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Atividade Financeira do Estado

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Atividade Financeira do Estado e Necessidades Públicas (revisão)
A finalidade do estado é realizar o bem comum e para isso é necessário que ele satisfaça as necessidades públicas. As necessidades públicas são as necessidades coletivas previstas em lei (CF/88). Para chegar ao seu objetivo o Estado executa atividades meio e atividades fim, sendo as atividades fim os serviços públicos, a intervenção no domínio econômico e o exercício do poder de polícia e as atividades meio todas aquelas que não estão diretamente ligadas com a prestação de serviços públicos, com a intervenção no domínio econômico ou com o exercício do poder de polícia.
A atividade financeira do estado é a mais importante das atividades meio, ela diz respeito a todos os atos jurídicos praticados pelo Estado no processo de obtenção de receitas necessárias ao custeamento das necessidades públicas, diz respeito também a despesa, ao orçamento e ao crédito público.
O direito financeiro se ocupa da receita, da despesa, do orçamento e do crédito público enquanto o direito tributário apenas se ocupa da Receita pública e, aquelas relativas aos tributos e seus acessórios.
Definição de Tributos
“Art. 3.º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.
5 Características essenciais dos tributos
1. É prestação pecuniária: Significa que é prestação feita em moeda, mas tem uma exceção acrescentada pela lei complementar 104/2001 que permite a dação em pagamento de bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário.
2. É prestação compulsória: É cobrada pelo Estado, no uso de seu poder de império. O dever de pagá-lo é, portanto, imposto pela lei, sendo irrelevante a vontade das partes. A receita pública pode ser originária (voluntária) ou derivada (obrigatória), um exemplo de receita voluntária são os aluguéis recebidos pelo Estado e exemplos de receitas derivadas são os tributos, as multas e o confisco.
3. É prestação que não se constitui como sanção: Apesar da multa e do tributo serem receitas derivadas, a multa é sanção por ato ilícito, enquanto o tributo não possui finalidade sancionatória, visto que, visa arrecadar e intervir em situações sociais econômicas
4. É prestação instituída em lei (princípio da legalidade): É uma regra sem exceções visto que o tributo só poderá ser criado por lei, seja ela complementar ou ordinária. Via de regra é sempre ordinária, mas comporta algumas exceções em que serão instituídos por lei complementar: 
 Imposto sobre grandes fortunas (IGF); Empréstimos Compulsórios;
 Impostos residuais; Contribuições residuais para a seguridade social
*Essa é uma regra sem exceção: o tributo só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou ato normativo de igual força (Medida Provisória). Isso decorre do princípio democrático; como a lei é aprovada pelos representantes do povo, pode-se dizer, ao menos teoricamente, que o povo só paga os tributos que aceitou pagar.
5. É prestação cobrada por atividade vinculada da administração pública: A cobrança de tributos não é ato discricionário, é um ato administrativo vinculado a lei, ou seja, é obrigatório. Significa que a autoridade competente pela cobrança do tributo não pode analisar se é conveniente, cobrar o tributo, ela simplesmente o faz. Além disso, a atividade de cobrar tributos não pode ser delegada a agentes privados.
O FGTS não é considerado tributo, segundo entendimento do STF.
Espécies Tributárias
Classificação Pentapartida
Impostos;
Taxas;
Contribuições de Melhoria;
Empréstimos Compulsórios;
Contribuições Especiais;
Como identificar a natureza jurídica de um tributo? (art. 4º, CTN)
1º Análise do fato gerador 
2º São irrelevantes as denominações, a destinação legal dos recursos e as demais características formais do tributo adotadas pela lei.
Para classificar qualquer tributo quanto ao fato gerador, deve-se perguntar “O Estado precisa realizar, para validar a cobrança, alguma atividade específica para o devedor?”
NÃO – sendo essa a resposta, o tributo não é vinculado a uma atividade estatal (imposto);
Os impostos têm por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, para exemplificar melhor temos que: Uma pessoa que adquire um automóvel, pagará IPVA; uma pessoa que presta serviços, passa a dever ISS; Uma pessoa que obtém rendimentos, passa a dever IR;
Conseguimos observar que o Estado não precisa prestar nenhuma atividade específica para que o contribuinte pague o imposto.
SIM – sendo essa a resposta, o tributo é vinculado a uma atividade estatal voltada ao contribuinte (Taxas e Contribuições de melhoria):
Já as taxas e contribuições de melhoria são, claramente, tributos vinculados a alguma atividade estatal. A CF deixa claro que, para a cobrança de uma taxa, o Estado precisa exercer o poder de polícia ou disponibilizar ao contribuinte um serviço público específico e divisível. Da mesma forma, para a cobrança da contribuição de melhoria é necessário que o ente estatal realize uma obra pública da qual decorra valorização imobiliária.
· Impostos: Os impostos são tributos não vinculados a determinada atividade estatal, significa que o Estado não precisa fornecer nenhum serviço em troca do pagamento de um determinado imposto. Além disso, os impostos são tributos de arrecadação não vinculada, significa que sua receita prestasse ao financiamento das atividades gerais do Estado, não podem ser gastos com despesas específicas (órgão, fundo ou despesa), são de gasto livre. Além disso, tem caráter contributivo.
A competência para instituição de impostos é atribuída pela CF de maneira enumerada e privativa a cada ente federado (rol, em princípio, exaustivo):
	
UNIÃO
	II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF
IMPOSTOS RESIDUAIS
IMPOSTO ESTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG)
	
ESTADOS
	
IPVA. ICMS, ITCD
	
MUNICÍPIOS
	
IPTU, ISS, ITBI
Exceções a arrecadação não vinculada dos impostos: são situações em que a CF autoriza a destinação de impostos para gastos específicos.
· Repartição Constitucional de impostos
· Destinações Constitucionais para a saúde (art. 198, parag. 2º, CF)
· Destinações Constitucionais para adm. tributária (art. 37, XXII)
· Prestações de garantias às operações de crédito por antecipação de receita orçamentárias (art. 165, parag. 8º, CF)
· Destinação de recursos para a prestação de garantia ou contragarantia à união e pagamento de débitos com esta (art. 165, parag. 4º, CF)
Impostos e o Princípio da capacidade contributiva
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (princípio da capacidade contributiva), a finalidade clara do dispositivo é dar concretude ao princípio da isonomia, tratando diferentemente quem é diferente (paga mais quem pode pagar mais).
Taxas: As taxas são tributos cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte, que pode consistir:
a) No exercício regular do poder de polícia (Taxa de polícia): 
b) Prestação ao contribuinte, ou colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível (Taxa de serviços):
A taxa é um tributo contraprestacional, pois quando se paga uma taxa, em contrapartida tem-se a prestação de um serviço público.
Exemplo: Pagar uma taxa para tirar passaporte; pagar taxa para tirar CNH...
O ente competente para instituir e cobrar a taxa é aquele que presta o respectivo serviço ou que exerce o respectivo poder de polícia.
a) Taxa de polícia: Tem por fato gerador o exercício regular (em consonância com a lei, obedecendo o devido processo legal e sem abuso ou desvio de poder) do poder de polícia (atividade administrativa), cuja fundamentação é o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, assim, o bem comum, pode justificar a restrição ou o condicionamento do exercício de direitos individuais.O Código tributário nacional (art. 78) conceitua poder de polícia como a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do poder público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Só se pode cobrar taxa de polícia pelo efetivo exercício desse poder, significa que só se poderá cobrar a taxa de polícia se houver efetiva fiscalização, no entanto o STF vem entendendo que a mera existência do órgão fiscalizador enseja a presunção do exercício do poder de polícia.
b) Taxas de Serviço: A criação dessas taxas só é possível mediante disponibilização de serviços públicos que se caracterizem pela divisibilidade e especificidade. Os serviços são específicos quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidades públicas, significa dizer que a taxa será específica quando o contribuinte sabe por qual serviço está pagando. Serão divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários, ou seja, estará presente a divisibilidade quando é possível ao Estado identificar os usuários do serviço a ser financiado com a taxa.
Dessa forma, o STF adota a classificação dos serviços públicos como gerais (impostos) e específicos (taxas), visto que nos serviços públicos gerais, o benefício abrange indistintamente toda população, sem destinatários identificáveis, diferentemente dos serviços públicos específicos em que os usuários são identificados.
Quanto a utilização as taxas podem ser:
a) De utilização efetiva: Referentes a serviços públicos efetivamente prestados e utilizados pelo contribuinte. Só pagará a taxa se tiver, de fato, utilizando o serviço.
b) De utilização potencial: São serviços meramente postos à disposição do contribuinte, aqui não se exige o uso efetivo do serviço, mas apenas que o serviço exista e seja oferecido ao contribuinte, que, usando ou não, a taxa será cobrada. O que ocorre nessa situação é que o serviço é definido em lei como de utilização compulsória, cabendo ao legislador, ao instituir a taxa, verificar se o serviço ultrapassa a fronteira dos interesses particulares, de forma que se fosse escolha do particular decidir por não utilizar esse serviço, o prejuízo se reverteria para a coletividade. Exemplo: Coleta de lixo.
