York, responda:
a) Quais foram os principais fatores relacionados ao ambiente que levaram à escassez de água na região?
b) É correto afirmar que os habitantes locais também tiveram responsabilidade sobre a crise? Por quê? 
De olho... na qualidade da água das torneiras
Para garantir a qualidade da água distribuída nas residências, dois dos recursos 
utilizados são a fluoretação (acréscimo de flúor à água, que ajuda a prevenir a cárie 
dentária) e a cloração (acréscimo de hipoclorito de sódio, que visa à eliminação de 
microrganismos que podem estar presentes na água).
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Mata ciliar: qualquer tipo 
de cobertura vegetal nativa 
que fica às margens de lagos, 
rios, igarapés, olhos-d’água e 
represas. É considerada uma 
formação vegetal importante 
para a conservação ambiental, 
pois, como o próprio nome 
indica, protege os corpos de 
água, assim como os cílios 
protegem os olhos. As matas 
ciliares são importantes 
corredores ecológicos e evitam 
danos ambientais como os 
assoreamentos.
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PAGAME NTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS (PSA)
Uma das medidas governamentais que visam à conservação ambiental é o Paga-
mento por Serviços Ambientais (PSA). Por esse programa, o proprietário de certa área 
é compensado financeiramente ou de outra forma pelo desenvolvimento de serviços 
de recuperação e conservação do ambiente, abrindo mão de explorar áreas nativas.
Esse tipo de “acordo” foi aplicado no caso de Nova York e vem sendo aplicado no 
Brasil principalmente em áreas da Amazônia e da Mata Atlântica.
É interessante notar que o pagamento pela conservação de um ambiente poderá 
gerar um custo extra, por exemplo, na produção de água potável para a população. Os 
governos e administrações podem compensar esse custo criando ou direcionando parte 
de taxas e impostos para custear essa ação. É o caso de alguns estados do Brasil, que 
destinam uma parcela do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) 
a serviços de conservação ambiental. Esse é o chamado ICMS ecológico. 
Após 25 anos, o resultado da aplicação de PSA em Nova York pode ser percebido 
de duas formas: na queda de cerca de 30% no consumo de água, como consequência 
da reeducação da população, e na melhoria da qualidade da água que passou a sair 
das torneiras.
CRISE HÍDRICA NO BRASIL
O caso do Sistema Cantareira
Perceba que o problema que a cidade de Nova York enfrentou na década de 1990 
tem semelhanças com a crise hídrica que diversas áreas do Sudeste do Brasil vêm 
enfrentando nas últimas décadas.
Veja abaixo, por exemplo, duas imagens aéreas de uma das represas do Sistema Can-
tareira, na Grande São Paulo.
Imagens aéreas da represa Jaguari, do Sistema Cantareira, em São Paulo, mostrando a 
redução de nível da água devido à crise hídrica pela qual passou a região. A primeira 
fotografia foi tirada em fevereiro de 2013 e a segunda, em fevereiro de 2015.
FOTOS: DIGITALGLOBE/GOOGLE EARTH
2013 2015
850 Ensino Fundamental
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Na Grande São Paulo, são apontados como principais responsáveis pela crise hídrica: 
o desmatamento e a ocupação urbana em áreas de nascentes; as condições inadequadas 
dos sistemas de tubulação e distribuição da água, o que causa vazamentos frequentes; 
e o consumo excessivo e o desperdício de água por parte da população, das atividades 
industriais e agropecuárias e de outros setores. A proteção de áreas de nascentes é fun-
damental para a conservação de recursos hídricos, pois é nesses locais que está a fonte 
de diversos tipos de corpos de água dos quais dependemos para o abastecimento.
Depois do fim da crise hídrica histórica em São Paulo (que compreendeu o período de 
2014 e 2015, pois a crise hídrica ainda permanece), o índice de perdas de água por meio 
de vazamentos na rede e fraudes como ligações clandestinas chegou a 31,4%, uma alta 
de 10% em relação a 2015, quando havia racionamento de água e pressão muito menor 
na tubulação. Na prática, a cada mil litros de água tratada pela Sabesp (empresa brasileira 
que detém a concessão dos serviços de saneamento básico no estado de São Paulo), 
314 litros se perdem por vazamentos na tubulação antes de chegar aos consumidores 
ou são furtados, causando prejuízo financeiro.  Entre janeiro e setembro de 2016, mais 
de 600 bilhões de litros de água tratada foram desperdiçados, o que corresponde a mais 
da metade da capacidade normal (sem contar o volume morto) do Sistema Cantareira.
A maior parte das medidas tomadas para evitar a carência de água – como multas 
para aumento de consumo e descontos para quem consegue economizar – serve apenas 
para contornar os efeitos imediatos.
Obras de captação de água em reservatórios secundários e rios distantes, além de 
terem altos custos, tendem a adiar a crise, mas não solucionam o problema da falta de 
água nas grandes cidades.
Mesmo assim existem alternativas que podem diminuir, pelo menos parcialmente, 
essa crise que ainda persiste. É o caso do projeto de PSA na Mata Atlântica, que teve sua 
implantação iniciada no começo deste século.
Desde o início de 2017, a situação do Sistema Cantareira melhorou, mas os cuidados 
da população não devem parar, assim como a fiscalização das autoridades sobre os 
desperdícios na produção agrícola e industrial. Em 30 de janeiro de 2017 foi registra-
do um volume útil de água quase quatro vezes maior do que no mesmo dia em 2016. 
O índice é o melhor para o período desde 2012. 
Represa Jaguari, do Sistema 
Cantareira, em Joanópolis 
(SP), em 2017, com nível de 
água considerado normal.
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A elevação dos níveis dos reservatórios foi possível graças à grande ocorrência de 
chuvas na região, que acumulou, no início do mês de janeiro de 2017, 377,5 milímetros 
de precipitação, enquanto a média histórica para janeiro era de 262,6 milímetros. 
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Em 2018, as chuvas foram menos intensas e, com a chegada do inverno, período 
mais seco, observou-se uma diminuição gradativa do volume útil no Sistema Cantareira. 
Veja na tabela abaixo os índices de maio, junho e julho de 2018.
1o de maio/2018 1o de junho/2018 1o de julho/2018
Índice armazenado 51% 46,2% 43,7%
Pluviometria do dia 0% 0% 0,1%
Pluviometria acumulada no mês 0% 0% 0,1%
Pluviometria média histórica 
do mês 78,6% 61,1% 46,7%
Fonte: Boletim diário das condições dos mananciais divulgado pela Sabesp.
Observe na tabela que mês a mês o índice de armazenamento diminui. Até agora, não 
vimos iniciativas para estimular a população a economizar água, ainda que tudo indique 
que, num futuro próximo, não passaremos por uma crise hídrica tão grave como a de 
2015. O hábito de economizar água e de cuidar dela deveria estar presente sempre, inde-
pendentemente das condições do momento.
Os dados diários do abastecimento de água podem ser acompanhados para todos os 
sistemas do estado de São Paulo consultando o site da Sabesp. Disponível em: <http://
www2.sabesp.com.br/mananciais/DivulgacaoSiteSabesp.aspx>. Acesso em: 10 jan. 2019.
Em Extrema (MG), uma solução para a crise hídrica
O município de Extrema localiza-se na região sul do estado de Minas Gerais, região que 
abriga várias nascentes e faz parte da bacia hidrográfica dosrios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Desde a década de 1990, vêm sendo desenvolvidos na região programas de conser-
vação e recuperação de águas, como o projeto Recuperar e preservar a quantidade e 
qualidade das águas dos mananciais de consumo e desenvolvimento do médio Sapucaí.
Em 2005, foi iniciado o Projeto Conservador das Águas, que inclui a implantação de 
Áreas de Preservação Permanente (APPs), o estudo socioeconômico dos proprietários 
rurais, obras de melhorias na infraestrutura rural (como estradas e saneamento rural) 
e o monitoramento constante da qualidade da água das bacias do projeto. Além disso, 
proprietários rurais recebem um valor calculado em função da área preservada e do tipo 
de serviço que eles estabelecem em sua propriedade.
O projeto prevê a recuperação gradativa de várias áreas na região de Extrema e os 
resultados são perceptíveis. Nas áreas onde o projeto já se desenvolve, percebe-se uma 
recuperação da cobertura vegetal nativa, o que deverá facilitar a conservação de nascentes. 
Você sabia?
O que é uma APP
A Área de Preservação Permanente (APP) é uma área protegida que tem a 
função ambiental de preservar os recursos hídricos e, principalmente, as matas 
ciliares, o que evita o assoreamento de rios. Além disso, as APPs ajudam a garantir 
o abastecimento dos lençóis freáticos e a preservar a vida aquática. 
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Ensino Fundamental
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 Em sua opinião, quais devem ser os critérios ambientais para a escolha de áreas que sejam custeadas pelo PSA?
1 O ciclo hidrológico, ou ciclo da água, é o movimento contínuo da água dos oceanos, dos continentes (superfície, 
solo e rochas) e da atmosfera. A energia do Sol provoca a evaporação das águas dos oceanos e dos continentes. 
Na atmosfera, a água forma as nuvens, que, quando carregadas, provocam precipitações, na forma de chuva, 
granizo, orvalho e neve.
Nos continentes, a água precipitada pode seguir diferentes caminhos. 
A partir da análise do esquema abaixo, que representa o ciclo hidrológico, escreva os caminhos da água precipitada.
2 Considere as formas de captação de água na região em que você mora. De que maneira a conservação e o cui-
dado ambientais podem garantir o fornecimento de água? Avalie, na sua região, se esse fornecimento vem sendo 
feito de maneira adequada.
3 Por meio dos exemplos citados, discuta qual é a relação entre a conservação de áreas de nascentes e de 
reservatórios e o fornecimento de água a baixo custo para as cidades.
Esquema do ciclo hidrológico. (Elementos fora de proporção entre si. Cores fantasia.)
ATIVIDADE 4
EM CASA
Geleiras
Precipitação Precipitação
Evaporação
Mar
Degelo Escoamento 
superficial
Infiltração
Recarga
Fluxo
Base Rio
Água subterrânea
Infiltração Descarga
Fluxo água 
subterrânea
Fraturas 
na rocha
Evapotranspiração
Infiltração
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1 (UPE) A água é uma condição básica para a vida no planeta Terra. Mantém a biodiversidade e impulsiona os ciclos 
biogeoquímicos, por exemplo. Como tem, também, importância para a economia dos continentes, ela precisa ser 
melhor gerenciada. Sobre os problemas referentes aos recursos hídricos em escala global, analise os itens a seguir:
1– Esses problemas podem ser muito bem sintetizados no conjunto de situações que resultam do crescimento 
populacional, da intensa urbanização e da contaminação de recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
2– O aumento da população e a urbanização provocam uma intensa pressão de usos múltiplos dos recursos hídricos 
e impactos na qualidade da água.
3– A infraestrutura de baixa qualidade ou incompleta ocasiona distribuição ineficiente da água tratada e perdas de 
boa parte dela.
4– É necessário ampliar, em escala global, a mobilização pública no processo de decisão e desenvolver a capacidade 
de informação eficiente para melhorar a educação relacionada à água.
5– Todos os processos relativos à água estão inter-relacionados, são de natureza complexa, dinâmicos e demandam 
conhecimento multidisciplinar.
Estão CORRETOS
a) apenas 1 e 4. b) apenas 2 e 5. c) apenas 1, 2 e 3. d) apenas 2, 4 e 5. e) 1, 2, 3, 4 e 5.
2 (FGV-SP) Leia atentamente o texto a seguir:
As Nações Unidas estimam que, até 2025, dois terços da população mundial sofrerão escassez, mode-
rada ou severa, de água. Essa situação tem sido interpretada como resultante da falta física de água doce 
para o atendimento da demanda das populações da Terra. Entretanto, no plano geral, há água suficiente 
no mundo (...) para satisfazer as necessidades de todos. De fato, este cenário de escassez significa que, no 
ano 2025, apenas um terço da humanidade deverá dispor de dinheiro suficiente para pagar o serviço de 
abastecimento d’água decente, isto é, com regularidade de fornecimento e qualidade garantida da água.
REBOUÇAS, Aldo. O ambiente brasileiro: 500 anos de exploração. 
In: RIBEIRO, Wagner Costa (Org.). Patrimônio Ambiental Brasileiro. São Paulo: Edusp, 2003. p. 206.
Considerando os argumentos do texto, é correto afirmar que:
a) A “crise da água” resulta do elevado crescimento da população dos países mais pobres. 
b) A “crise da água” não pode ser enfrentada com as tecnologias disponíveis, por isso tende a se aprofundar. 
c) No cenário projetado pela ONU, a escassez de água tenderá a se agravar devido à continuidade do processo 
de urbanização. 
d) Fatores sociais e econômicos desempenham um papel importante no problema da escassez de água. 
e) A água é um recurso natural renovável, portanto, a escassez resulta apenas da distribuição desigual desse 
recurso pela superfície da Terra.
3 (Unifei-MG) À medida que crescem a população e as cidades, ocorre também uma crescente demanda pela água, 
que é utilizada de diversas formas como, por exemplo, no uso doméstico, nas indústrias, na agricultura e pecuária. 
Com relação à demanda de água, assinale a alternativa que mostra onde a água é requerida em maior quantidade.
a) No uso doméstico, pelas atividades cotidianas como as de limpeza e lazer.
b) Na agricultura, principalmente na irrigação de lavouras.
c) Na pecuária, na dessedentação (matar a sede) de animais.
d) Na indústria, principalmente nos parques industriais para, por exemplo, mover máquinas, resfriar peças e 
gerar energia.
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Ensino Fundamental
RUMO AO ENSINO MƒDIO
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Você já deve ter ouvido falar que a destruição das florestas é uma das principais 
agressões ambientais ao planeta em que vivemos. Estima-se que cerca de um quarto 
das florestas do mundo já tenha sido completamente destruído, e as florestas que restam 
estão sob forte ameaça, com altos níveis de desmatamento anual.
Neste módulo, vamos estudar as consequências da destruição das florestas para os 
seres vivos que as habitam. Vamos aprender também como os corredores ecológicos 
atuam na redução dos danos causados pela fragmentação das florestas.
Fotografia aérea da região da Usina Serra Grande em Alagoas, 2015. Observe os limites entre 
os fragmentos de floresta e as áreas já desmatadas.
O CASO DA FRAGMENTAÇÃO 
FLORESTAL E DOS CORREDORES 
ECOLÓGICOS
Você já deve ter ouvido falar que a destruição das florestas é uma das principais 
agressões ambientais ao planeta em que vivemos. Estima-se que cerca de um quarto 
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ECOSSISTEMAS, BIOMAS E ÁREAS FLORESTADAS
O ecossistema é um dos níveis de organização ecológica. Ele engloba os componen-
tes bióticos, representados pelos seres vivos, e os componentes abióticos, representados 
principalmente pelo relevo, pelo tipo de solo, pela quantidade de chuvas, pelos reser-
vatórios de água, pelas variações de temperatura ao longo do ano, pela luminosidade e 
intensidade do vento. Tão importante 
quanto sua composição,um ecossis-
tema compreende também o conjun-
to das relações que são estabelecidas 
entre os seres vivos e entre eles e o 
ambiente. Um ecossistema pode ter 
qualquer tamanho: ele pode ser a 
água acumulada entre as folhas de 
uma bromélia ou ser um manguezal, 
por exemplo.
