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ARQUITETURA EARQUITETURA E DESIGN DE HOTEIS DESIGN DE HOTEIS Unidade 1. ContextualizaçãoUnidade 1. Contextualização sobre a arquitetura hoteleira sobre a arquitetura hoteleira Autor: Lucas Martins de Oliveira Autor: Lucas Martins de Oliveira Revisor: Vinicius Luis Arcangelo Silva Revisor: Vinicius Luis Arcangelo Silva INICIAR Introdução Nesta unidade, iniciaremos nosso aprofundamento teórico-conceitual sobre Arquitetura e Design de Hotéis. Dessa forma, veremos a função que a arquitetura e o design têm na nossa sociedade contemporânea e como podemos relacioná-los com o aprimoramento da indústria hoteleira, setor da economia em constante expansão ao longo da história no nosso País e no mundo. Também discutiremos a diversidade de categorias e tipos arquitetônicos de hotéis existentes, dando ênfase aos hotéis urbanos em áreas centrais, devido à sua maior relevância no mercado e problemática projetual. 1. Introdução à Arquitetura Somos seres humanos e vivemos em sociedade por essência, tanto no campo como na cidade. De modo prático, precisamos de utensílios para extrairmos produtos e fabricarmos aquilo que necessitamos. Além disso, precisamos de abrigo para nos protegermos e realizarmos nossas atividades. Tais necessidades são pensadas e solucionadas por aqueles que possuem a capacidade de transpor as ideias para o desenho, organizá-las e executá-las, transformando uma demanda qualquer da sociedade em materialidade. Nesse sentido, o arquiteto participa desse processo ao humanizar os espaços que habitamos, tornando-os adequados para nossa apropriação e vivência. Dessa forma, a Arquitetura se relaciona com todas as áreas do conhecimento e, cada vez mais, com questões que envolvem práticas de projeto e de gestão sustentáveis. 1.1 O que é Arquitetura e para que serve? Arquitetura é a ciência que estuda a humanização dos espaços nas suas mais diversas escalas. Desse modo, ela serve para projetar tudo aquilo que é construído, como uma casa, um parque, um bairro, uma cidade etc. Por isso, nossa capacidade de planejar é alta, uma vez que somos treinados de modo interdisciplinar, com disciplinas que passam pela Matemática e abarcam até a Sociologia. Isso faz com que nossa mente se abra Ainda, aplicaremos nosso conhecimento sobre o processo de projeto arquitetônico às etapas de implantação de um empreendimento hoteleiro, mostrando o papel do arquiteto nesse processo complexo para que você possa aplicá-lo com clareza na vida profissional. VOCÊ SABIA? Você sabia a origem da palavra arquiteto significava grande carpinteiro? O sufixo - tecton , em grego, designa um artífice ligado à construção de objetos por junção de peças, trabalho típico de um carpinteiro. O prefixo arqui- , por sua vez, indica superioridade. Assim, arquiteto, na origem grega, significa “grande carpinteiro”. No entanto, ao longo do tempo passamos a empregar a palavra com diversas acepções ligadas aos atos de planejar e projetar (COLIN, 2000, p. 21). diante da resolução de problemas práticos, tão comuns na atividade projetual. Somos mediadores, isto é, estabelecemos o diálogo entre aquelas profissões que também estudam o espaço humano, como designers, engenheiros, geógrafos, dentre outras. A Arquitetura é um produto cultural, pois ela representa o tempo vivido, ou seja, é possível entender como a humanidade se desenvolveu ao analisarmos as construções do passado. Além disso, a Arquitetura, enquanto elemento histórico, é uma arte. Ela pode ser considerada arte quando alia a solidez estrutural, a qualidade dos materiais e suas funções utilitárias à sensibilidade estética e social. No tempo em que vivemos, a função prática da Arquitetura fica cada vez mais evidente. Antes de se pensar em uma construção, é necessário analisar se a sociedade precisa dela, ou seja, se ela possui uma função evidente a cumprir. As questões de impacto ambiental emergem do campo científico para a prática projetual, rebatendo em novas “políticas públicas e privadas sobre o potencial de transformação socioeconômica associado a investimentos em prol de um melhor desempenho das edificações” (GONÇALVES; BODE, 2015, p. 16). A arquitetura contemporânea se insere diretamente no processo de globalização que vivemos, pois é nas cidades que estão os nós das “redes globais de comunicação, transporte e comércio” (MENDES, 2014, p. 11). 