Aspectos Gerais importantes:
É um tributo vinculado a lei;
É um tributo de arrecadação não vinculada como regra geral. Porém, a CF não proíbe a vinculação, logo a maioria acaba sendo vinculada a algum órgão, fundo ou despesa.
Exceção: existem taxas com arrecadação obrigatoriamente vinculada que são as taxas judiciárias (custas e emolumentos).
As taxas não podem ter fato gerador e base de cálculo próprio de impostos, nem podem ser calculadas com base no capital das empresas.
Súmula vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de UM OU MAIS elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que NÃO HAJA INTEGRAL IDENTIDADE entre uma base e outra.
Contribuição de melhoria: São tributos vinculados a realização de obra pública que venha a valorizar imóvel, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Sendo assim, o fato gerador desse tributo é a valorização de imóveis por obra pública.
A contribuição de melhoria só pode ser cobrada após a conclusão da obra, mas, no caso de a obra ser realizada em etapas e a parte da obra realizada tiver trago valorização a contribuição de melhoria poderá ser cobrada.
A base de cálculo utilizada para esse tributo será a diferença entre os valores inicial (antes da obra) e final (após a obra) do imóvel beneficiado.
Não se poderá instituir taxa quando for possível a instituição de contribuição de melhoria.
Limite total: O Estado não pode cobrar, a título de contribuição de melhoria, mais do que gastou na obra.
Limite individual: É o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
Para efetivação da cobrança é necessário a publicação prévia de vários elementos, entre eles:
a) Custo total da obra;
b) Montante que será financiado pela contribuição de melhoria;
c) Delimitação da área beneficiada;
d) Fator de absorção do benefício da valorização
A lei que instituir a contribuição de melhoria deve fixar regulamentação do processo administrativo para julgamento das impugnações.
O prazo mínimo para impugnação à cobrança não deve ser inferior a 30 dias.
A cobrança deve ser rateada em vários anos se o valor devido ultrapassar o limite de 3% do valor do imóvel.
Os impostos, Taxas e Contribuições de melhoria poderão ser instituídos pela União, pelos Estados, pelo DF e pelos municípios.
Empréstimos Compulsórios: Os empréstimos compulsórios são empréstimos forçados, porém restituíveis, a lei complementar instituidora do tributo deverá fixar prazo e condições da devolução. Verificada a ocorrência do fato gerador, surge a obrigação de “emprestar” dinheiro ao Estado.
Apenas a União poderá instituir esse tributo, ele será instituído obrigatoriamente por meio de lei complementar para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, pode também ser instituído no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. A aplicação dos recursos advindos desse tributo será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
Seus fatos geradores serão definidos na sua lei complementar instituidora e não obedece aos princípios da anterioridade e noventena no que diz respeito às situações de guerra e calamidade. Isso ocorre porque o legislador percebeu que nos casos de guerra e calamidade, há uma necessidade bem maior de celeridade, de rapidez na instituição e cobrança do tributo, nesse caso, poderá ser criado e cobrado imediatamente.
Contribuições Especiais: 
“É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, e cuja receita é juridicamente afetada à realização de finalidade determinada”.
A definição é semelhante à de imposto, sendo assim, Paulsen traz nova definição para o imposto em que acrescenta que os recursos dos impostos não são juridicamente afetados à realização de finalidade determinada.	
“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6.º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo”
a) Contribuições Sociais (GERAIS) (art. 149, CF);
b) Contribuições de intervenção no domínio econômico – CIDE (art. 149, CF);
c) Contribuições de Interesse de categorias profissionais ou econômicas (corporativas) (art. 149, CF);
d) Contribuição de iluminação Pública (art. 149 – A, CF);
e) Contribuições Sociais para a seguridade Social (art. 195, CF);
Seguridade Social Residual
Seguridade Social Geral
Contribuições para a Seguridade Social
Contribuições Sociais
Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico
Corporativas
Iluminação Pública (COSIP)
a) contribuições Sociais: É subespécie de contribuição especial, utilizada pela União, quando quer conseguir recursos tributários para atuar na área social. Segundo entendimento do STF, essa subespécie está sujeita a mais uma divisão, podendo ser classificadas como Contribuições de seguridade social quando destinadas a custear os serviços relacionados à saúde, previdência e assistência social (art. 194, CF); Outras contribuições Sociais que são as residuais previstas na CF em seu art. 195,parágrafo 4º e contribuições sociais gerais quando destinadas a algum outro tipo de atuação da União na área social.
I. Contribuições de seguridade Social: 
São citadas no art. 149, CF. mas encontram regras específicas no art. 195, CF. A seguridade social tem como subgrupo os direitos sociais da previdência, assistência e saúde, regidos por lei específica. Essas contribuições servem como espécie tributária criada para arrecadação de recursos para a manutenção desses direitos sociais específicos (PAS). Essas contribuições serão instituídas por lei ordinária, detendo as seguintes fontes de custeio:
a) Contribuições que o empregador pagará sobre: A folha de salários (contribuição social patronal sobre a folha – INSS patronal); A receita ou faturamento (PIS e COFINS); O lucro (CSLL).
b) Trabalhador e demais segurados: Contribuições descontadas dos trabalhadores e demais segurados para manutenção do regime geral de previdência Social (RGPS e INSS trabalhador);
c) Concurso de prognósticos: Incidirá contribuição sobre a receita desses concursos, entendidos como sorteios de números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, DF e Municipal, em resumo irá incidir sobre os jogos permitidos pela legislação.
d) Importador: Aplicáveis aos sujeitos que efetuam importação de mercadorias ou serviços. A intenção do legislador foi conceder ao importador o mesmo tratamento que o produtor de bens e serviços no Brasil recebe, incidindo-lhe também contribuições sociais (exemplo: COFINS-importação).
II. Contribuições Residuais: 
“A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I”. Têm relação direta com a competência Federal para criação de impostos residuais. Significa dizer que caso seja necessária a criação de novas fontes de custeio destinadas a contribuição social, essas novas fontes deverão respeitar os mesmos requisitos estipulados para a União quando da criação dos Impostos residuais, sejam eles: 
a) Edição de Lei Complementar;
b) Não cumulatividade;
c) Fato Gerador e Base de cálculos diferentes: Necessita de nova fonte de custeio, diversa das contribuições sociais da seguridade social já existentes e elencadas nos incisos.
III. Contribuições Sociais Genéricas:
Objetiva arrecadar recursos para serem empregados nas demais áreas sociais não contempladas pela seguridade social como por exemplo, educação, alimentação, trabalho...). De forma expressa, a CF. determinou a existência de 2 específicas contribuições sociais genéricas, quais sejam:
a) Salário educação (art. 212, parag. 5º, CF): “A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário educação, recolhida pelas empresas na forma da lei”. O salário educação foi validado pela súmula 732 do STF. (pode ser criada por lei ordinária/MP)
b) Serviços Sociais Autônomos: Contribuição instituída para reforçar o direito social do trabalho, para manutenção de instituições destinadas à qualificação profissional, como SESC, SENAI, SENAC, SESI. 
c) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE): A finalidade é predominantemente extrafiscal, a maior preocupação não está na arrecadação, mas sim na proteção do elemento social econômico. É de competência exclusiva da União e é utilizada como mecanismo de sua intervenção na área econômica e social. (pode ser criada por lei ordinária/MP)
Exemplos: CIDE-combustíveis, CIDE-royalties, CIDE-audiovisual, SEBRAE (STF)...
d) Contribuições Corporativas: A União é o ente competente para sua instituição, consiste em colocar receitas nessas entidades representantes de categorias profissionais, buscando a melhoria nas relações profissionais. Nessa espécie de contribuição haverá forte finalidade parafiscal, porque a União apenas cria a contribuição e as próprias categorias ficarão no papel de fiscalizar, executar e arrecadar. Dividem-se em 2 modalidades:
I. Contribuição Sindical: Visa a necessidade de manutenção dos Sindicatos de Trabalhadores, atuando de forma protetiva e fiscalizadora para melhorar a relação Laboral. Antes da reforma trabalhista essa contribuição era considerada de natureza trabalhista sendo obrigatória a todos os integrantes da respectiva categoria, no entanto, com o advento da Reforma trabalhista o pagamento passa a ser facultativo e isso o faz perder seu caráter de tributo, esse aspecto ainda está em discussão. Importante salientar que a diferença entre a contribuição sindical e a confederativa (exigível apenas dos filiados ao Sindicato respectivo) é que aquela tem natureza tributária, enquanto esta não tem.
II. Contribuição Anuidade: Instituídas para arrecadar receitas para a manutenção das entidades de representação e fiscalização de profissões regulamentadas. Como exemplo de profissão regulamentada tem as áreas da saúde que necessitarão pagar contribuições ao CRM, CRMV, CREA, CRECI, OAB...
e) Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP):
Não é mais considerada taxa por não possuir os requisitos da especialidade e da divisibilidade inerente as taxas (súmula vinculante 41). 
Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.
A competência para instituir é dos Municípios e do DF, sendo a arrecadação vinculada à manutenção desse serviço, significa que os valores obtidos somente serão utilizados com a manutenção da iluminação pública
Aspectos Gerais das Contribuições Especiais:
· São quase todos Federais, somente podendo a União instituí-los com exceção da contribuição de iluminação pública e a contribuição para previdência dos servidores dos municípios, estados e DF.
