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Fonoaudiologia Hospitalar

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FONOAUDIOLOGIA 
HOSPITALAR
PROF.A LARISSA PROTANO DE ALMEIDA DOS SANTOS
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Maria Albertina Ferreira do 
Nascimento
Diretoria EAD:
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Luana Ramos Rocha
Marta Yumi Ando
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Aliana de Araújo Camolez
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de 
Sócrates para reflexão: “a vida sem desafios 
não vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande re-
sponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conhec-
imento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 5
1. INSERÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NA ESTRUTURA HOSPITALAR ASSOCIADO AO INÍCIO DE BIOSSEGURAN-
ÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO ................................................................................................................................ 6
1.1 INÍCIO DA BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ...................................................... 7
2. BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR ASSOCIADO À INTRODUÇÃO DA ESTRUTURA 
E FUNCIONAMENTO DO AMBIENTE HOSPITALAR ................................................................................................ 8
2.1 MEDIDAS PREVENTIVAS ...................................................................................................................................... 9
2.2 UTILIZAÇÃO CORRETA DAS MÁSCARAS ........................................................................................................... 11
2.3 PRECAUÇÕES DE CONTATO ............................................................................................................................... 12
2.4 PRECAUÇÕES PARA GOTÍCULAS ....................................................................................................................... 12
INTRODUÇÃO A FONOAUDIOLOGIA
HOSPITALAR
PROF.A LARISSA PROTANO DE ALMEIDA DOS SANTOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR
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2.5 PRECAUÇÕES PARA AEROSSÓIS....................................................................................................................... 13
2.6 SEQUÊNCIA PARA RETIRAR OS EPIS ................................................................................................................ 15
3. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO AMBIENTE HOSPITALAR ..................................................................... 17
3.1 LEITURA DO PRONTUÁRIO .................................................................................................................................. 17
3.2 ESTADO GERAL DO PACIENTE ............................................................................................................................ 17
3.3 PRINCIPAIS PATOLOGIAS ENCONTRADAS NO MEIO HOSPITALAR, COM SUAS RESPECTIVAS SIGLAS
DE IDENTIFICAÇÃO .................................................................................................................................................... 19
3.4 ESCALA DE GLASGOW E SUA INTERPRETAÇÃO .............................................................................................. 21
3.5 VENTILAÇÃO MECÂNICA ................................................................................................................................... 22
3.6 TRAQUEOSTOMIA ............................................................................................................................................... 24
3.7 UTI E OS EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ............................................................................................................ 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................... 30
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INTRODUÇÃO
O fonoaudiólogo é responsável por promoção da saúde, avaliação e diagnóstico, 
orientação, habilitação e/ou recuperação funcional, monitoramento e aperfeiçoamento de 
aspectos fonoaudiológicos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, 
na linguagem oral e escrita, na articulação e fluência da fala, na voz, nas funções orofaciais e na 
deglutição.
Para tal atuação é de suma importância que o profissional conheça rigorosamente os 
aspectos voltados para anatomia e fisiologia do corpo humano, para que sua intervenção seja 
executada da melhor forma possível. 
Lidar com vidas nem sempre é fácil, por isso faz-se necessário toda cautela possível, pois 
os limites das emoções encontram-se nestes temidos corredores, e estas emoções vão desde a boa 
notícia do nascimento perfeito, até a notícia do óbito de nossos entes queridos e, por vezes, tão 
jovens.
A partir deste princípio devemos seguir a linha do atendimento humanizado, que 
intervém sob a patologia ou os efeitos que a patologia causou no corpo deste indivíduo, mas de 
forma doce, delicada, colocando-se sempre no lugar no outro. Precisamos de profissionais com 
empatia e que se tornem cada vez mais resilientes, pois, embora seja extremamente gratificante a 
atuação fonoaudiológica hospitalar, é também significativamente estressante e dolorosa. 
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1. INSERÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO NA ESTRUTURA 
HOSPITALAR ASSOCIADO AO INÍCIO DE 
BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO
O fonoaudiólogo tem sido cada vez mais solicitado dentro do âmbito hospitalar, por ser a 
área da Fonoaudiologia que trabalha diretamente com o paciente a beira do leito, proporcionando 
intervenção precoce, preventiva, intensiva, pré e pós-cirúrgica, reduzindo as sequelas voltadas 
para a área da comunicação e alimentação, cada qual desencadeada pela etiologia base. 
Associado a estes fatos, a agilidade na alta hospitalar deve também ser um ponto chave nesta 
atuação, minimizando os riscos deste paciente, assim como as perdas e os danos que o ambiente 
hospitalar pode vir a causar; aumentando seu tempo de utilidade na sociedade com as funções 
neurovegetativas e comunicativas mais funcionantes possível (LUZ, 1999).
O fonoaudiólogo hospitalar deve estar presente em berçários de risco, no setor de pediatria, 
centros de atendimentos intensivos, enfermarias, pois sua atuação visa avaliação, prognóstico, 
participação na decisão do tipo de dieta, orientação pré-cirúrgica, tipo de sonda a ser utilizada 
quando necessário, adequação de funções para retirada de sonda com segurança, controle no 
risco de bronco – aspiração(PELEGRINI, 1999).
Levando em consideração a utilidade deste profissional, torna-se evidente a suma 
importância de sua presença física no corpo constituinte da equipe multidisciplinar, uma vez 
que, segundo Tonetto e Gomes (2007), o atendimento em grupo no setor da saúde necessita de 
evidências, transparência e objetividade. Apesar dos obstáculos encontrados, torna-se efetivo e 
coerente levando em consideração a sistematização do trabalho conjunto, melhorando os dados 
obtidos nos atendimentos e, como consequência, gera custo financeiro positivo à instituição. Esta 
ação gera um círculo vicioso efetivo, cujo principal beneficiário é o paciente, pois quanto mais 
rápido e positivo for o trabalho em grupo, mais rápido será a recuperação, este paciente terá alta 
mais cedo e automaticamente voltará ao mercado de trabalho e sua seguirá vida social de forma 
mais efetiva e segura. 
A variedade de especialidades que constituem uma equipe faz com que sejam necessários 
encontros diários e/ou semanais, compartilhando da mesma rotina, cada um dentro do seu saber 
específico, para que sejam tomadas decisões em conjunto sobre o melhor para cada paciente. 
Dessa foram há a obrigatoriedade do diálogo, respeito à opinião alheia, discernimento, clareza e 
objetividade na definição da conduta terapêutica ou de intervenção mais efetiva a cada paciente 
(GUIMARÃES; BARBOSA; PORTO, 2009; TONETTO; GOMES, 2007; SAAR; TREVIZAN, 
2007). Para Erdmann et al. (2007), os cuidados ao paciente constituem um conjunto de ações que 
se inicia pelas atitudes e pelo compartilhamento do seu saber com a equipe e, assim, a junção de 
saberes de diversos especialistas se fundam no cuidado ao paciente.
Vale expor que as condutas diferem significativamente levando em consideração os locais 
de atendimento, seja ele hospitalar, a beira do leito ou ambulatorial.
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1.1 Início da Biossegurança e Controle de Infecção Hospita-
lar 
De acordo com o Ministério da Saúde (2010), a Biossegurança é tratada pela Comissão 
de Biossegurança em Saúde (CBS) que é coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e 
Insumos Estratégicos (SCTIE) e composta pelas Secretarias de Vigilância em Saúde (SVS) e 
de Atenção à Saúde (SAS), pela Assessoria de Assuntos Internacionais em Saúde (AISA), pela 
Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e pela 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A CBS foi instituída pela Portaria GM/MS 
nº 1.683, de 28 de agosto de 2003. 
Desta forma, Biossegurança pode ser definida por um conjunto de ações que possuem 
como objetivo a prevenção e/ou eliminação de riscos em atividades que possam vir a gerar danos 
à saúde, alterar a qualidade de vida ou ocasionar alterações no ambiente. Desde que foi elaborada, 
a CBS tem o intuito e o dever de traçar caminhos de atuação, acompanhamento, avaliação e 
intervenção a ações ligadas a biossegurança, pois são essenciais para a promoção e manutenção 
do bem-estar e proteção à vida (BINSFELD, 2004).
Associado a toda organização exposta anteriormente, foi determinado pela Lei Federal 
número 6.4318 e mantida por meio da Portaria MS Nº2616/989 a Comissão de Controle de 
Infecções Hospitalares (CCIH) em qualquer hospital do território Brasileiro, sendo indiferente o 
órgão mantenedor. Com base nesta lei, é de única e exclusiva responsabilidade da CCIH elaborar 
estratégias de prevenção e controle de infecção à saúde do indivíduo que se encontra no meio 
hospitalar, seja ele funcionário ou paciente (ROSA; LIMA, 2006).
Pensando em um maior e melhor desempenho da segurança nos hospitais, Horr, 
Oro e Lorenzini (1978, p. 3-4) definiram as subdivisões da CCIH em seus principais setores, 
permanecendo da seguinte forma:
Setor executivo e fiscalizador: ao qual compete executar.
Setor normativo: ao qual compete estudar e aprovar os recursos usados ou a 
serem usados para o controle e profilaxia de infecções.
Setor informativo e de estatística: compete notificar todos os casos de infecção 
ou sugestivos a infecção e as transgressões das normas e rotinas da C.C.I.H., ao 
setor executivo e fiscalizador, fazer executar e fiscalizar as normas estabelecidas 
e aprovadas pelo setor normativo.