1.2 Interfaces da Arquitetura hoteleira O desenvolvimento econômico provocado pela globalização, especialmente ao longo do século XX, estimulou a demanda por deslocamento no mundo, seja por necessidade ou lazer. Consequentemente, os setores de serviço, como o mercado hoteleiro, tiveram que se reestruturar. Por conta disso, a hotelaria passou por uma série de adaptações ao longo do tempo, de pontos de pouso até hotéis design neste século XXI. De acordo com dados fornecidos pela Agência de Notícias do IBGE (2017), o Brasil conta com mais de 30 mil estabelecimentos de hospedagem, distribuídas em diversas categorias. Infográfico 1 – porcentagem de estabelecimentos de hospedagem por região no Brasil Fonte: 2016. (Adaptado). O Rio de Janeiro, capital federal entre 1765 e 1960, foi o berço da hotelaria e do turismo no Brasil. A chegada da Família Real portuguesa, em 1808, impulsionou o mercado, pois aumentou o fluxo de prestadores de serviço, diplomatas e todas as profissões que envolviam a corte. Como consequência, as estalagens passaram a usar nomenclaturas como hospedaria, pensão e, posteriormente, hotel. Além disso, durante esse período, a Europa vivia uma efervescência cultural e econômica provocada pela Revolução Industrial, cenário para a construção de grandes hotéis cujos nomes nos são familiar: Ritz, Carlton, dentre outros. Inclusive, foi o suíço César Ritz que implantou o primeiro quarto com banheiro privativo no mundo, em 1870. Tendo isso em mente, é possível dizer que “(...) com a expansão do capitalismo, a hospedagem passou a ser tratada como uma atividade estritamente econômica” (ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019). Entretanto, devido à falta de hotéis de maior qualidade na cidade, o governo ofereceu isenção de impostos por sete anos aos cinco primeiros hotéis que se instalassem. Sendo assim, a cidade passou a contar com um hotel propriamente dito em 1908. O Hotel Avenida, demolido em 1957, contava com 220 dormitórios, luz elétrica, telefone e elevador, serviços avançados para a época. Além disso, é válido destacar que os principais cassinos do país estavam localizados no Rio de Janeiro e funcionaram com aval do governo até 1946. Sendo assim, para receber os turistas atraídos por esse tipo de evento, o hotel Copacabana Palace, projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, foi criado em 1922, contando com 223 quartos e sendo considerado um marco na hotelaria carioca. É importante ressaltar que, durante a década de 1920, vivíamos o período da Belle Époque , com intensa influência da cultura francesa na arte, nos costumes e na Arquitetura (ARAÚJO, 2014). Figura 1 - Hotel Copacabana Palace, na capital do Rio de Janeiro. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 05/06/2020. No mesmo ano, foi inaugurado o imenso Hotel Glória, com 650 apartamentos, também projetado por Gire. O edifício foi vendido em 2008 e desde então tem seu destino indefinido. Ainda, especialmente a partir da década de 1930, foram implantados diversos hotéis nas capitais e nas cidades turísticas, como as estâncias minerais de Poços de Caldas e Araxá (MG), Águas de São Pedro e Águas de Lindóia (SP), e Petrópolis (RJ) (ARAÚJO, 2014). São Paulo, polo econômico em desenvolvimento devido à exportação cafeeira nos séculos XIX e XX, teve como o primeiro empreendimento hoteleiro o Grande Hotel, em 1878, projetado arquitetonicamente pelo alemão Hermann von Puttkammer. Depois da Primeira Guerra Mundial, o mercado passou a se expandir, com destaque para o Hotel Esplanada (1923), projeto de Viret e Marmorat elaborado com 250 apartamentos, e o Hotel São Bento (1929), com 60 apartamentos, localizado no Edifício Martinelli, projeto do húngaro William Fillinger.Na década de 1950, são inaugurados os hotéis Ca’d’Oro (1953) e o primeiro hotel cinco estrelas da cidade, o Othon Palace (1954), motivado pelo turismo de negócios (ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019). Andrade, Brito e Wilson (2019) afirmam que a Arquitetura hoteleira passou por uma grande transformação após a Segunda Guerra Mundial devido à expansão do turismo nos países desenvolvidos. A aceleração da economia ampliou os sistemas de transporte e comunicação, especialmente com a invenção de aviões a jato para passageiros capazes de atravessar oceanos sem escalas. No Brasil, a fundação de Brasília promoveu a construção de diversos hotéis, como o Hotel Nacional, projeto de Niemeyer. Destacam-se, ainda, dois hotéis projetados por arquitetos modernos em duas cidades turísticas: o Grande Hotel de Ouro Preto-MG (1940), de Oscar Niemeyer, e o Hotel Parque São Clemente, na cidade de Friburgo-RJ, de Nova Lúcio Costa (1944). Alguns pesquisadores da Arquitetura hoteleira, como é o caso de Melachos (2014, p. 60), colocam que a criação da Embratur (Empresa Brasileira de Turismo), em 1966, e do Fungetur (Fundo Geral de Turismo) foram um marco para o desenvolvimento do setor. Com eles, foram possíveis financiamentos para a implantação de novos hotéis, especialmente hotéis de categoria superior, hoje chamados de upscale . Assim, nas décadas seguintes, as redes de hotéis internacionais começaram se instalar no País, aumentando a oferta de apartamentos e criando novos padrões de preços e serviços. O primeiro foi o São Paulo Hilton, em 1971, com 400 quartos, projeto de Mário Bardelli, composto por restaurantes, centro de convenções e teatro. Consequentemente, deu-se início a uma nova fase competitiva no mercado, promovendo o desenvolvimento da arquitetura hoteleira nas capitais e em cidades do interior devido ao crescimento econômico nos anos 70. Marcos históricos da hotelaria no mundo e no Brasil MARCOS DA HOTELARIA NO MUNDO MARCOS DA HOTELARIA NO BRASIL Antiguidade: estâncias hidrominerais instaladas pelos romanos na Inglaterra, na Suíça e no Oriente Médio; pontos de paradas e de caravanas. 