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FACULDADE DOM ALBERTO Fundamentos e Didática da Matemática II SANTA CRUZ DO SUL – RS 2 1. INTERDISCIPLINARIDADE O termo interdisciplinaridade origina-se da palavra interdisciplinar. Seu conceito é o que é comum a duas ou mais disciplinas escolares, um elo, promovendo recursos inovadores e dinâmicos, onde as aprendizagens são ampliadas. Na prática, no entanto, o movimento interdisciplinar precisa se ancorar em algumas diretrizes que o fortaleça como uma nova estratégia de pensar a educação e o afaste de algumas armadilhas comuns. Segundo Piaget, a interdisciplinaridade seria uma forma de se chegar à transdisciplinaridade, fase que não ficaria na interação e reciprocidade entre as ciências, mas alcançaria um estágio onde não haveria mais fronteiras entre as disciplinas. Fonte: Shutterstock.com.br Aula 01 a 10 3 2 INTERDISCIPLINARIDE NA EDUCAÇÃO Fonte:coladaweb.com O ensino de matemática no Brasil iniciou-se no Brasil Colônia, por uma necessidade de instruir os militares através de conhecimentos matemáticos. Desde então diversas metodologias foram aplicadas para o ensino da disciplina. Hoje é indispensável para uma boa formação educacional, que os professores utilizem da interdisciplinaridade como ferramenta de ensino aprendizagem. O que exige uma nova postura diante do conhecimento, uma atitude de contextualizar, de formar uma pessoa íntegra e que possua saberes que vão além dos limites das disciplinas, saberes globalizados. A escola não pode ser vista como um ambiente de decoração e repetição de conteúdos básicos de determinada disciplina, deve ir além, deve ser um lugar de conhecimento crítico, de descobertas além dos currículos escolares. O professor precisa ter domínio dessa nova perspectiva educacinal e recorrer as novas tecnologias e quaisquer outros recursos que alimentem o saber de cada aluno. Na interdisciplinaridade, os princípios básicos de cada disciplina precisam ser mantidos, a fim de que o aluno compreenda que ele irá utilizar os conhecimentos adquiridos na escola em algum momento da sua vida. Quem nunca ouviu, ou quando aluno proferiu a seguinte frase na escola: “mas quando eu vou usar isso na minha vida?”. Esse é o papel primordial da interdisciplinaridade, fazer com que o aluno relacione os conteúdos transmitidos em sala de aula para seu mundo, seu ambiente 4 de convivência, para muito além da escola. Paulo Freire completa o pensamento ao dizer que a educação básica deve proporcionar ao indivíduo a autopercepção. Para Piaget (1981, p.52), a interdisciplinaridade é vista como o “intercâmbio mútuo e integração recíproca entre várias ciências”. A interdisciplinaridade, para o pesquisador, é uma interação entre as ciências, que deveria conduzir à transdisciplinaridade, sendo esta, concepção que se traduz em não haver mais fronteiras entre as disciplinas. Piaget aposta na transdisciplinaridade, entendida como integração global das ciências, afirmando ser esta uma etapa posterior e mais integradora que a interdisciplinaridade, visto que, segundo o autor, alcançaria as interações entre investigações especializadas, no interior de um sistema total, sem fronteiras estáveis entre as disciplinas. No Brasil, o conceito de interdisciplinaridade chegou pelo estudo da obra de Georges Gusdorf e posteriormente da de Piaget. O primeiro autor influenciou o pensamento de Hilton Japiassu no campo da epistemologia e o de Ivani Fazenda no campo da educação. Japiassu (1976) destaca: [...] do ponto de vista integrador, a interdisciplinaridade requer equilíbrio entre amplitude, profundidade e síntese. A amplitude assegura uma larga base de conhecimento e informação. A profundidade assegura o requisito disciplinar e/ou conhecimento e informação interdisciplinar para a tarefa a ser executada. A síntese assegura o processo integrador. (p. 65-66) Ainda de acordo com Japiassu: “Podemos dizer que nos reconhecemos diante de um empreendimento interdisciplinar todas as vezes em que ele conseguir incorporar os resultados de várias especialidades, que tomar de empréstimo a outras disciplinas certos instrumentos e técnicas metodológicos, fazendo uso dos esquemas conceituais e das análises que