Setor laboratorial: ao qual compete executar testes laboratoriais, quer 
esclarecedores de diagnóstico ou de controle geral.
Em vista da efetividade nas ações a partir das subdivisões, houve ainda novas áreas 
subdividas, como, por exemplo, Investigação epidemiológica:
Taxa de incidência e de prevalência de infecções hospitalares;
Taxa de infecção em cirurgias não contaminadas;
Taxa de infecção em cirurgias potencialmente contaminadas;
Taxa de letalidade por infecções hospitalares;
Taxa de infecção por microrganismo específico;
Coeficientes de sensibilidade aos antimicrobianos;
Índice de consumo de antimicrobianos;
Notificação compulsória pelos médicos, dos casos de infecção mediante 
preenchimento de Ficha de Notificação de Infecções, constante de todos 
os prontuários;
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Identificação, pelos enfermeiros, dos prontuários de pacientes em uso de 
antimicrobianos, com ou sem infecção;
Encaminhamento, após alta, dos prontuários dos pacientes [...];
Pesquisas periódicas de prevalência de infecção;
Levantamentos bacteriológicos da frequência e dos coeficientes de sensibilidade 
de microrganismos isolados em pacientes, visitantes e funcionários;
Levantamento e controle do consumo de antimicrobianos (HORR; ORO; 
LORENZINI, 1978, p. 4).
Este conjunto de ações de investigação epidemiológica dá à CCIH maior possibilidade 
de controle das infecções e, consequentemente, de eliminar suas causas. Ainda neste sentido, 
elencou as áreas mais críticas dos hospitais, sendo elas:
• Berçário.
• Centro cirúrgico.
• Centro obstétrico.
• Centro de recuperação pós-anestésica.
• Unidade de terapia intensiva.
• Centro de material e esterilização.
• Pediatria.
• Isolamento.
• Serviço de nutrição e dietética.
• Lavanderia.
2. BIOSSEGURANÇA E CONTROLE DE INFECÇÃO 
HOSPITALAR ASSOCIADO À INTRODUÇÃO DA 
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO AMBIENTE 
HOSPITALAR
Como vimos anteriormente, por meio dos dados obtidos a partir da avaliação do controle 
de infecções, a ANVISA, em parceria com a CCIH, elaborou normas de precauções de contato, 
visando a redução e/ou extinção das infecções.
Iniciaremos pelas normas básicas de segurança.
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2.1 Medidas Preventivas
A higienização correta das mãos deve ser realizada antes e após qualquer atendimento.
Figura 1 - Higienização Simples das Mãos com Água e Sabão. Fonte: IPSEMG (2017).
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Figura 2 - Higienização Simples com Álcool gel a 70%. Fonte: IPSEMG (2017).
Faz-se necessário, ainda, a realização dos seguintes aspectos (PROTOCOLO DE 
REFERÊNCIA PARA O USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI, 2011):
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal.
• Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir.
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca.
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar. 
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Figura 3 - Precaução Padrão. Fonte: ANVISA (2010).
A precaução padrão deverá ser realizada obrigatoriamente antes de iniciar o atendimento 
ao paciente e após finalizar o atendimento.
2.2 Utilização Correta das Máscaras
Figura 4 - Utilização Correta das Máscaras. Fonte: Cordeiro (2014).
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2.3 Precauções de Contato
Figura 5 - Precauções de Contato. Fonte: ANVISA (2010).
A paramentação da precaução de contato deverá ser realizada para asseguintes descrições 
(CORDEIRO, 2014):
Bactérias multirresistentes (solicitar avaliação da CCIH): VRE, MRSA, KPC. 
• Pediculose.
• Escabiose.
• Infecção de ferida cirúrgica: com secreção não contida.
• Rotavírus e outros vírus em pacientes incontinentes ou uso de fralda.
• Diarreia por Clostridium Dificile (colite associada).
2.4 Precauções para Gotículas
• Adenovírus.
• Caxumba.
• Rubéola.
• Meningite Bacteriana.
• Influenza A (H1N1), B, C. 
Gotículas + Contato: 
• Adenovírus, infecção por lactente e pré-escolar.
• Pneumonia Adenovírus (CORDEIRO, 2014).
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Figura 6 - Precauções para gotículas. Fonte: ANVISA (2010).
2.5 Precauções para Aerossóis
• Sarampo.
• Tuberculose laríngea.
• Tuberculose Pulmonar.
• Influenza A (H1N1) - em procedimentos com risco de geração de aerossóis: intubação, 
aspiração, broncoscopia.
 Aerossóis + Contato:
• Varicela.
• Herpes Zoster (disseminado ou em imunossuprimidos) (CORDEIRO, 2014).
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Figura 7 - Precauções para Aerossóis. Fonte: ANVISA (2010).
Faz-se necessária a leitura sobre o Guia Básico de Precauções, Isolamento e Me-
didas de Prevenção de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. Este guia 
irá nos auxiliar sobre quais medidas de precauções devemos obter mediante a 
cada patologia.
Disponível em:
<http://www.hu.ufsc.br/setores/ccih/wp-content/uploads/sites/16/2014/11/
manual_isolamento_2012-13.pdf>.
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2.6 Sequência para Retirar os EPIs
• Inicie o processo retirando as luvas. Com os dedos polegar e indicador, faça o formato de 
uma pinça e pegue pela borda que está sob o punho do jaleco de isolamento, puxando-a 
para frente em um único movimento e segure a luva que acabou de ser retirada com a 
mão enluvada. Em seguida faça os mesmos movimentos com outra mão, deixando uma 
luva dentro da outra e ambas do lado avesso.
 
Figura 8 - Retirada de EPIs. Fonte: EBSERH (2015).
• Após a retirada das luvas, desamarre a parte superior do jaleco de isolamento com 
cuidado para não tocar em nenhuma outra parte do dele, pois este estará, possivelmente, 
contaminado. Em seguida, desamarre o laço do meio do jaleco, mantendo os mesmos 
cuidados. Com o polegar e indicador em pinça, tente pegar um pedaço do jaleco da sua 
parte interna próximo à nuca e puxe-o para frente. Tocando na parte interna do jaleco 
termine de retirá-lo, deixando do lado avesso para reduzir o risco de contágio.
É de extrema importância que o profissional siga as etapas corretas no momen-
to de retirar os equipamentos de proteção individual, uma vez que atendem pa-
cientes com patologias variadas e altamente contagiosas. Caso o profissional se 
equipe adequadamente, realize todos os procedimentos de segurança dentro do 
leito isolado, mas ao retirar seu equipamento inverte alguma regra ou toca em 
alguma parte que não poderia tocar, este pode estar automaticamente contami-
nado e vir a desencadear a mesma patologia do paciente.
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Figura 9 - Retirada de EPIs. Fonte: EBSERH (2015).
• Retirar os óculos pegando-o sempre em sua porção lateral.
• Retirar a máscara.
Figura 10 - Retirada de EPIs. Fonte: EBSERH (2015).
• Fricção antisséptica das mãos.
Como utilizar os EPIs – Enfermagem. Este vídeo irá facilitar a compreensão na 
colocação e na retirada dos equipamentos de proteção individual. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=mqi5OQvRuM0>.
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3. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO AMBIENTE 
HOSPITALAR
3.1 Leitura do Prontuário
A leitura do prontuário é parte importante no processo de compreensão da patologia que 
o paciente apresenta e as condições em que se encontra para posterior avaliação e/ou intervenção. 
Sendo assim, o prontuário é a construção, em conjunto, de um arquivo único 
disponibilizado para cada paciente dentro do ambiente hospitalar, que resulta em variados registros 
dos integrantes da equipe de saúde disponibilizada e necessária para aquele caso específico. Sendo 
assim, relata-se a história que fez com que o paciente adentrasse o âmbito hospitalar com todos 
os dados de identificação, patologia base ou o que será investigado, assim como aborda todos 
os procedimentos já realizados no paciente, medicamentos utilizados, resultados de exames, 
deixando explícito os procedimentos que cada profissional fará durante o dia com o indivíduo. 
Este registro é sigiloso com acesso permitido exclusivamente aos profissionais direcionados ao 
caso (MESQUITA; DESLANDES 2010).
3.2 Estado Geral do Paciente
De forma simplificada, encontramos no prontuário dos pacientes as seguintes sigas BEG, 
REG, MEG, caracterizando, portanto:
• Bom Estado Geral (BEG).
• Regular Estado Geral (REG).
• Mau Estado Geral (MEG) (WAGNER, 1998).
Faz-se necessário compreendermos também os sinais vitais normais do indivíduo, pois 
eles são indicadores de como está o funcionamento vital, podendo nortear o diagnóstico inicial 
e, ainda, proporcionar dados importantes da evolução ou não do paciente. Desta forma, os sinais 
vitais são: pressão arterial, frequência cardíaca (pulso), frequência respiratória e temperatura 
corporal (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019b). 
Pressão arterial (PA)é a pressão exercida pelo sangue no interior das artérias. Depende 
da força desenvolvida pela sístole ventricular, do volume sanguíneo e da resistência oferecida 
pelas paredes das artérias. O sangue sempre está sob pressão no interior das artérias. O primeiro 
número de maior valor corresponde à pressão sistólica, enquanto o segundo, de menor valor, 
corresponde à pressão diastólica.
