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Metodologia Científica

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METODOLOGIA CIENTÍFICA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Ana Paula Weinfurter Lima Coimbra de Oliveira 
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CONVERSA INICIAL 
Olá! Bem-vindo, hoje abordaremos as informações fundamentais para a 
compreensão de como se realiza uma pesquisa científica. Os conhecimentos 
conseguidos serão fundamentais para a compreensão da importância da 
pesquisa, dos tipos de pesquisa existentes e do processo de elaboração de um 
trabalho científico. 
Nesta aula abordaremos os seguintes temas: 
 Pesquisa científica; 
 Evolução da pesquisa no Brasil; 
 Classificação dos tipos de pesquisa; 
 Pesquisa qualitativa; 
 Pesquisa quantitativa. 
 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
A Metodologia Científica tem papel central na formação de estudantes em 
diferentes áreas do conhecimento, uma vez que se presta a despertar nos 
acadêmicos o interesse na busca por conhecimento e por respostas a seus 
questionamentos científicos. 
 A palavra metodologia significa estudo do método. A palavra método tem 
origem grega (methodos) e significa caminho, enquanto logia vem do grego 
logos, que tem relação com discurso, estudo ou teoria. Dessa forma, a 
metodologia seria o estudo do caminho a ser seguido para determinada 
finalidade ou fim. 
 Os recursos científicos a serem utilizados em pesquisas nas diferentes 
áreas do conhecimento são os mais diversos, dependendo das características 
dos assuntos pesquisados. Ou seja, uma pesquisa elaborada para a colocação 
de um novo medicamento no mercado será conduzida de forma bastante 
diferente que uma pesquisa antropológica sobre o comportamento humano. No 
entanto, apesar de suas diferenças, é necessário seguir uma padronização na 
construção do texto, escolha do método e apresentação de resultados e 
conclusões. 
 
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TEMA 1 – PESQUISA CIENTÍFICA 
Antes de falarmos de pesquisa, é necessário, primeiramente, entender o 
que é ciência. Sabe-se que, ao privilegiar o uso da razão no lugar de suas 
crenças religiosas e concepções pessoais, o homem passou a ser capaz de 
alcançar respostas melhores e mais realistas para seus questionamentos. 
De acordo com Lakatos e Marconi (2007, p. 80) ciência seria “um conjunto 
de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos 
fenômenos que se deseja estudar”. 
Enquanto isso, com base na versão para consulta on-line do dicionário 
Michaelis, ciência seria: 
1 Conhecimento sistematizado como campo de estudo […]. 
2 Observação e classificação dos fatos inerentes a um determinado 
grupo de fenômenos e formulação das leis gerais que o regem. 
3 O saber adquirido pela leitura e meditação. 
4 Soma dos conhecimentos práticos que servem a determinado fim. 
5 Conjunto de conhecimentos humanos considerados no seu todo, 
segundo sua natureza. 
6 Sistema racional usado pelo ser humano para se relacionar com a 
natureza a fim de obter resultados favoráveis. 
7 Estudo focado em qualquer área do conhecimento. 
8 Conjunto de conhecimentos teóricos e práticos canalizados para um 
determinado ramo de atividade [...]. 
9 FILOS Ramo específico do conhecimento, caracterizado por seu 
princípio empírico e lógico, com base em provas concretas, que 
legitima sua validade. 
É possível verificar algumas características que se repetem quando se 
busca definir o que é ciência. Entre elas estão: a observação de fenômenos, as 
tentativas de explicar situações e condições observáveis, o embasamento por 
testes e provas, entre outras. Isso nos faz refletir que a ciência está intimamente 
relacionada à busca pela resolução de problemas e situações, bem como à 
busca pelo conhecimento e entendimento do funcionamento daquilo que existe 
no mundo. Mas, para ser entendido como ciência, todo esse conhecimento 
precisa ser conseguido com base em provas e resultados, ou seja, com 
embasamento científico. 
