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Didática e Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa e Literatura

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Indaial – 2021
DiDática e 
MetoDologia De 
ensino De língua 
Portuguesa e 
literatura
Profa. Marilsa Aparecida Alberto
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profa. Marilsa Aparecida Alberto
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
A334d
Alberto, Marilsa Aparecida
Didática e metodologia de ensino de Língua Portuguesa e 
Literatura. / Marilsa Aparecida Alberto. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
285 p.; il.
ISBN 978-65-5663-592-7
ISBN Digital 978-65-5663-591-0
1. Ensino de Língua Portuguesa e de Literatura. - Brasil. II. 
Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 469
aPresentação
Prezado acadêmico, conforme definido no Projeto Pedagógico, 
o objetivo geral do Curso de Licenciatura em Letras/Português é formar 
profissionais competentes para atuarem como docentes nos anos finais do 
Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, capazes de lidar, de forma 
crítica, com as linguagens, especialmente a verbal, nos contextos oral e 
escrito.
Para atender a esse objetivo, no decorrer do curso, você está tendo 
contato com diversas disciplinas que permitem uma formação teórico-
científica, bem como uma reflexão crítica acerca de temas e questões relativas 
aos conhecimentos linguísticos e literários. Entretanto, além da aprendizagem 
desses conteúdos inerentes a esse campo do saber, o processo de formação 
docente requer alguns conhecimentos específicos que contribuirão para que 
você tenha uma melhor atuação em sala de aula.
Para tanto, a disciplina Didática e Metodologia do Ensino de Língua 
Portuguesa e Literatura tem como objetivo proporcionar reflexões acerca do 
fazer docente para que você, futuro professor, esteja instrumentalizado a 
planejar, conduzir, intervir e avaliar o processo ensino-aprendizagem de 
forma consciente, crítica e reflexiva. 
O livro didático que você tem em mãos foi organizado em três 
unidades. Na primeira, denominada Didática e fundamentos do ensino de 
Língua Portuguesa e da Literatura, você compreenderá o que é a didática e qual 
a sua importância no planejamento escolar. Também terá a oportunidade 
de refletir sobre alguns fundamentos que norteiam o ensino de Língua 
Portuguesa e de Literatura.
Na Unidade 2, intitulada Organização curricular e práticas pedagógicas 
para o ensino da Língua Portuguesa e da Literatura, você entrará em contato com 
os conteúdos curriculares elencados para o ensino de Língua Portuguesa e 
de Literatura no Ensino Fundamental e Médio, tendo como referencial a Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que atualmente norteia a 
Educação Básica no nosso país.
Por fim, na Unidade 3, que trata das Metodologias de ensino e avaliação 
do processo de ensino-aprendizagem, serão definidos e classificados alguns 
métodos de ensino, dentre eles as metodologias ativas, que muito têm sido 
discutidas na contemporaneidade. Nessa unidade, também será abordada 
a questão da avaliação educacional, além de serem apresentados alguns 
instrumentos avaliativos que podem ser utilizados nas disciplinas de Língua 
Portuguesa e de Literatura. 
Espera-se, assim, que o conteúdo desse livro didático contribua para 
sua formação, fornecendo material reflexivo e instrumental para que você 
possa desempenhar sua função docente de forma qualificada e crítica. Vamos 
iniciar esse novo percurso? Bons estudos!