Exemplo de um ecossistema florestal com 
representação dos seus componentes 
bióticos e abióticos, assim como de 
algumas relações entre seus elementos. 
As setas são alguns exemplos de fluxo de 
energia no sistema. (Elementos fora 
de proporção entre si. Cores fantasia.)
De olho... nos níveis de organização ecológica
Em Ecologia, como em muitos ramos da ciência, convencionou-se a criação de níveis de organização para 
simplificar o entendimento das relações entre os seres vivos e seus ambientes de vida. Eles são, do mais 
abrangente para o mais específico: 
• Biosfera – conjunto de todos os ecos-
sistemas existentes no planeta Terra. 
• Ecossistema – conjunto formado pe-
los seres vivos (fatores bióticos), os 
elementos não vivos do ambiente (fa-
tores abióticos, como solo, água, ar, 
etc.) e todas as relações que se esta-
belecem entre esses componentes.
• Comunidade – conjunto de popu-
lações de espécies diferentes que se 
desenvolvem e interagem em uma 
mesma região.
• População – conjunto de organismos 
da mesma espécie que habitam uma 
mesma área.
• Organismo – forma individual de vida. Organismo
População
Comunidade
Ecossistema
Biosfera
Sol
Águia
Coruja
Pica-pau
Onça-pintada
Borboleta
Caititu
LibélulaMosca
Zooplâncton
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Quando vários ecossistemas formam um ambiente mais complexo, regido por fatores 
climáticos mais amplos, tem-se o que se conhece por bioma. Essa unidade ecológica 
apresenta características bem definidas e alguns padrões gerais podem ser encontrados 
no mundo todo. Nos biomas, a parte física do ambiente é muito importante, e seus limites 
geográficos são mais definidos em comparação aos dos ecossistemas. No Brasil, podemos 
classificar os principais biomas em: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga 
e Pampa. O mapa abaixo indica, além dos biomas brasileiros, as áreas desmatadas.
Biodiversidade: variedade de 
formas de vida que podem 
ser encontradas em um local.
Biomas brasileiros
Equador
0º
60º O
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Trópico de Capricórnio
Floresta Amazônica
Mata Atlântica
Cerrado
Pantanal
Caatinga
Pampa
Área desmatada 370 km0
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Fonte: IBGE. Biomas brasileiros. Disponível em: <https://cnae.ibge.gov.br/en/
component/content/94-7a12/7a12-vamos-conhecer-o-brasil/nosso-territorio/1465-
ecossistemas.html?Itemid=101>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Como a fragmentação afeta as populações 
da fl oresta remanescente
Ecossistemas florestais são parte fundamental de biomas brasileiros como a Mata 
Atlântica, a Floresta Amazônica e até mesmo o Cerrado. Esses ecossistemas influenciam 
no clima, filtram o ar, protegem os recursos hídricos, evitam a erosão do solo e abrigam 
uma das maiores biodiversidades do planeta. Por esse motivo, o desmatamento traz 
muitos danos ao ambiente natural.
Na maioria dos casos, o desmatamento florestal, por exemplo, é parcial, ou seja, alguns 
trechos da floresta original permanecem. Essas áreas, que podem apresentar tamanhos 
variados, recebem a denominação de fragmentos florestais, e muitas vezes não têm as 
características da floresta intacta. 
biodiversidades
Mapa do Brasil com 
destaque para a distribuição 
dos biomas. 
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A f ragmentação florestal é, portanto, um processo por meio do qual um ambiente 
de floresta perde parte de sua área e passa a ficar dividido em manchas ou fragmentos. 
As áreas de vegetação podem ser fragmentadas de maneira natural ou por ação do ser 
humano. 
A compreensão das modificações que ocorrem nas áreas florestadas após a fragmen-
tação está longe de ser completa. Pesquisas sobre o tema e projetos de conservação de 
fragmentos florestais são de extrema importância, pois estes, muitas vezes, constituem 
o último refúgio de várias espécies.
Os fragmentos ocasionados por processos naturais ou por ações antrópicas podem 
acarretar isolamento de populações e posterior diferenciação genética de uma espécie 
preexistente. A fragmentação natural pode ocorrer por alterações climáticas, diferenças no 
solo, áreas que ficam temporariamente alagadas, entre outros. Já os fragmentos criados 
por atividades antrópicas podem ocorrer por meio de queimadas ou desmatamentos para 
conversão de florestas em pastos ou monoculturas, abertura de estradas, construção de 
barragens para hidrelétricas, entre outros.
Fragmentos florestais em meio a plantações de cana-de-açúcar em Canarana (MT), 2018. 
Além da redução da área total, a fragmentação florestal provoca perda e isolamento 
de habitat, redução de populações nativas e alteração ou impedimento de migração 
e de dispersão, tanto de plantas quanto de animais. Espécies de interiores florestais 
ficam expostas às novas condições externas, tais como alteração de umidade, de lumi-
nosidade, de temperatura e de ventos.
Efeito de borda
Um dos principais problemas enfrentados nos fragmentos é o fenômeno conhecido 
por efeito de borda. A borda é o limite entre dois ambientes diferentes, como floresta e 
campo, campo e estrada, floresta e plantação. De maneira geral, a borda é o limite entre 
floresta e áreas abertas. 
refúgio de v
antrópicas podem 
monoculturas
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habitat
dispersão
Refúgio: em Ecologia, 
refúgios são áreas de 
vegetação nativa que 
geralmente estão cercadas 
por áreas modificadas 
pelo ser humano (como 
pastos, plantações, estradas 
e cidades). Esses refúgios 
servem de abrigo e proteção 
para a fauna e a flora nativas 
que sofreram a perda de seu 
habitat original.
Antrópico: relativo à ação do 
ser humano. Em geral, essa 
palavra é utilizada para se 
referir a ações humanas que 
alteraram o meio ambiente.
Monocultura: produção 
ou cultura de apenas uma 
especialidade agrícola. As 
monoculturas se caracterizam 
por ocupar áreas extensas, 
como grandes plantações de 
soja ou de cana-de-açúcar.
Habitat: conjunto de 
componentes bióticos e 
abióticos de um ecossistema 
que favorece a sobrevivência e 
a reprodução de determinada 
espécie. Em seu habitat, a 
espécie encontra alimento, 
abrigo, parceiros para 
reprodução, entre outros 
recursos.
Dispersão: capacidade de 
deslocamento de uma espécie, 
durante sua vida ou durante a 
fase juvenil, à procura de um 
novo território.
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Borda do fragmento
Crescimento de plantas tolerantes a maior incidência de luz, 
maior temperatura, mais ventos e menor umidade. Árvores do interior 
de florestas, que estão na borda do fragmento, começam a morrer.
Árvores mortas caem e criam mais aberturas para o interior do fragmento.
A colonização de plantas resistentes aos efeitos de borda continua.
Fragmento florestal
O efeito de borda ocasiona a alteração da comunidade vegetal e animal que ocorre na 
região de fronteira entre o fragmento florestal e a matriz (entorno). Isso acontece em função 
da mudança de condições ambientais tais como iluminação, temperatura, umidade do ar e 
influência dos ventos. O efeito de borda pode afetar de alguns metros do fragmento a até mais 
de 400 m para seu interior. Quanto mais distintas forem as formações vegetais do fragmento 
e da matriz, mais larga é a borda. Os limites dos fragmentos geralmente são expostos a maior 
iluminação, menor umidade do ar e do solo, maior temperatura do ar e maior intensidade 
de ventos, o que limita a sobrevivência de vegetação e fauna nessas áreas.
As plantas baixas do interior da floresta, por exemplo, estão adaptadas a pouca luz 
e a altas taxas de umidade. Na borda, onde ocorreintensa influência de ventos laterais, 
oscilação maior de temperatura e, consequentemente, menor umidade, essas plantas ge-
ralmente apresentam diminuição populacional ou até desaparecem. No caso das árvores 
de grande porte, elas são afetadas também pelas mudanças no solo, além das alterações 
na incidência de luz e de umidade. A degradação do solo pode dificultar a sustentação 
dessas plantas e, como a incidência de ventos é maior na borda, essas árvores podem 
cair, o que reduz ainda mais o tamanho do fragmento. 
1
2
3
Ilustração esquemática mostrando 
o efeito de borda e como, com 
o tempo, esse efeito pode se 
intensificar. 
1 – Fragmento florestal e 
sua região de borda. 
2 – Por causa das alterações 
microclimáticas, as árvores que 
estão na região de borda morrem, 
e novas espécies aparecem nessa 
região. Essas espécies podem ser 
invasoras e se adaptam à região 
de borda.
3 – As árvores originais do 
fragmento que estavam na borda 
morrem e caem. Ao caírem, 
abrem mais a floresta, movendo a 
borda do fragmento mais para 
o interior, deixando outros 
indivíduos expostos aos efeitos 
de borda. (Elementos fora 
de proporção de tamanho e 
distância entre si. Cores fantasia.)
Matriz: em Ecologia, as 
matrizes são ambientes 
alterados pelo ser humano 
– como pasto, agricultura, 
estradas e cidades –, que 
dominam uma área e fazem 
divisa com fragmentos de 
vegetação nativa, como 
florestas.
matriz 
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Como nem todas as espécies resistem às mudanças mencionadas, o número de 
extinções na área é considerável; ou seja, há influência direta na perda de biodiversi-
dade. Isso acontece por diversos motivos: as populações dessas espécies já ocorriam 
em pequeno número; elas necessitavam de um espaço maior; ou ainda porque elas 
necessitavam de condições ambientais muito específicas, as quais foram alteradas pelas 
condições da borda.
Soma-se a isso o fato de novas plantas, muitas vezes invasoras, iniciarem seu desen-
volvimento na borda, tomando, lentamente, o interior do fragmento, e competindo por 
recursos com a vegetação florestal nativa.
As pesquisas com fragmentos florestais têm mostrado que existe uma relação direta 
entre o formato do fragmento e o impacto do efeito de borda. Quanto menor o tamanho 
do fragmento ou quanto mais irregular for o contorno dele, maior a área de borda, o 
que diminui a área preservada do fragmento.
A resposta dos animais ao efeito de borda tem se mostrado variável. As populações 
de pequenos mamíferos terrestres ou de vida arbustiva, como roedores, gambás e cuícas, 
muitas vezes se aproveitam do crescimento de novas plantas e da migração de novos 
insetos na região de borda para conseguir alimento, e assim suas populações podem 
aumentar. No entanto, mamíferos de médio ou grande porte não têm essa “vantagem”. 
A fragmentação reduz muito seus territórios e torna sua permanência praticamente 
impossível, uma vez que eles necessitam, geralmente, de maiores áreas para explorar 
e conseguir alimentos. 
Além do aparecimento de espécies vegetais invasoras e 
da diminuição de espécies nativas que não encontram os 
recursos necessários para sua sobrevivência, os fragmentos 
de floresta sofrem impactos diretos da ação e da presença 
humana. Exemplos são a movimentação de veículos, que 
causam atropelamentos de mamíferos, répteis e aves, o 
excesso de ruído, que pode afugentar algumas espécies, 
ou ainda o aumento de substâncias tóxicas, principalmente 
no caso de matrizes com atividades agrícolas.
Por isso, a conservação de áreas fragmentadas é impor-
tante para a preservação ambiental. Entre as soluções para 
os efeitos de borda, podemos citar o estabelecimento de 
zonas de amortecimento, que são zonas de transição entre 
o fragmento e as matrizes, o que pode diminuir alguns tipos 
de impacto, como ruídos e agrotóxicos.
Gambá (Didelphis 
albiventris), pequeno 
mamífero que pode 
atingir 40 cm de 
comprimento sem a 
cauda. Essa espécie se 
beneficia do efeito de 
borda e fragmentação. 
Apesar de ser uma 
espécie florestal, 
apresenta aumento de 
população em áreas 
fragmentadas e é 
comum em ambientes 
rurais e em áreas 
residenciais.
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Ocorrência de capim em 
borda de floresta no cerrado 
de Furnas (MG), 2012. Esse 
tipo de vegetação não é 
característica de floresta e se 
aproveita da maior exposição 
de luz para invadir a borda 
e as clareiras nos fragmentos 
de floresta.
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Durante os estudos feitos nas estradas de bordas de matas na região sul de Minas Gerais, foi observada uma queda 
populacional de várias espécies de animais. Diversas causas e explicações foram levantadas e, para cada situação, 
podemos pensar em processos e em resultados diferentes.
Leia as duas situações abaixo e responda às perguntas.
 Situação 1 
Uma das observações foi a diminuição de espécies de mamíferos arborícolas, o oposto do que ocorreu com os mamíferos 
de solo. A diminuição aconteceu apesar do aparecimento de novas árvores na borda da mata. 
 Situação 2 
No mesmo estudo, percebeu-se a diminuição de répteis nas áreas, principalmente de serpentes predadoras de pequenos 
mamíferos terrestres. 
a) Com base na situação 1, elabore uma hipótese que possa explicar a diminuição da presença de mamíferos arborícolas.
b) Baseando-se na situação 2, qual fator provavelmente deve ser o responsável pela diminuição de populações 
desses répteis? Nota: os répteis costumam ir ao asfalto à noite, pois ele retém o calor, possibilitando o aqueci-
mento dos animais.
c) Com base nas situações 1 e 2, formule uma hipótese para o aumento de espécies de pequenos mamíferos de solo.
ATIVIDADE 1
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UM EXEMPLO REAL DE FRAGMENTAÇÃO
O Brasil é reconhecido mundialmente como um país megadiverso (ou seja, de grande 
biodiversidade), pois abriga cerca de 20% do total de espécies do planeta. Muitas espé-
cies que se desenvolvem no país são consideradas endêmicas, ou seja, ocorrem somente 
aqui. Muito embora seja evidente a importância da biodiversidade, sua conservação vem 
sendo extremamente afetada pelas ações humanas e atualmente esse é um dos proble-
mas mundialmente mais expressivos. Dentre as ameaças conhecidas à conservação dessa 
biodiversidade, a fragmentação florestal produzida por atividades antrópicas é uma das 
mais preocupantes. Como dito anteriormente, a fragmentação resultante da atividade 
humana é proveniente, principalmente, da ocupação acentuada do solo para atividades 
agropecuárias (como as monoculturas e pastos), exploração excessiva de matérias-primas, 
construção de barragens e rodovias, poluição e queimadas. Vamos observar um exemplo 
real dessa problemática. 