1808: mudança da corte portuguesa para o Brasil, incentivando a implementação de hospedarias no Rio de Janeiro. Idade Média e Era Moderna: abadias e mosteiros que acolhiam hóspedes; acomodações junto aos postos de articulação dos correios; abrigos para cruzados e peregrinos. 1904: primeira lei de incentivos para a implementação de hotéis no Rio de Janeiro. 1790: surgimento de hotéis na Inglaterra e nos Estados Unidos, estimulados pela Revolução Industrial. 1946: proibição dos jogos de azar e fechamento dos cassinos, inviabilizando os hotéis construídos para esse fim. 1850: áreas próximas às estações ferroviárias passam a concentrar os hotéis. 1966: criação da Embratur e do Fungetur, que viabilizam a implantação de grandes hotéis. 1870: introdução do quarto com banheiro privativo. 1990: entrada definitiva das cadeias hoteleiras internacionais no País. 1920: grande número de hotéis construídos nos Estados Unidos e na Europa devido à prosperidade econômica. 2000: fluxo de turistas estrangeiros no Brasil chega a 5 milhões ao ano. 1950: 2009: Fonte: ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019. (Adaptado). Já na década de 1980, a instabilidade econômica fez diminuir o investimento estrangeiro, abalando fortemente o setor. Como alternativa, os flats surgiram como possibilidade de estadia temporária, como hotel ou moradia, com a inclusão da infraestrutura de serviços e lazer. Eles passaram a ser um bom negócio, pois os incorporadores viram nos investidores uma forma de captar recursos. No entanto, legalmente eles continuaram sendo tratados como edifícios residenciais, ou seja, com impostos e taxas de energia e água mais baratos do que os hotéis convencionais. Quanto à arquitetura, os flats inicialmente focavam no atendimento aos executivos ou casais sem filhos, com espaço interno em torno de 45 m² definidos em quarto, banheiro, sala e cozinha. Atualmente, é possível encontrar projetos de 25 m², ou seja, estão cada vez mais parecidos com um quarto de hotel. A partir dos anos 90, a estabilização da economia brasileira impulsionou o turismo de massa na classe média, tornando-o algo compatível com o orçamento familiar. Dessa forma, planejar uma viagem de férias em família passou a ser algo palpável para uma parcela significativa da população. Consequentemente, demandas com destinos como as praias do Nordeste, Serra Gaúcha e até mesmo viagens para exterior, como os Estados Unidos, foram incluídos pelas agências no perfil desse novo consumidor. Se, em um primeiro momento, o mercado da arquitetura hoteleira se concentrou em hotéis de alto padrão, a partir dos anos 2000 viu-se a exploração de uma demanda reprimida por hotéis de médio padrão, também chamados de midscale, facilitados por financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e por fundos de pensão de grandes empresas (ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019). Na década de 2010, temos um cenário movimentado pelas redes hoteleiras nacionais e internacionais, em que pese ainda a forte presença de hotéis familiares no mercado. A empresa francesa Accor lidera o setor, com 150 hotéis no País, operando pelo sistema de franquias em parcerias com construtoras. Observa-se que redes como a Accor promovem uma padronização, especialmente em seus empreendimentos de categoria econômica, da tipologia, unidade habitacional, mobiliário e comunicação visual. A seguir, daremos novo surto de construção de hotéis, coincidindo com a era dos jatos e com o incremento do movimento turístico mundial. 160 milhões de viagens domésticas anuais de brasileiros. continuidade ao nosso entendimento sobre a arquitetura de hotéis, como podemos conceituá-los e entender seus diversos estilos arquitetônicos. 1.3 Conceituação e estilos arquitetônicos O hotel é o estabelecimento comercial de hospedagem que oferece aposentos mobiliados e com banheiro privativo para ocupação imediata ou temporária, podendo oferecer serviço completo de alimentação além dos demais serviços inerentes à atividade hoteleira. Os serviços inerentes correspondem à volatilidade observada no setor na atualidade em função de sua diversificação e consequente multiplicação de serviços e itens programáticos. A premissa inicial se mantém ao longo tempo: a provisão de acomodação básica (MELACHOS, 2014, p. 24). A diversificação da economia e as mudanças no estilo de vida da população ao longo do século XX promoveram intensas alterações no turismo mundial. O desenvolvimento de novas tendências, a abertura de novos mercados, o maior acesso às informações, a melhoria dos sistemas de transportes e o aumento na expectativa de vida impulsionaram o desejo das pessoas de realizarem viagens de turismo. Assim, surgiram novos nichos de turismo, como o ecológico e o da saúde, além do turismo de negócios e de lazer convencional. Dessa forma, os hotéis podem ser classificados conforme: o padrão e as características das suas instalações, ou seja, grau de conforto, qualidade dos serviços e preços; sua localização, ou seja, hotéis de cidade, de praia, de montanha, de aeroporto etc.; sua destinação: hotéis de turismo, de negócios, de lazer, de cassino, de