se encontram nos diversos ramos do saber, a fim de fazê-los integrarem e convergirem, depois de terem sido comparados e julgados. Donde podermos dizer que o papel específico da atividade interdisciplinar consiste, primordialmente, em lançar uma ponte para ligar as fronteiras que haviam sido estabelecidas anteriormente entre as disciplinas com o objetivo preciso de assegurar a cada uma seu caráter propriamente positivo, segundo modos particulares e com resultados específicos. (1976, p. 75)” O desenvolvimento das diferentes áreas científicas, sobretudo a partir da segunda metade do século XX, vem dependendo muito mais da relação recíproca e http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/int.html http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/int.html http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/int.html 5 da fertilização heurística de umas disciplinas por outras, da transferência de conceitos, de problemas e métodos. Há uma espécie de inteligência interdisciplinar na ciência contemporânea. Ou, como diz Pombo (2004, p. 10): Trata-se de reconhecer que determinadas investigações reclamam a sua própria abertura para conhecimentos que pertencem, tradicionalmente, ao domínio de outras disciplinas e que só essa abertura permite aceder a camadas mais profundas da realidade que se quer estudar. Estamos perante transformações epistemológicas muito profundas. É como se o próprio mundo resistisse ao seu retalhamento disciplinar. A ciência começa a aparecer como um processo que exige também um olhar transversal. Para Ivani Fazenda (1979, p. 48-49), a introdução da interdisciplinaridade implica simultaneamente uma transformação profunda da pedagogia, um novo tipo de formação de professores e um novo jeito de ensinar: “Passa-se de uma relação pedagógica baseada na transmissão do saber de uma disciplina ou matéria, que se estabelece segundo um modelo hierárquico linear, a uma relação pedagógica dialógica na qual a posição de um é a posição de todos. Nesses termos, o professor passa a ser o atuante, o crítico, o animador por excelência.” Como desenvolver uma proposta interdisciplinar nas escolas Levando em consideração a nova proposta de ensino, o professor e a escola precisam adotar edidas para facilitar o processo da interdisciplinaridade: • Fazer bons planejamentos. As escolas ainda possuem uma rotina que dificultam o processo de interdisciplinaridade, não adianta chegar com um projeto “em cima da hora” • Apostar em recursos digitais. Os professores podem reunir e criarem conteúdos em conjunto. • Valorizar os trabalhos em equipe. Manter sempre um bom diálogo com os outros professores, ainda há grande resistencia por parte de alguns profissionais. 6 • Escolher materiais didáticos e paradidáticos que colaborem com a elaboração das novas atividades. 3 A INTERDISCIPLINARIDADE NA BNCC A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que define os conteúdos essenciais que os estudantes brasileiros deverão ter acesso durante a Educação Básica. Funciona como um guia para a construção dos currículos escolares. O documento valoriza o papel complementar dos currículos no que diz respeito à construção de conhecimentos que levem o contexto e a realidade local das escolas em consideração. A BNCC ressalta a importância da interdisciplinaridade na construção do conhecimento, no entanto, deixa a cargo dos currículos a maneira como ela será promovida dentro das escolas. A própria estrutura da Base na etapa do Ensino Médio valoriza a interdisciplinaridade, jáque, nessa etapa, o documento é dividido não em componentes curriculares, mas em áreas do conhecimento. Essa divisão não exclui os saberes específicos de cada disciplina, mas propõe um trabalho integrado entre elas. Ainda, busca fortalecer a relação entre os componentes curriculares. Do ponto de vista da diretriz de política governamental, o Ministério da Educação por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais (1999) procura orientar quanto a atitudes e ações interdisciplinares. De acordo com Kaveski (2005, p.128, grifos meus): “a interdisciplinaridade é entendida no PCN do ensino médio como função instrumental, ‘a de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista’ a partir ‘de uma abordagem relacional’...”. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o novo cenário mundial: “Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, https://www.somospar.com.br/desafios-e-oportunidades-da-base-nacional-comum-curricular-bncc/ http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/int.html http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/int.html https://www.somospar.com.br/bncc-base-nacional-comum-curricular/ 7 ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.” (Base Nacional Comum Curricular, 2018) Benefícios da interdisciplinaridade • Um ensino de maior qualidade para o aluno e também para o professor. • Levar o aluno a um pensamento mais crítico. • Fazer com que os alunos consigam compreender as adversidades do mundo. • Ampliar a visão dos docentes sobre as práticas pedagógicas. 4 MATEMÁTICA MODERNA Fonte:domtotal.com O que foi o movimento da matemática moderna? 8 O movimento da Matemática Moderna surgiu na década de 1960, foi um movimento internacional e tinha bases na formalidade e no rigor dos fundamentos da teoria dos conjuntos e da álgebra para o ensino e a aprendizagem de Matemática. O Movimento da Matemática Moderna, trouxe ao ensino da Matemática novas formas de representação, uma vez que, segundo Flores (2007, p. 152) esse movimento: “Ligado a um projeto maior, ao projeto modernista percebido como positivista tecnocêntrico e racionalista, buscava atender às novas necessidades sociais de progresso, de desenvolvimento, de modernização e avanço tecnológico. A “Nova Matemática”, ou a “Matemática Moderna”, nas escolas, pretendia ser antes de tudo uma linguagem universal, clara e precisa fundamentada numa concepção estrutural - formalista com supremacia nas estruturas algébricas e na linguagem formal da Matemática.” Os novos livros Segundo Miorim (2005 apud OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2008) começaram a surgir no cenário brasileiro a partir de meados da década de 60, com novos recursos editoriais, com uma organização lógico-estrutural dos conjuntos numéricos com o uso da linguagem simbólica. De acordo com Valente (2001, p. 02): [...] a dependência de um curso de Matemática aos livros didáticos, portanto, é algo que ocorreu desde as primeiras aulas que deram origem à Matemática hoje ensinada na escola básica [...]. Talvez seja possível dizer que a Matemática constitui-se na disciplina que mais tenha sua trajetória histórica atrelada aos livros didáticos. Oliveira e Oliveira (2008) definiram de forma resumida três intentos principais da Matemática Moderna: 1. Unificação dos três campos fundamentais da Matemática, através da introdução de elementos unificadores como a teoria dos conjuntos, as estruturas algébricas e as relações que, acreditava-se comporiam o fundamento das novas vestes Matemática. 2. Ênfase na precisão Matemática do conceito e na linguagem adequada para expressá-la, trocando o pragmatismo presentes no ensino antigo da Matemática. 9 3. O ensino de 1º e 2º grau deveria refletir o espírito da Matemática contemporânea, onde a Matemática se torna mais rigorosa, precisa e abstrata, através do processo de algebrização da Matemática clássica. Mesmo que a Matemática Moderna não tenha ocorrido de forma que atendesse as propostas do movimento, a reforma do ensino da matemática foi se adequando, a começar pelos grandes centros do país. Para Matos e Valente (2007, p. 28) existem duas razões para um novo olhar a Matemática: “Duas razões principais nos obrigam a analisar com um novo olhar a Matemática que nos propomos ensinar aos jovens ao longo dos seus estudos secundários e dos primeiros anos da universidade. Há, em primeiro lugar, o extraordinário desenvolvimento da Matemática pura da nossa época. Há em seguida o fato de que o pensamento científico é cada vez mais tributário dos métodos matemáticos, numa era em que a sociedade tem necessidade de um número sempre crescente de investigadores e de todas as disciplinas.” Ou seja, almeja-se para a Matemática, em termos das finalidades do seu ensino, um triplo papel. Almejava-se segundo o entendimento de Matos e Valente (2007) um papel formativo que, apesar de ser