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Metodologia da Pesquisa Científica 3

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Metodologia
da pesquisa 
científica
E-book 3
Bruna Borba
Neste E-book:
Introdução ���������������������������������������������������� 3
Objetivo da pesquisa �������������������������������� 5
Pesquisa exploratória �������������������������������������������� 6
Pesquisa descritiva ������������������������������������������������ 7
Pesquisa explicativa ���������������������������������������������� 8
Pesquisa experimental ����������������������������������������10
Natureza da pesquisa ������������������������������������������11
Modalidades de pesquisa ������������������������������������18
Considerações finais�������������������������������36
Síntese ���������������������������������������������������������38
Objetivo, natureza e 
modalidades de pesquisa
2
E-book 
3
INTRODUÇÃO
Olá, estudante� Nos módulos 1 e 2 foram apresenta-
das as concepções de ciência, Metodologia Científica 
e as etapas iniciais do processo de pesquisa� Agora, 
no Módulo 3, daremos continuidade à apresenta-
ção dessas etapas, pois elas possuem caracterís-
ticas que diferenciam os tipos de pesquisa que são 
realizadas�
Para começar, reflita: quando você quer conhecer 
mais sobre alguma coisa, seja um assunto, um lugar 
ou uma pessoa, como costuma buscar informações? 
Faz pesquisas na internet? Fala com pessoas que 
conhecem o assunto? Observa bastante antes de 
tirar conclusões? São muitos os caminhos possí-
veis para chegarmos à informação que buscamos� 
Na ciência esses caminhos foram desenvolvidos a 
partir de critérios específicos. Não podemos esque-
cer que, diferentemente de quando buscamos uma 
informação no dia a dia, no contexto de pesquisas 
essas buscas devem ser feitas de maneira organi-
zada, considerando-se a pertinência para o que es-
tamos pesquisando, além de não nos basearmos em 
achismos, mas buscarmos conteúdos qualificados.
Observar, ouvir, perguntar e refletir são atitudes im-
portantes no desenvolvimento de pesquisas� Mas, 
será que tudo que pretendemos compreender é pos-
sível através da observação? Existem informações 
que necessitam ser transmitidas por outra pessoa? 
3
O que os registros sobre determinado assunto nos 
revelam?
A depender da sua investigação, os caminhos para 
chegar às informações são diferentes e, muitas 
vezes, é preciso traçar mais de um caminho� Além 
disso, todo esse caminho deve ser registrado, afinal 
como vamos lembrar tudo que encontramos nesse 
trajeto? Para que possamos relatar nossos métodos 
de investigação, precisamos guardar essas infor-
mações� Isso será parte importante para que, caso 
uma pessoa leia nosso estudo, possa compreender 
como o realizamos; é importante também para a 
comunicação com a comunidade científica e para 
a fidedignidade da pesquisa.
Neste módulo você poderá diferenciar as pesquisas 
que buscam explorar, descrever ou explicar algum 
fenômeno; pesquisas que são desenvolvidas indo 
ao encontro da realidade que se pretende estudar, 
ou seja, o campo; pesquisas que mergulham em 
documentos, imagens e arquivos, como jornais, e 
pesquisas que quantificam as informações encon-
tradas para produzir conhecimento�
Vamos começar!
4
OBJETIVO DA 
PESQUISA
No Módulo 2 vimos que toda pesquisa deve ter 
um objetivo referente ao seu recorte temático e/ou 
teórico-metodológico, e este deve ser explicitado 
pelo pesquisador, apontando detalhadamente o que 
pretende realizar e como isso contribui com o cam-
po em questão� Contudo, para além do objetivo do 
pesquisador ao realizar aquele determinado estudo, 
a pesquisa pode ter uma característica específica 
em relação a como abordar o problema de pesquisa� 
Referente aos objetivos da pesquisa, destaca-se: 
pesquisa exploratória, descritiva, explicativa e ex-
perimental. O objetivo será uma forma de classificar 
a pesquisa�
Se cada pesquisa objetiva, de maneira geral e espe-
cífica, realizar alguma coisa, o problema de pesquisa 
pode ser abordado por meio de um caminho já dire-
cionado, que pretende chegar a determinado fim. De 
maneira geral, classifica-se esse fim como explorar, 
descrever ou explicar certo assunto, podendo fazer-
-se isso através da experimentação (ou não)� Vimos 
que existem outras possibilidades de objetivos que 
se especificam na proposta do pesquisador, porém 
esses quatro caminhos podem direcionar o que se 
pretende com o estudo�
5
Pesquisa exploratória
A pesquisa exploratória tem como objetivo eluci-
dar algo, ainda pouco conhecido, sobre o objeto de 
estudo. Explorar, nesse caso, significa clarear ou 
descortinar algo que precisa ser investigado sobre 
determinado fenômeno, familiarizando o pesquisa-
dor com o objeto de estudo, aumentando, assim, seu 
conhecimento sobre ele. Gil afirma que:
[...] as pesquisas exploratórias têm como 
principal finalidade desenvolver, esclarecer e 
modificar conceitos e ideias, tendo em vista 
a formulação de problemas mais precisos ou 
hipóteses pesquisáveis para estudos poste-
riores (GIL, 1999, p. 43).