convenções/eventos, econômicos etc. Por meio da portaria nº 100, emitida em 16 de junho de 2011, o Ministério do Turismo instituiu o SBClass - Sistema Brasileiro de Classificação de Meios de Hospedagem, estabelecendo critérios para classificação por estrelas de acordo com cada categoria: hotel, resort, hotel-fazenda, cama e café, hotel histórico, pousada e flat/apart-hotel. Categorias de meios de hospedagem CATEGORIAS CONCEITOS HOTEL Estabelecimento com serviço de recepção, alojamento temporário, com ou sem alimentação, ofertado em unidades individuais e de uso exclusivo dos hóspedes mediante cobrança de diária. Pode variar entre uma e cinco estrelas. RESORT Hotel com infraestrutura de lazer e entretenimento que disponha de serviços de estética, atividades físicas, recreação econvívio com a natureza no próprio empreendimento. Pode variar entre quatro e cinco estrelas. HOTEL-FAZENDA Localizado em ambiente rural, dotado de exploração agropecuária, que ofereça entretenimento e vivência do campo. Pode variar entre uma e cinco estrelas. CAMA E CAFÉ Hospedagem em residência com, no máximo, três unidades habitacionais para uso turístico, com serviços de café da manhã e limpeza, na qual o possuidor do estabelecimento resida. Pode variar entre uma e quatro estrelas. HOTEL HISTÓRICO Instalado em edificação preservada em sua forma original, restaurada ou que tenha sido palco de fatos histórico-culturais de importância reconhecida. Pode variar entre três e cinco estrelas. POUSADA Empreendimento de característica horizontal, composto de, no máximo, 30 unidades habitacionais e 90 leitos, com serviços de recepção, alimentação e alojamento temporário, podendo ser em prédio único com até três pavimentos ou contar com chalés ou bangalôs. Pode variar entre uma e cinco estrelas. FLAT/APART- Constituído por unidades habitacionais que disponham de Fonte: BRASIL, 2011. (Adaptado). O SBClass estabelece os seguintes critérios de classificação: tipos de serviços prestados, qualidade da infraestrutura de instalações/equipamentos, fatores relacionados ao desenvolvimento sustentável e índices de satisfação do usuário. Importante destacar que esse procedimento de classificação é voluntário. No entanto, a submissão ao sistema de classificação governamental é indispensável para a concessão de financiamentos públicos. Andrade, Brito e Wilson (2019), ainda afirmam que: Convém lembrar ainda que um mesmo hotel pode ser classificado em mais de uma categoria e que um mesmo hotel pode reunir características comuns a mais de um tipo. Por exemplo, um hotel de montanha voltado para o lazer pode ser enquadrado simultaneamente nas categorias de lazer, alto luxo e também como hotel de convenções/eventos (ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019, p. 46). A hibridização entre os conceitos de turismo, lazer e trabalho proporcionou essa mescla de diversas atividades no mesmo empreendimento, originando o conceito de hotel central, internacionalmente conhecido como downtown hotels . São hotéis dotados de infraestrutura mais complexa e com um programa de necessidades mais amplo para atender às novas demandas. Hotéis centrais são aqueles localizados em áreas centrais das cidades, próximos a restaurantes, bares, cinemas, teatros, lojas, sedes de empresas, etc. Nas metrópoles, o conceito de área central deve ser ampliado para HOTEL dormitório, banheiro, sala e cozinha equipada, em edifício com administração e comercialização integradas, que possua serviço de recepção, limpeza e arrumação. Pode variar entre três e cinco estrelas. abranger os diversos subcentros – os chamados centros expandidos – ou algumas regiões particulares das cidades (ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019, p. 46). Tais hotéis “ (...) têm, graças à proximidade das principais atividades de comércio, serviços e lazer, um importante fator de atração de hóspedes. E é por essa razão que as áreas centrais reúnem a maior quantidade de hotéis” (ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019, p. 47). Podemos complementar a conceituação dos autores, ampliando o olhar para além das metrópoles, uma vez que, em cidades grandes e até mesmo cidades médias, podemos observar subcentros dotados de uma boa infraestrutura, áreas comerciais e culturais, sendo a presença de um hotel fator dinamizante da vida social daquele lugar. Dessa forma, o perfil do hóspede pode variar de acordo com instalações, localização e condições de mobilidade urbana. Góes (2015, p. 37) indica que podemos classificar os hotéis centrais em convencionais (3 estrelas, ou midscale , e 4/5 estrelas, ou upscale ), flats , econômicos e supereconômicos. Ainda, existem subcategorias dos hotéis centrais que se destacam pelos estilos arquitetônicos distintos: os hotéis design e os hotéis boutique. Como vimos no item 1.2, os flats/apart-hotéis, hotéis de permanência e hotéis residência figuram entre os investimentos mais visados por incorporadoras desde a década de 1980. Os clientes em potencial são pessoas que precisam permanecer em determinado local por um tempo maior, necessitando de acomodações e serviços que os hotéis normalmente não