Assim, quando trabalhamos com o conhecimento e com a pesquisa 
científica, é importante que saibamos separar nossos achados daquilo que é 
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considerado como “senso comum”. O conhecimento de senso comum pode ser 
definido como aquele que é conseguido pelo indivíduo com base no convívio e 
na vivência de diversas situações com outras pessoas (Oliveira, 2011). Sendo 
assim, os resultados de uma pesquisa devem permitir que sejam tiradas 
conclusões com possibilidade de comprovação, independentemente daquilo que 
já é amplamente aceito e que, mesmo sem existência real de problematização, 
acaba sendo tomado pela população como algo válido (senso comum). Em 
pesquisa científica também se deve evitar posição puramente ideológica, de 
modo que toda a discussão deve estar baseada em história ou dados concretos, 
muito embora seja característica própria da ciência a eterna “guerra” entre 
diferentes paradigmas e essa disputa seja justamente o “combustível” de novas 
descobertas. 
O ponto de partida de uma pesquisa científica seria encontrar um 
questionamento com base no qual se possa estabelecer um método para 
obtenção de resultados e elaboração de uma discussão pautada em argumentos 
e que seja capaz de levar a uma conclusão convincente sobre o referido 
questionamento. Em outras palavras, o conhecimento científico surgiria com 
base na escolha de um objeto de investigação específico e na determinação de 
um método para condução dessa investigação. 
TEMA 2 – EVOLUÇÃO DA PESQUISA NO BRASIL 
Nos últimos anos, a pesquisa teve um aumento quantitativo importante no 
Brasil, no entanto o impacto dessas pesquisas mundialmente, ou seja, seu 
progresso qualitativo, não chegou a ser tão expressivo. 
 Entre 2007 e 2010 foi implantado no Brasil o Plano de Ação em Ciência, 
Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional (PACTI). De acordo 
com Rezende (2011), havia quatro estratégias norteadoras para esse plano: 
1. Expansão e Consolidação do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e 
Inovação; 
2. Promoção da Inovação Tecnológica nas Empresas; 
3. Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Áreas Estratégicas; 
4. Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social. 
 
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 Ao realizar um balanço dos resultados obtidos com a implantação desse 
plano, em 2010, foi possível perceber que houve uma série de melhorias no 
campo científico. Entre as melhorias percebidas encontram-se: o aumento de 
bolsas de estudo CNPq e CAPES, aumento nos recursos de financiamento para 
pesquisa, bem como a ampliação de ações internacionais de cooperação no 
campo de ciência e tecnologia. O PACTI também trouxe como benefício a 
implantação da chamada Nova Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e o 
estabelecimento de conexão de alta velocidade para todas as universidades e 
instituições destinadas à pesquisa no Brasil. 
 Com isso, percebeu-se nos últimos anos um importante aumento no 
quantitativo da produção científica e das publicações brasileiras. Sendo que, 
segundo observação feita por Rezende (2011), nosso país detinha 2,69% da 
produção científica mundial em 2009, o que já correspondia ao dobro do valor 
levantado para o ano 2000. 
 Segundo dados publicados em uma reportagem do Jornal Folha de São 
Paulo, em novembro de 2014, o Brasil subiu bastante no ranking mundial de 
países com maior produção, indo da 24ª posição em 1993 para 17ª em 2003 e, 
finalmente, para 13ª em 2013. E, ao levar em consideração as pesquisas na área 
de medicina clínica, o Brasil deu um salto nos números de artigos publicados 
que figuram entre os mais citados no mundo, passando de 14.324 artigos de 
2003-2007 para 34.957 entre os anos de 2008-2012 (Leite, 2014). Esses dados 
revelam uma melhora também do ponto de vista de qualidade das publicaçõesbrasileiras nos últimos tempos. 
 Essa melhoria na qualidade das publicações mostrava-se não só como 
algo necessário, mas essencial, tendo em vista que durante muito tempo o Brasil 
fez parte da relação de países considerados como meros “consumidores de 
inovação em Ciência e Tecnologia”, apoiado grandemente em pesquisa básica, 
ficando atrás de países desenvolvidos e tecnologicamente mais avançados, 
conhecidos como aqueles que pensam cientificamente e efetivamente inventam, 
descobrem e produzem coisas novas. 
 Segundo dados de 2011 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal 
de Nível Superior (Capes), os programas de pós-graduação formaram no Brasil 
de 2007 a 2010 um total de 140 mil portadores de títulos, sendo 100 mil mestres, 
32 mil doutores e 8 mil mestres profissionais (Moritz et al., 2011). 
