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Apostila II _Administrativo - Organizacao Adm_1__20220911-2317

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DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
1/2022
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 2 - 
 
 
 
 
 
Sumário 
III. Organização Administrativa ..................................................................................................... 3 
1.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS ................................................................. 3 
1.3. Administração Pública Direta e centralizada ......................................................................................4 
1.4. Administração Pública Indireta e Descentralização ...........................................................................5 
1.5. Entidades da Administração Pública Indireta .................................................................... 6 
1.6. Entes de Cooperação ..................................................................................................... 13 
Bibliografia .................................................................................................................................... 15 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 3 - 
 
 
III. Organização Adminis- 
trativa 
 
1.1. Teoria do Órgão Público 
Por esta teoria, amplamente adotada 
por nossa doutrina e jurisprudência, presu- 
me-se que a pessoa jurídica manifesta sua 
vontade por meio dos órgãos, que são partes 
integrantes da própria estrutura da pessoa 
jurídica, de tal modo que, quando os agentes 
que atuam nestes órgãos manifestam sua 
vontade, considera-se que esta foi manifes- 
tada pelo próprio Estado. Fala-se em impu- 
tação (e não representação) da atuação do 
agente, pessoa natural, à pessoa jurídica. 
O desenvolvimento dessa teoria resol- 
veu o problema da validade do ato adminis- 
trativo praticado por quem não está legitima- 
mente investido em função pública. Pelas 
teorias anteriores, do mandato e da repre- 
sentação, tal ato não seria válido. Entretanto, 
a teoria de Gierke apenas exige a aparência 
de investidura do agente público e a boa-fé 
do administrado para que a manifestação de 
um órgão possa ser imputada à pessoa jurí- 
dica. Assim, respeita-se a segurança jurídica 
e a presunção de legitimidade dos atos ad- 
ministrativos. 
As teorias que antecederam à da impu- 
tação não respondiam a contento a relação 
entre o Ente Estatal, com o agente emissor 
da vontade da Administração Pública, veja- 
mos algumas delas: 
 
a) Teoria da identidade – afirmava que ór- 
gão e agente formam uma unidade insepará- 
vel, de modo que o órgão público seria o 
próprio agente. 
b) Teoria da representação – utilizando-se 
da lógica do Direito Civil, onde o agente pú- 
blico atuaria exercendo uma espécie de cura- 
tela dos interesses governamentais suprindo 
tal incapacidade. 
c) Teoria do mandato – haveria uma espé- 
cie de contrato de representação, de modo 
que o agente receberia uma delegação para 
atuar em nome do Estado. Problema: a teoria 
não conseguiu apontar em qual momento e 
quem realizaria a outorga do mandato. 
Com base na teoria do órgão, pode- 
mos conceituar órgão público como uma uni- 
dade que une atribuições praticadas pelos 
agentes públicos que o formam com o objeti- 
vo de manifestar a vontade do Estado, o seu 
pensamento, ou pelo menos a sua tendência 
de agir. 
 
Na visão de Celso Antônio Bandeira 
de Mello “os órgãos nada mais significam 
que círculos de atribuições, os feixes indivi- 
duais de poderes funcionais repartidos no 
interior da personalidade estatal e expressa- 
dos através dos agentes neles providos.” 
 
Para Maria Sylvia de Pietro, pode se 
definir o órgão público como uma unidade 
que congrega atribuições exercidas pelos 
agentes públicos que o integram com o obje- 
tivo de expressar a vontade do estado. 
 
 
1.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓR- 
GÃOS PÚBLICOS 
São várias e diversas as classifica- 
ções adotadas pela doutrina brasileira acer- 
ca dos órgãos públicos. Entretanto, demons- 
traremos duas em destaque. A primeira, na 
visão de José dos Santos Carvalho Filho e a 
última na visão jurídica de Hely Lopes Meire- 
les. 
 
Para José dos Santos Carvalho Fi- 
lho: São os mais diversos os critérios ado- 
tados para definir-se a classificação dos 
órgãos públicos. Veremos os mais importan- 
tes: “a) quanto à pessoa federativa; b) 
quando à situação estrutural; c) quanto à 
composição; d) quanto aos órgãos de repre- 
sentação unitária; e) quanto aos órgãos de 
representação plúrima. 
 
Quanto à pessoa federativa, os “ór- 
gãos dividem-se em federais, estaduais, 
distritais e municipais. Quanto à situação 
estrutural, este critério leva em considera- 
ção a situação do órgão, sua estrutura esta- 
tal, assim temos: a) os diretivos que são 
aqueles que detêm condição de comando, 
de direção. b) os subordinados, os incumbi- 
dos das funções rotineiras de execução. 
 
De outro lado, quanto à composição, 
podem os órgãos dividir-se em singulares e 
coletivos. Os singulares, quando integrados 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 4 - 
 
 
em um só agente. Podemos exemplificar, na 
figura do chefe do Executivo. E os coletivos, 
quando compostos por vários agentes, é o 
caso dos órgãos colegiados ou de represen- 
tação plúrima (como nos Tribunais, Conse- 
lhos) e os de representação unitária, em 
que a vontade do agente exterioriza a von- 
tade do próprio órgão (como no caso dos 
Departamentos, Coordenadorias). 
 
Para Hely Lopes (posição mais 
adotada em concursos públicos), os ór- 
gãos públicos se classificam: 
 
I - Quanto à Posição: 
a) Independentes - são funções do estado 
independentes entre si. Exemplos: Casas 
Legislativas, Chefias do Executivo, Tribunais 
do Poder Judiciário, MP e TC. 
b) Órgãos Autônomos - gozam de autonomia 
administrativa, financeira e técnica que tem 
subordinação entre os órgãos independen- 
tes, e dotados de competências de planeja- 
mento, supervisão e controle sobre outros 
órgãos. Exemplos: Ministérios, Secretarias e 
AGU. 
c) Órgãos Superiores - esses órgãos são de 
comando, com competências diretivas e de- 
cisórias, mas não gozam de autonomia fun- 
cional, administrativa e financeira. Exercem 
controle hierárquico, mas se encontram su- 
bordinados a uma chefia superior. 
d)Subordinados - São aqueles que executam 
as ordens dos órgãos superiores, sua função 
é de execução, concretização. Exemplo: Re- 
partições comuns. 
 
