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Controle do Crescimento Microbiano por Agentes Químicos

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GIULIA GONÇALVES – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – TERAPIA 
OCUPACIONAL 
1 
 
CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO 
Por meio de Agentes Químicos; 
Por que controlar o crescimento microbiano? 
• Prevenção da transmissão de doenças; 
• Evitar a decomposição de alimentos; 
• Evitar a contaminação da água e do ambiente. 
 
Agentes físicos e químicos 
Objetivo: matar a célula microbiana, ou impedir a sua 
reprodução. 
Podemos prevenir de pegar doenças através do 
controle do crescimento microbiano, de ações que nos 
possibilitem não entrar em contato com o vírus, como 
lavar as mãos constantemente, usar álcool em gel, 
máscaras. 
No caso dos vírus, há a destruição da partícula viral 
ou o bloqueio da sua replicação. 
HIERARQUIA DA RESISTÊNCIA MICROBIANA 
 
 
 
 
 
 
 
Existem agentes infectivos/microbianos que são 
difíceis de serem destruídos, são mais resistentes à 
ação dos agentes físicos e, há aqueles que são 
facilmente destruídos. Nessa hierarquia, os príons 
(estruturas proteicas infecciosas) são as estruturas 
de maior dificuldade para destruição, uma vez que são 
proteínas muito resistentes à ação do calor, à ação 
dos agentes químicos e físicos. 
Em seguida, temos os endósporos bacterianos, que 
são àquelas estruturas de resistência da bactéria, são 
produzidas para garantir a sobrevivência da bactéria 
em ambientes não adequados e, apenas quando a 
bactéria estiver em condições adequadas, é que esse 
endósporo germinará e virá a ter uma célula 
vegetativa. 
Depois dos endósporos, há as micobactérias, e são 
chamadas assim pois apresentam sua parede celular 
revestida de ácido micólicos, que são substâncias 
lipídicas que geram maior resistência desta parede, 
que apresenta peptídeoglicano e ancorado nesta 
estrutura, há os ácidos micólicos externamente, que 
geram resistência à ação desses produto físicos e 
químicos. Dentre a família das micobactérias, têm 
duas espécies de grande relevância para a área da 
saúde: mycobacterium tuberculosis e a 
mycobacterium leprae. 
Em seguida, há os protozoázios, os cistos e formas 
vegetativas. Depois, Bactérias Gram-negativas, que 
V V 
MAIS RESISTENTE 
Príons; 
Endósporos; 
Micobactérias; 
Cistos de protozoários; 
Protozoários vegetativos; 
Bactérias gram-negativas; 
Reino Fungi; 
Vírus sem envelope; 
Bactérias gram-positivas; 
Vírus envelopado. 
MENOS RESISTENTE 
 
GIULIA GONÇALVES – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – TERAPIA 
OCUPACIONAL 
2 
 
