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Direito Financeiro e TributArio II - Aula 4 e 5

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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II
Andréa Luna Angelim
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Decadência e Prescrição Tributárias
4. Decadência e Prescrição do Crédito Tributária 
São dois temas de grande relevância e em termos de prazo, tanto a prescrição quanto a decadência segue a lógica atual do direito público, estabelecendo o prazo de 5 anos para a produção dos respectivos efeitos. 
Hipótese de incidência
Fato gerador
Lançamento
Pagamento
Prazo decadencial de 5 anos
Prazo prescricional de 5 anos
Com a ocorrência do fato gerador nasce a obrigação tributária. A partir do lançamento, a obrigação se torna líquida e certa, surgindo o crédito tributário. O prazo para que a Administração pública promova o lançamento é decadencial. O prazo para que se ajuíze ação de execução fiscal é prescricional.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4. Decadência e Prescrição do Crédito Tributária 
É importante ressaltar que tanto a decadência quanto a prescrição só poderá ser tratada por meio de Lei Complementar. Essa afirmação deu causa a declaração de inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei n. 8.212/90. O STF decidiu por meio da Súmula Vinculante 8 que a prescrição e decadência só poderá ser tratada por LC e os citados artigos foram revogados.
Hipótese de incidência
Fato gerador
Lançamento
Pagamento
Prazo decadencial de 5 anos
Prazo prescricional de 5 anos
Súmula Vinculante 8
São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam da prescrição e decadência do crédito tributário.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4. Decadência e Prescrição do Crédito Tributária 
A partir de uma análise cronológica, o primeiro prazo a ser observado será o decadencial, pois influencia a pretensão do Estado de lançar qualquer crédito contra o contribuinte (sujeito passivo). 
Hipótese de incidência
Fato gerador
Lançamento
Pagamento
Prazo decadencial de 5 anos
Prazo prescricional de 5 anos
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1. Decadência do Crédito Tributária 
4.1.1. Conceito e Função
Decadência tributária está prevista no art. 173 do CTN como forma de extinção do crédito tributário e relaciona ao prazo para promover o lançamento. O §4º do art. 150, prevê regra especial para os lançamentos por homologação.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.1. Conceito e Função
 Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados:
        I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
        II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
        
Regra Geral.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.1. Conceito e Função
  Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Regra Especial.
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Decadência e Prescrição Tributárias
 
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
A principal diferença entre a regra geral do art. 173 e a regra especial do art. 150, §4º do CTN, diz respeito ao prazo inicial para a contagem dos 5 anos.
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Regra Geral
Regra Especial
A contagem começa em 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado 
(CTN, art. 173, I)
O prazo tem início com a ocorrência do fato gerador, salvo nos casos de dolo, fraude ou simulação.
Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Regra Geral.
CTN, 173,I.
Prazo para se promover o lançamento, extingue-se em 5 anos
Fato Gerador
X0
Lançamento
01/01/X1
01/01/X6
5 anos
Dia
Mês
+ 5
Repete o dia, o mês e soma +5 = 
1º dia do exercício seguinte
Termo inicial do prazo decadencial
1º dia do exercício seguinte de quando aquele lançamento poderia ter sido efetuado.
Poderia ter sido efetuado em X0
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Regra Geral.
CTN, 173,I.
Prazo para se promover o lançamento, extingue-se em 5 anos
1º dia do exercício seguinte
Aplica-se a regra geral a que tributos?
Lançamento por declaração (ITBI, ITCD);
Lançamento de ofício ou direto (IPVA, IPTU);
Lançamento por homologação com fraude, dolo ou simulação;
Lançamento por homologação sem pagamento antecipado. 
Fraude – documentos falsos. 
Dolo – intenção do agente; ele intencionalmente fez alguma coisa errada.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Regra Geral.
CTN, 173,I.
Exemplo: Se o pagamento se deu em X0 e o lançamento só poderia ser feito em X1, o prazo de 5 anos será contado a partir de quando?