Profª. Marilsa Aparecida Alberto.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO
 DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA ........................................... 1
TÓPICO 1 — DIDÁTICA ..................................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3
2 O QUE É DIDÁTICA ......................................................................................................................... 3
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 7
3 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA DIDÁTICA .............................................................. 10
3.1 DIFERENTES CONCEPÇÕES DE ENSINO E DIDÁTICA .................................................... 10
3.2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR .................................................. 15
3.3 ABORDAGENS TEÓRICAS CONTEMPORÂNEAS .............................................................. 21
4 PROCESSO DE ENSINO, OBJETIVOS E PLANEJAMENTO ESCOLAR ............................. 26
4.1 OBJETIVOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM .......................................................................... 27
4.2 PLANO DE ENSINO .................................................................................................................... 28
4.3 DIFERENCIANDO PLANO DE ENSINO E PLANO DE AULA .......................................... 31
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 33
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 34
TÓPICO 2 — FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA ........................ 37
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 37
2 O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO BRASIL ............................................................ 37
3 COMPREENDENDO O CONCEITO DE LETRAMENTO ....................................................... 42
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................43
4 PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE NO ENSINO
 DA LÍNGUA PORTUGUESA ......................................................................................................... 45
4.1 PRÁTICAS DA LEITURA ........................................................................................................... 46
4.1.1 Prática da leitura na BNCC ................................................................................................ 46
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 47
4.2 PRÁTICA DA ESCRITA ............................................................................................................... 47
4.2.1 A importância da reescrita ................................................................................................ 48
4.2.2 Prática da escrita na BNCC ................................................................................................ 49
4.3 PRÁTICAS DA ORALIDADE ..................................................................................................... 50
4.3.1 Prática da oralidade na BNCC ........................................................................................... 50
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 52
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 53
TÓPICO 3 — FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LITERATURA ............................................ 57
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 57
2 O ENSINO DA LITERATURA NO BRASIL ................................................................................ 57
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58
3 A ESCOLARIZAÇÃO E A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LITERATURA ......................... 62
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 63
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 65
4 AS DISCIPLINAS DE LITERATURA E HISTÓRIA EM UMA
 PERSPECTIVA MULTIDISCIPLINAR.......................................................................................... 68
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 72
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 75
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 76
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 79
UNIDADE 2 — ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS
 PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA ............... 83
TÓPICO 1 — CURRÍCULO, PLANEJAMENTO E A BNCC ........................................................ 85
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 85
2 CURRÍCULO, PLANEJAMENTO DE ENSINO E PROJETO
 POLÍTICO-PEDAGÓGICO ............................................................................................................ 86
2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE CURRÍCULO E PLANEJAMENTO DE ENSINO ......................... 86
2.2 O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ................................................................................... 87
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 89
3 CONTEXTUALIZANDO A BNCC: ALGUNS MARCOS LEGAIS
 ORIENTADORES DA EDUCAÇÃO.............................................................................................. 90
4 FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS DA BNCC.......................................................................... 94
4.1 O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS: CONHECIMENTOS,
 HABILIDADES, ATITUDES E VALORES ................................................................................. 94
4.2 O COMPROMISSO COM A EDUCAÇÃO INTEGRAL .......................................................... 98
4.3 O TRABALHO COM A IGUALDADE, A DIVERSIDADE E A EQUIDADE ...................... 99
4.4 A BNCC E OS CURRÍCULOS ................................................................................................... 101
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 104
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 105
TÓPICO 2 — PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DA LÍNGUA
 PORTUGUESA E DA LITERATURA: A BNCC E OS ANOS FINAIS
 DO ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO ......................................... 109
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 109
2 A ETAPA DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ........................................... 109
2.1 A ÁREA DE LINGUAGENS NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............ 111
2.2 A LÍNGUA PORTUGUESA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ......... 112
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 116
2.3 PRÁTICAS DE LINGUAGEM ................................................................................................. 118
2.4 AS PRÁTICAS DE LINGUAGEM E SEUS DIVERSOS CAMPOS DE
 ATUAÇÃO SOCIAL ................................................................................................................... 119
2.4.1 Campo de atuação na vida pública ................................................................................. 120
2.4.2 Campo jornalístico-midiático ........................................................................................... 121
2.4.3 Campo das práticas de estudo e pesquisa ..................................................................... 121
2.4.4 Campo artístico-literário ................................................................................................... 122
3 A ETAPA DO ENSINO MÉDIO .................................................................................................... 122
3.1 AS COMPETÊNCIAS DA ÁREA DE LINGUAGENS E SUAS
 TECNOLOGIAS PARA O ENSINO MÉDIO ........................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