apresentam maior resistência por conta da membrana 
externa, além do peptideoglicano. Depois há os 
fungos, que são estruturas também com parede 
celular resistente, constituída principalmente de 
glucana e quitina, que dão rigidez e proteção à 
membrana. Depois vêm os vírus não envelopados, que 
são àqueles que não apresentam a estrutura lipídica 
envolvendo o capsídeo (construído de proteína e 
protege o ácido nucleico nesses vírus sem envelope). 
Bactérias Gram-positivas, não apresentam a 
membrana externa, apresentando apenas uma 
espessa camada de peptideoglicano. Vírus 
envelopado, àqueles em que o envelope, constituído de 
fosfolipídeo e proteínas virais, envolve o capsídeo. 
Nos vírus envelopados, este envelope não confere 
proteção ao vírus, uma vez que é nesta estrutura que 
encontram-se as espículas e/ou moléculas virais que 
irão interagir com o receptor da célula hospedeira. 
Então, uma vez destruído este envelope, o vírus não 
consegue interagir com a célula hospedeira. Por 
serem mais fáceis de serem destruídos, os vírus 
envelopados, tornam-se mais suscetíveis à ação de 
produtos químicos. 
CONCEITOS 
• Sepsis: contaminação microbiana; 
• Assepsia: ausência de contaminação. 
1. ESTERILIZAÇÃO – Destruição de todas as 
formas de vida microbiana, incluindo os 
endósporos e vírus. 
Formas de vida microbiana: vegetativa – àquela em 
que encontramos um microrganismo adaptado ao 
ambiente; formas de resistência – são adaptados a 
viver num ambiente hostil, temperatura ou imunidade 
não adequadas ou sem disponibilidade de nutrientes. 
Exemplo: queima do lixo hospitalar; esterilização de 
materiais cirúrgicos. 
2. DESINFECÇÃO - processo de eliminação das 
formas vegetativas de microrganismos de objetos 
e superfícies inertes, sem eliminar todas as 
formas de vida (endospóros) → desinfetante. 
Exemplo: limpando consultório de odontologia; 
limpar alimentos (frutas). 
3. ANTISSEPSIA: processo de eliminação das 
formas vegetativas de microrganismos de tecidos 
vivos (antissépticos). 
Exemplo: usando antisséptico na pele após 
colocar o piercing; lavar as mãos com sabonetes 
antissépticos. 
4. DEGERMAÇÃO - remoção mecânica dos 
microrganismos, em uma área limitada. Acontece 
tanto em tecidos vivos, quanto em espécies 
inanimadas. 
Exemplo: lavar as mãos, não há um utensílio 
específico, mas a fricção das mãos, ajuda no 
processo. 
5. SANITIZAÇÃO: redução dos microrganismos, a 
níveis seguros, de acordo com os padrões de 
saúde pública, equipamentos industriais e 
utensílios alimentares. 
 
GIULIA GONÇALVES – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – TERAPIA 
OCUPACIONAL 
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Exemplo: tratamento químico (sanitizante) em 
equipamentos industriais; limpar alimentos (frutas); 
lavagem de pratos naquelas máquinas. 
CLASSIFICAÇÃO BASEADA NO EFEITO: ...CIDA 
E ...STÁTICO 
Agentes que provocam a morte dos microrganismos 
– bactericida, fungicicida: atuam em bactérias e 
fungos (dependente da dose – menor dose = efeito 
estático). 
Agentes que inibem o crescimento de microrganismos 
– bacteriostático, fungistático e viriostático: atuam 
em bactérias, fungos e vírus (efeitos reversíveis). 
Se expormos um microrganismo a um agente 
microbicida, haverá diminuição da carga microbiana, ou 
seja, morte/redução... quando há manutenção do 
número dos microrganismos, é stático, não morre, mas 
também não se multiplica. 
AÇÃO DOS AGENTES ANTIMICROBIANOS 
• Alteração da permeabilidade da membrana – 
danos nos lipídeos ou proteínas membranares com 
perda do conteúdo intracelular e interferência no 
crescimento. 
• Danos aos ácidos nucleicos – DNA e RNA – 
alteração dos ácidos nucleicos – letal, bloqueio da 
replicação e das funções metabólicas como por 
exemplo a síntese de proteínas (enzimas). 
• Danos às proteínas – rompimento das ligações 
químicas (pontes de hidrogênio, pontes dissulfeto) 
e desnaturação proteica. 
FATORES QUE INFLUENCIAM O 
TRATAMENTO ANTIMICROBIANO 
1. Tamanho da população microbiana X tempo de 
exposição – quanto maior o número de 
microrganismos, maior é o tempo necessário para 
eliminação de toda a população.
População e tempo estão diretamente 
relacionados. 
2. Natureza da população/características dos 
microrganismos – composição da membrana 
celular; diferentes estágios de crescimento: 
células jovens mais suscetíveis (do que as na fase 
estacionária); forma vegetativa X forma de 
resistência (esdospóro).
Esporos demoram mais tempo para atingir um 
baixo número de células viáveis em relação às 
células vegetativas. 
Termófilos = se adaptam e crescem idealmente 
em altas temperaturas, requerem mais tempo para 
serem eliminados, quando comparados com os 
mesófilos, que são aqueles que possuem 
temperatura ótima em crescimento, a 
temperatura normal (25 ~ 37°C) 
3. Influências ambientais – presença de matéria 
orgânica (sangue, vômitos e fezes), tipo de 
material a ser tratado. Temperatura e pH também 
são importantes para a escolha do agente.
Células vegetativas respondem mais rapidamente às 
temperaturas mais baixas, do que as formas de 
resistências, que requerem temperaturas mais 
 
