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Infectologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Leptospirose: - Conceito: na verdade é lepitospiroses, pois há mais de 1 que causa doença, existem no nosso meio 12 sorotipos que são patogênicas para o homem. • Zoonose (homem é um hospedeiro eventual e o rato é o hospedeiro definitivo, pois ele não ficar doente, ele se infecta, transmite para o homem e outros anemias). • A leptospirose não é transmissível de homem para homem, é adquirida de urina do rato. • Espiroquetas patogênicas (Leptospira sp). - Manifestações clínicas variadas: • Inaparente (tem contato, desenvolve a infeccao, e desenvolve AC para sempre , então é sem sintomas). - A imunidade que se desenvolve é específica para o sorotipo contraído, portanto ao adquirir outro sorotipo, vai ter a doença de novo (pode ter varias vezes leptospirose). • Doença de Weil: muito severa, até letal. - A infecção é causada por uma vasculite generalizada. - Diagnóstico da leptospirose é clínico, epidemiológico e laboratorial. Etiologia: - Ordem: Spirochaetales. - Família: Leptospiraceae. - Gênero: Leptospira. - Espécies: • L. interrogans: patogênica. • L. Biflexa: saprofítica. • Outras: - Serovares e Sorogrupos. • L. interrogans serovar copenhageni sorogrupo Icterohaemorrhagiae. - Características: • Aeróbios obrigatórios (vivem no meio ambiente e fica meses vivas no ambiente: águas parada, lixo, esgoto, canais…). • Helicoidais, móveis e flexíveis. • Comprimento: 6 a 20µm; diâmetro: 0,1µm. • Axóstilo = 2 flagelos. • Membrana plasmática + peptidoglicano. • Cultivo: meios de Fletcher, Stuart ou EMJH (28 - 30ºC). Epidemiologia: - Zoonose. - Reservatório: rato. • Outros animais: cães, bovinos, suínos, caprinos, ovinos, eqüinos, silvestres (roedores, carnívoros, répteis, etc..). • O homem é um hospedeiro eventual. - Transmissão: • Contato com água contaminada (enchentes: invade as casas com águas). - Doença predominante de épocas de chuva. • Profissionais: limpadores de fossa, rizicultores, catadores de lixo. • Mordedura rato. • Contato com urina, sangue, tecidos e órgãos de animais infectados (abatedouros, peixeiros): raro. 1 Leptospirose Dr. Focaccia - DATA: 28/03 Infectologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB - DISTRIBUIÇÃO DA LEPTOSPIROSE: • No Brasil, 50% das cidades não tem saneamento básico adequado. • Santos é a melhor cidade do Brasil de saneamento básico. • Ocorre preferencialmente nos homens na proporção de 16:1, pois as mulheres são protegidas pelos hormônios femininos (as mulheres menopausadas tem a mesma proporção de leptospirose pelo homem). • Para desenvolver uma forma grave de leptospirose, independe do estado imunológico do paciente. - Leptospirose dá em homens (16:1) adultos (20 a 50 anos), trabalhadores fortes, não tem relação com a imunidade e ocorre mais em épocas de chuva (dezembro a abril). Ocorre muito pouco em crianças. Virulência e patogenicidade: - Como as Leptospiras causam lesões? - Invasão: • Pequenos ferimentos ou abrasões cutâneos. • Mucosas - nasofaringe, conjuntiva. • Pele íntegra? Pulmões: inalação de aerossol - raro. 2 - Brasil quantidade grande de casos, mas há no mundo todo. - Descrita pela 1ª vez na Itália. DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL: - Brasil e Caribe por ser uma área tropical (quentes e úmidas) são propicias para mais casos de lepstopirose. DISTRIBUIÇÃO AMÉRICA LATINA: A falta de saneamento básico é fator importante para desenvolver diversas doenças na população. Infectologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • Transplacentária - raro. Mecanismos patogênicos: - Características de todas formas clínicas: • Lesão endotelial de pequenos vasos. • Aumento da permeabilidade (vasculite). • E provoca hemorragias. - Permeabilidade aumentada = vasodilatação (diminui RVP) = hipovolemia e hipotensão. • Desidratação. • Falência de múltiplos órgãos (por hipóxia dos tecidos: cérebro, SNC, rins, pulmões…). - Leptospirose = produz uma sepse = FMO: o indivíduo desenvolve… • IRA. • SARA e hemorragia pulmonar. • Miocardite e arritmias, choque. • Icterícia