enunciado de volver as capacidades mentais e intelectuais do educando, um papel de preparação tendo em vista o prosseguimento dos seus estudos, e um papel instrumental no que se refere à sua inserção na vida quotidiana e profissional. De acordo com a pesquisadora BERTONI PINTO, Neuza, em seu artigo sobre a Matemática Moderna, as mudanças no ensino da matemática ocorreram pela inconformidade do ensino tradicional. “A inquietação que paira com relação ao aprendizado da Matemática é o fato que não se pode limitar a escrever no quadro negro o simbolismo da disciplina, uma vez que os educandos, em geral, apenas aprendem as fórmulas, ou as teorias abstratas, fora de sua aplicabilidade prática.” Em outro ponto a pesquisadora conclui: Intervir, na formação científica da população, como pretendeu o MMM, requeria não apenas mudar os conteúdos programáticos de uma disciplina 10 escolar, mas sua estrutura de ensino e aprendizagem, colocando em relação partes desconectadas do corpus matemático adequado para sintonizar a escolarização aos avanços tecnológicos do momento histórico. E esse método não poderia ser o dedutivo nem o memorístico. A nova linguagem trazida pela Matemática Moderna, expressa por nova nomenclatura e simbolismo exigia, mais que memorização de fórmulas, compreensão das relações estruturais do edifício matemático. 5 MATEMÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE Visto que a educação exige cada vez mais uma dinamicidade entre os professores e disciplinas, é preciso estar atento e atualizado sobre as novas tendências. O ensino da matemática não é mais, apenas decorar a tabuada, ou meramente aprender a regra de 3, por exemplo. O aluno precisa ver sentido no que lhe é transmitido como conteúdo de aprendizagem, ele precisa entender como relacionar o que recebe com seu mundo. A matemática, é “uma ciência que tem a sua origem relacionada com a necessidade de resolver problemas cotidianos” (ALVES, 2008 p. 98). Sendo assim novas formas de ensinar a matemática vêm surgindo. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática (1998, p. 31): “a Matemática deverá ser vista pelo aluno como um conhecimento que pode favorecer o desenvolvimento do seu raciocínio, de sua capacidade expressiva, de sua sensibilidade estética e de sua imaginação”. Segundo matéria de Luiz Carlos de Menezes na Revista Nova Escola: “Sem atividades desse tipo, crianças e jovens terão um menor domínio prático dessas linguagens. E isso não se corrige simplesmente com uma proporção maior de aulas de Matemática,especialmente se elas se concentrarem na "gramática". O que fazer, então, para garantir aquelas práticas em toda a grade curricular? É preciso planejar, e o exercício de linguagens matemáticas nas várias disciplinas - mais do que possível, essencial - só ocorre se for previsto no projeto pedagógico, que não pode ser um documento de gaveta. E não fica prejudicado o ensino de Arte ou o de Geografia se os estudantes aprenderem a desenhar a cabeça de um adulto com 1/8 da altura do corpo, a avaliar distâncias em perspectiva comparando triângulos, a reproduzir o trajeto da escola para a casa num guia com escala 1/10.000, tomando 1 11 centímetro por 100 metros, ou a calcular o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município em que vivem (MENEZES, 2008).” Matemática interligada à outras disciplinas: Geografia: a) Medição de distâncias e ângulos; b) Cartografia (estudo dos mapas) para realizar projeções cartográficas; c) Análise de dados estatísticos de renda e condições de vida; d) Movimentos e dimensões da Terra. História: a) Estudos sobre os diversos calendários, suas funções e como são utilizados; b) O tempo medido (contagem dos séculos, periodização da história, contagem do tempo, ordenação dos fatos). Português: a) Classes de palavras e nos numerais; b) Ordinais, cardinais, multiplicativo e fracionário; c) Leitura de símbolos numéricos que aparecem nos textos (exemplo: %); d) Trabalho com dados estatísticos, interpretando gráficos e tabelas; e) Produção de textos de ficção com base no gráfico de um saldo bancário pessoal ao longo do ano. Ciências: a) Conversão de unidades de medida; b) Cálculos com aplicações de fórmulas