GIULIA GONÇALVES – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – TERAPIA 
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4 
 
elevadas e maiores tempos de ação para que se tenha 
eliminação completa destes agentes infecciosos. 
FATORES QUE INFLUENCIAM UM 
TRATAMENTO ANTIMICROBIANO: TIPO DE 
AGENTE QUÍMICO 
Iodo + etanol = efeito aditivo; gera diminuição dos 
microrganismos mais rapidamente do queapenas o 
etanol em água. Morte em 90 segundos. 
Etanol e água = gera morte dos microrganismos em 
+/- 120 segundos. 
Alguns métodos não irão promover a morte dos 
microrganismos, como por exemplo a utilização de 
água e sabão, apenas auxilia o processo de 
degermação. 
MÉTODOS QUÍMICOS 
• Os agentes químicos são usados para controlar o 
crescimento de microrganismos em tecidos vivos 
e nos objetos inanimados. 
 Poucos agentes químicos obtêm a esterilidade.
 Maioria reduz a população microbiana em níveis 
seguros ou removem as formas vegetativas.
PROBLEMA: ação dos agentes é diferente para 
cada microrganismo, cada agente tem suas vantagens, 
desvantagens e limitações. 
 
 
CARACTERÍSTICAS IDEAIS DOS AGENTES 
QUÍMICOS 
• Alta toxicidade para os microrganismos; 
• Inócuo para o homem e animais – toxicidade 
seletiva. 
• Toxicidade para os microrganismos em 
temperatura ambiente; 
• Estabilidade elevada frente ao pH e temperatura; 
• Ausência de afinidade por matéria orgânica 
estranha; 
• Solúvel em água; 
• Capacidade de penetração; 
• Não ser corrosivo e nem manchar; 
• Sem odor e cor; 
• Biodegradável; 
• Baixo custo, fácil de usar. 
FATORES QUE AFETAM A AÇÃO DOS 
AGENTES QUÍMICOS 
• Concentração ou diluição do produto; 
• Tempo de atuação ou exposição – para que se 
tenha um resultado efetivo; 
• Temperatura; 
• Presença de matéria orgânica; 
• Material a ser descontaminado (porosidade por 
exemplo); 
• Sensibilidade e quantidade de microrganismos 
presentes no material ou ambiente a ser 
contaminado. 
 
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TIPOS DE MATERIAIS A SEREM TRATADOS 
PELOS AGENTES QUÍMICOS 
• Materiais críticos – entram em contato com as 
mucosas e tecidos profundos do paciente: 
agulhas, bisturis etc. 
• Materiais semicríticos – entram em contato com 
membranas mucosas, sem penetração: 
endoscópio, tubo endotraqueal etc. 
• Materiais não críticos – contato com a pele 
íntegra: estetoscópio, termômetro, 
esfigmomanômetro etc. 
Todos estes materiais precisam de descontaminação, 
no entanto, o que difere é o nível de descontaminação. 
Classificação: baseada no tipo de microrganismos em 
que são capazes de eliminar. 
Os tipos de produtos que são classificados em: 
• Baixa descontaminação – não possuem boa 
efetividade contra endósporos, micobactérias. 
Mas usamos no dia a dia para uso doméstico. 
• Intermediária descontaminação – não atuam nos 
endósporos, portanto, não podem ser utilizados 
em materiais críticos, são usados em materiais não 
críticos, podendo entrar em contato com a pele 
íntegra. 
• Alta descontaminação – por terem ação contra 
alguns tipos de endósporos (não todos), são 
utilizados para os materiais semi-críticos, 
podendo entrar em contato com as membranas 
mucosas, mas não promovem a perfuração destas 
membranas. 
• Ação esterilizante – são os materiais críticos e 
agem contra endósporos. 
É necessário avaliar a rotina de cada um. 
Produto com ação esterilizante = mata endósporos e 
tudo que está abaixo dele (olhar seta). 
I. FENOL (ÁC. CARBÓLICO) E COMPOSTOS FENÓLICO 
• 1º agente químico usado como antisséptico; 
• Usado em incisões cirúrgicas (Joseph Lister – 
XIX) 
• Grande redução de infecções pós-operatórios; 
• Raramente usados como desinfetante ou 
antisséptico por suas características irritantes 
e odor desagradável. 
Como o fenol é irritante e desagradável para algumas 
pessoas, foram produzidos os compostos fenólicos 
mais recentemente... Tanto o fenol quanto os 
compostos possuem o mesmo mecanismo de ação. 
MECANISMO DE AÇÃO – lesão da membrana 
plasmática (altera permeabilidade); desnaturação das 
proteínas (inativação das enzimas). 
COMPOSTOS FENÓLICOS 
• Modificações químicas – diminuição da irritação e 
aumento da atividade antimicrobiana; 
• Ativos por longos períodos de tempo e na 
presença de material orgânico, estáveis. 
• Utilizado em superfícies ambientais, instrumentos 
(desinfetantes de grau baixo e intermediário), 
 
