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CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS E QUÍMICOS

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CONTROLE DE MICRORGANISMOS POR AGENTES FÍSICOS (TEMPERATURA, RADIAÇÕES E FILTRAÇÃO) E AGENTES QUÍMICOS (ESTERILIZANTES, DESINFETANTES E ANTISSÉPTICOS).
Controlar nosso grau de exposição a microrganismos potencialmente perigosos é de preocupação para nossas vidas, e tem sido uma preocupação mesmo antes de termos consciência da conexão entre germes e doenças.
Em 1656 durante a epidemia da peste ocorrida na Europa, os médicos usavam uma roupa especial para sua proteção, contendo ervas aromáticas, perfume e vinagre. A intenção era amenizar o mau cheiro proveniente dos pacientes mas eles não imaginavam que alguns desses compostos apresentavam ação antimicrobiana. Hoje sabemos que a ação deles é pequena e não muito efetiva. Na época era comum a queima de madeira nas ruas. Hoje sabemos que a madeira quando queimada libera formaldeído, um agente químico do grupo dos aldeídos porém muito tóxico e com efeitos irritantes na pele e mucosas.
Terminologia relacionada ao controle do crescimento microbiano
· Descontaminação: Tratamento de um objeto ou uma superfície, de modo a torná-los seguros à manipulação
· Sepse: Crescimento de microrganismo nos tecidos
· Asséptico: Significa que um objeto ou área está livre de patógenos
· Antissepsia: Destruição de patógenos na forma vegetativa em tecidos vivos
· Desinfecção: Destruição ou remoção de patógenos na forma vegetativa, embora possa não eliminar todos os microrganismos
· Sanitização: Tratamento que reduz o número de microrganismos a níveis seguros de saúde pública
· Degerminação: Remoção de microrganismos de uma área limitada, como a pele ao redor do local da aplicação de uma injeção
· Esterilização: Destruição ou remoção de todas as formas de vida microbiana, incluindo os endosporos.
Efeito dos agentes antimicrobianos no crescimento
É possível observar três tipos de efeito distintos quando um agente antimicrobiano é adicionado a uma cultura bacteriana na fase exponencial do crescimento:
· Efeito bacteriostático: o crescimento é inibido, mas não ocorre morte celular. Os agentes bacteriostáticos são frequentemente inibidores de síntese proteica e atuam por ligação aos ribossomos.
· Efeito bactericida: ocorre morte das células mas não há lise celular;
· Efeito bacteriolítico: há indução da morte celular por lise, levando à diminuição da turbidez da cultura e do número de células viáveis. Exemplos de agentes bacteriolíticos são os antibióticos que inibem a síntese da parede celular em bactérias, como é o caso da penicilina.
A escolha de um desinfetante depende da eficácia, segurança, toxicidade, efeitos corrosivos, facilidade de remoção e de fatores que podem influenciar na efetividade do tratamento antimicrobiano, são eles:
· Número de micro-organismos. Quanto mais micro-organismos existem no início, mais tempo ou concentração são necessários para eliminar a população inteira.
· Influências ambientais. Muitos desinfectantes tem melhor eficácia em soluções mornas. Os desinfetantes agem melhor em condições climáticas mais quentes porque sua atividade é condicionada a reações químicas dependentes de temperatura. Tratamentos com calor são muito mais eficientes sob condições ácidas.
· A presença de matéria orgânica inibe frequentemente a ação dos antimicrobianos químicos. Se for usar o calor (físico), gorduras e proteínas acabam protegendo o micróbio
· Tempo de exposição. Os antimicrobianos químicos frequentemente requerem exposição prolongada para que os microrganismos ou endosporos mais resistentes sejam afetados. Alia-se também a concentração e dosagem do antimicrobiano
· Características microbianas. Os microrganismos variam consideravelmente quanto à susceptibilidade aos agentes antimicrobianos em função de sua constituição. Os príons são as formas mais resistentes, resistindo à desinfecção e à autoclave, seguido dos endósporos bacterianos, as micobactérias, os cistos e os oocistos protozoários, bactérias gram-negativas, fungos vegetativos e esporos de fungos, vírus não envelopados, bactérias gram-positivas e os vírus envelopados. Micro-organismos em biofilmes sobre superfícies são mais difíceis de serem atingidos com eficiência pelos biocidas.
