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INTRODUÇÃO SEMIOLOGIA VETERINÁRIA

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INTRODUÇÃO SEMIOLOGIA 
 VETERINÁRIA 
 -a rotina clínica diária é essencialmente uma atividade que depende da habilidade e do 
 raciocínio, sendo, cada diagnóstico, um desafio, um problema a ser solucionado. 
 -semiologia > é a parte da medicina que estuda os métodos de exame clínico, pesquisa os 
 sintomas e os interpreta, reunindo, assim, os elementos necessários para construir o 
 diagnóstico e presumir a evolução da enfermidade (prognóstico). 
 -palavra semiologia provém do grego, sēmeîon (sintomas/sinais) e logía (ciência/estudo); 
 -objetivo é o diagnóstico e prognóstico 
 ● Divisão 
 -Semiotécnica : técnica de exploração clínica; forma que eu extraio os dados do animal; 
 envolve contato com o animal e muito do exame físico; é a utilização, por parte do 
 examinador, de todos os recursos disponíveis para avaliar o paciente enfermo, desde a 
 simples observação do animal até a realização de exames modernos e complexos. É a arte 
 de examinar o paciente 
 - Clínica propedêutica: reúne e interpreta o grupo de dados obtidos pelo exame do 
 paciente; é um elemento fundamental de raciocínio e análise, na clínica médica, para o 
 estabelecimento do diagnóstico ; pego os dados para formar um diagnóstico e prognóstico; 
 aqui entra os exames complementares; 
 -Semiogênese : busca explicar os mecanismos pelos quais os sintomas aparecem e se 
 desenvolvem. 
 ● Conceitos gerais 
 ➢ Sintoma ou sinal? 
 -Sintoma é uma palavra de origem grega (súmptōma = coincidência), sendo a sua 
 conceituação divergente entre diferentes escolas e, consequentemente, entre diferentes 
 profissionais; Para a medicina humana, sintoma é uma sensação subjetiva anormal, sentida 
 pelo paciente e não visualizada pelo examinador (dor, náuseas, dormência); difere do sinal, 
 um dado objetivo, que pode ser notado pelo examinador por inspeção, palpação, percussão, 
 auscultação ou evidenciado por meio de exames complementares (tosse, edema, cianose, 
 sangue oculto); 
 Na medicina veterinária, sintoma > todo fenômeno anormal, orgânico ou funcional, pelo qual 
 as doenças se revelam no animal (tosse, claudicação, dispneia); tudo aquilo que eu 
 percebo, visualmente principalmente; 
 sinal > é um elemento de raciocínio; não se limita à observação da manifestação anormal 
 apresentada pelo animal; envolve, principalmente, a avaliação e a conclusão que o clínico 
 retira do(s) sintoma(s) observado(s) e/ou a partir de métodos físicos de exame; 
 ex. Ao palpar uma determinada região com aumento de volume, na qual se forma uma 
 depressão que se mantém mesmo quando a pressão é retirada, por exemplo, o diagnóstico 
 sugestivo é de edema, resultando no que se chama de sinal de Godet positivo; O sintoma, 
 nesse caso, é o aumento de volume, que, por si só, não o caracteriza, pois pode ser tanto 
 um abscesso quanto um hematoma; O examinador, por meio de um método físico de 
 exame (palpação), obtém uma resposta e utiliza o raciocínio para concluir que se trata de 
 um edema; 
 -Diversos tipos de classificação de sintomas são descritos: 
 1. sintomas locais - quando as manifestações patológicas aparecem claramente 
 circunscritas e em estreita relação com o órgão envolvido 
 ex. claudicação - sistema ósseoarticular; hiperemia da conjuntiva palpebral por 
 irritação - ocular; 
 2. gerais - manifestações patológicas resultantes do comprometimento orgânico como 
 um todo (endotoxemia) ou por envolvimento de um órgão ou de um determinado 
 sistema, levando, consequentemente, a prejuízos de outras funções do organismo 
 (neoplasia mamária com posterior metástase para pulmões); 
 ex. febre, sepse; 
 3. principais - mais relevantes; fornecem subsídios sobre o provável sistema orgânico 
 envolvido (dispneia nas afecções pulmonares; alterações comportamentais por 
 envolvimento do sistema nervoso); sinal que se liga mais a um sistema específico; 
 4. patognomônicos - somente pertencem ou representam uma determinada 
 enfermidade; extremamente raros; 
 ex. protrusão da terceira pálpebra em equinos, nos casos de tétano; necrose 
 esbranquiçada do miocardio em caso de febre aftosa; eritrema na forma de 
 diamante - losangulo - em suínos com erisipela; 
 - sintomas podem ser classificados: 
 ★ Quanto à evolução: 
 Iniciais: primeiros sintomas observados ou os sintomas reveladores da doença 
 Tardios : quando aparecem no período de plena estabilização ou declínio da 
 enfermidade 
 Residuais : quando se verifica aparente recuperação do animal; permanecem 
 mesmo após a cura do animal; 
 como as mioclonias que ocorrem em alguns casos de cinomose 
 ★ Quanto ao mecanismo de produção: 
 Anatômicos: dizem respeito à alteração do formato de um órgão ou tecido 
 (esplenomegalia, hepatomegalia) 
 Funcionais: estão relacionados com a alteração na função dos órgãos 
 (claudicação) 
 Reflexos: sintomas distantes, por serem originados longe da área em que o 
 principal sintoma aparece 
 ex. sudorese em casos de cólicas em equinos; taquipneia em caso de uremia; 
 icterícia nas hepatites; facomatoses compreendem um grupo de doenças 
 neuroectodérmicas e mesodérmicas caracterizadas por lesões oculares congênitas 
 e frequentemente hereditárias, associadas a lesões que se fazem presentes em 
 outros órgãos ou sistemas, grupo de enfermidades neurológicas que se refletem na 
 pele; 
 ➢ Síndrome 
 -do grego syndromé = que correm juntos; conjunto de sinais clínicos; conjunto de sintomas 
 clínicos, de múltiplas causas e que afetam diversos sistemas; quando adequadamente 
 reconhecidos e considerados em conjunto, caracterizam, por vezes, determinada 
 enfermidade ou lesão; 
 ex. febre, considerada a síndrome mais antiga e conhecida no universo médico, ocorre no 
 carbúnculo hemático, na aftosa, na cinomose; sua ocorrência, por si só, não caracteriza 
 nenhuma dessas enfermidades, mas é de grande importância para o diagnóstico das 
 mesmas; Na verdade, a febre é um conjunto de sintomas, visto que, em sua decorrência, 
 ocorre ressecamento da boca, aumento da frequência respiratória e cardíaca, perda parcial 
 de apetite, oligúria, polidipsia, hiporexia, dentre outros, sendo a elevação de temperatura 
 (hipertermia) o sintoma preponderante. 
