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AD2 - ALFA1 - FICHAMENTOS - RESENHA CRÍTICA - PALACIOS, Jesús e ALVAREZ, Amelia; del Río, Pablo

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Pág.
Nome: 
Data: 12 de out. 2022.
Disciplina: Alfabetização 1
Professor(a): Luiz Antonio Gomes Senna
Trabalho (modelos de fichamentos – resumo crítico).
PALACIOS, Jesús (1995[1993]) Introdução à psicologia evolutiva: História, conceitos básicos e metodologia. In: COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológicos e educação. Vol1. Psicologia Evolutiva. Pp. 18-21. Tradução portuguesa: Porto Alegre: Artes Médicas. 
“Enquanto por um lado estavam os inatistas defendendo uma prefiguração do desenvolvimento psicológico nos genes, por outro andavam os ambientalistas refutando toda ideia de determinação genética e reivindicando para o ambiente todo o peso da determinação, a polêmica era simplesmente estéril. Tampouco foi muito frutífera a etapa caracterizada pelo dualismo, quando se discutia que porcentagem da conduta ou do desenvolvimento devia-se à herança e que porcentagem ao ambiente.” (p.1) 
“Atualmente [...] existe um consenso em aceitar que nosso comportamento e desenvolvimento são influenciados e determinados tanto por aspectos genéticos quanto por aspectos ambientais.” (p.1) 
“A distinção entre o inato e o adquirido é em certo sentido uma falsa distinção quando a observamos à luz da evolução da espécie. O que é inato nas crianças de nossa espécie atualmente, assim o é porque foi adquirido em algum momento da filogênese [...] Por outro lado, um determinado indivíduo adquire algo por ter instrumentos inatos para realizar a aquisição.” (p.1) 
“A partir do que acabamos de ver segue uma distinção que é de grande interesse para o tema do qual tratamos e que concerne aos conteúdos de nosso código genético. Nele pode-se distinguir certos conteúdos “fechados” e certos conteúdos “abertos”.” (p.1) 
“Os componentes abertos de nosso código genético estão menos relacionados a conteúdos concretos e mais a possibilidades de aquisição e desenvolvimento [...] a evolução da espécie deixou em nosso organismo características que, como o cérebro ou os órgãos de fonação, tornam possível a aquisição da linguagem [...] graças a elas todos os seres humanos normais podem aprender a falar [...] a autoestima [...] é algo que evidentemente não é determinado pela evolução da espécie, senão por nossa própria história pessoal em relação ao meio humano no qual crescemos e nos desenvolvemos. É prudente, contudo, não perguntar a um lactente como está sua autoestima, pois aqui o calendário maturativo determinado pela parte fechada do código genético também impõe sua lei. “ (p.2)
“Os processos psicológicos são possibilitados pelos genes que nos definem como membros da espécie, sendo limitados por um determinado calendário maturativo que determina o momento em que certas aquisições são possíveis, e são finalmente determinados em sua realização pelas interações da pessoa com seu meio.” (p.2)
“Com ele faz-se referência ao fato de que os seres humanos são mais semelhantes entre si quanto menores forem. Como demonstraram as investigações transculturais em que se compara o desenvolvimento psicológico de crianças que cresceram em contextos notoriamente muito diferentes, enquanto que os bebês são muito semelhantes em seu calendário de desenvolvimento psicológico em diferentes culturas, à medida que nos afastamos da primeira infância, as diferenças introduzidas pela cultura vão aumentando progressivamente. Isto significa, fazendo uma relação com a discussão anterior, que os primeiros estágios de nosso desenvolvimento encontram-se mais encerrados em nosso código genético que os posteriores, ao menos no que se refere aos aspectos maturativos [...] De fato, crianças que crescem em contextos muito pouco estimulantes atingem estes níveis básicos.” (p.2 – p.3)
“Isto não significa que o desenvolvimento precoce seja independente da estimulação [...] Todas as crianças normais que crescem em um meio no qual há um mínimo de estimulação linguística, estão em condições de pronunciar suas primeiras palavras em torno do primeiro ano; naturalmente, o conteúdo da linguagem [...] não se encontra canalizado [...] Tanto no apego, quanto na linguagem ou em qualquer outro aspecto psicológico que se considere, a importância da educação é crucial desde o princípio da vida da criança.” (p.3)