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Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010), a classificação ocorre 
da seguinte forma:
CLASSIFICAÇÃO PAS PAD
ÓTIMA 120 80
NORMAL 130 <85
LIMÍTROFE 130-139 85-89
HIPERTENSÃO
ESTÁGIO I LEVE 140-159 90-99
ESTÁGIO II MODERADO 160-179 100-109
ESTÁGIO III GRAVE > 180 > 110
SISTÓLICA ISOLADA 140 > 90
Quadro 1 - Classificação da Pressão Arterial. Fonte: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010).
Frequência cardíaca (FC) é representada pelo número de vezes que o coração bate por 
minuto. É controlada pelo nódulo sinoatrial (SA), também conhecido como o marca-passo 
natural do coração. Em um adulto espera-se uma FC entre 60 a 100 ciclos por minuto, já em um 
recém-nascido espera-se cerca de 120 a 140 ciclos por minuto. O que estiver acima das referidas 
medidas denominamos taquicardia e o que estiver abaixo da frequência estabelecida definimos 
como bradicardia (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019b). 
Frequência respiratória corresponde ao número de inspirações realizadas por uma pessoa 
em um minuto, podendo ocorrer variações conforme a idade, sendo elas:
• Adultos: 14 a 20 respirações por minuto (rpm).
• Crianças menores de 2 meses: 35 a 60 rpm.
• Crianças maiores de 2 meses até 11 meses: 30 a 50 rpm.
• Crianças de 12 a 59 meses: 20 a 45 rpm.
As medidas que ultrapassam o limite máximo denominamos de taquipneico, já para as 
mínimas definimos como bradipneico (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019b). 
Contamos, ainda, com a medida de Saturação de O2, ou seja, a oximetria de pulso 
arterial, pois apresenta-nos dados sobre a saturação de oxigênio carregado pelas hemoglobinas 
presentes no sangue artéria, sendo que em qualquer idade que o indivíduo se encontre, o padrão 
de normalidade para a saturação ou oximetria de pulso é de 95% a 100% (PORTAL EDUCAÇÃO, 
2019b). 
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3.3 Principais Patologias Encontradas no Meio Hospitalar,com Suas Respectivas Siglas de Identificação
AVE – Acidente Vascular Encefálico: também identificado por acidente vascular cerebral 
(AVC) ou derrame cerebral. Segundo Bruna (2019), podem ocorrer em duas formas distintas, 
sendo eles o AVC isquêmico e o AVC hemorrágico.
AVC Isquêmico: é ocasionado pela falta de circulação sanguínea em uma região específica 
do cérebro, desencadeado por obstrução de uma ou mais artérias. Comumente identificado em 
hipertensos, fumantes, indivíduos com problemas vasculares, colesterol elevado, diabetes, e em 
pessoas com idades mais avançadas (BRUNA, 2019).
AVC Hemorrágico: sua etiologia condiz com o rompimento de vaso sanguíneo ou 
artéria, gerando extravasamento sanguíneo cerebral. Ocorre a partir do aumento da pressão 
arterial, traumatismos sofridos, problemas de coagulação sanguínea. Como sua causa pode ser 
por traumas, é comumente identificado em pessoas mais jovens, com prognóstico relativamente 
mais grave do que o anterior (BRUNA, 2019).
IR- Insuficiência Renal: os rins perdem sua função de filtro, permanecendo incapazes de 
eliminar determinados resíduos produzidos no corpo humano. A IR pode ser de forma aguda ou 
crônica.
IRA - Insuficiência Renal Aguda: a função renal é perdida rapidamente, porém em 
semanas pode ser recuperada. A etiologia advém por meio de intoxicação, medicamentos 
traumatismos, desidratação e algumas doenças, entretanto não se exclui o risco de realizar a 
diálise.
IRC - Insuficiência Renal Crônica: ocorre a perda da função renal de forma progressiva 
e lentificada, porém de forma irreversível, sendo necessário a realização contínua de diálise 
(PORTAL DIÁLISE, 2010).
PNM – Pneumonia: é uma infecção que pode ser ocasionada por alergias, fungos, vírus, 
bactérias que acometem um ou os dois pulmões, chegando aos alvéolos pulmonares e causando 
dificuldade na troca gasosa e dificuldades respiratórias (VARELLA, 2015).
Sabemos que a inserção do fonoaudiólogo no meio hospitalar está em ascensão, 
sendo cada vez mais solicitado a compor o quadro de profissionais da equipe 
multidisciplinar. Contudo, a responsabilidade que possuímos ao fazermos parte 
desta equipe, nos obriga a dominarmos todos os parâmetros de vitalidade, assim 
como precisamos obrigatoriamente separarmos cada sigla, pois uma única inter-
pretação errada de alguns destes dados é o suficiente para contribuirmos com 
a morte do paciente. A atenção deve ser extrema, do início ao fim da jornada de 
trabalho, pois as consequências, muitas vezes, são irreversíveis.
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DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: DPOC, como o próprio nome nos revela, 
é causada nos pulmões gerando significativa dificuldade nos processos respiratórios. É possível 
identificarmos esta doença por meio do enfisema pulmonar, que se refere à destruição dos 
alvéolos e à bronquite crônica, ou seja, inflamação dos brônquios. A restrição da passagem pelas 
vias respiratórias na parte interna dos pulmões faz com que o ar chegue até os alvéolos brônquios 
e bronquíolos, porém, devido a patologia, o ar tem dificuldades para sair, permanecendo preso 
dentro dos pulmões (PORTAL NARTIS, 2019).
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica: hipertensão arterial ou pressão alta é uma 
doença crônica causada pelo alto índice de pressão sanguínea nas artérias. Este excesso de 
pressão arterial exerce uma sobrecarga de esforço no coração ao distribuir sangue para todo o 
corpo humano. A pressão alta gera riscos para aneurisma cerebral, AVC, insuficiência renal e 
cardíaca, assim como enfarte (PORTAL MS, 2019).
TCE – Traumatismo Crânio Encefálico: qualquer agressão traumática que gere lesão 
anatômica, comprometimento funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou seus 
vasos (SOUSA, 2006).
ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica: a esclerose lateral amiotrófica não possui sua 
etiologia definida, porém sabe-se que ocorre a degeneração progressiva dos neurônios motores 
localizados no cérebro e na medula espinal. Estes neurônios são células nervosas especializadas 
que vão perdendo a capacidade de transmitir os impulsos nervosos. Os sintomas característicos 
correspondem à tremor muscular, perda de sensibilidade, endurecimento dos músculos, 
espasmos, fraqueza muscular, atrofia e câimbras (BRUNA, 2019b).
TRM – Trauma Raquimedular: o trauma raquimedular é uma agressão à medula 
espinhal que pode ocasionar danos neurológicos, tais como alterações da função motora, sensitiva 
e autônoma. Acidentes automobilísticos, queda de altura, acidente por mergulho em água rasa e 
ferimentos por arma de fogo têm sido as principais causas de traumatismo raquimedular (SOUSA 
et al., 2013).
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3.4 Escala de Glasgow e sua Interpretação
Para Muniz et al. (1997), a escala de Glasgow corresponde a uma avaliação neurológica 
confiável e objetiva, cujo intuito é avaliar e mensurar qual o nível de consciência do indivíduo. 
Normalmente utiliza-se para os casos de traumatismo craniano, ou seja, lesão no crânio após 
pancada ou acidente. Realiza-se esta avaliação nas primeiras 24 horas após a lesão ou trauma. 
É feita por meio de três parâmetros básicos, como abertura ocular, resposta motora e resposta 
verbal; a partir do resultado obtido é possível prever eventuais sequelas. Cada parâmetro citado 
deve ser avaliado com pontuações de 1 a 4, sendo que quanto mais baixa for a nota apresentada 
pior é o quadro deste paciente. A nota mínima refere-se a 3 pontos e a máxima a 15 pontos. 
Quadro 2 - Escala de Glasgow. Fonte: Muniz et al. (1997).
Forma de interpretação:
Como já citado anteriormente, uma nota baixa significa coma profundo, apresentando 
cerca de 85% de chance de o paciente vir a óbito.
A variação desta pontuação vai de 3 pontos, referindo-se a coma profundo, até 15 pontos, 
que se enquadra dentro da normalidade.
Pontuação total: de 3 a 15
➢ 3 = Coma profundo (80 a 85% risco de óbito; paciente encontra-se em estado vegetativo).
➢ 4 = Coma profundo.
➢ 7 = Coma intermediário.
➢ 11 = Coma superficial.
➢ 15 = Normalidade.
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Classificação do Trauma cranioencefálico:
➢ 3-8 = Grave (necessidade de intubação imediata).
➢ 9-12 = Moderado.
➢ 13-15 = Leve (MUNIZ et al., 1997).
3.5 Ventilação Mecânica 
A ventilação mecânica (VM) ou suporte ventilatório nada mais é do que uma estratégia 
para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória aguda ou crônica agudizada. Pode 
ser subdivida em ventilação não invasiva (VNI) e ventilação invasiva (VI). Nas duas situações a 
ventilação artificial é conseguida com a aplicação de pressão positiva nas vias aéreas. A diferença 
entre elas fica na forma de liberação de pressão: enquanto na ventilação invasiva utiliza-se uma 
prótese introduzida na via aérea, isto é, um tubo oro ou nasotraqueal (menos comum) ou uma 
cânula de traqueostomia, na ventilação não invasiva utiliza-se uma máscara como interface entre 
o paciente e o ventilador artificial. Atualmente, a maior parte dos ventiladores artificiais apresenta 
telas nas quais se podem visualizar as curvas de volume, fluxo e pressão ao longo do tempo. 