e coagulopatia. - Todos todos os órgãos são comprometidos na síndrome de Weil (maioria = FMO), mas existem pacientes que podem desenvolver formas leves. Formas clínicas: - Infecção sub-clínica (90%). - Ictérica (10 %). • Leves ou moderadas. - Septicêmica (Síndrome de Weil – 5%). • Mais grave, é a que mata. - Meningoencefalite (muito rara). LEPTOSPIROSEMIA: • Febre alta. • Mialgias (> panturrilha: dificuldade de andar). • Náusea e vômitos. • Icterícia rubínica (importante para diagnóstico diferencial com hepatite): devido ao grande sangramento, há hemorragias conjuntivais e sob essa hemorragia a bilirrubina conjugada se deposita (= icterícia avermelhada). • Confusão mental (obnubilado). • Sangramentos (generalizado: epistaxe, HDA, hematomas). • Miocardite. • Hipopotassemia (!! característica importante: se ele está hipovolêmico, com IRA, ele deveria ter aumento de potássio, mas ele não tem, isso porque o potássio é intracelular, em um processo grave esse potássio entraria para dentro da célula, mas a teoria mais provável é de que no túbulo contorcido distal o rim não reabsorve potássio, então ele elimina potássio pela urina). - Indivíduo que tem IRA, um dos critérios para diálise é o aumento do potássio. - Quadro clínico: febre alta logo no início (39 -40ºC) paciente “pisando em ovos’ pela dor na panturrilha, confusão mental, olho avermelhado, com epistoles, pequenos ou grandes sangramentos. • A diálise peritoneal salva o paciente !!! 3 Infectologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Diagnóstico laboratorial: ESPECÍFICO: o diagnóstico de certeza é muito difícil pois a IgM da fase aguda é muito falha (muitos não produzem). - Por isso que 14 dias depois colhemos outra amostra, e essa IgG deve subir 4x o título inicial = fecha diagnóstico de certeza. - Exame microscópico (difícil na rotina): • Sangue, urina, líquor, tecidos e outros fluídos (mede IgM). • Campo escuro, imunofluorescência, sais de prata. • Imunoperoxidase, hibridização in situ, etc… • Cultura (somente primeiros dias de infecção). • Sangue, urina, líquor. • Fletcher (!!! meio ideal de cultura nos primeiros dias de infecção !!!), EMJH. • Inoculação em animais (somente em pesquisas). - Sorologia (utilizado sempre): • Soroaglutinação. • ELISA. INESPECÍFICO: - Dosagem do potásio sérico (fundamental p/ diagnóstico e indicação de diálise peritoneal: baixo). - Hemograma: anemia, leucocitose ou leucopenia, desvio à esquerda, VHS alta = sepse. • Melhor parâmetro para processo infeccioso bacteriano é o PCR (é fundamental diante do paciente grave). - Enzimas hepatocíticas e canaliculares elevadas: transaminases, bilirrubinas, fosfatase alcalina, gama-GT, etc.. - Enzimas musculares elevadas: CPK, CK-MB, DHL. - Função renal: uréia, creatinina, FeNa+, clearance de creatinina. - Coagulograma. - Líquido cefalorraquidiano (não é sempre necessário, pois o paciente tem muito mais um meningismo que uma meningite, é de boa evolução). - Gasometria arterial, RX tórax, ECG. Tratamento específico: - Antibioticoterapia: • Formas graves: penicilina cristalina - 1,5 MU 6/6 h IV 5 a 7 dias. - Ou Ceftriaxone 1 g EV /dia / 5 a 7 dias. • Profilático !! (mordido por rato, entrou em fossa séptica…): doxiciclina 100 mg VO 12/12 h. por 10 dias. - Ou Ampicilina 500 mg VO 8/8 h. por 10 dias. - Ou penicilina procaínada 400 mil UI 12/12h IM por 10 dias (é preferível). Tratamento inespecífico: - Síndrome de Weil: • Suporte vital (Terapia Intensiva): - Respiratório: oxigênioterapia e ventilação mecânica. - Cardiocirculatório: reposição volêmica e de componentes do sangue, drogas vasoativas, monitorização hemodinâmica. - Renal: correção de distúrbios hidroeletrolíticos e ácido-básicos,procedimentos dialíticos *****. - Nutricional: enteral ou parenteral. 4 Icterícia amarelada X icterícia rubínica Infectologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Profilaxia: - Higiene pessoal e proteção. - Controle de roedores. - Saneamento básico. - Obras contra as enchentes. - Quimioprofilaxia. - Vacinação: • Uso veterinário. • Humanos ? 5
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