Para tanto, é preciso caracterizar-se o problema 
e o que se pretende explorar sobre ele e sobre os 
aspectos que a ele se relacionam, proporcionando 
uma compreensão maior sobre o assunto estudado� 
A pesquisa exploratória não pretende comprovar 
hipóteses fechadas, mas ampliar o conhecimento 
sobre determinado assunto, ou mesmo contribuir 
para a formulação de hipóteses� No caso de já haver 
hipóteses, a exploração possui uma abertura para o 
que pode aparecer. Dessa forma, é um tipo de pes-
quisa que pode contar com fontes de informação 
variadas, como pesquisa bibliográfica e entrevistas, 
entre outros� Inclusive, pode ser uma fase de um 
processo de pesquisa� Para Severino (2010), a pes-
6
quisa exploratória visa fazer um mapeamento sobre 
determinado assunto para posteriormente ser expli-
cado� Seria uma etapa para a pesquisa explicativa�
Pesquisa descritiva
Como o próprio nome diz, este tipo de pesquisa ob-
jetiva descrever características de um determinado 
fenômeno, como e em quais condições ele acontece� 
Esta investigação minuciosa pode contribuir para o 
levantamento das diversas variáveis que podem ter 
relação com o fenômeno�
Não se confunda: descrever não é a mesma coisa 
que explicar� Por mais que a pesquisa descritiva pos-
sa contribuir com a explicação, o objetivo dela não é 
explicar como determinado fenômeno ocorre� Mas, 
como na pesquisa exploratória, a descrição pode 
ser uma etapa do processo� Para tanto, é possível 
utilizar-se técnicas variadas, como levantamen-
to de dados, experimentos, pesquisa bibliográfica 
e entrevista, ou mesmo realizá-la na modalidade 
estudo de caso� Técnicas padronizadas entre os 
pesquisadores também podem ser utilizadas (GIL, 
1999), por exemplo, para mensuração. Descrever 
pode ser um objetivo, ou etapa, presente nas pes-
quisas de diversos campos, seja ciências humanas, 
exatas ou biológicas� Apesar de ser esperado que o 
pesquisador avance no conhecimento sobre o fenô-
meno para além de sua descrição, essa é uma etapa 
7
importante para diversos estudos e pode contribuir 
com o estudo de outros pesquisadores�
Saiba mais:
A pesquisa de mercado utiliza recursos des-
critivos para sua realização� O vídeo Como fa-
zer pesquisa de mercado, desenvolvido pelo 
Sebrae, explica como realizar esse tipo de 
pesquisa, que pode contribuir com a valida-
ção de hipóteses e ideias, entre outras coi-
sas� Acesse: https://www�youtube�com/
watch?time_continue=69&v=nuiQ8dO2DCg
Pesquisa explicativa
Diferentemente de explorar um assunto ou descrevê-
-lo, a pesquisa explicativa pretende esmiuçar os 
aspectos que estão relacionados a determinado 
fenômeno, fazendo relações com a pretensão de 
compreendê-lo�
O aprofundamento neste tipo de pesquisa permite 
que os resultados indiquem as razões, ou porquês, 
para que determinado fenômeno ocorra, muitas 
vezes estabelecendo uma relação causal (causa e 
efeito)� Esse tipo de relação nem sempre é estabe-
lecido com superficialidade, como muito se pensa, 
sendo, segundo alguns autores, desafiador para o 
pesquisador chegar a umaconclusão que afirme que 
8
o efeito foi fruto de determinada causa. De acordo 
com Mattar, o pesquisador:
Inclusive, jamais chega a afirmar categori-
camente a relação de causalidade, mas sim 
em termos de probabilidade, com afirmações 
do tipo: “se ocorrer isto, provavelmente de-
verá ocorrer aquilo”. É a chamada causação 
probabilística (MATTAR, 2001, p. 31).
