Buscar

Atividade III

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

FACULDADE ARQUIDIOCESA DE CURVELO 
 
Bacharelado em Direito 
 
 
 
Júlia Borba Silva 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curvelo/MG 
2022 
 
1. Como os romanos antigos entendiam o conceito de propriedade? 
 Os romanos antigos entendiam o conceito de propriedade (dominium proprietas) como um 
poder jurídico absoluto e exclusivo sobre uma coisa corpórea. 
 No conceito da jurisprudência clássica, a propriedade é considerada como uma relação direta 
imediata entre a pessoa, o titular do direito, e a coisa. Explica-se tal acepção pela 
preponderância do aspecto do poder nas relações de senhorio no direito Romano primitivo, quer 
seja seu objetivo uma coisa pertencente à família, quer sejam as pessoas livres sujeitas a pátria 
protestas. Não é por acaso que as Institutas de Justiniano ainda define o domínio como in re 
plena protestas (Inst. 2.4.4). 
 No sentido positivo, a propriedade confere ao titular o direito de usar, gozar e dispor da coisa 
e, no sentido negativo, exclui toda e qualquer ingerência alheia, protegendo-o, no exercício de 
seus direitos, contra a tubulação por parte de terceiros. 
 A característica dominante no ponto de vista jurídico e a exclusividade da propriedade, que 
imponha a todos a obrigação de respeitá-la. Já o conteúdo positivo desse instituto – a 
subordinação completa da coisa e o seu proprietário – é um aspecto mais econômico do que 
jurídico. 
 Interessa-nos, porém, quanto ao ponto de vista jurídico, a amplitude dessa subordinação. 
2. Explique os tipos de propriedade entre os romanos. 
 Os tipos de propriedades entres os romanos são divididos em: 
PROPRIEDADE QUIRITÁRIA: O conceito abstrato da propriedade, distinto do pátrio poder, 
e sua denominação de dominium e proprietas, datam da segunda metade da República. O 
instituto faz parte do ius civile: chama-se dominium ex iure Quiritium. 
 Pressupõe, naturalmente, que seu titular seja cidadão romano. Outro pressuposto é que a 
coisa, sobre que recaia a propriedade quiritária, possa ser objeto dela. Estão nesta condição 
todas as coisas corpóreas in commercio, exceto os terrenos provincais. Terceiro pressuposto é 
que a coisa tenha sido adquirida, pelo seu titular, por meio reconhecido pelo ius civile. Tais 
meios eram: 1º) os modos de aquisição originários; 2º) o usucapião; e 3º) para as res mancipi e 
a in iure cessio, e para as res nec mancipi, a simples traditio. 
 Cumpre ainda adiantar que o usucapião – modo de aquisição da propriedade pelo simples 
fato de alguém ter a coisa em seu poder por certo tempo e sob certas condições – gerava 
propriedade quiritária, tanto no caso das res mancipi como no caso das res nec mancipi. Assim, 
se alguém comprasse uma r4es mancipi, sem que o vendedor transferisse a propriedade dessa 
coisa pelos atos jurídicos solenes acima mencionados, mas sim apenas pela simples tradição da 
coisa, o comprador não adquiria a propriedade quiritária. Só o usucapião, como modo de 
aquisição da propriedade reconhecida pelo ius civile, supria nestes casos a falta da mancipatio 
ou da in iure cessio. 
PROPRIEDADE PRETORIANA: O sistema do ius civile acima exposto era rígido e 
complicado demais para o rápido desenvolvimento dos negócios, exigência natural do 
comércio. Além disso, a aplicação das regras acima atentou, em muitos casos, contra a 
equidade, o princípio que foi ganhando vulto na segunda metade da República. Tome-se, por 
exemplo, o caso da transferência da propriedade de res mancipi pela simples entrega atende 
muito mais às solenes prescritos. Naturalmente, a simples entrega atende muito mais às 
necessidades do comércio do que às formalidades complicadas da manticipatio e da in iure 
cessio. Praticada aquela, porém, perante o ius civile o vendedor ainda era proprietário, enquanto 
não se completasse o prazo do usucapião. Isto era uma injustiça contra o comprador, que pagará 
o preço ao vendedor. 
 O pretor, em obediência aos princípios que nortearam sua atividade, socorreu os prejudicados 
com tais situações. Considerando que o comprador, no exemplo acima descrito, aliás muito 
comum, estava em vias de usucapiar, protegeu-o contra o antigo proprietário que lhe venderá a 
coisa que, depois, baseando-se no formalismo do ius civile, de má-fé exigisse a devolução 
daquela. O meio de defesa era uma exceptio rei venditae et traditae, conhecida pelo pretor na 
fórmula da ação, que paralisava a pretensão do proprietário antigo. Por este meio, o comprador 
ficava protegido contra o antigo proprietário. 
 Depois, tal defesa foi estendida pelo pretor para os caos em que a coisa, que havia sido 
entregue ao comprador pela simples tradição, caísse em mãos de terceiros. Neste caso o 
comprador não tinha direito reconhecido pelo ius civile em que pude4sse basear sua pretensão 
e reaver a coisa. Entretanto, o pretor, considerando-o como tendo usucapião em curso, 