II- Quanto à estrutura 
a) Órgãos unitários “simples”, não tem ne- 
nhuma subdivisão. São constituídos somente 
por um centro de competências. Ex.: Presi- 
dência da República. 
b) Órgãos Compostos, subdividido divisões 
funcionais, administrativas 
 
III- Quando a Composição 
a) Órgãos Singulares, função exercida por 
um único agente. 
b) Órgãos Coletivos, função exercida de for- 
ma colegiada (várias). 
1.3. Administração Pública Dire- 
ta e centralizada 
O Estado desempenha sua estratégia 
política por meio dos instrumentos disponibi- 
lizados pela Administração Pública: órgãos, 
agentes e entidades administrativas. 
Deste modo, a doutrina denomina 
centralização administrativa o fenômeno pelo 
qual o Estado coloca em execução suas tare- 
fas diretamente através dos órgãos e agen- 
tes integrantes da Administração Direta. 
Ao criar os entes políticos (União, Es- 
tados, Municípios e Distrito Federal), verifi- 
cou-se a necessidade da divisão interna das 
atribuições de cada ente, em face das diver- 
sas matérias e incumbências recebidas pelo 
diploma constitucional. 
Neste sentido, pode-se considerar 
Administração Direta como o conjunto de 
órgãos que integram as pessoas de funções 
políticas do Estado, as quais foram atribuídas 
a competência para o exercício, de forma 
centralizada, de atividades administrativas de 
forma centralizada. 
O fenômeno jurídico que dá origem 
aos órgãos administrativos é denominado 
desconcentração administrativa. 
Quando a desconcentração ocorre na 
Administração Direta, os órgãos dos estados-membros, municípios e distrito federal rece- 
bem o nome de Secretarias. Os órgãos per- 
tencentes à União recebem o nome de Minis- 
térios. 
 
1.3.1. Espécies de Desconcentração 
 
a) Territorial ou geográfica: é aquela em 
que as competências são divididas delimi- 
tando as regiões onda cada órgão pode atu- 
ar. A característica fundamental dessa espé- 
cie de desconcentração é que cada órgão 
público detém as mesmas atribuições mate- 
riais dos demais, variando somente o âmbito 
geográfico de sua atuação. Exemplos: admi- 
nistração regional; delegacias de Polícia; 
Agências da Receita Federal; subprefeituras; 
etc. 
b) Material ou temática: é a distribuição de 
competências mediante a especialização de 
cada órgão em determinado assunto. Exem- 
plo: Ministérios (União); Secretarias de Esta- 
do e de Municípios. 
c) Hierárquica ou funcional: utiliza como 
critério para repartição de competências a 
relação de subordinação entre os diversos 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 5 -
órgãos, ou seja, é feita em razão do nível 
decisório nos distintos escalões correspon- 
dentes aos diversos patamares de autorida- 
de. Exemplo: tribunais administrativos em 
relação aos órgãos de primeira instância. 
Os órgãos públicos pertencem a pes- 
soas jurídicas, mas não são pessoas jurídi- 
cas. Não tendo personalidade jurídica pró- 
pria, os órgãos não podem ser acionados 
judicialmente para responder por prejuízos 
causados por seus agentes (extinção sem 
julgamento de mérito por ilegitimidade da 
parte). Há exceções reconhecidas pela juris- 
prudência reconhecendo alguns órgãos pú- 
blicos dotados de capacidade processual 
especial. É o caso da Presidência da Repú- 
blica e da Mesa do Senado. Essa capacidade 
processual especial restringe-se basicamente 
à possibilidade de tais órgãos realizarem a 
defesa de suas prerrogativas em juízos, es- 
pecialmente em sede de Mandado de Segu- 
rança. 
Representando compartimentos inter- 
nos da pessoa pública, os órgãos públicos 
não são livremente criados e extintos pela só 
vontade da Administração. Tanto a criação 
como a extinção de órgãos dependem de lei, 
e nesse sentido dispõe a vigente Constitui- 
ção quando inclui a exigência na relação das 
denominadas "reservas legais", matérias cuja 
disciplina é reservada à lei (art. 48, XI). 
Anteriormente era exigida lei para a 
criação, estruturação e atribuições dos ór- 
gãos, mas com a nova redação dada ao dis- 
positivo pela EC n° 32, de 11/9/2001, a exi- 
gência passou a alcançar apenas a criação e 
a extinção de órgãos. 
Em consequência, a estruturação e as 
atribuições podem ser processadas por de- 
creto do chefe do Executivo, como consta, 
aliás, no art. 84, VI, "a", da CF, também alte- 
rado pela referida Emenda. 
Não obstante, pelo evidente interesse 
da Administração, a Carta reserva ao Presi- 
dente da República (e, por simetria, aos de- 
mais Chefes do Executivo) iniciativa privativa 
para deflagar o processo legislativo sobre a 
matéria (art. 61, § 1°, II, "e", da CF). 
A EC n° 32/2001, alterando este últi- 
mo dispositivo, fez remissão ao art. 84, VI, da 
CF, também alterado pela aludida Emenda, 
como vimos, segundo o qual é da competên- 
cia do Presidente da República dispor, medi- 
ante decreto, sobre organização e funciona- 
mento da Administração Federal, desde que 
não haja aumento de despesas nem criação 
ou extinção de órgãos públicos. 
Sendo assim, são legítimas a trans- 
formação e a reengenharia de órgãos públi- 
cos por ato privativo do Chefe do Executivo 
(e, portanto, dispensada lei) quando tais fatos 
administrativos se incluírem no mero proces- 
so de organização da administração pública. 
A nova diretriz constitucional já tinha o 
endosso de parte da doutrina, segundo a 
qual seria lícito que o Executivo criasse ór- 
gãos auxiliares, inferiores ou subalternos, 
desde que aproveitasse os cargos já existen- 
tes e tivesse a competência delegada por lei, 
somando-se ainda a condição de não serem 
praticados atos que pudessem constranger a 
esfera jurídica dos particulares. 
De qualquer forma, a Constituição 
agora parece ter dirimido qualquer dúvida a 
respeito dessa possibilidade. 
Sobre o poder de deflagar o processo 
legislativo para a criação de órgãos públicos 
(iniciativa reservada ou privativa) dois aspec- 
tos merecem realce. De um lado, é inconsti- 
tucional a lei sobre a matéria que se tenha 
originado da inciitativa de outro órgão; se a 
iniciativa, por exemplo, é do Chefe do Poder 
Executivo, o projeto de lei não pode ser 
apresentado por membro ou comissão do 
Legislativo. 
De outro, deve ser lembrado que a 
Constituição aponta hipóteses em que a ini- 
ciativa reservada é atribuída a órgãos diver- 
sos. Assim, além do art. 61, § 1°, II, "e", da 
CF (iniciativa do Presidente da República e, 
por simetria, dos demais Chefes do Executi- 
vo), encontra-se tal tipo de iniciativa nos arts. 
96, II, "c" e "d" (iniciativa dos Tribunais Judi- 
ciários) e 127, § 2° (iniciativa do Ministério 
Público). 
 