Os agentes de controle microbiano apresentam pontos de ação na célula do microrganismo, como:
· Efeitos na parede celular: A parede celular mantem a integridade de células bacterianas e fungicas e alguns agentes quimicos podem danificar a parede bloqueando a sua sintese, digerindo a parede ou quebrando a sua superficie. A célula sem a parede celular fica mais frágil e pode ser lisada mais facilmente. (fármacos, detergentes e alcool).
· Alteração da permeabilidade da membrana: A membrana regula a passagem de nutrientes para dentro da célula e elimina o que não serve mais para célula. Danos aos lipídeos ou proteínas da membrana plasmática por agentes antimicrobianos produzem câmbios na permeabilidade, potencial, na síntese de ATP e no transporte de elétrons, causando o extravasamento do conteúdo celular no meio circundante e interferindo no crescimento da célula. Com a ruptura da membrana a célula perde a sua permeabilidade seletiva, não consegue evitar a perda de moléculas vitais nem a entrada de agentes nocivos. Surfactantes diminuem a tensão superficial da membrana.
· Desnaturação de enzimas: Enzimas são vitais para as atividades celulares. Sofrem desnaturação pelo rompimento das ligações de hidrogênio, ligações covalentes, pontes dissulfeto etc, produzindo a perda da estrutura tridimensional.
· Danos aos ácidos nucleicos: Tanto DNA quanto RNA sofrem danos que frequentemente são letais para a célula, que não pode mais se replicar, nem realizar funções metabólicas normais como a síntese de enzimas. 
AGENTES FÍSICOS - TEMPERATURA
1. CALOR (ALTA TEMPERATURA):
Todos os microrganismos apresentam uma temperatura máxima de crescimento, acima da qual o crescimento é impossível, geralmente porque uma ou mais estruturas-chave celulares são destruídas ou uma proteína-chave é desnaturada.
A eficácia do calor como agente esterilizante é medida por:
· Ponto de morte térmica: é a menor temperatura em que todos os micro-organismos em uma suspensão líquida específica serão mortos em 10 minutos.
· Tempo de morte térmica: é o tempo mínimo em que todas as bactérias em uma cultura líquida específica serão mortas, em uma dada temperatura. É fortemente afetado pelo tamanho da população testada: um maior tempo é necessário para matar todas as células de uma população grande, do que para uma população pequena.
· Tempo de redução decimal: período requerido para uma redução de 90% na viabilidade de uma população microbiana, a uma dada temperatura. É independente do número original de células.
ESTERILIZAÇÃO POR CALOR ÚMIDO
Fervura: Mata as formas vegetativas dos patógenos bacterianos, quase todos os vírus, e os fungos e seus esporos em 10 minutos aproximadamente. A exposição de materiais à água fervente por 30 minutos matará a maioria dos patógenos não formadores de esporos, incluindo espécies resistentes, como o bacilo da tuberculose e os estafilococos. Provavelmente, a maior desvantagem desse método é que os itens podem ser facilmente recontaminados quando removidos da água.
Vapor sob pressão: Método usado para esterilizar itens que podem suportar altas temperaturas e pressões Mata microrganismos que precisam de temperatura acima da temperatura de fervura, a qual é atingida pelo aumento de pressão. Mata endosporos termoresistentes em 15-20 min.. A autoclave é um dispositivo de aquecimento selado que usa vapor sob pressão para matar os microrganismos. Autoclaves têm um plano fundamentalmente similar: uma câmara de metal fechada com uma porta hermética em uma extremidade e prateleiras para conter materiais. A combinação temperatura-pressão eficaz para matar os microrganismos (até endosporos termoresistentes) em 15-20 min foi estabelecido em 1atm/121 °C. Note que não é a pressão dentro da autoclave que mata os microorganismos mas as altas temperaturas que são alcançadas quando o vapor é colocado sob pressão (Quando o vapor a uma temperatura de 100°C é colocado sob uma pressão de 1 atmosfera (1 atm) acima da pressão ao nível do mar, a temperatura sobe a 121 °C).
