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Bases Bioquímicas da Terapia de Reposição Hormonal em Mulheres Pós Menopausa. Discentes: Brenda Santarém Fachetti; Jonhy Cleber Rodrigues de Souza; Marcus Vinícius da Silva Castro; Tayssa dos Santos Marcedo. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS FACULDADE DE BIOMEDICINA DISCIPLINA: ACD II 2021/Belém-PA 1 - HORMÔNIOS E MUDANÇAS BIOLÓGICAS 1.1 - EIXO CLÁSSICO: HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÀRIO (HHO) 1.1.1 Hormônio do crescimento (GH) Responsável pela regulação dos sistema reprodutor feminino e suas múltiplas funções; Importante para o crescimento desde os primeiros anos de vida até a oclusão da cartilagem óssea (epífise). 1 – HORMÔNIOS E MUDANÇAS BIOLÓGICAS 1.1 - EIXO CLÁSSICO: HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-OVÀRIO (HHO) 1.1.2 Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e Hormônio Luteinizante (LH) O FSH estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos e a produção de estrogênio. O LH, que promove a ovulação e induz a produção de progesterona. O FSH e LH liberam o óvulo durante o ciclo. 1 – HORMÔNIOS E MUDANÇAS BIOLÓGICAS 1 – HORMÔNIOS E MUDANÇAS BIOLÓGICAS 1.1.3 Regulação do eixo hipotálamo-hipófise-ovário 1.2 - DIMINUIÇÃO DOS NÍVEIS HORMONAIS Parte do processo natural e espontâneo de envelhecimento; Diminuição progressiva da atividade ovariana (Estradiol, estrona e estriol); Hipoestrogenismo; Climatério, fase de transição entre as fases reprodutiva e não reprodutiva; Esgotamento dos folículos ovarianos; Diminuição da produção de estrogênio que leva a menopausa. 2 FASES DO CLIMATÉRIO 2.1. PERIMENOPAUSA 1° fase do climatério; Alterações endocrinológicas, biológicas e clínicas; Diminuição gradual do estrogênio. Sintomas: insônia, aumento de peso, alterações de humor, secura vaginal e diminuição da libido. Ondas de calor Dor de cabeça Alterações de humor 2 FASES DO CLIMATÉRIO 2.2 MENOPAUSA 12 meses consecutivos de amenorreia; Não existe um marcador biológico; Os ovários produzem pouco estrogênio; Novos óvulos não são mais liberados. 2 FASES DO CLIMATÉRIO 3 PÓS-MENOPAUSA Tempo após o evento da menopausa; Sintomas da menopausa podem piorar; Existem várias complicações de saúde associadas à pós-menopausa. 3 MENOPAUSA Natural X Artificial Gradativa e de acordo com cada organismo. Remoção cirúrgica dos ovários - com ou sem histerectomia; Após a ablação iatrogênica dos ovários; Por quimioterapia ou radiação. 3.1 3 MENOPAUSA 3.2 MENOPAUSA PRECOCE idade da mulher < Padrões da sociedade - Ref: 40 anos Doenças auto imunes; induzida por patologia médica Alterações genéticas; Medicação irradiação; Cirurgia. 4 DIAGNÓSTICO DA MENOPAUSA 4.1 DIAGNOSTICO Clínico; Histórico; Entre os 45 e os 52 anos de idade; Amenorreia de pelo menos um ano - sem que se identifiquem outras causas para a amenorreia; Irregularidades na menstruação; Perturbações vasomotoras. Laboratorialmente: Níveis baixos de estradiol e níveis altos de hormônio folículoestimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH). 4 DIAGNÓSTICO DA MENOPAUSA 4.2 DOSEAMENTOS HORMONAIS Menopausa precoce: o diagnóstico de menopausa é confirmado se o doseamento de FSH>40mlU/ml e estradiol <20-30pg/ml; Nas mulheres peri-menopáusicas a fazer contracepção oral: proceder aos doseamentos de FSH e estradiol, 20 dias após a suspensão da pílula. Em mulheres histerectomizadas que mantiveram os ovários, quando não existem sintomas compatíveis com a menopausa. 5 ALTERAÇÕES DECORRENTES DA MENOPAUSA 5.1 Fisiológicas, Comportamentais e Patológicas PADRÃO HORMONAL FEMININO 4 ALTERAÇÕES DECORRENTES DA MENOPAUSA 4.2 PADRÃO CITOLÓGICO Normal Esquema representativo das células escamosas que compõem os três extratos do epitélio escamoso estratificado. Célula parabasal com núcleo grande e citoplasma escasso e célula intermediária com citoplasma mais abundante e núcleo relativamente menor. 4 ALTERAÇÕES DECORRENTES DA MENOPAUSA Padrão Citológico e Mudanças Comportamentais Pós Menopausa Células parabasais em esfregaço atrófico, característico da fase pós-menopausa 5 TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) A Terapia de Reposição Hormonal (TRH), realizada com estrógenos, progestógenos e sua associação, tem indicação no controle de manifestações vasomotoras e urogenitais decorrentes do decréscimo de produção de hormônios ovarianos, principalmente estradiol e progesterona. O uso da combinação de estrógeno e progesterona foi avaliado em estudos observacionais que sugeriram inúmeros benefícios da suplementação hormonal, como a prevenção de doenças cardiovasculares, osteoporose e declínio cognitivo. As vantagens associadas à TRH levaram à ampla e irrestrita prescrição dos fármacos. E ainda, a terapia de reposição passou a ser vista como solução de muitos dos problemas da mulher em processo de envelhecimento. 