O Parque Estadual do Cerrado (PEC), localizado entre os municípios de Jaguariaíva 
e Sengés, no Paraná, perto da divisa com São Paulo, é uma das últimas áreas de reserva 
de Cerrado na região. O parque, mesmo com sua área recentemente expandida, tem 
cerca de 1 830 hectares (18,3 km2) e está próximo de outros pequenos fragmentos de 
vegetação nativa.
Mapa do estado do Paraná
Trópico de Capricórnio
OCEANO
ATLÂNTICO
50° O
SÃO PAULO
SANTA
CATARINA
PARANÁ
Jaguariaíva
Parque
Estadual
do Cerrado
55 km0
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17 km0
N
S
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Um estudo sobre a ocorrência de mamíferos carnívoros na região apontou que eles explo-
ram intensamente essa área, uma vez que restam poucos fragmentos de Cerrado preservados.
A movimentação entre os fragmentos é feita pelos corredores formados pelos rios 
Santo Antônio e Jaguariaíva ou por plantações e reflorestamentos. 
Em 2001 e 2002, um levantamento feito por biólogos da Universidade Federal do 
Paraná encontrou cerca de 10 espécies de carnívoros na região,com destaque para o 
lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), a jaguatirica (Leopardus pardalis) e a onça-parda 
(Puma concolor).
Esses animais necessitam de uma área grande de exploração para caçar e usam, em 
conjunto, todas as áreas do parque. Em busca de mais recursos, acabam saindo das áreas 
de reserva. Os pesquisadores observaram duas situações interessantes. 
Mapa do estado do Paraná 
com destaque para a região 
de Jaguariaíva.
Fonte: Ministério Público do Paraná. Comarca – Jaguariaíva. Disponível em: <http://www.planejamento.
mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=2117>. Acesso em: 25 fev. 2019.
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Uma delas é que os três grandes predadores raramente caçam nas mesmas áreas, apesar 
de terem dietas parcialmente semelhantes, constituídas por pequenos mamíferos e aves. 
As onças-pardas foram registradas usando mais as matas ciliares dos rios Santo Antônio e 
Jaguariaíva. Os lobos-guarás tendem a se aproximar mais das áreas ocupadas pelos seres 
humanos. Além dos hábitos de cada espécie, a hipótese baseia-se no comportamento 
de “evitar o encontro” que pode resultar em conflito e em competição pelo alimento.
Outra conclusão dessa pesquisa é que a biodiversidade na reserva vem diminuindo nos 
últimos vinte anos. Segundo os pesquisadores, isso pode ser resultado do confinamento 
dentro do parque, além de caça e destruição dos fragmentos remanescentes. O fato de 
não haver continuidade entre as áreas preservadas obriga a permanência dos seres vivos 
nos poucos fragmentos de Cerrado que restaram. Isso leva a uma “superexploração” dos 
recursos de alimentos da área. 
Uma das mais preocupantes consequências da fragmentação das florestas é o impe-
dimento da migração natural entre as populações que habitam cada fragmento. Uma 
população isolada acaba tendo aumento no índice de cruzamentos de indivíduos com 
alto grau de parentesco familiar, o que é conhecido como endocruzamento. O endo-
cruzamento favorece o compartilhamento de características parecidas ou idênticas, ou 
seja, diminui a variabilidade genética.
A variabilidade genética de uma população é a diferença na composição do 
material genético que os indivíduos têm entre si, o que geralmente se revela na 
diversidade das características fenotípicas do grupo. Quanto maior a variabilidade da 
população, é mais provável que a espécie consiga persistir e sobreviver a eventuais 
mudanças ambientais. Em geral, populações grandes, por terem mais indivíduos, 
tendem a ter maior variabilidade genética.
Um exemplo de variabilidade genética pode ser percebido na variação da cor 
e da forma dos cabelos da população humana. Essas características hereditárias 
resultam da combinação do material genético dos gametas, que originam um novo 
indivíduo. Outro exemplo é a diferença na coloração das asas de uma espécie de 
joaninha (Labidomera suturella).
Variabilidade genética observada na variedade de coloração de 
asas em uma espécie de joaninha (Harmonia axyridis).
De olho... na variabilidade genŽtica
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A perda da variabilidade genética da população tem duas consequências imediatas: 
a possibilidade do aparecimento de doenças e mutações genéticas raras, que podem se 
tornar comuns; e a homogeneização das características. A seleção natural atua eliminando 
ou preservando características em uma população variada. Se determinada característica 
não for vantajosa, será selecionada negativamente, ou seja, os indivíduos portadores dessas 
características não deixarão descendentes. Em uma população pequena, que tende a ser 
mais homogênea, a morte de indivíduos como consequência de determinada caracte-
rística pode representar a extinção de toda a população de uma espécie, contribuindo 
para a perda da biodiversidade.
Como a diminuição de biodiversidade inclui várias presas desses carnívoros, como o 
cateto, a conclusão é que, em pouco tempo, os maiores carnívoros deverão desaparecer 
dessas áreas. A proposta dos pesquisadores para evitar a ocorrência desse fenômeno está 
no aumento da área do parque, no estímulo da implantação de áreas de preservação 
particulares e na implantação de novos corredores entre as áreas. Vamos aprofundar a 
noção de corredores ecológicos no tópico a seguir. 
A
B
C
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus, em A), jaguatirica (Leopardus 
pardalis, em B) e onça-parda (Puma concolor, em C).
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OS CORREDORES ECOLÓGICOS
Uma das formas de tentar diminuir a perda da variabilidade genética em fragmentos 
isolados é a implantação de corredores ecológicos entre as áreas. Os corredores ecoló-
gicos, também conhecidos como corredores de biodiversidade, são faixas de vegetação 
de grande extensão, semelhantes aos ecossistemas naturais, que unem fragmentos flo-
restais isolados. A formação desses corredores tem como objetivo minimizar as ameaças 
geradas pela fragmentação florestal, conectando áreas anteriormente isoladas e servindo 
de local de deslocamento ou habitat para algumas espécies. 
A função dos corredores pode ser diferente para organismos diversos. Quando 
assume papel de habitat, o corredor oferece tudo de que a espécie necessita para 
se estabelecer e sobreviver. Já na função de deslocamento, o corredor atua como via 
para as espécies transitarem de um fragmento ao outro, proporcionando, assim, a 
dispersão de sementes e, principalmente, o fluxo gênico. Isso garante a manutenção 
da variabilidade genética.
fluxo gênico.
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Fluxo gênico: migração de 
genes entre uma população 
e outra, levados pelos 
indivíduos que se deslocam 
por esse corredor e 
acasalam posteriormente.
Exemplo de corredor ecológico em Sinop (MT), 2015. Na imagem é 
possível ver um corredor ecológico ligando fragmentos florestais. 
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Existe uma relação entre os tamanhos das áreas preservadas e sua borda, de maneira que fragmentos com áreas seme-
lhantes podem apresentar problemas diferentes em função do tamanho de suas bordas.
Observando as duas situações representadas a seguir, aponte em qual dos fragmentos espera-se encontrar maior pre-
juízo ambiental em função do efeito de borda em cada situação. Discuta a sua resposta com os colegas.
Situação I
1 fragmento de 1 km por 1 km (1 km2) 4 fragmentos totalizando uma área de 1 km2
Área cinza 5 efeito de borda em cada fragmento
Área vermelha 5 estrada hipotética que 
separou a área em 4 fragmentos distintos
Área verde 5 interior do
fragmento florestal
Situação II
Fragmento 1 (2 km por 0,5 km) Fragmento 2 (1 km por 1 km)
Área cinza 5 efeito de borda
Área 1 km2
Área 1 km2
Área verde 5 interior do fragmento florestal
ATIVIDADE 2
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Defi nições ofi ciais dos componentes dos corredores ecológicos
Os corredores ecológicos são considerados uma das estratégias de conservação da 
biodiversidade mais promissoras em todo o mundo, pois podem aumentar a chance de 
sobrevivência de populações de diferentes espécies e a recolonização de áreas ante-
riormente degradadas. Eles são criados através de estudos sobre o ecossistema em que 
serão inseridos, área de vida dos organismos (área necessária para o suprimento de suas 
necessidades vitais e reprodutivas), fluxo e distribuição de espécies vegetais e animais 
daquele ambiente, entre outros. Para se tornar oficiais, após os estudos realizados, pre-
cisam ser reconhecidos pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Desde a década de 1990, o Ministério do Meio Ambientedesenvolve o Projeto Cor-
redores Ecológicos, que tem como objetivos: 
[...] 
• Reduzir a fragmentação mantendo ou restaurando a conectividade da paisagem e 
facilitando o fluxo genético entre as populações.
• Planejar a paisagem, integrando unidades de conservação, buscando conectá-las e, 
assim, promovendo a construção de corredores ecológicos na Mata Atlântica e a con-
servação daqueles já existentes na Amazônia.
• Demonstrar a efetiva viabilidade dos corredores ecológicos como uma ferramenta para 
a conservação da biodiversidade na Amazônia e Mata Atlântica.
[...]
Fonte: Ministério do Meio Ambiente. 
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/programas-e-projetos/
projeto-corredores-ecologicos.html>. Acesso em: 12 dez. 2018.
Os corredores são regulamentados pela lei 9 985/2000, que institui o Sistema Nacional 
de Unidades de Conservação (SNUC). 
Atualmente existem seis corredores reconhecidos: 
C orredor Capivara-Confusões Portaria no 76 de 11 de março de 2005
Corredor Ecológico da Caatinga Portaria no 131 de 4 de maio de 2006 
Corredor Ecológico Santa Maria
Portaria no 137 de 9 de outubro de 2001 
(Ibama)
Corredor Ecológico Chapecó Decreto Estadual (SC) no 2 957/2010
Corredor Ecológico Timbó Decreto Estadual (SC) no 2 956/2010
Corredor Ecológico da Quarta Colônia Portaria no 143/2014 (RS)
Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/instrumentos-de-gestao/
corredores-ecologicos#via-minist%C3%A9rio-do-meio-ambiente>. Acesso em: 25 fev. 2019.
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De olho... em áreas de preservação
[...] 
Unidades de Conservação (UCs) são espaços territoriais e seus componentes abran-
gem as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídas 
pelo poder público, com objetivos de preservação/conservação e limites definidos, sob 
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 
As unidades de conservação podem ser de uso indireto quando não envolvem consu-
mo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais e de uso direto quando envolvem 
o uso comercial ou não dos recursos naturais, como definidas no Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação (Snuc).
Terras indígenas (TI), assim como as UCs, são áreas protegidas legalmente pela 
Constituição, definidas como bens da União, inalienáveis e indisponíveis, destinadas 
à posse e ao usufruto exclusivo dos índios que as ocupam, constituindo-se espaços 
privilegiados para a conservação da diversidade biológica.
Áreas de interstício são aquelas situadas entre as UCs e áreas indígenas, podendo 
pertencer ao domínio público ou privado. Nesse contexto enquadram-se as demais 
áreas protegidas, tais como as áreas de preservação permanente, reservas legais, reservas 
particulares de patrimônio natural e áreas não protegidas. 
[...]
Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Projeto corredores ecológicos. Disponível em: <http://www.mma.
gov.br/areas-protegidas/programas-e-projetos/projeto-corredores-ecologicos/
conceitos?tmpl=component&print=1>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Observe as Unidades de Conservação no Brasil e os biomas em que se encontram. 
Unidades de Conservação – Brasil, junho de 2017
Equador
0º
60º O
OCEANO
ATLÂNTICO
Trópico de Capricórnio
Floresta Amazônica
Mata Atlântica
Biomas
Unidades de 
Conservação
Cerrado
Pantanal
Caatinga
Massa de água continental
Massa de água costeira
(mar territorial)
Massa de água costeira
(zona contígua)
Pampa
440 km0
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Fonte: INPA. Programa de pesquisa em biodiversidade.
 Disponível em: <https://ppbio.inpa.gov.br/Mapas/UCs/Todas>. Acesso em: 25 fev. 2019.
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1 Como a variabilidade genética pode ser garantida com a implantação dos corredores ecológicos?
2 (Fuvest-SP) A partir do início dos anos 2000, o governo brasileiro começa a lançar mão de uma nova estratégia de proteção 
ambiental no território nacional da qual resultou a delimitação das áreas a serem conservadas, representadas no mapa abaixo.
Corredores ecológicos no Brasil
0°
Norte
da Amazônia
Central
da Amazônia
Central
da Mata
Atlântica
Serra do Mar
Ocidental
da Amazônia
Leste
da Amazônia
dos Ecótonos
Sul-Amazônicos
445 km0
a) Indique dois objetivos da criação de corredores ecológicos. Explique-os. 
b) Identifique duas ameaças à proteção ambiental no corredor Leste da Amazônia. Explique-as.
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EM CASA
1 As plantas apresentam preferências por quantidades diferentes de luz e água. Nas florestas, temos plantas que 
preferem ambientes com pouca luz e que ocupam áreas úmidas. No entanto, há plantas que apreciam grande 
quantidade de luz e aquelas que toleram a ação direta do sol.
Com base nessas informações, pesquise e produza um pequeno texto que explique como a fragmentação e o 
efeito de borda podem modificar a ocorrência dos tipos de planta de uma área alterada.
2 O projeto apresentado pelo Ministério do Meio Ambiente para a implementação de corredores ecológicos con-
templa basicamente dois ambientes florestais brasileiros: a Mata Atlântica e a Floresta Amazônica, englobando vários 
tipos de áreas de conservação. No entanto, um dos biomas mais ameaçados no Brasil é o Cerrado.
a) Quais são as principais atividades responsáveis pela destruição do Cerrado?
b) Como deveriam ser estabelecidos os corredores ecológicos nesse ambiente?
3 (UFMG) Analise esta figura: 
Atalho para a biodiversidade:
corredor ecológico de 800 km interligará parques 
do Centro-Oeste do Brasil
Considerando-se a implantação de corredores ecológicos, é INCORRETO afirmar que:
a) os parques, na falta desses corredores, constituem ilhas isoladas de ampliação da biodiversidade e de 
formação de novas espécies. 
b) esse tipo de ligação permite o fluxo gênico entre indivíduos da mesma espécie e a manutenção de seus 
ciclos biológicos. 
c) alguns animais favorecidos, nas regiões assim interligadas, são a onça-pintada, o lobo-guará, a ema e o 
veado-campeiro. 
d) os animais e plantas dependentes desses corredores são espécies sensíveis a ambientes alterados.
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1 (Unama-PA) Leia o texto abaixo para responder esta questão.