Vapor de fluxo contínuo (sem pressão): Utilizado para substâncias que não suportam a alta temperatura da autoclave. Semelhante à fervura.
Pasteurização: Muito utilizada em bebidas, utiliza um aquecimento controlado para eliminar todas as bactérias patogênicas e reduzir o número total de microrganismos presentes, incluídos os deteriorantes, aumentando consideravelmente o prazo de validade. O leite é um exemplo clássico e um dos principais objetivos da técnica no leite é a segurança alimentar, evitar a transmissão de doenças das vacas (que podem ser transmitidas pelo leite) ou doenças dos ordenadores. Há 3 técnicas:
· Pasteurização de alta temperatura e curto tempo (HTST): É a mais comum, e consiste exposição do líquido em fluxo contínuo a 71°C durante 15 segundos. O líquido é rapidamente resfriado. Não muda sabor nem composição dos nutrientes. Diminui o total de bactérias, aguenta bem sob refrigeração (leite de saquinho).
· Tratamentos de temperatura ultraelevada (UHT): Aquecimento a 135°C por 2-5 segundos. O líquido é pulverizado em câmara com vapor sob alta pressão. O líquido armazenado sem refrigeração por vários meses. Aquecimento e resfriamento rápido.
· Pasteurização em massa: O líquido é tratado em grandes cubas a 63-66°C por 30 minutos. Este método é menos eficiente porque o líquido se aquece e esfria lentamente, alterando o sabor do produto final.
ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO
Mata por efeitos de oxidação. Temperatura e tempo empregado variam conforme o método escolhido.
Chama direta (flambar): Método simples, rápido e efetivo. Amplamente utilizado em rotina laboratorial.
Incineração: Modo efetivo de esterilizar e eliminar papel, copos, sacos e vestimentas contaminadas.
Esterilização em ar quente: Esterilizar os itens em um forno, a uma temperatura de 150-180 °C mantida por aproximadamente 2 horas.
2. BAIXA TEMPERATURA
O seu efeito depende da resistência do microrganismo e da intensidade da aplicação
Sob refrigeração (0-7°C): Taxa metabólica da maioria dos microrganismos é reduzida (efeito bacteriostático). Só os psicotrofos ainda crescem lentamente, alterando o aspecto e o sabor dos alimentos após algum tempo.
Sob congelamento (< 0 °C): Microrganismos dormentes - se a temperatura de congelamento for atingida rapidamente. Congelamento lento é mais nocivo, porque os cristais de gelo que se formam e crescem rompem a estrutura celular e molecular bacteriana.
AGENTES FÍSICOS – FILTRAÇÃO
Passagem de um líquido ou gás através de um filtro com poros pequenos o suficiente para reter microrganismos. Gases ou líquidos sensíveis ao calor devem ser esterilizados por filtração. Vários tipos de filtros:
· Filtro de membrana – Mais comum; composto por polímeros; poros com tamanhos de 0,22 μm e 0,45 μm, que são destinados a bactérias; ajuda de seringa ou bomba a vácuo.
· Filtro de profundidade - lâmina ou camada fibrosa, confeccionada por um conjunto aleatório de fibras de papel ou vidro sobrepostas. Cabine de fluxo laminar (HEPA - filtro de partículas de ar de alta eficiência). Remove partículas de 0,3mm – eficiência de 99,9%.