proporcionam (ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019, p. 86). Os hotéis econômicos e supereconômicos, por sua vez, buscam se aproveitar de áreas muito atrativas para clientes, que buscam por estadias curtas, a preços acessíveis e minimamente confortáveis. Geralmente, os serviços de café da manhã e outras refeições são cobrados separadamente. Os hotéis design focam em projetos inovadores, experimentais e não convencionais, cujo hóspede é capaz de vivenciar novas sensações, contrapondo a sensação de estar em casa. As inovações vão desde o cardápio do restaurante até a decoração, sempre com o intuito de apresentar um lugar excêntrico. Melachos explica que: as transformações ocorridas no conceito de hotel têm sido alteradas neste mundo globalizado, capitalista, dotado de rápidas mudanças tecnológicas, produzindo novos tipos de consumidores e novos hábitos (MELACHOS, 2014, p. 35). Um bom exemplo de hotel design é o Hotel Unique, com 85 apartamentos, localizado na cidade de São Paulo. Sua forma escultórica e inusitada, projetada pelo arquiteto Ruy Ohtake, tornou-se um ícone na paisagem urbana paulistana. Figura 2 – Hotel Unique, em São Paulo. Hotel design projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 05/06/2020. Os hotéis boutique podem ser entendidos como mais tradicionais em seu design, além de serem comumente implementados em construções menores e objetos de retrofit . São voltados para um padrão superior em relação ao perfil do hóspede. Assemelham-se aos hotéis design ao proporcionarem uma vivência que foge da rotina, mas se diferem por apresentarem um “luxo extremo e tradicionalismo, muitas vezes aderindo a edifícios restaurados para conseguir tal efeito” (MELACHOS, 2014, p. 36). Em Salvador, na Bahia, um edifício em estilo art déco , de 1930, tornou-se o Hotel Fasano (2018). Construído para abrigar a sede de um jornal, o prédio foi restaurado e adaptado pelo arquiteto Isay Weinfeld. Figura 3 – Hotel Fasano, em Salvador, capital da Bahia. Hotel boutique instalado em edifício de 1930, restaurado e adaptado pelo arquiteto Isay Weinfeld. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 05/06/2020. No século XXI, a hospedagem assume diversos significados. Sendo assim, uma forma mais simples de entendermos os tipos de hotéis pode ser por meio dos conceitos “hotel meio” e “hotel fim”, conforme aponta Araújo (2016, p. 400). Do ponto de vista da demanda, quando um hóspede escolhe um hotel bem localizado, com suítes funcionais e que sirva de base para deslocamento a trabalho e/ou lazer, trata-se de usufruir do hotel enquanto meio. Por outro lado, quando a escolha do hotel é pautada por sua estrutura interna, trata- se de uma escolha do hotel como fim. Como “hotéis meio”, os econômicos e flats são, quase sempre, a tipologia mais associada ao hóspede de negócios ou lazer urbano. Não que os hotéis upscale sejam excluídos dessa categoria, mas o que vai determinar a escolha é a sua capacidade de pagamento. Tais hóspedes buscam funcionalidade e acessibilidade aos meios de transporte. O “hotel fim”, por sua vez, tem como foco o turista a lazer que frequenta, por exemplo, os resorts ou hotéis-fazenda. Significa que o hóspede não tem a intenção de sair do hotel durante sua estadia, aproveitando ao máximo os serviços e os equipamentos de lazer e entretenimento que o empreendimento oferece. No próximo tópico, abordaremos a problemática que envolve as etapas de projeto de um hotel, isto é, as preocupações, decisões e processos que devem ser observadas pelo arquiteto. 1.4 Processo de projeto e representação gráfica Devido à vastidão do tema, concentraremos nossos estudos no processo de projeto de hotéis centrais midscale e upscale . A partir desse processo, é possível adicionaras especificidades que contornam o desenvolvimento de projetos dos demais tipos: hotéis econômicos, supereconômicos, resorts, hotéis-fazenda, pousadas, flats, hotéis de centros de convenções e hotéis design/boutique. VOCÊ QUER LER? Busque as especificidades conceituais e projetuais de cada tipo de hotel no livro Hotel: planejamento e projeto , de Nelson Andrade, Paulo Lúcio de Brito e Wilson Jorge, publicado em 2019. Tal livro é considerado por Melachos como “referência nacional no tocante a arquitetura hoteleira” (MELACHOS, 2014, p. 62). Góes (2015) afirma que projetar um hotel constitui uma atividade complexa, pois o arquiteto deve ser o intérprete das aspirações do empresário e do futuro hóspede. Essa visão de arquitetura é importante para que se planeje uma distribuição adequada dos espaços, previsão de soluções e visão ampla dos detalhes, criando, assim, uma composição arquitetônica harmoniosa. Desse modo, deve-se considerar três pontos: bom senso, evitando qualquer tipo de excesso que não seja programado; circulação clara e precisa, ou seja, sem meandros e labirintos; conhecimento, por parte do investidor, de que hotéis só dão lucro com uma taxa de ocupação acima de 55%. Ocorre que, não raro, a decisão de se investir em um empreendimento hoteleiro é tomada sem que haja um planejamento prévio, partindo apenas do interesse de um empresário que não