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Embargos a Execucao Fiscal - Peca 5

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Ao Juízo Federal da 1ª Vara Federal de Execução Fiscal da Seção Judiciária do Estado X
Distribuição por dependência à Execução Fiscal nº ...
ABC, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., sediada no endereço..., endereço eletrônico..., por meio de seu advogado e bastante procurador, que esta subscreve, com escritório no endereço..., onde deverá receber as futuras intimações, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos arts. 319 e 919, § 1º, do Código de Processo Civil, bem assim com suporte no art. 16 da Lei nº 6.830/1980, opor EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL com EFEITO SUSPENSIVO, em face da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público interno, regularmente inscrita no CNPJ sob o nº ..., com sede no endereço..., devidamente representada por seu procurador, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos.
I – DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE
Reza o art. 16 da Lei nº 6.830/1980, que para a defesa da execução fiscal, poderá ser manejado, pela parte executada, embargos à execução fiscal. Igualmente, na forma do art. 16, § 1º, da Lei nº 6.830/1980, os embargos à execução fiscal somente poderão ser opostos caso exista a garantia do juízo. No presente caso, existe a notícia de penhora, fato que cumpre o requisito citado. 
Outrossim, preconiza o art. 16, inciso III, da Lei nº 6.830/1980, que a parte poderá opor embargos à execução fiscal no prazo de 30 (trinta) dias da intimação da penhora. No caso em tela, transcorreram apenas 15 (quinze) dias, preenchendo-se igualmente o requisito da tempestividade para a oposição dos presentes embargos. Sendo assim, compreende-se plenamente cabível os presentes embargos à execução fiscal.
II – DOS FATOS
A União instituiu, em 1º de janeiro de 2019, por meio de lei ordinária, Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE), incidente sobre receitas decorrentes de exportações de café, visando fomentar a área educacional. 
Ocorre que, em virtude de flagrante inconstitucionalidade, a ser demonstrada a seguir, esta embargante nada recolheu no exercício de 2019, sendo certo que a União, sentindo-se supostamente lesada, ajuizou Execução Fiscal, exigindo o pagamento do tributo, o que passa a ser enfrentado com as seguintes razões.
III – DO DIREITO
A – Da Inconstitucionalidade da CIDE
Dispõe o art. 149, § 2º, inciso I, da CF/88, que não incidirá CIDE sobre receitas oriundas de exportação, constituindo uma verdadeira imunidade tributária. Logo, o referido tributo exigido pela União é materialmente inconstitucional. 
Assim, resta claro que a instituição desta CIDE viola diretamente o texto constitucional e, portanto, não há que sequer cogitar a hipótese de exigência do tributo sobre as exportações de café desta embargante.
B – Da Uniformidade da Tributação
Preconiza o art. 151, inciso I, da CF/88, que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção entre os Estados. In casu, as alíquotas da referida CIDE são diferenciadas conforme o Estado em que o contribuinte é domiciliado. 
Posto isso, observa-se que a instituição desta CIDE viola o princípio da Uniformidade da Tributação, criando distinções discriminatórias e vedadas pela Constituição Federal.
C – Da Destinação Irregular
Em conformidade com o art. 149, caput, da CF/88, as contribuições deverão ser destinadas para fins que se relacionem com os instrumentos de atuação de suas respectivas áreas, o que foi plenamente desrespeitado no presente caso. 
A instituição de CIDE, incidente sobre receitas oriundas de exportações de café, ainda que inconstitucional, deveria ser destinada à área do agronegócio ou até mesmo da economia, e não ao desenvolvimento do ensino fundamental, tendo em vista que esta área não guarda nenhuma relação com as exportações de café.
Desta feita, não há nenhuma correlação entre a contribuição e a destinação dada por ela, restando evidente que a exigência fiscal é indevida.
IV – DO EFEITO SUSPENSIVO
Nos termos do art. 919, § 1º, do CPC, a embargante faz jus à concessão de efeito suspensivo aos embargos. O referido dispositivo exige os requisitos da tutela provisória para tal concessão, estes definidos pelo art. 300 do CPC, sendo eles: elementos que evidenciem a probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
Não restam dúvidas que ambos os requisitos legais estão presentes no caso, tendo em vista a flagrante inconstitucionalidade da instituição da CIDE e os grandes ônus jurídicos e econômicos que a presente execução fiscal causa à embargante.
Cumpre ressaltar, ainda, que a execução já se encontra garantida por meio da penhora realizada.
Dessa forma, faz jus a embargante à concessão do efeito suspensivo.
V – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a Embargante à Vossa Excelência:
a) a concessão do efeito suspensivo aos embargos, uma vez preenchidos os requisitos do art. 919, § 1º, do CPC;
b) o julgamento de procedência do pedido nos embargos, declarando-se inconstitucional a instituição da CIDE e, consequentemente, extinguindo-se a execução fiscal, corporificada na certidão de dívida ativa (CDA), desconstituindo-se o crédito tributário, plasmado no lançamento, com o consequente levantamento da penhora;
c) a intimação da Exequente para que, querendo, apresente defesa aos presentes embargos, no prazo legal de 30 (trinta) dias, na forma do art. 17 da Lei nº 6.830/1980;
d) a condenação da Exequente às custas processuais e aos honorários advocatícios sucumbenciais, nos termos do art. 85, § 3º, do CPC;
e) o deferimento da juntada de documentos que instruem a inicial;
f) a produção de todas as provas admitidas em Direito, na forma do art. 319, inciso VI, do CPC;
Protesta pela não realização de audiência de conciliação, nos termos do art. 319, inciso VII, do CPC.
Dá-se à causa o valor de R$ ...
Nestes termos, 
pede deferimento.
Local..., Data...
___________________________
Advogado.../OAB...
Endereço do escritório dos advogados para intimações: ...

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