Fato Gerador
X0
Lançamento
01/01/X1
01/01/X7
5 anos
Dia
Mês
+ 5
Repete o dia, o mês e soma +5 = 
1º dia do exercício seguinte
Termo inicial do prazo decadencial
01/01/X2
Obs.: O direito de lançar pode ser até 01/01/X7. No 02/01/X7, decai o direito de lançar. 
Conta de quando o lançamento poderia ter acontecido
Poderia lançar até: 
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Exceção.
CTN, 173,II.
Prazo para se promover o lançamento, extingue-se em 5 anos
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.
Lançamento
01/01/X1
09/01/X1
IMPUGNAÇÃO
Defesa;
Reclamação
Decisão definitiva anulatória que anulou o lançamento por vício formal
10/02/X9
10/02/X4
+ 5 anos
Suspensão da exigibilidade do crédito tributário
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Exceção.
CTN, 173, parágrafo único.
Prazo para se promover o lançamento, extingue-se em 5 anos
 Art. 173. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
O que seria uma medida preparatória para o lançamento tributário? Quando o fiscal vai até a empresa precisa fazer medidas preparatórias antes do lançamento, por exemplo, pode pegar algo em flagrante. Imagine o fiscal em determinado posto de gasolina e quando vê um caminhão chegando para despejar álcool, ele se direciona ao responsável e pede a nota fiscal. No entanto, imagine que o responsável esteja sem nota, ou seja, em situação irregular. Dessa forma ele apreende o caminhão e cobra através de um auto de infração. Fará um termo de apreensão que inicia toda a ação fiscal. Pode acontecer através de uma ordem de fiscalização também.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Exceção.
CTN, 173, parágrafo único.
Prazo para se promover o lançamento, extingue-se em 5 anos
 Art. 173. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.
09/01/X0
01/01/X5
+ 5 anos
Notificação do sujeito passivo de ato preparatório para proceder o lançamento
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamentoRegra Específica.
CTN, art. 150, §4º.
Conta da ocorrência do fato gerador. 
01/01/X0
01/01/X5
+ 5 anos
FG
Lançamento por homologação e sem fraude
Aplica-se a tributos com pagamento antecipado e sem fraude, ainda que insuficiente.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Lançamento por homologação
Sim
Não
Sim
Não
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Houve pagamento antecipado?
Com dolo, fraude ou simulação?
1º dia do exercício seguinte
CTN, Art.173, I
Data do fato gerador
 (CTN, art. 150, §4º)
1º dia do exercício seguinte
CTN, Art.173, I
Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Observações:
STJ – Liminar não impede que o fisco efetue o lançamento para prevenir a decadência: “3. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na via judicial impede o fisco de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando à cobrança de seu crédito, tais como inscrição em dívida, execução e penhora, mas não impossibilita a Fazenda de proceder a regular constituição do crédito tributário para prevenir a decadência do direito de lançar.” (EDivResp 572.603-PR).
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Observações:
STJ – “3. O tempo que ocorre entre a notificação do lançamento fiscal e a decisão final da impugnação, não há que se falar em prazo de decadência, porquanto o crédito já esteja constituído nem tampouco em prescrição haja vista o efeito suspensivo da impugnação apresentada.” (Resp 53467).
Lançamento
Impugnação
Decisão Final
Decadência
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.2. Termo inicial da decadência em cada um dos tipos de lançamento 
Observações:
STJ – “3. O tempo que ocorre entre a notificação do lançamento fiscal e a decisão final da impugnação, não há que se falar em prazo de decadência, porquanto o crédito já esteja constituído nem tampouco em prescrição haja vista o efeito suspensivo da impugnação apresentada.” (Resp 53467).
Não há o que se falar em decadência porque o crédito já está lançado;
Não há o que se falar em prescrição porque está tudo suspenso.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.1.3. Interrupção do prazo decadencial
O prazo decadencial não se interrompe nem suspende, apesar de vermos agora exceções à regra geral. No entanto, Roberto Caparroz, menciona que embora seja um assunto ainda muito controverso, a interrupção da decadência prevista no art. 173, II, do CTN, decorre da anulação do lançamento por vício formal. 