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 No entanto, ainda há muito a evoluir nesse sentido, pois os avanços da 
ciência e da pesquisa não dependem apenas dos recursos financeiros que são 
aplicados no setor e do número de pesquisadores envolvidos. Um país só se 
torna efetivamente forte em produção científica a partir do momento em que sua 
sociedade passa a ver na ciência e em suas descobertas algo realmente 
essencial, algo que traz inúmeros benefícios e que, além do avanço tecnológico, 
também é capaz de proporcionar soluções e melhoria na qualidade de vida de 
toda a população. 
 Essa característica é muito bem ilustrada no texto dos professores que 
compõem o Fórum de Reflexão Universitária da UNICAMP: 
[...] a existência de ciência num país depende mais da visão do mundo 
que sua sociedade possui, do que da fração do PIB aplicada na compra 
de telescópios, espectrômetros, computadores, e outros equipamentos 
necessários à pesquisa. [...] Ter uma sociedade com cultura científica 
capaz de gerar conhecimento original não é o mesmo que ter alguns 
poucos grandes cientistas. Com recursos expressivos aplicados de 
forma continuada e um programa de formação de pesquisadores no 
exterior, um país pode gerar, em pouco tempo, grupos de pesquisa 
altamente qualificados, com alguns pesquisadores de nível 
internacional capazes de obter importantes prêmios acadêmicos. 
Entretanto, esses grupos estarão inteiramente desvinculados da 
realidade social do país e terão poucas chances de fertilizar, com suas 
descobertas, o sistema industrial e de serviços e gerar emprego e 
renda. Têm-se hoje no mundo vários países nessas condições, países 
cujos cientistas receberam até prêmios Nobel, mas cuja população 
continua a viver majoritariamente na miséria e na ignorância. (FÓRUM 
DE REFLEXÃO UNIVERSITÁRIA – UNICAMP) 
 E pensando nas perspectivas para o futuro, na visão de Moritz et al. 
(2011), espera-se que até 2020 a pós-graduação brasileira já seja capaz de atuar 
efetivamente como uma espécie de “consciência social ampliada” voltada para 
os novos tempos e para dar condições a “aprendizagens significativas”. E tudo 
isso deve ocorrer em um contexto em que os profissionais que atuam nessa área 
da educação utilizem sua capacidade para aplicar práticas que contribuam para 
uma qualificação consistente de pessoas que atuem de forma relevante em um 
Brasil inovador e com visão de futuro. 
TEMA 3 – CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PESQUISA 
Há mais de uma forma para classificação dos diferentes tipos de 
pesquisas. 
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 Ao levarmos em consideração o nível de profundidade do estudo 
realizado, as pesquisas podem ser classificadas em: pesquisa exploratória, 
pesquisa descritiva e pesquisa explicativa. 
 Quando classificamos as pesquisas de acordo com os procedimentos 
utilizados para obtenção dos dados ou informações que as embasam, podemos 
separá-las basicamente em dois grupos. Há um grupo de pesquisas cujas fontes 
de dados/informações são bibliográficas ou documentais, e outro grupo em que 
predominam as fontes de dados/informações fornecidos por pessoas ou obtidos 
por meio de medições e determinações. Nesse último grupo figuram os estudos 
chamados experimentais, estudos de caso, caso-controle, levantamentos e 
demais estudos com pesquisa de campo. 
 Vamos olhar mais de perto quais seriam as características dos diferentes 
tipos de pesquisa, classificados de acordo com a profundidade do estudo. 
Tabela 1 – Características dos diferentes tipos de pesquisa 
Exploratória Descritiva Explicativa 
Objetivo: tornar 
determinado objeto de 
estudo mais familiar. 
Obter mais informações 
sobre certo assunto 
Objetivo: realizar uma 
análise ou correlação 
entre variáveis, sendo 
que tais variáveis dizem 
respeito a fatos ou 
fenômenos. 
Objetivo: determinar ou 
identificar quais são os 
fatores que causam ou 
que contribuem para a 
ocorrência dos 
fenômenos que se 
busca estudar. 
Problema de pesquisa: 
em geral não tem 
relação entre variáveis. 
Costuma-se ter uma 
única variável, com 
relação a qual são 
obtidas informações. 
Problema de pesquisa: 
focado na investigação, 
sem interferência direta 
do pesquisador, da 
frequência de 
determinado fato ou 
fenômeno, 
estabelecendo suas 
características e sua 
relação com outros 
fatores. 