5 TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) 5.1 MUDANÇAS A PARTIR DA TRH Em sintomas vasomotores: os progestágenos isolados também se mostraram benéficos no tratamento dos sintomas vasomotores. Os fogachos são os sintomas menopausais mais frequentes, afetando 60% a 80% das mulheres. Em sintomas urogenitais: os estrógenos têm se mostrado úteis no controle de ressecamento da mucosa vaginal e dispareunia associados à deficiência hormonal na menopausa. Em sintomas de osteoporose pós menopausa: o estrogênio isolado ou associado à progesterona é eficaz na prevenção da perda óssea associada à menopausa e na redução da incidência de fratura vertebral e não vertebral. Em relação ao câncer de colo uterino: a reposição estroprogestativa reduz o risco de câncer de cólon. Várias observações demonstram que o tecido colônico é hormonalmente influenciado, o estrógeno decresce a concentração de ácidos biliares, os quais se acredita promoverem alterações malignas no cólon. A menopausa pode ser considerada fator de risco para a doença arterial coronária em mulheres devido a efeitos potenciais da senescência ovariana sobre a função cardíaca, pressão arterial e alguns parâmetros metabólicos. 5 TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) 5.2 QUALIDADE DE VIDA A transição menopausal e os anos subsequentes podem estar associados a um declínio considerável na qualidade de vida decorrente da diminuição dos níveis de estrogênio circulantes. A terapia de reposição promove melhora da qualidade de vida à medida que diminuem os sintomas vasomotores, a insônia e a labilidade de humor nas mulheres sintomáticas. 5 TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) 5.3 VIA DE ADMINISTRAÇÃO Quando administrados por via não oral: impedem o metabolismo de primeira passagem pelo fígado, ocasionando menor estímulo das proteínas hepáticas e fatores de coagulação, o que pode ser mais favorável em termos de risco cardiovascular e fenômenos tromboembólicos - O risco de tromboembolismo venoso se mostrou menor quando usado o estradiol por via transdérmica comparado com o estradiol por via oral. Quando administrados por via oral: acarreta um maior impacto na redução dos níveis do colesterol LDL. Quando administrados por via trans vaginal: a progestagênios acarreta concentrações locais adequadas e boa proteção endometrial com níveis sistêmicos do progestágeno menores - A combinação do uso não oral do estradiol combinado ao progestágeno intrauterino pode melhorar a aderência e minimizar os riscos da TRH. 5 TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) 5.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ESTRÓGENOS Sintéticos Os principais são mestranol, quinestrol e dietilestilbestrol - Efeito no fígado acentuado, levando-o à produção de proteínas como SHBG, substrato de renina e outras, às vezes indesejáveis. Por esse motivo, embora exerça efeito no osso, seu uso é restrito aos anticoncepcionais orais. Naturais Os mais frequentemente utilizados na TRH são os estrogênios conjugados e o estradiol transdérmico ou percutâneo, seguidos pelo valerianato de estradiol e o estradiolmicronizado. Quando administrados por via oral, todos resultam em níveis mais elevados de estrona e seus conjugados do que de estradiol. O estriol, apesar de provocar poucos efeitos colaterais, não previne a perda de massa óssea. Progestagênios A associação do progestágeno ao estrógeno é obrigatória em pacientes com útero intacto ou em pacientes com histerectomia parcial em que existe resíduo de cavidade endometrial. A indicação primária da adição do progestágeno à estrogenoterapia refere-se à proteção endometrial contra a hiperplasia e o adenocarcinoma associados à reposição isolada de estrógeno. 5 TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) 5.4 TERAPIAS ALTERNATIVAS Tibolona A Tibolona é um esteróide sintético aprovado em 90 países para tratar os sintomas menopausais, incluindo Europa e Austrália, e em 45 países, está aprovado para prevenção de osteoporose. A tibolona alivia os sintomas vasomotores, melhora a atrofia urogenital, previne a perda de massa óssea e acarreta aumento da densidade óssea. Devido ao seu perfil androgênico, pode melhorar a libido e elevar os níveis de LDL circulantes. Raloxifeno O raloxifeno exerce efeitos estrogênicos no osso e lípides e antiestrogênicos na mama, no útero, no epitélio vaginal. Há melhora na densidade mineral óssea e reduz a incidência de fratura vertebral, mas não reduz a não vertebral. À semelhança do estrógeno, aumenta o risco de acidente vascular cerebral e de tromboembolismo. Como resultado de suas ações antiestrogênicas, o raloxifeno reduz a incidência de câncer de mama e endométrio, entretanto piora os sintomas vasomotores. 5 TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) 5.5 CONTRAINDICAÇÕES À ESTROGENOTERAPIA Ainda são considerados como contra indicações: câncer de mama, câncer de endométrio, tromboembolismo agudo, hepatopatia aguda e/ou grave, cardiopatia grave e sangramento uterino sem causa diagnosticada. 5 TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL (TRH) 5.6 QUANDO COMEÇAR E QUANDO PARAR A TRH A análise de estudos indica que a TRH deve ser administrada precocemente, na perimenopausa, em um grupo alvo entre 50 e 59 anos de idade. Nessa população, a TRH pode conferir proteção cardiovascular, ao passo que o início em idade avançada, após 10 anos sem estrógeno endógeno, pode ser prejudicial. Para a reposição com estrogênio isolado, existe maior flexibilidade quanto ao tempo de uso. Mulheres acima dos 60 anos de idade não devem iniciar a TRH. A mulher de 50 a 59 anos ou com menos de 10 anos de menopausa é o grupo alvo e representa a faixa de mulheres na qual os benefícios na grande maioria das vezes superam os riscos.
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