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Exame Clínico – Abdômen Regiões do Abdômen: 1. Hipocôndrio direito 2. Epigastro 3. Hipocôndrio esquerdo 4. Flanco direito 5. Mesogastro 6. Flanco esquerdo 7. Fossa ilíaca direita 8. Hipogastro 9. Fossa ilíaca esquerda -Relação Irrigação x Região: · Tronco celíaco: irriga fígado, estômago, duodeno proximal, pâncreas e baço · Artéria mesentérica superior: duodeno distal, jejuno, íleo, apêndice e ceco · Artéria mesentérica inferior: transverso até o reto Inspeção: paciente em decúbito dorsal, com as mãos estendidas ao longo do corpo, o examinador posiciona-se à direita -Quanto a forma: Figura 1 - Abdome plano Figura 2- abdome escavado Figura 3 - abdome distendido (hepatopata) Figura 4 - abdome globoso/protuberante - obesidade Figura 5 - Abdome avental - Obesidade Figura 6 - Abdome de batráquio – ascite -Cicatriz umbilical: · Normalmente plana ou discretamente retraída · Abaulada = hernia umbilical ou gravidez -Cicatrizes abdominais: · Flanco direito = colecistectomia · Flanco esquerdo = colectomia · Fossa ilíaca direita = apendicectomia, herniorrafia · Fossa ilíaca esquerda = herniorrafia · Hipogástrio: histerectomia · Linha média = laparotomia · Região lombar = nefrectomia · Linha vertebral = laminectomia -Movimentos abdominais: · Movimentos respiratórios · Pulsações · Movimentos peristálticos visíveis -Abaulamentos e depressões torácicas -Pele e subcutâneo: · Sinal de Cullen (equimose periumbilical) Pancreatite · Sinal de Grey-Turner (equimose em flancos) · Circulação colateral e cicatrizes ”Cabeça de Medusa” derivada de hipertensão portal -Manobras de esforço – Valsalva (hérnias, diástase) = sopro da mão, forçando a parede abdominal OBS.: Diástase de reto abdominal comum em obesos Ausculta: Importante realizar antes da palpação e percussão. -Fisiológico: presença de RHA (ruídos hidroaéreos) devido a movimentação de líquidos e gases no TGI · RHA aumentados – borborigmos (diarreia, obstrução intestinal) · RHA diminuídos/ausentes – íleo paralítico -Pode ser auscultado sopros diastólicos ou sistodiastólico no abdome -Importante realizar a ausculta abdominal por no mínimo 2 min, sendo necessário auscultar todas as áreas da região Percussão: -Timpanismo: ar em vísceras ocas – estômago e espaço de Traube -Hipertimpanismo: ↑ na quantidade de ar nas vísceras – meteorismo, pneumoperitôneo e obstrução intestinal -Submaciço: ↓ quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal -Maciço: ausência de ar, órgãos maciços (fígado, baço), útero gravídico, presença de líquidos (cistos, ascite), tumores -Sinal de Jobert: timpanismo no lugar da macicez hepática (pneumoperitôneo) -A percussão é fundamental na pesquisa de Ascite (Sinal da macicez móvel = ascite de pequeno volume primeiro se percute a região Mesogastro, com o paciente em decúbito dorsal; em seguida, o paciente se coloca em decúbito lateral, o líquido se transfere para a lateral -Sinal do Piparote – o paciente forma uma “barreira” cutânea com uma das mãos pousada sobre a cicatriz umbilical verticalmente, enquanto examinador provoca estímulos vibratórios de um lado e espera NÃO sentir a vibração do outro lado, resultando num estado fisiológico (Piparote negativo); se houver vibração, Piparote positivo, há indicação de Ascite de grande volume -Sinal de Torres-Homem: dor à percussão na região do flanco direito, feita com a ponta dos dedos indicador e médio, reunidas patologias hepáticas, biliares e abcessos -No fígado, a percussão é de grande importância para a hepatimetria, resultando normalmente em 4-8 cm da linha média esternal e 6-12 cm da linha hemiclavicular -Espaço de Traube: rebordo costal, linha axilar anterior esquerda e 6º EIC (ocupação = esplenomegalia