Assim, serão apresentadas, neste capítulo, as definições das modalidades ventilatórias usando 
esquemas representativos das curvas (CARVALHO; TOUFEN JUNIOR; FRANÇA, 2007).
Sendo assim, a ventilação não invasiva (VNI) pode ser definida como o uso de um suporte 
ventilatório sem recurso a métodos invasivos da via aérea, ou seja, intubação orotraqueal (EOT) 
e/ou traqueostomia. Ocorre uma conexão entre o ventilador e o paciente gerado por meio de uma 
máscara. Os objetivos da VNI referem-se à redução do esforço respiratório, maior efetividade 
nas trocas gasosas, o repouso dos músculos respiratórios. Um dos seus pontos positivos está 
intimamente ligado com a prevenção da EOT. Pormeio da EOT não se faz necessária a sedação 
do paciente, permitindo, assim, sua comunicação e, ainda, mantém a tosse que além de trabalhar 
a musculatura atua como prevenção na aspiração, ou seja, atua como mecanismo de defesa e 
mantém a alimentação oral. Seu manuseio é de fácil manipulação, seu uso reduz o tempo de 
internação, assim como reduz a taxa de mortalidade associado a uma diminuição dos custos 
(FERREIRA et al., 2009).
• Fatores que facilitam a adaptação a VNI
• Ausência de pneumonia.
• Gravidade inicial baixa.
• Escassez de secreção.
• Menor idade.
• Capacidade de cooperação; sincronismo doente/ventilador.
• Melhor score neurológico.
• Boa adaptação à interface (sem fugas).
• Melhoria clínica das trocas gasosas nas primeiras duas horas de VNI (FERREIRA et al., 
2009).
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Figura 11 - Ventilação mecânica não invasiva. Fonte: Ferreira et al. (2009).
Figura 12 - Ventilação Mecânica Invasiva - Intubação orotraqueal. Fonte: Caser (2013).
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Figura 13 - Ventilação Mecânica Invasiva - Traqueostomia. Fonte: Ativo Saúde (2019).
3.6 Traqueostomia 
Consiste em uma intervenção cirúrgica por meio de uma abertura localizada na parede 
anterior da traqueia, comunicando-se com o meio externo. Desta forma, é definido o tipo 
de cânula que será utilizada e o seu calibre, sendo elas a cânula metálica ou a cânula de pvc/
portex. Esta última tem sido a mais utilizada inicialmente, e após o desmame da cânula portex 
evoluímos para a cânula metálica. Contudo, cada caso deve ser avaliado individualmente para 
seleção adequada ao paciente. Sua função é servir como alternativa artificial para a passagem 
segura do ar. É comumente utilizada para os casos com obstrução da via aérea superior, com 
acúmulo de secreção na traqueia ou para gerar uma via aérea estável nos casos de pacientes 
que necessitam do uso prolongado da intubação traqueal. Contudo, existem várias situações 
que devem ser analisadas, como, por exemplo, os processos inflamatórios da via aérea superior 
(difteria, epiglotite infecciosa, choque anafilático, queimaduras da região cervicofacial, entre 
outras); tumores volumosos envolvendo faringe, laringe, traqueia e o esôfago, que obstruem 
o fluxo aéreo; traumatismos craniomaxilofaciais; traumatismos laringotraqueais (com edema 
da via aérea ou enfisema cervical);anomalias congênitas com obstrução da laringe ou traqueia 
(hemangiomas, linfangiomas, laringomalácea, síndromes genéticas, entre outros);compressões 
extrínsecas de tumorações ou de lesões vasculares cervicais (bócios, abscessos, hematomas, 
tumores benignos cervicais);paralisias bilaterais de pregas vocais; estenoses laringotraqueais; 
corpos estranhos laríngeos; ingestão e aspiração de agentes químicos cáusticos ou ácidos. Vale 
considerar que a traqueostomia facilita a higiene pulmonar (aspiração), reduzindo a quantidade 
de secreção nas vias aéreas inferiores (RICZ et al. 2011).
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3.7 UTI e os Equipamentos Utilizados
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) consiste em uma área da unidade hospitalar criada 
para centralizar os pacientes que necessitam de cuidados intensos de uma equipe multidisciplinar. 
Normalmente são pacientes graves que por uma descompensação clínica, ou por terem sido 
submetidos a cirurgias complexas, invasivas, precisam do acompanhamento da equipe por 24 
horas, associado ao monitoramento dos equipamentos para verificação das funções vitais. Um 
dos equipamentos de suma importância é o monitor geral, pois nos apresenta diferentes dados 
sobre o paciente, tais como: frequência cardíaca, pressão arterial, nível de oxigênio no sangue e 
temperatura. Contamos também com a máscara facial (VNI), respirador/tubo traqueal, utilizado 
para auxiliar na respiração do paciente. Vale ressaltar que enquanto o paciente permanecer 
“intubado” não poderá se comunicar verbalmente. Contamos, ainda, com a bomba de infusão 
cuja utilidade será para administrar medicamentos e dieta por meio de gotejamento. Vale salientar 
que quanto maior o número de bombas infusoras ao lado do leito da UTI mais grave é o caso 
(INTO, 2019).
Figura 14 - UTI. Fonte: Instituto de neurologia de Goiânia (2016).
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Figura 15 - Monitor de Ventilação Mecânica. Fonte: USP (2019).
Figura 16 - Bomba infusora. Fonte: Enfermagem novidade (2015).
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Figura 17 - Máquina de hemodiálise. Fonte: Hospital de Clínicas (2013).
A cânula de Guedel (Figura 18) deve ser utilizada para manutenção e manejo das vias 
aéreas, evitando que a base da língua obstrua a orofaringe e, portanto, o aumento da dificuldade 
respiratória (PORTAL DO MÉDICO, 2016). 
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Figuras18 - Cânula de Guedel. Fonte: Portal do Médico (2016).
Figura 19 - Cânula de Traqueostomia PVC/ Portex. Fonte: Victória Régia (2019).
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Figura 20 - Cânula de Traqueostomia Metálica. Fonte: Vitória Régia (2019).
O cufômetro é utilizado para medir a quantidade de ar que se encontra dentro do balonete 
(cuff) que está inserido na traqueia do paciente. 
Figura 21 - Cufômetro, Medidor de Cuff. Fonte: NEWMED (2016).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, a atuação Fonoaudiológica no ambiente hospitalar tem evoluído de forma 
gradativa e vem sendo cada vez mais solicitada, visto que a atuação tem, de fato, feito a diferença 
na (re)habilitação do paciente e reduzido os custos para os hospitais.
Para que o trabalho seja realizado de forma efetiva, é imprescindível que o fonoaudiólogo 
conheça toda a estrutura hospitalar, assim como as regras que regem cada setor, identificando 
cada protocolo elaborado e seguindo fidedignamente as etapas de intervenções. Por muitas vezes 
o lado humano nos sensibiliza ao ponto de querermos pular algumas etapas para que o paciente 
possa sentir, ao menos, o sabor de uma gelatina, pois não é raro encontrarmos paciente graves 
que estão há três ou quatro meses em um leito de UTI sendo alimentado exclusivamente por 
uma sonda. Quando adentramos ao box com uma simples vitamina para avaliação, os olhos do 
paciente falam por si só, sem que eles expressem ao menos uma palavra. Neste momento somos 
tocados e aí, por vezes, esquecemos os protocolos e podemos, na ânsia de querer fazer o melhor, 
acabar prejudicando ou atrasando um processo por pular uma simples etapa do protocolo.
Pensando em nossa segurança e na segurança do paciente, é de suma importância 
conhecermos e estarmos aptos a identificarmos as situações de riscos, como, por exemplo, quais 
as precauções de contato que devemos utilizar para cada caso, assim como devemos conhecer 
todos os equipamentos utilizados no paciente e a hora de utilizá-los, pois um simples pedido 
de ajuda que o fonoaudiólogo solicita a um médico ou um enfermeiro pode fazer a diferença e 
ajudar a salvar uma vida.
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02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................33
1.DEGLUTIÇÃO NORMAL E SEUS ASPECTOS .............................................................................................................34
1.1 ANATOMIA DA CAVIDADE ORAL .............................................................................................................................351.2 ANATOMIA DA FARINGE .........................................................................................................................................35
1.3 ANATOMIA DA LARINGE ........................................................................................................................................36
1.4 ANATOMIA DO ESÔFAGO ........................................................................................................................................37
2. DISFAGIA ....................................................................................................................................................................38
2.1 INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NA DISFAGIA ..............................................................................................39
3. NUTRIÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR ...............................................................................................................42
ATUAÇÃO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA
PROF.A LARISSA PROTANO DE ALMEIDA DOS SANTOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR
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3.1 NUTRIÇÃO EM DISFAGIA ......................................................................................................................................44
3.2CONSISTÊNCIA ALIMENTAR .................................................................................................................................45
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................................ 47
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INTRODUÇÃO 
A partir desta unidade entraremos nas questões referentes à mediação que faremos sobre 
a necessidade fonoaudiológica que cada paciente pode apresentar. 