 ➢ Diagnóstico 
 - maioria dos erros médicos não se deve a falhas de raciocínio sobre fatos bem avaliados, 
 mas de raciocínio bem conduzido, porém sobre fatos mal observados . (Pascal – século 
 XVII); Pela observação cuidadosa dos enfermos, muitas doenças tornaram-se conhecidas 
 por seus sintomas e por sua evolução, antes que suas causas fossem identificadas; Dessa 
 maneira, surgiu a possibilidade do diagnóstico (do grego diágnōsis = ato de discernir, de 
 conhecer) , ou seja, de reconhecer uma dada enfermidade por suas manifestações clínicas, 
 bem como deprever a sua evolução, ou melhor, o seu prognóstico . 
 tipos de diagnóstico : clínico, terapêutico, anatômico, etiológico, histopatológico, 
 anatomopatológico, radiológico, sindrômico; 
 na realidade o diagnóstico que tem é o nosológico ou clínico porque todos eu preciso fazer 
 anamnese e exame clínico do animal; 
 O reconhecimento de uma doença com base nos dados obtidos na anamnese, no exame 
 físico e/ou exames complementares constitui o diagnóstico nosológico ou clínico, sendo, 
 na verdade, a conclusão a que o clínico chega sobre a doença do animal (p. ex., 
 pneumonia, tétano, raiva). Não são incomuns os casos em que, após avaliar o animal, em 
 caso de suspeita de determinada enfermidade, o próximo passo seja a realização de um 
 procedimento medicamentoso e, se houver resposta favorável, fecha-se o diagnóstico. Tal 
 procedimento é denominado diagnóstico terapêutico (p. ex., animal magro, pelos 
 eriçados, deprimido, mucosas pálidas: vermífugo); Determinadas doenças produzem 
 modificações anatômicas que podem ser encontradas no exame macroscópico dos órgãos, 
 tornando possível estabelecer o diagnóstico anatômico, no qual se especifica o local e o tipo 
 de lesão (p. ex., artrite interfalângica distal, fratura cominutiva do fêmur, lesão da válvula 
 tricúspide); A descoberta dos microrganismos por Pasteur, o melhor conhecimento dos 
 processos bioquímicos e metabólicos, a descoberta dos hormônios e das vitaminas, o 
 progresso da imunologia, dentre muitas outras conquistas, culminaram com a identificação 
 das causas de muitas doenças, o que possibilitou o diagnóstico etiológico , que nada mais 
 é que a conclusão do clínico sobre o fator determinante da doença (p. ex., botulismo: 
 Clostridium botulinum; tétano:Clostridium tetani). Ao mesmo tempo, a utilização cada vez 
 mais frequente dos microscópios no estudo dos tecidos tornou possível o diagnóstico 
 histopatológico das lesões; exame macro e/ou microscópico de peças cirúrgicas, biopsias 
 ou o exame post mortem, englobando os diagnósticos anatômico e histopatológico, constitui 
 o diagnóstico anatomopatológico ; A utilização rotineira dos raios X como auxiliar nas 
 rotinas clínica e cirúrgica deu origem ao diagnóstico radiológico. 
 -cada método novo de exame que foi ou vai sendo introduzido na prática médica conduz a 
 novos tipos de diagnóstico. Atualmente, fala-se correntemente em diagnóstico 
 laboratorial, sorológico, eletrocardiográfico, endoscópico, dentre outros . Contudo, 
 esses diagnósticos da era moderna nada mais são que meios auxiliares de exame clínico, 
 visto que devem ser precedidos e solicitados para uma suspeita inicialmente formulada ou 
 quando as hipóteses diagnósticas já foram preestabelecidas; 
 -tipos de diagnóstico: 
 1. Diagnóstico provável 
 2. Diagnóstico provisório 
 3. Diagnóstico presuntivo 
 nem sempre é possível estabelecer, de imediato, o diagnóstico exato da enfermidade que 
 ora se manifesta. Nesses casos, é conveniente realizar diagnóstico provável, provisório ou 
 presuntivo. Com a evolução do caso, deve-se tentar estabelecer o diagnóstico por 
 exclusão, eliminando-se, aos poucos, algumas hipóteses diagnósticas inicialmente 
 presumidas, pelas características do quadro sintomático apresentado dia a dia e pela 
 realização de exames complementares. 
 -principais causas de erro no estabelecimento do diagnóstico são: 
 1. Anamnese incompleta ou preenchida erroneamente, 
 2. Exame físico superficial ou feito às pressas (mínimo 1 minuto de ausculta), 
 3. Avaliação precipitada ou falsa dos achados clínicos, 
 4. Conhecimento ou domínio insuficiente dos métodos dos exames físicos disponíveis, 
 5. Impulso precipitado em tratar o paciente antes mesmo de se estabelecer o 
 diagnóstico. 
 -passos para se chegar a um diagnóstico: 
 1. elaboração de hipóteses - domina a parte inicial da investigação clínica; início 
 quando as informações mínimas sobre o caso em questão são conhecidas, tais 
 como idade, sexo, raça e queixa principal ; Quando os dados da história do animal 
 são relatados ( anamnese ) ou observados a partir dos sintomas e/ou sinais (e xame 
 físico ), há, involuntariamente, a elaboração de hipóteses; A elaboração precoce de 
 uma hipótese de trabalho, logo no início da tentativa de resolução do problema 
 clínico, é natural e necessária, visto que propicia conduta ou direção que deve ser 
 adotada durante o exame clínico; 
 2. avaliação das hipóteses obtidas - se sobrepõe nos estágios finais do exame 
 clínico; Durante a avaliação, algumas indagações iniciais e direcionadas, obtidas na 
 fase de elaboração, são rejeitadas e substituídas por outras mais genéricas. 