concedeu-lhe uma ação, chamada actio Publiciana, de um pretor Publicius, que a introduziu, e 
pela qual o comprador podia exigir a devolução da coisa de qualquer pessoa que a tivesse em 
seu poder. Processualmente, a actio Publiciana baseou-se na ficção de que o prazo do usucapião 
tivesse realmente decorrido. 
 Os remédios processuais acima expostos foram utilizados em outros casos semelhantes, 
como na aquisição a não-proprietário, na doação, bem como nos casos da missio in 
possessionem, em que o pretor conferia a posse definitiva da coisa, com base no seu imperium, 
a pessoa outra que não o proprietário quiritário. Exemplos destes casos encontramos na 
execução do devedor insolvente (bonorum emptor), na sucessão pretoriana (bonorum 
possessio) etc. 
 Assim, o pretor construiu um novo tipo de propriedade, diferente e até contraposta à 
propriedade quiritária. Formalmente o pretor não podia derrogar o ius civile. Por isso, o 
proprietário quiritário, nos específicos casos reg7lados pelo pretor, continuava nominalmente 
dono, mas seu direito ficava reduzido só ao nome (nudum ius Quiritium), e do ponto de vista 
prático nenhum valor teria, porque o pretor assegurava o poder definitivo sobre a coisa a quem 
julgasse mais justo. 
 Esta propriedade pretoriana se chamava também propriedade bonitária, por terem os romanos 
usando sempre as expressões in bonis esse para indicar o domínio concedido pelo pretor, em 
contraposição à propriedade quiritária: dominium ex iure Quiritium. 
PROPRIEDADE DE TERRENOS PROVINCIAIS: os terrenos situados nas províncias, fora da 
península itálica, ficaram de propriedade do Estado. Na época imperial umas províncias 
pertenciam ao povo romano e foram administradas pelo Senado, ao passo que outras eram 
propriedades do Imperador. 
 Os terrenos nelas situados eram chamados praedia stipendiaria e praedia tributaria, 
respectivamente. 
 A propriedade particular foi excluída de tais terrenos. Entretanto, o Estado podia conceder, 
e realmente concedeu, o gozo deles a particulares, concessão semelhante, mas não idêntica, à 
propriedade. Os textos a indicam com as expressões habere possidere frui e Gaius a chama 
possessio vel ususfructus. Na prática aplicam-se-lhe todas as regras referentes ao domínio em 
geral. 
PROPRIEDADE DE PEREGRINOS: por falta do requisito da cidadania, o estrangeiro não 
podia adquirir propriedade pelo ius civile. Os romanos reconheciam-lhe, entretanto, a 
propriedade pelo seu próprio direito estrangeiro, chamando está de simples dominium, em 
contraposição ao dominium ex iure Quiritium e admitiam para ela meios processuais de defesa 
que imitavam os da defesa da propriedade quitaria. 
3. O que é copropriedade? 
 O caráter absoluto e exclusivo da propriedade incompatibiliza-se com a existência de duas 
propriedades ao mesmo tempo sobre a mesma coisa: duorum in solidum dominium esse non 
potest (D. 13.6.5.15). É possível, entretanto, que o direito de propriedade pertença a mais de 
uma pessoa,dividido entre elas. Trata-se da co-propriedade, tendo cada co-proprietário direto 
a uma parte ideal da coisa (totius corporis pro parte dominium habere – D. 13.6.5.15). Tal co-
propriedade pode originar-se por vontade das partes (adquirindo, por exemplo, uma coisa em 
comum) ou incidentalmente (herdando em comum, por exemplo). A coisa não é dividida entre 
os proprietários, mas cada um deles tem direito, na proporção de sua parte, a cada uma das 
parcelas componentes da coisa inteira. Assim, o direito de propriedade de cada um, em princípio 
completo, está limitado pelo direito do outro co-proprietário. 
 Uma vez, porém, que a propriedade de um dos co-proprietário se extinga (renunciando, por 
exemplo), tal propriedade passará a pertencer aos demais (ius accrescendi). Do mesmo 
princípio segue-se que o co-proprietário tem poder ilimitado sobre a parte do direito que a ele 
pertence; pode aliená-la, doá-la etc., mas o seu direito de disposição sobre a coisa inteira está 
limitado pela concorrência do direito dos outros co-proprietários. Disposição relativa à coisa 
inteira exige o acordo unânime, ou, ao menos, tolerância passiva de todos os outros co-
proprietários. Em outras palavras, qualquer deles pode vetar disposição dos outros (ius 
prohibendi), não prevalecendo a vontade da maioria contra a minoria (in re communi neminem 
dominorum iure facere quicquam invito altero posse –D. 10.3.28). 
 Naturalmente, tal estado de co-propriedade não podia ser imposto às partes, pois suas regras 
possibilitariam a obstrução completa por qualquer delas ao desejo das outras. Havia, realmente, 
um meio judicial para conseguir a divisão: a actio communi dividundo. Esta podia ser proposta 
a todo tempo por qualquer dos co-proprietários. 
 A divisão se verificava pela fragmentação real da coisa, se esta era divisível, ou, em caso 
contrário, pela sua adjudicação a quem maior lance oferecesse. O adjudicatário ficava com a 
obrigação de pagar a cada um dos proprietários, em dinheiro, a parte que lhes coubesse. 
 