· Filtro nucleoporo - feitos de filmes de policarbonato com 10mm de espessura. Usado para isolar espécies para visualização em microscopia eletrônica
AGENTES FÍSICOS – RADIAÇÃO
A radiação no controle microbiológico é caracterizada pela amplitude de comprimentos de onda, chamado de espectro eletromagnético, o qual vai desde os raios gama as ondas de rádio. Pode ter vários efeitos dependendo do comprimento de onda aplicado, intensidade e duração.
Somente raios gama, raios X, UV e infravermelho são utilizados no controle microbiológico. 
Radiação ionizante: 
Radiação eletromagnética de energia suficiente para produzir íons e outras espécies moleculares reativas - Elétrons de alta energia, radicais hidroxila (OH ∙) e radicais hidreto (H ∙) – efeitos letais (A água presente no meio onde está a cultura também sofre ionização produzindo as espécies reativas as quais são tóxicas as células, reagindo com seus componentes e matando-as).
· O principal alvo é o DNA o qual, depois de atingido, pode levar a formação de mutações.
· Raios Gama e raios-X: ambos emitidos por elementos radioativos, tem poder de penetração o suficiente para matar os microrganismos. 
· Utilizado no controle biológico em alimentos e na esterilização de instrumentos médicos
· Nos alimentos: Permitida em mais de 50 países, Atinge patógenos bacterianos, vermes e pestes de frutas e vegetais. Nem todos os alimentos podem ser submetidos a esse tratamento. Alimento não fica radioativo após o processamento. Utilizado pela NASA. Contribui para diminuição de casos de infecções, hospitalizações e mortes.
Radiação não-ionizante: 
Radiação eletromagnética de energia suficiente para elevar o nível de energia de um composto, mas não forma íons.
Luz ultravioleta (UV): Forma dímeros de pirimidina no DNA, interfere na replicação e transcrição; Ruptura das células e formação de radicais livres. O comprimento de onda varia entre 100-400nm, sendo mais letal – 240-280nm. Alvos – fungos (células e esporos), bactérias e vírus. A exposição direta pode ser perigosa para olhos e pele.
AGENTES QUÍMICOS
São usados para controlar o crescimento de microrganismos em tecidos vivos e objetos inanimados. Poucos agentes químicos proporcionam a esterilidade, porém a maioria deles reduz as populações microbianas em níveis seguros ou removem as formas vegetativas de patógenos.
1. Compostos Halogênicos
São agentes antimicrobianos eficazes, tanto isoladamente quanto como constituintes de compostos inorgânicos ou orgânicos. Iodo e cloro são os mais utilizados em preparações germicidas.
· Iodo (I2) - Eficiente contra todos os tipos de bactérias, muitos endosporos, vários fungos e alguns vírus. Causa alterações nas membranas celulares, sendo usado na desinfecção da pele e no tratamento de feridas. Ex: povidona-iodo (pvpi) um complexo químico solúvel em água de iodo com polivinilpirrolidona (PVP), pode ser facilmente formulado como uma solução tópica anti-séptica (com surfactantes e/ou álcool), em aerossol ou unguento em concentrações de 7.5% a 10%. Soluções comerciais – Betadine/Povidine são vendidas em uma solução de 10% de iodopovidona.
· CLORO (Cl2) - Usado como gás ou em combinações. Ação germicida causada pelo ácido hipocloroso (HOCl), formado quando o cloro é adicionado à água (O ácido hipocloroso é a forma mais eficaz de cloro porque é neutro em carga elétrica e se difunde tão rapidamente quanto a água através da parede celular. Devido à sua carga negativa, o íon hipoclorito (OCl–) não pode entrar livremente na célula). Desnatura enzimas, afeta estrutura de DNA, RNA e ácidos graxos. Menos efetivos e instáveis quando expostos a luz, pH alcalino e excesso de matéria orgânica. Ex.: O hipoclorito de cálcio é muito utilizado para desinfectar utensilios de restaurantes. O hipoclorito de sódio usado em estabelecimentos de processamento de alimentos, sistemas de hemodiálise, tratamento de água. Dióxido de cloro – muito usado para desinfetar superfície em indústrias de processamento de alimentos, pois não deixa gosto ou odor residual. 
