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EXAMES LABORATORIAIS - SAÚDE DO ADULTO A INTRODUÇÃO A principal finalidade da realização de exames complementares consiste em auxiliar no diagnóstico médico. Também auxiliam o monitoramento de pacientes com diagnóstico estabelecido e em tratamento. Por fim, podem, ainda, ser utilizados preventivamente, como uma forma de check-up. Entretanto, é importante nunca se basear em um único resultado anormal para firmar um diagnóstico. INDICADORES DE EFICÁCIA ○ Acurácia - frequência que o teste acerta o resultado ○ Sensibilidade - capacidade de detectar a doença ○ Especificidade - números de vezes que o teste é negativo na ausência de doença ○ Valores preditivos ・ POSITIVA: probabilidade de haver doença diante resultado positivo. ・ NEGATIVA: probabilidade de não haver doença diante resultado negativo. ○ Razão de verossimilhança - quantas vezes é provável que o teste de positivo em paciente com a doença do que em paciente sem a doença. PRINCIPAIS EXAMES DE PATOLOGIA CLÍNICA • Hemograma + VHS. • Glicose, uréia, creatinina, eletrólitos (sódio, potássio, cloro, cálcio, fósforo, magnésio), proteínas totais e frações. • Lipidograma: colesterol total e frações (HDL, LDL e VLDL), triglicerídeos. • TSH e T4 livre. • Hepatograma: TGO, TGP, fosfatase alcalina, gama GT, bilirrubinas total, direta e indireta. • Coagulograma: TAP, PPTA, plaquetas, tempo de coagulação, tempo de sangramento, retração do coágulo, prova do laço. HEMOGRAMA • Possui três séries: Hemograma de Schilling ou Leucograma, Eritrograma e Coagulograma. • Junto ao hemograma, é importante solicitar a velocidade de hemossedimentação (VHS). Valor máximo: F15 e M20. VHS>100 pode sugerir neoplasia, colagenose ou tuberculose. ERITROGRAMA Índices Hematimétricos: ● HGM: hemoglobina globular média → conteúdo de Hb médio dentro de cada hemácia. ● VGM: volume globular médio → tamanho médio de cada hemácia. ● CHGM: concentração de hemoglobina globular média → cor média de cada hemácia. ● RDW: amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos → variação de tamanho entre as hemácias, denominada anisocitose. Alterações do Eritrograma (série vermelha): anemias. LEUCOGRAMA Neutrófilo, basófilo e eosinófilo = polimorfonucleares = granulócitos • Fórmula Leucocitária: é importante gravar a ordem da fórmula leucocitária, para interpretação de casos clínicos. N° total de leucócitos: 18500/mm³ Mar���l� Si�ões C����ca��� - Cur�� �� Med����a - UF�� - 2022.2 EXAMES LABORATORIAIS - SAÚDE DO ADULTO A Achados na Fase Inicial de Infecção: leucocitose, neutrofilia, desvio à esquerda (quantidade de bastões), linfopenia, monocitopenia, anaeosinofilia Alterações do Leucograma: distúrbios imunológicos e infecções. ○ Basofilia: reações alérgicas, retocolite ulcerativa, anemia hemolítica crônica, Doença de Hodgkin, uso de estrogênio, drogas anti-tireoidianas e pacientes esplenectomizados. ○ Eosinofilia: alergias, verminoses, dermatite, artrite reumatóide, sarcoidose, tuberculose, tabagismo. ○ Eosinopenia: choque, sepse, trauma, cirurgia, corticoide, epinefrina. ○ Linfocitose (desvio à direita): hepatite viral, citomegalovírus, mononucleose, tuberculose, toxoplasmose, leucemia linfocítica, intoxicação por chumbo e intoxicação por arsênico. ○ Linfopenia: AIDS, LES, Doença de Hodgkin, uso de lítio, uso de niacina, uso de corticoide, irradiação ionizante. ○ Monocitose: Doença de Crohn, inflamações granulomatosas crônicas e sífilis. COAGULOGRAMA ALTERAÇÕES NO COAGULOGRAMA ○ Elevação do TAP: sugere patologias que afetam processo de absorção, síntese e metabolização de vitamina K, deficiência do fator VII. ○ TTPA: avalia defeitos na via intrínseca de coagulação (fatores VIII, IX, XI e XII). ○ Trombocitopenia: menor que 50. 