Segundo a reportagem de Marco Túlio Pires e Elida Oliveira sobre a perda de habitat deve acelerar 
extinção na Amazônia. O desmatamento é uma bomba-relógio para o futuro dos animais vertebrados 
da Amazônia, de acordo com uma pesquisa publicada na revista Science. Pesquisadores da Universi-
dade Rockfeller, nos Estados Unidos, e do Imperial College London, da Inglaterra, criaram um método 
que prevê o impacto da perda de habitat para espécies de mamíferos, anfíbios e aves. Como resultado, 
os cientistas conseguiram apontar quantos animais podem desaparecer em cada área, conforme o 
avanço do desmatamento. Quando uma espécie desaparece de uma localidade, ela ainda pode se 
refugiar em outro local, mas a biodiversidade já estará comprometida. Caso a espécie tenha somente 
aquela região por área de vida, sua extinção já pode ser esperada. Isso cria o que os pesquisadores 
chamam de “débito de extinção”. Essa “dívida” ocorre quando as espécies de plantas e animais perdem 
seu habitat, mas não desaparecem. A extinção da espécie às vezes leva várias gerações, mesmo após 
a perda de seu ambiente natural.
(Adaptado http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/perda-de-habitat-deve-acelerar-extincao-na-amazonia. 
Acesso: 12/04/2014).
O desmatamento nos ecossistemas naturais, a exemplo da Amazônia, como menciona o texto acima, tem 
interferido nos habitats naturais de várias espécies. Em relação às consequências do desmatamento, é 
correto afirmar que:
a) A expansão das terrascultivadas e o crescimento das cidades têm causado somente impactos na vida florís-
tica, pois se desmatam as florestas para que as terras sejam utilizadas para a agricultura.
b) O desmatamento é uma bomba-relógio para os animais vertebrados da Amazônia, mas estes podem futura-
mente buscar outros habitats diferentes que não irá afetar a biodiversidade.
c) O desmatamento tem interferido nos habitats naturais, alterando o equilíbrio dos ecossistemas, além de levar 
“comunidades de espécies” à extinção.
d) Com a retirada da cobertura vegetal, o solo fica desprotegido, perdendo suas camadas férteis e seus minerais 
levados pelas chuvas, deixando-o mais produtivo.
2 (Acafe-SC) Uma das aves mais raras do mundo foi “redescoberta” no Cerrado de Minas Gerais
Pesquisadores brasileiros encontraram, em Minas Gerais, a rolinha-do-planalto (Columbina cyano-
pis), espécie com ocorrência registrada, pela última vez, em 1941 e considerada extinta por especialistas; 
segundo autores, o achado demonstra a importância do licenciamento ambiental. Espécie exclusiva do 
Brasil, a rolinha-do-planalto apresenta olhos azuis claros e manchas azuis escuras nas asas, que se des-
tacam da plumagem, predominantemente, castanho-avermelhada. Descoberta em 1823, a ave só foi vista 
novamente em 1904 e, depois, em 1941. Desde então sua presença nunca mais foi registrada.
Fonte: O Estadão, 21/05/2016. Disponível em: http://ciencia.estadao.com.br
Assim, é correto afirmar, exceto:
a) Muitos são os fatores antrópicos que levam à extinção das espécies, como por exemplo, o tráfico de animais, 
o desmatamento, as queimadas, a caça predatória, as atividades agrícolas, o avanço da pecuária e a poluição, 
dentre outros.
b) O processo de extinção está relacionado exclusivamente à antropização, o que leva ao desaparecimento de 
espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema.
RUMO AO ENSINO MÉDIO
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c) O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, considerado como um dos hotspots mundiais de bio-
diversidade. Na flora, encontramos presença de árvores de galhos tortuosos e de pequeno porte. Sua fauna 
é composta por anta, cervo, onça-pintada, suçuarana, tatu-canastra, lobo-guará, lontra, tamanduá-bandeira, 
gambá e capivara, entre outros.
d) Os sistemas agropastoris e o extrativismo predatório e pouco sustentável podem levar à fragmentação de 
um ecossistema. Essa fragmentação poderá provocar a diminuição do número de indivíduos e a população 
remanescente passar a ter um tamanho menor que o mínimo adequado. Isso poderá acarretar o aumento da 
homozigosidade e diminuição da heterozigosidade populacional, favorecendo a perda de variação genética e 
a extinção da espécie.
3 (UFPI) O ritmo acelerado de ações antrópicas nas extinções de espécies provoca sérias preocupações acerca do 
futuro da diversidade biológica na Terra. A conservação da biodiversidade não é apenas uma questão científica 
ou econômica, mas levanta uma série de preocupações morais e éticas que a definem. A maioria das atividades 
humanas que tem causado a extinção de espécies animais e vegetais não é nova, e não se sabe quantas espé-
cies serão extintas durante os próximos 100 anos, todavia, medidas mais severas devem ser tomadas. Analise as 
proposições abaixo sobre os processos de extinção, como verdadeiras, se totalmente corretas, ou como falsas, em 
seguida, marque a alternativa correta:
 I. A destruição e fragmentação do habitat são importantes causas de extinção de espécies atualmente, mas a 
sobre-exploração, a qual historicamente resultou em muitas extinções provocadas pelo homem, ainda é uma 
importante causa de extinção.
 II. As espécies mais comuns não correm riscos de extinção, diferentemente das espécies raras, que são mais 
vulneráveis e, portanto, encontram-se mais ameaçadas de extinção.
 III. Predadores, competidores e doenças exóticas introduzidas pelo homem são importantes causas de extinção.
 IV. A melhor maneira para manter populações é estabelecer áreas nas quais as espécies e seus habitats sejam 
protegidos. Regiões com alto índice de riqueza de espécies e de endemismo não são consideradas áreas com 
alta prioridade para parques e reservas.
A sequência correta é:
a) V, F, F, V.
b) V, F, V, V.
c) F, V, F, V.
d) F, F, V, V.
e) V, F, V, F.
Anotações
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O CASO DOS LEBISTES E 
A SELEÇÃO NATURAL14
Ao longo do tempo, uma população de seres vivos pode passar por modificações 
corporais e comportamentais que têm a possibilidade de se estabelecer na espécie através 
das gerações e fixar-se como característica permanente do grupo. 
Neste Módulo, estudaremos alguns dos mecanismos por meio dos quais a evolução 
biológica – isto é, mudanças na espécie ao longo das gerações – ocorre. Esses mecanis-
mos podem envolver, por exemplo, pressões ambientais, reprodutivas ou até processos 
artificiais. Estudaremos também um pouco da teoria que norteia o estudo da evolução 
dos seres vivos. Esse estudo será ampliado nos Módulos 15 e 16.
Lebiste (Poecilia reticulata). O 
peixe com a cauda colorida é 
o macho, que tem em média 
3,5 cm de comprimento. A 
fêmea tem um padrão de 
coloração do corpo mais 
discreto, e mede cerca de 
5 cm de comprimento. Lebistes 
apresentam dimorfismo sexual.
A TEORIA DA SELEÇÃO NATURAL
A teoria da seleção natural foi elaborada pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-
-1882), como resultado de estudos e observações feitas em sua viagem pelo mundo a 
bordo do navio H. M. S. Beagle. Durante essa viagem, Darwin coletou fósseis e seres 
vivos de diversas espécies que habitaram ou habitam diferentes regiões do mundo. 
Após analisar os dados coletados, Darwin percebeu que os seres vivos sofrem modi-
ficações ao longo do tempo, e que estas se acumulam ao longo das gerações.
Segundo a teoria elaborada por Darwin, esse processo se daria da seguinte maneira: 
as condições do ambiente geram desafios à sobrevivência dos seres vivos que, por sua 
vez, têm algumas características individuais que podem variar dentro da população. 
Essas variações podem conferir ao indivíduo alguma vantagem para a sua sobrevivência 
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(Darwin chamou de adaptação) em relação ao indivíduo que não a tem, aumentando 
suas chances de se reproduzir. Assim, essas características, selecionadas naturalmente, 
são transmitidas às gerações seguintes (ou seja, são hereditárias). Darwin deu a esse 
mecanismo o nome de seleção natural.
A teoria da seleção natural foi publicada pelo próprio Darwin na obra intitulada 
A origem das espécies, de 1859.
Com o conhecimento científico que se tinha na época, Darwin não conseguia explicar 
os mecanismos que produzem as variações que existem entre os indivíduos de uma mesma 
população, nem como ocorria a transmissão de características ao longo das gerações. Esses 
conhecimentos foram trazidos pelo avanço dos estudos da Genética, como os realizados 
por Mendel, e incorporados à teoria da seleção natural, resultando em uma nova teoria 
chamada de teoria sintética da evolução, também conhecida como neodarwinismo.
A principal contribuição da Genética foi explicar as variações existentes entre os in-
divíduos e como essas variações são transmitidas para as gerações seguintes.
O conhecimento sobre a natureza do material genético (DNA) explicou o que são as 
mutações: uma alteração na sequência de informações do DNA. A mutação é a “matéria-
-prima” para o surgimento de novidades. 
Os fatores que Mendel previu são os genes, que estudamos no Módulo 3. A repro-
dução sexuada possibilita que novas combinações de genes sejam formadas, o que pro-
duz diferenças entre os indivíduos, chamadas de variabilidade. Algumas dessas novas 
combinações podem conferir algum tipo de vantagemadaptativa aos indivíduos que as 
têm, aumentando suas chances de sobrevivência e de reprodução. Essas características 
serão passadas, então, às próximas gerações. Cabe destacar que a vantagem adaptativa 
depende do meio e do contexto em que o organismo vive.
OS LEBISTES EM AMBIENTES NATURAIS
O lebiste (Poecilia reticulata), também conhecido como barrigudinho ou, entre os 
aquaristas, como guppy, é uma das espécies mais populares entre os criadores de peixes 
ornamentais. São onívoros, vivíparos e têm fecundação interna. 
As espécies selvagens apresentam pouca ou nenhuma coloração chamativa, espe-
cialmente onde há muitos predadores. Na natureza, os lebistes podem ser encontrados 
em corpos de água doce, como rios e lagos, incluindo águas poluídas e com pouco 
oxigênio. Sua distribuição geográfica natural é ampla, ocorrendo desde as ilhas do Ca-
ribe próximas à América do Sul até a Amazônia, nos estados de Roraima, Pará e Ama-
pá. Porém, essa distribuição foi expandida pela ação humana por duas vias principais: 
quando o lebiste foi introduzido em diversas bacias hidrográficas para controlar larvas 
de mosquitos transmissores de doenças; e por descuido de aquarofilistas que descartam 
os alevinos (nome dado ao peixe logo após o nascimento) na natureza, sem saber que 
estão causando desequilíbrio ambiental.
teoria sintética da evolução, neodarwinismo
O controle biológico é um recurso usado por seres humanos para conter 
populações de animais ou plantas que são considerados pragas e, como tal, podem 
causar prejuízos sociais, econômicos e ambientais. 
Esse recurso emprega predadores, parasitas ou a disseminação de doenças para 
combater a praga.
A principal medida de combate a doenças transmitidas por mosquitos é impedir 
que suas larvas – organismos aquáticos – se desenvolvam. A dengue, a febre amarela 
e a malária são exemplos dessas doenças.
De olho... no controle biológico
Teoria sintética da evolução 
ou neodarwinismo: é a 
teoria da seleção natural de 
Darwin com a incorporação 
de conceitos ligados à 
Genética que explicam como 
a variabilidade ocorria na 
população.
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OS LEBISTES COMO MODELO PARA 
O ESTUDO DA EVOLUÇÃO
Em 2009, uma equipe de pesquisadores estadunidenses realizou um estudo po-
pulacional com lebistes em uma ilha do Caribe, Trinidad, da República de Trinidad 
e Tobago. 
Mapa da América Central, evidenciando a ilha 
de Trinidad e Tobago
Belmopán
BELIZE
GUATEMALA
San Salvador
EL SALVADOR
Tegucigalpa
HONDURAS
NICARÁGUA
Manágua
COSTA RICA
São José
PANAMÁ
Cidade do
Panamá
Havana
CUBA
Nassau
BAHAMAS
Ilhas Turks e Caicos
(RUN)
REPÚBLICA
DOMINICANA
São
Domingo
Porto
Príncipe
HAITI
Kingston
JAMAICA
Porto Rico 
(EUA)
San Juan
St. John’s
ANTÍGUA E
BARBUDA
I. Guadalupe
(FRA)
Basseterre
SÃO CRISTÓVÃO E NÉVIS
Roseau
DOMINICA
I. Montserrat (RUN)
I. Martinica
(FRA)
Ilhas Virgens
(EUA)
Ilhas Virgens
(RUN)
I. Anguilla (RUN)
I. San Martin (FRA)
Castries
SANTA LÚCIA Bridgetown
BARBADOS
Kingstown
SÃO VICENTE E
GRANADINAS
St. George’s GRANADA
Port of Spain
I. Curaçao
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Antilhas
Holandesas
(PBS)
I. Bonaire
(PBS)
I. Aruba (PBS)
Ilhas Cayman
(RUN)
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Cidade da
Guatemala
Lago de Nicarágua
Canal do
Panamá
TRINIDAD
E TOBAGO
Golfo do México
75º O
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Mar das
Antilhas
(Mar do Caribe)
Trópico de Câncer
AMÉRICA
DO NORTE
AMÉRICA
DO NORTE
AMÉRICA DO SUL250 km0
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Mapa mostrando a localização da ilha de Trinidad e Tobago.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que, em locais onde havia muitos preda-
dores, os lebistes tendiam a ter tamanho do corpo menor do que em locais onde havia 
baixa taxa de predação. Isso porque os predadores exerciam pressão seletiva sobre os 
lebistes, de modo que eram selecionados (sobreviviam em maior quantidade) apenas 
aqueles que atingiam maturidade sexual em um estágio mais jovem do desenvolvimento 
(portanto, de menor tamanho). Essa característica, por sua vez, era transmitida para as 
novas gerações.
Os pesquisadores buscaram, então, verificar se esse padrão se repetiria caso 
as populações fossem deslocadas e submetidas a diferentes pressões seletivas do 
ambiente. Para isso, analisaram populações que foram introduzidas em uma bacia 
hidrográfica onde não havia registros de ocorrência de lebistes. Essas populações 
foram retiradas de um ambiente com alta taxa de predação e deslocadas para um 
riacho na região acima de uma cachoeira, onde a taxa de predação de lebistes era 
baixa. Eles acabaram ocupando também o riacho abaixo da cachoeira, onde havia 
um grande número de predadores naturais.
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Durante oito anos (correspondentes a cerca de 26 gerações de lebistes), os pesqui-
sadores acompanharam as duas populações, coletando periodicamente amostras de 
indivíduos e medindo-os. Eles constataram que os indivíduos na parte alta do riacho 
tinham tamanho corpóreo, em média, 14% maior do que a população na parte baixa. 
Além disso, também atingiam a maturidade sexual mais tardiamente que os indivíduos 
do riacho com alta taxa de predação.
O resultado desse estudo mostrou a ação da seleção natural sobre duas populações 
de lebistes em menos de dez anos. No riacho abaixo da cachoeira, onde a taxa de pre-
dação era alta, manteve-se a pressão que selecionava apenas lebistes que conseguiam 
reproduzir-se prematuramente, resultando em lebistes menores. Já no riacho alto, onde 
havia poucos predadores, prevaleceram os lebistes maiores, que tinham mais vantagens na 
competição por recursos naturais, e que chegavam à idade reprodutiva mais tardiamente.