1.4. Administração Pública Indi- 
reta e Descentralização 
De acordo com Marcelo Alexandrino e 
Vicente Paulo, Administração Indireta é o 
conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas 
de autonomia política) que, vinculadas à ad- 
ministração direta, têm competência para o 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 6 -
exercício, de forma descentralizada, de ativi- 
dades administrativas. 
Administração Pública Indireta é o 
conjunto de pessoas jurídicas autônomas 
criadas pelo Estado. Exemplos: Art. 37, XIX 
da CF/88. 
Como uma das principais atividades ad- 
ministrativas é a prestação de serviço públi- 
co, se mostra salutar traçarmos brevíssimos 
conceitos: 
O fenômeno jurídico que faz nascer os 
entes da Administração Indireta é a descen- 
tralização administrativa por outorga, instru- 
mentalizada por meio de lei específica, nos 
moldes da Constituição Federal. 
No entanto, é oportuno lembrar que a 
descentralização administrativa não se dá 
apenas pela outorga. É possível que os entes 
políticos transfiram para uma pessoa jurídica 
autônoma o exercício de parte de suas atri- 
1 
Breve noção de serviço público (matéria a ser traba- 
lhada em Direito Administrativo II). 
buições através do contrato. Neste caso, dão 
origem as chamadas delegatárias, compos- 
tas pelas concessionárias e permissionárias. 
As delegatárias não fazem parte da Ad- 
ministração Indireta, apesar de se originarem 
do fenômeno da descentralização administra- 
tiva. 
Recapitulando, Descentralização por ou- 
torga: Transfere-se a titularidade e a execu- 
ção do serviço público para terceiros. 
Há dois requisitos para que a descentrali- 
zação seja por outorga: Que a pessoa esteja 
dentro da Administração indireta e que esta 
pessoa tenha personalidade jurídica de direi- 
to público. Assim, só há descentralização por 
outorga para as Autarquias e para as Funda- 
ções Públicas que tenham personalidade 
jurídica de direito público. 
Descentralização por delegação: Transfe- 
re-se a execução do serviço público para 
terceiros. 
A descentralização para particulares é 
sempre por delegação, pois a titularidade 
jamais sai das mãos da Administração. 
A descentralização para Empresa Pública 
e para a Sociedade de Economia Mista tam- 
bém se faz por delegação, pois, embora es- 
teja dentro da Administração Indireta, não 
tem personalidade jurídica de direito público. 
 
 
1.5. Entidades da Administra- 
ção Pública Indireta 
A Administração Pública Indireta ou 
Descentralizada é composta por pessoas 
jurídicas autônomas com natureza de direito 
público ou de direito privado. 
Direito Público Direito Privado 
Autarquias Empresas Públicas 
Fundações Públicas Sociedades de Eco- 
nomia Mista 
Associações Públi- 
cas 
Fundações Governa- 
mentais 
1.5.1. Autarquias 
São pessoas jurídicas de direito público 
interno, pertencentes à Administração Públi- 
ca Indireta, criadas porlei específica para o 
exercício de atividades típicas da Administra- 
ção Pública. Exemplos das mais importantes: 
INSS, Bacen, Ibama, Cade, Incra, todas as 
Serviço público1 é todo aquele prestado 
pela Administração ou por quem lhe faça às 
vezes, debaixo de regras de direito público, 
para preservação dos interesses da coletivi- 
dade. 
O serviço público é prestado debaixo de 
regras de direito público, independentemente 
de quem esteja à frente da execução, pois 
tais regras são as únicas capazes de preser- 
var o interesse da coletividade. 
Segundo o princípio da continuidade da 
prestação do serviço público, a execução do 
serviço público, em regra, não pode ser inter- 
rompida. Assim, a greve dos servidores pú- 
blicos não pode implicar em paralisação total 
da atividade, caso contrário será inconstituci- 
onal (art. 37, VII da CF). 
Tanto a Administração como quem lhe 
faça às vezes podem prestar o serviço públi- 
co. 
A titularidade na prestação de um serviço 
público é intransferível, isto é, nunca sai das 
mãos da Administração. O que pode ser 
transferido aos particulares é a execução do 
serviço público, mas nunca a titularidade. 
Sendo o Poder Público titular do serviço 
público, pode estabelecer regras para a exe- 
cução do serviço público, ou seja, pode apli- 
car sanções; pode retomar o serviço por inte- 
resse público; pode retomar quando mal utili- 
zado e etc. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 7 -
universidades públicas, como UnB, USP, 
UFRJ, etc. 
O conceito legislativo de autarquia apa- 
rece no art. 5º, I, do DL 200/67: 
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado 
por lei, com personalidade jurídica, patri- 
mônio e receita próprios, para executar ati- 
vidades típicas da Administração Pública, 
que requeiram, para seu melhor funciona- 
mento, gestão administrativa e financeira 
descentralizada. 
Dica: o nome “instituto”, geralmente designa 
natureza autárquica à entidade. 
Características das Autarquias: 
a) São pessoas jurídicas de direito públi- 
co: O regime jurídico aplicável é 
preponderantemente de Direito 
Público, e não de Direito Privado;
b) São criadas e extintas por lei específi- 
ca: Art. 37, XIX da CF. Não há de se 
falar em leis multitemáticas, mas sim 
em lei que se trata exclusivamente da 
criação da autarquia. Sua extinção 
também se dá por lei específica, em 
homenagem ao princípio da simetria 
das formas. Não se aplica o regime 
de extinção falimentar às autarquias.
c) Têm autonomia gerencial, orçamentá- 
ria e patrimonial: têm capacidade de 
autogoverno, mas não se confunde 
com a independência.
d) Nunca exercem atividade econômica: 
as Autarquias somente desempe- 
nham atividades típicas da Adminis- 
tração Pública, sem finalidade eco- 
nômica.
e) São imunes a impostos: art. 150, §2º 
da CF/88. São devidos os demais, 
como: taxas, contribuições de melho- 
ria, empréstimos compulsórios e de- 
mais contribuições especiais.
f) Seus bens são públicos: são portanto, 
impenhoráveis, imprescritíveis e inali- 
enáveis. Não são executáveis, so- 
mente se operando os chamados 
precatórios, art. 100 CF/88.
g) Praticam Atos Administrativos: atos 
dotados de presunção de legitimida- 
de, exigibilidade, imperatividade e au- 
toexecutoriedade.
h) Celebram contratos administrativos: 
Aplicação da lei 8.666/93.
i) O regime normal de contratação é es- 
tatutário: em regra, os agentes públi- 
cos pertencentes às autarquias ocu- 
pam cargos públicos, compondo a ca- 
tegoria dos servidores públicos esta- 
tutários. A contratação via CLT é ex- 
cepcional.
j) Possuem prerrogativas típicas da Fa- 
zenda Pública: possuem privilégios
processuais característicos da Fa- 
zenda Pública, como prazos em do- 
bro para recorrer e quádruplo para
contestar. Suas dívidas são executa- 
das por meio do sistema de precató- 
rios, etc.
k) Responsabilidade Objetiva e direta:
não há necessidade de comprovação
de culpa ou dolo, pelos prejuízos cau- 
sados por seus agentes. A Adminis- 
tração Direta só poderá ser acionada
em caráter subsidiário.
l) Sofre controle dos tribunais de contas;
m) Seus dirigentes ocupam cargos em
comissão de livre provimento e exo- 
neração “ad nutum”.
Espécies de Autarquias 
A doutrina identifica diversas categorias de 
autarquias: 
Autar- 
quias 
a) Adminis- 
trativas ou de
serviço
Ex.: INSS,
Ibama
b) Especiais
Especiais 
stricto 
sensu 
Ex.: Sudam, 
Sudene, 
Bacen, Uni- 
versidades 
Públicas 
Agências 
Regulado- 
ras 
Ex.: Anatel, 
Anac 
c) Corporati- 
vas *
Ex.: Crea,
CRM
d) Fundacio- 
nais
Ex.: Procon,
Funasa, Funai
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 8 - 
 