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.2. Prescrição
A prescrição diz respeito a possibilidade de cobrança do crédito tributário, prevista no art. 174 do CTN.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
        I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; 
        II - pelo protesto judicial;
        III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
        IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.2.1. Conceito e Função
“Opera-se a prescrição quando a Fazenda pública não propõe no prazo legalmente estipulado, a ação de execução fiscal para obter a satisfação coativa do crédito”. (Alexandre, 2017, p. 455)
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.2.2. Termo inicial da prescrição
O prazo prescricional só terá início quando não houver qualquer impedimento a atuação à atuação estatal, o que enseja em algumas situações.
a) Quando se tratar de lançamento de ofício, por meio de auto de infração, o crédito será devidamente constituído quando ocorrer o encerramento do processo administrativo do qual o sujeito passivo impugnou sua exigência;
Se o sujeito passivo não impugnar, o prazo prescricional iniciará no primeiro dia seguinte ao do vencimento para pagamento do tributo, ou seja, na data limite para apresentação da defesa.
b) No caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo prescricional tem início na data de entrega da declaração, se coincidir com o início da exigibilidade do crédito. 
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4.2.2. Termo inicial da prescrição
O prazo prescricional só terá início quando não houver qualquer impedimento a atuação à atuação estatal, o que enseja em algumas situações.
A apresentação pelo contribuinte de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) ou de Guia de Informação e apuração do ICMS (GIA), ou qualquer outra declaração dessa natureza prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando qualquer outra providência por parte do fisco (Súmula 436 do STJ).
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.2.3. Suspensão ou impedimento da prescrição
O prazo fica sem fluir durante o tempo em que durar a respectiva causa de suspensão, voltando ao seu curso normal quando cessar a causa suspensiva apenas pelo que lhe faltava. Exemplo: Imagine que o prazo é de 5 anos e foram cumpridos 3 anos. Havendo suspensão, o prazo volta a fluir até completar os 2 anos restantes.
Essa regra também se aplica ao parcelamento, remissão, isenção e a anistia, obtidos em caráter individual com base em procedimento fraudulento.
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.2.3. Suspensão ou impedimento da prescrição
Obs.: Na hipótese do parágrafo único do art. 155 do CTN, durante o tempo decorrido entre a concessão de moratória em caráter individual obtida de maneira fraudulenta e a sua revogação, não corre a prescrição. O que acontece é a suspensão do prazo prescricional no período. 
Concessão de moratória em caráter individual obtida de maneira fraudulenta 
Revogação
Suspensão do prazo prescricional
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.2.3. Suspensão ou impedimento da prescrição
Além dessas hipóteses, todos os casos em que a exigibilidade do crédito tributário está suspensa (CTN, art. 151), também estará suspenso o prazo prescricional. 
O art. 2, §3º da Lei 6.830/80 (LEF), prevê que a inscrição do crédito tributário em dívida ativa suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo”. 
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.2.3. Suspensão ou impedimento da prescrição
O art. 40 da Lei de Execuções Fiscais, prevê a suspensão do prazo prescricional nas seguintes hipóteses:
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda Pública.
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos para prosseguimento da execução.
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato. § 5o A manifestação prévia da Fazenda Pública prevista no § 4o deste artigo será dispensada no caso de cobranças judiciais cujo valor seja inferior ao mínimo fixado por ato do Ministro de Estado da Fazenda. 
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Decadência e Prescrição Tributárias
4.2.4. Interrupção da Prescrição
A interrupção ocorrerá nas hipóteses do parágrafo único do art. 174 do CTN.
  Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
        I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal;
        II - pelo protesto judicial;
        III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
        IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe emreconhecimento do débito pelo devedor.
A ocorrência de qualquer uma dessas situações interrompe o prazo que será contato do zero.