é do setor ou do interesse em construir em um terreno do qual é proprietário. Em outras palavras, esses projetos geralmente são implementados sem estudos suficientes. No entanto, a profissionalização do setor vem alterando gradualmente esse cenário. A atuação de grupos de investimento altamente especializados tem melhorado substancialmente a rentabilidade dos hotéis. Assim como qualquer outro empreendimento, sabemos que investir em um hotel tem seus riscos. Por isso, qualquer projeto deve ser antecedido por uma análise rigorosa da demanda existente para aquela categoria de hotel que se intenciona construir, da localização ideal, da legislação existente e do capital disponível. Essas análises são chamadas de estudos de mercado e de viabilidade econômica. O estudo de mercado compara a demanda (procura) por hospedagem com a oferta (rede hoteleira existente) e busca, portanto, identificar os segmentos de mercado não atendidos, de maneira que a implantação do hotel em estudo venha a significar a ampliação da oferta existente (ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019, p. 28). A identificação do segmento permite a definição do tipo de hotel a ser implantado. Além disso, nesta fase, ainda é fundamental a análise de localização do terreno, etapa em que são avaliados os acessos viários, a qualidade do entorno urbano, as visadas da paisagem, as dimensões apropriadas do terreno, a legislação urbana favorável e o valor do terreno compatível com o empreendimento. No caso de cidades grandes e metrópoles, deve-se partir de um estudo de localização macrorregional, pois as demandas variam dentro da cidade. Em relação à legislação urbana, observa-se que o alto custo dos terrenos centrais acaba condicionando a utilização de todo o coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação, maximizando a construção. O estudo de viabilidade econômica define o tipo e o tamanho do hotel, apontando as projeções de ocupação dos quartos, a lucratividade e a rentabilidade do investimento. Devem ser levados em conta os custos de construção, mobiliários, equipamentos, projeto, infraestrutura e geologia do terreno (que impacta diretamente no custo das fundações). Em resumo, podemos sintetizar a etapa de planejamento da seguinte maneira: segmento de mercado a que se destina o hotel; viabilidade econômica; localização. Após o cumprimento da etapa de planejamento, é iniciada a definição do programa de áreas e dos requisitos de instalações. A elaboração de diagramas funcionais para pensar os fluxos existentes entre os ambientes do programa de necessidades é um instrumento útil para se entender as relações e a hierarquia entre os setores do hotel e as possibilidades de configuração. Diagrama 1 – Diagrama funcional ou fluxograma simplificado dos setores básicos de um hotel. Fonte: GÓES, 2015, p.185. (Adaptado). A elaboração de um projeto arquitetônico é dividida em: estudo preliminar , anteprojeto , projeto executivo e detalhamento . As questões ambientais permeiam essas quatro etapas, mas são apresentadas com maior ênfase no estudo preliminar, etapa na qual o projeto arquitetônico é concebido. A criatividade, importante componente do procedimento de projeto, representa a capacidade de resolver problemas complexos, de forma original. O processo de projetar é marcado por dilemas que são apresentados e pela escolha de critérios que precisam ser estabelecidos, considerando os vários aspectos que embasarão a decisão final, ou seja, o contexto mais amplo do projeto. Nesse sentido, aspectos econômicos, como custo de oportunidade, durabilidade, valor agregado em razão do design, relação custo/benefício, também são considerados como condicionantes importantes. Além dos aspectos práticos, diversos outros de natureza subjetiva estão presentes nessa escolha, mesmo que inconscientemente. Entre eles encontram-se valores estéticos, culturais, ideológicos, bem como valores filosóficos e éticos (GONÇALVES; BODE, 2015, p. 38). No estudo preliminar , a proposta arquitetônica toma forma após uma complexa elaboração mental. Desse modo, a definição do partido arquitetônico é dividida em outras quatro etapas: filosofia arquitetônica , caráter plástico e espacial , análise de condicionantes arquitetônicos e síntese . A filosofia arquitetônica é construída a partir da nossa visão de mundo, o que consideramos como valores arquitetônicos, aquilo que devemos priorizar dentre os vários condicionantes de projeto. Por exemplo: vemos que a busca por uma arquitetura sustentável deve nortear nossa atuação. Trata-se, portanto, de uma visão de mundo, ou seja, uma filosofia que defende que devemos equilibrar o desenvolvimento humano, igualando as questões ecológicas, sociais, culturais e políticas às econômicas. O caráter plástico e espacial a ser alcançado pela arquitetura depende da natureza da edificação. Desconsiderar esse aspecto pode gerar uma edificação sem identidade, padronizada e que não contribui para a identidade do empreendimento. Nessa fase, são definidas as sensações e emoções que o edifício deverá transmitir, caracterizando sua “natureza poética” (GONÇALVES; BODE, 2015, p. 