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superfícies cutâneas e membranas mucosas 
(antissépticos). 
• Ativos contra: micobactérias (lipídeos na parede 
celular – ácido micólico). 
Fungicidas, viricidas, bactericidas e esporostáticos = 
não matam endósporos. 
Existem dois compostos fenólicos muito conhecidos: 
1. Hexaclorofeno (bifenol – duas moléculas de 
fenol ligadas) – usado para controle de 
infecções hospitalares; loções degermantes 
(passar nas mãos dos profissionais de saúde); 
uso excessivo em bebês causa danos 
neurológicos. 
2. Triclosan (bifenol) – sabonetes 
antibacterianos, pasta dental, cotonetes, 
plásticos de cozinha. Aparecimento de 
resistência microbiana. 
II. BIGUANIDAS (CLOREXIDINA) 
MECANISMO DE AÇÃO – ruptura da membrana 
plasmática com perda do conteúdo intracelular e 
desnaturação de proteínas (perdendo a estrutura 
tridimensional e consequentemente não tendo função 
fisiológica) 
• Amplo espectro de ação: bactericida – exceto 
pseudomonas, viruscidas (vírus envelopado) e 
fungicida, esporostático (não matam endósporos). 
Ação desinfetante de grau baixo. 
• Comum em produtos orais: enxaguatórios bucais, 
pastas dentais (antissépticos); 
• Atóxicos, persistentes com a ação residual em 
superfícies. Continua agindo mesmo após o uso. 
• Afetado pela matéria orgânica e pH. 
• Uso: antissepsia da pele, escovação cirúrgica e, 
preparo pré-operatório da pele de pacientes. 
Exemplo: uso doméstico: leite de rosas. 
• Methiolate – antigamente era à base de 
mercúrio, mas agora é clorexidina. 
III. HALOGÊNIOS 
IODO 
• Bactericida (incluindo micobacterias), 
fungicidas, viruscidas e esporocida. 
MECANISMO DE AÇÃO: o iodo combina-se ao 
ácido tirosina, inibindo a síntese proteica; oxida os 
grupos sulfidrila (- SH) de aminoácidos (cis e met), 
nucleotídeos e ácidos graxos insaturados. 
Uso: pele e feridas (antissépticos) 
IODINA (tintura de iodo I2 em álcool 
• Alto poder de penetração; 
• Antisséptico; 
PVPI – Polivinil Pirrolidona Iodo, sol. Aquosa 
• Liberação lenta de iodo (iodóforo); 
• Menor coloração e irritação; 
• pH ácido (melhor atividade) 
• Desinfecção e antissepsia; 
 
 
 