· São todas de arrecadação vinculada, significa que o valor arrecadado será usado exclusivamente com as despesas do tributo específico, com exceção do DRU que tem 30% das receitas liberadas.
· Podem ter Fato Gerador ou Base de Cálculo igual ao de Impostos.
· Não incidem sobre exportações, somente sobre importações.
· Exigem lei ordinária para sua constituição, exceto as Contribuições Residuais e a seguridade social que exigem Lei complementar.
· Podem ser monofásicas (incidência em uma única fase da circulação do produto ou serviço). Entretanto não há vedação para serem plurifásicas (incidem em múltiplas fases da circulação do produto ou serviço).
Competência Tributária (art’s. 6º, 7º e 8º e outros artigos da CF) Aula - 19/03
Dizem respeito as normas que estão na CF onde a CF confere o poder de tributar aos entes federativos, ou seja, é o poder que os entes (União, estados, Municípios, DF) possuem de instituir e cobrar tributos. A CF, embora tenha uma série de regras sobre tributação não cria esses tributos, o que ocorre são leis federais que criam tributos federais, leis estaduais que criam tributos estaduais e leis municipais que criam tributos municipais. O principal papel da CF é conferir competência aos entes políticos para que eles criem tributos, é conferir poder a esses entes de tirar uma parcela do direito de propriedade da sociedade em prol do bem comum.
Os tributos são criados por lei ordinária e tem 4 tipos que precisam de lei complementar;
A competência tributária é também um tipo de competência legislativa, porque se ela corresponde um poder de instituir tributos, poder conferido pela CF e esse tributo é constituído por lei, significa que a lei está permitindo que os entes legislem em matéria tributária.
Apenas os entes políticos (União, Estados, DF e Municípios) têm competência tributária, porque eles têm poder para legislar (só eles podem editar leis).
Território Federal não possui competência tributária (atualmente não temos, mas já tivemos), se caso no futuro nós viemos a ter território federal a área que for território federal poderá criar tributos,mas ainda assim se afirma que eles não têm competência tributária.
Essa competência não é um poder-dever, mas sim uma faculdade conferida pela CF aos entes políticos.
A CF divide a competência tributária e a maior fatia de poder de tributar fica com a União, tanto que ela é quem recebe a maior fatia dos tributos, a Constituição também dá a lista de tributos que cada ente poderá instituir mas os entes políticos NÃO SÃO obrigados a criar esses tributos, essa competência funciona mais como uma aptidão e não como obrigação, um exemplo disso é o imposto sobre grandes fortunas (IGF) que nunca foi criado. Mas ele ainda poderá ser criado, visto que, esse poder dado pela CF não tem tempo determinado para ser exercido. Também existem muitos municípios que não criaram impostos municipais, inclusive aqui em Pernambuco e o resultado disso é que os municípios acabam vivendo de repasse fiscal da união e os municípios vivem de forma precária.
A Lei de responsabilidade fiscal traz uma regra penalizando os estados e municípios que optarem por não criar todos os impostos que estão previstos na CF, essa penalização se dará de forma que esse estado ficará proibido de receber transferência/repasses voluntários da união; Isso ocorre pela lógica de que se os municípios não criaram impostos, então eles têm dinheiro sobrando, visto que, se precisassem teriam criado os impostos e cobrariam por eles.
Existem 2 tipos de verbas repassadas pela União, são as obrigatórias/necessárias (FPM), são determinadas pela Constituição e tem as voluntárias que são as que podem ser proibidas caso os municípios não criem todo os IMPOSTOS, não tributos, impostos.
Art. 7º CTN: 4 poderes são dados pela constituição 
1. Instituir (criar) o tributo, inclusive o poder de editar a lei que vai criar o tributo, é nesse momento que se nota a competência legislativa e esse poder será SEMPRE INDELEGÁVEL, significa que essa competência não poderá ser transferida de um ente para o outro;
Após a criação dos tributos a sua cobrança passa a ser obrigatória, visto que, ele está vinculado a lei! Mas também poderá ser enviada proposta para revogação de um tributo já existente.
Obs: existem tributos de receita partilhada, são tributos que tem as receitas divididas. Exemplo: O IPVA tem competência Estadual, mas 50% do valor arrecadado o estado é obrigado a dar ao município onde o carro for emplacado, temos que, mesmo nessa situação o município nunca poderá tomar para si a competência de instituir o tributo caso ele seja revogado.
2. Após a criação do tributo, tem-se a operacionalização (competência operacional) por meio de cobranças, fiscalização, execução de leis, atos e decisões em matéria tributária, é o momento que se constrange as pessoas a pagarem os tributos. Essas atribuições operacionais chamadas pela doutrina de capacidade tributária ativa é o conjunto de poderes que fazem parte da competência tributária, não envolvem a competência legislativa é que esse poder poderá ser delegado a outras pessoas jurídicas de direito público (União, Estados, Municípios e DF, Autarquia, Fundação);
Caso haja delegação da capacidade tributária ativa o ente que recebe a delegação tem poderes de arrecadar, fiscalizar e executar as normas e esse ente NÃO poderá instituir (criar leis, portarias, instrução, lei) sobre o imposto.
O ente que recebe a capacidade tributária ativa NÃO passa a ser dono do tributo, ele somente está arrecadando, fiscalizando... por período temporário enquanto o órgão dono do tributo não o pode fazer.
Existia antes em relação ao INSS (autarquia Federal), as cobranças para seguridade social (saúde, previdência, PIS, COFINS...), essas contribuições financiam os benefícios concedidos pelo INSS e há 10/12 anos atrás a União delegava para a administração do INSS a sua capacidade tributária ativa para que o INSS assumisse a gestão do processo de arrecadação, fiscalização... dos tributos. Significa que a própria União delegava para si mesma a cobrança de contribuições da seguridade social, com isso, existia um cargo de fiscal do INSS e esse fiscal cobrava as contribuições. Houve uma mudança na estrutura e a união não faz mais essa delegação, atualmente, foi criada a super receita federal, visto que a união além de arrecadar e fiscalizar os impostos passou a fazer o mesmo com as contribuições, os fiscais do INSS mudaram de cargo e passaram a ser fiscais da receita Federal mesmo sem concurso.
Significa que a delegação poderá ser DESFEITA, A QUALQUER MOMENTO, DE FORMA UNILATERAL.
Havendo delegação da capacidade tributária ativa, a arrecadação continua pertencendo ao ente original. No caso do ITR (imposto territorial rural), a CF permite ao município optar por cobrar e fiscalizar o imposto federal, ficando com 100% de sua arrecadação (ao invés de apenas 50%). NÃO É CASO TÍPICO DE DELEGAÇÃO.
O ITR é um dos tributos que a CF diz que é partilhada, ele é cobrado sob imóveis que estão em área rural e ele é federal, diferentemente do IPTU que é municipal, 50% do ITR tem que ser destinado ao município mas na CF diz que o município poderá optar pelas funções de arrecadar e fiscalizar que são funções que podem ser delegadas, só que no caso do ITR se o município pegar para si essas atribuições (o município que pode optar, não é a União que delega para ele) ele passa a ficar com a arrecadação integral (100%) dos imóveis rurais que estão na sua região.
A peculiaridade aqui é que o município que opta por ter a capacidade tributária ativa, sendo assim, não é caso de delegação pela União, mesmo que o ITR seja imposto de sua competência e outra peculiaridade é o fato de que o município receberá 100% do valor arrecadado.
Competência tributária – Aula 20/03
Espécies de competência 
Alguns autores não adotam essa classificação, alguns outros mudam os nomes, mas essa tende a ser a mais comum. É ideal saber quais tipos de tributos podem ser instituídos e cobrados por cada tipo de competência dessa, competência é o poder de instituir e cobrar tributos, sendo assim cada uma delas permite a instituição e cobrança de algum tributo. *Memorizar cada tributo de cada competência e saber, ainda, qual o ente competente pelo tributo (União, Estado, DF e Municípios) *. As competências mais importantes são a privativa e a comum, pois, quase todos os tributos são dessas competências.
1. Competência tributária privativa
É aquela competência em que a CF atribui tributos específicos a cada um dos entes federativos, são aqueles tributos exclusivos da união, estados e municípios.
Temos no âmbito da União o Imposto de importação, Imposto de Exportação, Imposto de Renda, Imposto sobre produtos industrializados, Imposto sobre operações financeiras, Imposto territorial rural, Imposto sobre grandes fortunas e Empréstimos Compulsórios e Contribuições Especiais (O termo contribuições especiais é proveniente da doutrina, dentro dele temos contribuições sociais, contribuições de interesse de categorias profissionais e econômicas, contribuições de intervenção no domínio econômico, contribuição de iluminação pública...) As contribuições foram pensadas para beneficiar a União, mas tem 2 casos de contribuições que não são federais que são as contribuições para previdência dos servidores)
Durante a prova, qualquer contribuição que não estiver contida no quadro como Estaduais ou Municipais serão da União.