40). Reforçar a importância da integração entre ambiente construído e ambiente natural é parte desse processo. CASO Oscar Niemeyer apresentou em croquis seus primeiros estudos para o projeto do Grande Hotel Ouro Preto (1938). O desafio do arquiteto foi criar uma linguagem própria para a edificação que não destoasse da cidade histórica, mas que não fosse uma imitação da arquitetura colonial. Como solução, foram explorados materiais locais, como as telhas “de canudo”, e a topografia local, com varandas que se abrem para a paisagem. A seguir, é possível pensar a definição dos espaços construídos e dos equipamentos necessários para o funcionamento do edifício, que compreende a definição do pavimento- tipo, do(s) apartamento(s)-tipo e da distribuição dos setores que compõem o hotel (GÓES, 2015, p. 83; ANDRADE; BRITO; WILSON, 2019): A análise dos condicionantes deve abordar o programa de necessidades, identificar os fluxos e iniciar o dimensionamento, definindo os grupos correlatos (áreas sociais, públicas e operacionais de um hotel), restrições legais e econômicas, paisagem urbana e dois pontos que destacamos: os materiais e técnicas construtivas disponíveis e as características climáticas da região. O estudo dos materiais e das técnicas construtivas disponíveis na região e de conhecimento da população deve ser pensado considerando os impactos decorrentes da fabricação, transporte e durabilidade dos materiais, bem como suas características de manutenção e possibilidades de reciclagem. As característicasclimáticas levam em conta a temperatura, umidade, direção e velocidade dos ventos dominantes, intensidade da radiação solar, nebulosidade e luminância. Assim, conseguimos identificar as estratégias bioclimáticas recomendadas para o local e como elas rebaterão na configuração volumétrica e tipológica do hotel. Nesta etapa elaboramos, além dos diagramas, croquis, perspectivas, maquetes do terreno com estudos volumétricos e qualquer tipo de representação gráfica necessária para expressar nossas ideias e testar soluções projetuais. área de hospedagem (andar-tipo; apartamentos e suítes); número de apartamentos por andar; tipo de corredor (centralizado com apartamento em ambos os lados ou lateral com apartamento em um só lado do corredor); instalações prediais, tais como disposição, no andar, do core (local destinado a circulações verticais, como escadas, elevadores, dutos elétricos, hidráulicos, dentre outros); áreas públicas e sociais (lobby, salas de estar, restaurantes, bares, salas de reunião, salão de eventos, áreas de lazer etc.); áreas administrativas (recepção, gerência, marketing, contabilidade, recursos humanos etc.); áreas de recebimento (espaço para manobras e estacionamento de caminhões e outros tipos de veículos, doca e área de triagem); áreas de serviço (lavanderia, vestiários, manutenção, depósitos etc.); áreas de alimentos e bebidas (pré-preparo, câmaras frigoríficas, almoxarifado, cozinha principal etc.); áreas de equipamentos (central de água gelada, subestação, quadros de medição, grupo motor-gerador, casa de bombas de recalque, caldeiras etc.). Na etapa de anteprojeto , representamos, em desenho técnico, as soluções técnicas adotadas, incluindo plantas, cortes, elevações, volumetrias e maquetes. O arquiteto Arthur Casas, conforme mostra a Figura 4, apresenta a planta do pavimento no projeto do Hotel Emiliano (2017), no Rio de Janeiro-RJ, com indicação da estrutura, aberturas, painéis da fachada, caixa de escada, elevadores, instalações sanitárias, dutos de infraestrutura e até a possível disposição do mobiliário nos apartamentos, apresentando soluções de design. Figura 4 – Planta do pavimento tipo do projeto para o Hotel Emiliano, Rio de Janeiro-RJ, projetado por Arthur Casas, 2017. Fonte: Vitruvius Cada uma das áreas do projeto deve ser objeto de tratamento particular, com critérios específicos de projeto, com o objetivo de separar os fluxos de circulação (hóspedes, público, funcionários e mercadorias). Além das questões funcionais, Bozza (2016) enfatiza que cabe ao arquiteto olhar o empreendimento com uma visão socioambiental, planejando o destino dos resíduos gerados, a quantidade de lixo produzida, implantando tecnologias sustentáveis no projeto. Essa discussão sobre o impacto ambiental dos edifícios é necessária, já que as perspectivas de crescimento do número de edifícios comerciais (os quais se insere nos hotéis) ao redor do mundo só aumentam. Por exemplo, no Brasil, a demanda energética derivada da climatização e da iluminação artificial está intrinsecamente relacionada com o projeto de arquitetura (GONÇALVES; BODE, 2015). Na etapa seguinte, de projeto executivo e detalhamento , apresentamos a configuração técnico-jurídica da solução arquitetônica, considerando todas as exigências de apresentação e representação indicadas pela legislação pertinente (prefeitura, corpo de bombeiros, etc.). O projeto é apresentado em um conjunto de documentos técnicos, tais como memoriais, desenhos e especificações necessárias à execução da obra. Lembre-se de que projetos de design de interiores, paisagismo e complementares são contratados