 
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CLORO 
• Potente agente oxidante; 
• Vários compostos: clorina (descontaminação 
de esgoto, é um gás tóxico), dióxido de clorina 
e cloraminas (cloro + amônia) etc; 
• Bactericidas, viruscidas e fungiscidas. 
• Uso: não pode ser usado como antisséptico 
pois causa irritação. É usado como 
desinfetante de equipamentos de laticínios, 
utensílios para refeições, itens domésticos e 
vidraria, água (piscinas, esgotos e consumo). 
Cloro + H2O = HIPOCLORITO DE Na (NaOCl): 
alvejante doméstico 
MECANISMO DE AÇÃO: ácido hipocloroso; é um 
forte agente oxidante que altera componentes 
celulares e bloqueiam atividade de enzimas. 
• Solução de hipoclorito a 1% - desinfetante 
doméstico (nível alto – em relação à 
capacidade microbiana); 
• 5 ~12% alvejantes e sanitizantes em indústria 
de alimentos (alface, verdura, legumes e 
frutas). 
IV. áLCOOIS 
• Bactericidas (incluindo micobactérias); 
fungicidas, mas não matam os endósporos e os 
vírus não-envelopados. 
MECANISMO DE AÇÃO: desnaturação das 
proteínas, rompimento da membrana e dissolução de 
lipídeos. 
Uso: termômetros, estetoscópios, tesouras e 
superfície externa de equipamentos (desinfetante 
grau médio) e na superfície da pele (antisséptico). 
• Não recomendado em materiais cirúrgicos 
pois não tem atividade esporicida. 
• Vantagens: evaporação rápida, sem resíduos. 
• Desvantagens: coagulação de proteínas em 
feridas abertas, propiciando crescimento 
microbiano. 
Ação do álcool é quebrar/romper as pontes de 
hidrogênio, de forma a desnaturar as proteínas. 
• Mais utilizados: etanol (dois carbonos ligados 
à hidroxila)e isopropanol (três carbonos 
ligados à hidroxila). 
• Quanto maior a cadeia de carbono, maior é a 
propriedade bactericida e menor é a 
solubilidade em H2O. 
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO ETANOL EM 
DIFERENTES CONCENTRAÇÕES 
• Uso recomendado: 70% 
• Atividade antimicrobiana: 60 ~ 95% 
• Puro: alta volatilidade; desnaturação de 
proteínas só ocorre na presença de água. 
• O álcool 100% não é indicado para 
desinfecção pois como ele não possui água, 
não consegue fazer a quebra das pontes de 
hidrogênio, consequentemente, não há ação 
contra microrganismos, não tendo atividade 
antimicrobiana. 
 
GIULIA GONÇALVES – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – TERAPIA 
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• Uso do álcool em gel: 3x. Na 4x é necessário 
lavar as mãos. 
v. meTAIS PESADOS E SEUS COMPOSTOS 
• Substâncias usadas desde romanos e egípcios. 
• Muito utilizados como desinfetantes de grau 
leve ou antissépticos: prata, mercúrio, cobre e 
zinco. 
• Podem ser tóxicos para os humanos 
(metilmercúrio) – retirado de uso até 2020 
(anencefalia) 
• Timerosal (etimercúrio): antigo methiolate, 
proibido como antisséptico desde 2001, aceito 
como conservante de vacinas – autismo (sem 
evidências cientificas); 
• Ex: nitrato de prata 1%, cloreto de mercúrio, 
sulfato de cobre, cloreto de zinco. 
• Ação Oligodinâmica – difusão pequenas 
quantidades de metais que inibem o 
crescimento microbiano. 
MECANISMO DE AÇÃO: ions de metais rompem 
as ligações de dissulfeto (importantes para a 
manutenção da estrutura tridimensional das 
proteínas) nas proteínas celulares devido à alta 
afinidade com enxofre promovendo a desnaturação 
proteica. 
APLICAÇÕES DOS METAIS PESADOS 
Solução de 1% de AgNO3 – Nitrato de prata 
• Usada na prevenção de infecções oculares com 
gonococo e de queimaduras; 
• Compressas com 0,5% para a prevenção de 
infecções em queimaduras; 
• Impregnação em roupas, utensílios plásticos da 
cozinha etc. 
• Usado nos olhos de bebês que nascem de parto 
normal, para evitar que os microrganismos 
presentes no canal vaginal da mãe, posam 
gerar infecção. 
Compostos com Zinco. 
• Tratamento de infecções fúngicas dos pés: 
piritionato de Zinco; 
Sulfato de cobre (CuSO4) 
• Algicida em piscinas, reservatórios de águas e 
tanques de peixes. 
VI. DETERGENTES CATIÔNICOS: COMPOSTOS 
QUARTENÁRIO DE AMÔNIO (QUATS) 
• Bactericidas (efeito Gram +), fungicidas e 
viruscidas (contra vírus envelopados), não 
atuam em endósporos, Gram – ou 
micobactérias. 
• Vantagens: baixa toxicidade, alta solubilidade 
em água, maior estabilidade em solução, não 
são corrosivos, podendo ser usados em metais. 
• Desvantagens: matéria orgânica interfere na 
ação, pode ser contaminado com Gram – 
MECANISMO DE AÇÃO: atuam aumentando a 
permeabilidade da membrana plasmática 
(fosfolipídeos), desestabilizando-a, com 
 