No âmbito dos Estados o Imposto sobre veículos automotores (IPVA), o Imposto sobre transmissão causa mortis e doações e o Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, Contribuição para previdência dos servidores Estaduais.
No âmbito dos Municípios o Imposto sobre a propriedade territorial urbana, o imposto sobre transmissão de bens imóveis e o Imposto sobre serviços de qualquer natureza, Contribuição para previdência dos servidores municipais, Contribuição de iluminação Pública.
O DF tem competência cumulativa porque o DF não é dividido em municípios, então acumula os tributos dos Estados e dos Municípios.
	União
	Estados
	Municípios
	Distrito Federal
	· II
· IE
· IR
· IPI
· IOF
· ITR
· IGF
· EmpréstimosCompulsórios
· Contribuições Especiais
	· IPVA
· ITCD
· ICMS
· Contribuição para previdência dos servidores Estaduais
	· IPTU
· ITBI
· ISS
· Contribuição para previdência dos servidores municipais
· Contribuição de iluminação pública
	Tem competência cumulativa (Estados+Municípios)
As taxas e contribuições de melhoria não estão inclusas no quadro, pois, são de competência comum da União, Estados, DF e Municípios. 
2. Competência tributária Comum
Taxa e Contribuição de melhoria são as taxas de competência comum da União, dos Estados, do DF e dos Municípios. Aqui a técnica escolhida para separar quem teria competência sobre cada tributo foi feita de forma diferente, visto que, o Constituinte escolheu qual ente seria responsável por qual imposto mas no caso da taxa e das contribuições de melhoria essas especificações não ocorreram porque ambos os tributos são de natureza retributiva/contra prestacional então qualquer ente federativo pode fazê-lo e cobrar por eles.
3. Competência tributária residual
É a competência que permite a criação de novos tributos, porque as despesas do país podem vir a crescer no futuro e a partir disso surgiria a necessidade de criar tributos. Apenas a União tem essa competência de criar tributos para aumentar a arrecadação; aqui a criação é em época de guerra ou não. Podem criar impostos residuais ou Contribuições residuais. Esses tributos não são passageiros,
A criação dos tributos tem que respeitar alguns requisitos, que são complicados, mas não impossíveis.
1º requisito: Exigem lei complementar;
2º requisito: Os tributos não podem ser cumulativos. Existem tributos (exemplo: ICMS e IPI) que são cobrados várias vezes, são cobrados em todas as operações em que passam, mas o comerciante contribuinte pode descontar os valores, realizando o pagamento apenas uma vez, assim reduz-se a carga tributária. Essa regra deve ser obedecida na criação de tributos residuais.
3º requisito: O novo imposto/Contribuição precisa ser inédito, não pode ser cópia de outro já existente, outro que já tenha aquele fato gerador/base de cálculo.
4. Competência tributária extraordinária
É a competência que autoriza a união a inventar novos impostos em época de guerra, visto que, em época de guerra a arrecadação normalmente não é suficiente. 
Particularidades desses impostos:
Esses impostos (IEG), são temporários, após a guerra devem acabar. 
Esses impostos não exigem lei complementar, basta lei ordinária. 
Podem ser cumulativos. 
Podem ter o mesmo fato gerador/ base de cálculo dos impostos federais, estaduais ou municipais (ou seja, (podem ser cópias).
Bis in Idem e Bitributação: Em ambos há a possibilidade de incidência de 2 tributos sobre o mesmo fato gerador
Bis in idem: (Repetição do mesmo), situação em que um mesmo sujeito passivo é cobrado sobre 2 impostos diferentes, mas do mesmo ente federativo, essa situação é permitida pela Constituição. (exemplo: pis e confins sobre receitas de empresa, são 2 tributos distintos que recaem sobre o mesmo fato gerador).
Bitributação: Situação em que 2 entes federativos cobram do mesmo sujeito passivo 2 impostos distintos sobre o mesmo fato gerador, O mesmo sujeito é cobrado simultaneamente pelo IPTU e pelo ITR, o iptu é municipal e o itr é de competência da união, existe um caso de bitributação e essa situação é ilegal pela Constituição, uma vez que nesse caso há a invasão de um ente federado sobre a competência de outro. Essa situação será excepcionalmente permitida em caso de imposto de guerra.
5. Competência tributária cumulativa
A competência do DF é cumulativa, porque o DF não é subdividido em municípios. A CF. traz uma 2ª situação de competência cumulativa que atualmente não ocorre no Brasil, mas no futuro pode vir a ocorrer novamente, é o caso dos territórios federais que existiam antes da CF de 1988 (Acre, Noronha, Roraima...) Esses territórios federais não têm competência tributária, não têm parlamento, nem executivo... então a união que assume a gestão desses territórios, acarretando competência cumulativa para a União.
São 2 as possibilidades possíveis de competência cumulativa da União:
1ª Ocorrerá quando há municípios no território federal, a competência cumulativa da União seria dupla: A competência se dará apenas sobre tributos federais e estaduais. Os municípios cobrarão seus próprios tributos. (exemplo: Amapá)
2ª Ocorre quando não existem municípios no território federal, A união terá tripla competência: os tributos serão federais, estaduais e municipais.
Embora não ocorra na prática, esse assunto é cobrado nas provas da vida, o que não é cobrado é o caso específico de Fernando de Noronha.
Repartição de Receitas Tributárias - Aula do dia 26/03
As receitas tributárias não se originam apenas da instituição e cobrança direta por critério de competência, a Constituição determina também que entes com maior abrangência territorial e amplitude de espécies tributárias repassem parcelas de suas receitas auferidas para outros de menor potencial arrecadador. Dessa forma, a União repassará receitas de seu produto arrecadado para Estados, DF e Municípios, já os Estados repassarão receitas para os Municípios, devendo sempre ser observada a ordem do maior para o menor, nunca podendo ser de forma inversa. Importante ressaltar que isso não será capaz de alterar a competência tributária contida na CF. de legislar e modificar esses tributos.
Essa arrecadação pode ser feita por via Direta ou Indireta. Sendo diretas quando a arrecadação for entregue diretamente aos entes políticos menores e indiretas quando destinados aos fundos de participação.
Os tributos vinculados (taxas e contribuições de melhoria) não estão sujeitos a repartição. Além disso, os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais também não estão sujeitas a repartição e receitas tributárias, em relação as contribuições de melhoria, existe uma exceção que se sujeitará a repartição que é o caso da CIDE – combustíveis.
Em resumo, somente serão passíveis de repartição de receitas, os impostos e a CIDE – combustíveis. No entanto, existem impostos que não serão passíveis de repartição que são os casos de impostos instituídos pelos municípios e pelo DF (ITBI, IPTU, ISS), o ITCD (estadual) e os impostos federais sobre importação, exportação, IGF e extraordinários de guerra.
Espécies DIRETAS:
a) Repasse do IOF – Ouro Federal: O IOF-Ouro incide quando considerado ativo financeiro, tem alíquota mínima de 1% e será integralmente repassado da União para os Estados (30%) e Municípios onde teve sua origem (70%), ele é INTEGRALMENTE repassado. Ao DF caberá 100% do produto.
b) Repasses da União aos Estados e DF:
I. 100% do produto da arrecadação do Imposto de Renda. Os valores arrecadados com IR sobre as remunerações pagas pelo Estado e DF aos seus servidores, ficarão com esses mesmos entes.
II. 20% dos impostos residuais (criação de novos impostos) entregue aos Estados e DF.
c) Repasses da União aos Municípios:
I) 100% do produto do IR. Os valores arrecadados com IR sobre as remunerações pagas pelos municípios aos seus servidores ficarão com esses mesmos entes, ou seja, ficará com o município.
II) 50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativo aos imóveis nele situados (ITR); entretanto, caso o município decida por exercer a capacidade tributária ativa procedendo com a fiscalização, arrecadação e execução da cobrança, terá direito a 100% do produto.
d) Repasses dos Estados aos Municípios:
I) 50 % do IPVA é repassado do Estado para o Município onde o veículo estiver licenciado.
II) 75% do ICMS dividido entre os municípios que obtiveram maior participação na arrecadação e 25% para ser dividido pelo critério definido na Lei do Estado.
e) Repasse da CIDE – Combustíveis: A União repassará 29% do montante para Estados e DF utilizarem no financiamento de programas de infraestrutura de transportes. Os Estados, por sua vez, repassarão 25% desses valores recebidos para os seus respectivos municípios.
Espécies INDIRETAS: 
a) Fundos de participação: 49%dos valores arrecadados isoladamente com IPI e IR vão ser utilizados para manutenção de específicos fundos. Estão excluídos desse valor os valores pagos pelos Estados, DF e Municípios aos seus agentes, ou seja, o IR é somente o retido pela União.
· 21,5% Fundo de participação dos Estados e DF;
· 22,5% Fundo de participação dos Municípios;
· 1% ao Fundo de participação dos Municípios, entregue no primeiro decênio do mês de dezembro de cada ano;
· 1% ao Fundo de participação dos Municípios, entregue no primeiro decênio do mês de julho de cada ano.
· 3% para aplicar em programas de financiamento ao setor produtivo das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sendo metade dos recursos destinados ao semiárido.