Faz-se necessário conhecermos cada área ou atuação específica que entraremos com a 
mediação, pois é nossa a função prevermos as dificuldades que cada etapa proporcionará ao 
paciente. A partir do momento que associarmos os dados do paciente com o nosso embasamento 
teórico e, automaticamente, identificamos as reais dificuldades, poderemos, então, antecipar, 
por meio do processo terapêutico, a intervenção sob uma possível sequela. Atuar de forma 
preventiva também é possível no ambiente hospitalar e tem sido de grande relevância este tipo 
de atendimento.
Obviamente não podemos prever quais situações estaremos expostos a cada dia de 
trabalho, pois não temos como definir quais serão as patologias bases que os pacientes darão 
entrada no meio hospitalar. Neste momento, precisaremos de diálogo claro e objetivo com a 
equipe multidisciplinar, assim como o conhecimento do funcionamento correto do corpo 
humano, pois sabendo o que acontece de forma certa ficará mais fácil identificar e intervir no 
que encontrarmos diferente do padrão esperado. Uma das patologias que nos exige precisão e 
conhecimento correto do organismo é a disfagia, pois muitas vezes ela pode ser apresentada de 
forma silenciosa e certamente agravar o quadro do paciente.
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1.DEGLUTIÇÃO NORMAL E SEUS ASPECTOS
Antes de iniciarmos sobre o tema disfagia, precisamos, necessariamente, compreender 
sobre o funcionamento correto da deglutição. Esta acontece a partir da junção de ações 
neuromusculares, englobando os nervos cranianos. Também se faz necessário compreendermos a 
fisiologia da deglutição normal, sendo um processo contínuo (ZANCAN; LUCHESI; MITUUTI, 
2017). O seu funcionamento pode ser dividido em quatro fases principais, sendo elas: fase 
preparatória, fase oral, fase faríngea e a fase esofágica.
A fase oral ocorre de forma voluntária e pode ser definida como a preparação do bolo 
alimentar para a deglutição, seguida da propulsão que faz com que o alimento seja conduzido 
para a faringe. A fase faríngea ocorre de forma involuntária e se inicia quando o bolo alimentar 
toca o véu palatino, sendo significativamente complexa por conter a participação ativa de várias 
estruturas em atuação concomitante associado às funções respiratória e digestória. Já a fase 
esofágica ocorre quando o alimento cai no esôfago a partir da abdução do músculo cricofaríngeo, 
sendo conduzido ao estômago por meio dos movimentos peristálticos (PORTAL EDUCAÇÃO, 
2019a).
Figura 1- Processos da Deglutição. Fonte: Magalhães (2019).
Para entendermos melhor o desempenho correto da deglutição devemos compreender 
ainda sobre a anatomia das estruturas que constituem o seu processo e para isso Marchesan 
(1999, p. 3-4) relatou as principais estruturas, sendo elas:
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As estruturas duras são os ossos: hióide, esfenóide, mandíbula e vértebras 
cervicais. Os músculos e outros tecidos importantes são: a orofaringe, músculos 
constritores faríngeos, palato mole, língua - genioglosso, hioglosso e estiloglosso, 
epiglote, esôfago, cartilagens cricóide e tireóide, e os músculos do pescoço. Os 
nervos encefálicos são: Trigêmeo V (motor e sensitivo), Facial VII (motor e 
sensitivo), Glossofaríngeo IX (motor e sensitivo), Vago X (motor e sensitivo), 
Hioglosso XII (motor), e Spinal - Cervical 1-3 (motor). Se considerarmos que 
o pescoço necessita estar bem posicionado para uma deglutição harmoniosa, 
poderíamos também incluir o nervo Acessório XI
1.1 Anatomia da Cavidade Oral
Estruturas principais: maxila, mandíbula, lábios, assoalho da boca, bochechas, 
língua, dentes, palato duro, palato mole e arcos palatoglosso e palatofaríngeo 
(pilares anterior e posterior). Existem também os espaços, chamados de 
vestíbulos. Vestíbulos anteriores, espaço entre os maxilares e os músculos do lábio. 
Vestíbulos laterais, espaços entre os maxilares e as bochechas (MARCHESAN, 
1999, p. 4). 
1.2 Anatomia da Faringe
De acordo com Marchesan (1999), pode ser subdividida em três áreas, nasofaringe, 
orofaringe e hipofaringe. As paredes da faringe são constituídas de três músculos que estão 
relacionados no ato de deglutir. Estes músculos são os constritores da faringe superior, médio e 
inferior. A faringe se estende desde a base do crânio até a o nível da sexta vértebra cervical. Seu 
tamanho é de cerca de 12cm. 
A nasofaringe é uma estrutura localizada na base do crânio que conecta a cavidade nasal 
com a orofaringe, servindo como um conduto de ar, área de drenagem para o nariz, para os seios 
paranasais e para a tuba auditiva e, por último, como um ressonador para a produção da voz. 
Contém, ainda, a abertura da tuba auditiva e, lateralmente, o recesso faríngeo; e na parede posterior 
a tonsila faríngea. A nasofaringe comunica-se com a cavidade nasal por meio das aberturas nasais 
posteriores (coanas). Anteriormente é limitada pela coana nasal posterior, antero-inferiormente 
pelo palato mole, posteriormente pela base do crânio e inferiormente pela orofaringe. Embora a 
adenoide não tenha relação direta com a deglutição, quando hipertrófica pode obstruir parcial ou 
totalmente o fluxo aéreo e interferir na deglutição.
A orofaringe é a extensão da cavidade oral posteriormente. Vai desde os pilares anteriores 
até a parede da faringe. A tonsila palatina repousa entre os pilares anteriores e posteriores. A 
valécula é um espaço em forma de cunha entre a base da língua e a epiglote. As paredes lateral 
e posterior da orofaringe são formadas pela parte mediana e inferior com três dos músculos 
constritores da faringe. Algumas fibras mais superiores do constritor superior e do palato faríngeo 
formam uma faixa muscular que, durante a deglutição, elevam uma crista transversa (crista de 
Passavant) na parede posterior da faringe que, junto com a elevação do palato mole, separa a parte 
nasal da faringe da parte oral. A hipofaringe vai da ponta da epiglote, ao nível do osso hioide, até 
o músculo cricofaríngeo (parte do constritorfaríngeo inferior). Termina sobre a laringe, ao nível 
das falsas pregas vocais.
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 A parte laríngea da faringe (laringofaringe ou hipofaringe) estende-se da borda superior 
da epiglote à borda inferior da cartilagem cricoide e continua abaixo com o esôfago. A laringe 
projeta-se na hipofaringe dorsalmente, contendo as fossas piriformes em ambos os lados da 
abertura laríngea. As fibras obliquas do músculo constritor inferior terminam onde as fibras 
horizontais do músculo cricofaríngeo começam. As paredes lateral e posterior da hipofaringe 
são sustentadas pelos constritores médio e inferior. A parede anterior é formada pela laringe e 
estruturas relacionadas.
1.3 Anatomia da Laringe 
A laringe é uma estrutura complexa constituída de cartilagens, músculos e 
ligamentos. As cartilagens incluem a tireóide, cricóide, aritenóides, cuneiformes, 
corniculadas e epiglote. Os músculos intrínsecos da laringe controlam os 
movimentos de abertura e fechamento das pregas durante a respiração, a fonação 
e deglutição. Controlam ainda a tensão para produção de sons agudos e graves. 
O músculo que corresponde ao corpo da prega vocal é chamado músculo vocal, 
que também é o músculo das pregas ventriculares (falsas cordas). Os ligamentos 
tíreohióideo e cricotireóideo ajudam na suspensão e estabilidade da laringe. A 
laringe possui três funções básicas, que em ordem de prioridade são: protetora, 
respiratória e fonatória. A laringe e a traquéia estão suspensas no pescoço pela 
musculatura suprahioidea, superior e anteriormente ao osso hióide. A membrana 
tíreo-hióidea e os músculos tireóideos conectam a laringe ao osso hióide, o que 
forma a base de sustentação para a língua. A porção posterior ou laríngea da 
epiglote forma a parede anterior e o telhado do vestíbulo laríngeo. As paredes do 
lado do vestíbulo laríngeo são formadas pela cartilagem tireóide e suas demais 
estruturas, incluindo os músculos tireoepiglótico e, em parte, pelos músculos 
tireoaritenóideo em cada lado. O fechamento esfincteriano da via aérea superior 
é realizado em três níveis dentro da configuração laringeal por estimulação 
bilateral do nervo laríngeo recorrente. As pregas ariepiglóticas (músculo 4 
ariepiglótico), se aproximam para cobrir a entrada superior da laringe. Neste 
nível mais alto, o espaço anterior é preenchido pelo movimento descendente 
da epiglote. O espaço posterior é preenchido pela cartilagem aritenóide (Sasaki 
& Isaacson, 1988). As pregas ventriculares, que formam o teto do ventrículo 
laríngeo, são o segundo nível de proteção. Os músculos tireoaritenóideos ajudam 
na adução das pregas ventriculares. O terceiro nível de proteção, corresponde às 
pregas vocais, com o feixe interno dos músculos tireoaritenóideos. As pregas 
vocais verdadeiras se ligam ao processo vocal da cartilagem aritenóide posterior. 
As pregas vocais verdadeiras parecem ser o nível mais eficaz de proteção contra 
a aspiração (MARCHESAN, 1999, p. 5).