GIULIA GONÇALVES – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – TERAPIA 
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extravasamento do conteúdo intracelular, degradação 
de proteínas e ácidos nucleicos. 
Por terem cargas positivas, eles interagem com os 
fosfolipídeos da membrana que apresentam cabeça 
polar e cauda apolar, intercalando nesses 
fosfolipídeos e alterando a permeabilidade da 
membrana, ocorrendo a perda do conteúdo 
intracelular e a morte dos microrganismos. 
DETERGENTES CATIÔNICOS: 
COMPOSTOS QUARTENÁRIOS DE AMÔNIO 
(QUATS) 
Uso: doméstico, como antisséptico (bucal), 
desinfetante de grau leve (pois não possuem muita 
ação contra gram-negativas) para instrumentos, 
assoalhos e objetos de borracha. 
Ex: cloreto de benzalcônio, cloreto de cetilpiridínio. 
VII. AGENTES DE SUPERFÍCIE 
• Sabões e detergentes aniônicos 
MECANISMO DE AÇÃO: diminui a tensão 
superficial de líquidos e auxiliam na remoção mecânica 
dos microrganismos através da escovação. 
Uso: degermação da pele e remoção de resíduos e 
gordura; utilizados na sanitização em indústrias de 
processamento de laticínios e alimentos. 
• Sem ação antimicrobiana, atóxicos, não-
corrosivos e de ação rápida. 
Uso de antissepsia para prevenção COVID-19 – a 
lavagem das mãos auxilia na remoção mecânica dos 
microrganismos. Quando não há sabão, usar álcool 
(etanol – gel, ou isopropanol -líquido). 
► Alguns trabalhos mostram que por possuir uma 
carga polar e também apolar (anfipáticos), esses 
sabões podem alterar a estrutura do vírus e assim, 
remover o envelope do vírus, impedindo a interação do 
vírus com a célula hospedeira. 
VIII. ALDEÍDOS 
• Usados apenas para a desinfecção e 
esterilização de equipamentos médicos (alto 
grau e esterilizantes) → glutaraldeído (tóxico) 
e formaldeído (muito tóxico) 
• Altamente tóxicos (formaldeído): câncer do 
trato respiratório e gastrointestinal; 
• O glutaraldeído é menos irritante, mais efetivo 
que o formaldeído. Mais utilizado! 
MECANISMO DE AÇÃO: desnaturação das 
proteínas e DNA – alquilação – ligação covalente 
com grupos funcionais: - NH2 – OH, -COOH e -
SH. 
 
 
 