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Decadência e Prescrição Tributárias
 
4.2.4. Prescrição Intercorrente 
Ocorro quando o credor, mesmo depois do início da ação executiva de cobrança, permanece inerte por tempo superior ao previsto em lei. A Súmula 314 do STJ pacificou o entendimento de que o art. 40 da LEF deve estar em harmonia com o art. 174 do CTN, devendo prevalecer o art. 170 do CTN em caso de colisão normativa.
SÚMULA 314 -
Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente.
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Exercício de Fixação
1) (FADESP - 2017 - Câmara de Capanema - PA - Procurador Jurídico) Sobre o processo legislativo tributário e os prazos prescricionais e decadenciais, é correto afirmar que
os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prazos prescricionais e decadenciais dos créditos tributários ali previstos, são constitucionais.
os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prazos prescricionais e decadenciais dos créditos tributários ali previstos, são constitucionais porque previstos em Lei Ordinária.
é a Lei Ordinária que tem competência para prever prazos prescricionais e decadenciais em matéria tributária.
é a Lei Complementar, e não a Lei Ordinária, que tem competência para prever prazos decadenciais e prescricionais em matéria tributária, daí porque a Lei nº 8.212/1991 teve seus artigos 45 e 46 declarados inconstitucionais. É a Lei Complementar, e não a Lei Ordinária, que tem competência para prever prazos decadenciais e prescricionais em matéria tributária, daí porque a Lei nº 8.212/1991 teve seus artigos 45 e 46 declarados inconstitucionais.
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Exclusão do Crédito Tributário
5. Exclusão do crédito tributário 
Excluir o crédito tributário significa impedir a sua constituição, ou seja, nasce o fato gerador e com ele a obrigação tributária, mas não pode haver o lançamento de modo que consequentemente não surgirá o crédito tributário. O efeito disso é que não haverá uma obrigação de pagamento.
Obrigação tributária
Fato gerador
Lançamento
Crédito tributário
Exclusão
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Exclusão do Crédito Tributário
5.2. Isenção
5.2.1. Conceito e função
A isenção tem como principal função excluir o crédito tributário referente ao tributo. Consiste na dispensa legal do pagamento do tributo devido. O que não significa dizer que seja causa de não incidência tributária, pois mesmo com a isenção os fatos geradores continuam existindo dando surgimento a obrigação tributária. Por outro lado, o que o irá ser excluído é a etapa do lançamento e consequentemente a constituição do crédito tributário.
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Exclusão do Crédito Tributário
5.2. Isenção
5.2.1. Conceito e função
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Sempre decorrente de lei que especificará as condições, o prazo de duração e os tributos aos quais se aplica. (Art. 176, CTN).
“É a dispensa do tributo devido” (STF).
Existe o fato gerador, existe a obrigação tributária, mas houve uma dispensa por meio de um ato infraconstitucional.
Ocorre o Fato Gerador e a Obrigação Tributária. Não há o lançamento do Crédito Tributário. 
Poderá ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função das condições a ela peculiares.
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.2. Institutos afins
A interpretação não é extensiva às taxas e contribuições de melhorias e tributos instituídos posteriormente à sua concessão
Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:
 
I – às taxas e às contribuições de melhoria; 
II – aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
Exemplo: Se uma lei concede isenção de IPTU para determinada classe de contribuinte, não se pode presumir que estes também estarão isentos da taxa de coleta domiciliar de lixo ou da contribuição de melhoria em virtude de valorização decorrente de obra pública por ventura realizada. Se o Município quiser isentar tais tributos, deverá fazer por lei expressa, caso contrário, o pagamento será devido.
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Observação 1
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.2. Institutos afins
1. A isenção só poderá ser feita por intermédio de lei específica, como determina o art. 150, §6º da CF/88.
2. O art. 176 do CTN reafirma a ideia de que é necessário lei específica que trate das condições e requisitos necessários para a sua concessão, ainda que prevista em contrato.