Para tanto, é preciso ter o controle das variáveis 
envolvidas, do tempo entre uma situação (causa) e 
outra (efeito) e a eliminação de possíveis fatores de 
interferência� Em pesquisas de cunho experimental, 
esse tipo de planejamento é viável�
Uma pesquisa explicativa pode ser precedida de 
descrição e exploração, por exemplo, etapas que 
podem contribuir para que a explicação seja mais 
bem elaborada�
9
Pesquisa experimental
As pesquisas experimentais são caracterizadas por 
realizarem, junto ao objeto de estudo, experimentos, 
manipulando e controlando a situação e as variáveis 
que se relacionam ao objeto� Realizadas, de modo 
geral, em ambientes propícios, como laboratórios, 
as pesquisas experimentais pretendem chegar a 
respostas objetivas e fidedignas. Assim, criam-se 
situações de controle onde o pesquisador pode 
manipular as variáveis e evitar que outras variáveis 
aleatórias interfiram no estudo (CERVO; BERVIAN; 
SILVA, 2007)�
No campo das ciências naturais este tipo de pesqui-
sa é realizado com maior frequência, pois objetiva 
perceber as relações funcionais existentes entre os 
fenômenos (SEVERINO, 2010)� Nas ciências huma-
nas, um exemplo são as pesquisas experimentais 
realizadas no contexto de laboratório, onde é feita 
a análise comportamental com ratos, por exemplo�
Neste tipo de pesquisa é comum, também, esta-
belecer-se dois grupos: o grupo experimental e o 
grupo controle� O objetivo dos grupos é proporcio-
nar uma comparação durante o experimento, assim 
um recebe alteração de variáveis e outros não� O 
grupo experimental é aquele submetido à altera-
ção ou inserção de variáveis, já o grupo controle é 
aquele que não recebe alterações, permitindo que 
seja feita uma comparação frente à experimentação� 
Por exemplo: pesquisas que pretendam avaliar a 
10
eficácia da germinação de uma dada semente po-
dem criar uma situação em que em um vaso sejam 
inseridos semente e adubo e, em outro, apenas se-
mente, submetendo as duas às mesmas condições 
de temperatura, exposição ao sol etc. Ao final, será 
possível medir se a variável adubo modificou algo 
no experimento� Falaremos sobre as características 
das variáveis nos tópicos seguintes�
Natureza da pesquisa
Pesquisa qualitativa e quantitativa são abordagens 
no fazer da pesquisa� São formas de se aproximar 
do fenômeno que será estudado� As pesquisas, 
de diferentes referências epistemológicas, podem 
adotar um desses tipos de abordagem, ou os dois 
(SEVERINO, 2010)� Elas reúnem um conjunto de ca-
racterísticas que dão um direcionamento ou cunho 
à pesquisa, apesar de abarcarem diversas possibi-
lidades de aplicações metodológicas�
A definição de abordagem ocorre desde o início da 
pesquisa, no tipo de pergunta que se constrói como 
problema de pesquisa� Há perguntas e perguntas: 
o que universitários no primeiro período de curso 
têm como expectativas profissionais? Qual é a por-
centagem de estudantes de uma universidade que 
realizam estágio no primeiro e no último período de 
um curso?
Esses exemplos buscam ilustrar a diferença na 
abordagem de uma pesquisa desde a forma como 
11
o problema é elaborado� Existem questões que não 
são mensuráveis; outras já o são� Existem outras 
questões que podem ser relacionadas com dados 
mensuráveis, mesmo não sendo dessa natureza�
As abordagens qualitativas e quantitativas não de-
vem ser colocadas em oposição uma à outra, como 
se houvesse maior qualidade em um formato ou 
outro� A pertinência da escolha dependerá da pes-
quisa que se pretende fazer�
Pesquisa qualitativa
Será que todas as perguntas que fazemos podem 
ser respondidas através de números e quantificação 
ou existem fenômenos que não são mensuráveis?
As pesquisas de abordagem qualitativa são carac-
terizadas por considerar o estudo de fenômenos de 
maneira não quantificável. Nesse tipo de pesquisa 
os elementos subjetivos são levados em conside-
ração, bem como a interpretação e os significados 
atribuídos pelo participante da pesquisa ao fenô-
meno estudado�
Diferentemente das pesquisas quantitativas, que 
trabalham com dados objetivos, as pesquisas de 
cunho qualitativo têm o ambiente natural, ou a reali-
dade onde os fenômenos ocorrem, como a principal 
fonte de dados� Pesquisas nesta abordagem não 
buscam respostas exatas para as perguntas feitas, 
mas possibilidades de significados que podem ser 
atribuídos, dando maior importância ao processo 
de pesquisa do que exclusivamente ao seu produto�
12
No campo das ciências humanas, as pesquisas 
qualitativas são interessantes, pois consideram o 
contato mais próximo do pesquisador com o objeto 
de estudo� O pesquisador, nesse contexto, interpreta 
as informações obtidas� Em pesquisas qualitativas 
é possível analisar a percepção de pessoas sobre 
determinado assunto, suas opiniões e representa-
ções, história de vida e práticas de um grupo, entre 
muitas outras coisas�
Se você estivesse conduzindo um estudo 
sobre o estresse provocado por trabalho 
noturno e adotasse o método quantitativo, 
seria útil coletar dados objetivos e numéri-
cos, tais como taxas de absenteísmo, níveis 
de produtividade etc. Todavia, caso adotasse 
um método qualitativo, você poderia coletar 
dados subjetivos sobre o estresse enfrenta-
do por trabalhadores noturnos em termos 
de percepções, saúde, problemas sociais e 
assim por diante (COLLIS; HUSSEY, 2005, 
p. 27).