Em relação aos Municípios, será repassado pela União para os respectivos fundos 24,5% dos 49% arrecadados com IR e IPI, desse valor inicial apenas 22,5% será entregue MENSALMENTE ao municípios mas todos os meses será retido e acumulado 1%, de dezembro do ano anterior até dezembro do ano seguinte para que se pague ao Município e outros 1% será acumulado do mês de julho do ano anterior até o mês de julho do ano seguinte para que se efetue o pagamento. Instituiu-se dessa forma para que os municípios pudessem conseguir realizar o pagamento do 13º dos servidores públicos.
b) Fundo de compensação das exportações: Com o objetivo de compensar a imunidade do ICMS nas exportações, a CF decidiu por repassar ao fundo dos Estados e DF o valor de 10% do que for arrecadado com IPI Federal. A distribuição será realizada de acordo com os valores das respectivas exportações desenvolvidas pelo Estado e DF, o teto máximo para cada um é 20% daquilo que for repassado. 25% do que for recebido será repartido entre os municípios na mesma forma do ICMS.
É vedada a retenção ou restrição à entrega e ao emprego dos recursos que devem ser repassados. No entanto, a União e os Estados podem condicionar a entrega dos recursos ao pagamento de seus créditos, inclusive de autarquias.
 (7 casos de tributos federais que a arrecadação é partilhada com estados e municípios e 2 casos de tributos estaduais que tem que ser partilhados com municípios),
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar
1ª Parte: Princípios Tributários
Os princípios foram criados pela CF para limitar e proteger os contribuintes, visto que, os tributos são uma invasão ao direito de propriedade.
2ª Parte: Imunidades Tributárias
Princípios Tributários (Aula – 26/03)
Art. 150, CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é VEDADO à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios:
Os princípios e as imunidades são garantias individuais ao cidadão contribuinte, sendo assim, há entendimento doutrinário e jurisprudencial de que essas garantias são cláusulas pétreas. (funciona como um código de defesa ao contribuinte)
1. Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (Princípio da legalidade tributária), é vedado criar tributo, sem lei. O parlamento precisa autorizar a criação ou aumento de um tributo.
2. Princípio da isonomia (estudar em casa);
3. É proibido cobrar tributos:
a) Em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado (Princípio da irretroatividade tributária), leis só se aplicam para fatos futuros, só se aplicam as modificações para fatos posteriores as leis criadas.
b) No mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou (Princípio da anterioridade tributária. É subprincípio que versa sobre a impossibilidade de ser cobrado um tributo no mesmo ano em que foi instituído ou aumentado, apenas quando o exercício financeiro acabar)
c) Antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Princípio da Noventena. É subprincípio criado por emenda porque os pacotes legislativos são criados muito próximos ao fim do ano, dessa forma as pessoas não teriam tempo para se adaptar ao imposto).
Ambos os princípios mencionados acima foram criados pelo constituinte para proteger o cidadão contribuinte para evitar que uma lei que cria ou aumenta um tributo autorize essa cobrança imediata, serve para dar um tempo ao contribuinte para ele se ajustar financeiramente.
Princípio da Legalidade
É vedada a criação ou o aumento de tributos sem lei anterior que o estabeleça, a lei que estabelece a criação ou modificação de tributos é lei ordinária (aprovação por maioria simples). Mas há 4 casos em que é necessária lei complementar para criação ou modificação (IGF, Empréstimos Compulsórios, Impostos residuais e Contribuições residuais para seguridade social), nesses 4 casos não será possível o início do procedimento de criação do tributo por medida provisória, já nos demais casos será possível.
Da mesma forma que só se poderá instituir ou aumentar um tributo por meio de lei, também só se poderá extinguir ou reduzir um tributo por meio de lei, ou seja, pela criação de uma lei posterior que encerre os efeitos da lei existente.
Exceção: Para Instituir/Extinguir um tributo, somente se fará POR LEI.
 Mas para Aumentar/Reduzir um tributo, existem 6 exceções em que as alíquotas (é o percentual em que se define de quanto será a tributação) poderão ser modificadas sem lei elaborada no parlamento, nesses casos o próprio poder executivo poderá por um decreto do presidente alterar essas alíquotas sem precisar projeto de lei.
Existem 4 casos iniciais que são de impostos federais em que visando dar agilidade para a União, foi permitida a alteração por decreto presidencial que produz efeitos mais rápidos. 
A Constituição permite esse tipo de alteração nesses 4 tributos porque esses tributos são chamados de tributos de função/finalidade extrafiscal. Tributo fiscal é aquele que tem finalidade prioritariamente arrecadatória (exemplo: IR, ICMS, IPVA), tributo extrafiscal não tem como principal finalidade a arrecadação mesmo que arrecade, um tributo pode, por exemplo, ter finalidade regulatória (Exemplo: Imposto de importação e exportação, visto que existem para ser barreiras comerciais), (estudar e entender em casa quando um tributo é fiscal e quando ele é extrafiscal)
1. Imposto de Importação: Está podendo ser alterado por uma portaria da Secretaria do Comércio exterior, que é órgão subalterno do poder executivo federal.
2. Imposto de Exportação: Está podendo ser alterado por uma portaria da Secretaria do Comércio exterior, que é órgão subalterno do poder executivo federal.
3. IPI: Podem ser alterados por decreto do executivo
4. IOF: Pode ser alterado por decreto do executivo.
5. CIDE – Combustíveis: É exceção ao princípio da legalidade, ele é tributo regulatório (regula preço dos combustíveis), sendo assim, se a União quiser aumentar o valor do gás natural, ela aumenta o valor da CIDE. No caso da CIDE não é permitido AUMENTO da CIDE por meio de decreto, somente por LEI, então só está autorizada sua redução ou seu reestabelecimento (voltar ao valor anterior) por decreto. 
6. ICMS – sobre combustíveis (ESTADUAL), atualmente existem 27 leis de ICMS em que cada estado define suas alíquotas. Porém, a CF prevê que uma lei complementar deve definir uma lista de combustíveis que estarão sujeitos a uma tributação uniforme e que serão sujeitos à tributação monofásica. Não existe essa lei complementar até hoje, mas caso existisse, o que ela faria seria definir uma lista de combustíveis em que as regras de tributação passariam a ser nacionais, ao invés de definir separadamente para cada estado, além disso a tributação deve ser monofásica, atualmente o ICMS é plurifásico porque em cada fase de venda de uma mercadoria se cobra ICMS de novo!
Em relação ao princípio da legalidade, a fixação, o aumento e a redução das alíquotas do ICMS seriam realizadas por convênio celebrado entre os Estados, caso essa lei existisse.
Livro:
Exceções ao princípio da legalidade:
O STF entende que tudo o que não estiver no artigo 97 do CTN não é abrangido pelo princípio da legalidade. 
Os casos mais relevantes são a atualizaçãodo valor monetário da base de cálculo do tributo (ressalva para o parágrafo 2º do art. 97) e a fixação do prazo para recolhimento (STF), importante mencionar que atualização do valor monetário da base de cálculo é diferente do aumento da base de cálculo.
Apesar de o princípio da legalidade não possuir exceções quanto à criação de tributos, contempla-as, todavia, para sua majoração. No texto originário da CF, eram previstas apenas 4 exceções:
II; IE; IPI; IOF – poderão ser alterados por atos do poder executivo. Na prática, as alíquotas do II e IE têm sido alteradas por resolução da câmara de comércio exterior (CAMEX), enquanto o IPI e o IOF têm as alíquotas alteradas diretamente por decreto.
Com o advento da emenda 33/2001, foram previstas outras 2 exceções em relação a alteração das alíquotas.
CIDE – combustíveis – podem ser alterados por decreto presidencial. A liberdade aqui é menor que a prevista para a alteração das alíquotas de II; IE; IPI e IOF, pois só pode haver a redução e o restabelecimento, não podendo haver aumento. A palavra restabelecer tem amplitude menor que a palavra aumentar, pois no restabelecimento a alíquota não pode superar o percentual anterior a uma redução porventura realizada.
ICMS – monofásico – permite aos Estados e ao DF, mediante convênio, definir as alíquotas do ICMS-monofásico incidente sobre combustíveis definidos em lei complementar. Aqui a alíquota é fixada diretamente por convênio, de forma que tanto a redução quanto o aumento podem ser feitos por convênio, sendo exceções à legalidade. Além disso, a palavra “restabelecidas” impede que seja feito o aumento acima do patamar anterior à uma redução realizada, sem obediência a anterioridade.
Em resumo, quanto a CIDE, a redução e restabelecimento de alíquotas podem ser feitos por decreto, sem obediência à legalidade nem a anterioridade. Já quanto ao ICMS, incidentes sobre combustíveis definidos em lei complementar, a definição (inclusive redução e aumento) de alíquotas pode ser feita por convênio, sem obediência à legalidade, mas se o aumento ultrapassar o mero restabelecimento de patamar anteriormente fixado, deve obedecer à anterioridade.
Legalidade e Medida provisória
STF: em se tratando de matéria tributária, o uso de MP é plenamente possível, desde que observados os seus requisitos constitucionais (relevância e urgência).