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1.4 Anatomia do Esôfago
O esôfago é um tubo muscular envolto com uma mucosa que propulsiona o 
alimento da hipofaringe ao estômago. O músculo cricofaríngeo ou esfíncter 
esofageal superior, forma a junção entre a hipofaringe e o esôfago. A mucosa logo 
acima do músculo cricofaríngeo é rarefeita e vulnerável à lesões e perfurações 
por corpos estranhos (Caruso & Sauerlander, 1990). O esfíncter gastroesofágico 
ou esfíncter esofágico inferior, forma a junção entre o esôfago e o estômago. 
Estes dois esfíncteres conservam o esôfago vazio entre as deglutições. O esôfago 
está em íntima proximidade a outras estruturas do pescoço e do tórax. No 
pescoço, o esôfago está na frente das vértebras cervicais, atrás da traquéia e 
entre as artérias carótidas. Os nervos laríngeos recorrentes estão localizados de 
cada lado do esôfago na fissura traqueoesofageal. Outras estruturas importantes 
relacionadas à alimentação e respiração, as quais estão próximas ao esôfago, 
incluem o principal brônquio-fonte esquerdo, arco aórtico, pericárdio, nervos 
esofageaes e veias sangüíneas. A parede do esôfago é composta de três camadas 
de tecido: o epitelium, a lâmina própria e a muscularis mucosae. Os músculos 
são encontrados em camadas longitudinais externas e em camadas circulares 
internas. As porções posterior e lateral do músculo longitudinal circundam as 
camadas dos músculos internos em um padrão espiral. Estas porções são ligadas 
superiormente à porção posterior das cartilagens da laringe. O terço superior do 
esôfago é composto de músculo estriado similar ao da faringe, e os dois terços 
inferiores são compostos pelas fibras musculares lisas. A faringe e o esôfago 
proximal são as únicas regiões do corpo humano onde a musculatura estriada 
não está sob o controle neurológico voluntário. Ambas as fibras, simpática e 
parassimpáticas, inervam o esôfago (MARCHESAN, 1999, p. 5).
Para maiores informações a respeito do desenvolvimento normal da deglutição e 
das estruturas associadas neste processo, acesse: 
MARCHESAN, I. Q. Deglutição Normalidade. Disponível em: <http://www.fonovim.
com.br/arquivos/ef50dafde6352186ffb233e5d204fac9-Degluti----o-Normali-
dade---Irene-Marchesan.pdf>.
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2. DISFAGIA
Uma vez que foram discriminadas as estruturas e sua importância no processo da 
deglutição, partiremos para a dificuldade na deglutição, conhecida como disfagia.
A disfagia consiste na alteração da deglutição, ou seja, no ato de deglutir saliva ou alimentos, 
podendo ser desenvolvida desde a cavidade oral até o trato digestivo, gerando um desvio do bolo 
alimentar e/ou saliva, desencadeando obstrução parcial ou total das vias respiratórias, gerando 
prejuízos referentes aos aspectos nutricionais, hidratação, alimentar e questões referentes ao 
estado pulmonar, uma vez que o alimento desviado pode vir a se alojar na cavidade pulmonar, 
apresentando sintomas e sinais característicos. A disfagia pode ser congênita ou adquirida, sendo 
que a adquirida ocorre a partir de uma lesão neurológica, como acidente vascular encefálico, 
traumatismo craniano, doenças neurológicas Parkinson, Alzheimer, distrofias musculares, câncer 
de cabeça e pescoço, assim como a disfagia mecânica ou psicogênica que também podem estar 
associadas ao envelhecimento normal das estruturas musculares.
Desta forma, podemos classificar a disfagia em leve, cuja dificuldade resulta no transporte 
do bolo alimentar, desencadeando pequena quantidade de estase de secreção nos recessos faríngeos 
sem que ocorra a penetração laríngea, broncopneumonia de repetição ou perda nutricional. 
Contamos ainda com a disfagia moderada, que apresenta dificuldades no transporte oral do bolo, 
com a presença de estase em recessos faríngeos, associados aos sinais indicativos de penetração 
laríngea com quantidade reduzida de alimento aspirado, além de possíveis pneumonias, déficits 
nutricionais e alterações do prazer alimentar. Já na disfagia severa ocorre grande quantidade de 
estase em recessos faríngeos, com penetração laríngea e grande quantidade de material aspirado, 
associado a pneumonias de repetição, desnutrição e alteração do prazer alimentar com impacto 
social (FURKIM; SILVA, 1999; PERALTA; ESNAOLA Y ROJAS; GAGLIARD, 2000; SOARES et 
al., 2006).
O que é disfagia?
Este vídeo nos auxiliará no entendimento da disfagia de uma forma mais dinâmi-
ca, uma vez que que nele contém o mecanismo correto da deglutição uma breve 
explicação comentando sobre a disfagia, sendo finalizado com o mecanismo in-
correto ou incoordenado da deglutição, definido como processo disfágico.
É possível acessar o vídeo por meio do seguinte endereço: <https://www.youtube.
com/watch?v=leJacdFb75g>.
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2.1 Intervenção Fonoaudiológica na Disfagia
Para início da intervenção Fonoaudiológica, é imprescindível a realização detalhada de 
uma avaliação sem alimento. Desta forma, denominamos de avaliação funcional da deglutição, 
observando os seguintes parâmetros de monitorização:
• Saturação.
• Pressão arterial.
• Batimentos cardíacos.
• Nível de consciência do paciente.
• Condições clínicas gerais.
• Funções do sistema estomatognático.
Para realizarmos esta avaliação, podemos solicitar comandos ao paciente, como, por 
exemplo, perguntar seu nome, a cidade onde mora, nome dos pais, filhos, assim como podemos 
solicitar para que o paciente force uma tosse, pois já saberemos se ainda possui o mecanismo de 
defesa ou não. Podemos solicitar para que toque as comissuras labiais, que coloque a língua para 
fora, que volte a língua para dentro e assim sucessivamente. A partir das respostas apresentadas 
pelo paciente, definiremos a conduta de entrarmos ou não com a avaliação da alimentação via oral 
de forma segura. No caso da avaliação da deglutição funcional objetiva-se identificar os achados 
e correlacioná-los como os distúrbios da dinâmica da deglutição, levando em consideração 
que o teste com alimento é realizado de forma extremamente cautelosa, com escolha criteriosa 
de consistência, podendo ser interrompida imediatamente, procurando-se evitar aspiração 
(FURKIM; SILVA, 1999; MOSCHETTI, 2003; SOARES et al. 2006).
É imprescindível que o fonoaudiólogo que atue nesta área tenha a convicta segu-
rança e domínio em falar e conhecer sobre a anatomia laríngea, uma vez que, nas 
visitas multidisciplinares nos leitos dos acamados, somos questionados sobre a 
situação de cada paciente. Neste momento, se o profissional não apresentar se-
gurança e domínio anatômico certamente não terá desempenho efetivo para com 
o paciente, da mesma forma que não será respeitado pela equipe multidisciplinar. 
Na Fonoaudiologia Hospitalar não há espaços para dúvidas ou incertezas, como 
também não há tempo para tentar se corrigir, pois um minuto é decisivo entre vida 
e morte, sucesso e fracasso.
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Durante toda a avaliação da deglutição faz-se necessário estarmos significativamente 
atentos às dificuldades que podem ser observadas ou expressadas por meio de desconforto 
durante a deglutição, como:
• Tosse.
• Engasgos.
• Múltiplas deglutições para um pequeno bolo.
• Resíduos orais de alimento.
• Escape oral.
• Sensação de algo parado na garganta.
• Regurgitação oral e/ou nasal.
• Dificuldade para emitir sons da fala pós-deglutição, com alteração da qualidade vocal.
• Sialorreia.
• Alteração do ritmo respiratório.
• Ausculta cervical ruidosa.
• Sudorese.
• Fadiga após poucas deglutições (FURKIM; SILVA, 1999; MOSCHETTI, 2003; SOARES 
et al. 2006).
Para confirmação de como está sendo a deglutição do paciente, podemos solicitar o 
exame denominado videofluoroscopia da deglutição (VFD), que se caracteriza como uma análise 
fidedigna, podendo ser definida como “padrão ouro”, sendo possível a identificação dos aspectos 
relacionadas à anatomia e fisiologia da deglutição.
A avaliação é realizada fazendo uso do contraste radiológico, que proporciona um 
diagnóstico mais preciso quanto aos distúrbios da deglutição, auxiliando na conduta e 
direcionamento terapêutico. É por meio da VFD que a fase faríngea pode ser mais detalhada, 
pois é nesta fase que ocorrem uma sequência de eventos significativamente importantes, sendo 
necessário a execução de forma rápida, coordenado e preciso, desencadeando a elevação do palato 
mole, fechamento das pregas vocais, contração dos músculos da faringe, elevação e anteriorização 
da laringe e o abaixamento da epiglote. Este funcionamento é desencadeado involuntariamente 
após a estimulação de receptores sensoriais, especialmente localizados na cavidade orofaríngea 
(ZANCAN; LUCHESI; MITUUTI, 2017).
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Quadro 1 - Protocolo Fonoaudiológico de Avaliação do Risco para Disfagia (PARD). Fonte: Padovani, Moraes e 
Mangili (2007).