Problema de pesquisa: 
em geral esses estudos 
não se limitam à 
descrição de fatos ou 
fenômenos, 
concentrando-se nas 
explicações das causas 
e das relações de tais 
fatos/fenômenos com 
outros fatores. 
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Planejamento ou 
estrutura: é flexível, de 
modo que pode se 
constituir em uma 
revisão bibliográfica ou 
documental, um 
levantamento de dados, 
um estudo de caso ou 
até mesmo outros tipos 
de pesquisa. 
Planejamento e 
estrutura: pode ser 
estruturada como um 
levantamento, um 
estudo de caso ou 
mesmo outro tipo de 
pesquisa. O importante 
é que o trabalho 
estabeleça 
relação/correlação entre 
pelo menos duas 
variáveis. 
Planejamento e 
estrutura: as pesquisas 
explicativas são 
estruturadas como 
estudos tipo caso-
controle ou como 
pesquisas 
experimentais. 
Instrumentos de 
pesquisa: entrevistas, 
formulários, avaliações 
clínicas, de 
comportamento, de 
situação entre outros. 
Instrumentos de 
pesquisa: questionários, 
formulários de pesquisa, 
entrevistas, fichas de 
registro de observações. 
Instrumentos de 
pesquisa: população ou 
amostra. 
 
As pesquisas científicas também podem ser classificadas levando em 
consideração diferentes características, conforme demonstrado na tabela a 
seguir. 
 
Tabela 2 – Classificação de pesquisa científicas 
Classificação Tipos de pesquisa 
Quanto à finalidade Pesquisa básica ou fundamental 
Pesquisa aplicada ou tecnológica 
Quanto à natureza Pesquisa observacional 
Pesquisa experimental 
Quanto à forma de abordagem Pesquisa qualitativa 
Pesquisa quantitativa: 
 descritiva 
 analítica 
Quanto aos objetivos Pesquisa exploratória 
Pesquisa explicativa 
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Quanto aos procedimentos técnicos Pesquisa bibliográfica 
Pesquisa documental 
Pesquisa de laboratório 
Pesquisa de campo 
Quanto ao desenvolvimento no tempo Pesquisa transversal 
Pesquisa longitudinal 
Pesquisa prospectiva 
Pesquisa retrospectiva 
Fonte: Fontelles et al, 2009. 
TEMA 4 – PESQUISA QUALITATIVA 
Os métodos qualitativos de pesquisa permitem que seja estudado, com 
maior profundidade, o contexto de ocorrência de determinado fenômeno, além 
de possibilitarem a observação de vários aspectos em uma pequena população 
de estudo. 
 A principal preocupação em pesquisas qualitativas é a real aproximação 
com o objeto de estudo, por meio, por exemplo, do levantamento de dados, de 
características e comportamentos em um grupo de indivíduos, procurando 
trabalhar esses dados na busca por seu significado. Desse modo,não há 
preocupação efetiva em medir determinado fenômeno, sobretudo em grandes 
populações, mas sim em entender o contexto em que certo fenômeno acontece 
ou suas razões de ocorrência. 
 Também é possível dizer que a pesquisa qualitativa é adequada para 
investigações em que se busca entender um fenômeno específico. Para isso, 
utiliza-se de interpretações, comparações e descrições de modo a compreender 
sua essência, inter-relações com outros fenômenos e até mesmo inferir algumas 
consequências sem, em geral, preocupar-se com quantificação e amostragem. 
 É comum em pesquisas qualitativas que os sujeitos ou objetos de 
pesquisa sejam selecionados com certa “intencionalidade”, ou seja, estes não 
são escolhidos de modo aleatório, mas sim levando em consideração alguns 
critérios preestabelecidos e que têm relação direta com os objetivos do estudo. 
Além disso, também é possível levar em consideração a comodidade no contato 
com os indivíduos, a disponibilidade ou mesmo a importância destes para o 
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embasamento e esclarecimento do tema e da hipótese propostos (Oliveira, 
2011). 
 Como técnicas para coleta de dados, costumam-se utilizar: observações 
diretas ou participantes, entrevistas com profundidade, elaboração de redes de 
relações e entrevistas em grupo (Víctora et al, 2000). 
 De acordo com Oliveira (2011), nesse tipo de pesquisa a configuração é 
baseada em cinco características principais: 
1. Ambiente natural: o pesquisador costuma fazer trabalho intensivo de 
campo, mantendo, dessa forma, um contato mais prolongado com o 
ambiente e com o objeto de estudo. Assim, o ambiente natural é usado 
como fonte direta de dados, e o pesquisador funciona como principal 
instrumento. 