EC 32/2001: Ressalvados o II, IE, IPI, IOF e os, impostos extraordinários de guerra, a MP que implique majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. (ISSO SE APLICA EXCLUSIVAMENTE AOS IMPOSTOS, NAS DEMAIS ESPÉCIES, A REGRA DA ANTERIORIDADE DEVE SER OBSERVADA, TOMANDO COMO REFERÊNCIA A DATA DA PUBLICAÇÃO DA MP E NÃO DE SUA CONVERSÃO EM LEI).
Há impedimento constitucional à utilização de MP em matéria tributária cuja disciplina está reservada à lei complementar. Dessa forma, NÃO SE PODERÁ UTILIZAR MP PARA DISCIPLINAR a estipulação de normas gerais em matéria tributária, ESPECIALMENTE sobre a definição de tributos e de suas espécies, bem como em relação aos impostos discriminados no seu texto, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes, pois tudo isso se trata de matéria reservada a lei complementar. Além disso, os tributos cuja criação é atribuída a lei complementar também não poderão ser instituídos via MP (IGF, empréstimos compulsórios, impostos residuais, contribuições residuais para seguridade social).
Princípio da Anterioridade e Princípio da Noventena – 28/03
Anterioridade: É vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada lei que os instituiu ou aumentou. 
O STF reconheceu que a lei que revoga uma isenção (começar a pagar um tributo que não pagava) também se submete a esse princípio.
Esse princípio não será útil a todo tempo porque no cenário brasileiro, geralmente, as leis que criam/alteram tributos são criadas próximas ao fim do ano, dessa forma, o contribuinte que teria bastante tempo para se preparar para o pagamento do tributo terá apenas alguns meses, daí surge a noventena.
Noventena: Caso a lei seja criada em dezembro, o contribuinte só precisará pagar 3 meses (90 dias) após a criação/alteração desse tributo. 
Impedem que a lei que altera/aumenta um tributo possa produzir efeitos imediatamente, de modo que o contribuinte ganha um tempo para se preparar para a nova tributação.
Para sabermos qual dos princípios nós utilizaremos, precisaremos observar qual o prazo mais distante que é o mais favorável para que se inicie o pagamento pelo contribuinte.
Exceções à Anterioridade Exceções à Noventena
	I.I
	I.I
	I.E
	I.E
	I.P. I
	I.R
	I.O. F
	I.O. F
	I.E.G (Imp. Extraord. Guerra)
	I.E.G (Impo. Extraord. Guerra)
	Empréstimos compulsórios (Guerra/Calamidade)
	Empréstimos Compulsórios (Guerra/Calamidade)
	Contribuições Sociais para a Seguridade social
	Fixação da base de Cálculo do IPVA e do IPTU
	CIDE-Combustíveis (Reestabelecimento de alíquotas)
	
	ICMS-Combustíveis (Reestabelecimento de Alíquotas)
	
Tem tributos que são exceções comuns aos dois princípios (Imposto de Importação, Imposto de Exportação, I.O.F, I.E.G, Empréstimos compulsórios em caso de guerra e calamidade), esses princípios comuns a ambos NÃO OBEDECERÃO tempo para começarem a surtir efeitos/serem cobrados dos contribuintes, serão cobrados imediatamente a partir da sua data de vigência, no mesmo dia que forem alterados.
No caso dos demais impostos que NÃO são exceção a ambos os princípios, mas apenas a um deles, respeitarão a regra daquele princípio ao qual não são exceção.
Livro:
CF, art. 150, III, a: Veda União, Estados, DF e Municípios de cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
A anterioridade tem como marco temporal a data da PUBLICAÇÃO DA LEI.
A irretroatividade tem como marco temporal a data da VIGÊNCIA DESSA MESMA LEI.
O princípio da anterioridade existe para proteger o contribuinte, não impedindo, portanto, a imediata aplicação das mudanças que diminuam a carga tributária a que o contribuinte está sujeito (extinção ou redução de tributos) ou que não tenham qualquer impacto sobre essa carga tributária. Ou seja, esse princípio se aplicará para situações que aumentem a carga tributária ou que sejam desfavoráveis ao contribuinte.
STF, súmula 50: A norma que se restringe a mudar o prazo para pagamento de tributo, mesmo antecipando-o, não agrava a situação do contribuinte, não se sujeitando à regra da anterioridade do exercício. 
Além disso, a alteração desse prazo não obedece ao princípio da legalidade, podendo ser feita por ato infralegal e não obedece a noventena, visto que, pode ser feita a cobrança na nova data fixada.
A simples atualização monetária que não se confunde com majoração do tributo, não constitui desrespeito, nem transgressão ao postulado da não surpresa, garantido pela cláusula da anterioridade. Significa que a atualização monetária não obedece a legalidade e não obedece a anterioridade.
Em suma, o princípio da anterioridade visa proteger o contribuinte contra a imediata aplicação de normas que aumentem a carga tributária a que ele já está sujeito (majoração ou instituição de tributos).
Por fim, não configura aumento de tributo a mera redução ou extinção de desconto legalmente previsto, não incidindo, portanto, a anterioridade. Ou seja, se surgir uma lei que retire/reduza um desconto dado a quem paga tributo, essa alteração será imediatamente aplicada.
Exceções a anterioridade: (art, 105, parágrafo 1º, CF e demais dispositivos)
São situações em que havendo instituição/majoração tributária, serão aplicadas de imediato.
II; IE; IPI; IOF; Impostos extraordinários de guerra; Empréstimos compulsórios (guerra e calamidade); Contribuições para financiamento da seguridade social (art, 195, parágrafo 6º, CF); ICMS monofásico sobre combustíveis (art. 155, parágrafo 4º, IV, CF) e CIDE – Combustíveis (art. 177, parágrafo 4º, I, b, CF).
As quatro primeirasexceções (II, IE, IPI e IOF) existem porque esses impostos possuem características marcantemente extrafiscais, constituindo-se em poderosos os mecanismos de intervenção no domínio econômico, posto nas mãos do poder executivo federal.
O IPI por ser a segunda maior fonte arrecadatória sofreu diferenciação, tendo que obedecer a noventena, para que seu aumento repentino não viesse a surpreender os sujeitos passivos. Por tanto, o IPI não obedece a anterioridade, mas obedece a noventena.
No que diz respeito aos empréstimos compulsórios de guerra ou calamidade e aos impostos extraordinários de guerra, a não sujeição à anterioridade deve-se à indiscutível urgência na obtenção de recursos.
As contribuições para financiamento da seguridade social, não obedecem a anterioridade, mas obedecem a noventena.
Por fim, quanto as alíquotas do ICMS monofásico e as alíquotas da CIDE combustíveis, há exceção parcial, visto que, a redução e o restabelecimento das alíquotas não obedecerão à anterioridade. Quanto a redução, o dispositivo é desnecessário, vez que a anterioridade só se aplica para a instituição/majoração de tributos. Quanto ao restabelecimento é permitido que após a realização de uma redução, seja possível uma majoração posterior, sem obediência à anterioridade, desde que, respeitado o teto do valor anterior.
Anterioridade e revogação de benefícios fiscais: O ATF tem seguido o entendimento de que a revogação de qualquer benefício fiscal (isenção, imunidade, perdão...) configura aumento indireto de tributo e, por isso, somente gera efeitos financeiros no exercício seguinte ao da publicação da lei revogadora.
Anterioridade e MP: São possíveis a instituição e majoração de tributos por MP. Porém, se o tributo instituído ou majorado for um imposto, a cobrança só poderá ser realizada no exercício subsequente caso a MP vire lei até o último dia daquele exercício em que tenha sido editada.
NOVENTENA – LIVRO
O princípio da anterioridade anual e da noventena são aplicáveis, em regra, cumulativamente. Devendo se observar qual será o prazo mais favorável ao contribuinte.
Noventena e MP: A MP tem prazo de 60 dias, dessa forma, sendo editadas 2 MPs, a data em que o tributo será exigível será a de 90 dias após edição da primeira MP (metade da prorrogação ou 2ª MP).
Exceções a Noventena:
II; IE; IOF; imposto extraordinários de guerra; Empréstimos compulsórios (guerra/calamidade), Imposto de renda, Base de cálculo do IPTU e base de cálculo do IPVA. 
A não aplicação da noventena ao caso das bases de cálculo de IPVA e de IPTU tem fundamento no fato de que, o momento mais propício para as fazendas procederem às revisões dos valores dos veículos e imóveis, é o final de cada exercício. 1º por levar em consideração toda a variação daquele ano; 2º porque as leis estaduais e municipais geralmente elegem dia 1º de janeiro como o dia da efetiva ocorrência do fato gerador.
Se não fosse pela exceção a noventena dada a esses tributos, a revisão das bases de cálculo deveria ser feita por lei necessariamente publicada até o dia 03 de outubro, sob pena de não poder ser aplicada aos fatos geradores a ocorrerem no 1º de janeiro subsequente.
Princípio da Irretroatividade:
Art. 150, III, a, CF: É vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.
Art. 105, CTN: A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes.
É o princípio da irretroatividade das leis aplicado ao direito tributário, as leis novas só valerão para fatos novos, fatos passados não respeitarão leis novas. Visa garantir segurança jurídica, é um princípio redundante.
