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Universidade Federal da Bahia Discentes: Ana Maria, Edna Santos, Genilda Barros, Jonathas Gabriel, Marcelo Rodrigues, Rafaela Muniz, Rebeca Fonseca. Docente: Tamires Disciplina: Fonoaudiologia em ambiente hospitalar Gestão em Fonoaudiologia no ambiente hospitalar Desde a década de 60 no Brasil, quando se iniciou os primeiros cursos de fonoaudiologia, não poderíamos imaginar a velocidade com que cresceria e se diversificou a carreira do fonoaudiólogo. Neste caminho tão produtivo da fonoaudiologia apareceram os fonoaudiólogos começando a atuar dentro dos hospitais. Não que eles não existissem antes, mas era um ou outro hospital que os aceitavam. Outras vezes era algum serviço que, quando necessário, chamava-se o fonoaudiólogo para atender algum doente, muitos médicos, achavam que a fonoaudiologia não poderia ser tão útil em suas equipes. Os fonoaudiólogos iniciaram atendimento aos pacientes que sofriam acidentes vasculares cerebrais. Talvez o marco inicial tenha sido nas equipes de neonatal, de risco ou mesmo a porta de entrada tenha sido os serviços de audiometria. Nesta época, os fonoaudiólogos que já trabalhavam em hospitais faziam ambulatório ou possuíam uma sala dentro dos mesmos, na qual realizavam o atendimento clínico. A partir daí houve discussões para se ampliar o campo dentro da área hospitalar, em áreas distintas, com demandas diferenciadas, de conhecimento em termos de motricidade oral, audiologia, linguagem e voz. A padronização ajudou a moldar esses fonoaudiólogos que, embora pudessem estar atuando em distintas patologias dentro do hospital, apresentaram um trabalho diferenciado em relação àqueles que atuavam em clínicas. A Fonoaudiologia tem a sua área de atuação em contínua expansão no âmbito hospitalar. O desempenho fonoaudiológico em hospitais é atual, sobretudo em relação ao acompanhamento de pacientes em leito de enfermaria, unidades de terapia semi-intensiva (SEMI-UTI) e intensiva (UTI). O trabalho em hospital envolve diversos campos da classe e concebe um desafio ao fonoaudiólogo, não apenas pela necessidade de lidar com a assistência a pacientes com doenças mais complexas e crônicas, de diversas unidades de internação/ ambulatoriais, ou lidar com os constantes avanços tecnológicos e científicos nos campos já existentes, mas também, pelo surgimento da gestão hospitalar como uma novidade na atuação da categoria. O hospital possui uma ampla demanda de coordenação de suas atividades e os sistemas administrativos que estão em evolução constante, pois é uma organização completa e complexa. Ele abrange o progresso constante das ciências, de competências, da tecnologia médica e dos aspectos finais desta tecnologia representados pelas instalações e equipamentos. Emprega extenso número de profissionais apresentando serviços com alto grau de especialização. Deste modo, existe no ambiente hospitalar uma grande divisão de trabalho exigindo habilidades técnicas diversificadas. A organização de uma equipe multidisciplinar se mostra importante e eficaz na discussão e resolução de casos mais complexos no hospital. Deste modo, cada profissional contribui com a sua especialização sobre o assunto. Então, podem integrar este grupo: o Médico que é indispensável, realiza o diagnóstico, solicita exames complementares, implementa plano médico de tratamento, prepara a prescrição dos medicamentos e solicita encaminhamento para os profissionais. O enfermeiro é aquele que participa dos cuidados diretos com o paciente. Os serviços incluem desde a assistência de menor complexidade; higienização do paciente; até procedimentos de maior complexidade como: administração de dietas enterais e parenterais, manipulação de cateteres centrais e curativos específicos para úlcera de pressão entre outros. Além de assistência direta ao paciente, cabe a enfermeira realizar toda educação e orientação em saúde à família e paciente, além de coordenar os demais membros da equipe de enfermagem ( auxiliares e técnicos de enfermagem). Para efetuar todo contínuo de cuidados, a enfermeira utiliza um instrumento específico: “O processo de enfermagem”. O Fonoaudiólogo. A depender do médico assistente avaliará o paciente e o encaminhará para atendimento fonoaudiológico, que em forma de relatório promove hipótese diagnóstico, tratamento