Buscar

Semiologia do Abdômen

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

Semiologia do Abdômen 
O abdome compreende a região delimitada superiormente, 
pelo apêndice xifoide e pelas arcadas costais até a coluna 
vertebral e, inferiormente, pela crista pubiana, pregas 
inguinais, crista ilíaca e base do sacro. 
 
 
 
Divisões do Abdômen 
 
- Em quadrantes 
Traça-se uma linha vertical sob a cicatriz umbilical dividindo 
o abdômen em hemiabdomen esquerdo e hemiabdomen 
direito. 
Traça-se uma linha horizontal sob a cicatriz umbilical 
dividindo o abdômen em andar superior e andar inferior do 
abdômen. 
Utilizando-se ambas as linhas o abdômen ficam dividido em 
quatro quadrantes, sendo eles superior esquerdo e superior 
direito, e inferiores esquerdo e direito. 
 
 
- Em regiões 
É uma divisão que utiliza linhas e divide o abdômen em 9 partes, cada qual abrange 
determinadas estruturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Hipocôndrio Direito: fígado, vesícula 
biliar, rim direito e ângulo hepático 
cólon. 
 Epigástrio: estômago, fígado, piloro e 
cárdia, cólon transverso, aorta e plexo 
celíaco. 
 Hipocôndrio Esquerdo: baço, 
pâncreas, rim esquerdo e ângulo 
esplênico do cólon. 
 Flanco Direito: cólon ascendente e 1/3 
inferior do rim direito. 
 Mesogástrio: intestino delgado, 
grande epíplon, cólon transverso, 
pelves renais e ureteres, gânglios 
mesentéricos, aorta abdominal e cava 
inferior. 
 Flanco Esquerdo: cólon descendente e 
1/3 inferior do rim esquerdo. 
 Fossa Ilíaca Direita: apêndice, ceco, 
íleo terminal e psoas direito. 
 Hipogástrio: bexiga, útero, intestino 
delgado e cólon sigmoide. 
 Fossa Ilíaca Esquerda: cólon sigmoide 
e psoas esquerdo. 
 
Exame Clínico 
A partir do exame físico minucioso e história clínica do paciente, é possível estabelecer suspeitas 
diagnósticas de acordo com a região acometida. O principal sintoma nas doenças do peritônio é 
a dor. O exame físico do abdome deve ser compreender inspeção, ausculta, percussão e 
palpação, nessa ordem. 
Diferentemente do sistema cardiovascular e respiratório, a ausculta deve ser o primeiro 
elemento a ser avaliado após a inspeção. A explicação é que a palpação ou percussão do abdome 
pode alterar os movimentos peristálticos. 
 
- Inspeção 
 Durante a inspeção observa-se a superfície cutânea, forma e volume do abdômen. 
 Deve-se atentar a cicatrizes operatórias, distribuição dos pelos pubianos, cicatriz 
umbilical e circulação colateral. 
 Peristaltismo patológico (o movimento peristáltico só é observado na inspeção em 
casos patológicos). 
- Tipos de abdômen 
 Atípico: não apresenta patologias, caracteriza-se como abdômen normal. 
 Escavado: encontrados em 
pacientes magros 
 
 
 
 Globoso: aumento de forma 
uniforme (anteroposterior > 
transversal) podem ser causados 
por gravidez avançada, ascite, 
distensão gasosa, obesidade, 
pneumoperitônio, obstrução 
intestinal, grandes tumores 
policísticos do ovário e 
hepatoesplenomegalia volumosa. 
 
 
 
 Betráquio: predomínio do diâmetro 
transversal sobre o 
anteroposterior, consequência da 
pressão exercida pelo líquido sobre 
as paredes laterais do abdome. É 
aracterístico de abdômen ascístico. 
 Avental: ocorre quando o acúmulo de 
gordura do paciente é grande e o 
abdômen cai sobre as coxas como um 
avental. Observado em pacientes que 
realizam cirurgia bariátrica ou que 
perdem muito peso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pendular: estando o paciente de pé, 
as vísceras pressionam a parte 
inferior da parede abdominal, 
produzindo neste local uma 
protrusão, não estando 
necessariamente associada à 
obesidade. Ocorre em pessoas 
emaciadas cuja parede abdominal 
tenha perdido sua firmeza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Cicatrizes 
 Flanco direito: Kocher – resultado de colecistectomia (topografia de acesso ao fígado 
ou vesícula biliar). 
 Flanco esquerdo: colectomia (retirada total ou parcial do cólon) 
 Fossa ilíaca direita: McBurney – apendicectomia. 
 Fossa ilíaca esquerda: herniorrafia 
 Hipogástrico: histerectomia (linha média). Pfannenstiel (cesariana). 
 Linha média: laparotomia (investigação de todo o abdômen). 
 