“São relações marcadas pela complementariedade e por um peso diferencial em função do aspecto de que se trate e do momento evolutivo que se considere.” (p.3)
“Um comentário final relaciona-se ao que entendemos aqui como meio [...] No que se refere à determinação do desenvolvimento psicológico, parece haver um amplo acordo entre os psicólogos evolutivos em relação ao fato apontado já há muitos anos por Wallon, um psicólogo evolutivo francês de orientação sociogenética: o meio mais importante no que se refere ao desenvolvimento é o meio humano, o meio social e não o meio material […] O mais interessante de um objeto qualquer não está tanto no objeto em si, mas nas interações que adulto e criança mantêm em torno dele.” (p.3)
“Ninguém com bom senso atrever-se á a negar a importância da infância e o enorme interesse que há em proporcionar ao longo de toda ela as melhores e mais variadas estimulações. Mas uma coisa é aceitar que o que ocorre na infância é importante, e outra muito diferente é supor que é irreversível. Felizmente, o psiquismo humano parece muito mais plástico do que se pensava anteriormente, e são muitos os exemplos que a Psicologia Evolutiva tem acumulado de crianças que, tendo crescido em condições difíceis, conseguem posteriormente, se as condições tornam-se estavelmente propícias, superar a história prévia de adversidades.” (p.3 – p.4)
“De maneira colateral, o que isto coloca em questão até certo ponto é a antiga noção dos períodos críticos, que afirmava que determinadas aprendizagens, para serem eficazes, tinham que acontecer em uma época evolutiva determinada, porque caso isso não ocorresse, ou não aconteceriam mais ou aconteceriam em meio a dificuldades de aquisição muito maiores. […] Talvez as influências sobre o desenvolvimento mais determinantes não sejam as mais precoces, senão as mais estáveis.” (p.4)
ALVAREZ, Amelia; del Río, Pablo (1995[1993]) Educação e desenvolvimento: A teoria de Vygotsky e a zona de desenvolvimento próximo. In: COLL, C.; PALACIOS, J.; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológicos e educação. Vol.2. Psicologia da Educação. Pp. 79-83. Tradução portuguesa: Porto Alegre: Artes Médicas. 
“Ainda que a teoria de Vygotsky esteja hoje conhecendo uma rápida difusão na psicologia ocidental, após quase meio século de censura em seu próprio país de origem, e que constitua um dos paradigmas que maior atração exercem na psicologia e na educação, não é este o lugar para fazer uma síntese e um juízo de valor, mesmo que breve, da teoria geral.” (p.5)
“Se o pensamento e as realizações em curso do psicólogo russo e de seus colaboradores e discípulos são seguidos hoje com interesse pela psicologia ocidental, seu papel na educação, apesar da sua influência nos países socialistas ainda que, em todo caso, mais reduzida do que seria esperado e desejável somente começar a despontar no mundo ocidental. E isso, muito embora sua teoria proponha, provavelmente, o modelo psicológico de homem mais levado a sério na educação e que não lhe atribua um papel meramente acessório ou sobreposto no desenvolvimento humano. Efetivamente, para Vygotsky, o fato humano não está garantido por nossa herança genética, por nossa” certidão de nascimento", senão que a origem do homem a passagem do antropóide ao homem, tanto como a passagem da criança ao adulto produz-se graças à atividade conjunta e é perpetuada e garantida através do processo social da educação, tomada esta em sentido amplo e não somente segundo os modelos escolares da história mais recente.” (p.5)
“Na realidade, oposições mal integradas nas ciências humanas, como as que ocorrem entre conduta-pensamento, ação-representação ou emoção-razão, condicionaram o aparecimento das teorias psicológicas sobre o homem, o desenvolvimento e a aprendizagem.” (p.5 – p.6)
“Muito brevemente, podemos dizer que Vygotskyaplicará a lógica dialética e o materialismo histórico ao estudo do desenvolvimento do homem e que tratará de explicar a conduta, mediante a história da conduta, a consciência, mediante a história da consciência, a representação, mediante a história da representação.” (p.6)