e tempo de atendimento,que seguirá para o seguro saúde. Caso o número de sessões solicitadas não seja suficiente para atingir as metas, solicita-se, através de relatório, prorrogação de atendimento. O fonoaudiólogo atua em diversas áreas de sua competência dentro do hospital, com objetivo de reabilitar as alterações levantadas na avaliação, tem o papel de orientar a família e o possível cuidador. Caso algum paciente tenha alta e precise manter o acompanhamento com o profissional, tem um programa de “Home Care” que permite o fonoaudiólogo através de relatório manter atendimento terapêutico e de reabilitação. O profissional fonoaudiólogo, assim como os demais profissionais da saúde deve manter sempre o compromisso e interação um com o outro no que se refere ao prontuário do paciente; O Fisioterapeuta é responsável pela realização de terapia motora (exercícios motores, treino de marcha, equilíbrio e de transferência) e respiração (exercícios de respiração e drenagem respiratória indicadas para pacientes com alterações respiratórias agudas e severas, além de terapia respiratória para pacientes em ventilação); O Terapeuta ocupacional realiza o tratamento para atividades de vida diária, incluindo cuidados pessoais, atividades de lazer e habilidades motoras perceptuais; O Psicólogo, avalia a psicodinâmica da família e do paciente em relação à doença e ao tratamento, trabalha a auto-estima e o luto quando necessário. Também promove melhor integração entre paciente, família e equipe; O dentista, avalia o estado de conservação dentária e/ou cavidade oral, higiene, condições da prótese dentária e saúde dos dentes. Em crianças, também orienta com relação ao uso de aparelhos ortodônticos, se necessário; O Nutricionista, avalia o estado e risco nutricional, a hidratação, fórmula objetivos nutricionais específicos e individualizados, acompanhando a adequação e tolerância da quantidade de alimentos e líquidos ingeridos. Geralmente discute casos de distúrbios da deglutição com o fonoaudiólogo que necessitem de mudança da textura dos alimentos para facilitar o consumo pelo o paciente; O farmacêutico tem o papel de adaptar a forma e dosagem do medicamento dependendo da necessidade do paciente. Pode avaliar os efeitos colaterais de determinados fármacos como antidepressivos que apresentam o risco de xerostomia, sendo algo que solicita participação do fonoaudiólogo também por causa da provável evolução em disfagia e acarretando problemas maiores; Técnicos e auxiliares de enfermagem. Estes profissionais têm autonomia para realizar os cuidados básicos como a higiene, a troca do vestuário, administração da medicação e dieta e monitoramento do estado geral do paciente sempre sob supervisão de uma enfermeira. Segundo Parente & Parente (2019), a gestão de um hospital tem a difícil incumbência de colocar todos estes segmentos em funcionamento simultâneo, harmonioso, eficiente e economicamente viável. Uma organização viva, de elevado dinamismo operacional, com atividades tipicamente polimorfas, que abarca uma variedade de aspectos. Além da atividade de assistência médica/paramédica que se distende no hospital, ainda naquele local funcionam setores que poderiam desenvolver- se isoladamente fora dele, como a hotelaria, farmácia, lavanderia e restaurante, sendo que cada um individualmente já tem a necessidade de uma gestão eficiente. Os hospitais estão entre os organismos mais complexos de serem administrados. Neles estão reunidos vários serviços e situações simultâneas: hospital é hotel, lavanderia, serviços médicos, limpeza, vigilância, restaurante, recursos humanos, relacionamento com o consumidor. De acordo com Celestino (2002),é natural que todos essas estruturas fossem, cada vez mais, regidos por leis, normas, regulamentações e portarias, vindas de diversos órgãos e instituições um arcabouço legal cada vez mais dinâmico e variado. As funções e objetivos das organizações hospitalares possuem como mesma finalidade o atendimento ao paciente, tendo como ação principal prestar serviços de qualidade com os recursos disponíveis apropriados às necessidades da sociedade. Os procedimentos de gestão não permanecem, assim, limitados ao grupo de profissionais da categoria, porém permeiam as ações desenvolvidas por outras especialidades, requerendo, assim, uma integração da atuação