Ao menos uma conclusão pode ser destacada desse experimento: a seleção natural pode 
explicar as diferenças encontradas entre populações de uma mesma espécie que estão sobre 
pressões seletivas diferentes (lebistes maiores e com maturação sexual tardia 3 lebistes me-
nores e com maturação sexual precoce). Tal conclusão indica, ainda, que a seleção natural 
é um mecanismo que pode explicar o surgimento de novas espécies, com origem inicial em 
duas populações que acumulam muitas diferenças entre si ao longo do tempo, configurando, 
assim, mudanças evolutivas mais expressivas.
Representação 
esquemática dos locais 
onde foram introduzidos 
os lebistes para estudo. 
(Elementos fora de 
proporção entre si. 
Cores fantasia.)
ATIVIDADE 1
1 No caso dos lebistes, qual é o principal fator ambiental que atua na seleção dos indivíduos?
Riacho alto: baixas 
taxas de predação.
Riacho baixo: altas 
taxas de predação.
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76 Ensino Fundamental
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2 É correto afi rmar que os predadores provocaram a diminuição do tamanho dos lebistes? Justifi que sua resposta. 
ATIVIDADE 2
O caracol da foto a seguir (do gênero Tegula) é comum no litoral da Califórnia, sendo que algumas espécies vivem so-
mente em águas profundas e outras muito acima, na costa. No sul daquele estado americano, esses caracóis vivem na 
costa, enquanto no norte da Califórnia eles vivem em águas profundas.
Sabendo que existem mais predadores, como polvos, estrelas-do-mar e caranguejos, no sul do que no norte da Califórnia, 
como se explica essa distribuição diferente dos caracóis do norte e do sul da Califórnia?
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Indivíduos da 
espécie Tegula 
funebralis, que 
medem cerca 
de 2,5 cm. 
OUTROS EXEMPLOS DE SELEÇÃO
Um exemplo de seleção sexual: a beleza oculta das aves
Em alguns casos, no reino animal, um tipo especial de seleção natural é respon-
sável por determinar as características que serão mantidas ou eliminadas. Trata-se da
seleção sexual, processoem que um animal seleciona seu parceiro sexual de acordo 
com a presença de uma ou algumas características.
Um exemplo bastante conhecido é o do pavão (Pavo cristatus). Essa espécie apresenta 
dimorfismo sexual, assim como os lebistes. No caso dos pavões, os machos são coloridos 
e as penas de sua cauda são exuberantes, enquanto as fêmeas têm coloração discreta 
seleção sexual,
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Seleção sexual: ocorre, em 
geral, em paralelo à seleção 
natural. Praticamente todas 
as espécies animais têm 
estratégias reprodutivas, 
usadas na competição por 
parceiros sexuais, que não 
diferem muito das estratégias 
de sobrevivência e luta por 
recursos naturais. Agem de 
forma similar, garantindo ao 
indivíduo maior ou menor 
sucesso competitivo na 
dinâmica de sua população.
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ATIVIDADE 3
e as penas da cauda são como as demais penas do corpo. Em geral, após um ritual de 
acasalamento no qual os machos apresentam suas caudas, as fêmeas dão preferência 
àquele que tem a maior cauda.
Na natureza, machos de lebiste apresentam metade do tamanho das fêmeas e nadadeira caudal longa e pouco colorida. 
As fêmeas, muito maiores, apresentam coloração monótona. Em aquários, entretanto, é possível selecionar machos com 
caudas bem coloridas, que seriam predados em condições naturais.
As fêmeas selvagens, quando colocadas com m achos tanto selvagens quanto domesticados (chamados guppy), 
preferem os machos guppy, por serem mais coloridos do que os machos selvagens.
Explique como o dimorfi smo sexual (diferenças externas marcantes entre machos e fêmeas) é favorável à perpetuação 
das espécies.
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Um pavão macho exibe 
suas penas para a fêmea 
(ave menor da foto) no 
ritual de acasalamento. 
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SELEÇÃO ARTIFICIAL: AS RAÇAS DOS CÃES DOMÉSTICOS
Por milhares de anos, os seres humanos têm influenciado a evolução, tanto por meio 
de mudanças que causam no meio ambiente como por meio de seleção artificial (do-
mesticação) de plantas e animais. 
Determinadas características podem ser perpetuadas ou eliminadas pela seleção arti-
ficial. Como o próprio nome sugere, esse mecanismo não depende da ação da natureza. 
Assim, as modificações ocorrem por meio da seleção de características desejadas, em 
organismos, de acordo com o interesse humano.
A seleção artificial vem sendo empregada há milhares de anos na história da humanidade, 
com plantas (como trigo, milho, cana-de-açúcar) e animais (como gatos, cavalos e bois). 
Outro exemplo é a domesticação de cães. Não há muita certeza de quando ou como 
se deu essa domesticação, mas alguns estudos apontam que os primeiros casos surgiram 
da convivência de lobos com povoados humanos ancestrais.
Ao longo do tempo, e de acordo com os interesses humanos, determinadas carac-
terísticas foram selecionadas nos cães por meio de cruzamentos planejados. Para gerar 
bons cães de caça, por exemplo, era preciso selecionar indivíduos com bom faro, ágeis 
e de boa estrutura corpórea. Já para companhia, era necessário gerar indivíduos dóceis 
e que seguissem determinado padrão de beleza. Assim, surgiram as diferentes raças.
A partir de cruzamentos planejados de gerações de descendentes, as características 
desejadas são fixadas até que se possa definir uma nova raça (ou variedade). Foi assim 
que os machos de lebiste denominados guppy, destacados na atividade 3, foram obtidos.
ATIVIDADE 4
1 Segundo dados históricos, Darwin tinha uma criação de pombos com mais de 150 variedades. A presença de diversas 
variedades de uma mesma espécie é bastante comum e há muitos exemplos relacionados com a criação ou o cultivo de 
organismos por seres humanos. Como é possível desenvolver novas variedades de uma mesma espécie?
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A seleção artificial em cães levou ao surgimento de raças muito diferentes em uma mesma espécie.
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Você sabia?
Bactérias resistentes a antibióticos
“[...] A lavagem correta das mãos e dos alimentos, por exemplo, são práticas eficazes que devem ser estimu-
ladas para a prevenção da transmissão de bactérias. [...]”, enfatiza [Ana Paula Assef, do Laboratório de Pesquisa 
em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).]
[...]
A cada ano, morrem cerca de 700 mil pessoas em todo o mundo por infecções causadas por bactérias resis-
tentes. Segundo um estudo encomendado pelo governo britânico, a partir de 2050, esse número poderá chegar 
a dez milhões por ano.
Fonte: ROCHA, Lucas (ICO/Fiocruz). A ameaça global das bactérias resistentes aos antibióticos. Portal Fiocruz. Disponível em: <https://
portal.fiocruz.br/noticia/ameaca-global-das-bacterias-resistentes-aos-antibioticos>. Acesso em: 25 fev. 2019.
Os trechos do texto acima abordam uma questão cada vez mais importante para a humanidade: a re-
sistência de bactérias a antibióticos. Antibióticos são medicamentos usados para eliminar bactérias sem que 
se danifiquem as células de nosso corpo. 
Porém, algumas espécies desses microrganismos podem manifestar resistência a antibióticos. Essa resistên-
cia pode ocorrer quando, no uso do medicamento, não são consideradas a dose e a frequência ideal. Assim, 
pode-se provocar a seleção artificial das bactérias, eliminando-se os indivíduos mais sensíveis ou sem resistên-
cia natural ao antibiótico e abrindo-se espaço, na competição por recursos, para a proliferação daqueles natu-
ralmente mais resistentes aos componentes do medicamento. 
Como bactérias se reproduzem em um espaço de tempo muito curto, de geração em geração, essa caracte-
rística é então repassada rapidamente aos descendentes, aumentando-se, na população, o número de bactérias 
que tem resistência. Isso acaba tornando o antibiótico ineficaz. Embora a resistência ocorra naturalmente, o 
uso indiscriminado de antibióticos e o uso deles em animais que consumimos na alimentação e em produtos 
de limpeza e estéticos, podem ser fatores que aceleram este processo. 
2 As espigas de milho que conhecemos hoje não se parecem muito com as produzidas pela espécie que lhes deu origem, 
o teosinto, uma gramínea que se parece com o capim e que produzia uma espiga pequena com poucas sementes. 
Milho
Representação 
esquemática de 
teosinto (A) e 
de milho (B). 
(Elementos fora de 
proporção entre si. 
Cores fantasia.)
A BEspiga de milho
Espiga de teosinto
Teosinto
 Foram os olmecas, povo pré-colombiano da região do México, que começaram a seleção para obter espigas maiores e 
com sementes mais suculentas. Como os olmecas devem ter procedido, em linhas gerais, até chegarem ao milho atual?
Espiga de teosinto
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80 Ensino Fundamental
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1 (Fuvest-SP) Uma colônia de bactérias em que todos os indivíduos se originaram de uma única célula era incapaz 
de metabolizar lactose. Durante várias gerações, essas foram cultivadas em meio que continha glicose e lactose. 
Dessa cultura, foram retiradas duas amostras com quantidades iguais de células, que foram transferidas para novos 
meios de cultura: o meio A continha apenas glicose e o meio B, apenas lactose, como únicas fontes de carbono.
O gráfi co abaixo mostra as curvas de crescimento bacteriano nas culturas A e B. 
Como surgiram as bactérias capazes de sobreviver na cultura B?
2 Cães domésticos apresentam uma grande variedade de raças, tais como o pastor-alemão, o dálmata e o dober-
mann. Já os cães selvagens, como o lobo-guará ou o cachorro-do-mato, apresentam uma diversidade muito 
menor. Se todos são cães, como se explica essa diferença?
3 Os trechos a seguir foram retirados do artigo Pragas resistentes são sério problema para a agricultura no Brasil, pu-
blicado na Revista Scientific Americando Brasil, em 2009.
Um dos problemas associados ao uso de pesticidas é que as pragas acabam desenvolvendo resis-
tência aos compostos químicos, tornando-se invulneráveis. Para alguns tipos de pragas essa resistência 
chega a milhares de vezes. [...]
Uma das principais estratégias de manejo da resistência de pragas a produtos químicos está re-
lacionada à redução na frequência de aplicação de inseticidas e/ou acaricidas. A realização do moni-
toramento populacional de pragas pode ser uma ferramenta valiosa para o manejo da resistência. A 
utilização de produtos somente quando as densidades populacionais da praga estão acima do nível de 
dano econômico pode reduzir consideravelmente o número de aplicações contra as pragas, reduzindo 
assim a pressão de seleção com os agroquímicos.
Outra estratégia fundamental é a preservação de inimigos naturais nas áreas agrícolas. Os inimigos 
naturais podem manter a população da praga em baixas densidades por longos períodos no campo, 
não havendo necessidade de intervenções químicas durante esse período. Os inimigos naturais podem 
se alimentar tanto de insetos (ou ácaros) suscetíveis como dos resistentes, diminuindo assim o número 
de organismos resistentes no campo. [...]
SATO, M. Pragas resistentes são sério problema para a agricultura no Brasil. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/sciam/
noticias/pragas_resistentes_sao_serio_problema_para_a_agricultura_no_brasil.html>. Acesso em: 14 dez. 2018.
Após a leitura, responda: 
a) No primeiro parágrafo, o autor diz que “as pragas acabam desenvolvendo resistência aos compostos químicos”. 
Essa frase é correta? Justifique sua resposta.
b) É possível afirmar que a preservação de inimigos naturais da praga é uma forma de controle biológico? Por quê? 
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1 (IFTM-MG) Na natureza as espécies mais adaptadas são mais bem-sucedidas e sobrevivem. A evolução biológica 
procura explicações para as mudanças que ocorrem nos seres vivos ao longo do tempo e as vantagens que ga-
rantem sucesso, como na tira de Calvin a seguir:
A girafa (Giraffa camelopardalis) pode atingir 5,5 m de altura e se alimentar no alto das árvores, e o ocapi (Okapia 
johnstoni), com, no máximo, 1,7 m, são da mesma família Giraffi dae e ambos, provavelmente, evoluíram a partir 
de um ancestral comum. Os cientistas ainda buscam uma explicação para o aumento do pescoço da girafa. Com 
relação às hipóteses sobre o aumento do pescoço da girafa, é correto afi rmar:
a) A girafa de pescoço comprido apresenta uma vantagem seletiva por evitar a competição com outros herbívoros 
e assim consegue se alimentar e se reproduzir deixando mais descendentes de pescoço comprido.
b) As girafas foram capazes de criar sua adaptação ao meio por uma necessidade imposta pelo meio ambiente.
c) A girafa adquire o pescoço comprido pela lei do uso e desuso. As girafas que esticam seus pescoços geram uma 
prole que já nasce de pescoço um pouco mais comprido e assim, sucessivamente, o tamanho do pescoço vai 
aumentando ao longo das gerações.
d) As mudanças no meio, como a diminuição da vegetação rasteira e o surgimento de brotos mais suculentos na 
copa das árvores, induziram a variabilidade genética e o surgimento da girafa com pescoço comprido.
e) As alterações provocadas pelo ambiente nas características físicas de um organismo são transmitidas aos seus 
descendentes.
2 (UFGD-MS) Um experimento foi realizado da seguinte forma: em aves normais, penas foram aumentadas ou encur-
tadas artifi cialmente por meio de colagem ou corte, respectivamente, sendo observado o número de ninhos que 
cada tipo de ave conseguiu formar. Os resultados obtidos estão apresentados no gráfi co a seguir.
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RUMO AO ENSINO MÉDIO
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As informações permitem concluir que:
a) A seleção sexual afeta a evolução de caudas longas nas aves avaliadas.
b) Quanto mais longa a cauda, mais fértil é o macho.
c) O número médio de ninhos foi proporcional ao tamanho da cauda das aves.
d) Machos com caudas alongadas tiveram menor sucesso reprodutivo.
e) Caudas longas indicam machos com maior resistência a microrganismos.
3 (UEL-PR) Leia o texto a seguir.
A sociedade contemporânea convive com os riscos produzidos por ela mesma e com a frustração 
de, muitas vezes, não saber distinguir entre catástrofes que possuem causas essencialmente naturais 
e aquelas ocasionadas a partir da relação que o homem trava com a natureza. Os custos ambientais e 
humanos do desenvolvimento da técnica, da ciência e da indústria passam a ser questionados a partir 
de desastres contemporâneos como AIDS, Chernobyl, aquecimento global, contaminação da água e 
de alimentos pelos agrotóxicos, entre outros.
(Adaptado de: LIMA, M. L. M. A ciência, a crise ambiental e a sociedade de risco. Senatus. v. 4. n. 1. nov. 2005. p. 42-47.)