Exceções: Situações em que haverá retroatividade da lei tributária no tempo
1. Quando a lei posterior é meramente interpretativa, vedada a aplicação de penalidade aos dispositivos interpretados. 
Ocorre quando a norma de um tributo dá margem para diversas interpretações perante os contribuintes, dessa forma, o poder público cria uma outra norma que será meramente interpretativa, somente para explicar a norma anterior. Nesse caso, será vedada a aplicação de penalidade aos dispositivos interpretados, o poder público poderá cobrar os valores que não foram pagos devido a interpretação errônea do contribuinte, porém, não se poderão cobrar multas a esse contribuinte que pagará as diferenças. (Significa que por força da nova norma o contribuinte terá que pagar os valores que não foram pagos (retroatividade), mas não poderão ser aplicadas sanções).
2. Quando a lei posterior é mais benéfica em matéria de infrações e penalidades, desde que não se trate de ato definitivamente julgado.
Situação análoga ao direito penal (Lei penal benigna). Lei penal mais benéfica retroage em favor do infrator. 
Se aplicará em Direito tributário 2 situações: 
a) Quando a lei nova em matéria de infrações e penalidades, trata de maneira mais vantajosa para o contribuinte e prevê sanções menos graves (exemplo: redução do valor de multas por lei nova), retroagirá;
b) Lei nova mais benéfica que revoga lei anterior menos benéfica irá retroagir para beneficiar o contribuinte.
Importante se atentar ao fato de que essa regra só se aplicará a casos de INFRAÇÕES E PENALIDADES, não é qualquer lei tributária que irá retroagir em favor do contribuinte. 
Exemplo: Uma nova lei que extingue um tributo ou reduz uma alíquota ou isenta do pagamento de um tributo, essas leis são mais benéficas em matéria de tributação e não em matéria de infrações e penalidades (multas e sanções), portanto, não retroagirão. A lei nunca retroagirá quando tratar de regras de tributação.
3. Quando a lei posterior trata apenas de aspectos formais (instrumentais) da cobrança (não alteram quem vai pagar ou quanto vai ser pago)
Aspectos instrumentais são aspectos processuais, não é específica de direito tributário. 
Exemplo: Quando o código de processo civil entrou em vigor no ano de 2015, ele alcançou os processos anteriores a ele também.
Sendo assim, em tributário, todas as regras que não são regras que alteram a obrigação tributária, regras que não alteram valor a ser pago, ou quem vai pagar a obrigação, não alteram o direito material mas alteram o direito instrumental que são normas meramente auxiliares, elas retroagirão. Significa que por exemplo:
Exemplo: em 2017 o contribuinte ganhou direito a uma isenção de imposto de renda porque passou a ser portador de doença grave;
A lei de 2017 diz que para ele ter direito a essa isenção ele deverá requerer por formulário em 4 vias, juntar uma série de documentos e ir a uma repartição da receita federal dar entrada, mas ele não o faz;
Em 2018 essa regra mudou e determinou que tudo deveria ser feito via internet, esse contribuinte apenas decidiu requerer em 2020;
Ele deve fazer qual procedimento? Como é um dever que não modifica as obrigações, ele aplicará a lei nova de forma retroativa, ou seja, os efeitos da lei nova voltarão para alcançar fatos passados. Deverá fazer por meio eletrônico, mesmo que o fato ocorrido tenha sido sob a égide de lei que determinava outro tipo de procedimento.
Princípio da Isonomia Tributária
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
II – Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Fere a isonomia o tratamento tributário desigual entre contribuintes que estejam em situação equivalente.
Fere também a isonomia o tratamento tributário igualitário para quem está em situação desigual. Com isso legitima-se a criação de sistemáticas favorecidas para pequenos contribuintes, como por exemplo o simples nacional.
Não se proíbe o tratamento desigual para quem esteja em situação diferenciada, desde que o critério para estabelecer a distinção não seja arbitrário.
São arbitrárias e ferem o princípioda isonomia, distinções que levem em consideração a ocupação profissional e a função exercida pela pessoa.
Princípio da Capacidade Contributiva
“Art. 145. (…) § 1.º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”.
Apesar da Constituição falar em impostos, o STF estende esse princípio para outras espécies tributárias. Esse princípio decorre do fato de que o Estado, por lei, obriga o particular a entregar-lhe parte da riqueza, parte esta que será redistribuída para toda a sociedade por meio das atividades estatais. Dessa forma considera-se justo que cada pessoas seja solidária na medida de suas possibilidades, visto que quem mais tem renda, tem uma possibilidade maior de contribuir com a sociedade sem comprometer sua subsistência.
Esse princípio daria o balizamento constitucional para a quebra do sigilo bancário dos contribuintes.
Tem por consequência a progressividade do imposto de renda e do IPTU e a seletividade do ICMS e do IPI.
Princípio da Vedação ao confisco
É proibido utilizar tributo com efeito de confisco;
Confisco no Brasil é punição e o tributo, por definição, não pode ser sanção por ato ilícito.
O efeito de confisco ocorre quando se imputam altas cargas tributárias, esse efeito também é proibido. Deve-se adotar nesse caso segundo o STF, o princípio da razoabilidade.
A CF admite o confisco em situações de mercadorias decorrentes do produto do crime e no caso de terras utilizadas para produção de substâncias psicotrópicas não autorizadas. (não se trata de matéria tributária)
O STF entende que a caracterização do confisco não deve se dar isoladamente, mas sim observando o conjunto dos tributos incidentes sobre o contribuinte estabelecidos por uma mesma entidade tributante.
No caso das taxas, o STF entende que para saber se houve confisco deverá ser verificada a desproporção entre o valor da taxa e o esforço depreendido pelo Estado para a prestação do serviço.
O princípio da vedação ao confisco também se aplica as multas tributárias, o STF deu esse entendimento em decisões que julgou como inconstitucional a cobrança de 2 multas sendo uma no valor de 2x o montante do tributo não pago e outra no valor de 5x o valor do tributo sonegado.
Livro: 
Tributo não pode ser confisco, porque confisco é punição e tributo, por definição, não pode ser sanção por ato ilícito. Sendo assim, o que o artigo 150, IV, da CF visa proibir a utilização do tributo com efeito de confisco.
De forma mais simples, tributo confiscatório seria um tributo que servisse como punição (proibido pela definição de tributo). Já tributo com efeito confiscatório seria o tributo com incidência exagerada de forma que, absorvendo parcela considerável do patrimônio ou renda produzida pelo particular, gerasse ao particular e a sociedade uma sensação de verdadeira punição (efeito de confisco, proibido pelo art. 150, IV da CF, é o que embasa o princípio em tela).
Configuração de confisco: O conceito de efeito confiscatório é indeterminado, sujeito a interpretação. Significa que o princípio da vedação ao efeito de confisco é expresso em cláusula aberta ou conceito jurídico indeterminado, cabendo ao juiz, em cada caso concreto, avaliar a existência ou não de confisco. Contudo, alguns parâmetros/limitações estão claramente delineados na jurisprudência do STF.
Foi nesse sentido que o STF considerou como violando o princípio do não confisco as seguintes afirmativas do ato das disposições constitucionais transitórias da Constituição do RJ: “as multas consequentes do não recolhimento dos impostos e taxas estaduais aos cofres do Estado não poderão ser inferiores a 2X o seu valor” e “as multas consequentes da sonegação dos impostos ou taxas estaduais não poderão ser inferiores a 5X o seu valor”. Sendo assim, considerou que a desproporção entre o desrespeito a norma tributária e sua consequência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório da multa.
Já no que concerne aos parâmetro/limitações, o STF decidiu que: A identificação do efeito confiscatório deve ser feita em função da totalidade da carga tributária, MEDIANTE VERIFICAÇÃO da capacidade de que dispõe o contribuinte, para suportar a incidência de TODOS OS TRIBUTOS QUE ELE DEVERÁ PAGAR, DENTRO DE DETERMINADO PERÍODO, À MESMA PESSOA POLÍTICA QUE OS HOUVER INSTITUÍDO. Significa que será configurado o efeito confiscatório de determinado tributo, sempre que o efeito cumulativo – resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal – afetar, substancialmente, de maneira irrazoável, o patrimônio e/ou rendimentos do contribuinte.
Pena de perdimento e confisco: Não há que se confundir possibilidade de aplicação de pena de perdimento com tributo confiscatório. Nada impede, portanto, que, em casos de comprovação de graves infrações tributárias, a legislação específica preveja como punição o perdimento de bens.
Multas e confisco: É confiscatória a multa punitiva (de ofício) que ultrapasse o valor da própria obrigação tributária, sendo assim, o teto das multas de ofício é de 100%.
Princípio da Liberdade de Tráfego
É vedado: V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
O objetivo do legislador com a criação dessa limitação foi evitar que os entes políticos criassem tributos incidentes sobre a passagem de pessoas e bens em seus territórios. Importante considerar que com a leitura do inciso acima nota-se que o legislador incluiu o pedágio como um tributo, devido a isso, surgiram diversas controvérsias.
Exceções: O ICMS mesmo sendo imposto sobre circulação de mercadorias e serviços pode ser cobrado, visto que, está instituído na CF.