As possibilidades de realização de pesquisas quali-
tativas são várias e a teoria tem um papel importante 
em cada etapa, pois fornecerá recursos para que as 
interpretações sejam feitas com aprofundamento 
e melhores argumentos, além de ser o mais impor-
tante recurso à generalização de resultados para 
pesquisas que não utilizam recursos estatísticos e 
probabilísticos�
13
Figura 1: Fonte: https://www.gapingvoid.com
Pesquisa quantitativa
Como o nome já diz, as pesquisas de abordagem 
quantitativa referem-se à quantificação das informa-
ções� Nesta modalidade de pesquisa, os dados cole-
tados são quantificáveis, trabalha-se com números, 
probabilidade e estatística. Diversas áreas realizam 
pesquisas quantitativas e não apenas aquelas do 
campo das ciências exatas�
Os artifícios quantitativos podem ser utilizados 
tanto na coleta de dados, para buscar, registrar e 
codificar as informações, como na posterior análi-
se, que apresentará essas informações já tratadas� 
Lembre-se que, tanto na pesquisa qualitativa quanto 
na quantitativa, o problema de pesquisa já indicará 
14
https://www.gapingvoid.com
uma (ou mais de uma) abordagem para a realização 
da pesquisa�
Reflita
Que tipo de perguntas direcionam a pesqui-
sa para a abordagem quantitativa? Pense em 
exemplos na sua área!
Cabe ressaltar-se que os recursos quantitativos 
são vários e complexos a depender da área em que 
a pesquisa é realizada, ou mesmo seu tema� Assim, 
se houver interesse, vale a pena procurar nas bi-
bliografias especializadas. Existem hoje diversos 
recursos tecnológicos, programas e softwares que 
auxiliam no tratamento e cruzamento dos dados 
estatísticos� Conhecê-los também é interessante 
para otimizar-se a realização do estudo, principal-
mente se envolverem dados diversos e em grande 
quantidade�
Pesquisa quali-quantitativa
As pesquisas quali-quantitativas são aquelas que 
utilizam as duas abordagens de investigação� 
Embora tenham diferenças entre si, os dois recur-
sos podem ser empregados no mesmo estudo� Uma 
pesquisa que faça uma tabulação numérica, por 
exemplo, mas busque relacioná-la com outros da-
dos coletados, como a percepção de uma pessoa 
sobre determinada vivência, pode abarcar as duas 
abordagens�
15
A depender dos objetivosda pesquisa, a abordagem 
quali-quantitativa pode ser enriquecedora para a 
análise, pois apresenta uma multiplicidade de re-
cursos para a compreensão sobre o problema de 
pesquisa� Contudo, essa relação deve ser feita com 
coerência e cuidado para que a pesquisa não vire 
um amontoado de dados sem relação entre si�
A tabela a seguir (Tabela 1) resume as característi-
cas dos tipos de abordagem em pesquisa:
16
Pesquisa quali-
tativa
Pesquisa 
quantitativa
Pesquisa quali-
-quantitativa
- Considera as-
pectos subjetivos, 
como significados 
e opiniões
- Os aspectos 
analisados não 
são mensuráveis
- A coleta de da-
dos pode ser feita 
na realidade onde 
o fenômeno ocor-
re, como principal 
fonte de dados
- Há menor con-
trole sobre as vari-
áveis relacionadas
- A generalização 
dos resultados é 
feita por meio de 
análise argumen-
tativa e teórica
- Considera 
aspectos 
objetivos
- Os aspectos 
analisados são 
mensuráveis
- A coleta de 
dados é feita 
através de re-
cursos quan-
tificáveis e 
classificatórios
- Há maior 
controle sobre 
as variáveis 
relacionadas
- A genera-
lização dos 
resultados é 
feita por meio 
de análise 
estatística
- Considera as-
pectos objetivos 
e subjetivos
- Analisam-se 
aspectos men-
suráveis e não 
mensuráveis
- A coleta de 
dados pode ser 
variada, com 
uso de diversas 
técnicas
- As informações 
obtidas de forma 
mista, a relação 
entre elas deve 
ser analisada
- A generalização 
dos resultados é 
feita por meio de 
análise argumen-
tativa, relacio-
nada à análise 
estatística
Tabela 1: Características dos tipos de abordagem em pesquisa. 
Fonte: elaborado pela autora.