 
 
 e) Territoriais 
Ex.: Territórios 
Federais (art. 
33 CF) 
 
* A natureza jurídica da OAB não é autárqui- 
ca, conforme ADI 3.026/2006. Segundo o 
STF, a OAB seria uma entidade sui generis. 
Exerce função constitucionalmente privilegia- 
da, pois é indispensável à administração da 
justiça (art. 133 CF). 
 
 
1.5.1.1. Fundações Públicas 
São pessoas jurídicas de direito públi- 
co interno, instituídas por lei específica medi- 
ante a afetação de um acervo patrimonial do 
Estado a uma dada finalidade pública. Ex.: 
Funai, Funasa, IBGE, Funarte, Fundação 
Biblioteca Nacional. 
 
Fundação é um patrimônio personali- 
zado afetado a um fim. Sua personalização 
ocorre porque sobre o patrimônio incide nor- 
mas jurídicas que o torna sujeito de direitos e 
obrigações. Afetado a uma finalidade implica 
que seu objetivo é perseguir um interesse, 
sempre público, pré-determinado no ato de 
instituição. 
 
Segundo as lições da Professora Ma- 
ria Sylvia Zanella Di Pietro, conceituam-se as 
fundações instituída pelo Poder Público como 
sendo: 
 
“... o patrimônio, total ou parcialmente 
público, dotado de personalidade jurídi- 
ca, de direito público ou privado, e des- 
tinado, por lei, ao desempenho de ati- 
vidades do Estado na ordem social, 
com capacidade de auto-administração 
e mediante controle da Administração 
Pública, nos termos da lei.” 
 
Neste conceito, surgem os seguintes 
elementos: dotação patrimonial; personalida- 
de jurídica pública ou privada, dependendo 
da lei instituidora; função social da fundação, 
isto é, o exercício de uma atividade da Admi- 
nistração que de caráter social; capacidade 
de gerenciamento próprio; e controle da Ad- 
ministração Direta, nos limites estabelecidos 
em lei. 
 
A lei n.º 7.596, de 10 de abril de 1987, 
que alterou o artigo 4º do Decreto-lei n.º 200, 
classificou de forma definitiva as “fundações 
públicas” na mesma categoria das entidades 
da Administração Indireta e, no artigo 5º do 
Decreto-lei n.º 200, conceituou as fundações 
da seguinte forma: 
 
“A entidade dotada de personalidade 
jurídica de direito privado, sem fins lu- 
crativos, criada em virtude de autoriza- 
ção legislativa, para o desenvolvimento 
de atividades que não exijam execução 
por órgãos ou entidades de direito pú- 
blico, com autonomia administrativa, 
patrimônio próprio gerido pelos respec- 
tivos órgãos de direção e funcionamen- 
to custeado por recursos da União e de 
outras fontes” 
 
O Supremo Tribunal Federal, na vi- 
gência da Constituição anterior, já decidiu 
que as fundações de direito público são es- 
pécie do gênero autarquia. Prevalecendo 
este entendimento, que faz das fundações 
públicas uma espécie do gênero autarquia, 
portanto, aplicam-se as fundações públicas 
as mesmas normas, direitos e restrições refe- 
rentes às autarquias. 
 
Portanto, de acordo com o entendi- 
mento adotado pela maioria da doutrina e 
pelos concursos públicos, as fundações são 
espécies de autarquias revestindo-se das 
mesmas características jurídicas aplicáveis 
às entidades autárquicas. 
 
