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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA XXX VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES XXX VARA DA COMARCA DE XXX (CPC, art. 53, I) LARA MARTINS PEREIRA, brasileira, casada, analista de sistemas, portadora da cédula de identidade RG nº XXX, inscrita no CPF/MF sob n° XXX, usuária do endereço eletrônico XXX, residente e domiciliada nesta cidade, em XXX, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente, propor AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO PELO PROCEDIMENTO ESPECIAL DAS AÇÕES DE FAMÍLIA Em face de OESLEI PEREIRA, brasileiro, casado, bancário, portador da cédula de identidade RG n° XXX e inscrito no CPF/MF sob n° XXX, usuário do endereço eletrônico XXX, residente e domiciliado nesta cidade em (endereço), pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. I. Dos Fatos É sabido que desde o mês de agosto do ano de 2008, estão as partes, casadas sob regime de comunhão parcial de bens, conforme certidão de casamento (docXXX). Verifica-se ainda, a inexistência de pacto antenupcial entre as partes e que, proveniente desta união, nasce Alen, filho de Lara e Oslei que se encontra atualmente com 3 anos de idade, nos termos da certidão de maternidade (docXXX). No entanto, desde meados de janeiro de 2022, Lara e Oeslei estão de fato separados, sendo que o réu deixou o lar conjugal, ficando o filho (menor) sob a guarda fática da autora, restando ainda bens a serem partilhados. Ainda que claramente separados, Oeslei, ora réu, nega-se a se submeter consensualmente aos termos do divórcio, razão pela qual se torna necessária a propositura da presente demanda. II. Do Direito a) Do Divórcio (art. 226, § 6.º, CF) É evidente a possibilidade de dissolução do casamento civil com fulcro ao que dispõe o artigo 226, § 6.º da CF. Consoante a isso, A EC 66/2010 suprimiu o requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos. Desta maneira, manifestado desinteresse da autora em manter a união, compõe seu direito potestativo divorciar-se do marido, não havendo motivo jurídico que justifique a manutenção do casamento diante da falta de vontade da autora de permanecer casada. b) Guarda e Pensão Alimentícia Em atenção ao melhor interesse do filho menor do casal, Alen, deve a guarda permanecer com a autora, em vista até mesmo por já se encontrar nesta situação até o presente momento sem qualquer manifestação diversa do réu. Tal conclusão decorre do entendimento obtido entre as partes, desde o momento em que o réu saiu do lar conjugal. Deste modo, o direito de convivência familiar é assegurado ao réu e vem se verificando regularmente, não sendo objeto de discordância. O regime de retirada da criança do lar materno tem sido aquele contemplado usualmente no cenário jurisprudencial: a cada 15 (quinze) dias, o réu busca o menino, na sexta-feira, às 18 horas e o traz de volta no domingo às 18 horas. Para hipóteses excepcionais assim como o Dia dos Pais, a criança fica com o réu, o mesmo ocorrendo nas férias escolares nas duas primeiras semanas. No Natal a criança fica com a autora e, na virada do ano, com o réu. Ademais, o que diz respeito ao valor da contribuição para criar e educar o filho, em atenção ao binômio possibilidade/necessidade, requer seja descontado o valor de 1/3 dos rendimentos do réu, diretamente de sua folha de pagamento, para crédito na conta da autora, cujos dados são XXX. O montante, além de ser condizente com as possibilidades do alimentante, é coerente com as necessidades do filho, que atualmente vem despendendo o valor de R$ (valor em reais), conforme tabela descritiva e recibos de gasto anexos. Na hipótese de desemprego, requer desde logo a definição de que o valor da pensão alimentícia equivale a um salário-mínimo mensal. Tal referencial atende à proporcionalidade em relação ao cenário atual, considerando que, nos dias de hoje, o réu aufere cerca de três vezes tal montante. A autora não requer a fixação de pensão alimentícia em seu favor por ter condições de trabalhar e, no momento, de se manter. c) Da Partilha de Bens No tocante aos bens, segue a descrição patrimonial correspondente para que se efetue a partilha considerando o direito da autora à metade de seu valor: – Apartamento no valor venal de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais), cujos dados detalhados constam nos docs. anexos; – Veículo automotor com valor de R$ 90.000,00 (noventa mil reais), cujas especificações seguem por via da documentação anexa (docXXX); d) Do Nome da Autora A autora voltará a adotar o seu nome de solteira, sendo: Lara Martins. e) Da Audiência de Mediação É evidente o desinteresse do réu a tentativa de mediação para solução do conflito. Conduta esta, evidenciada a ocorrência de prévias tentativas de solução consensual pautadas pela resistência do réu em admitir o fim do casamento. Em vista a este histórico, a autora opta pela não realização de audiência consensual, por entender que tal procedimento restaria infrutífero e danoso para as partes especialmente em relação ao tempo de decretação do divórcio. Tal alternativa deve ser respeitada por força dos princípios informadores da mediação além da prevalência da autonomia da vontade das partes (CPC, art. 166 e Lei n. 13.140/2015, art. 2.º, V), em observância a normas do CPC (art. 319, VII, do CPC). III. Dos Pedidos Ante a todo o exposto, requer a autora: a) seja julgado procedente o pleito da presente demanda, sendo decretado o divórcio do casal nos termos pleiteados e sendo o réu condenado a arcar com os ônus de sucumbência. b) Seja citado o réu, para se manifestar nos termos da lei; c) Seja intimado representante do Ministério Público para intervir no feito (CPC, art. 178, II); d) Seja expedido mandado determinando a averbação da sentença de divórcio junto ao cartório de registro civil competente, para fins de direito; e) Seja expedido mandado ao cartório competente para que a requerente volte a usar o nome de solteira; f) O reconhecimento da incidência integral dos benefícios da gratuidade, com fundamento no art. 5.º, LXXIV, da Constituição Federal e do art. 99, § 3.º, do CPC, uma vez que a requerente é pessoa pobre e não tem condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo de sua subsistência. Dá-se à causa o valor de R$ (soma do valor dos bens a partilhar mais o valor equivalente a 12 pensões alimentícias – CPC, art. 292, III e VI). Termos em que, Pede deferimento. Local/Data Advogado OAB XXX
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