à parte do projeto arquitetônico. De acordo com o Instituto de Arquitetos do Brasil (2017), são produtos básicos do projeto arquitetônico: planta de situação/locação: define detalhadamente a implantação da obra no terreno, locando e dimensionando todos os elementos arquitetônicos, em especial a edificação, os acessos, as vias, as áreas livres, os muros, as piscinas, as quadras, dentre outros. Indica afastamentos, cotas gerais, parciais e níveis de assentamento; plantas baixas (ou de alvenaria): definem detalhadamente, no plano horizontal, a compartimentação interna da obra, indicando designação, localização, inter- relacionamento e dimensionamento (cotas e níveis) de todos os pavimentos, ambientes, circulações, acessos e vãos (em especial de esquadrias). Representam estrutura, alvenarias (em osso ou acabadas), tetos rebaixados, forros, enchimentos e, conforme o caso, revestimentos, esquadrias (com sistema de abertura), conjuntos sanitários, equipamentos fixos, e elementos dos projetos complementares, em especial de instalações (tomadas, pontos de luz, shafts , prumadas etc.). Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados em outros documentos/desenhos; planta(s) de cobertura: define(m) detalhadamente sua configuração arquitetônica, indicando a localização e o dimensionamento (cotas e níveis acabados e/ou em osso) de todos os seus elementos. Representa(m), conforme o caso, telhados, lajes, terraços, lanternins, domus , calhas, caixas d’água e equipamentos fixos. Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados em outros documentos/desenhos; cortes gerais e/ou parciais: definem detalhadamente, no plano vertical, a compartimentação interna da obra e a configuração arquitetônica da cobertura, indicando designação, localização, inter-relacionamento e dimensionamento (alturas e níveis acabados e/ou em osso) de todos os pavimentos, ambientes, circulações, vãos e outros elementos arquitetônicos significativos. Representam estrutura, alvenarias (em osso ou acabados), tetos rebaixados, forros, enchimentos e, conforme o caso, revestimentos, esquadrias (com sistema de abertura), conjuntos sanitários, telhados, lanternins, sheds, domus , calhas, caixas d’água, equipamentos fixos e elementos dos projetos complementares (ar-condicionado e exaustão, por exemplo). Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados em outros documentos/desenhos; fachadas: definem detalhadamente a configuração externa da obra, indicando todos os seus elementos. Representam estrutura, alvenarias, revestimentos externos (com paginação), esquadrias (com sistemas de abertura) e, conforme o caso, muros, grades, telhados, marquises, toldos, letreiros e outros componentes arquitetônicos significativos. Indicam todos os elementos especificados e/ou detalhados em outros documentos/desenhos; plantas de teto refletido: quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de tetos rebaixados e forros. Representam, conforme o caso, estrutura (pilares e vigamento) alvenarias e elementos dos projetos complementares (luminárias, aerofusos e sprinklers ); plantas de piso: quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de pavimentações e pisos elevados. Representam, conforme o caso, a estrutura (pilares), alvenarias e elementos dos projetos complementares (tomadas de piso e raios; elevações: quando necessárias, definem detalhadamente a paginação de revestimentos de paredes, indicando todos os seus elementos. Representam, conforme o caso, estrutura (vigas e lajes), alvenarias, esquadrias e elementos dos projetos complementares (quadros de luz, por exemplo); detalhes: desenvolvem e complementam as informações contidas nos desenhos. Representam, em plantas, cortes, elevações e/ou perspectivas, definindo todos os elementos arquitetônicos necessários à execução da obra. Síntese Nesta unidade, vimos que a Arquitetura é a ciência que cuida da humanização dos espaços, isto é, do modo como ocupamos o lugar que vivemos. A cada estudo, treinamos nossa capacidade de planejar, sintetizar informações e processá-las, de modo a gerar um projeto de qualidade funcional, estética e, ainda, adequado ao seu tempo. O processo de desenvolvimento da Arquitetura hoteleira, ao longo do tempo, especialmente no século XX, trouxe um imenso aprendizado, resultando na caracterização de sete tipos de meios de hospedagem definidos pela Embratur: hotel, resort, hotel-fazenda,cama e café, hotel histórico, pousada e flat . Os hotéis localizados em áreas urbanas centrais se destacam por sua representatividade de mercado e complexidade projetual. Além disso, a implantação de um hotel deve ser planejada com estudos de mercado, de viabilidade econômica e de localização mais adequada ao que se propõe, que antecedem a elaboração do projeto de fato. Por fim, o projeto se inicia com o desenvolvimento do estudo preliminar, definição do partido, anteprojeto, projeto executivo e detalhamento, cada etapa com diretrizes específicas. Referências bibliográficas AGÊNCIA IBGE NOTÍCIAS. Brasil tem 2,4 milhões de leitos em sua rede de hospedagem , 2017. 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