2. Dados descritivos: os dados apresentados nessas pesquisas são 
predominantemente descritivos, e estas são ricas em descrições tanto de 
pessoas quanto de acontecimentos ou situações, além de fotografias, 
desenhos etc. 
3. Preocupação com o processo: o principal intuito do pesquisador é estudar 
como determinado problema (levantado como problema de pesquisa) se 
relaciona com o cotidiano e como este se manifesta em atividades e 
procedimentos. Dessa forma, a preocupação com o processo é muito 
maior que com o produto. 
4. Preocupação com o significado: nos estudos qualitativos há preocupação 
em captar a perspectiva dos participantes, ou seja, busca-se verificar o 
significado que os participantes dão àquelas questões que estão sendo 
abordadas. 
5. Processo de análise indutivo: não constitui uma preocupação buscar, 
antes do início das pesquisas, evidências que realmente comprovem as 
hipóteses levantadas. Os resultados baseiam-se na consolidação de 
discussões por meio da avaliação dos dados em um processo “de baixo 
para cima”, por processo de análise indutivo. 
 
 Em resumo, segundo Oliveira (2011, p. 24), a pesquisa qualitativa ou 
naturalista “ (...) envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato 
direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que 
o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes. Entre as 
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várias formas que pode assumir uma pesquisa qualitativa, destacam-se a 
pesquisa do tipo etnográfico e o estudo de caso.” 
Um exemplo que nos ajuda a visualizar essa correlação pode ser 
encontrado na pesquisa realizada por Gonçalves (1998), que trata da 
questão da adesão ao tratamento para tuberculose em Pelotas, RS. 
Tendo como pressuposto que cultura de um grupo afeta as suas 
decisões sobre saúde, doença, medicalização, cura e morte, a 
pesquisadora constrói uma problemática de pesquisa que enfoca 
aspectos da cultura de um grupo de pessoas vinculadas ao Programa 
de Controle da Tuberculose - PCT - promovido pelo Ministério da 
Saúde e suas relações com a adesão ou não ao tratamento da doença. 
Gonçalves, partindo de pressupostos antropológicos relativos à forma 
de inserção no mundo cultural, opta por uma metodologia qualitativa 
de pesquisa que permite maior penetração do pesquisador no mundo 
dos pesquisados, obtendo assim dados que não se limitavam ao 
seguimento ou ao abandono formal conforme o cadastro do PCT, mas 
a um intrincado processo de aproximações e distanciamentos do 
tratamento para tuberculose a partir de diferenças de gênero, idade, 
expectativas e trajetórias sociais dos pacientes, entre outras coisas. 
Fica evidente nessa pesquisa que o dado relativo às formas diferentes 
de adesão ao tratamento só se constitui como evidência na medida em 
que se pressupõe que os "pacientes" são, acima de tudo, "agentes", 
os quais podem fazer, e de fato fazem, uso diferenciado do tratamento 
proposto. (Victora, et al, 2000) 
 Uma das principais limitações das pesquisas qualitativas vem do fato de 
demandar um longo período de dedicação para permitir a realização de um 
trabalho com profundidade e bastante detalhado. Outra limitação seria a 
importância da experiência do pesquisador em campo, tendo em vista que em 
geral esse tipo de pesquisa não se baseia apenas na simples realização de uma 
entrevista. Desse modo, não costuma ser viável realizar essas pesquisas com 
um grande número de indivíduos ou com amostras grandes, o que acaba por 
inviabilizar certas generalizações na discussão dos resultados. 
TEMA 5 – PESQUISA QUANTITATIVA 
Nas pesquisas quantitativas, trabalha-se com variáveis, e os dados são 
expressos numericamente, empregando-se a quantificação tanto no momento 
de coleta das informações quanto no momento de sua análise. Para análise dos 
dados, são utilizados métodos ou regras estatísticas, entre eles médias, 
coeficientes de correlação, regressões etc. Em geral busca-se caracterizar as 
variáveis do ponto de vista de sua dispersão ou tendência central, ou verificar 
sua frequência. 
Nesse tipo de pesquisa busca-se a validação de hipóteses por meio do 
uso de dados estruturados e da análise de um número grande de casos 
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(indivíduos, produtos etc.) que sejam representativos e que permitam, assim, um 
curso final de ação (Oliveira, 2011). 