Exemplo: Casos em que o governo visa atrair investimentos para o seu território, fazendo um acordo com empresas, segundo o qual o Poder Público em contrapartida, precisa conceder benefícios fiscais para entidades que se instalem em seu território. O pacto contratual por si só não terá o condão de isentar a entidade de cumprir sua obrigação, pois é imprescindível que haja lei específica para tratar do assunto.
z
Observação 2
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.2. Institutos afins
A isenção do crédito tributário não dispensa o pagamento das obrigações acessórias. 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I – a isenção; 
II – a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.
Obrigações acessórias:
Escriturar;
Emitir;
Informar.
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Observação 1
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.3. Classificações
Haverá isenções onerosas, geral e de caráter individual: 
As isenções onerosas: são aquelas que não trazem apenas o bônus da dispensa legal do pagamento, mas também algum ônus como condição para o seu gozo (CTN, art. 178).
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
z
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.3. Classificações
Isenções onerosas.
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
Regra: A isenção pode ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo.
FG
OT
Lei Isentiva
Lei Revogadora
Efeitos Imediatos
z
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.3. Classificações
Exceção I: art. 104, III. CTN Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
Patrimônio: 
– Federal: ITR e IGF. 
– Estadual: ITCD e IPVA. 
– Municipal: ITBI e IPTU. 
Renda – IR.
z
Isenções onerosas.
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.3. Classificações
Exceção II: Art. 178 – A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 1975)
Isenção por prazo certo E determinadas condições: irrevogável, pois trata- -se de direito adquirido.
Exemplo: Imagine uma lei que conceda a isenção de ICMS por dez anos (prazo certo) para empresas que se instalarem no interior de Pernambuco e produzam mamona destinada a produção de biodiesel (condições). A empresa que cumpriu os requisitos durante a vigência da lei concessionária tem direito adquirido à isenção que não pode ser revogada.
Súmula n. 544, STF. “Isenções concedidas sob condição onerosa não podem ser livremente suprimidas". 
– Geram direito adquirido
z
Isenções onerosas.
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.3. Classificações
Observação: Perda da condição de isento é não cumprir algum requisito para estar isento. Não se pode confundir revogação da isenção onerosa (impossível por conta da proteção ao direito adquirido) com revogação da lei concessória de isenção onerosa (possível, pois não sepode impedir o parlamento de revogar uma lei).
Atenção! A revogação da lei concessiva de isenção onerosa não tem o condão de prejudicar quem já cumpriu os requisitos para o gozo do benefício legal, mas impede o gozo daqueles que não tinham cumprido tais requisitos na data da revogação da lei.
z
Isenções onerosas.
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.3. Classificações
Revogação de isenção
Perda de condição ou isento
Lei
Descumpriu algum objetivo
Imediatos
1º de janeiro do exercício seguinte
Direito Adquirido
Efeitos Imediatos
z
Isenções onerosas.
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.3. Classificações
Haverá isenções onerosas, geral e de caráter individual: 
A isenção concedida em caráter geral: ocorre quando o benefício atinge a generalidade dos sujeitos passivos, sem necessidade de comprovação por parte desses de alguma característica pessoal especial.
Exemplo: A isenção do imposto de renda incidente sobre os rendimentos da caderneta de poupança.
Isenção Concedida em caráter geral
z
Exclusão do Crédito Tributário
5.2.3. Classificações
Haverá isenções onerosas, geral e de caráter individual: 
A isenção em caráter individual: ocorre quando a lei restringir a abrangência do benefício às pessoas que preencham determinados requisitos de forma que o gozo dependerá de requerimento formulado à Administração Tributária no qual se comprove o cumprimento dos pressupostos legais (STJ – REsp. 196.473)
Exemplo: Imagine que a isenção do IPI e o IOF foi concedida aos deficientes físicos para que adquiram veículos adaptados às suas necessidades especiais. Nesse caso o gozo do benefício depende da comprovação da condição pessoa de deficiente físico.
Isenção Concedida em caráter individual
z
Exclusão do Crédito Tributário
5.3. Anistia
É o perdão legal de infrações, tendo como consequência a proibição de que sejam lançadas as respectivas penalidades pecuniárias.
– perdão da multa. 
 Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
II – a anistia. 
Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: 
I – aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; 
II – salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
z
Exclusão do Crédito Tributário
5.3. Anistia
Observação!
Há casos em que a conduta definida em lei como infração tributária, também está tipificada na lei penal como crime ou contravenção. Nesses termos, em razão da gravidade, o CTN proíbe que o infrator seja beneficiado pelo instituto da anistia.
z
Exclusão do Crédito Tributário
5.3. Anistia
Observação!
Art. 180. II – salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
Seguindo a lógica, o conluio seria a primeira hipótese que proibiria a concessão da anistia, já que sempre acontece de forma dolosa. No entanto, a lei dispõe: “salvo disposição em contrário”; o que permite, teoricamente, a concessão da anistia para um dos comportamentos dolosos do Art. 180.
z
Exclusão do Crédito Tributário
5.3. Anistia
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Existem o crime e a contravenção na esfera penal e a infração na esfera tributária. É para a infração que há a penalidade de multa, e é para essa multa que existe a dispensa.
Ao ser dispensada a multa, tem-se uma situação excepcional, que é justamente não cobrar aquilo que é devido.
Obs.: O benefício da anistia aplica-se após as infrações já cometidas e antes do lançamento da penalidade pecuniária.
Isso porque se o crédito já foi devidamente constituído e nesse caso a dispensa só poderá ser realizada mediante remissão.
Exclusão do Crédito Tributário
5.3. Anistia
Art. 181. A anistia pode ser concedida:
I – em caráter geral;
II – limitadamente:
às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; 
 a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão.
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Exclusão do Crédito Tributário
5.3. Anistia
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Assim como a isenção, a anistia em caráter individual passa por despacho de uma autoridade administrativa.
Anistia em caráter geral: somente em matéria reservada a lei.
Anistia em caráter individual: a lei prevê anistia e o despacho autorizativo de uma autoridade administrativa concede a isenção.
Exclusão do Crédito Tributário
5.3. Anistia
Para se dar o despacho, deve ter sido feito um prévio requerimento. Será analisado o cumprimento dos requisitos e então é despachado dando o direito. Esse direito não é adquirido, pode ser revogado. 
Art. 182, CTN.
Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.
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Exercício de Fixação
( FCC - 2010 - AL-SP – Procurador) Em tema de exclusão do Crédito tributário, é correto afirmar:
A anistia abrange as infrações cometidas antes ou depois da vigência da lei que a concede, aplicando- se aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções.
A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
A anistia somente pode ser concedida em caráter geral e ilimitadamente às infrações da legislação relativa a determinado tributo, porém com prazo certo e determinado.
A isenção não pode, em qualquer caso, ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, sob pena de violação do princípio da igualdade tributária.
A exclusão do crédito tributário dispensa ilimitadamente o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente.
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Exercício de Fixação
2) (INSTITUTO AOCP - 2016 - Câmara de Rio Branco - AC - Procurador) Um Município criou uma lei que isenta os cidadãos aposentados do pagamento de IPTU. Tal hipótese fática trata-se de:
Hipótese de não incidência.
Exclusão do Crédito Tributário.
Suspensão do Crédito Tributário.
Imunidade Tributária.
Remissão de Crédito Tributário.
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Exercício de Fixação
3) (Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - 2012 - CDURP - Advogado Júnior) A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão, por:
Intimação judicial.
Edição de decreto.
Determinação do Ministério Público.
Despacho da autoridade administrativa.
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Revisão
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Suspensão do crédito tributário
Extinção do Crédito Tributário
Exclusão do Crédito Tributário
Art. 151 + 206, CTN;
Parcelamento;
Moratória;
Depósito;
Reclamações / Recursos Administrativos;
Liminar MS
Antecipação de Tutela
Art. 156 + 205 CTN;
Art. 175 + 205 CTN;
Anistia;
Isenção;
Acontecimentos que dão fim ao crédito tributário
11 hipóteses;
Torna o crédito tributário temporariamente inexigível;
Impede a constituição do crédito tributário;
Exercício de Fixação
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