4. Como os romanos antigos entendiam o conceito de posse? 
 A posse é o poder material sobre uma coisa corpórea, distinguindo-se da propriedade por ser 
fato, e não direito. Assim, compõe-se de animus e corpus, isto é, da intenção de possuir um 
objeto e de sua subordinação física, e não do ius possidendi, o direito real sobre ele. 
5. Quais os modos originários de aquisição de propriedade? 
 Os modos originários de aquisição de propriedade são dentre a Ocupação (occupatio), a 
Invenção, a União de coisas, a Especificação (specificatio), e a Aquisição dos frutos. 
6. Explique o modo de aquisição chamado “União de coisas”. 
 A “União de coisas”. Acessão (accessio). Na junção material de duas ou mais coisas, o direito 
do proprietário da coisa principal estende-se ao todo. 
 Trata-se, naturalmente, de junção em que a coisa principal absorve a acessória, perdendo esta 
última a sua individualidade. 
 O terreno é sempre principal e incorpora tudo que lhe estiver ligado definitivamente. Assim, 
as construções (inaedificatio), sementes (satio), plantas, árvores (inplantatio). 
 Semelhante, os acréscimos naturais do terreno; o acréscimo do terreno pelo depósito de 
cascalho (alluvio); a junção, ao terreno, de uma porção de terra arrancada de um outro terreno 
por força natural (avulsio); o leito do rio desviado, que acresce aos terrenos ribeirinhos, 
dividindo-se no meio (alveus derelictus); a ilha formada no rio, que se divide da mesma forma 
entre os proprietários ribeirinhos (insula in flumine nata). 
 Semelhante, a coisa principal móvel absorve o acessório móvel, como na solda de metais 
(ferruminatio), na tecedura (textura), na pintura (pictura) etc. 
 Outro tipo de união é a mistura de líquidos ou de sólidos homogêneos (confusio, commixtio). 
Sendo a nova coisa divisível em seus componentes, a união não modifica os respectivos direitos 
de propriedade. Não sendo, porém, separáveis os componentes da mistura, haverá co-
propriedade na proporção dos respectivos valores. 
7. Como se dá o modo derivado de aquisição de posse? 
 O direito clássico conheceu três atos jurídicos cuja finalidade era transferir a propriedade: a 
mancipatio, a in iure cessio e a traditio. 
 a) “Mancipatio”. Destinava-se à transferência da propriedade das res mancipi. Sendo, no 
início, uma compra e venda real, no período clássico adquire caráter abstrato. 
 b) “In iure cessio”. Era originariament5e um processo simulado, passando, no período 
clássico, a ser um ato jurídico abstrato. Serve para transferir a propriedade não só das res 
mancipi, mas também das também das res nec mancipi. 
 c) “Traditio”. A tradição é a simples entrega sem formalidade. É o modo mais natural de 
transferência. Sendo ato jurídico do ius gentium, não serviu, em todo o período clássico, para 
transferir a propriedade das res mancipi, mas só a das res nec mancipi. 
 
