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A Teoria da Sexualidade foi o grande passo inovador em Freud: a sexualidade 
em todas as idades, inclusive na infância. Sua teoria da sexualidade infantil lhe 
custou muitos dissabores com seus colegas médicos. 
Nesta época, a sexualidade era vista como algo transgressor, justamente porque 
as práticas sexuais começavam a desvincular-se da procriação, modelo cristão-
cultural vigente. A sexualidade sai do campo privado do casamento e da 
procriação para o público, onde as novas relações são entendidas como 
perversas. 
Ao lado das ideias de Freud sobre o papel da sexualidade na etiologia das 
“doenças nervosas”, vai surgindo também a ideia de que as transgressões da 
sexualidade eram uma violação das prerrogativas masculinas: a liberdade sexual 
e o poder intelectual como condição masculina. 
A sexualidade até poderia ser aceita como ingrediente da doença, mas como 
fonte de prazer e com autonomia, aí já era demais. Assim sendo, a gênese do 
sexual feminino, atribuída à transgressão da sexualidade, marca uma posição, 
ou mais claramente, uma oposição à ruptura da sexualidade com a função 
reprodutora. 
Freud, apesar disto, introduz uma nova maneira de pensar a sexualidade, 
deslocando o eixo divino e cultural para o inconsciente e para a moralidade. A 
moral sexual estava definida pela noção divina de bem e de mal e as práticas 
sexuais pecaminosas (sexo sem procriação) e as transgressivas (prostituição, 
aborto, travestismo e amizades românticas) tinham como resultado a punição. 
Freud ao discutir em seu texto “A moral sexual cultural e a nervosidade moderna” 
(1908) dizia que a cultura da época se edificava sobre o “sufocamento das 
pulsões” e que a pulsão sexual não está, em sua origem a serviço da reprodução, 
senão que tem por meta o ganho de prazer. Mostrava que a limitação do 
comércio sexual faz aumentar o medo frente à vida e a angústia frente à morte. 
Medo e morte se associam aos limites da sexualidade e principalmente nas 
formas de seu exercício. 
Assim, mais uma vez, Freud introduz a questão do desejo e do prazer em 
dissociação com o medo e a punição-morte. O mal deixa de ser um problema da 
ordem do divino, porém aparece como uma forma de exercício de violência e 
punição que os seres humanos infligem sobre si mesmos, sufocando o desejo, 
a atividade e a capacidade do juízo. 
O mal passa a ser em nossos dias uma questão do ser que emudece, calando o 
desejo. Não podemos deixar de pensar a atualidade deste enunciado frente 
tantas formas de emudecimento que presenciamos nas relações familiares, de 
casal, de mãe-filho e em relação à própria falta de intimidade da mulher com seu 
corpo ou nas formas de violência contra ele! 
Ao final de sua obra, Freud reconhece que a questão do feminino teria de ser 
repensando, levando-se em conta a relação primeira e intensa da menina com 
sua mãe. 
Deixou o caminho aberto para o debate atual na psicanálise que é o da 
passagem da passividade para a atividade e do abandono do falicismo como o 
paradigma da compreensão do feminino-masculino. 
Freud soube ouvir as mulheres de seu tempo, abrindo o caminho para que o 
desejo e o prazer se desvinculassem do religioso e da punição cultural. Abriu o 
caminho para que os enigmas das mulheres se fizessem ouvir ao poderem ser 
falados. 
Enunciou o inconsciente como fonte de onde é possível ouvir o que é o bem e o 
mal para o sujeito. As teorias científicas surgem influenciadas pelas condições 
da vida social, política, econômica e nos seus múltiplos aspectos durante um 
determinado período da vida do autor. 
O primeiro grande conceito desenvolvido por Freud (1856-1939) foi o de 
Inconsciente. Ele inicia seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma 
descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre por acaso e, muito 
menos, os processos mentais. Há uma causa para cada pensamento, para cada 
memória revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela 
intenção consciente ou inconsciente e é determinado pelos fatos que o 
precederam (determinismo psíquico). 
Uma vez que alguns eventos mentais “pareceram” ocorrer espontaneamente, 
Freud começou a procurar e descrever os elos ocultos que ligavam um evento 
consciente a outro. Quando um pensamento ou sentimento parece não estar 
relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precederam, as conexões 
estão no inconsciente. Uma vez que estes elos inconscientes são descobertos, 
a aparente descontinuidade está resolvida. O consciente é apenas a ponta do 
iceberg. 