O uso indiscriminado e abusivo de agrotóxicos, como os herbicidas, pode acarretar a necessidade da utilização 
de concentrações cada vez mais frequentes e maiores de substâncias presentes nesses produtos, para obter os 
efeitos esperados. Depois de um longo período de tempo, esse agrotóxico não surtirá mais os efeitos desejados, 
ou seja, exterminar as ervas daninhas, que competem pelos nutrientes do solo em plantações de soja. Acerca da 
explicação para esse fenômeno, assinale a alternativa correta.
a) As pequenas doses do agrotóxico desenvolveram resistência nas ervas daninhas.
b) As ervas daninhas resistentes foram selecionadas pelo uso do agrotóxico.
c) As ervas daninhas se acostumaram e se adaptaram ao agrotóxico.
d) As ervas daninhas submetidas ao agrotóxico tornaram-se dependentes da substância.
e) O agrotóxico modificou as ervas daninhas, induzindo mutações.
Anotações
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ESPECIAÇÃO – O CASO DOS 
BUGIOS NA AMÉRICA DO SUL15
Como é possível encontrar tamanha variedade de seres vivos distribuídos nos mais 
diversos ambientes do planeta Terra? Será que conseguimos compreender como surgem 
novas espécies? 
Neste Módulo, vamos estudar a história evolutiva dos macacos bugios (Alouatta spp.) 
e usá-la de exemplo para entender como surgem novas espécies de seres vivos, processo 
chamado especia•‹o. Também vamos estudar de que modo os cientistas elaboram e 
testam hipóteses por meio de estudos científicos. Por fim, conheceremos um segundo 
caso de especiação, similar ao caso dos bugios, mas em um grupo de aranhas.
Espé cies de macacos bugios (Alouatta spp). (A) Alouatta caraya, cerca de 50 cm de 
comprimento; (B) Alouatta palliata, cerca de 45 cm de comprimento; (C) Alouatta seniculus, 
cerca de 60 cm de comprimento e (D) Alouatta macconnelli, cerca de 90 cm de comprimento.
PARA ENTENDER A ESPECIAÇÃO
Antes de iniciarmos o estudo da história evolutiva dos bugios na América do Sul, 
vamos recordar alguns conceitos básicos que foram estudados em anos anteriores, 
em Ciências. Entre eles, estão o conceito de espécie, os sistemas de classificação 
dos seres vivos, as árvores filogenéticas e sua interpretação e, por fim, a formação 
de novas espécies ou especiação. Aproveitaremos para aprofundar o conhecimento 
de alguns desses conceitos.
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884 Ensino Fundamental
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O que são espécies?
A menor categoria de classificação dos seres vivos geralmente adotada pelos cientistasé a espécie. Porém, definir o que é uma espécie ainda gera muita polêmica no meio 
científico. Para determinar uma espécie é preciso reconhecer se a diferença entre dois 
indivíduos é apenas uma variação comum de uma espécie ou se representa caracte-
rística de espécies distintas. Imagine, por exemplo, as conchas da fotografia abaixo. 
Embora sejam muito diferentes, elas são variações morfológicas de uma mesma espécie, 
a Littorina saxatilis.
O sistema de nomenclatura utilizado para nomear as espécies foi proposto 
por Lineu, em 1735. Segundo esse sistema, o nome científico de uma espécie é 
formado por duas palavras em latim. A primeira palavra (um substantivo) indica 
o gênero a que o organismo pertence, deve começar com letra maiúscula e 
pode aparecer sozinha quando se pretende referir a todas as espécies daquele 
gênero. A segunda palavra (em geral, um adjetivo) deve começar com letra 
minúscula e sempre vir acompanhada da primeira palavra. Os nomes científicos 
devem sempre aparecer destacados do restante do texto, de preferência em 
itálico ou grifado.
De olho... no sistema de nomenclatura de uma espŽcie
Gênero
Espécie
Homo sapiens
A composição do 
nome científico da 
espécie humana.
Existem diversos conceitos de espécie e não há um consenso entre os cientistas sobre 
qual deles é o melhor, pois muitas espécies desafiam algumas definições, como vere-
mos a seguir. Entre o mais amplamente aceito, podemos citar o conceito biológico de 
espécie: indivíduos que cruzam entre si deixando descendentes férteis (isto é, que também 
podem se reproduzir), em condições naturais (ou seja, não em cativeiro). Vale ressaltar, 
no entanto, que o conceito biológico de espécie esbarra em certas limitações, como a 
de espécies que se reproduzem de forma assexuada, o que ocorre com a maioria das 
bactérias e com outros seres vivos.
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Variabilidade morfológica 
da concha de um molusco 
(Littorina saxatilis). Apesar 
das diferenças, todos os 
indivíduos são da mesma 
espécie e podem chegar a 
até 19 mm de comprimento.
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O sistema de classifi cação dos seres vivos e a fi logenética
O sistema de classificação foi proposto quando não se tinha a ideia de evolução dos 
seres vivos. A classificação era feita com base em semelhanças e diferenças entre orga-
nismos. Os seres eram considerados imutáveis e a classificação utilizava principalmente 
critérios com base em dados morfológicos. Com o avanço dos estudos sobre a evolução 
dos seres vivos, isto é, de que as espécies se transformam ao longo do tempo, essa va-
riável passou a ser incorporada na classificação dos organismos.
A filogenética, ou sistemática filogenética, é o ramo da Biologia que procura entender 
as relações evolutivas entre todos os grupos de seres vivos e as características compar-
tilhadas pelos grupos estudados. Supõe-se que existe uma única filogenia para todos os 
seres, assumindo que a vida surgiu uma única vez na Terra e, portanto, todos os orga-
nismos existentes são descendentes de um mesmo ancestral. Para realizar estudos em 
filogenética, são utilizadas as mais diversas fontes de informação, como as semelhanças 
ou as diferenças morfológicas até a análise do material genético dos organismos. Esses 
estudos geram diversos tipos de representação gráfica que visam ilustrar a diferenciação 
de grupos e seu parentesco, sendo a mais comum chamada árvore filogenética. Quando 
essa representação traz a hipótese de relações de parentesco, mas não traz informações 
sobre os ancestrais, então a chamamos de cladograma. 
Numa árvore filogenética é possível identificar quais grupos de seres vivos têm um 
ancestral em comum, representado na base do ramo que agrupa tais seres vivos. Pode-
mos dizer que duas espécies aparentadas evolutivamente tiveram um ancestral comum, 
mas que na maioria dos casos não existe mais, pois já foi extinto. Nessa classificação, 
grupos de espécies que têm um ancestral comum são chamados grupos naturais.
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Especiação
A especiação é o processo de formação de novas espécies. Há vários tipos de es-
peciação, como a especiação geográfica ou alopátrica (do grego, “pátria diferente”), 
que ocorre quando as espécies são isoladas por barreiras geográficas (o soerguimento 
de uma cordilheira ou a mudança do curso de um rio, por exemplo). Essas barreiras 
podem impedir a reprodução – a troca de material genético, também chamada fluxo 
gênico – entre as populações que foram separadas. Como as condições ambientais ao 
longo da barreira geográfica podem ser bastante diferentes, as pressões seletivas sobre 
as populações também diferem. Com isso, dentro da variabilidade genética naturalmente 
existente nas populações, os indivíduos mais bem adaptados às novas condições am-
bientais tendem a deixar mais descendentes. Com o passar do tempo, novas mutações 
podem surgir nas duas populações que, por causa da barreira geográfica, acabam não 
sendo transmitidas entre si. Após várias gerações, tais diferenças podem ser tão grandes 
que as populações passam a ser duas espécies distintas.
886
Ensino Fundamental
Exemplo de cladograma. Mesmo sem conhecer 
a classificação desse grupo, visualmente 
conseguimos observar um pouco sua história 
evolutiva. Observe, por exemplo, que as espécies 
D e E têm um ancestral comum exclusivo (4) e 
as espécies B e C têm em comum o ancestral 
3. Essas quatro espécies juntas (B, C, D e E) 
compartilham o mesmo ancestral 2 e, por último, 
todas as espécies apresentam o ancestral comum 
1, tratando-se, portanto, de um grupo natural.
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Em Ciências, já estudamos um exemplo hipotético de especiação geográfica. Nele, 
uma população de caramujos terrestres que habitava uma floresta foi dividida em 
duas populações isoladas. Houve um evento geográfico no qual um rio se formou, 
causando a separação da população inicial de caramujos. Com o passar do tempo, as 
populações de caramujos acumularam diferenças e se tornaram duas novas espécies. 
Isso pôde ser confirmado quando, após um novo evento geográfico, as duas popu-
lações voltaram a conviver no mesmo espaço, mas não conseguiram se reproduzir 
entre si e gerar descendentes férteis. Dizemos, então, que ocorreu especiação.
Outro tipo de modelo de especiação é a especiação simpátrica (do grego, “mesma 
pátria”), em que não há a presença de uma barreira geográfica para interromper o 
fluxo gênico. Este pode ser interrompido por alguma preferência ecológica durante 
a exploração de um novo nicho ecológico, ou outras situações biológicas. Assim, 
indivíduos da mesma espécie passam a ter hábitos distintos e, com o tempo e com 
o acúmulo de diferenças, pode haver especiação. Insetos herbívoros, por exemplo, 
podem ter preferência por se alimentar de certas plantas e, após várias gerações, 
acumulam diferenças genéticas suficientes para se tornar uma nova espécie.
Especiação geográfica ou alopátrica em uma espécie hipotética de caramujo, cuja população inicial é separada por um rio. Ao longo 
do tempo, ocorre a diferenciação das duas novas populações que, posteriormente, caso voltem a ter contato, já serão duas espécies 
distintas, no caso uma com cor verde-escuro e outra com cor verde-claro. (Elementos fora de proporção entre si. Cores fantasia.)
Especiação simpátrica em uma espécie hipotética de caramujo. Ao longo do tempo, mesmo sem a presença de barreira 
geográfica, ocorre a diferenciação das duas novas populações que, posteriormente, se tornarão duas espécies distintas, 
no caso uma com cor verde-escuro e outra com cor verde-claro. (Elementos fora de proporção entre si. Cores fantasia.)
Tempo
Tempo
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Você sabia?
Modificações dentro de e entre espécies 
Além de as populações poderem passar por especiação, elas também podem simplesmente se modificar 
ao longo dotempo, sem necessariamente formar novas espécies; apenas se tornam diferentes de sua popu-
lação inicial. Esses dois processos estão ilustrados a seguir.
Evento originando modificações
dentro de cada espécie
(A A' A") (B B' B")
Evento originando
duas novas espécies
(A e B) de borboletas
Ancestral comum
Tempo
A" B"
A' B'
A B
Determinado evento originou duas novas espécies de borboletas (A e B) e essas, ao longo do tempo, foram 
se modificando. (Elementos fora de proporção entre si. Cores fantasia.)
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Ensino Fundamental
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1 (SLMandic-SP) A árvore filogenética apresentada abaixo é uma hipótese para as relações evolutivas entre quatro espécies.
X W Y Z
Considere as seguintes afi rmações sobre esse cladograma. 
 I. A espécie X evoluiu primeiro e a espécie Z, por último. 
 II. As espécies X e W são mais evoluídas do que as espécies Y e Z. 
 III. As espécies W e Y estão mais intimamente relacionadas entre si que as espécies X e Z. 
 IV. As quatro espécies compartilham um ancestral comum. 
É correto o que se afi rma apenas em: 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) III e IV. 
d) II e III. 
e) IV.
2 (Fuvest-SP) Devido ao aparecimento de uma barreira geográfica, duas populações de uma mesma espécie ficaram isola-
das por milhares de anos, tornando-se morfologicamente distintas.
a) Explique sucintamente como as duas populações podem ter se tornado morfologicamente distintas no decorrer do 
tempo.
b) No caso das duas populações voltarem a entrar em contato, pelo desaparecimento da barreira geográfica, o que indi-
caria que houve especiação?
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Processo de isolamento geográfico e especiação dos bugios (Alouatta spp.), 
devido ao soerguimento da cordilheira dos Andes como barreira geográfica. 
(Elementos fora de proporção entre si. Cores fantasia.)
A população de bugios tinha ampla 
distribuição geográfica.
Com o soerguimento da cordilheira dos 
Andes, a população ficou dividida, uma parte 
em cada lado da cordilheira. Com isso, os 
grupos ficaram isolados e sujeitos a condições 
ambientais diferentes entre as áreas separadas, 
impossibilitando o contato entre essas 
populações e a reprodução entre elas.
A cordilheira dos Andes é resultado do choque, há milhões 
de anos, de duas placas tectônicas, a placa de Nazca e a 
placa Sul-Americana. Essa última placa, por ser mais densa, 
ficou por baixo da placa de Nazca, que se elevou, formando 
essa cadeia de montanhas de forma abrupta, isto é, muito 
rapidamente em termos geológicos.
Ao longo do tempo, diferenças entre as 
populações de cada lado foram se 
acumulando, fruto da variabilidade das 
populações e da seleção natural.
Dessa forma, as populações separadas foram 
evoluindo e acumulando características 
próprias ao longo do tempo. Considera-se, 
então, que esses grupos pertencem a espécies 
diferentes. Esse mecanismo é conhecido 
como especiação geográfica.
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
Equador
60º O
0º
640 km0
N
S
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Cordilheira dos Andes
Montanhas e morros
Terras baixas
Águas costeiras
Oceanos
Rios
OS BUGIOS (ALOUATTA spp.) E A ESPECIAÇÃO 
Os bugios são espécies do gênero Alouatta, que se distribuem nas Américas do Sul e 
Central. Existem dez espécies conhecidas e cada uma ocupa uma área de distribuição geo-
gráfica específica. Os bugios vivem em árvores e se alimentam de flores e de alguns frutos. 
Comunicam-se por meio da vocalização, emitindo sons muito característicos. Pesquisas 
sobre a relação de parentesco entre as dez espécies do gênero Alouatta mostram que elas 
apresentam um ancestral comum que tinha ampla distribuição territorial nas Américas do 
Sul e Central. 
Mas qual é a história desse ancestral comum? O que deve ter ocorrido com ele? A 
hipótese atual é a de que, com o surgimento da cordilheira dos Andes, estabeleceram-
-se barreiras geográficas, que separaram indivíduos desse ancestral em duas populações 
menores, uma na América Central e outra na América do Sul. Essas populações ficaram 
isoladas entre si, impedindo cruzamentos entre elas (fluxo gênico). Após anos de isola-
mento reprodutivo, essas populações se especiaram, ou seja, acumularam características 
e ficaram tão diferentes que se tornaram espécies distintas. 
Acompanhe as ilustrações a seguir para entender a hipótese da história evolutiva dos 
macacos bugios.
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Machos de bugio 
(Alouatta sp.) 
vocalizando. Seus 
rugidos podem ser 
ouvidos a até 5 
quilômetros de distância. 
Fotografia tirada na 
Argentina em 2012.
890 Ensino Fundamental
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Então, a hipótese está “correta”?