3.2 A LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO ............................................................... 126
4 O ENSINO DE LITERATURA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO
 FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO CONFORME A BNCC .............................................. 129
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 134
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 135
TÓPICO 3 — O CURRÍCULO NA SALA DE AULA: O
 PLANEJAMENTO DAS AULAS ............................................................................ 139
1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................139
2 A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE AULA NA PRÁTICA DOCENTE ................................ 139
3 TRABALHANDO COM SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS ........................................................... 144
4 MODELOS DE PLANOS DE AULA E SEQUENCIAS DIDÁTICAS .................................. 147
4.1 ENTENDENDO OS CÓDIGOS ALFANUMÉRICOS DA BNCC ........................................ 148
4.2 MODELOS DE PLANO DE AULA .......................................................................................... 151
4.2.1 Modelo 1: Mecanismos de modalização de textos políticos ........................................ 151
4.2.2 Modelo 2: Rodas de Leitura ............................................................................................. 157
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 162
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 170
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 171
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 173
UNIDADE 3 — METODOLOGIAS DE ENSINO E AVALIAÇÃO
 DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ......................................... 177
TÓPICO 1 — AS METODOLOGIAS DE ENSINO E O PROCESSO
 DE APRENDIZAGEM .............................................................................................. 179
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 179
2 O QUE SÃO METODOLOGIAS DE ENSINO ......................................................................... 179
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 182
3 CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ............................................. 183
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 185
3.1 ESTILOS DE APRENDIZAGEM............................................................................................... 186
4 ESTRATÉGIAS E PROCEDIMENTOS DE ENSINO ............................................................. 189
4.1 O USO DE RECURSOS DIDÁTICOS ...................................................................................... 191
4.2 O USO DE RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE LÍNGUA
 PORTUGUESA E LITERATURA ............................................................................................ 196
4.2.1 Jogos ..................................................................................................................................... 197
4.2.2 Dicionário ........................................................................................................................... 198
4.2.3 Música ................................................................................................................................. 200
4.2.4 Filmes................................................................................................................................... 201
4.2.5 Podcast ................................................................................................................................ 204
4.2.6 Livro didático .................................................................................................................... 205
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 208
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 209
TÓPICO 2 — AS METODOLOGIAS ATIVAS ............................................................................. 213
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 213
2 O QUE SÃO METODOLOGIAS ATIVAS ................................................................................. 214
3 MÉTODOS ATIVOS DE ENSINO E APRENDIZAGEM ...................................................... 219
3.1 APRENDIZAGEM POR PARES (PEER INSTRUCTION) ..................................................... 220
3.2 APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (ABP) ..................................................... 221
3.3 SALA DE AULA INVERTIDA .................................................................................................. 222
3.4 TEMPESTADE MENTAL (BRAINSTORMING) .................................................................... 224
3.5 ESTUDO DE CASO .................................................................................................................... 225
3.6 PHILIPS 66 .................................................................................................................................. 226
3.7 GRUPO DE VERBALIZAÇÃO E GRUPO DE OBSERVAÇÃO (GVGO) ............................ 228
4 O MÉTODO EXPOSITIVO .......................................................................................................... 229
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 234
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 235
TÓPICO 3 — AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM .................... 239
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 239
2 A AVALIAÇÃO NA PRÁTICA ESCOLAR ............................................................................... 239
3 AVALIAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA .............................................................................. 244
3.1 AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO DO TEXTO (LEITURA) ........................................... 244
3.2 AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO TEXTUAL (ESCRITA) ....................................................... 247
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 248
3.3 AVALIAÇÃO DA ORALIDADE ............................................................................................... 250
3.4 AVALIAÇÃO DA ANÁLISE LINGUÍSTICA .......................................................................... 254
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 255
4 AVALIAÇÃO EM LITERATURA ................................................................................................. 258
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 261
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 266
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 267
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 271
1
UNIDADE 1 — 
DIDÁTICA E FUNDAMENTOS 
DO ENSINO DA LÍNGUA 
PORTUGUESA E DA 
LITERATURA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender o conceito de didática, percebendo que esse conceito está 
relacionado à forma de se conceber a educação;
• comparar as diferentes concepções pedagógicas existentes no Brasil, 
identificando as característicasde cada uma delas;
• reconhecer a importância do planejamento, que é uma atividade ineren-
te à prática docente; 
• identificar os elementos que fazem parte de um plano de ensino e de um 
plano de aula;
• analisar as mudanças ocorridas no ensino da Língua Portuguesa no de-
correr da história; 
• diferenciar os termos alfabetização e letramento;
• conhecer as práticas de linguagem a serem trabalhadas no ensino da 
Língua Portuguesa;
• identificar as diversas fases pela qual o ensino da Literatura passou ao 
longo da história;
• compreender as implicações da transposição do texto literário para a 
sala de aula; 
• perceber a relação interdisciplinar entre a Literatura e a História.
 Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – DIDÁTICA
TÓPICO 2 – FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
TÓPICO 3 – FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LITERATURA
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
DIDÁTICA 
1 INTRODUÇÃO 
Acadêmico, os assuntos abordados nesse primeiro tópico têm como 
objetivo, inicialmente, compreender o conceito de didática enquanto área do 
saber que se ocupa do processo de ensino-aprendizagem, percebendo que ela está 
intrinsecamente relacionada ao conceito de educação. Sendo assim, diferentes 
concepções de educação pressupõem formas diferentes de conceber a didática e 
organizar o processo de ensino.
Ainda, nesse tópico, você percorrerá a história da didática, tendo a 
oportunidade de conhecer brevemente alguns pensadores da educação, cujas 
ideias originaram as concepções pedagógicas hoje identificadas como Tradicional 
e Renovada. Ao apresentar as características de cada uma das correntes originárias 
dessas duas concepções, espera-se que você, futuro professor, consiga identificá-
las no fazer pedagógico para que sua prática docente se efetive de forma consciente 
e crítica. Ao término dessa seção veremos ainda quais as perceptivas da Didática 
na contemporaneidade. 
A seguir, abordaremos a importância do planejamento do processo de 
ensino-aprendizagem, que inclui alguns elementos como objetivos, conteúdos, 
metodologia e avaliação. Como esses três últimos elementos serão abordados nas 
unidades posteriores, será dada atenção, nesse tópico, aos objetivos do ensino-
aprendizagem. Por fim, veremos a importância do planejamento escolar e como 
ele se materializa por meio de alguns instrumentos, dentre os quais o Plano de 
Ensino.
2 O QUE É DIDÁTICA 
Ao longo da sua vida de estudante, você provavelmente já disse ou ouviu 
uma destas expressões: “Gosto muito da didática daquela professora...” ou 
“Aquele professor sabe a matéria, mas não tem muita didática para ensinar...”. 
Esse tipo de discurso traz subentendido um conceito de didática limitado às 
técnicas utilizadas em sala de aula pelo docente que podem facilitar ou não o 
processo de aprendizagem por parte dos alunos.
Embora essa forma de concepção do termo não esteja incorreta, o estudo 
que será realizado nesta unidade abordará a didática de uma forma mais ampla, 
compreendendo-a enquanto área do saber que se concentra no processo de 
construção do conhecimento, ou seja, no processo ensino-aprendizagem. 
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
4
Conforme observado, a primeira acepção encontrada no dicionário está 
mais próxima do que foi apresentado anteriormente, ou seja, quando se diz que 
um professor tem boa didática, significa que ele tem domínio da técnica ou da 
arte de transmitir conhecimentos, o que facilita o processo de compreensão por 
parte dos alunos.
Conforme observado no Uni Nota anterior, analisando a segunda 
definição, referente à didática enquanto ramificação da Pedagogia que se 
concentra nos conteúdos do ensino e nos processos próprios para a construção 
do conhecimento, nota-se que ela é bem mais ampla. O estudo que você realizará 
nesse tópico abordará essa segunda acepção, ou seja, a didática compreendida 
como ramo do conhecimento que formula generalizações em torno das tarefas 
docentes comuns e fundamentais no processo de ensino, conforme apresentado 
por Libâneo (2015).
A propósito, Haydt (2008, p. 13) explica que a didática “se refere aos 
conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento. 
Enquanto a pedagogia pode ser conceituada como ciência e a arte da educação, a 
didática é definida como ciência e a arte do ensino”. A Didática, portanto, é uma 
disciplina que:
[...] estuda o processo de ensino por meio dos seus componentes – 
os conteúdos escolares, o ensino e a aprendizagem – para, com 
o embasamento numa teoria da educação, formular diretrizes 
orientadoras da atividade profissional dos professores. É, ao mesmo 
tempo, uma matéria de estudo fundamental na formação profissional 
dos professores e um meio de trabalho do qual os professores se servem 
para dirigir a atividade de ensino, cujo resultado é a aprendizagem 
dos conteúdos escolares pelos alunos (LIBÂNEO, 2015, p. 52).