Freud em suas investigações na prática clínica sobre as causas e funcionamento 
das neuroses, descobriu que a grande maioria de pensamentos e desejos 
reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros 
anos de vida dos indivíduos, isto é, na vida infantil estavam as experiências de 
caráter traumático, reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas 
atuais e, confirmava-se, desta forma, que as ocorrências deste período de vida 
deixam marcas profundas na estruturação da personalidade. As descobertas 
colocam a sexualidade no centro da vida psíquica e é desenvolvido o segundo 
conceito mais importante da teoria psicanalítica: a sexualidade infantil. 
Estas afirmações tiveram profundas repercussões na sociedade puritana da 
época pela concepção vigente de infância “inocente”. 
Os principais aspectos destas descobertas são: 
1. A função sexual existe desde o princípio de vida, logo após o nascimento 
e não só a partir da puberdade como afirmavam as ideias dominantes. 
2. O período da sexualidade é longo e complexo até chegar a sexualidade 
adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção de prazer podem 
estar associadas, tanto no homem como na mulher. Esta afirmação 
contrariava as ideias predominantes de que o sexo estava associado, 
exclusivamente a reprodução. 
3. A libido, nas palavras de Freud, é a “energia dos instintos sexuais e só 
deles” . 
Foi no segundo dos “Três ensaios de sexualidade” das obras completas, que 
Freud postulou o processo de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo 
encontra o prazer no próprio corpo, pois nos primeiros tempos de vida, a função 
sexual está intimamente ligada à sobrevivência. O corpo é erotizado, isto é, as 
excitações sexuais estão localizadas em partes do corpo (zonas erógenas) e há 
um desenvolvimento progressivo também ligado as modificações das formas de 
gratificação e de relação com o objeto, que levou Freud a chegar às fases do 
desenvolvimento sexual: 
Fase oral (0 a 2 anos) – a zona de erotização é a boca e o prazer ainda está 
ligado à ingestão de alimentos e à excitação da mucosa dos lábios e da cavidade 
bucal. Objetivo sexual consiste na incorporação do objeto. 
Fase anal (entre 2 a 4 anos aproximadamente) – a zona de erotização é o ânus 
e o modo de relação do objeto é de “ativo” e “passivo”, intimamente ligado ao 
controle dos esfíncteres (anal e uretral). Este controle é uma nova fonte de 
prazer. Acontece entre 2 e 5 anos o complexo de édipo, e é em torno dele que 
ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo. 
No Complexo de Édipo, a mãe é o objeto de desejo do menino e o pai (ou a 
figura masculina que represente o pai) é o rival que impede seu acesso ao objeto 
desejado. 
Ele procura então assemelhar-se ao pai para “ter” a mãe, escolhendo-o como 
modelo de comportamento, passando a internalizar as regras e as normas 
sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente por 
medo do pai, “desiste” da mãe, isto é, a mãe é “trocada” pela riqueza do mundo 
social e cultural e o garoto pode, então, participar do mundo social, pois tem suas 
regras básicas internalizadas através da identificação com o pai. 
Este processo também ocorre com as meninas, sendo invertidas as figuras de 
desejo e de identificação. 
Freud fala em Édipo feminino. Fase fálica – a zona de erotização é o órgão 
sexual. Apresenta um objeto sexual e alguma convergênciados impulsos 
sexuais sobre esse objeto. 
Assinala o ponto culminante e o declínio do Complexo de Édipo pela ameaça de 
castração. No caso do menino, a fase fálica se caracteriza por um interesse 
narcísico que ele tem pelo próprio pênis em contraposição à descoberta da 
ausência de pênis na menina. É essa diferença que vai marcar a oposição 
fálico/castrado, que substitui nessa fase, o par atividade/passividade da fase 
anal. 
Na menina esta constatação determina o surgimento da “inveja do pênis” e o 
consequente ressentimento para com a mãe porque esta não lhe deu um pênis, 
o que será compensado com o desejo de ter um filho. Em seguida vem um 
período de latência, que se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma 
diminuição das atividades sexuais, como um intervalo. 
Fase Genital – finalmente, na adolescência é atingida a última fase quando o 
objeto de erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo, mas em um 
objeto externo ao indivíduo – o outro. 
Neste momento meninos e meninas estão conscientes de suas identidades 
sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades 
eróticas e interpessoais.

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