A hipótese atualmente aceita é a de que a cordilheira dos Andes funcionou como 
uma barreira geográfica, isolando populações de macacos bugios que, com o tempo, 
diferenciaram-se e formaram novas espécies. Os estudos sugerem que essa hipótese não 
está errada. Mas ela está correta?
Em Ciência, não podemos afirmar que uma hipótese é correta ou verdadeira. 
Entretanto, podemos afirmar que uma hipótese é errada ou falsa. Isso acontece por-
que, mesmo que as evidências encontradas sejam a favor de determinada hipótese, 
é possível que informações e estudos futuros mostrem novas evidências, invalidando 
a hipótese anterior. Entretanto, se evidências invalidam a hipótese, pode-se dizer 
que a hipótese é falsa. A Ciência admite que nunca há conhecimento suficiente para 
determinar que uma hipótese é 100% correta e considera que novos conhecimentos, 
produzidos por outros cientistas ao longo da história da humanidade, poderão inva-
lidar uma hipótese a qualquer momento.
1 Caso os bugios de lados diferentes da cordilheira dos Andes voltassem a se encontrar em razão de um evento geográfico, 
por exemplo, a abertura de uma passagem pela cordilheira em que houvesse o crescimento de uma mata tropical, como 
poderia ser confirmado se as populações são de espécies diferentes?
2 No caso dos bugios da América do Sul, como se relaciona o fluxo gênico e as mutações com a formação das espécies 
hoje existentes?
ATIVIDADE 2
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Você sabia?
Os bugios transmitem a febre amarela? 
Não. Nos últimos anos, tem ocorrido no Brasil um surto de febre amarela, principalmente na região 
Sudeste. Preocupadas, assustadas e sem as devidas informações, muitas pessoas passaram a agredir ma-
cacos, como saguis e bugios, acreditando que eles transmitem o vírus da febre amarela. 
Além de essas agressões serem completamente injustificadas (em qualquer situação, diga-se de passa-
gem), trata-se de um crime ambiental que coloca em risco a saúde da população de macacos. 
O bugio não é o transmissor do vírus da febre amarela; na realidade, ele é vítima do vírus e mui-
tas vezes morre por causa da doença. Em ambientes silvestres o vírus da febre amarela fica inerte em 
mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Quando esses mosquitos infectados com o vírus picam 
humanos ou macacos, o vírus é transmitido e a doença se manifesta. Se um mosquito que não carrega 
o vírus picar um humano ou macaco que está doente, o mosquito passa a carregar o vírus e o transmite 
nas próximas vezes que picar. 
Portanto, quando aparecem macacos mortos, pode ser por causa da febre amarela. Feito esse diag-
nóstico, em caso positivo, a morte desses animais serve de alerta para a população de que o vírus da 
febre amarela está circulando naquela região. O melhor a se fazer é tomar a vacina contra o vírus da 
febre amarela para se prevenir da doença. Dessa forma, também estaremos impedindo que o vírus seja 
transmitido no ambiente urbano, por meio da picada do Aedes aegypti contaminado.
O ciclo de transmissão silvestre da febreamarela tem os mosquitos dos gêneros Haemagogus
e Sabethes como agentes transmissores para os macacos e eventualmente para o ser humano. 
O ciclo de transmissão urbano, por sua vez, tem o Aedes aegypti como agente transmissor 
para o ser humano. (Elementos fora de proporção entre si. Cores fantasia.)
Haemagogus e 
Sabethes
Ser humano
Aedes aegypti
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Em meados de 2005, uma nova espécie de aranha do gênero Ericaella
foi descrita pelos pesquisadores brasileiros Alexandre B. Bonaldo, Antônio 
D. Brescovit e Cristina A. Rheims do Instituto Butantan (São Paulo) e Mu-
seu Emílio Goeldi (Pará). O nome atribuído foi E. florezi, em homenagem 
ao aracnólogo colombiano Eduardo Florez. Ela é a quarta espécie descrita 
nesse gênero e foi encontrada também na Colômbia. Além dela, outras três 
espécies do mesmo gênero – E. longipes, E. samiria e E. kaxinawa – também 
foram encontradas na América do Sul. Após estudos filogenéticos (análise 
das relações evolutivas entre grupos de seres vivos), os pesquisadores che-
garam à conclusão de que, possivelmente, as três espécies compartilharam 
um único ancestral comum no passado.
Fotografia da aranha Ericaella 
florezi, de tamanho total de 
aproximadamente 5 mm.
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Espécies de aranha. (A) Papa-mosca (Família Salticidae), cerca de 1,5 cm 
de comprimento; (B) Caranguejeira (Família Theraphosidae), cerca de 
20 cm de comprimento; (C) Aranha-marrom (gênero Loxosceles), cerca 
de 3 cm de comprimento e (D) Armadeira (Phoneutria nigriventer), 
cerca de 4 cm de comprimento.
O CASO DAS ARANHAS, TAMBÉM SEPARADAS PELOS ANDES 
Aranhas apresentam ampla distribuição dentro dos diferentes biomas da Terra. Existem 
hoje cerca de 42 000 espécies descritas, mas, segundo alguns pesquisadores, esse número 
não traduz a real diversidade do grupo. Acredita-se que muitas espécies ainda não foram 
descritas e classificadas, ou seja, o número total de espécies é provavelmente muito maior.
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1 Observando a árvore filogenética para as quatro espécies de aranha do gênero Ericaella (acima), responda:
a) Quantos eventos de especiação são evidenciados na árvore filogenética? Como estão representados?
b) Baseado na árvore filogenética e na legenda, qual nó deveria representar o soerguimento da cordilheira dos Andes, o 
nó 1, o 2 ou o 3? Justifique.
c) Considerando que o soerguimento da cordilheira dos Andes ocorreu entre 23 e 10 milhões de anos atrás, há quanto 
tempo, no máximo, deve existir a espécie Ericaella florezi? Justifique.
2 (Fameca-SP) O Canal do Panamá é um dos maiores feitos da engenharia moderna. Com 
82 quilômetros de extensão, ele corta o Istmo do Panamá na América Central e liga o Ocea-
no Pacífico ao Oceano Atlântico, facilitando o comércio marítimo internacional. O canal tem 
largura de 90 metros no Estreito de Culebra e de 350 metros no Lago de Gatún, e conta com 
três grupos de eclusas.
Istmo do P
ATIVIDADE 3
A hipótese é que o ancestral dessas aranhas tinha ampla dis-
tribuição territorial na América do Sul, mas após o surgimento 
de uma barreira geográfica – a cordilheira dos Andes – essa 
população foi fragmentada e separada em populações menores.
Ericaella samiria
Ericaella kaxinawa
Ericaella longipes
Ericaella florezi
3
1
2
Istmo: estreita faixa de 
terra que liga duas áreas 
de terra maiores.
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94 Ensino Fundamental
Árvore filogenética para quatro espécies de aranha do gênero 
Ericaella na América do Sul. Ambas as espécies do nó 2 
ocorrem a oeste da cordilheira dos Andes e ambas as 
espécies do nó 3 ocorrem a leste dessa cordilheira. 
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1 A figura a seguir mostra a distribuição de duas espécies de um molusco gastrópode marinho do gênero Cypraea, 
conhecidos comumente como búzios. Em A, vemos o registro fóssil da distribuição geográfica de um ancestral 
dessas duas espécies. Em B, vemos a distribuição atual dessas duas espécies.
BA
Como o surgimento do istmo que liga a América do Sul à América do Norte, conhecido hoje como América Cen-
tral, contribuiu para a formação das espécies C. cervinetta e C. zebra?
EM CASA
O Canal do Panamá infl uencia os mecanismos de evolução biológica na região uma vez que favorece:
a) o aumento da variabilidade genética nas populações.
b) a redução do fluxo gênico nos ambientes aquáticos.
c) a seleção artificial de espécies melhor adaptadas.
d) o surgimento de novas espécies por especiação alopátrica.
e) o aumento de mutações pontuais nas populações.
Distribuição geográfica de gastrópode do gênero Cypraea em dois momentos no 
tempo. (A) Distribuição da espécie ancestral antes da formação da América Central. (B) 
Distribuição atual das e spécies Cypraea cervinetta e Cypraea zebra. Em verde estão 
representados os continentes e, em vermelho, a distribuição das espécies.
Cypraea zebra
Cypraea cervinetta
Espécie ancestral
Antes do fechamento do istmo do Panamá
Na atualidade
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RUMO AO ENSINO MÉDIO
1 Observe o cladograma a seguir sobre a evolução de um determinado grupo de animais com quatro espécies (I, II, III e IV). 
I II
III IV
É CORRETO afi rmar: 
a) A espécie representada pelo ramo III tem ancestral diferente das demais espécies. 
b) O evento de especiação que originou II, III e IV é mais recente do que o que deu origem à espécie I. 
2 Que tipo de especiação é mostrado na figura abaixo? Explique como ela ocorre.
Tempo
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Rio
3 (Unicamp-SP) 
A biodiversidade brasileira, no que diz respeito a aranhas, pode ser ainda maior do que suspeitavam 
os cientistas. É o que apontam as últimas descobertas de uma equipe de pesquisadores brasileiros. 
Entre janeiro e julho de 2005, o grupo identificou nove espécies novas de aranha, a maioria da região 
amazônica. Os pesquisadores também compararam geneticamente a espécie Ericaella florezi com 
outras do mesmo gênero e sugeriram que a especiação pode ter se iniciado com o aparecimento da 
Cordilheira dos Andes, há cerca de 12 milhões de anos. 
(Adaptado de “Brasileiros acham nove espécies de aranha em 2005”, Folha de S. Paulo, 22/08/2005).
a) Por que o surgimento da Cordilheira dos Andes teria iniciado o processo de especiação?
b) Que processos posteriores devem ter ocorrido para que essas aranhas se tornassem espécies distintas?
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Ensino Fundamental
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c) A espécie IV é a última que sofreu especiação entre todas as espécies do grupo. 
d) O cladograma é composto por três nós, e somente a partir de um deles é que se desenvolvem ramos distintos. 
e) Os grupos representados pelos ramos I e II são grupos-irmãos, isto é, que compartilham o mesmo ancestral 
comum recente. 
2 (FPS-PE) A especiação é um dos processos que origina espécies e pode ocorrer por alterações bruscas, como modi-
ficações climáticas ou eventos geológicos, que podem impedir a permanência dos indivíduos da população inicial, 
separando essa população em duas ou mais. Acerca da especiação, é correto afirmar que: 
a) quando as barreiras ecológicas impedem o cruzamento entre os indivíduos das populações, não há formação 
de nova espécie. 
b) quando as diferenças desenvolvidas proporcionarem o isolamento reprodutivo entre os indivíduos das popula-ções, não haverá formação de nova espécie. 
c) as modificações climáticas causadas pelas diferentes estações do ano favorecem o surgimento de novas 
espécies. 
d) a especiação é o nome dado ao processo de surgimento de novas espécies a partir de espécies de famílias 
diferentes. 
e) quando as diferenças desenvolvidas não forem suficientes para impedir o cruzamento entre os indivíduos das 
populações, não haverá formação de nova espécie. 
3 (SLMandic-SP) Considere a seguinte árvore filogenética hipotética arrolando a espécie humana e espécies viventes 
de macacos do velho mundo e dos grandes macacos:
macacos do velho mundo (ex: babuíno)
gibão
gorila
chimpanzé
bonobo
homem
orangotango
A interpretação dessa árvore fi logenética permite afi rmar que
a) chimpanzés e bonobos são ancestrais do homem.
b) macacos do velho mundo e gibões não são relacionados.
c) o grupo que se diversificou mais recentemente é o humano.
d) chimpanzés e humanos são mais relacionados do que gorilas e chimpanzés.
e) o orangotango é o macaco antropoide que tem o maior parentesco com o homem.macaco antropoide que t
Macaco antropoide: 
são os primatas 
sem rabo. Nesse 
grupo estão: gibão, 
orangotango, 
gorila, ser humano, 
chimpanzé e bonobo.
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A SELEÇÃO NATURAL EM AÇÃO16
Já vimos que os seres vivos passam pelo processo de seleção natural. Um pássaro, 
quando caça insetos, larvas ou minhocas, come aqueles que consegue ver e capturar mais 
facilmente. Aqueles animais que não são capturados (por serem capazes de se esconder 
melhor, por exemplo) sobrevivem e podem se reproduzir. Os animais que escaparam 
ou que não foram vistos pelos pássaros foram naturalmente selecionados e, ao deixarem 
descendentes, puderam perpetuar as características que os fizeram sobreviver. Conforme 
veremos a seguir, temos vários desses exemplos na natureza. 
Vamos estudar neste Módulo um caso clássico: o melanismo industrial em mariposas, 
na Inglaterra. Também faremos uma simulação desse modo de ocorrência da seleção 
natural. Será que a mariposa mais bem camuflada realmente é a menos predada em uma 
simulação? Como chegamos à conclusão de que uma mariposa é a mais bem camuflada 
e o que ela precisa ter para isso?
O CASO DAS MARIPOSAS DE MANCHESTER 
Um caso clássico, conhecido como melanismo industrial, vem sendo usado há décadas 
como um exemplo prático do processo de seleção natural. A Revolução Industrial na 
Inglaterra iniciou no século XVIII e ocorreu com grande intensidade no século seguinte, 
modificando o ambiente das cidades e cercanias. Na cidade de Manchester e em outras 
cidades industrializadas da Inglaterra, a fuligem lançada pelas chaminés das indústrias 
contribuiu para o escurecimento dos troncos das árvores, tanto pela deposição da fuligem 
quanto pela morte dos liquens que viviam ali e davam cores mais claras a esses troncos. 
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Observe como as asas da 
mariposa (Biston betularia) 
são parecidas com o tronco da 
árvore, permitindo a camuflagem. 
O indivíduo adulto pode atingir 
6 cm de comprimento.
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Nesse cenário, mariposas da espécie Biston betularia utilizavam esses troncos durante 
o dia como local de repouso. Assim, estavam expostas à predação por aves. Existem duas 
formas dessa espécie de mariposa, a clara e a escura, ou melânica. Antes da Revolução 
Industrial, a forma mais clara era mais frequente, mas, com o aumento das atividades 
industriais, a forma melânica passou a ser mais comum. Assim, a forma clara passou a ser 
cada vez menos observada, de modo a totalizar apenas 5% da população de mariposas, 
em 1898, em Manchester.
A explicação para isso seria a maior facilidade de a forma clara da mariposa, quando 
pousada sobre troncos escuros, ser predada por pássaros. Nessa situação, a forma me-
lânica apresentava vantagens sobre a forma clara por se camuflar melhor nos troncos 
fuliginosos e foi selecionada naturalmente.