 
1.5.1.2. Agências Reguladoras 
As agências reguladoras foram cria- 
das para fiscalizar a prestação de serviços 
públicos praticados pela iniciativa privada. 
Além de controlar a qualidade na prestação 
do serviço, estabelecem regraspara o setor. 
A criação das agências reguladoras brasilei- 
ras teve uma direta relação com o processo 
de privatizações e a reforma do Estado inici- 
ados no Brasil na metade dos anos 90. Sua 
origem advém de uma concepção neoliberal. 
Vejamos algumas das principais agências 
reguladoras: 
1) Agência Nacional de Telecomunica- 
ções (Anatel) 
A Agência Nacional de Telecomunicações (Ana- 
tel) promove o desenvolvimento das telecomuni- 
cações no país. Criada em 1997, a agência tem 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 9 - 
 
 
A presença do nome “Agência” não é 
essencial para qualificar a autarquia como 
agência reguladora. Situação esta da Comis- 
são de Valores Mobiliários – CVM, cuja lei de 
instituição declara tratar-se de autarquia es- 
pecial dotada de autoridade administrativa 
independente, ausência de subordinação 
hierárquica, mandato fixo e estabilidade de 
seus dirigentes, e autonomia financeira e 
orçamentária (art. 5º da Lei n. 6.385/76). Lo- 
go, a CVM é uma agência reguladora, apesar 
de não se chamar agência. 
independência administrativa e financeira e não 
está subordinada a nenhum órgão de governo. A 
Anatel tem poderes de outorga, regulamentação e 
fiscalização e deve adotar medidas necessárias 
para atender ao interesse do cidadão. 
2) Agência Nacional de Petróleo (ANP) 
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e 
Biocombustíveis (ANP) foi criada em 1998 para 
regular as atividades da indústria de petróleo e 
gás natural e dos biocombustíveis. Autarquia 
federal, vinculada ao Ministério de Minas e Ener- 
gia (MME), a ANP estabelece regras, contrata 
profissionais e fiscaliza as atividades das indús- 
trias reguladas. 
3) Agência Nacional de Energia Elétrica 
(Aneel) 
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 
autarquia criada em 1996, regula e fiscaliza a 
geração, a transmissão, a distribuição e a comer- 
cialização da energia elétrica. Vinculada ao Minis- 
tério de Minas e Energia (MME), também atende 
a reclamações de agentes e consumidores e me- 
dia os conflitos de interesses entre os agentes do 
setor elétrico e entre estes e os consumidores. 
4) Agência Nacional de Saúde Suplemen- 
tar (ANS) 
Criada em 2000, a Agência Nacional de Saúde 
Suplementar (ANS) é vinculada ao Ministério da 
Saúde. A ANS promove a defesa do interesse 
público na assistência suplementar à saúde, regu- 
la as operadoras setoriais, inclusive quanto às 
suas relações com prestadores e consumidores, 
e contribui para o desenvolvimento das ações de 
saúde no país. 
5) Agência Nacional de Vigilância Sanitá- 
ria (Anvisa) 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi- 
sa) foi criada em 1999, tem independência admi- 
nistrativa e autonomia financeira e é vinculada ao 
Ministério da Saúde. A agência protege a saúde 
da população ao realizar o controle sanitário da 
produção e da comercialização de produtos e 
serviços que devem passar por vigilância sanitá- 
ria, fiscalizando, inclusive, os ambientes, os pro- 
cessos, os insumos e as tecnologias relacionados 
a esses produtos e serviços. A Anvisa também 
controla portos, aeroportos e fronteiras e trata de 
assuntos internacionais a respeito da vigilância 
sanitária. 
6) Agência Nacional de Águas (ANA) 
Criada no ano 2000, a Agência Nacional de 
Águas (ANA) é vinculada ao Ministério do Meio 
Ambiente (MMA), mas tem autonomia administra- 
tiva e financeira. A agência implementa e coorde- 
na a gestão dos recursos hídricos no país e regu- 
la o acesso à água, sendo responsável por pro- 
mover o uso sustentável desse recurso natural, a 
fim de beneficiar não só a geração atual, mas 
também as futuras. 
7) Agência Nacional do Cinema (Ancine) 
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) é uma 
autarquia especial e, por isso, tem independência 
administrativa e financeira. Criada em 2001 e 
vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), a 
agência tem como objetivo principal o fomento à 
produção, à distribuição e à exibição de obras 
cinematográficas e videofonográficas. Além disso, 
a Ancine regula e fiscaliza as indústrias que atu- 
am nessas áreas. 
8) Agência Nacional de Transportes 
Aquaviários (Antaq) 
Criada em 2001, a Agência Nacional de Transpor- 
tes Aquaviários (Antaq) é vinculada ao Ministério 
dos Transportes e tem autonomia financeira e 
administrativa. A agência implementa, em sua 
área de atuação, as políticas formuladas pelo 
ministério e pelo Conselho Nacional de Integra- 
ção de Políticas de Transporte (Conit). Além dis- 
so, regula, supervisiona e fiscaliza os serviços 
prestados no segmento de transportes aquaviá- 
rios e a exploração da infraestrutura portuária e 
aquaviária exercida por terceiros. 
9) Agência Nacional dos Transportes Ter- 
restres (ANTT) 
A Agência Nacional dos Transportes Terrestres 
(ANTT) foi criada em 2001, é vinculada ao Minis- 
tério dos Transportes e tem independência admi- 
nistrativa e financeira. A agência é responsável 
pela concessão de ferrovias, rodovias e transpor- 
te ferroviário relacionado à exploração da infraes- 
trutura; e pela permissão de transporte coletivo 
regular de passageiros por rodovias e ferrovias. 
Além disso, a ANTT é o órgão que autoriza o 
transporte de passageiros realizado por empresas 
de turismo sob o regime de fretamento, o trans- 
porte internacional de cargas, a exploração de 
terminais e o transporte multimodal (transporte 
integrado que usa diversos meios). 
10) Agência Nacional de Aviação Civil 
(Anac) 
Criada em 2006 para substituir o Departamento 
Nacional de Aviação Civil, a Agência Nacional de 
Aviação Civil (Anac) tem a função de regular e 
fiscalizar as atividades do setor. É responsabili- 
dade da autarquia, vinculada ao Ministério da 
Defesa, garantir segurança no transporte aéreo, a 
qualidade dos serviços e respeito aos direitos do 
consumidor. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 10 - 
 
 
princípio da legalidade, ocupando posição de 
inferioridade em relação à lei dentro da estru- 
tura do ordenamento jurídico. Tais atos nor- 
mativos não podem contrariar regras fixadas 
na legislação ou inovar em matéria ainda não 
tratada em lei anterior, e tão pouco editar 
atos normativos gerais e abstratos. 
 