matemáticas; c) Organização de tabelas e diagramas sobre processos naturais; d) Funções; e) Escalas e conversões entre escalas; f) Regra de três. Artes: a) Obras de arte que constituem arranjos geométricos; b) Proporções nas artes plásticas; c) A rítmica na música; d) Desenhos em proporções reais utilizando recursos geométricos para representar perspectivas; e) Obras de arte utilizando as mais variadas formas geométricas; f) Abstrato Geométrico; g) Figuras planas (bidimensional); h) Figuras tridimensionais; i) Volume. Educação Física: a) Registram desempenhos atléticos e dados ergométricos, cargas adequadas nos programas de treinamento 104 Chas Estação Científica (UNIFAP) https://periodicos.unifap.br/index.php/estacao ISSN 2179-1902 Macapá, v. 6, n. 3, p. 97-109, set./dez. 2016 físico; b) Índice de massa corpórea (IMC) e no tempo de chegada de corridas; c) Formas e projeções geométricas, pois para formatar áreas e espaços é necessário a presença da matemática; d) Aproveitamento de alguma equipe no campeonato, tais como: número de vitórias, número de empates e outros. Inglês: a) Contagem; b) Horários; c) Unidades de medidas; d) Temperaturas; e) Numerais; f) Textos; g) Idades. 12 De acordo com um trabalho de campo, desenvolvido pela pesquisadora, Dijalmary Matos Prates Chas, 2016, em um estudo sobre a interdisciplinaridade da matemática com as disciplinas, Ciencias, Português, História e Geografia, temos o seguinte resultado, após análise de determinados livros didáticos: Análise do livro de Ciências Livro: BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson. Ciências. 5 ed. São Paulo: Ática, 2012. 9° ano: Neste livro são abordados os conceitos básicos de Física e Química, e, consequentemente, encontra-se muitos conteúdos de Matemática. São comuns os conceitos de massa e medidas, como nas páginas 19, 20, 21 e 44, temperaturas como na página 124, movimento, os exemplos são encontrados nas páginas 42 e 43, além de exercícios integrando o conhecimento onde são necessários conhecimentos matemáticos, observados nas páginas 25 e 36. Podemos encontrar funções (páginas 46, 47, 51) em todas as fórmulas da Física, como na fórmula que determina a posição em função do tempo (página 53). No conceito de densidade (página 32), visualiza-se novamente o conceito de função e também de volume na página 83. A regra de três está presente na conversão de temperaturas para diferentes escalas (página 124) e a interpretação de dados estatísticos (página 132 e 143). As notações científicas, que são potências de base dez, são usadas em Física e em Química para cálculos com números muito grandes ou muito pequenos, como evidenciado na página 154. 7° ano: Esse livro trabalha com os Seres Vivos e apresenta vários conceitos matemáticos, principalmente em datas, massas e comprimentos dos animais estudados (página 10). Percebe-se também informações da escala de ampliação de imagens, como na página 11. A escala de ampliação aparece na legenda de imagens microscópicas de bactérias, protozoários, entre outros seres vivos muito pequenos que só podem ser observados e estudados através de imagens de microscópios, presentes nas páginas 12, 19 e 23. É frequente encontrar informações como massa e comprimento ao lado das fotos dos animais de determinadas espécies, como observado nas páginas 49 e 52. 13 Além de diversas informações históricas como datas na abertura de alguns capítulos (página 37). Análise do livro de Português Livro: TAVARES, Rosemeire Aparecida Alves; CONSELVAN, Tatiane Brugnerotto. Vontade de saber português. 1. ed. São Paulo: FTD, 2012. 8° ano: Muitos consideram o estudo da Língua Portuguesa como a outra face da moeda Matemática, e geralmente quem gosta de uma dessas matérias, não se “dá bem” ou prefere evitar a outra, afirmação essa, dada pelos próprios alunos durante as aulas. Entretanto, a interdisciplinaridade une também disciplinas que aparentam ser tão opostas. Para sustentar tal afirmação, apresenta-se a análise do livro do 8° ano e um exemplo bem claro aonde tais disciplinas se unem, como trabalham juntas e como a compreensão de ambas é de suma importância para resolução do exercício com dados estatísticos. Além da importância para a interpretação de gráficos e tabelas para realização de enquetes e seminários (páginas 40, 178, 182, 203 e 204), por meio de infográficos e um gráfico de pizza, os exercícios abordam as relações de deslocamento com transporte público, carro e bicicleta. Através das informações dadas ao estudante, após analisar seus números e dados estatísticos, pode-se chegar a conclusões e com isso responder as questões do problema e também construir textos a partir de suas conclusões. 