 Certamente, o trabalho mais difícil da prática médica é a avaliação dos dados 
 clínicos e dos resultados dos exames complementares, quando solicitados. por 
 isso, é válido relembrar os famosos 
 -princípios de Hutchinson: 
 1. Não seja demasiadamente sagaz 
 2. Não tenha pressa 
 3. Não tenha predileções 
 4. Não diagnostique raridades; pense nas hipóteses mais simples 
 5. Não tome um rótulo por diagnóstico 
 6. Não tenha prevenções 
 7. Não seja tão seguro de si 
 8. Não hesite em rever seu diagnóstico, de tempo em tempo, nos casos crônicos. 
 -diagnóstico não é pautado em adivinhações ou em intuições; ele é concebido após a 
 obtenção criteriosa dos dados e a avaliação pormenorizada das hipóteses. 
 -As manifestações da mesma doença não são exatamente iguais em diferentes animais. 
 -médico brasileiro Torres Homem a descrever que “ para um clínico, não existe enfermidade, 
 e sim enfermos”. Portanto, deve-se avaliar a maneira particular com que cada indivíduo 
 responde a uma mesma doença . 
 ➢ Prognóstico 
 -importante estabelecer 
 -consiste em se prever a evolução da doença e suas prováveis consequências. 
 -oriunda do grego (prognōstikós = aquilo que deve acontecer; 
 - orientado a partir de três aspectos: perspectiva de salvar a vida; perspectiva de recuperar 
 a saúde ou de curar o paciente; e perspectiva de manter a capacidade funcional do(s) 
 órgão(s) acometido(s); 
 -Quando se espera uma evolução satisfatória, diz-se que é prognóstico favorável ; 
 -quando se prevê o término fatal ou a possibilidade de óbito, é prognóstico desfavorável. 
 - Nos casos de curso imprevisível, diz-se que é prognóstico duvidoso, reservado ou 
 incerto; 
 -prognóstico pode ser favorável quanto à vida e desfavorável ou duvidoso quanto à validez 
 e à recuperação integral do paciente (p. ex., displasiacoxofemoral em cães de grande 
 porte). 
 -deve ser racional, com base nos dados obtidos (história clínica) e na avaliação física do 
 paciente. 
 -necessário levar em consideração > a doença, idade, raça, espécie e valor econômico ; 
 e, ao proprietário, tais como poder aquisitivo (para custear as despesas do tratamento) e 
 condições disponíveis na propriedade para a realização do tratamento ( manejo ) , 
 psicologia, comportamento, atitude, valor afetivo. 
 ➢ Tratamento ou resolução 
 -É o meio utilizado para combater a doença. 
 -Do conhecimento do estado do animal pelo exame clínico, surge a inspiração das medidas 
 necessárias para a solução do processo patológico. 
 -possível utilizar meios cirúrgicos, medicamentosos e dietéticos ; às vezes, ocorre uma 
 combinação desses recursos; em outras, o tratamento é feito individualmente, de acordo 
 com cada caso. 
 -Quanto à finalidade, pode ser: 
 1. Causal: quando se opta por um meio que combata a causa da doença 
 (hipocalcemia: administra-se cálcio); tratamento paliativo ou de suporte. 
 2. Sintomático : quando visa combater apenas os sintomas (anorexia: orexigênicos, 
 vitaminas) ou abrandar o sofrimento do animal (analgésicos, antipiréticos); trata os 
 sintomas e não a causa; 
 3. Patogênico: procura modificar o mecanismo de desenvolvimento da doença no 
 organismo; 
 ex. tétano: usa-se soro antitetânico antes que as toxinas cheguem aos neurônios; 
 4. Vital: quando se procura evitar o aparecimento de complicações que possam fazer 
 o animal correr risco de morte (transfusão sanguínea em pacientes com anemia 
 grave). tratamento para manter o animal vivo; 
 ● Métodos gerais de exploração clínica 
 -inspeçao, palpação, auscultação, percussão, olfação; 
 -Cada uma dessas técnicas pode ser aperfeiçoada se os três “P” do exame clínico forem 
 obedecidos: paciência; perseverança; e prática . Para atingir a competência nesses 
 procedimentos, o estudante deve ensinar os olhos a ver, as mãos a sentir e os ouvidos a 
 ouvir. 