 
 
 
Natureza Jurídica da Agência Reguladora 
As agências reguladoras são autarquias 
com regime especial, possuindo todas as 
características jurídicas das autarquias co- 
muns mas delas se diferenciando pela pre- 
sença de duas peculiaridades em seu regime 
jurídico: 
a) Dirigentes estáveis: ao contrário das 
autarquias comuns, em que os diri- 
gentes ocupam cargos em comissão 
exoneráveis livremente pelo Poder 
Executivo, nas agências reguladoras 
os dirigentes são protegidos contra o 
desligamento imotivado. Essa prote- 
ção contra a exoneração imotivada ou 
ad nutum, representa uma estabilida- 
de mais acentuada, permitindo ao di- 
rigente exercer tecnicamente suas 
funções sem preocupações com in- 
fluências políticas ou partidárias. 
b) Mandatos fixos: nas agências regula- 
doras os dirigentes permanecem na 
função por prazo determinado sendo 
desligados automaticamente após o 
encerramento do mandato. A duração 
dos mandatos variam entre as diver- 
sas agências. 
Diretorias Colegiadas 
A Lei n. 9.986/2000, determina a obrigatorie- 
dade do sistema diretivo colegiado nas agên- 
cias (no âmbito Federal). As Diretorias Cole- 
giadas são nomeadas pelo Presidente da 
República com aprovação do Senado Fede- 
ral (ato administrativo complexo). 
Poder Normativo 
As agências reguladoras são legalmente do- 
tadas de competência para estabelecer re- 
gras disciplinando os respectivos setores de 
atuação. Tal poder normativo tem sua legiti- 
midade condicionada ao cumprimento do 
Agências Executivas 
Não se confunde com Agência Regu- 
ladora. Previstas no art. 37, §8º, da CF, 
agências executivas é um título atribuído pelo 
governo federal a autarquias, fundações pú- 
blicas e órgãos que celebrem contrato degestão para ampliação de sua autonomia 
mediante fixação de metas de desempenho. 
Agências executivas não são uma no- 
va espécie de pessoa jurídica da Administra- 
ção Pública, mas uma qualificação obtida 
por entidades e órgãos públicos. Um raro 
exemplo de Agência Executiva é o INMETRO 
(Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza- 
ção e Qualidade Industrial), uma autarquia 
federal que obteve a referida qualificação. 
Nos termos do art. 24 §único da Lei 
8.666/93, as agências executivas têm o do- 
bro do limite para contratação direta por dis- 
pensa de licitação. 
 
 
1.5.2. Associações Públicas 
O art. 241 da CF prescreve que a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios disciplinarão por meio de lei os 
consórcios públicos e os convênios de co- 
operação entre os entes federados, autori- 
zando a gestão associada de serviços públi- 
cos, bem como a transferência total ou parci- 
al de encargos, serviços, pessoal e bens es- 
senciais à continuidade dos serviços transfe- 
ridos. A lei 11.107/2005 disciplinou o instituto 
do consórcio público. 
Consórcio Público é o negócio jurídico 
plurilateral de direito público que tem por ob- 
jeto medidas de mútua cooperação entre 
entidades federativas, resultando na criação 
de uma pessoa jurídica autônoma com natu- 
reza de direito privado ou de direito público. 
Também previstas no art. 41, IV do Código 
Civil. 
Cuidado: Há casos de entidades/órgãos com 
nomenclatura de “Agências”, mas que não 
têm natureza jurídica de agências regulado- 
ras. Ex.: Abin (Agência Brasileira de Inteli- 
gência, órgão despersonalizado subordinado 
à Presidência da República – art. 3º da Lei 
9.883/99). Agência Espacial Brasileira, com 
natureza de autarquia comum (art. 1º da Lei 
8.854/94), dentre outros. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
Material Compilado pelo Prof. Msc. Timóteo Ferreira - 11 - 
 
 
As entidades consorciadas podem 
optar entre duas naturezas distintas para a 
pessoa jurídica criada após a celebração do 
contrato (art. 6º da lei 11.107/05). 
Art. 6o O consórcio público adquirirá perso- 
nalidade jurídica: 
I – de direito público, no caso de cons- 
tituir associação pública, mediante a vigên- 
cia das leis de ratificação do protocolo de 
intenções; 
II – de direito privado, mediante o 
atendimento dos requisitos da legislação 
civil. 
§ 1o O consórcio público com persona- 
lidade jurídica de direito público integra a 
administração indireta de todos os entes da 
Federação consorciados. 
§ 2o No caso de se revestir de perso- 
nalidade jurídica de direito privado, o con- 
sórcio público observará as normas de di- 
reito público no que concerne à realização 
de licitação, celebração de contratos, pres- 
tação de contas e admissão de pessoal, 
que será regido pela Consolidação das Leis 
do Trabalho – CLT. 
 
Obs.: As associações públicas pertencentes 
à Administração Pública Indireta de todas as 
pessoas federativas consorciadas também 
são conhecidas como entidades transfedera- 
tivas. 
 
 
 
1.5.3. Empresas Estatais 
 
São pessoas jurídicas de direito pri- 
vado pertencentes à Administração Pública 
Indireta, a saber: empresas públicas e socie- 
dades de economia mista. 
 
 
 
1.5.3.1. Empresas Públicas 
 
São pessoas jurídicas de direito pri- 
vado, criadas por autorização legislativa, com 
totalidade de capital público e regime organi- 
zacional livre. Exemplos: BNDES, ECT, CEF, 
Embrapa, Infraero, etc. 
 
O conceito legislativo está previsto no 
art. 5º, II do DL 200/67: II - Empresa Pública - 
a entidade dotada de personalidade jurídica 
de direito privado, com patrimônio próprio e 
capital exclusivo da União, criado por lei para 
a exploração de atividade econômica que o 
Governo seja levado a exercer por força de 
contingência ou de conveniência administra- 
tiva podendo revestir-se de qualquer das 
formas admitidas em direito. 
 
Tal conceito está desatualizado em três 
aspectos: 
 
a) “capital exclusivo da União” – o capital 
deve ser exclusivamente PÚBLICO, 
podendo sua origem ser federal, es- 
tadual ou municipal. 
b) “criadas por lei” – conforme a redação 
dada ao art. 37, XIX da CF, as em- 
presas públicas e sociedades de eco- 
nomia mista não são criadas por lei, 
mas têm autorização legislativa para 
sua criação. 
c) “para exploração de atividade econô- 
mica” – as empresas públicas podem 
desempenhar, além das atividades 
econômicas, serviços públicos. 
 