ou adenocarcinoma gástrico) -Sinal de Giordano – litíase renal e pielonefrite Palpação: -Dividida em superficial, profunda, palpação de fígado, baço e demais órgãos -Palpação superficial, avalia-se: · Sensibilidade (pontos dolorosos) · Resistência da parede · Continuidade da parede abdominal (diástase, hérnias) · Pulsações (palpar trajeto artéria aorta abdominal) · Reflexo cutâneo-abdominal -Pontos dolorosos: · Ponto cístico (hipocôndrio direito) – avaliação da vesícula biliar, palpando a região hepática e solicitando que o paciente respire; se houver dor, a respiração será interrompida e reclama da palpação dolorosa Sinal de Murphy · Ponto apendicular/Ponto de McBurney (2 terços laterais de uma linha imaginária que passa pela linha umbilical) – avaliação de apendicite aguda, quando comprimida lentamente e descomprimida rapidamente, é desencadeada uma dor Sinal de Blumberg OBS.: SINAL DE ROVSING: dor na fossa ilíaca direita à palpação da fossa ilíaca esquerda (deslocamento de gases para o apêndice) · Ponto esplênico: localiza-se abaixo da reborda costal esquerda, no início do seu terço externo -Técnica do Rechaço: tensionando a pele sobre o líquido (ascite) até chegar na estrutura a qual se quer examinar -Palpação profunda: possui como objetivo a avaliação de órgãos contidos na cavidade abdominal, massas e tumorações -Deve-se avaliar: · Localização · Forma e volume · Sensibilidade · Consistência · Mobilidade · Pulsatilidade A) Fígado: (normal até 3cm do RCD) Manobra de Lemos Torres: o examinador à direita do paciente, olha do para o mesmo, apoia a mão esquerda na loja renal direita empurrando o fígado para cima para facilitar a palpação com a mão esquerda Manobra de Matthieu: ainda à direita do paciente, o examinador voltado para os pés do paciente agora, com as mãos na forma de garra Normal: borda macia, lisa e regular B) Baço: Posição de Schuster: decúbito lateral direito, perna direita esticada e esquerda em 90º, mão esquerda na cabeça Palpação semelhante à do fígado (não possui epônimo no baço) Esplenomegalia: · Grau 1: baço palpável apenas sob o rebordo costal · Grau 2: baço palpável entre o rebordo costal e uma linha transversal a cicatriz umbilical · Grau 3: baço palpável abaixo da cicatriz umbilical Fisiologicamente, não palpável C) Vesícula biliar: Normalmente, não palpável Sinal de Murphy Regra de Courvoisier: vesícula palpável em pacientes ictéricos sugerem neoplasia pancreática maligna (geralmente, cabeça do pâncreas) OBS.: Sinais para apendicite (5) · Blumberg – descompressão brusca do ponto de McBurney · Psoas – distensão do M. psoas, com o paciente em decúbito lateral esquerdo, “puxando” a perna direita para trás · Obturador – distensão do iliopsoas, mas realizando o movimento do m obturador · Rovsing – movimento de círculos com o punho, empurrando o ar da alça descendente para a alça ascendente, aumentando a pressão no ceco · Lapinsky – dor à compressão do ponto de McBurney com a perna direita elevada Exame Físico Normal: -Inspeção: plano, sem abaulamentos, sem retrações, sem cicatrizes, sem peristaltismo visível, sem circulação colateral. -Ausculta: RHA normoativos, sem sopros. -Percussão: som timpânico ou submaciço, sem sinais de ascite (piparote, skoda e macicez móvel). -Palpação superficial: parede normotensa, sem massas palpáveis, normotérmica. -Palpação profunda: sem massas anormais, indolor, sem visceromegalias, descompressão brusca negativa. -Fígado: hepatimetria (do 5 o ou 6 o EICD, linha hemiclavicular direita até 3cm do rebordo costal), palpação, borda lisa e firme, sinal de Murphy negativo. -Baço: não percutível, não palpável. -Rins: não palpáveis, punho percussão negativa.
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