 ➢ INSPEÇÃO: Utilizando o sentido da visão, esse procedimento de exame se inicia 
 antes mesmo da anamnese, sendo o mais antigo método de exploração clínica e 
 um dos mais importantes; Por meio dela, investigam-se a superfície corporal e as 
 partes mais acessíveis das cavidades em contato com o exterior . Inicialmente, 
 observe a distância, pois as anormalidades de postura e de comportamento são 
 mais facilmente perceptíveis; Para obter um ótimo parâmetro, compare o animal 
 doente com os sadios; Não se precipite: não faça a contenção nem manuseie o 
 animal antes de uma inspeção cuidadosa, visto que a manipulação o deixará 
 estressado; Limite-se a descrever o que está vendo; ver é diferente de observar; 
 observação do animal pode oferecer inúmeras informações úteis para o diagnóstico, 
 tais como estado mental, postura e marcha, condição física ou corporal, estado dos 
 pelos e pele, formato abdominal, dentre outras , 
 pode ser dividida em: 
 1. Panorâmica: quando o animal é visualizado como um todo (condição 
 corporal) 
 2. Localizada: atentando-se para alterações em uma determinada região do 
 corpo (glândula mamária, face, membros) 
 3. Direta: sendo a visão o principal meio utilizado pelo clínico, observam-se 
 principalmente os pelos, a pele, as mucosas, os movimentos respiratórios, 
 as secreções, o aumento de volume, as cicatrizes, as claudicações, dentre 
 outros. denominada de ectoscopia , visto que se pratica sobre a superfície do 
 corpo 
 4. Indireta : feita com o auxílio de aparelhos, tais como de iluminação: 
 otoscópio, laringoscópio, oftalmoscópio (utilizados para examinar cavidades 
 do organismo), De raios X Microscópios; De mensuração De registros 
 gráficos (eletrocardiograma) De ultrassonografia; 
 ➢ PALPAÇÃO: sentir é indispensável para se chegar ao saber;inspeção e a palpação 
 são dois procedimentos que quase sempre andam juntos, um completando o outro: 
 o que o olho vê, a mão afaga; utilização do sentido tátil ou da força muscular, 
 usando-se as mãos, as pontas dos dedos, o punho, ou até instrumentos, para 
 melhor determinar as características de um sistema orgânico ou da área explorada; 
 responsável por informações sobre estruturas superficiais ou profundas (p. ex., o 
 grau de oleosidade da pele de pequenos animais e a avaliação de vísceras ou 
 órgãos genitais internos de grandes animais, por meio da palpação abdominal e 
 transretal, respectivamente); A última abordagem citada é denominada palpação 
 por tato ou palpação cega, na qual, pode-se dizer, o clínico tem nas mãos e nos 
 dedos os seus olhos ; Contudo, para isso, é necessário ter em mente as 
 características da(s) estrutura(s) e sua localização dentro da cavidade explorada; 
 força muscular ou de pressão é utilizada para avaliar estruturas que estejam 
 localizadas mais profundamente ou quando se deseja verificar uma resposta 
 dolorosa; possível notar modificações de textura, espessura, consistência, 
 umidade, sensibilidade, temperatura, volume, dureza, além da percepção de 
 frêmitos, flutuação, elasticidade, edema e outros fenômenos . 
 1. Palpação direta: Quando se utilizam somente as mãos ou os dedos para 
 avaliar determinada área, 
 2. Palpação indireta: quando é utilizado algum aparelho ou instrumento com 
 esse objetivo; 
 ex. quando se examina órgãos, estruturas ou cavidades inacessíveis por 
 meio da simples palpação externa, utilizando sondas, cateteres, pinças, 
 agulhas, dentre outros; 
 nos bovinos, como em outras espécies, o esôfago sofre desvio lateral na 
 entrada do tórax e, às vezes, um corpo estranho fixa-se nesse local. Como é 
 praticamente impossível fazer a palpação esofágica externamente, em 
 virtude de sua localização, passa-se uma sonda esofágica e, caso ela pare 
 nesse ponto, tem-se um forte indício de obstrução; A palpação apresenta 
 inúmeras variantes que podem ser sistematizadas da seguinte maneira: 
 Palpação com a mão espalmada, usando toda a palma de uma ou de ambas 
 as mãos, Palpação com a mão espalmada, usando apenas as polpas digitais 
 e a parte ventral dos dedos, Palpação com o polegar e o indicador, formando 
 uma pinça, Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos (específico para a 
 avaliação da temperatura), Digito-pressão realizada com a polpa do polegar 
 ou indicador, que consiste na compressão de uma área com diferentes 
 objetivos: pesquisar a existência de dor, detectar edema (Godet positivo) e 
 avaliar a circulação cutânea; Punho-pressão é feita com a mão fechada, 
 particularmente em grandes ruminantes, com a finalidade de avaliar a 
 consistência de estruturas de maior tamanho (rúmen, abomaso) e 
 paradenotar, também, aumento de sensibilidade na cavidade abdominal; 
 Vitro-pressão é realizada com a ajuda de uma lâmina de vidro comprimida 
 contra a pele,analisando-se a área por meio da própria lâmina; 
 Tipos de consistência: 
 1. Mole: quando a estrutura reassume seu formato normal após cessar a 
 aplicação de pressão à mesma (tecido adiposo); é uma estrutura macia, 
 porém flexível 
 2. Firme : quando a estrutura, ao ser pressionada, oferece resistência, mas 
 acaba cedendo e voltando ao normal ao final da pressão (fígado, músculo) 
 3. Dura: quando a estrutura não cede, por mais forte que seja a pressão (ossos 
 e alguns tecidos tumorais) 
 4. Pastosa: quando uma estrutura cede facilmente à pressão e permanece a 
 impressão do objeto que a pressionava, mesmo quando cessada (edema: 
 sinal de Godet positivo); 
 5. Flutuante: determinada pelo acúmulo de líquidos, tais como sangue, soro, 
 pus ou urina, em uma estrutura ou região; resulta em um movimento 
 ondulante, mediante a aplicação de pressão alternada. Se o líquido estiver 
 muito comprimido, pode não haver ondulações 
 6. Crepitante: observada quando determinado tecido contém ar ou gás em seu 
 interior. À palpação, a sensação é de movimentação de bolhas gasosas; é 
 facilmente verificada nos casos de enfisema subcutâneo; 
 ➢ AUSCULTAÇÃO: consiste na avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos 
 produzem espontaneamente (naturalmente), sendo esta a principal diferença entre 
 auscultação e percussão, na qual os sons são produzidos pelo examinador, a fim de 
 se obter uma resposta sonora ; usado principalmente no exame dos pulmões, em 
 que é possível evidenciar os ruídos respiratórios normais e os patológicos; no 
 exame do coração, para auscultação das bulhas cardíacas normais e suas 
 alterações e para reconhecer sopros e outros ruídos; e no exame da cavidade 
 abdominal, para detectar os ruídos característicos inerentes ao sistema digestório 
 de cada espécie animal; 
 pode ser: 
 1. Direta ou imediata: quando se aplica o ouvido, protegido por um pano, 
 diretamente na área examinada, evitando, assim, o contato com a pele do 
 animal; desvantagens são óbvias, incluindo a dificuldade de manter-se um 
 contato íntimo com animais irrequietos e de excluir os sons provenientes do 
 meio externo, além de a pele do animal estar úmida e conter restos de fezes 
 ou secreções cutâneas, dentre outras; 
 2. Indireta ou mediata: quando se utilizam aparelhos de auscultação 
 ( estetoscópio, fonendoscópio, Doppler ); 
 fonendoscópio, consiste em aparelho dotado de membrana em uma das 
 extremidades, que possibilita a auscultação difusa e intensa dos ruídos produzidos 
 pelo órgão examinado. A desvantagem da maior sensibilidade produzida por essa 
 membrana ou diafragma é a interferência dos sons produzidos pela fricção entre o 
 instrumento e a pele do animal e a captação de ruídos de outros órgãos ou do meio 
 externo. O estetoscópio contém cones para se auscultar, os quais, também 
 denominados peças de Ford, são adequados para a auscultação de ruídos graves, 
 ou seja, os de baixa frequência (p. ex., alguns sopros e bulhas cardíacas); ao passo 
 que os fonendoscópios dispõem de diafragmas – também denominados peças de 
 Bowles, os quais são ideais para se auscultarem ruídos agudos, ou seja, os de alta 
 frequência. Dessa maneira, são mais comumente utilizados, haja vista que a maioria 
 dos ruídos passíveis de auscultação é de alta frequência. Ao utilizar os cones, vale 
 ressaltar a importância de não pressionar o estetoscópio em demasia contra a pele 
 do animal, o que a distende, tornando-a semelhante a um diafragma, o que dificulta a 
 auscultação de ruídos de baixa frequência. Além disso, devemos sempre realizar a 
 auscultação cardíaca mediante o uso de ambos: o diafragma e o cone; assim, é 
 possível obter o maior número de informações na auscultação. Atualmente, muitos 
 instrumentos são providos simultaneamente dos dois tipos de extremidades 
 (esteto/fonendo). 