“Vygotsky […] será o primeiro a falar sobre a evolução cultural do homem e sobre o desenvolvimento cultural da criança, o que o leva a afirmar […] que “não se escreveu ainda a história da evolução cultural da criança”. […] Vygotsky, a psicologia havia reduzido os processos psicológicos complexos aos elementares […] e as funções psicológicas superiores às naturais […] quando não foram consideradas espirituais e imóveis, e não determinadas pela evolução e pela história, de modo que era impraticável a diferença, por exemplo, entre memória animal e memória humana, entre inteligência animal e inteligência humana.” (p.6)
“As funções psicológicas superiores são fruto, para Vygotsky, do desenvolvimento cultural e não do biológico […] investigando o que ele denomina ”condutas vestigiais" […] Uma destas condutas investigadas por Vygotsky pode servir-nos para explicar o grande passo que, sem sair das leis biopsicológicas da conduta animal, permitem ao homem superá-la, em um complexo funcional diferente.” (p.6)
“Vygotsky parte de um modelo sequencial e limitado do funcionamento psíquico, que é o modelo da reflexologia e do condutismo, onde se analisam séries lineares com um estímulo (E), que levam a uma resposta (R), que provoca outro estímulo (E), e assim indefinidamente […] Segundo este, um estímulo A, aqui e agora, levar-me-ia a dar uma resposta apropriada, somente se a situasse em outro lugar e momento-por exemplo, se uma pessoa a qual desejo fazer o favor me pede emprestado, aqui e agora, um livro que tenho em casa, o empréstimo teria de ser feito quando fosse vê-la em outra ocasião, depois de haver pegado o livro em minha residência. Neste caso, o sujeito cria uma resposta material e psicológica ao mesmo tempo, aqui e agora, que se constitui em uma conexão física e mental com essa outra ocasião, em que a resposta apropriada será possível, como, por exemplo, um nó no lenço, trocar o anel de dedo, uma anotação na agenda, etc.” (p.6 – p.7)
“Deste modo, a resposta transitará de uma ocasião para outra e, assim, o nó, que é uma resposta aqui e agora, será, amanhã, em minha casa, o estímulo apropriado, que me recordará que devo pegar o livro para emprestar, constituindo-se na resposta que eu desejava dar, diante do estímulo A. Ao estabelecer X como termo ambivalente, resposta e estímulo ao mesmo tempo, que medeia entre A e B, o modelo Estímulo-Resposta se rompe, seguindo suas próprias leis: para liberar sua conduta do meio de estimulação, da situação concreta que limita e determina a conduta própria do animal, ou da criança […] o sujeito humano aprende a condicionar-se a si mesmo.” (p.7)
“Com estas pesquisas sobre as funções psicológicas mais primitivas e, apesar das limitações do modelo E-R empregado como material de base, Vygotsky encontra algumas das características específicas das funções psicológicas humanas ou superiores:
• permitem superar o condicionamento do meio e possibilitam a reversibilidade de estímulos e respostas de maneira indefinida;
• supõem o uso de intermediários externos -que ele denominará instrumentos psicológicos, entre eles, o signo;
• implicam um processo de mediação, utilizando certas estratégias, ou por meio de determinados instrumentos psicológicos que, em lugar de pretender como objetivo modificar o meio físico, como os utensílios eficientes - o machado, a enxada ou a roda -, tratam de modificar a nós mesmos, alterando diretamente nossa mente e nosso funcionamento psíquico.” (p.7)
“Deste modo, os processos psicológicos naturais são reestruturados […] surge uma atenção consciente e mediada, uma memória voluntária e mediada (eu gero os próprios estímulos que atenderei ), uma inteligência representacional, etc.” (p.7)
“Este processo de formação das funções psicológicas superiores dar-se-á, segundo Vygotsky, através da atividade prática e instrumental, porém não individual, mas em interação ou em cooperação social […] Com toda propriedade, podemos denominar este processo como educação, e é justamente o procedimento pelo qual a espécie humana conseguiu vencer ou modificar qualitativamente as leis biológicas da evolução.” (p.7)
“Para compreender melhor este conceito educativo de Zona de Desenvolvimento Próximo, devemos antes nos referir de passagem a alguns dos conceitos básicos em que se apóia a psicologia de Vygotsky: atividade, mediação, interiorização.” (p.8)
Resenha crítica
O desenvolvimento humano é munido por diversos termos ao decorrer da vida. Por exemplo, que somos seres atuantes no ambiente e influenciados pelo mesmo. Mas, é essencial compreender quais são as influências, que são consideradas determinantes, compreender uma vez que elas podem instigar aspectos tanto positivos, quanto negativos.