A escolha de abordagem deve estar voltada ao pro-
blema de pesquisa e ao objeto de estudo� Assim, é 
necessário que o pesquisador delimite o que preten-
de estudar e qual caminho é o mais adequado para 
realizar seu estudo� As técnicas para a realização de 
17
pesquisas em ambos os casos são variadas, como 
estudaremos a seguir�
Modalidades de pesquisa
O termo modalidade foi aqui empregado para desig-
nar formas de se fazer pesquisa a partir do que se 
pretende investigar e da maneira como se realiza� 
Destaca-se: pesquisa de campo, pesquisa-ação, 
pesquisa intervenção, pesquisa participante, estudo 
de caso, etnografia, pesquisa bibliográfica e docu-
mental e pesquisa epidemiológica� Vale destacar-
-se que essas modalidades foram escolhidas por 
contemplarem possibilidades variadas na realização 
de pesquisas, bem como por serem bastante utili-
zadas em diversas áreas do conhecimento, contudo 
outras possibilidades podem existir em cada uma 
dessas áreas�
Fique atento
o uso do termo modalidade foi empregado para 
classificar as principais possibilidades de práti-
cas de pesquisa adotadas, que são direcionadas 
pela base epistemológica, técnica e teórica (SE-
VERINO, 2010). Em bibliografias sobre metodo-
logia, essa classificação pode aparecer com ou-
tro nome, como classificação quanto ao objeto 
de estudo�
18
Pesquisa de campo
As pesquisas de campo são aquelas realizadas no 
ambiente natural do objeto de estudo, ou seja, na 
realidade onde esse objeto se encontra e se desen-
volve� Ir a campo é ir ao encontro desse objeto, mas 
não em situações artificiais, e sim no seu contexto 
próprio�
A pesquisa de campo é interessante, pois pode pro-
porcionar ao pesquisador uma compreensão mais 
completa do fenômeno estudado, que será obser-
vado em seu ambiente natural, espontâneo� Assim, 
através dos dados coletados no campo de estudo, 
é possível fazer-se pesquisas descritivas ou mais 
analíticas (SEVERINO, 2010)�
Para tanto é preciso registrar as informações cole-
tadas� Sugere-se que um diário de campo acompa-
nhe o pesquisador, pois permite que o registro seja 
feito, reflexões e dúvidas sejam apontadas e pode 
compor posteriormente o olhar do pesquisador na 
elaboração da sua análise� Quando permitido pelos 
sujeitos que participam da pesquisa, registros como 
gravações de vídeo e áudio podem ser realizados� Os 
aspectos éticos desse tipo de registro serão abor-
dados no Módulo 4�
19
Figura 2: Pesquisa de campo é realizada no ambiente natural do 
objeto de estudo.Fonte: https://unsplash.com/photos/xxwRujAXctY
Podcast 1 
Pesquisa-ação
A pesquisa-ação é uma modalidade de pesquisa 
que pretende, além de analisar um determinado fe-
nômeno social, intervir sobre ele. Diferentemente de 
outros formatos de pesquisa, que buscam manter-
-se distantes ou neutros frente ao objeto de estudo, 
com o intuito de ter uma visão imparcial sobre ele, 
a pesquisa-ação nasce com outra proposta de in-
vestigação: a investigação teórica, e a ação sobre a 
situação em que se pretende intervir advém de uma 
demanda existente no contexto social sobre o qual 
a pesquisa se debruça�
20
https://famonline.instructure.com/files/70197/download?download_frd=1
Esta proposta foi desenvolvida inicialmente por Kurt 
Lewin (1890-1947), que apontava a importância dos 
pesquisadores que estudam os fenômenos sociais 
engajarem-se pessoalmente no processo de pes-
quisa, para desenvolvê-lo e intervir sobre ele, par-
ticipando do problema que se estuda (MELO; MAIA 
FILHO; CHAVES, 2016)� Para Lewin (1978, p� 216), 
pesquisa-ação é “um tipo de pesquisa de ação, 
uma pesquisa comparativa acerca das condições 
e resultados de diversas formas de ação social e 
pesquisa que leva à ação social”� A proposta dessa 
modalidade de pesquisa volta-se à resolução de uma 
questão social e ao empoderamento comunitário, 
que direcionará a análise teórica�
Reflita
Que ações poderiam ajudar na resolução ou 
transformação de uma demanda comunitária? 
Como a pesquisa pode contribuir com essas 
ações?
Na pesquisa realizada por Reigada e Reis (2004), por 
exemplo, pretendeu-se, junto a crianças de 06 a 11 
anos, contribuir com o desenvolvimento de ações 
de cuidado com o meio comunitário em que mora-
vam, em uma Cohab em Botucatu/SP. As crianças 
participaram do projeto, das tomadas de decisão e 
ações desenvolvidas e, através da pesquisa-ação, 
puderam construir conhecimentos sobre o territó-
rio onde vivem e seu papel no cuidado e melhoria 
desse espaço�
21
Figura 3: F o n t e : h t t p s : / / u n s p l a s h . c o m / p h o t o s /
AEaTUnvneikPesquisa
Alguns autores consideram que a pesquisa-ação 
é um tipo de pesquisa participante, mas nem 
toda pesquisa participante é uma pesquisa-ação 
(THIOLLENT, 1987 apud ROCHA; AGUIAR, 2003)� A 
diferença maior é que a pesquisa participante volta-
-se à relação pesquisador/pesquisado, ao papel do 
pesquisador na realização da pesquisa e a como as 
relações de confiança construídas contribuem para 
a apreensão das informações (THIOLLENT, 1987 
apud ROCHA; AGUIAR, 2003)�
O foco, nesse sentido, não está na ação social, mas 
na mudança de atitude entre pesquisador/pesqui-
sado, que passam a desenvolver um trabalho coo-
perativo, permanecendo o pesquisador um tempo 
estendido no campo, em interação constante com o 
pesquisado� O pesquisador não é mero observador, 
22
tampouco o pesquisado o objeto de estudo distante; 
há a participação de ambas as partes no processo 
de pesquisa, sendo a relação desenvolvida entre 
eles e/ou junto ao grupo, algo fundamental para o 
desenvolvimento do estudo�
Pesquisa-intervenção
Dentro do rol das pesquisas participativas, a pesqui-
sa-intervenção volta-se à intervenção socioanalítica 
na vida das coletividades (ROCHA; AGUIAR, 2003)� 
Assume-se, nesta modalidade, que a investigação 
constitui-se como um ato político, propondo uma 
articulação teórico-social dos conceitos, concep-
ções e:
[...] amplia as bases teórico-metodológicas 
das pesquisas participativas, enquanto 
proposta de atuação transformadora da re-
alidade sócio-política, já que propõe uma 
intervenção de ordem micropolítica na expe-
riência social (ROCHA; AGUIAR, 2003, p. 67).