2. Biguanidas
Apresentam um amplo espectro de atividade, sendo especialmente efetivas contra gram-positivas e maioria de gram-negativas (exceto pseudômonas). Age diminuindo a tensão superficial da membrana celular e desnaturando as proteínas. Ex.: Clorexidina - Suave, baixa toxicidade, ação rápida. Staphylococcus MRSA (S. aureus resistente a meticilina) e Acinetobacter. Alexidine - ação mais rápida que a clorexidina. É esperado que ela venha substituir o pvpi.
3. Fenol e derivados
Molécula de fenol que foi quimicamente alterada para reduzir suas propriedades irritantes ou aumentar sua atividade antibacteriana. As soluções de fenol são agora usadas apenas em alguns casos limitados, mas continua sendo um padrão contra o qual outros desinfetantes fenólicos são classificados. Em altas concentrações – rupturade parede e membrana celular. Baixa concentração – inativa algumas enzimas. Ativos na presença de compostos orgânicos são estáveis e persistem por longos períodos após a aplicação. Entre os principais temos os fenol alquilados (cresol), fenol clorinados (triclosan – usados em sabonetes antisepticos e cosmeticos) e o bisfenol (hexaclorofeno – usado em hospitais, combate infecções de pele – gram +). Todos tem o anel aromatico do fenol, somente muda a adição de ch3 e cloro.
4. Alcoois
Somente etanol e isopropanol são utilizados para controle microbiológico, outros podem ser tóxicos para manuseio de rotina ou se dissolvem muito mal em água. Para ser eficaz o etanol precisa estar diluído em água, a ação depende da [] e do tempo de exposição, acima de 50% já começa a ser mais efetivo. Aqui entra uma exceção de que quanto maior a [] do agente maior vai ser a atividade antimicrobiana. A água é necessária para coagular a proteínas. Desnatura proteínas, rompe membranas e dissolve lipídeos. Evaporam rapidamente e não deixam resíduos. Destrói formas vegetativas de bactérias, esporos de fungos e vírus (O álcool tende a inativar os vírus envelopados mais prontamente do que os vírus sem envelope por causa do efeito surfactante no envelope). Aumentam a efetividade de outros agentes químicos.
5. Metais pesados e seus compostos
A prata, o mercúrio e o cobre são antissépticos com ação oligodinâmica - atividade antimicrobiana a baixas concentrações; Inativam proteínas – param o metabolismo; Atinge bactérias vegetativas, células fúngicas e esporos, algas, protozoários e vírus (mas não endósporos).
· PRATA – antisséptico em solução de nitrato de prata 1,0%. Nanopartículas de prata - Empregado em embalagens plásticas para alimentos (para deixar o alimento mais fresco) e vestuário esportivo (para diminuir odores). Ex.: SULFADIAZINA DE PRATA - pomada usada em queimaduras de 2º e 3º grau. É uma combinação de prata com sulfadiazina.
· MERCÚRIO - O cloreto de mercúrio é um agente bacteriostático de amplo espectro, porém seu uso é limitado devido à sua toxicidade, poder de corrosão e ineficácia em presença de matéria orgânica.
· COBRE – Sulfato de cobre usado em reservatórios, piscinas e aquários; eficaz contra Staphylococcus MRSA, gram negativos e virus influenza; Calda Bordalesa (mistura de Bordeaux) – fungicida agrícola composto de sulfato de cobre, cal e água, em excesso – polui rios e prejudica criação de animais; Baixa volatilidade, mas ela pode produzir irritações na pele e mucosas quando em contato direto com o corpo. Sendo assim, como na maioria das aplicações de produtos agrícolas, durante sua manipulação é necessário seguir procedimentos padrões de segurança.