 Tipos de ruídos: 
 1. Aéreos: quando ocorrem pela movimentação de massas gasosas 
 (movimentos inspiratórios: passagem de ar pelas vias respiratórias) 
 2. Hidroaéreos : causados pela movimentação de massas gasosas em um 
 meio líquido (ex. borborigmo intestinal) 
 3. Líquidos: produzidos pela movimentação de massas líquidas em uma 
 estrutura (sopro anêmico) 
 4. Sólidos: devem-se ao atrito de duas superfícies sólidas rugosas, como o 
 esfregar de duas folhas de papel (ex. roce pericárdico nas 
 pericardites,pleuropneumonia avançada); 
 ➢ PERCUSSÃO: ato ou efeito de percutir; Trata-se de um método físico de exame, 
 em que, por meio de pequenos golpes ou batidas, aplicados em determinada parte 
 do corpo, torna-se possível obter informações sobre a condição dos tecidos 
 adjacentes e, mais particularmente, das porções mais profundas; O valor do método 
 consiste na percepção das vibrações no ponto de impacto, produzindo sons 
 audíveis, com intensidade ou tons variáveis, quando refletidos de volta, devido às 
 diferenças na densidade dos tecidos; possibilita a avaliação de tecidos localizados 
 aproximadamente a 7 cm de profundidade e é capaz de detectar lesões iguais ou 
 maiores que 5 cm; 
 atualmente, utiliza-se basicamente a percussão digitodigital, martelo-plessimétrica e, 
 em alguns casos, a punhopercussão e a percussão digital ou direta ; 
 tipos: 
 1. Direta: Quando se percute diretamente com os dedos de uma das mãos a 
 área a ser examinada; percussão digital; dedo permanece fletido na tentativa 
 de imitar o formato de um martelo; 
 2. Indireta: quando se interpõe o dedo de uma das mãos (médio) ou outro 
 instrumento (plessímetro) entre a área a ser percutida e o objeto percutor 
 (martelo e/ou dedo); mediata; percussão digito-digital e a 
 martelo-plessimétrica; percussão digitodigital > é necessário golpear a 
 segunda falange do dedo médio estendido de uma das mãos com a porção 
 ungueal do dedo médio da outra mão, agora encurvado; Na percussão 
 martelo-plessimétrica, golpeamos com um martelo o plessímetro colocado 
 na área a ser examinada; a partir desse método (indicado para grandes 
 animais), conseguimos uma percussão mais profunda; 
 Ao utilizar o martelo apropriado ou o punho (com a mão fechada), provoca-se 
 uma resposta dolorosa em bovinos; percussão digitodigital é a mais 
 adequada, pois há menor interferência dos sons na batida de um dedo sobre 
 o outro; contudo, é de pouca penetração e seu uso é mais indicado em 
 animais de pequeno porte; O valor diagnóstico da percussão em grandes 
 animais é limitado devido ao grande tamanho dos órgãos internos e à 
 espessura dos tecidos que os revestem (músculos, gordura subcutânea), 
 por exemplo. A camada de gordura subcutânea (no suíno) e o revestimento 
 lanoso (nos ovinos) tornam a aplicação da percussão quase impraticável 
 nessas espécies. 
 seguintes regras gerais devem ser obedecidas para a realização da 
 percussão: Praticar várias vezes e familiarizar-secom os instrumentos e os 
 sons obtidos, Percutir em ambiente silencioso, Evitar percutir animais que 
 estejam em decúbito lateral. importante colocá-los em posição quadrupedal, 
 para melhor posicionamento dos órgãos nas respectivas cavidades, Fazer 
 pressão moderada com o plessímetro ou com o dedo contra a superfície 
 corporal, caso contrário, haverá um espaço vazio entre o plessímetro ou o 
 dedo do examinador e a pele do animal, o que resultará, ao bater com o 
 martelo ou o dedo, em respostas sonoras inadequadas; 
 Tipos de sons: 
 1. timpânico: os órgãos ocos, com grandes cavidades repletas de ar ou 
 gás e com as paredes semidistendidas, produzem um som de maior 
 intensidade e ressonância, que varia conforme a pressão do ar ou 
 gás contido, como se fosse um tambor a percutir; quando se percute 
 o abdome 
 2. Claro: 50%ar e 50%sólido; se o órgão percutido contiver ar que 
 possa se movimentar, produz um som de média intensidade, duração 
 e ressonância; mesmo que se ouve ao percutir o pulmão sadio; 
 produzido também por gases e paredes distendidas; Quanto menos 
 espessos forem os tecidos que cobrem o órgão percutido, maior será 
 sua zona vibratória e, portanto, mais alto será o som; Se o volume 
 vibratório do órgão for pequeno, o som será menos intenso. Isso 
 explica a variação de intensidade do som das distintas zonas da 
 parede torácica; Por isso, o som claro do tórax passa gradualmente a 
 ser maciço, à proporção que percute nas regiões superior e anterior 
 do tórax; 
 3. Maciço : as regiões compactas, desprovidas completamente de ar, 
 produzem um som de pouca ressonância, curta duração e fraca 
 intensidade, chamado de mate ou maciço, idêntico ao que se obtém 
 percutindo-se a musculatura da coxa; pode ser ouvido também nas 
 regiões hepática e cardíaca . 