Características das Empresas Públicas 
 
a) Criação autorizada por lei específica – 
ao contrário das autarquias criadas 
por lei, a personalidade jurídica das 
empresas não surge com a simples 
promulgação do diploma legislativo, 
mas com o registro de sua constitui- 
ção no cartório competente. É o que 
determina o art. 45 do CC. Aqui tam- 
bém se aplica o princípio da simetria 
das formas. 
b) Todo capital é público – não existe di- 
nheiro privado integrando o capital 
social da empresa pública. 
c) Forma organizacional livre – as em- 
presas públicas podem adotar qual- 
quer forma admitida pelo Direito Em- 
presarial, tais como: sociedade anô- 
nima, Ltda e comandita. 
d) Suas demandas são de competência 
da Justiça Federal – Nos termos do 
art. 109 da CF, cabe à Justiça Federal 
julgar as causas de interesse da Uni- 
ão, entidade autárquica ou empresa 
pública federal. No caso das empre- 
sas públicas distritais, estaduais ou 
municipais, em regra, as demandas 
são julgadas em varas especializadas 
da Fazenda Pública na justiça comum 
estadual. 
 
1.5.3.2. Sociedade de Economia Mista 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
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Sociedades de economia mista são 
pessoas jurídicas de direito privado, criadas 
mediante autorização legislativa, com maioria 
de capital público e organizadas obrigatoria- 
mente como sociedades anônimas. Ex.: Pe- 
trobras, Banco do Brasil, Eletrobrás e Furnas. 
 
O conceito legislativo está previsto no 
art. 5º, III do DL 200/67: III - Sociedade de 
Economia Mista - a entidade dotada de per- 
sonalidade jurídica de direito privado, criada 
por lei para a exploração de atividade eco- 
nômica, sob a forma de sociedade anônima, 
cujas ações com direito a voto pertençam em 
sua maioria à União ou a entidade da Admi- 
nistração Indireta. 
 
Assim como nas empresas públicas, o 
conceito de sociedade de economia mista 
apresentado pelo Decreto exige dois reparos: 
i) são criadas mediante autorização legislati- 
va, e não por lei; ii) além de explorar ativida- 
des econômicas, podem também prestar 
serviços públicos. 
 
Características da Sociedade de economia 
mista 
 
a) Criação autorizada por lei - a persona- 
lidade jurídica surge com o registro de 
sua constituição no cartório compe- 
tente, e não diretamente pela lei. 
b) A maioria do capital é público – na 
composição do capital votante, pelo 
menos 50% mais uma das ações com 
direito a voto devem pertencer ao Es- 
tado. Se o Estado detiver minoria do 
capital votante, estaremos diante de 
empresa privada com participação es- 
tatal, caso em que a entidade não 
pertencerá à Administração Pública. 
c) Forma de sociedade anônima – ex- 
pressa determinação legal, as socie- 
dades de economia devem ter obriga- 
toriamente a estrutura de S.A. 
d) Demandas são julgadas na justiça 
comum estadual – ainda que federais, 
as sociedades de economia mista 
demandam e são demandadas peran- 
te justiça estadual (art. 109 da CF). 
 
As empresas públicas e sociedades de 
economia mista têm características conforme 
atuação preponderante, seja na exploração 
de atividades econômicas, seja na prestação 
de serviços públicos, vejamos um quadro 
comparativo de tais características: 
 
Prestadoras de 
serviço público 
Exploradoras de 
atividade econô- 
mica 
Imunes a impostos Não têm imunidade 
Bens Públicos Bens privados 
Responsabilidade Ob- 
jetiva 
Responsabilidade sub- 
jetiva 
O Estado responde 
subsidiariamente 
O Estado não tem res- 
ponsabilidade pelos 
danos 
Sujeitam-se à impetra-ção de MS 
Não se sujeitam à im- 
petração de MS 
Maior influência do 
regime de Direito Adm. 
Menor influência do 
regime de Direito Adm. 
Obrigadas a licitar Obrigadas a licitar, 
exceto para bens e 
serviços relacionados 
com a sua atividade 
fim. 
 
 
1.5.4. Fundações Governamentais de 
Direito Privado 
 
Há bastante polêmica sobre a possibi- 
lidade de o Estado criar fundações com per- 
sonalidade jurídica de direito privado. 
 
A corrente doutrinária majoritária, 
adotada em provas e concursos públicos, 
admite a possibilidade de criação de funda- 
ções governamentais de direito privado. 
 
As fundações governamentais são 
conceituadas como pessoas jurídicas de di- 
reito privado, criadas mediante autorização 
legislativa, com a afetação de um acervo de 
bens à determinada finalidade pública. 
 
Assim, deve-se reconhecer a possibi- 
lidade de o Estado, ao criar uma fundação, 
escolher qual o regime jurídico aplicável, de- 
cidindo livremente entre a instituição de fun- 
dação pública, espécie do gênero autarquia, 
dotada de personalidade jurídica de direito 
público, ou optar pela criação de fundação 
governamental com regime de direito priva- 
do. 
 
Falta um maior detalhamento norma- 
tivo sobre as formas de atuação das funda- 
ções governamentais de direito privado, con- 
forme própria redação do inciso XIX do art. 
37 da CF, in fine. 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
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1.6. Entes de Cooperação 
 
Entes de cooperação são pessoas ju- 
rídicas de direito privado que colaboram com 
o Estado exercendo atividades não lucrativas 
e de interesse social. 
 
A doutrina divide os entes de coope- 
ração em duas categorias: Entidades paraes- 
tatais e Terceiro setor. 
 
1.6.1. Entidades Paraestatais 
 
São aquelas entidades que atuam ao 
lado do Estado. São pessoas privadas cola- 
boradoras da Administração Pública. 
 
Não existe um conceito legislativo de 
entidades paraestatais, gerando assim, gran- 
de controvérsia doutrinária, no entanto, tem 
predominado em concursos públicos o en- 
tendimento de que o conceito de entidades 
paraestatais inclui somente os serviços soci- 
ais, na linha sustentada por Celso Antônio 
Bandeira de Mello. 
 
Os serviços sociais autônomos são 
pessoas jurídicas de direito privado, criadas 
mediante autorização legislativa e que com- 
põem o denominado sistema “S”. O nome 
sistema “S” deriva do fato de tais entidades 
estarem ligadas à estrutura sindical e terem 
sempre sua denominação iniciando com a 
letra “S” de serviço. Exemplos: 
 
a) SENAI (Serviço Nacional de Aprendi- 
zagem Industrial) - a quem cabe a 
educação profissional e aprendiza- 
gem industrial, além da prestação de 
serviços de assistência técnica e tec- 
nológica às empresas industriais. 
b) SESI (Serviço Social da Indústria) – 
promove a melhoria da qualidade de 
vida do trabalhador e de seus depen- 
dentes por meio de ações em educa- 
ção, saúde e lazer. 
c) IEL (Instituto Euvaldo Lodi) – capaci- 
tação empresarial e do apoio à pes- 
quisa e à inovação tecnológica para o 
desenvolvimento da indústria. 
 