Pedágio: (Em vias administradas pelo poder público)
a) Vias Privatizadas: É regido pela lei 10.233/2001, que define o pedágio como espécie de preço público (tarifa).
b) Vias Mantidas pelo poder público: 
Antes existia a figura do selo-pedágio, em que o pedágio era considerado uma taxa, tendo seu pagamento compulsório a todos que se utilizassem das rodovias federais, independentemente de quantas vezes a utilizavam.
Atualmente: Houve o julgamento da ADI 800/RS, em que o STF entendeu o pedágio como espécie de preço público, já que não é cobrado compulsoriamente, sendo o regime contratual, só pagando quem se utiliza e quando utiliza a via. Além disso, poderá ser instituído por norma infralegal (decreto), não há aqui a observância do princípio da legalidade. É irrelevante a existência de vias alternativas para sua instituição pelo Estado, significa existindo ou não outras vias, o Estado ainda poderá instituir pedágio.
Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas 
É vedado a UNIÃO instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
A isenção é forma de exclusão do crédito tributário, consistindo na dispensa legal do pagamento do tributo, sendo um benefício fiscal concedido exclusivamente por lei, via de regra, elaborada pelo ente que tem competência para a criação do tributo. Sendo assim, o poder de isentar decorre do poder de tributar, ou seja, a União não pode isentar tributos instituídos pelos Estados ou Municípios e os Estados não poderão fazê-lo com os Municípios. Essa vedação garante a proteção do pacto federativo.
Exceções: Ambas relacionadas a exportação de bens e serviços.
1. Antes a União poderia por lei complementar, estabelecer isenções sobre ICMS e o ISS em operações/prestações para o exterior, no entanto, depois da EC 42/2003 isso não é relevante visto que agora o ICMS passou a ser imune nas operações de exportação. O ISS ainda é exceção à regra, podendo a União o isentá-lo no caso indicado.
2. Segundo o STF, a Uniãopode firmar tratados internacionais que concedam benefícios fiscais (inclusive isenções), sobre tributos de todos os entes sem que isso signifique uma exceção a esse princípio, porque esse princípio só se aplicará a União quando ela atuar como sujeito de direito INTERNO, para operações em que a União atuar como sujeito de direito internacional, representando a federação ela terá liberdade, sem que isso afete o referido princípio.
Livro: Diferença entre isenções e imunidades.
A regra é que a concessão de isenção será sempre autônoma, ou seja, o próprio ente instituidor do tributo (união, estados, DF e municípios) é o único capaz de conceder isenção ao mesmo tributo. Porém, comporta exceções em que a concessão das isenções poderá ser heterônoma, ou seja, um ente conceder isenção a tributo de outro ente (exemplo: União conceder isenção a tributo estadual), são os casos do ISS e das isenções concedidas em tratados internacionais (as isenções concedidas por tratados, apesar de válidas, não são enquadradas como heterônomas pelo STF).
Já no que diz respeito as imunidades, elas sempre serão heterônomas, visto que, têm sede sempre constitucional, não decorrendo da autonomia do ente competente para a criação do tributo. Significa dizer que as imunidades já estão contidas na constituição, estabelecendo exatamente quem e quais tributos terão isenção.
Princípio da Uniformidade geográfica da Tributação
Art. 151. É vedado à União:
I - Instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação à Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;
Significa que é permitido conceder incentivos para regiões mais pobres, mas não é permitido diferenciações específicas para Estados ou Municípios. Exemplo: alíquota de IR menor em São Paulo, todos os outros Estados serão prejudicados.
Princípio Não discriminação tributária
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
É aplicável exclusivamente aos Estados, DF e Municípios. Proíbe que os entes locais se discriminem entre si.
Exemplo: Lei Baiana que fixe alíquota do feijão produzido no Estado em percentual menor que o feijão oriundo de outros Estados, dando uma vantagem ao produtor local.
Imunidades Tributárias – Aula 1
Complementam o assunto de princípios, visto que, as imunidades servem para proteger o contribuinte bem como os princípios. As imunidades são normas casuísticas alcançam decisões concretas, são decisões de natureza política tributária e o legislador se utiliza delas para preservar alguns valores importantes da sociedade brasileira, essa proteção a esses valores se dá por meio da não cobrança de impostos. O alcance das imunidades é limitado, não é como o alcance dos princípios.
Um exemplo disso é o fato de que as igrejas não pagam impostos, devido ao tamanho da importância dada a religião no Brasil.
Imunidades Gerais: Imunidade recíproca, religiosa, cultural, de partidos e sindicatos, da “música brasileira”. 
Imunidades específicas: São aquelas específicas de um determinado tributo. (imunidades do IPI, ITBI, ISS...) 
Aspectos gerais que se aplicam a todas as imunidades
1º. As imunidades gerais se aplicam, via de regra, APENAS AOS IMPOSTOS.
Ao se deparar com uma questão dizendo que igrejas, partidos políticos etc. são imunes a tributos, está errado. São imunes a impostos!
2º. As imunidades gerais somente se aplicam ao sujeito passivo na condição de contribuinte. Essa condição de devedor pode se dar de 2 formas:
Pode ser devedor na condição de contribuinte ou na condição de responsável.
Será contribuinte quando dever obrigações próprias (IPVA, IPTU...)
Será responsável quando tiver que se responsabilizar pelo tributo de outra pessoa / 3º (exemplo: reter na fonte parte do salário de sua empregada doméstica)
Agora imaginemos que quem está pagando o tributo é uma sociedade imune: Em face dessa imunidade, eles estão liberados de pagar aquilo que é obrigação própria (impostos) mas aquelas obrigações que ele tem que pagar na condição de responsável, ele não está liberado de pagar (exemplo: recolhimento do IR funcionários), significa que a imunidade não se estenderá a outros.
3º. Salvo os entes políticos (União, DF, Estados, Municípios), as entidades imunes (igreja, partido, sindicato...) possuem imunidade relativa, dependendo de análise da situação concreta. A imunidade só se aplicará ao patrimônio, renda e serviços que estejam relacionados direta ou indiretamente às suas finalidades.
O poder público determina essa regra visando evitar fraudes nas situações de imunidade, a fazenda pública consegue analisar as situações para verificar se tem fraude ou não. A ressalva aqui é a imunidade recíproca dos entes federativos, significa que a união não cobra tributos aos estados, os estados não cobram dos municípios e vise versa, a imunidade dos entes é plena.
4º. As imunidades somente alcançam a obrigação tributária principal (pagamento), não afastando o dever quanto às obrigações acessórias (deveres instrumentais: emitir notas fiscais, por exemplo), essas obrigações acessórias são instrumentos usados pela fazendo para fiscalizar melhor seus contribuintes.
Entidade imune: essa imunidade só afasta o dever de pagamento, não afasta os deveres instrumentais (obrigações acessórias).
Exemplo: A venda de livros não precisa pagar impostos, e essa imunidade faz com que o imposto seja zero para que se possa baratear o livro, porém, o livro ao ser vendido precisa chegar com nota fiscal ao cliente, senão, pagará multa.
5º. As imunidades são cláusulas pétreas, pois, são garantias individuais ao contribuinte e podem funcionar como proteção a federação, sendo assim, não podem ser objeto de revogação, ainda que por emenda.
6º. As imunidades não se confundem com as isenções. A imunidade é norma constitucional que impede o exercício da competência (define área de incompetência tributária). A isenção é norma que tem sede em lei, pressupondo a existência da competência para tributar, configurando-se em mera dispensa legal do pagamento do tributo. As isenções podem ser revogadas.
O ponto de semelhança entre elas e que ambas resultam, na prática, no não pagamento do tributo. Mas os fundamentos são diferentes, visto que, a imunidade vem da CF e a isenção vem da lei. A isenção está sob reserva de lei (princípio da legalidade tributária) pode ser lei federal, estadual ou municipal. 
No texto da constituição: Se tiver proibição (exemplo: não incide, é proibido, é isento de...) será imunidade.
Livro: Diferença entre isenção e imunidade
A isenção é a dispensa legal do pagamento do tributo. Assim, o ente político tem competência para instituir o tributo e, ao fazê-lo, opta por dispensar o pagamento em determinadas situações.
Já na imunidade, a própria constituição delimita a competência do ente federativo, impedindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos. Neste caso, o próprio desempenho das competências tributárias fica redefinido de forma a impedir a própria atividade legislativa da pessoa tributante. É uma não incidência constitucionalmente qualificada.
Imunidade das pessoas Jurídicas e Finalidades Essenciais
Imunidade Absoluta: União, Estados, DF e Municípios.
A imunidade independe da comprovação da vinculação do patrimônio, renda e serviços dos entes políticos com suas finalidades essenciais. Significa que eles não precisam comprovar que a finalidade é para o Estado.
Exemplo: O governo do estado de Pernambuco disponibilizava uma casa de praia em Porto de galinhas para os Governadores, quem fosse governador poderia utilizar essa casa e o Município de Ipojuca não podia cobrar impostos daquela casa, simplesmente por ser do Estado, mesmo que não fosse para as finalidades públicas.
Imunidades relativas:

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