8. Explique a “Usucapio”. 
 O usucapião é um tipo especial dos modos de aquisição da propriedade. 
Funda-se, essencialmente, na posse, por tempo prolongado, que transforma uma situação de 
fato em direito. Justifica-se pela natural preocupação de eliminar a incerteza nas relações 
jurídicas fundamentais, com a propriedade: ne rerum dominia in incerto essent (cf. D. 41.3.1). 
Trata-se de um instituto jurídico antigo; já as XII Tábuas o regularam. 
O uso ininterrupto de um terreno durante dois anos, e o de outra qualquer coisa durante um ano, 
independentemente de outros requisitos, gera propriedade, segundo o direito das XII Tábuas. O 
que adquire por este modo fica dispensado de justificar a sua posse, uma vez decorrido o prazo 
prescrito, e o direito de propriedade, que adquire, independe, por sua vez, do direito de seu 
antecessor. 
9. Qual a diferença de usufruto para uso? 
 O usufruto é o direito ao uso de uma coisa alheia e ao gozo de seus frutos. Seu titular é 
individualmente determinado e, por isso, o direito se extingue, o mais tardar, com a morte do 
usufrutuário (usufruto vitalício). Pode ser constituído por certo prazo também (usufruto 
temporário), mas a morte do titular extingue-o mesmo antes do vencimento do prazo 
estabelecido. Caso o titular fosse pessoa jurídica, o usufruto extinguia-se depois de decorridos 
100 anos, pois este era considerado como o último limite da vida humana. 
 Outro direito real sobre coisa alheia, enquadrado na categoria das servidões pessoais, é o uso 
(usus) – o direito de usar de uma coisa, originariamente não podendo perceber seus frutos, mais 
tarde admitindo-a, porém apenas para a satisfação das necessidades do titular e na medida delas. 
O usuário pode servir-se da coisa para seu uso pessoal e para o de sua família. Aplicam-se ao 
uso as regras do usufruto, com a única diferença de que o exercício do uso não pode ser cedido. 
10. O que são os direitos reais de Garantia e quais os seus tipos? 
 Os direitos reais de Garantia, é o credor, eventualmente, tem sobre uma coisa para assegurar-
lhe o recebimento do seu crédito. Tal direito é acessório: pressupões uma relação obrigacional 
principal que garante e de que depende sua existência. Cessando a obrigação principal, 
extingue-se a garantia também. 
 No direito romano, havia três formas diferentes de direitos reais de Garantia, cada uma tendo 
construção jurídica diferente: “FIDUCIA CUM CREDITORE”, “PIGNUS” e “HYPOTHECA”.

Outros materiais