Assim, compreende que a transformação é a base 
para a construção de conhecimento. De acordo com 
Paulon e Romagnoli (2010, p� 92):
Ao pesquisador que conceba a subjetividade 
à luz de um paradigmaético-estético, que se 
proponha a observar os efeitos dos proces-
sos de subjetivação de forma a singularizar 
as experiências humanas e não a generalizá-
23
-las, que tenha compromisso social e político 
com o que a realidade com a qual trabalha 
demanda de seu trabalho científico, não é 
dada outra perspectiva de investigação que 
não a pesquisa-intervenção.
A pesquisa-intervenção amplia as noções da pes-
quisa participante e diferencia-se da pesquisa-ação 
na medida em que aponta para o ato político do 
pesquisador com maior ênfase, considerando as 
contradições nos processos de pesquisa e a possibi-
lidade de transformar e criar algo novo, alterando, ao 
mesmo tempo, pesquisador e o campo de pesquisa 
nesse processo�
Estudo de caso
O estudo de caso tem como foco a compreensão e 
o aprofundamento de um caso específico, conside-
rando aspectos privados, particulares e a história 
de vida daquele que participa da pesquisa� Por essa 
razão, é importante ter em vista o sigilo do pesqui-
sador frente às informações coletadas (falaremos 
mais sobre ética em pesquisa no Módulo 4)�
De acordo com Severino (2010, p. 121), o estudo de 
caso é uma:
Pesquisa que se concentra no estudo de um 
caso particular, considerado representativo 
de um conjunto de casos análogos, por ele 
significativamente representativo. A coleta 
24
de dados e sua análise se dão da mesma for-
ma que nas pesquisas de campo, em geral.
Para alguns autores, o estudo pode ser feito com 
casos múltiplos, ou mesmo com um grupo ou insti-
tuição como o caso a se analisar� A coleta de dados e 
o registro de informações no estudo de caso devem 
ser detalhados e rigorosos, bem como a análise feita, 
para que possa ser uma referência e pautar uma 
possível generalização para situações semelhantes 
(SEVERINO, 2010)� Outros autores apontam que, no 
estudo de caso, o objetivo é explorar, descrever e 
explicar o evento, podendo utilizar-se técnicas qua-
litativas e/ou quantitativas para isso� É uma moda-
lidade de pesquisa utilizada nas ciências humanas, 
sociais e nas áreas da saúde�
Etnografia
O estudo etnográfico, ou etnografia, tem sua origem 
na antropologia e é uma modalidade que, por ter 
caráter descritivo e detalhado, de imersão em um 
campo de estudo específico, contribui com a pro-
dução de pesquisadores de diferentes campos� É 
uma modalidade de pesquisa de campo que utiliza 
observação participante por um longo período, o que 
permite ao pesquisador compreender as formas de 
organização de um determinado grupo ou cultura, 
seus valores, meios de interação e produção� Ela 
tem por objetivo:
a) documentar o não documentado;
25
b) obter, como produto do trabalho analítico, sempre 
uma descrição;
c) permanecer longamente no campo;
d) interpretar e integrar conhecimentos locais à 
elaboração da descrição;
e) construir conhecimentos, descrever realidades 
particulares buscando relações relevantes às in-
quietações teóricas mais gerais (ROCKWELL, 1991 
apud SOUZA; SATO, 2001, p� 33)�
Assim, a etnografia é uma possibilidade interessante 
para pesquisadores que tenham como foco os es-
tudos sociais, contribuindo com o campo teórico 
onde se insere�
Figura 4:  A sol aberto, Hector Carybé.
26
Reflita
Muitas das obras do pintor argentino naturaliza-
do brasileiro Hector Carybé ilustram a realidade 
baiana, seus costumes, estilo de vida e formas 
de produção� Com base nesses cenários, como 
você acredita que seria feita uma pesquisa 
etnográfica?
Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica é realizada a partir do le-
vantamento da literatura e das referências teóricas 
publicadas, tanto em formato impresso como eletrô-
nico. Os livros e artigos científicos são bibliografias 
e são essenciais para a realização de toda pesquisa� 
Para tanto, é preciso acessar as pesquisas produ-
zidas anteriormente, que serão a base para essa 
modalidade de pesquisa�
Como vimos no Módulo 2, a revisão de literatura é 
parte fundamental do processo de pesquisa e pode, 
inclusive, ser uma pesquisa completa�
Pesquisa documental
A compreensão do que é um documento é ampla, 
pois ultrapassa o texto impresso� Hoje, considera-se 
documento o material que não recebeu tratamen-
to analítico ainda (SEVERINO, 2010), de natureza 
variada. Dentre os documentos englobam-se fo-
tos, notícias de jornal, vídeos, filmes, documentos 
oficiais, tabelas estatísticas, pintura etc. A depen-
27
der do problema de pesquisa e objetivo, a pesquisa 
documental é uma modalidade rica de estudo com 
o(s) documento(s) selecionado(s)�
[...] Ele é, evidentemente, insubstituível em 
qualquer reconstituição referente a um pas-
sado relativamente distante, pois não é raro 
que ele represente a quase totalidade dos 
vestígios da atividade humana em determi-
nadas épocas. Além disso, muito frequente-
mente, ele permanece como o único teste-
munho de atividades particulares ocorridas 
num passado recente (CELLARD, 2008, p. 