6. Agentes de superfície
Surfactantes que reduzem a tensão superficial das moléculas de um líquido
· SABÃO - Tem baixo valor antisséptico mas é importante para a remoção de microrganismos. É alcalino e a combinação de germicidas como a clorexidina com o sabão produzem antissépticos e desinfetantes bem mais ativos. Emulsificação - e a água e o sabão juntos levantam o óleo emulsionado e os detritos e os flutuam para longe enquanto a espuma é lavada. Natureza anfipática do sabão – hidrofílica (agua) e hidrofóbica (oleo). Lavar as mãos com sabão e água é um método de sanitização eficiente
· SANITIZANTES ÁCIDO-ANIÔNICOS - Limpeza de equipamentos e utensílios de processamento de alimentos; Combinação de ácido fosfórico com agente de superfície; Membrana plasmática – a carga negativa da molecula do sanitizante (anion) reage com a membrana; Amplo espectro, são atóxicos, não corrosivos e possuem rápida ação.
· COMPOSTOS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO (QUATS) - Detergentes catiônicos; Alteram a permeabilidade celular e causam a perda de constituintes citoplasmáticos essenciais (K+); Bactérias gram positivas, fungos, amebas e vírus envelopados, mas não matam endosporos ou micobactérias. 2 exemplos – cloreto de zephiran (Cloreto de benzalcônio) - utilizado como antisséptico, espermicida, descongestionante nasal, e historicamente como bactericida. Seu uso varia desde desinfecção de pele e limpeza de membranas mucosas passando por esterilização de instrumentos, por cultivo de pêssegos e até como conservante. Cloreto de cetilpiridínio (cepacol) – presente em enxaguantes bucais, pastilhas para tosse/garganta. Incolores, inodoros, estáveis, facilmente solúveis e atóxicos, exceto em altas concentrações. No entanto, a matéria orgânica interfere em sua atividade e eles são rapidamente neutralizados por sabões e detergentes aniônicos.
7. Aldeídos
Estão entre os antimicrobianos mais efetivos! Inativam as proteínas pela formação de ligações cruzadas covalentes com vários grupos funcionais
· FORMALDEÍDO – gás irritante apresentado na forma de solução aquosa (formalina). Liga-se aos ácidos nucleicos e grupos funcionais de aa. Muito tóxico (cancerígena), limitando sua utilidade clínica.
· Glutaraldeido - O glutaraldeído é um desinfetante químico líquido menos irritante e mais efetivo que o formaldeído, sendo um dos poucos que pode ser considerado como agente esterilizante. Neste processo, os aminoácidos são alquilados, o que significa que um átomo de hidrogênio em um aminoácido é substituído pela própria molécula de glutaraldeído. Isso interrompe irreversivelmente a atividade de enzimas e outras proteínas dentro das células. Utilizada para instrumentos hospitalares e instável com aumento de ph e temperatura.
· OPA (orto-ftalaldeído) – mais efetivo e menos irritante que glutaraldeído. Considerado desinfetante de alto nível. Efetivo contra bactérias vegetativas como Pseudomonas e Mycobacterium, fungos e vírus (CIDEX OPA). Desvantagem - incapacidade de destruir de maneira confiável os esporos e a tendência de manchar as proteínas, inclusive as da pele humana.
8. Quimioesterilizantes gasosos
Os quimioesterilizantes gasosos frequentemente são utilizados como substituintes de processos físicos de esterilização
· Óxido de etileno - forma ligações cruzadas em ácidos nucleicos e proteínas, inibindo funções celulares vitais. Ele é altamente penetrante e capaz de esterilizar à temperatura ambiente, matando todos os microrganismos e endosporos, mas requer um período de exposição prolongado, é tóxico e explosivo em sua forma pura. Sua aplicação requer a utilização de uma câmara fechada similar a uma autoclave, com válvulas de controle de pressão, temperatura e umidade. 