 4. Entre o claro e o timpânico (hipersonoro - subtimpânico); 
 5. entre o claro e o maciço (submaciço) 
 ➢ OLFAÇÃO: empregado no exame das transpirações cutâneas, do ar expirado e das 
 excreções; em certos casos, pode ser de grande ajuda no encaminhamento do 
 diagnóstico; técnica é simples, sendo necessária apenas a aproximação razoável da 
 área do animal a ser examinada; Para analisar o odor do ar expirado, aproxima-se a 
 mão, em formato de concha, das fossas nasais do animal e desvia-se o ar expirado 
 para o nariz do examinador, individualizando-o; 
 ex. em que a olfação pode auxiliar no diagnóstico: as vacas com acetonemia 
 eliminam um odor que lembra o de acetona; hálito com odor urêmico aparece em 
 doentes em uremia; halitose é um odor desagradável que pode ser determinado por 
 diferentes causas (cáries dentárias, tártaro, afecções periodontais, corpos estranhos 
 na cavidade oral e esôfago, infecções de vias respiratórias, alterações metabólicas e 
 algumas afecções do sistema digestório); o odor das fezes de cães com 
 gastrenterite hemorrágica e das secreções de cães com hipertrofia da glândula 
 adanal é sui generis e inesquecíve l; 
 ● Métodos complementares de exame 
 - exames complementares, quando realizados posteriormente ao exame físico do animal, 
 aumentam acentuadamente as possibilidades de se identificar com precisão e rapidez as 
 modificações orgânicas provocadas por diferentes enfermidades; 
 -torna-se necessário saber qual(is) exame(s) solicitar para cada caso específico, tendo em 
 vista seu elevado custo e a capacidade individual de interpretar seus resultados de maneira 
 consciente e crítica. 
 - serve apenas para auxiliar ou complementar os procedimentos clínicos anteriores, com o 
 intuito de chegar ao diagnóstico, provisório ou definitivo. 
 -as principais razões para a realização dos exames complementares são: Confirmar a 
 ocorrência/presença ou a causa da doença, Avaliar a gravidade do processo mórbido, 
 Determinar a evolução de uma doença específica, Verificar a eficácia de determinado 
 tratamento . 
 ➢ Punção (centese) exploratória > é a pesquisa de órgãos ou cavidades internas, 
 por meio da passagem de um trocarte, agulha, cânula e similar, dos quais é retirado 
 material para ser examinado com relação aos seus aspectos físico, químico, 
 citológico e bacteriológico; 
 ➢ Biopsia > Consiste na coleta de pequenos fragmentos teciduais de órgãos como 
 pulmões, fígado, rins, dentre outros, para a realização de exame histopatológico; Os 
 principais objetivos são: Diferenciar entre as causas de organomegalia envolvendo 
 nódulos linfáticos, baço, fígado, rins, próstata, glândulas mamárias e outros órgãos, 
 Diferenciar entre inflamação, hiperplasia e neoplasia como causa de tumores de 
 pele, tumores subcutâneos e outros tumores acessíveis, Diferenciar neoplasias 
 malignas de benignas, com propósitos de diagnóstico e de planejamento terapêutico, 
 Auxiliar na confirmação do diagnóstico de uma dermatopatia; 
 ➢ Exames laboratoriais > incluem os exames físico-químicos, hematológicos, 
 bacteriológicos, parasitológicos e determinações enzimáticas; 
 ➢ Inoculações diagnósticas > Havendo suspeita de determinada enfermidade, 
 inocula-se o material proveniente do animal doente em animais de laboratório, para 
 verificar o aparecimento da doença; requer técnica especial 
 ➢ Reações alérgicas > exames que provocam respostas sensíveis nos animais, 
 mediante a inoculação em seus tecidos de algum antígeno sob a forma de uma 
 proteína derivada de microrganismos específicos que estejam ou tenham infectado 
 o animal (ex. testes da tuberculina); 
 ➢ Outros exames complementares mais específicos ( eletrocardiografia, 
 eletroneuromiografia etc.) 
 ● Plano geral de exame clínico 
 -ordem: identificaçao do animal e do dono, anamnese (história clínica do 
 animal/queixa principal), exame físico geral e específico, hipóteses diagnósticas e 
 exames complementares; 
 - Primeiramente, é necessário diferenciar o exame clínico do físico. 