3. NUTRIÇÃO NO AMBIENTE HOSPITALAR 
No ambiente hospitalar existem alguns tipos de alimentação específicas quando o 
paciente, por algum motivo, se encontra impossibilitado de se alimentar por via oral, seja por 
uma disfagia, por estar inconsciente ou algo parecido. Nestes casos opta-se pela nutrição enteral, 
parenteral, gastrostomia ou jejunostomia. A nutrição enteral é uma forma de alimentação cuja 
ingestão dos alimentos pode ser feita por meio de uma sonda por meio da passagem naso/
orogástrica, ou seja, da cavidade nasal ou oral até o estômago ou intestino delgado. Nesse caso, 
os alimentos estão na forma líquida ou em pó e têm o mesmo valor nutricional que se obteria 
pelo consumo de alimentos. Também são digeridos da mesma maneira, contendo tudo que se 
necessita diariamente, incluindo carboidratos, proteínas, gordura, vitaminas, minerais e água 
(AC CAMARGO, 2019).
Figura 2 - Nutrição Enteral. Fonte: AC Camargo (2019).
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Figura 3 - Nutrição Enteral. Fonte: AC Camargo (2019).
A Nutrição parenteral pode ser utilizada tanto como terapia exclusiva quanto como de 
apoio, dependendo basicamente da capacidade fisiológica de digestão e/ou absorção de cada 
paciente. Define-se pela administração endovenosa de macro e micronutrientes, por meio da via 
periférica ou central (PORTAL EDUCAÇÃO, 2019c).
A gastrostomia pode ser definida como uma abertura realizada por meio de procedimento 
cirúrgico na região do estômago para incisão de um tubo de silicone ou de um boton para viabilizar 
e regularizar os processos de alimentação e de hidratação do paciente que está impossibilitado 
de se alimentar por via oral em segurança. Este procedimento é realizado como uma das últimas 
alternativas no processo alimentar, podendo ser temporário ou não. Já a Jejunostomia consiste 
basicamente no mesmo procedimento da gastro, porém com a incisão em local diferente, sendo 
realizado uma abertura no intestino, quando o paciente, por algum motivo, apresenta alguma 
impossibilidade da gastrostomia (GASTROSTOMIA E JEJUNOSTOMIA, 2017). 
Figura 4 - Nutrição Enteral. Fonte: AC Camargo (2019).
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Figura 5 -Tipos de Dispositivos para Gastrostomia e Jejunostomia. Fonte: Gastrostomia e Jejunostomia (2017).
3.1 Nutrição em Disfagia 
Como sabemos, dentro do hospital faz-se necessário o atendimento em conjunto com a 
equipe multidisciplinar, visto que um único paciente necessita de várias intervenções e compete a 
cada profissional apresentar o melhor de si. No caso do paciente disfágico não tem sido diferente, 
uma vez que a nutrição e a consistência alimentar podem interferir positiva ou negativamente na 
vida do indivíduo hospitalizado. O paciente com disfagia, associado ao risco nutricional, configura 
uma característica comumente identificada no meio hospitalar, podendo ser de curta ou longa 
permanência. O ponto chave da atuação consiste na identificação precoce deste público apesar 
de todas as dificuldades encontradas neste meio, pois ainda tem sido limitado o atendimento a 
pacientes, levando em consideração a falta de profissionais tanto com formação em nutrição e 
fonoaudiologia, como com a especialização neste meio hospitalar. Conta-se também com a falta 
de conhecimento da equipe hospitalar (SBBG, 2014). 
Contudo, para o início da intervenção realiza-se uma triagem cujo objetivo é elencar 
qual paciente apresenta as características referentes à disfagia e desnutrição. Separando, então, 
os pacientes que necessitam de avaliação emergencialdaqueles que podem aguardar ao menos 
algumas horas a mais (SBBG, 2014; BARROCAS, 2001). 
Considerando a importância desta assistência, a vitalidade do indivíduo hospitalizado 
com disfagia, associado a possível desnutrição, podemos partir do ponto que muitos pacientes 
necessitarão da aplicação da dieta por via enteral, parenteral ou oral. Por isso, em 2000, foi 
elaborado o regulamento técnico que fixa os requisitos mínimos para a terapia enteral e, como 
constituinte, faz necessário a seguinte equipe quando pensamos em trabalhar com este público 
alvo: um médico, para receber o paciente e avaliá-lo como um todo, elencando os principais pontos 
identificados no indivíduo e para acompanhá-lo durante o internamento; um nutricionista, para 
desenvolver a avaliação nutricional; um fonoaudiólogo, para avaliação do risco a disfagia; e um 
enfermeiro, para auxiliar e acompanhar os cuidados ao indivíduo (SBBG, 2014).
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Figura 6- Processos da Deglutição. Fonte: Magalhães (2019).
3.2Consistência Alimentar
É imprescindível que o tratamento realizado para as alterações de deglutição seja composto 
pela modificação da consistência alimentar, pois sabemos que a consistência líquida – água, chás, 
sucos, café – passam rapidamente da fase oral para a fase faríngea, podendo desencadear escape 
prematuro na região faríngea, vindo a comprometer a deglutição segura do paciente. Contudo, 
analisando as consistências dos alimentos sólidos, como arroz, feijão, carne, e dos líquidos 
viscosos, vitamina espessa, por exemplo, exigem mais força no momento de encaminhar o bolo 
alimentar para a faringe. Se neste processo a força na língua e nos músculos faríngeos forem 
reduzidos pode ser que ocorra a permanência de alimentos nos recessos faríngeos (AMARAL et 
al., 2015).
Com o intuito da segurança alimentar, é de responsabilidade do fonoaudiólogo orientar e 
treinar os pacientes com alterações na deglutição a se alimentarem de acordo com a consistência 
ideal para o seu caso. Como auxílio na alteração das consistências alimentares, existem empresas 
que comercializam produtos como o espessante alimentar, que altera totalmente a consistência, 
de acordo com a necessidade do paciente, sem alterar o gosto ou o sabor do alimento. Podemos 
encontrar também dietas prontas de acordo com a necessidade do paciente. Contudo, dentro 
do ambiente hospitalar, necessitamos de vários tipos de consistências alimentares, embora seja 
notória a diferença entre elas, ainda não existe uma terminologia padrão para defini-las.
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A problemática das consistências alimentares se encontra com a ausência de uma 
terminologia objetiva que defina exatamente cada consistência, o que dificulta a preparação e a 
utilização das consistências. A falta desta terminologia específica pode gerar sérios prejuízos ao 
paciente se o profissional não estiver totalmente capacitado para este tipo de atendimento, pois 
não podemos garantir que o paciente recebeu a dieta na consistência indicada pelo fonoaudiólogo. 
Além disso, a padronização dos nomes das consistências é importante para que a comunicação 
entre profissionais da saúde, da indústria, cuidadores e pesquisadores seja consistente (AMARAL 
et al., 2015).
DEGLUTIÇÃO E DISFAGIA DESCRIÇÃO DACONSISTÊNCIA EXEMPLOS
Deglutição Normal Líquidos ralos Água, gelatina, cafés, chás, sucos, refrigerantes
Deglutição Funcional Líquidos ralos Água, gelatina, cafés, chás, sucos, refrigerantes
Disfagia Leve Néctar – o líquido escorre da colher como um fio
Suco de manga ou pêssego, 
iogurte
Disfagia Leve a Moderada Mel – o líquido escorre da colher formando um V Mel
Disfagia Moderada Creme – o líquido se solta da colher, caindo em bloco.
Papa de frutas e iogurte cre-
moso
Disfagia Grave Enteral exclusiva
Quadro 2 - Sugestão para adaptação da consistência líquida, conforme o grau da disfagia, com o uso do espessante. 
Fonte: Carvalho e Sales (2014).
Vale salientar, que faz parte da função do fonoaudiólogo vincular-se à equipe de 
nutrição do ambiente hospitalar para definição de consistência. É importante a 
elaboração de protocolos a serem seguidos, pois as opiniões podem ser difer-
entes sobre uma única consistência. Por exemplo, a consistência pastosa pode 
ser associada a um fio de mel caindo da colher, da mesma forma que pode se 
vincular a consistência de uma vitamina de abacate. Ambas podem, de fato, ser 
pastosas, porém podem interferir diretamente na qualidade e na segurança ali-
mentar do paciente.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após iniciarmos o conhecimento sobre as patologias Fonoaudiológicas encontradas 
no âmbito hospitalar, precisamos, obrigatoriamente, saber o que esperar do paciente 
independentemente se for de um processo disfágico ou sobre a nutrição de um paciente. 
Cada patologia requer uma postura e uma conduta diferente e o bom profissional irá se 
moldar, com o tempo e a experiência, na área, buscando readequar-se sempre e, mais que isso, 
buscará desenvolver o seu melhor para cada paciente, evitando deixar falhas.
É de suma importância que o fonoaudiólogo tenha em mente o que fazer diante cada 
situação. No caso da disfagia, conhecer os sinais do paciente rebaixado, para que não insista em 
uma avaliação com uma dieta via oral em um paciente que, naquele momento, não esteja apto 
a receber. Só identificamos estas situações se realmente conhecermos os conceitos, as fases da 
deglutição, a anatomia, os sinais que o paciente nos apresenta, quais as avaliações pertinentes, 
quais os tipos de consistência que deveremos iniciar a avaliação de forma segura, quais os meios 
que utilizaremos para modificar a consistência. 