· Dioxido de cloro - tem sido usado principalmente para o tratamento de água potável, águas residuais, equipamentos de processamento de alimentos e resíduos médicos, mas também tem inúmeras aplicações na descontaminação de salas, edifícios e grandes espaços ou objetos (principalmente locais fechados com esporos de Bacillus anthracis). Efetivo para bacterias, fungos, virus e esporos
9. Esterilização por plasma
É um método confiável para a esterilização de instrumentos médicos tubulares. Os instrumentos são colocados em um recipiente a vácuo onde peróxido de hidrogênio é excitado por um campo eletromagnético para formar o plasma. Este plasma possui muitos radicais livres, que rapidamente destroem todo tipo de microrganismos. Este processo possui elementos de esterilização tanto química quanto física e requer apenas baixas temperaturas, embora seja relativamente caro.
10. Fluído supercrítico
Usa substâncias em temperatura e pressão acima do seu ponto crítico (onde não existe distinção entre fases líquida e gasosa). 
· Dióxido de carbono comprimido em estado “supercrítico” apresenta maior solubilidade e menor tensão superficial, inativando a maioria dos organismos vegetativos que causam deterioração e que se desenvolvem em alimentos. Tem sido usado mais recentemente para descontaminar implantes médicos, como ossos, tendões ou ligamentos retirados de pacientes doadores. 
11. Peroxigênios e outras formas de oxigênio
Grupo de agentes oxidantes que inclui:
· PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO - H2O2 - Bom antisséptico de objetos inanimados (solução 3%), pois as células humanas (e alguns microrganismos) produzem a enzima catalase que degrada o peroxido.Usado em lentes de contato - o peroxido serve para desinfetar, entretanto é preciso usar um catalisador de platina para retirar o peroxido residual das lentes para não causar irritação. O peróxido de hidrogênio aquecido e gasoso (vapor de peróxido 35%) pode ser usado como um esterilizante de atmosfera e superfícies. Os quartos dos hospitais, por exemplo, podem ser descontaminados de forma rápida e rotineira. Usado para microrganismos resistentes.
· ÁCIDO PERACÉTICO (PAA) – mistura de H2O2, ácido acético e H2O. Um dos mais efetivos esporocidas químicos líquidos disponíveis e pode ser usado como esterilizante. Atinge vírus, endosporos, fungos e bactérias vegetativas. Não deixa resíduos tóxicos. Usado em equipamentos médicos e processamentos de alimentos. No Brasil, foi incluído como desinfetante/esterilizante pela Portaria nº 15 de 23/08/1988 da ANVISA e foi reconhecido como princípio ativo autorizado pelo Ministério da Saúde. Substituto ao uso do glutaraldeído 2% e do hipoclorito 1%.
· OZÔNIO - Gás usado para desinfetar ar, água, ar condicionados industriais e torres de resfriamento. O processo de ozonização da água, feita por equipamentos que podem ou injetar ozônio diretamente na corrente, ou forçar a produção de ozônio dentro da mesma. Esse processo é uma forma de tratamento oxidativo que serve para degradar moléculas orgânicas que estejam na água como contaminante. Através da sua composição (o3) ele é instável (está sempre buscando a estabilidade) por isso se degrada rapidamente. O ozônio é gerado no local e apresenta baixo impacto ambiental porque se decompõe rapidamente sem deixar resíduos tóxicos.
CONCLUSÃO
Neste capítulo, primeiramente ficamos familiarizados com a terminologia usada para esse conteúdo de controle de crescimento de microrganismos, com as formas e efeitos dos agentes de modo geral e com alguns fatores que podem influenciar no tratamento antimicrobiano. Entre os agentes físicos vimos os métodos que utilizam a alta e baixa temperatura, a filtração e a radiação, sendo ionizante ou não, no controle de microrganismos. Entre os agentes químicos vimos vários compostos distribuídos em grupos que auxiliam na esterilização, antissepsia e desinfecção, os quais são geralmente usados quando os métodos físicos não são convenientes.

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