As três instituições acima são subor- 
dinadas à Confederação Nacional da 
Indústria. Além dessas, outras organi- 
zações do Sistema S são: 
d) SENAC (Serviço Nacional de Apren- 
dizagem Comercial) – educação pro- 
fissional para trabalhadores do setor 
de comércio e serviços. 
e) SESC (Serviço Social do Comércio) – 
promoção da qualidade de vida dos 
trabalhadores do setor de comércio e 
serviços. 
f) SENAR (Serviço Nacional de Apren- 
dizagem Rural) – educação profissio- 
nal para trabalhadores rurais. 
g) SENAT (Serviço Nacional de Apren- 
dizagem em Transportes) – educação 
profissional para trabalhadores do se- 
tor de transportes. 
h) SEST (Serviço Social de Transportes) 
– promoção da qualidade de vida dos 
trabalhadores do setor dos transpor- 
tes. 
i) SESCOOP (Serviço Nacional de 
Aprendizagem do Cooperativismo) – 
aprimoramento e desenvolvimento 
das cooperativas e capacitação pro- 
fissional dos cooperados para exerce- 
rem funções técnicas e administrati- 
vas. 
 
Características do Sistema “S” 
 
a) São pessoas jurídicas de direito pri- 
vado; 
b) São criados mediante autorização le- 
gislativa; 
c) Não têm fins lucrativos; 
d) Executam serviços de utilidade públi- 
ca, mas não serviços públicos; 
e) Produzem benefícios para grupos ou 
categorias profissionais; 
f) Não pertencem ao Estado; 
g) São custeados por contribuições 
compulsórias pagas pelos sindicaliza- 
dos (art. 240 da CF), conforme Ale- 
xandre Mazza, constituindo verdadei- 
ros exemplos de parafiscalidade tribu- 
tária (art. 7º do CTN); 
h) Os valores remanescentes dos recur- 
sos arrecadados constituem superá- 
vit, e não lucro, devendo ser reverti- 
dos nas finalidades essenciais da en- 
tidade; 
i) Estão sujeitos a controle estatal, in- 
clusive por meio dos Tribunais de 
Contas; 
j) Não precisam contratar pessoal me- 
diante concurso público; 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
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k) Estão obrigados a licitar (art. 1º, § 
único, da Lei 8.666/93); 
l) São imunes a impostos incidentes so- 
bre o patrimônio, renda e serviços 
(art. 150, VI, “c” da CF). 
 
 
 
1.6.2. Terceiro Setor 
 
O nome “terceiro setor” designa ativi- 
dades que não são, nem governamentais 
(primeiro setor), nem empresariais e econô- 
micas (segundo setor). Desse modo, o tercei- 
ro setor é composto por entidades privadas 
da sociedade civil que exercem atividades de 
interesse público sem finalidade lucrativa. 
 
Com a falência do Estado, o setor pri- 
vado começou a ajudar nas questões sociais, 
através das inúmeras instituições que com- 
põem o chamado terceiro setor. Ou seja, o 
terceiro setor é constituído por organizações 
sem fins lucrativos e não governamentais, 
que tem como objetivo gerar serviços de ca- 
ráter público. 
 
O regime jurídico aplicável a tais enti- 
dades é predominantemente privado, parci- 
almente derrogado por normas de Direito 
Público. 
 
No âmbito federal, duas qualificações 
podem ser atribuídas para entidades do ter- 
ceiro setor: a) Organizações Sociais (OS’s); e 
b) Organizações da Sociedade Civil de Inte- 
resse Público (Oscips). 
 
1.6.2.1. Organizações Sociais 
 
Criada pela Lei n. 9.637/98, organiza- 
ção social é uma qualificação especial outor- 
gada pelo governo federal a entidades da 
iniciativa privada, sem fins lucrativos, cuja 
outorga autoriza a fruição de vantagens pe- 
culiares, como isenções fiscais, destinação 
de recursos orçamentários, repasse de bens 
públicos, bem como empréstimo temporário 
de servidores governamentais. 
 
As áreas de atuação das OS’s são 
ensino, pesquisa científica, desenvolvimento 
tecnológico, proteção e preservação do meio 
ambiente, cultura e saúde. Desempenham 
atividades de interesse público. 
1.6.2.2. OSCIP 
 
As organizações da sociedade civil de 
interesse público são pessoas jurídicas de 
direito privado, sem fins lucrativos, instituídas 
por iniciativa dos particulares, para desem- 
penhar serviços não exclusivos do Estado, 
com fiscalização pelo Poder Público, formali- 
zando a parceria com a Administração Públi- 
ca por meio de termo de parceria. A outorga 
do título de Oscip é disciplinada pela lei n. 
9.790/99. 
 
O campo de atuação das Oscip’s é 
mais abrangente do que o das OS’s (art. 3º 
da Lei n. 9.790/99). 
 
Vejamos as diferenças fundamentais 
entre as duas qualificações outorgadas pelo 
governo federal às entidades que atuam no 
terceiro setor. 
 
Organizações Soci- 
ais 
Oscips 
Lei n. 9.637/98 Lei n. 9.790/99 
Exercem atividades de 
interesse público anteri- 
ormente desempenhadas 
pelo Estado 
Exercem atividades 
de natureza privada 
Firmam Contrato de ges- 
tão 
Firmam Termo de 
parceria 
A outorga é discricionária A outorga é vinculada 
Depende de aprovação 
do Ministro de Estado 
ligado à área de atuação 
da entidade 
É outorgadapelo 
Ministro da Justiça 
Podem ser contratadas 
por dispensa de licitação 
Não há previsão legal 
de contratação direta 
sem licitação 
Devem realizar licitação 
para contratações resul- 
tantes da aplicação de 
recursos e bens repas- 
sados diretamente pela 
União 
Devem realizar licita- 
ção para contrata- 
ções resultantes da 
aplicação de recursos 
e bens repassados 
diretamente pela 
União 
Estão proibidas de rece- 
ber a qualificação de 
Oscips 
Não há previsão legal 
equivalente 
DIREITO ADMINISTRATIVO – MATUTINO 
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Bibliografia 
 
 
ALEXANDRINO, Marcelo; Paulo, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 21. ed. 
São Paulo : Método, 2013. 
 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26. ed. São Pau- 
lo: Atlas, 2013. 
 
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