No entanto, com a melhoria da qualidade ambiental na região, no século XX, houve 
menor quantidade de fuligem sendo liberada pelas indústrias e as árvores em Manchester 
ficaram cada vez menos cobertas por fuligem, e com os troncos mais claros, novamente 
recobertos por liquens. Nessas condições, era de se esperar que as formas claras da ma-
riposa voltassem a predominar, por estarem mais bem camufladas no ambiente e, assim, 
serem menos predadas. No entanto, alguns estudos populacionais não confirmavam essa 
previsão, pois predominava ainda a forma melânica. A seleção natural para explicar o 
melanismo industrial começou a ser posta em xeque.
Gravura retratando 
a cidade industrial 
de Manchester 
em meados do 
século XIX.
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Mariposas (Biston betularia) 
nas formas clara e escura 
em um tronco de árvore 
com fuligem. O nível de 
camuflagem varia de acordo 
com a superfície na qual estiver 
pousada, se clara ou escura. 
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Formas clara (A) e 
melânica (B) da mariposa 
Biston betularia.
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Esse dilema começou a ter um novo capítulo a partir dos estudos do biólogo britâ-
nico Michael Majerus (1954-2009). Ele soltou no ambiente 4 864 exemplares das duas 
formas da mariposa (clara e melânica) e observou sua predação na natureza, contando 
a quantidade de cada uma das formas ao longo do tempo. Mas, em razão de sua morte, 
o estudo não chegou ao final, e apenas em 2012 o pesquisador britânico Lawrence M. 
Cook e colaboradores publicaram os dados finais de Majerus mostrando que a frequência 
das mariposas claras aumentou significativamente na era pós-industrial. Dessa forma, 
puderam interpretar que as mariposas claras estavam sendo selecionadas positivamente 
em detrimento da forma escura, mais predada por aves nessas novas condições. 
Estudos posteriores utilizando-se de dados genéticos corroboraram ainda mais essa 
hipótese. Foram identificados os genes responsáveis pela forma melânica, que são do 
tipo transpósons ou genes saltadores. Também foram capazes de prever que esses genes 
começaram a se manifestar na forma melânica por volta de 1819, período que coincide 
com o avanço da Revolução Industrial e o registro da forma melânica na natureza. Quais 
novas descobertas os próximos capítulos dessa história nos reservam?
transpósons genes saltadores
Transpóson ou gene 
saltador: segmento de 
DNA que pode se mover 
no cromossomo, alterando 
sua posição dentro de um 
genoma, o que influencia na 
expressão de outros genes.
1 Caso as populações de aves predadoras diminuíssem drasticamente, após 2012, por alguma doença específica, o 
que deveria acontecer com a proporção dessas formas de mariposas claras e escuras na população da floresta? 
Justifique.
2 (Unifor-CE) Em coleções animais feitas na Inglaterra no século XVII, a mariposa sarapintada Biston betularia era sempre 
de uma coloração clara com algumas pintas escuras. Uma segunda forma da mariposa com muitas pintas escuras (me-
lânica) foi então registrada e aumentou muito em frequência até constituir em mais de 90% a população de mariposas 
em áreas poluídas na metade do século XX. Em áreas não poluídas, a forma clara (sarapintada) permaneceu comum. 
Leis de purificação do ar foram criadas na metade do século XX, e a frequência da forma melânica diminuiu nas áreas 
originalmente poluídas. 
A mariposa sarapintada ilustra um exemplo clássico de: 
a) herança genética. 
b) especiação. 
c) seleção natural. 
d) irradiação. 
e) convergência. 
ATIVIDADE 1
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Jogo das mariposasVocê vai preparar uma réplica de tronco de árvore e de mariposas com diferentes padrões de coloração. Depois, 
vai escolher a mariposa que melhor se camufl e nele. 
Preparação dos troncos de árvore e das mariposas
Material
• Anexos 1-A, 1-B e 1-C (no fi nal deste Caderno)
• Tesoura com pontas arredondadas
• Cola branca
• Fita adesiva dupla face
Procedimento 1 – Preparação do tronco de árvore (mosaico)
a. Recorte a figura do Anexo 1A – tronco.
b. No Anexo 1B – padrões (liquens e camuflagens), faça pequenos recortes de formas variadas nas partes bege, 
verde e marrom, com no máximo 3 cm cada um. Eles representarão liquens no tronco de árvore. 
c. Ainda no Anexo 1B, recorte pequenas formas como fez para os liquens, porém essas serão usadas na monta-
gem das mariposas. Reserve-as.
d. Cole as formas recortadas (liquens) na folha que representa o tronco, formando um padrão do tipo mosaico 
(veja o modelo abaixo).
e. Distribua os recortes verdes o mais uniformemente possível no tronco. Concentre os recortes beges no meio 
do tronco (área II) e coloque alguns poucos no topo (área I). Com isso, simulamos uma área do tronco com 
muitos liquens. Na parte inferior do tronco (área III), cole alguns recortes marrons; isso simulará a porção menos 
ocupada por liquens. Ao final, você deve obter uma coloração geral mais escura na área I, intermediária na II e 
mais clara na III (veja o modelo abaixo).
f. No verso da folha que representa o tronco, faça marcações leves a lápis, dividindo-a em nove quadrantes 
(3 linhas e 3 colunas), que devem ser identificados por A-I, A-II, A-III, B-I, B-II, B-III, C-I, C-II e C-III (veja o modelo 
abaixo). Identifique sua folha com seu número de classe.
A
I
II
III
B C
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Procedimento 2 – Preparação das mariposas de papel
Destaque a página com o Anexo 1C – mariposas e recorte os moldes da mariposa como mostrado na fi gura abaixo. 
Você deve obter dez mariposas (da cor bege).
Corte Corte
Mariposa
Teste dos padrões de camuflagem
a. Separe uma mariposa e cole, em apenas uma de suas asas, alguns dos recortes verdes e marrons que foram 
reservados durante a montagem do tronco da árvore, como na figura A. 
A
b. Repita esse procedimento para confeccionar mais duas mariposas, criando padrões de coloração distintos.
c. Teste agora os padrões de coloração das três mariposas no seu tronco de árvore. Escolha aquela que se camufla 
melhor nas três áreas (I, II e III). 
d. Faça mais duas mariposas idênticas à escolhida.
e. Complete a outra asa de cada mariposa com o mesmo padrão da asa já testado, de modo que as asas fiquem 
simétricas (figura B abaixo). Não misture padrões diferentes (figura C).
B C
Preparação para o jogo
O objetivo do jogo é demonstrar qual mariposa se camufl ou melhor no tronco de árvore.
Coloque cada uma das três mariposas em uma das linhas (I, II e III) do tronco, em A, B ou C, na direção que você 
desejar.
Com um pedaço de fi ta adesiva dupla face, cole uma mariposa dentro dos limites de cada divisão (veja um exem-
plo no modelo da próxima página). Não deixe que seus colegas percebam quais posições você escolheu.
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Escreva nas costas do tronco (que chamaremos de mosaico) um número de identificação, que será determinado 
pelo professor e utilizado mais tarde na preparação de uma tabela.
A
I
II
III
B C
Hora do jogo
Você e seus colegas imaginarão que são aves famintas à procura de insetos nos troncos das árvores de uma fl oresta. 
Todas as mariposas que forem vistas por vocês serão predadas. Aquelas que melhor desenvolverem a capacidade 
de se camufl ar no ambiente sobreviverão e poderão produzir descendentes parecidas com elas. 
O professor mostrará todos os troncos (mosaicos), um a um, para a classe. Um aluno será o assistente. 
É importante que você e seus colegas estejam mais ou menos à mesma distância do tronco. 
Sobre cada um dos troncos haverá três mariposas com um determinado padrão de coloração. Você julgará qual 
das mariposas se camufl ou melhor.
Vejamos as etapas do jogo:
a. Todos os alunos devem fechar os olhos e só devem abri-los quando o professor pedir.
b. O professor cobrirá parcialmente o mosaico, deixando visível apenas a linha III. Ele, então, pedirá a todos que 
abram os olhos e tentem localizar a mariposa naquela linha (se está na área A, na B ou na C da linha).
A
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II
III
B C
Cobrir
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c. Em seguida, o professor cobrirá todo o mosaico.
d. O aluno designado como assistente do professor pedirá aos colegas que levantem as mãos se acham que a 
mariposa está na posição A. Ele anota no quadro quantos levantaram a mão. O mesmo procedimento será feito 
para os que acham que a mariposa está na área B e na C. Só levante a mão para a situação onde achar que 
está a mariposa.
e. O profes sor então revelará em qual posição a mariposa estava. Copie na tabela (Registrando os resultados) os 
dados anotados pelo assistente no quadro (a posição que a mariposa estava e o número de pessoas que iden-
tificaram a mariposa na posição correta).
f. O professor repetirá esse procedimento, mostrando a linha III de todos os mosaicos. Quando terminar, fará a 
mesma coisa com a linha II e finalmente com a linha I.
g. Após preencher toda a tabela, faça a soma do número de vezes em que cada mariposa foi identificada 
corretamente.
Registrando os resultados
Seguindo as orientações do professor, preencha a tabela a seguir com a posição (A, B ou C) de cada mariposa 
no tronco (mosaico), o número de vezes que elas foram vistas e o total de vezes que elas foram corretamente 
identifi cadas.
Número de identificação
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Linha do 
tronco 
(mosaico)
III * **
II
I
Total de vezes 
em que foram 
identificadas 
corretamente
* Posição de cada mariposa na área.
* * Número de pessoas que identificaram a mariposa corretamente na área em que estava.
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1 O gráfico a seguir mostra os resultados obtidos por Michael Majerus e analisados por Lawrence M. Cook e colabo-
radores em 2012 sobre a taxa de sobrevivência de mariposas de formas clara e melânica em Madingley, Inglaterra. 
Analise-o para responder às perguntas que se seguem.
2001 2002 2003 2004 2005 2006
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m
 d
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b
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ê
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ci
a
 (
%
)
Ano
2007
a) Em que ano a taxa de sobrevivência das mariposas claras foi maior? E menor?
b) Em que ano a taxa de mortalidade das mariposas melânicas foi maior? E menor?
c) O que se pode concluir a respeito da predação das aves no ano de 2004 para as duas formas da mariposa?
d) A taxa de sobrevivência da mariposa melânica foi bem diferente no ano de 2006, em relação a anos anteriores 
e posteriores. Crie uma hipótese para explicar esse dado.
2 Com base nas simulações feitas em classe, responda: se as mariposas tivessem apenas duas cores em vez de três, 
seria mais fácil ou mais difícil criar um padrão colorido que favorecesse a camuflagem nas três linhas (I, II e III) do 
mosaico? Justifique sua resposta.
EM CASA
Gráfico da taxa de 
sobrevivência de mariposas 
em relação à predação por 
aves entre 2002 e 2007 
em Madingley, Inglaterra. 
A linha pontilhada azul 
representa a porcentagem 
de sobrevivência das 
mariposas da forma 
clara e a linha contínua 
vermelha a porcentagem de 
sobrevivência das mariposas 
da forma melânica.
Observe na tabela que você completou na Atividade experimental o total de vezes que as mariposas foram vistas em 
cada mosaico. Qual foi o padrão mais visível e qual o de melhor camufl agem? Descreva esses dois padrões de coloração 
das mariposas.
ATIVIDADE 2
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RUMO AO ENSINO MÉDIO
1 (Uninove-SP) A figura ilustra como o processo evolutivo atua ao exer-
cer um papel essencial na frequência de características mais adapta-
das à sobrevivência dos indivíduos de uma população.
Tal processo está associado diretamente:
a) à seleção natural.
b) à especiação alopátrica.
c) à teoria sintética da evolução.
d) à lei do uso e desuso.
e) ao isolamento reprodutivo.
2 Assinale a alternativa que, segundo a teoria de Darwin, explica o que aconteceu com as mariposas durante o jogo. 
a) As mariposas desenvolveram a capacidade de se camuflar no ambiente por terem de se camuflar melhor nos 
troncos com liquens e poderão produzir mais descendentes que herdarão essa camuflagem. 
b) As mariposas desenvolveram a capacidade de se camuflar no ambiente por terem de se camuflar melhor nos 
troncos com liquens, isto é, foram selecionadas naturalmente pelos predadores (ambiente) e poderão produzir 
mais descendentes parecidos com elas. 
c) As mariposas que melhor apresentaram a capacidade de se camuflar no ambiente sobreviveram, isto é, foram se-
lecionadas naturalmente pelos predadores (ambiente) e poderão produzir mais descendentes parecidos com elas. 
d) As mariposas que melhor desenvolveram a capacidade de se camuflar no ambiente sobreviveram e poderão 
produzir mais descendentes que herdarão essa camuflagem, transmitida pelos caracteres adquiridos. 
e) As mariposas que melhor desenvolveram a capacidade de se camuflar no ambiente sobreviveram, pois de tanto 
pousarem sobre os liquens acabaram, com o passar do tempo, desenvolvendo tal camuflagem, característica 
essa transmitida aos seus descendentes. 
3 O chamado melanismo industrial é um fenômeno que foi observado em algumas regiões industriais e poluídas da 
Inglaterra, onde as mariposas mais escuras da espécie Biston betularia se tornavam mais abundantes do que as ma-
riposas mais claras. Em geral, em florestas de outras regiões, a predominância nessa espécie é a de mariposas mais 
claras. Esse aumento de mariposas mais escuras e diminuição das mais claras nas regiões industrializadas pode ser 
explicado porque:
a) as mariposas mais escuras, por terem tal cor, se acostumavam melhor à poluição e por isso sobreviveram mais 
que as mariposas mais claras, bem mais suscetíveis aos efeitos da poluição.
b) as mariposas mais claras ficavam mais evidentes nos troncos escurecidos das árvores pela poluição e por isso 
eram mais predadas que as mariposas mais escuras nesses mesmos troncos.
c) as mariposas mais claras, para se adaptarem ao ambiente agora mais escuro, se modificaram e se tornaram mais 
escuras, diminuindo assim em número e passando essa característica para os seus descendentes.
d) as mariposas mais claras eram mais saborosas ao gosto de seus predadores, os pássaros, do que as mariposas 
mais escuras, que tinham asas mais resistentes e difíceis de serem comidas.
e) as mariposas mais escuras são em maior número, pois a poluição escureceu as suas asas e, ao mesmo tempo, 
matou mais mariposas mais claras que eram suscetíveis aos seus efeitos.
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ANEXO 1A – TRONCO
A
I
II
III
B C
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ANEXO 1B – PADRÕES (LIQUENS E CAMUFLAGENS)
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ANEXO 1C – MARIPOSAS
Dobrar
Cortar
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A força do leão está presente na coleção de Ensino Fundamental do Sistema Anglo de Ensino.
O desenvolvimento de competências e habilidades imprescindíveis para o aluno em sua vida 
pessoal e profissional é o principal objetivo do material.
Em espírito colaborativo, a nova edição traz mudanças construídas a partir das sugestões de 
professores, pais e alunos da rede.
Há mais propostas interdisciplinares, testes de múltipla escolha e novas seções: recursos que 
enriquecem a aula e mantêm o interesse do jovem.
Por isso, desejamos valiosos momentos com a coleção. Bons estudos!
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