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Principios do Direito Tributario

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PRINCÍPIOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
1) Legalidade tributária: surgiu com a Carta Magna Inglesa, de 1215, do 
Rei João Sem Terra. Também estava presente na Revolução Francesa, e 
Independência dos EUA. 
Foi por razões tributárias que nasceu o Estado moderno de Direito. O 
princípio da legalidade tributária é fundamento de toda tributação, sem o qual não há 
como se falar em Direto Tributário. É um princípio fundante dos demais, irradiando 
uma carga valorativa de calibragem, modulando a convívio do Fisco versus 
contribuinte. 
Está estabelecido no Art. 5º, II, CF: “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de 
fazer alguma coisa senão em virtude de lei”; e também, no Art. 150, I da CF 
(vedação ao Fisco de exigir tributo sem lei). 
O princípio da legalidade atua de dois modos diferentes: para os entes 
públicos, a lei serve para permitir e autoriza-los e atuarem; para os entes privados, o 
que prevalece é a liberdade, sendo que a lei serve para limitar sua atuação, 
proibindo alguma conduta. 
Se o tributo é o veículo de invasão patrimonial, isso deve ocorrer segundo a 
vontade popular, por meio do Poder Legislativo. 
A ideia é que, sendo a lei uma expressão da vontade coletiva, a legalidade 
significa o povo tributando a si mesmo, de forma que não seja opressiva, haja vista 
que o povo não vai oprimir a si mesmo. 
A maioria dos tributos deve ser instituída por meio de lei ordinária (maioria 
simples dos votos → metade dos presentes + 1), mas, excepcionalmente, alguns 
tributos devem ser instituídos por meio de lei complementar (maioria absoluta – 
metade + 1 de todos os membros da Casa Legislativa), como o Imposto sobre 
Grandes Fortunas – IOF e empréstimos compulsórios, por exemplo. Não há 
hierarquia entre esses tipos de lei. 
A aprovação de uma lei complementar demanda mais esforço, mas também 
torna a matéria mais estável em face de eventual tentativa de modificação ulterior. 
 
Congresso Nacional 
Senado Federal 
81 senadores 
(representa 27 unidades 
Câmara dos Deputados 
513 deputados 
(representam o povo) 
 
 
 
 
federativas – 26 estados + D.F.) 
 
É importante que a lei tributária estabeleça todos os elementos configurados 
da relação tributária: quanto se deve pagar quem deverá pagar, por que pagar, 
sanção pelo não pagamento, etc. Então, a lei deverá fixar a alíquota, a base de 
cálculo, o sujeito passivo, a multa e o fato gerador. 
Entretanto, é entendimento do Supremo Tribunal Federal – STF, que o prazo 
para pagamento do tributo pode ser fixado por norma infra-legal, como uma portaria, 
por exemplo. Todavia, tal tema ainda é controverso. 
Há exceção à legalidade quanto a majoração e redução das alíquotas por ato 
do Poder Executivo Federal, que normalmente, se dá por decreto presidencial ou 
portaria do Ministério da Fazenda. Isso acontece em quatro impostos federais: 
1) Imposto sobre Importação – II. 
2) Imposto sobre Exportação – IE. 
3) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. 
4) Imposto sobre Operações de Crédito (Câmbio e Seguros) – IOF. 
São impostos que afetam diretamente a economia. Então, são tributos que 
tem finalidade além da fiscal (arrecadação). Por isso, são considerados tributos 
extrafiscais. 
2) Princípio da anterioridade: a ideia é regular os efeitos do tributo ao 
longo do tempo. Serve apenas para o aumento do tributo, nunca em relação à sua 
extinção ou diminuição. Se desdobra em dois: anterioridade anual (os entes 
tributários não podem cobrar o tributo no mesmo exercício financeiro em que tenha 
sido publicada a lei); e anterioridade nonagesimal (os tributos somente poderão ser 
cobrados em, no mínimo, 90 dias após a publicação da lei). Ambas as regras são 
aplicadas conjuntamente. Lembrando que os tributos extrafiscais são exceções ao 
princípio da anterioridade. 
3) Princípio da isonomia: é decorrência do princípio geral da igualdade 
material. Portanto, é vedada instituir tratamento desigual aos contribuintes que estão 
na mesma condição. Desse princípio cria-se um subprincípio, o da capacidade 
contributiva, em que os indivíduos devem contribuir de acordo com sua capacidade. 
4) Princípio da irretroatividade tributária: quando uma lei criar tributo novo, 
sua cobrança somente se dará deste ponto pra frente. O que passou não pode ser 
considerado fato gerador do tributo. 
 
 
 
 
5) Princípio da vedação ao confisco: confisco é o ato pela qual se 
apreendem e transfere ao fisco bens pertencentes a outrem. Portanto, o tributo pago 
não pode ultrapassar a capacidade contributiva do contribuinte. O Estado não pode 
possuir indevidamente bens do contribuinte. 
6) Princípio da não limitação ao tráfego de pessoas e bens e ressalva do 
pedágio: o tributo não pode limitar o tráfego de pessoas e de bens em nível 
intermunicipal e interestadual. O que se protege é a liberdade da locomoção prevista 
na CF. Todavia, há exceção quanto a cobrança do pedágio (tarifa), que ocorre em 
contrapartida a conservação das vias pelo Poder Público. 
 
Proposta para debate: 
 
Disserte sobre o princípio da legalidade na cobrança de tributos. 
 
 
Situação prática: 
Uma nova lei publicada em novembro de 2016, estabeleceu a cobrança de um tributo sobre 
os bens das pessoas que se aposentaram a partir de 2012. A ideia do Legislativo é que a pessoa 
conseguiu juntar bens ao longo da vida e “ganhou a aposentadoria”. Por isso, deve contribuir com o 
Estado. Além disso, a lei não estabelece quantidade de bens que o aposentado deve ter. Ou seja, é 
aplicada independentemente da riqueza do contribuinte. Você concorda com isso? Justifique, 
encontrando possíveis soluções.

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