 
 
- Cicatriz Umbilical 
 Apresenta forma plana ou levemente retraída. 
 Indica uma hérnia ou o acúmulo de líquido nesta região. 
 Na gravidez também observa- se aplanamento ou mesmo protrusão da cicatriz 
umbilical. 
 Infecções do umbigo (onfalites), frequentes em crianças, podem acompanhar- se de 
secreção serosa ou seropurulenta. 
 
 
- Sinais 
 Sinal de Cullen: equimose periumbilical, 
resultante de hemorragia retroperitoneal. 
Aparece em casos de pancreatite aguda e 
gravidez ectópica. 
 Sinal de Gray-Turner: equimose nos 
flancos. Surge em casos de pancreatite 
necro-hemorrágica e indica grave 
comprometimento da víscera. 
- Veias Superficiais 
 
O padrão venoso da parede abdominal 
geralmente é pouco perceptível. Quando as 
veias tornam -se visíveis pode caracterizar 
circulação colateral. 
 
- Abaulamentos 
Indicam presença de massas abdominais, 
podendo ser neoplasias ou hérnia 
abdominal. 
 
 
- Retrações (depressões) 
Indicam bridas pós-cirurgicas ou caquexia. 
- Circulação Colateral 
Pode ser visível em caso de obstrução do 
sistema venoso porta (cabeça de medusa) 
ou veia cava. 
- Movimentos Peristálticos 
Geralmente não são perceptíveis, mas 
podem ser visíveis em indivíduos muito 
magros. 
 
- Ausculta 
Deve ser realizada por quadrantes (1 min por quadrante) de forma superficial para a análise dos 
ruídos hidroaéreos (RHA), ou seja, os sons normais realizados pelo TGI caracterizados por 
estalidos e gorgolejos. 
Para a avaliação do fluxo aórtico deve-se aprofundar o esteto ao longo do trajeto da aorta. 
Na ausculta deve-se analisar: 
 Presença de RHA: em casos de 
diarreia ou obstrução intestinal 
(peristaltismo de luta) os ruídos 
ficam mais altos devido a ação do 
peristaltismo. 
 Íleo Paralítico: silêncio abdominal. 
 Sopros: sugerem aneurismas e 
compressões arteriais. 
O tempo entre os ruídos pode classificar o 
peristaltismo: 
 De 5 a 35 segundos deve ter 1 
ruído. 
 > 35 segundos - hipoativo 
 Se tem mais de 1 ruído nesse 
tempo - hiperativo 
 
 
 
 
 
- Percussão 
É a técnica digito-digital em que o médico coloca a uma mão sobre o abdômen e percute com o 
dedo indicador. A percussão permite identificar a presença de ar livre, líquidos e massas intra-
abdominais. Sons do abdômen: 
 Som Timpânico: indica a presença de ar dentro de 
alguma víscera oca. Em condições normais é percebida 
em quase todo o abdômen, sobretudo no fundo do 
estômago (espaço de Traube). 
 Hipertimpanismo: quando há aumento a quantidade de 
ar, assim como ocorre na gastrectasia, meteorismo, 
obstrução intestinal e vólvulo. 
 Submacicez: menor quantidade de ar ou superposição 
de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal origina um som submaciço (limite 
superior do fígado). 
 Macicez: a ausência de ar origina um som maciço, como pode ser observado nas áreas 
de projeção do fígado, baço e útero gravídico. Ascite (macicez móvel), tumores e cristos 
contendo liquido originam som maciço. 
Existem manobras para diagnosticar pacientes com suspeita de ascite (acumulo de liquido na 
cavidade peritoneal). 
 Macicez móvel: ocorre em casos de ascite de médio volume. Quando o paciente está 
em decúbito dorsal o líquido acumula-se na região lateral do abdome, revelando 
timpanismo na região anterior, quando o paciente posiciona-se em decúbito lateral, o 
líquido desloca-se para o mesmo lado, onde fica maciço e a região acima fica timpânica. 
 Semi-círculo de Skoda: com o paciente em decúbito dorsal percute-se a regiçao 
periumbilical do meio para as extremidades. Em casos de ascite, observa-se alteração 
do timpanismo. 
 