295).
Ao mesmo tempo em que o documento configura-se 
como uma fonte tradicional de informação, utilizada 
há bastante tempo nas diversas áreas, ele tem um 
caráter inovador, na medida em que a concepção do 
que seja um documento é ampla e diversa e con-
templa naturezas variadas�
Pesquisa epidemiológica
A epidemiologia é compreendida tanto como ciência 
quanto como método� Como ciência, a epidemiologia 
estuda os fatores relacionados à propagação de 
doenças – epidemias –, a frequência e modo como 
ocorre, além de sua evolução numa determinada 
população; como método, volta-se ao desenvolvi-
mento de estratégias para investigação e aplicação 
aos estudos nos campos da saúde (FRANCO, 1995)�
28
Dentro dessa gama de estudos existem os de cará-
ter experimental ou quase-experimental, realizados 
com maior controle, ou mesmo os ensaios clínicos; 
existem, também, os estudos observacionais, com 
menor controle, voltados à doença e sua exposição� 
Para tanto, é possível realizar estudos de caso, uti-
lizar grupos experimentais e controle, relações de 
causa e efeito, além da relação com o campo clínico� 
Os recursos quantitativos são bastante utilizados�
As pesquisas epidemiológicas contribuem signifi-
cativamente com o conhecimento sobre a saúde da 
população e podem ser base para o desenvolvimento 
de estratégias para tratar doenças, suas causas e 
evolução�
Para resumir o que vimos até o momento:
Modalidade de pesquisa Características
Pesquisa de campo Pesquisas realizadas no 
ambiente natural do objeto de 
estudo, ou seja, na realidade 
onde esse objeto se encontra 
e se desenvolve� Ir a campo é 
ir ao encontro desse objeto, 
no seu contexto próprio� 
Pesquisa-ação Objetiva realizar investigação 
teórica e ação sobre a situa-
ção que se pretende intervir, a 
partir de uma demanda exis-
tente no contexto social sobre 
o qual a pesquisa se debruça�
29
Pesquisa- participante O pesquisador interage com o 
pesquisado ao longo de todo 
o processo de pesquisa� Há 
a participação de ambas as 
partes no processo de pes-
quisa, sendo a relação desen-
volvida entre eles, e/ou junto 
ao grupo, algo fundamental 
para o desenvolvimento do 
estudo�
Pesquisa- intervenção Volta-se à intervenção socio-
analítica da vida das coletivi-
dades, apontando para o ato 
político do pesquisador com 
maior ênfase, que considera 
as contradições nos proces-
sos de pesquisa e a possi-
bilidade de transformar e 
criar algo novo, alterando, ao 
mesmo tempo, pesquisador 
e o campo de pesquisa nesse 
processo�
Estudo de caso Tem como foco a compreen-
são e o aprofundamento de 
um caso específico (ou múlti-
plos casos), considerando as-
pectos privados e particulares 
e a história de vida daquele 
que participa da pesquisa�
Etnografia Utiliza observação partici-
pante por um longo período, 
o que permite ao pesquisador 
compreender e descrever as 
formas de organização de um 
determinado grupo ou cultura, 
seus valores, meios de intera-
ção e produção�
30
Pesquisa bibliográfica Levanta e analisa referen-
cias teóricas e pesquisas já 
publicadas�
Pesquisadocumental Seleciona documentos de 
natureza variada, ainda não 
tratados e analisados, para 
realizar a pesquisa, tais como 
jornais, imagens e documen-
tos legais�
Pesquisa epidemiológica Estuda a evolução das doen-
ças em uma determinada po-
pulação, através de pesquisas 
experimentais e clínicas�
Tabela 2: Modalidades de pesquisa. Fonte: elaborada pela autora.
Você sabia que essas duas modalidades de pes-
quisa já foram utilizadas juntas? Ouça o podcast 
para saber mais!