000. Predispõe a hemorragias. Ocorre em anemia aplástica, hemorragia maciça, CID, hiperesplenismo. ○ Trombocitose: acima de 600.000. Predispõe à trombose. Ocorre em anemia hemolítica, perda crônica de sangue, após exercício físico, após esplenectomia. GLICEMIA ○ Valor de referência em jejum: 70-110 mg/dl. ○ Alterações da Glicemia: ➢ Hipoglicemia: pode ser resultante de causa iatrogênica como aplicação de dose excessiva de insulina em paciente diabético, por hipersensibilidade à insulina, insulinoma, dieta inadequada. ➢ Hiperglicemia: acima de 110 mg/dL. ➢ Diagnóstico de DM: duas glicemias acima de 126 ou qualquer glicemia acima de 200. LIPIDOGRAMA HEPATOGRAMA Legenda: TGO: ASP. Transaminase glutamicoxaloacética ou aspartato aminotransferase. Encontrada em diversos órgãos e tecidos como coração, fígado e musculoesquelético. TGP: ALT. Transaminase glutaminopirúvica ou alanina aminotransferase. Encontrada abundantemente no fígado. Pode estar elevada nas miocardites e nos recém-nascidos por imaturidade no fígado. ALTERAÇÕES NO HEPATOGRAMA ○ Lesões necróticas ou agudas causam primariamente aumento marcante de ASP e ALT. ○ As lesões de fígado como hepatites agudas, virais ou medicamentosas, infarto e trauma sempre além de alterar TGO e TGP, alteram o trato biliar e, com isso, a bilirrubina direta por interferência do fluxo biliar. Em consequência disso, também se alteram fosfatase alcalina e Gama GT – indicadores de colestase. Depois, ocorre lesão Mar���l� Si�ões C����ca��� - Cur�� �� Med����a - UF�� - 2022.2 EXAMES LABORATORIAIS - SAÚDE DO ADULTO A nos hepatócitos, causando perda da conjugação da bilirrubina transportada e alteração da bilirrubina indireta. ELETRÓLITOS FUNÇÃO RENAL UREIA: molécula produzida no fígado como resíduo nitrogenado do processo de metabolização das proteínas da alimentação. É eliminada pela urina após processo de filtração renal. Valor normal: 20 a 40 mg/dl. Alterações: ▪ Diminuição: insuficiência hepática grave, desnutrição, doença alcoólica, tumor no fígado, excesso de hidratação. Menos comum. ▪ Aumento: insuficiência renal grave, hipercatabolismo proteico, desidratação. CREATININA: molécula que advém de um ciclo que se inicia com proteínas ingeridas pela dieta e produção de creatina fosfato pelo fígado. Os músculos para realizarem sua função consomem esta creatina fosfato e, como resíduo desde consumo constante da creatina fosfato, temos a produção da creatinina que é lançada na corrente sanguínea e, então, eliminada pela urina através dos rins. A creatinina é inócua no sangue, sendo produzida e eliminada constantemente pelo organismo. Porém, se o paciente mantém sua massa muscular mais ou menos estável e apresenta aumento dos níveis séricos de creatinina pode sugerir insuficiência renal, ou seja, o rim encontra dificuldades para eliminá-la. o Valor Normal: 0,7 a 1,4 mg/dl PROTEÍNA • A dosagem sérica de proteínas reflete o estado nutricional do paciente e pode ser usada no diagnóstico de doenças renais, hepáticas, dentre outras. • Proteínas totais: 5,5 a 8 g/dl. • Albumina: 3 a 5,5 g/dl. • Globulinas: 2 a 3,5 g/dl. FUNÇÃO TIREOIDIANA ○ Valores de referência: ➢ TSH: 0,5 a 4,7 un/ml ➢ T4 livre: 0,8 a 2,7 mg/dl ○ Alterações: ➢ TSH elevado e T4 livre baixo: hipotireoidismo → cabelo seco, irritabilidade, cansaço, pele seca e áspera. ➢ TSH indetectável e T4 livre elevado: hipertireoidismo → perda de peso, olhos salientes, suores e pescoço inchado. ELEMENTOS ANORMAIS DE SEDIMENTOSCOPIA – URINA TIPO I 1. Cor: amarelo citrino. 2. Aspecto: límpido. 3. Densidade: 1005 a 1035 4. pH: 5,5 a 7,0 5. Glicose: ausente ou menor que 10 mg/dL. Se presente, pode indicar DM. 6. Proteínas: ausente ou menor que 10 mg/dl 7. Hemácias/Hb: menos que 3 a 5 hemácias por campo ou menos que 10000 células por ml. 8. Leucócitos ou piócitos: menor que 10000 células por ml ou 5 células por campo → importante para detectar ITU. 9. Cetonas ou corpos cetônicos: ausente. 10. Urobilinogênio e bilirrubina: ausentes. 11. Nitritos: ausente. 12. Cristais: ausentes. 13. Células epiteliais e cilindros: raras ou algumas. 14. Muco: ausente Mar���l� Si�ões C����ca��� - Cur�� �� Med����a - UF�� - 2022.2
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