 Tendo em vista sua característica de análise, é possível conseguir maior 
precisão e, dessa forma, seus resultados permitem quantificação, utilização no 
planejamento de ações coletivas e na generalização de resultados da amostra, 
sobretudo quando essa amostra selecionada para estudo é representativa do 
todo. 
 A determinação do tamanho da amostra e de sua composição para uso 
em pesquisas quantitativas utiliza ferramentas da estatística. Essa composição 
deve ser muito bem delimitada caso se pretenda, ao final da pesquisa, inferir 
soluções ou aplicações para a população de dados como um todo, ou seja, deve-
se fazer a composição da amostra pressupondo que as determinações 
realizadas para um grupo determinado sejam capazes de representar a 
totalidade. 
 Em estudos populacionais, pode-se trabalhar com amostragens do tipo 
aleatória ou estratificada, sendo essas técnicas mais comuns em estudos de 
coorte, prevalência ou caso-controle (Víctora et al, 2000). 
 A forma mais comum de coleta de dados em pesquisas quantitativas é a 
aplicação de questionários, compostos em geral por questões fechadas com 
opções de resposta já previamente determinadas pelo pesquisador. Entre as 
limitações desse tipo de técnica de coleta de dados, podemos citar a ocorrência 
de possíveis mal-entendidos na escolha das opções de resposta. Isso pode 
ocorrer devido ao contato breve do pesquisador com o entrevistado e o fato de 
não haver possibilidade de resposta diferente daquelas já previamente 
estabelecidas durante a construção do instrumento de coleta. No entanto, essa 
limitação pode ser corrigida ao realizar a aplicação desse questionário emum 
estudo ou projeto-piloto para uma população aleatória, com o objetivo de verificar 
antecipadamente a necessidade de ajustes no instrumento antes da sua 
aplicação à população do estudo. 
 As pesquisas quantitativas podem ser divididas em dois grupos, com base 
na complexidade de análise e de apresentação dos resultados (Fontelles et al., 
2009): 
1. Pesquisa descritiva: nas pesquisas quantitativas do tipo descritiva, a 
forma de condução do estudo pelo pesquisador, em geral, não permite 
testes de hipóteses com base nos dados levantados. O objetivo do estudo 
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costuma ser a obtenção de uma descrição do fato, da característica ou da 
população em si. Dessa forma, as hipóteses podem ser levantadas 
posteriormente, pois a pesquisa descritiva não visa inicialmente avaliar o 
mérito, mas sim descrever as características de algo que ocorre em 
determinada amostra ou população. 
2. Pesquisa analítica: esse tipo de pesquisa quantitativa busca explicar o 
contexto de ocorrência de um fenômeno em uma amostra ou grupo. 
Sendo assim, pode ser considerada mais complexa que a pesquisa 
descritiva. As pesquisas analíticas demandam uma avaliação mais 
aprofundada, pois buscam determinar uma relação entre causa e efeito 
de determinado fenômeno. 
 
Mas, em síntese, a principal diferença entre estudos analíticos e 
descritivos reside no fato de os estudos analíticos permitirem a realização de 
predições com relação à população da qual faz parte a amostra estudada, além 
da possibilidade de aplicação de testes de hipótese. 
FINALIZANDO 
Analisando tudo que foi abordado a respeito da pesquisa científica, é 
possível verificar que a escolha da metodologia a ser utilizada para obtenção dos 
dados ou informações deve estar intimamente atrelada aos objetivos e ao objeto 
de pesquisa. Em outras palavras, dependendo do objetivo a que se presta 
determinado estudo e dependendo também do objeto (aquilo que se pretende 
estudar), um tipo de pesquisa dará melhores resultados do que outro. Ou seja, 
dependendo do tipo de abordagem escolhida, você será ou não capaz de chegar 
a resultados que realmente atendem aos objetivos propostos e que permitem 
responder às hipóteses levantadas. 
 Apesar de terem sido abordadas separadamente nesta aula, há 
momentos em que, dependendo dos resultados que se busca, pode haver 
inclusive a necessidade de combinação de técnicas qualitativas e quantitativas 
em uma mesma pesquisa. Pois é possível encarar as abordagens qualitativas e 
quantitativas como complementares, em vez de concorrentes. 
 
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