A pesquisa sobre o nosso desenvolvimento é focada nos aspectos universais, no que acontece com todos os seres humanos, portanto fatores sociais não entram nessa categoria, porque apesar de a sociedade instigar bastante nossas características, o fator social varia muito de cultura para cultura e logo, não seria universal. Somente por curiosidade, um fator sociocultural seria a menarca, conforme marco de entrada da menina na puberdade o que, para outras sociedades, os critérios seriam outros. Entretanto, sabemos que o começo da puberdade se dá através do aumento e produção de certos hormônios e que ocorre antes da menarca, e essa última é apenas resultado desse novo ciclo no organismo feminino.
No excerto de Jesús Palacios no texto 1, diz que somos influenciados pelos genes de nossos genitores, e por consequências influenciados por aspectos que podem modificar nosso contato com o ambiente. Um exemplo disso é o Astigmatismo e a Miopia, alguns pesquisadores acreditam que a miopia pode ser consequência, de uma herança genética, então, isso modificaria nossa aptidão de lidar com o meio a nosso redor. Claro, para a miopia, isso é facilmente reversível através de cirurgia ou remediada através do uso do óculos por exemplo.
O meio, ou ambiente, é o mundo externo com que temos contato, é o ambiente que se desenrola o aprendizagem relacionado à experiência. É necessário recordar que somos influenciados pelo meio a começar de a vida uterina e, após o nascimento, continuamos vivenciando um redemoinho de experiências e é por isso que o meio, assim como a nossa genética, é fator substancial no nosso desenvolvimento humano porque é através dessa interação com o mundo fora do eu que podemos desenvolver nossa cognoscência e aperfeiçoar nossas habilidades.
A maturação faz parte do nosso desenvolvimento no que diz respeito as mudanças fisiológicas: desenvolvimento cerebral, aperfeiçoamento das habilidades motoras…, etc. Por exemplo o amadurecimento corpóreo, podemos referir a habilidade que a criança desenvolve para andar, porque ao nascer ela não conta com os músculos, as articulações, portanto conforme a coordenação motora, preparados para exercer tal função. Se podemos falar, correr, enxergar, pensar, reproduzir, portanto devemos tudo isso a maturação corporal.
É imprescindível, igualmente, destacar que todos esses aspectos mencionados, interagem entre si neste processo. A maturação como um exemplo, é dependente de certas condições genéticas. Essas influências são ligadas, e importantes no desenvolvimento humano.
Os seres humanos entram em contato uns com os outros através do uso da linguagem. Este meio permite que eles expressem sentimentos, construam pensamentos e interajam com o ambiente ao seu redor. Portanto, através das interações que estabelece com o meio sociocultural, verificamos a passagem do ser biológico, que é apto a falar, para o ser social, que é capaz de usar a linguagem, ou seja, de entender o que o outro diz e ser entendido. A linguagem é o principal sistema simbólico sendo mediadora na relação homem – mundo,durante o desenvolvimento os signos externos, especialmente a linguagem são internalizados e se tornam representações mentais (ideias, conceitos, imagens). Segundo Vygotsky a linguagem tem duas funções básicas que é: intercâmbio social e pensamento generalizante.