Podcast 2 
31
https://famonline.instructure.com/files/70198/download?download_frd=1https://famonline.instructure.com/files/70198/download?download_frd=1
Aspectos quantitativos nas modalidades 
de pesquisa
Como apontado anteriormente, o método estatís-
tico é aquele empregado nas pesquisas de cunho 
quantitativo e caracteriza uma forma específica de 
coleta e análise de informações�
No planejamento deste tipo de pesquisa é preciso 
ter em vista quais variáveis serão investigadas� As 
variáveis são valores referentes a elementos de uma 
determinada população� Existem variáveis quali-
tativas e quantitativas� Como o nome indica, es-
ses valores podem variar e, no caso das pesquisas 
quantitativas, podem ser medidos e mensurados�
a) As variáveis discretas são aquelas referentes a 
valores inteiros e contáveis, como o número de livros 
de uma biblioteca, a quantidade de irmãos de uma 
pessoa e o número de ingressos vendidos�
b) As variáveis contínuas referem-se a valores em 
uma escala contínua, que envolve números fracio-
nados, na maioria das vezes, medido por meio de 
instrumentos, por exemplo, o peso, altura, velocidade 
ou tempo�
A seguir, analisemos outra classificação das variá-
veis, bastante utilizada em pesquisas experimentais:
32
a) As variáveis dependentes são aquelas que de-
pendem de outros valores de medidas�
b) As variáveis independentes são aquelas que 
não dependem de nenhum outro valor de medida 
variável�
Por exemplo: em uma pesquisa que busque compa-
rar os batimentos cardíacos entre homens e mulhe-
res, os batimentos seriam as variáveis dependentes 
e o sexo as variáveis independentes, ou mesmo ou-
tras, como idade�
Em pesquisas de abordagem estatística também é 
possível generalizar-se os resultados obtidos quan-
do trabalhada a amostra de uma determinada po-
pulação� A população é um conjunto de elementos 
(pessoas, eventos etc�) que possui características 
comuns, seria o universo que se pretende estudar 
estatisticamente. Dentro desse universo, a amostra 
é o subconjunto que representa essa população, se-
lecionada a partir de critérios determinados� Assim, 
estima-se que, ao obter-se um resultado em relação 
à amostra, ela represente a população a que se re-
fere� As pesquisas eleitorais de intenção de votos, 
por exemplo, são realizadas considerando-se uma 
amostragem que representa a população, realizadas 
através dos métodos estatísticos e considerando a 
margem de erro�
Veja o esquema a seguir:
33
Amostra
População
Figura 5: – Relação população e amostra. Fonte: elaborado pela 
autora.
34
Algumas dúvidas que aparecem...
Pesquisa participante, 
pesquisa-ação, pes-
quisa e intervenção e 
etnografia são tipos de 
pesquisa de campo?
SIM, todas elas vão ao encontro 
da realidade que se pretende 
estudar
Toda pesquisa de cam-
po é necessariamente 
uma dessas citadas?
NÃO, o pesquisador pode ir a 
campo, mas não ter nenhuma 
dessas ações como objetivo 
central da pesquisa
As variáveis em uma 
pesquisa podem 
ser qualitativas e 
quantitativas?
SIM, em pesquisas que utilizam 
as duas abordagens é possível 
considerá-las, mas a natureza 
dessas variáveis poderá ser 
diferente�
Tabela 3: Dúvidas sobre modalidades de pesquisa. Fonte: elaborada 
pela autora.
35
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
No Módulo 3 pudemos dar continuidade ao conteúdo 
iniciado no Módulo 2, referente às etapas do pro-
cesso de pesquisa� Vimos que a pesquisa pode ser 
classificada quanto ao seu objetivo, seja ele explorar, 
descrever, explicar ou propor uma experimentação 
em determinado estudo, sendo que mais de um ob-
jetivo pode ser inserido em uma mesma pesquisa�
A classificação quanto à natureza do estudo foi di-
vidida entre qualitativa, quantitativa e quali-quan-
titativa, abordagens adotadas no curso do estudo� 
Dentre as modalidades de pesquisa, diferenciamos 
o que é pesquisa de campo, pesquisa-ação, pesqui-
sa-participante, pesquisa-intervenção, estudo de 
caso, etnografia, pesquisa bibliográfica e pesquisa 
documental, todas essas modalidades configuram-
-se como possibilidades de estudo dos diferentes 
fenômenos, havendo menor ou maior proximidade do 
pesquisador com o campo sobre o qual se debruça�
As abordagens quantitativas foram apresentadas 
brevemente, apontando para a definição de variáveis 
e as formas de generalizar os resultados por meio 
de recursos estatísticos�
Considera-se que todas essas possibilidades es-
truturam a pesquisa e defini-la é um passo impor-
36
tante para as decisões tomadas no decorrer da 
investigação�
No Módulo 4 falaremos sobre as etapas finais do 
processo de pesquisa, a coleta de dados por meio de 
fontes de informação, os processos de tratamento e 
análise dos dados e os aspectos éticos relacionados 
à construção do estudo�
37
Síntese
Modalidade de pesquisa
• Pesquisa de campo
• Pesquisa-ação
• Pesquisa- participante
• Pesquisa- intervenção
• Estudo de caso
• Etnografia
• Pesquisa bibliográfica
• Pesquisa documental
• Pesquisa epidemiológica
Natureza da pesquisa
Qualitativa: Considera aspectos 
subjetivos do fenômeno estudado, 
como significados e opiniões.
Quantitativa: Pesquisa feita
através da quantificação das
informações, através de recursos 
estatísticos e probabilísticos
mensuráveis.
Quali-quantitativa: Considera os 
aspectos objetivos e subjetivos do 
fenômeno estudado, analisam-se 
aspectos mensuráveis e não
mensuráveis.
E-book 3
METODOLOGIA DE PESQUISA
CIENTÍFICA
Classificação das
pesquisas
Classificação das pesquisas:
• Exploratória
• Explicativa
• Descritiva
• Experimental
Referência 
Bibliograficas 
& Consultadas
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