De modo geral, o que faz o fonoaudiólogo hospitalar obter sucesso profissional na área 
é o conhecimento que possui, associado à curiosidade de não deixar de pesquisar ou perguntar 
o que tem dúvidas. Não realizar atendimento se estiver inseguro e, principalmente, realizar cada 
atendimento colocando-se no lugar do outro. 
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03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 49
1. DETECÇÃO PRECOCE - PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO DE TUMORES EM FASES INICIAIS ............................ 50
2. O PAPEL DA FONOAUDIOLOGIA NA ONCOLOGIA ................................................................................................. 54
2.1 INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES .............................................................. 56
3. FONOAUDIOLOGIA/GERONTOLOGIA E CUIDADOS PALIATIVOS ........................................................................ 58
3.1 CUIDADOS PALIATIVOS .......................................................................................................................................... 60
4. INÍCIO DA ATUAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NOS RECÉM NASCIDOS ...................................................................61
4.1 NEONATOLOGIA E FONOAUDIOLOGIA ...................................................................................................................62
4.2 CLASSIFICAÇÕES DO RECÉM-NASCIDO ..............................................................................................................63
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................................ 64
ATUAÇÃO E INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA 
NA ONCOLOGIA
PROF.A LARISSA PROTANO DE ALMEIDA DOS SANTOS
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR
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INTRODUÇÃOO câncer de cabeça e pescoço pode ser definido como um termo simplificado que se 
refere às neoplasias malignas das vias aerodigestivas superiores, compostas pelos seios paranasais, 
faringe, cavidade oral e laringe. O carcinoma espinocelular (CECCP) pode ser identificado em 
aproximadamente 90% dos casos, sendo o tipo mais frequente de câncer. O fato é que sua alta 
prevalência condiz com países que possuem nível sócio econômico baixo, sendo identificado 
com maior frequência em indivíduos do sexo masculino.
Pesquisas revelam que esta taxa se encontra intimamente associada com o uso do 
álcool e o tabaco como agentes desencadeadores da referida patologia. Esta patologia tem sido 
diagnosticada em estádios avançados e com metástase, o que define um prognóstico ruim, com 
baixa porcentagem de cura.
O tratamento do câncer de cabeça e pescoço é difícil e complexo, principalmente nos casos 
em que as lesões se encontram em um estágio mais avançado. A cirurgia é, indispensavelmente, 
associada à quimioterapia ou à radioterapia, ocasionando significativas deformidades, tanto 
externa como interna, o que implica negativamente a qualidade de vida do paciente. Estima-se 
que, no Brasil, sejam descobertos anualmente aproximadamente 13.470 novos casos de câncer de 
cavidade oral, sendo que em 2012 a perspectiva para tumores malignos localizados na faringe e 
na cavidade oral ultrapassaram 40 mil casos. 
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1. DETECÇÃO PRECOCE - PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO 
DE TUMORES EM FASES INICIAIS 
Embora saibamos que, por muitas vezes, o canceres são diagnosticados em seus estágios 
mais avançados, não podemos deixar de expor a importância do diagnóstico precoce neste 
público-alvo. O que sabemos é que a taxa de mortalidade e, consequentemente, de morbidade 
vinculadas aos cânceres de cabeça e pescoço seriam objetivamente reduzidas se fossem detectados 
nos estágios iniciais da patologia.
Com este intuito, objetivando elevar os índices de descobertas iniciais da patologia 
foram elaborados os principais fatores de risco para o desencadeamento e, consequentemente, o 
desenvolvimento do câncer. Caso o indivíduo tenha um ou mais fatores de risco não quer dizer 
que este terá um câncer, mas que este indivíduo se encontra em um grupo de risco com maior 
probabilidade em desenvolvê-lo. Desta forma, elencar os fatores de risco, seria a mesma coisa do 
que traçar o perfil dos portadores da doença. 
Dentre os indicadores de riscos, sabe-se que é evidente a função do etilismo e do 
tabagismo seja de forma isolada ou ambos associados. Os fatores de risco mais evidentes para o 
desencadeamento de câncer bucal são: sexo masculino com idade entre 40 e 70 anos, indivíduos 
que fazem uso de álcool ou tabaco, infecções virais, imunodepressão, desnutrição, precária 
higiene oral, exposição solar no caso dos cânceres de lábio (FRANCO et al., 1989). Contudo, 
mesmo elencando os fatores de risco, ainda restam poucas ferramentas para os profissionais da 
saúde identificarem a patologia nos estágios iniciais. Em sua grande maioria, os tumores da boca 
(em fase inicial ou avançada) podem ser diagnosticados sem muita dificuldade, porém requerem 
muita atenção pois podem facilmente passar despercebidos. Desta forma, realiza-se a avaliação 
da cavidade oral com boa iluminação, abertura da boca e a inspeção e palpação da mucosa 
de revestimento da cavidade oral. Assim, a oroscopia e a palpação da boca devem ser partes 
integrantes do exame físico de todo indivíduo examinado por médicos, cirurgiões-dentistas e 
fonoaudiólogos. O próprio indivíduo pode proceder ao chamado “autoexame”
Para facilitar a compreensão sobre os estágios do câncer, a seguir apresenta-se um quadro, 
exemplificando brevemente como ocorre o estadiamento do câncer de cabeça e pescoço.
ESTÁDIO DESCRIÇÃO
Estádio I Tumor < que 2cm localizado na glândula tireoide
Estádio II Tumor > que 2cm localizado na glândula tireoide
Estádio III Tumor que invade órgãos vizinhos ou linfonodos na região cervical
Estádio IV Tumor que compromete órgãos distantes, como pulmões e ossos.
Quadro 1 - Descrição Simplificada do Câncer. Fonte: Instituto Vencer o Câncer (2018).
Sendo assim, o tipo específico do tratamento indicado para cada paciente é definido a 
partir do estádio em que a doença se apresenta. Quando o tumor é identificado está no Estádio 
I, ou seja, tumor de pequeno porte, delimitado ao seu local de origem, ou no Estádio II, com 
tamanho relativamente maior, invadindo as estruturas próximas, apresenta-se alto o índice de 
cura. O tratamento pode ser feito por meio de cirurgia, radioterapia ou, em alguns casos, ambas 
as estratégias.
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Figura 1 - Tumor pequeno, confinado ao local de origem e o tratamento específico para esta fase da doença. Fonte: 
Instituto Vencer o Câncer (2018).
Figura 2 - Tumor maior, invadindo estruturas muito próximas e o tratamento específico para esta fase da doença. 
Fonte: Instituto Vencer o Câncer (2018).
O procedimento cirúrgico nos casos referidos tem por objetivo a retirada do tumor e de 
uma margem de segurança. O tipo específico do procedimento cirúrgico depende da extensão 
da lesão e das características anatômicas do local afetado. As cirurgias costumam ser mais 
conservadoras nessa fase e envolvem a remoção do tumor, sem haver necessidade de retirar todo 
o órgão no qual está instalado. Pode ser que o cirurgião opte pela cirurgia por via endoscópica, 
em vez de céu aberto. Em algumas situações, a ressecção é realizada com raios  laser, no lugar 
do bisturi. Há casos que se faz necessário a indicação cirúrgica nas fases iniciais nos tumores de 
nasofaringe, normalmente tratados com radioterapia, em outros casos associada à quimioterapia.
Em alguns casos específicos, como nos de câncer de língua, cuja probabilidade de 
metástases microscópicas nos linfonodos cervicais é significativamente mais elevada, o cirurgião 
faz a retirada preventiva dos linfonodos cervicais. Essa cirurgia é relativamente simples, não 
costuma apresentar complicações mais graves e aumenta as chances de cura no estádio II da 
doença.
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Para as indicações terapêuticas da radioterapia exclusiva, o tumor deverá ser diagnosticado 
em sua fase inicial e normalmente apresenta resultados positivos. No caso das pregas vocais, 
este tipo de procedimento costuma ser menos agressivo e prejudica menos a fala em relação 
ao procedimento cirúrgico. Uma segunda indicação comumente identificada de radioterapia 
externa é nos casos dos tumores de nasofaringe. Neste tipo de radioterapia, o tumor é analisado e 
delimitado a partir dos exames de imagens. O tratamento é realizado aproximadamente por sete 
semanas, é administrado de segunda a sexta-feira, durante cerca de 15 a 20 minutos. A radioterapia 
poder ser aplicada uma vez ao dia (convencional) ou duas vezes por dia (hiperfracionada), 
dependendo do caso.
No caso dos tumores identificados nos estádios III e IV, com poucos linfonodos, ou que 
no estágio IV atingiu vários linfonodos ou expandiu-se para estruturas vizinhas normalmente 
opta-se pela associação da radioterapia e quimioterapia ou à imunoterapia. A cirurgia é indicada 
em casos específicos, em que o resultado funcional e estético seja aceitável, além dos casos de 
lesões da cavidade oral. Contudo, a cirurgia pode e deve ser uma opção, caso o tumor não seja 
erradicado com radioterapia e quimioterapia.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Figura 3 - Tumor atingindo alguns linfonodos do pescoço e o tratamento específico para o Estádio III e 
tumor comprometendo vários linfonodos cervicais ou invadindo várias estruturas vizinhas (Estádio IVA). 
Fonte: Instituto Vencer o Câncer (2018).
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