e monitoramento dos processos e resultados comuns. A atuação do fonoaudiólogo no ambiente hospitalar é parte das diferentes áreas no qual esse profissional desempenha importantes papéis. Na atuação fonoaudiológica com recém-nascidos e lactentes disfágicos em berçários e UTI pediátricas tem como objetivo a prevenção e detecção e terapia das disfagias e as condutas gerais e específicas.A avaliação clínica das disfagias neurogênicas pode ser realizada em pacientes internados em leito de UTI dos hospitais. Podendo ser pós-cirúrgicos (da neurologia, ortopedia, fisiatria, otorrinolaringologia, pediatria... ) ou pacientes internados para programas de reabilitação, após serem atendidos na fase aguda em outros hospitais(acidentes vasculares encefálicos, traumas...). Buscando a melhor intervenção terapêutica para cada caso clínico.O profissional fonoaudiólogo pode intervir em pacientes com presbifagia no ambiente hospitalar.A atuação fonoaudiológica veio a preencher uma importante lacuna no campo hospitalar no que se refere à reabilitação de pacientes com câncer de cabeça e pescoço. A intervenção do fonoaudiólogo em pacientes com doenças neuromusculares, tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes; o apoio aos cuidadores e familiares; a promoção do bem-estar físico e mental e atenuação do sofrimento e isolamento surgidos com a progressão da doença. Somente após compreender o diagnóstico do paciente e desenvolver um raciocínio clínico para cada caso é que podemos definir condutas terapêuticas (reabilitação ou paliativas).A abordagem fonoaudiológica em sequelas de queimaduras de face e pescoço, cabe aos fonoaudiólogos desenvolver o conhecimento, por meio de pesquisas e práticas num trabalho voltado para à reabilitação. O trabalho pode ser iniciado, tanto na fase aguda, quanto na fase tardia. Na fase aguda, o tratamento fonoaudiológico inicia-se após os cuidados preliminares e estabilização 0do quadro clínico. É Fundamental o conhecimento da etiologia, da profundidade e da extensão da lesão para o tratamento. Devido a elevada incidência e prevalência de distúrbios da deglutição como a disfagia e os impactos que podem gerar, é perceptível a importância de um adequado diagnóstico e gerenciamento desses distúrbios É relevante destacar também o impacto da disfagia em relaçãoaos fatores econômico-financeiros dos cuidados à saúde, qualidade de vida e sobrecarga aos cuidadores (MORAIS, 2010). A gestão da fonoaudiologia em ambiente hospitalar contribui para melhor prognóstico, reabilitação de possíveis sequelas e melhora da qualidade de vida dos pacientes, assim como possibilita a redução do tempo de internação, da taxa de re-internações por pneumonia aspirativa e dos custos hospitalares. Contudo, é importante que os profissionais desenvolvam medidas dos resultados desta intervenção. Enfim, concluímos que os serviços fonoaudiológicos em ambiente hospitalar estão em crescente evolução, desta forma, são encontradas distintas demandas, abrangendo a melhora da eficácia, do ritmo de trabalho e a aperfeiçoamento de recursos e consequentemente proporcionando o aprimoramento dos cuidados aos pacientes de alto risco e com doenças progressivamente mais complexas e crônicas. Desta forma, é importante que os profissionais e serviços utilizem uma variedade de métodos e técnicas eficientes e inovadoras em adição aos cuidados tradicionais ordinários. Referências: MORAIS, Danielle Pedroni. Estruturação de um Serviço de Fonoaudiologia Hospitalar. Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010. PARENTE, Santana Domiciana. PARENTE, Zullene Santana. Os desafios na gestão hospitalar. Revista Multidebates, v. 3, n.2, Palmas, 2019. Disponível em: http://revista.faculdadeitop.edu.br/index.php/revista/article/view/164. Acessado em: 23 de Nov. 2022. https://www.ufjf.br/oliveira_junior/files/2011/08/Setores-hospitalares-e-seus-desafios. pdf. Acessado em: 24 de Nov. 2022. Clearinghouse: Factsheets: Selected Caregiver Statistics. Disponível em: www.caregiver.org/factsheets/caregiver_statsC.html.agosto 1999. FLAREY LD, BLANCETT SS. Handbook of nursing case management. Aspen, 1996 GINERICH BS, ONDECK DA Clinical Pathways for the Multidisciplinary Home, 1997 http://www.caregiver.org/factsheets/caregiver_statsC.html.agosto
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