Lev Semyonovich Vygotsky foi um psicólogo russo que procurou dar sentido à mente através da análise de sua existência histórica e material. Ele descobriu que estudar a mente exigia um princípio explicativo além da ciência natural, que ele encontrou na busca materialista dialética pela verdade científica. Em sua proposta histórico-cultural, Vygotsky defendia que a consciência poderia ser entendida como uma expressão do desenvolvimento histórico e material do homem. Além disso, ele acreditava que a mente poderia ser estudada e compreendida examinando a atividade social. As ideias de Vygotsky desafiaram a crise entre a psicologia idealista fundada no espiritualismo e as ciências naturais, provando que o estudo da consciência e do comportamento humano poderia ser materialista.
Vygotsky, ao manifestar a Psicologia Histórico-Cultural, afirma a existência humana, como síntese de múltiplas determinações, consequência do processo de desenvolvimento filo, e ontogenético. Nesse sentido, a cultura, é resultado das leis históricas, do dinamismo prático do conjunto dos homens, logo, substrato de suas condições concretas de existência. O sujeito nessa perspectiva é o produtor da cultura, e ao mesmo tempo o produto de suas internalizações, portanto, os processos de internalização, balizam a aptidão de seu desenvolvimento.
Ao explicitar o desenvolvimento humano em sua dialeticidade natural e social, a teoria histórico-cultural anuncia outro assunto de substancial importância nesse processo: a pergunta das condições objetivas nas quais ele ocorre, colocado que os atributos efetivamente humanos não são assegurados através da herança disponibilizado no ato do nascimento, mas resultam das apropriações da cultura. Eis, logo, para Vygotsky, a fonte primária do desenvolvimento psíquico: a cultura!
Porém, tal conforme relatado, a ideia de cultura em Vygotsky, não é sinônimo de em torno social imediato. Para bem além de algo local, regional, exclusivo e etc., a cultura, é traço da universalidade humana, resultado da prática histórico-social dos homens, dado que contraria muitas das aproximações, entre as proposições desse autor, e a ênfase multiculturalista que assola a âmbito escolar contemporânea.
Perder-se de vista, as mediações particulares na dialeticidade, entre o próprio e o universal, entre singular e geral, significa capturar a porção pelo todo, e naturalizar ou preterir, as discrepâncias que a sociedade de classes institui entre eles. No suporte da tese acerca da natureza social do psiquismo, Vygotsky coloca em quesito, diversas vezes, as condições sociais do desenvolvimento, denominando-as de tal maneira de “em torno” como “externo”. Entretanto, esclarece que: Quando dizemos que um processo é “externo” queremos dizer que é “social”. Toda cultural é social. 
Esse autor nos deixa, então, um legado que descarta, em definitivo, quaisquer interpretações ambientalistas, além de apontar, explícita e implicitamente, o quão seus estudos têm como estofo filosófico o materialismo histórico dialético. As relações entre o sujeito e seu “em torno” não correspondem a um suposto relacionamento do tipo organismo – meio, também, subordinam-se às mediações de outros homens.
Não é somente, o que está logo a volta do sujeito, de maneira particularizada, e espontâneo, que Vygotsky coloca no centro de sua análise, mas a universalidade social, que em maior ou menor grau, se faz evidente nas mediações culturais, constitutivas da vida de cada sujeito particular. Julgamos, que somente por essa via, o destaque conferido à cultura, se converte em acaso de elevação, do desenvolvimento humano. Essa observação é essencial, já que vivemos em uma sociedade de classes, injusta e desigual, alienada e alienante e, sob tais condições, as reais possibilidades de desenvolvimento não são as mesmas para todos os indivíduos e instituições.
Portanto, para a implementação, da plena existência humana, o desafio que se coloca, reside na mudança dessa ordem social, em rumo a outra, universalizadora e não das desigualdades, e da alienação. Portanto, em rumo a uma ordem social afirmativa, de relações que permitam a todos os indivíduos, a suprema humanização, por meio de apropriações igualitárias, dos bens materiais, e intelectuais da humanidade, isto é, por meio da adequação igualitária da cultura. É a serviço desse direito humano, que defendemos a educação escolar, comprometida junto ao ato de ensinar!

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