 1. exame clínico >> reúne todas as informações necessárias para o estabelecimento 
 do diagnóstico; para o exame clínico o veterinária precisa de conhecimento, 
 raciocínio clínico, orgaos dos sentidos treinados, sensatez/bom senso, organização 
 e paciência; 
 constituído basicamente dos seguintes procedimentos: Identificação do(s) 
 animal(is) (resenha), Investigação da história do animal (anamnese), 
 2. exame físico >> é uma parte do exame clínico do animal, resumindo-se à coleta dos 
 sintomas e dos sinais por métodos físicos de exame, tais como inspeção, palpação, 
 percussão, auscultação e olfação; 
 Exame físico Geral: avaliação do estado geral do animal (atitude, comportamento, 
 estado nutricional, estado de hidratação, coloração de mucosas, exame de 
 linfonodos etc.), parâmetros vitais (frequência cardíaca, frequência respiratória, 
 temperatura, movimentos ruminais e/ou cecais); 
 Exame físico Especial: exame direcionado ao(s) sistema(s) envolvido(s);Solicitação e interpretação dos exames subsidiários (caso necessário); Diagnóstico 
 e prognóstico, Tratamento (resolução do problema); 
 -procedimentos gerais incluem a identificação do animal, a realização da entrevista com 
 o proprietário ou pessoas afins e, também, o primeiro estágio do exame físico que se 
 conhece, comumente, como exame preliminar (ou geral), o qual precede o exame 
 detalhado e completo de determinado sistema do corpo; 
 -fundamental avaliar o animal como um todo, visto que, muitas vezes, determinada 
 enfermidade pode culminar no comprometimento de outro(s) órgão(s) ou sistema(s), além 
 de ser de grande utilidade para que se vislumbre o fator primário responsável pelo início do 
 aparecimento dos sintomas; 
 A importância do exame geral preliminar pode ser ilustrada no seguinte exemplo: 
 Uma vaca é encontrada no período da tarde, parecendo estar deprimida, com marcado 
 aumento da frequência respiratória, temperatura corporal elevada e ausência de apetite. Se, 
 erroneamente, pararmos de examinar o animal nesse momento, tende-se a pensar em um 
 processo respiratório ou digestório. Contudo, se fosse feito um exame físico geral criterioso, 
 seria possível observar com certa facilidade alteração no formato do úbere da vaca, 
 apresentando os sinais cardinais do processo inflamatório (aumento de volume, dor, calor, 
 rubor e perda da função). As suspeitas iniciais seriam, então, excluídas. Caso o exame se 
 baseasse exclusivamente nos dados iniciais, não se chegaria, nessa fase do exame, ao 
 provável diagnóstico de mastite. 
 -IDENTIFICAÇÃO DO ANIMAL: 
 1. nome, 
 2. espécie, 
 3. sexo, 
 4. raça - raças mais puras são mais suscetíveis a doenças; As raças mistas ou os 
 animais sem raça definida (SRD) são animais de extrema rusticidade e, ao serem 
 devidamente diagnosticados e tratados, costumam reagir favoravelmente; vacas 
 produtoras de leite são mais propensas a doenças metabólicas como hipocalcemia 
 e acetonemia, dentre outras; Os cavalos de corrida são mais suscetíveis a 
 cardiopatias e aos processos respiratórios; os de tração e salto apresentam, com 
 certa frequência, problemas no sistema locomotor. Em cães, algumas raças como o 
 Boxer e o Cocker Spaniel apresentam predisposição ao desenvolvimento de 
 miocardiopatias. 
 5. idade, 
 6. pelagem, 
 7. peso, 
 8. origem 
 9. informações do proprietário; 
 -ANAMNESE: significa trazer de volta à mente todos os fatos relacionados com a doença e 
 com o paciente; trata-se do conjunto de informações recolhidas sobre fatos de interesse 
 médico, passados e/ou atuais, que fornece importantes subsídios para o estabelecimento 
 do diagnóstico do caso em questão. anamnese benfeita representa 50% do diagnóstico e o 
 contrário, 50% do erro diagnóstico; acompanha-se de decisões diagnósticas e terapêuticas 
 corretas; do contrário, desencadeia uma série de consequências negativas. depende, em 
 grande parte, do tipo de informante (proprietário, peão) e do entrevistador (veterinário). A 
 realização da anamnese requer muito tato por parte do profissional, para que seja possível 
 coletar todas as informações importantes para o caso, filtrando as desnecessárias. 
 estrutura da história ou da anamnese é a seguinte: Fonte e confiabilidade , Queixa 
 principal (manifestação imediata da doença do animal, que levou o proprietário a procurar 
 atendimento veterinário) , História recente ( refere-se a alterações recentes na saúde do 
 animal que levaram o proprietário a procurar auxílio médico. deve responder a três 
 perguntas básicas: o que, quando e como; Determine, se possível, o sintoma-guia 
 Determine a época do seu início Use o sintoma-guia como fio condutor da história e tente 
 estabelecer as relações com outros sintomas Determine a situação do sintoma-guia no 
 momento atual: evoluiu/estagnou?; início do sintoma deve ser caracterizado primeiramente 
 com relação à época, se possível, registrando-se o dia, a semana ou o mês (a pergunta 
 padrão pode ser: Quando o(a) senhor(a) começou a observar isso ?). O modo de início – 
 gradativo ou súbito – também é importante. A duração é estabelecida conforme a época do 
 início do sintoma – se sazonal ou não (p. ex., aparece em determinadas épocas do ano; 
 cães que apresentam dermatopatias alérgicas sempre nos meses de verão); passo 
 seguinte consiste em investigar a maneira como evoluiu o sintoma , com base no seu 
 comportamento ao longo dos dias ou semanas e, também, no decorrer do dia, 
 registrando-se as modificações ocorridas nas suas características (intensidade, 
 frequência). A situação do sintoma no momento atual encerra a análise da queixa, 
 possibilitando uma visão de conjunto desde o seu início. Na fase da arguição, portanto, 
 alguns pontos devem ser abordados, tais como a localização, o início e a duração, a 
 frequência e a gravidade, os problemas associados e a progressão da doença , como 
 mostra o exemplo a seguir: Um Rottweiler com 3 meses de idade foi levado pelo 
 proprietário (fonte e confiabilidade) por desenvolver diarreia (queixa principal: sintoma-guia; 
 provável localização: sistema digestório). O problema teve início há 3 dias (início) e persiste 
 até o momento (duração). A diarreia ocorre várias vezes ao dia (frequência) e apresenta 
 sangue nas fezes em grande quantidade (gravidade). Começou a demonstrar anorexia, 
 vômito, desidratação e febre há 1 dia (problemas associados) e o animal tem ficado cada 
 vez mais apático desde então (evolução). A medicação também deve ser questionada: O 
 animal já foi medicado? Por quem? O que foi dado? Qual a dosagem e intervalo? Por 
 quanto tempo a medicação foi administrada? – muitas vezes, o medicamento utilizado é 
 adequado à enfermidade, mas a medicação foi dada em subdosagem, em intervalos 
 longos, ou por um período muito curto de tempo. É bastante comum o proprietário 
 suspender determinada medicação assim que os sintomas declinam, sem respeitar o 
 tempo recomendado pelo veterinário; mais comum ainda é o proprietário medicar o animal 
 antes de procurar assistência veterinária ), Comportamento dos órgãos (revisão dos 
 sistemas; sequência recomendada é: 
 1. (1) sistema digestório - animal alimenta-se bem? Bebe água normalmente? Está 
 defecando? Qual o tipo de fezes (duras, moles, pastosas, líquidas)? O animal 
 apresenta vômito? Qual o aspecto do vômito? Horário em que aparece? Tem 
 relação com a ingestão de alimentos? Tem alimentos não digeridos? Sangue? 