6° ano: Neste livro, a Matemática é encontrada em vários conteúdos: nas classes de palavras “Numeral”, como na página 132, na classificação dos numerais: ordinais, cardinais, multiplicativo e fracionário (páginas 129 até 134), e escrita de números por extenso, como na página 131. Portanto, mesmo em disciplinas aparentemente tão distantes, percebe-se que a interdisciplinaridade da Matemática com as demais disciplinas sempre existirá e por isso, acredita-se que o conhecimento básico da Matemática pode facilitar os estudos em qualquer área. 14 Análise do livro de História MOTOOKA, Débora Yumi; BARBOSA, Muryatan Santana. Para viver juntos: História. 3.ed. São Paulo: Edições SM, 2012. 8º ano: Ao realizar a análise encontrouse nas páginas 85, 257 e 291, por exemplo, mapas e gráficos que são recursos que professores de Matemática podem utilizar para uma introdução ao plano cartesiano. Nos mapas: norte, sul, leste e oeste podem ser relacionados aos eixos (x, y) e nos gráficos a relação entre duas escalas, quando o gráfico é crescente e decrescente, para que quando o aluno for trabalhar com estes gráficos, mapas e tabelas em Geografia já tenha os conhecimentos necessários para interpretação, discussões e análises. Na página 257 encontrou-se na tabela “Estabelecimentos industriais por região”, e os conteúdos matemáticos abordados nos temas: Porcentagem, estatística básica com diversas operações matemáticas e construções de gráficos.A linha do tempo é trabalhada na página 65 e faz uma relação simples e ilustrativa da reta numérica, operações de adição e subtração e a ideia de infinito. Os numerais romanos também são utilizados. 6° ano: No livro do 6° ano é possível verificar vários conteúdos matemáticos, como a contagem dos séculos, contagem do tempo, ordenação de fatos e periodização da História, nas páginas 14 e 15. Leitura de uma linha do tempo, relação de tempo entre acontecimentos, nas páginas 18, 30, 31, 43, 47, 77 e outras. Análise de tabelas, páginas 178 e 179. Vemos o quanto é importante a aplicação dos conteúdos matemáticos na disciplina de História, principalmente no 6° ano, onde a utilização da Matemática vai além de gráficos e tabelas. Análise do livro de Geografia VEDOVATE, Fernando Celo. Projeto Araribá: Geografia. 3 ed. São Paulo: Moderna, 2010. 6° ano: Na análise sobre a viabilidade do estudo matemático dentro da Geografia, encontrou-se as tabelas, gráficos, porcentagem e cálculos com operações 15 matemáticas, havendo uma conexão entre as disciplinas, que cooperam mutuamente para a evolução da educação. O livro de Geografia “Projeto Araribá” aborda a Matemática ao citar vários temas da Geografia que envolve os conceitos matemáticos como ferramenta para a compreensão da Geografia. Na página 44 observouse o uso da Matemática básica para cálculo de fusos horários. Pode-se citar também a página 59 que apresenta a proposta de exercícios que tem como pré-requisito saber analisar tabelas, que por sua vez é um conteúdo matemático. Nesse contexto, podese ressaltar as páginas 136 e 137, que apresentam o conteúdo de Escalas gráficas. Nesse tema a presença da Matemática é nítida, pois sem ela não haveria como representar grandes distâncias em pequenos espaços. Já nas páginas 184 e 185 é ressaltado o conteúdo de representações gráficas, que requer conhecimentos matemáticos, como a análise de tabela para construção de gráficos, porcentagem e operações básicas. 7º ano: Nas páginas 38, 58 e 79 aparecem assuntos como Aspectos Demográficos do Brasil: densidade, população relativa, PIB, área, população, que podem ser relacionados à conjun-tos, divisões, adições, relações entre duas variáveis, frações, proporções, entre outras.
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