 
 
 
 
 
- Anomalias: 
 
 A obtenção de som timpânico no hipocôndrio direito indica pneumoperitônio ou 
interposição do cólon entre a parede abdominal e o fígado. 
 Macicez circunscrita está presente em áreasde projeção de “massas” de natureza 
inflamatória ou neoplásica. 
 Distensão abdominal por gases se expressa por som timpânico mais nítido em todo o 
abdome. 
 
- Palpação 
A palpação deve ser realizada com o médico ao lado direito do paciente, mãos aquecidas 
(fricção) e deve iniciar nos locais onde o paciente não se queixa de dor e, depois, nas áreas 
doloridas. 
- Palpação Superficial: usada para avaliar sensibilidade, integridade anatômica e grau de 
distensão da parede abdominal. Deve ser feita com uma mão a 45o ou com duas mãos 
sobrepostas. 
 Ponto Epigástrico: sensível em casos de úlcera péptica. 
 Ponto Cístico: situa-se no ângulo formado pelo rebordo costal direito com a borda 
externa do músculo reto abdominal, na interseção da linha hemi clavicular com o 
rebordo costal direito. Deve ser palpado em busca do Sinal de Murphy que pode estar 
presente na colecistite aguda. 
 
 
O paciente deve inspirar fundo durante 
a palpação do hipocôndrio direito. 
 
 
 Ponto de McBurney: união do terço externo com dois terços internos da linha que une 
a espinha ilíaca ântero-superior à cicatriz umbilical. Dor nessa região sugere apendicite 
aguda. O Sinal de Blumberg , dor a descompressão, pode ser pesquisado na palpação 
profunda. 
 
- Palpação Profunda: é a palpação dos órgãos abdominais em busca de visceromegalias e 
tumerações. 
 Palpação do fígado: o método mais utilizado na prática é o de Lemos Torres, em que o 
examinador com a mão esquerda na região lombar direita do paciente tenta evidenciar 
o fígado para frente e com a mão direita espalmada sobre a parede anterior, tenta 
palpar a borda hepática anterior durante a inspiração profunda. (Sinal de Murphy - 
deve ser avaliado a borda hepática, se tem borda fina ou romba; regularidade da 
superfície, sensibilidade, consistência, presença de nodulações). 
 Palpação do baço: normalmente não é palpável, exceto quando atinge duas ou três 
vezes seu tamanho normal. Para palpá-lo, o examinador posiciona-se à direita do 
paciente e com a mão direita em garra tenta sentir o polo esplênico inferior durante a 
inspiração profunda próximo ao rebordo costal esquerdo. 
• Posição de Shuster: Consiste no decúbito lateral direito, estando o paciente 
com a perna direita estendida e a coxa esquerda fletida sobre o abdome em 
um ângulo de 90°; ademais, o ombro esquerdo é elevado, colocando-se o braço 
correspondente sobre a cabeça. 
 
 
 
- Outros Sinais do Exame Abdominal 
• Sinal de Giordano: punho-percussão das lojas renais. Se o paciente sentir dor, é positivo 
e pode indicar pielonefrite aguda. 
• Sinal de Jobert: percussão do hipocôndrio direito com detecção de timpanismo. É 
indicativo de pneumoperitôneo (ar na cavidade abdominal). 
• Sinal de Corvoisier-Terrier: vesícula biliar palpável. Pode ser indicativo de neoplasia. 
 
 
 
 
O que se espera em um exame abdominal normal? 
Abdômen: plano, sem lesões de pele, cicatrizes, circulação colateral, retrações ou 
abaulamentos. 
Peristalse não identificável à inspeção. Ruídos hidroaéreos presentes nos quatros quadrantes 
(+/IV). 
Ausência de timpanismo difuso e macicez em flancos. Traube livre. Fígado e baço não 
palpáveis. 
Abdome indolor à palpação profunda e superficial.

Outros materiais