 2. (2) sistema cardiorrespiratório - animal cansa-se com facilidade? Estava 
 acostumado a correr e já não o faz mais? O animal tosse? A tosse é seca ou com 
 expectoração (produtiva)? Qual a frequência? Piora à noite ou após exercício 
 (alguns animais com problema cardíaco apresentam tosse seca que piora à noite 
 em virtude do decúbito)? Qual o aspecto da expectoração (cor, odor, volume)? 
 Elimina sangue pelas narinas? Observou edema ou inchaço em alguma parte do 
 corpo (épocaque apareceu; evolução; região que predomina)? O animal lhe parece 
 fraco? 
 3. (3) sistema geniturinário - está urinando? Qual a frequência? Qual a coloração da 
 urina? Qual o odor? Aparecem formigas no local em que o animal urina? 
 Aparentemente, o animal sente dor quando urina (posição à micção, gemidos, 
 emissão lenta e vagarosa)? O animal já pariu alguma vez? O parto foi normal? 
 Quando foi o último cio? Percebeu alguma secreção vaginal ou peniana? Qual o 
 comportamento sexual dos reprodutores? Apresentam exposição peniana 
 prolongada? 
 4. (4) sistema nervoso - apresentou mudanças de comportamento (agressividade)? 
 Apresentou convulsões? Apresenta dificuldade para andar? Tem dificuldade para 
 subir escadas? Anda em círculos? Apresenta tropeços ou quedas quando caminha? 
 5. (5) sistema locomotor - está mancando? De que membro? Observou pancadas ou 
 coices? 
 6. (6) pele e anexos - animal se coça? Muito ou pouco? O prurido é intenso? Chega a 
 se automutilar? Apresenta meneios de cabeça (otite)? Está apresentando queda de 
 pelos? ) 
 História médica pregressa ( inclui os seguintes aspectos: Estado geral de saúde, Doenças 
 prévias, Cirurgias anteriores, Imunizações, vermifugações etc; Em caso de ocorrência de 
 doenças anteriores, importantes as perguntas referentes à faixa etária do ocorrido, à 
 porcentagem de animais acometidos dentro do rebanho (morbidade), ao número de mortes 
 (mortalidade), às manifestações clínicas observadas, aos achados de necropsia, aos 
 tratamentos realizados e às medidas preventivas. A realização de cirurgias pode, muitas 
 vezes, indicar a ocorrência de recidivas ou de complicações posteriores, fornecendo, 
 assim, um prognóstico reservado ao caso em questão (laparotomias, herniorrafias etc.); 
 data de vacinação, a dose e o produto utilizado, como também a conservação das vacinas, 
 devem ser questionados; vermifugação precisa ser checada, atentandose, principalmente, 
 ao princípio ativo do vermífugo, à dose e ao intervalo entre cada vermifugação; ), História 
 ambiental e de manejo (Para aqueles animais criados relativamente confinados, é 
 conveniente perguntar onde o animal permanece a maior parte do dia; se o chão é áspero 
 (calo de apoio em cães de grande porte); se o local é úmido (processos respiratórios); se 
 apresenta boa ventilação ou boa proteção contra extremos de temperatura (calor/frio); se o 
 animal tem acesso a oficinas mecânicas (intoxicação por chumbo), à rua (atropelamentos), 
 a depósitos de lixo (ingestão de corpos estranhos ou materiais em decomposição); se estão 
 reformando a casa (cães jovens podem lamber tinta ou outros materiais), as cercas 
 (ingestão de pregos e arames pelos bovinos); quais são as condições de higiene do local 
 (remoção de fezes e urina, troca de cama, lavagem do quintal); quais produtos são 
 utilizados na limpeza das áreas em que os animais permanecem (quintal, estábulos, sala de 
 ordenha, troncos, bretes, dentre outros); saber o manejo nutricional; determinando-se, 
 principalmente, seus hábitos alimentares; especificando, tanto quanto possível, a 
 quantidade e a qualidade da alimentação que o animal vem recebendo, tomando-se como 
 referência o que seria a alimentação adequada para aquele animal de acordo com a idade, o 
 sexo e o trabalho que executa. Tendo-se conhecimento de tais aspectos alimentares, outras 
 perguntas podem ser realizadas, tais como: Onde o animal come (vasilhas de plástico 
 podem causar dermatite de contato na região mentual de cães)? Qual a localização e a 
 disponibilidade de cochos? Qual a origem (qualidade) e disponibilidade (quantidade) de 
 água? , História familiar ou do rebanho (importante dar atenção especial a possíveis 
 aspectos genéticos e/ou hereditários que poderiam ter implicações para o animal em 
 questão (displasia coxofemoral, miocardiopatia congênita); verificar a ocorrência de 
 cruzamentos entre animais da mesma família ou com antecedentes familiares próximos; 
 Quantos animais existem na propriedade ou residência? Quantos estão doentes? Quantos 
 morreram? (em geral, a morte de um único animal no rebanho ou na família não sugere 
 doença contagiosa; no entanto, a morte de muitos animais ao mesmo tempo ou em pouco 
 tempo, indica, na maioria das vezes, tratar-se de doença infectocontagiosa).);

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