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IX. ESTERILIZANTES GASOSOS 
• Óxido de etileno – mais comum; tóxico 
(irritante aos olhos e mucosas), explosivos 
(mistura-se com CO2). 
MECANISMO DE AÇÃO: desnaturação das 
proteínas e DNA (alquilação – ligar-se 
covalentemente àqueles resíduos funcionais) 
• Tempo de exposição: 4~18 horas, em baixas 
temperaturas. 
• É um excelente agente esterilizante (elimina 
endósporos), especialmente para objetos que 
seriam danificados pelo calor. 
• USO: esterilizar material espacial, material 
hospitalar de plástico, têxtil, próteses 
valvulares, endoscópios. 
• Vantagem: alto poder de penetração 
• Desvantagem: carcinogênico. 
Para utilizar esse material é necessária uma 
câmara. 
X. PERÓXIGÊNIO 
• H2O2 (água oxigenada ou peróxido de oxigênio) 
é um antisséptico (3~9%), desinfetante de alto 
nível e esterilizante em altas concentrações 
(10~30%) – amplo espectro de ação 
(bactérias, fungos, vírus e esporos) 
Uso: antissépticos (não recomendado em feridas 
abertas – liberação de catalase, que degrada esse 
produto, gerando bolhas); desinfecção de superfícies, 
como por ex: lentes de contato. 
MECANISMO DE AÇÃO: peroxidação: oxidação 
de compostos celulares que apresentam grupo 
sulfidrila: lipídeos, proteínas e DNA, que gera 
aumento da permeabilidade celular e posteriormente, 
a morte. 
H2O2 → Fe2+ → OH* → PEROXIDAÇÃO → ↑ 
PERMEABILIDADE CELULAR → MORTE 
Quando aquecido: gás esterilizante não muito 
penetrante e não recomendado o uso em tecidos e 
líquidos. 
PEROXIGÊNIO 
• Ácido peracético – mais potente que o H2O2. 
• Bactericida, fungicida, viruscida e esporocida 
em baixas concentrações (<0,3%) 
• Se decompõe em ác. acético e oxigênio 
(biodegradável). 
➢ Não é degradado por peroxidases. 
➢ Ativo na presença de matéria orgânica. 
Vantagens: age na presença de mat. orgânica, não 
forma resíduos tóxicos, boa estabilidade. 
Uso: esterilização de equipamentos médicos e 
equipamentos de processamento de alimentos. 
XI. OZÔNIO 
Por ser uma molécula muito reativa, ela é um 
poderoso oxidante utilizado como branqueador, 
agente desodorizante e agente esterilizante para ar, 
água para beber e materiais sensíveis ao calor. 
 
GIULIA GONÇALVES – UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – TERAPIA 
OCUPACIONAL 
11 
 
Vantagens: não irrita a pele e mucosas; é ativo contra 
vírus, bactérias, esporos, cistos, protozoários, etc; 
meia vida curta pois rapidamente reverte-se 
novamente em oxigênio espontaneamente, não 
gerando resíduos prejudiciais ao meio ambiente; 
produzido no local, através do ar, sem transporte ou 
armazenamento de produtos químicos; 
Desvantagens: baixa atividade residual; alto custo 
(uso de energia elétrica); alta instabilidade. 
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE 
AGENTES QUÍMICOS PELO MÉTODO DE DISCO – 
DIFUSÃO 
Primeiramente, utiliza-se um microrganismo teste e 
semeia-o nas placas de petri. Em seguida, coloca-se 
os discos de papel nasolução desinfetante ou 
antisséptica que quer avaliar a atividade microbiana e 
espera-se o crescimento do microrganismo. O 
resultado que será avaliado é se ao redor do disco, 
houve ou não crescimento, podendo observar uma 
área escurecida chamada de “zona de inibição do 
crescimento”, se ela existe, significa que o produto 
difundiu pelo meio de cultura e foi capaz de matar o 
microrganismo ao redor. Porém, caso não haja a 
formação, significa que o microrganismo conseguiu 
crescer mesmo na presença do produto. 
 
 
 
Uso de desinfetantes para prevenção COVID 
• Transmissão: mais comumente em gotículas 
respiratórias e ficam em suspensão por cerca de 
3 horas. 
• Mas objetos e superfícies, também podem ser 
fontes de contaminação!!! 
• SARS-CoV-2 pode permanecer viável por 
horas a dias em superfícies feitas de uma 
variedade de materiais. 
• Recomendação: limpeza (detergente ou sabão e 
água) + desinfecção. 
• Temperatura e umidade são fatores importantes 
na prevalência do coronavírus em superfícies 
inanimadas. 
CUIDADOS!!! 
• USO de Equipamentos de Proteção Individual 
(EPI); 
• Treinamento funcionários; 
• Leitura do rótulo do produto. 
Algumas perguntas devem ser levadas em 
consideração. 
• Ventilação do ambiente; 
• Toxicidade: irritação olhos, mucosas, dermatite 
pele; 
• É inflamável? produz gás tóxico?; 
• Tipo de material a ser utilizado – corrosão metal, 
opacidade acrílico, etc.; 
• Presença matéria orgânica.

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