A Didática, portanto, tem como objeto de estudo o processo de ensino-
aprendizagem. Ela pode ser compreendida como uma disciplina que propicia o 
estudo crítico dos elementos presentes na prática pedagógica, a saber: o professor, 
o aluno, o conhecimento, os objetivos, a metodologia e os recursos de ensino. Tal 
estudo deve ser mediado pela problematização, contestação e identificação de 
aspectos positivos e negativos que permeiam essa prática (LIBÂNEO, 2015). 
A propósito, consultando um dicionário encontramos duas acepções para o 
termo didática. Primeiramente, ela é definida como técnica ou arte de ensinar, de transmitir 
conhecimentos. E, ainda, como ramo ou seção específica da pedagogia que se concentra 
nos conteúdos do ensino e nos processos próprios para a construção do conhecimento; 
ciência e arte do ensino (MICHAELIS, 2021).
NOTA
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
5
Pensando o processo educativo como uma relação triádica entre o 
professor, os alunos e o conhecimento (CORDEIRO, 2009), a didática pode ser 
compreendida como um campo de estudo que se ocupa com o que ensinar, a 
quem ensinar, por que ensinar e como ensinar, sempre levando em consideração 
as especificidades dos alunos e da realidade escolar. 
Veja bem, levar em consideração a situação do aluno e do contexto 
escolar significa dizer que a didática não apresenta receitas prontas acerca do 
ato de ensinar. De acordo com Cordeiro (2009, p. 98), “[...] pensar o ensino e a 
aprendizagem em termos da relação pedagógica implica admitir a complexidade 
da situação da sala de aula e considerar as questões de ensino de um ponto de 
vista dinâmico”. 
Essa complexidade e dinamismo apontados por Cordeiro (2009) residem 
no fato de que cada turma, cada aluno e cada momento são únicos. Assim, embora 
as teorias apresentadas ajudem a expandir os conhecimentos do educador sobre 
sua ação de educar, ele “nunca estará definitivamente pronto, formado, pois que 
a sua preparação, a sua maturação se faz no dia a dia, na meditação teórica sobre 
a sua prática” (LUCKESI, 2012, p. 29). Nesse sentido, a didática:
[...] não poderá reduzir-se e dedicar-se tão somente ao ensino de meios 
e mecanismos pelos quais se possa desenvolver um processo ensino-
aprendizagem, mas deverá ser um elo fundamental entre as opções 
filosófico-políticas da educação, os conteúdos profissionalizantes e 
o exercício diuturno da educação. Não poderá continuar sendo um 
apêndice de orientações mecânicas e tecnológicas. Deverá ser, sim, 
um modo crítico de desenvolver uma prática educativa, forjadora 
de um projeto histórico, que não se fará tão somente pelo educador, 
[mas] conjuntamente, com o educando e outros membros dos diversos 
setores da sociedade (LUCKESI, 2012, p. 33).
Para Luckesi (2012), o estudo da didática deve superar uma visãoreducionista e mecanicista, levando o educador a refletir criticamente sobre sua 
prática. Para tanto, o docente precisa ter clareza do papel social da educação e 
das concepções de homem e de sociedade implícitas no ato educativo. Sobre essa 
questão é oportuna a contribuição de Veiga (2004), que entende a didática como 
uma área do conhecimento que tem como objeto de estudo o ato de ensinar: 
De um lado, constitui-se em um conteúdo técnico, relativo à forma de 
organizar, desenvolver e avaliar a transmissão, direta e indireta, do 
conteúdo objeto do ensino. De outro lado, o ato de ensinar vivencia 
dimensões colocadas como sua finalidade e também um conteúdo, aqui, 
denominado de pedagógico. Esse conteúdo é relativo às concepções 
de homem, de educação, de sociedade e de mundo vivenciadas pelos 
conhecimentos, valores e habilidades desenvolvidos como finalidades 
específicas pelo professor e compreendidos no interior de finalidades 
mais amplas para a escola como instituição social (VEIGA, 2004, p. 30)
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
6
Tal concepção de didática implica em pensar a educação enquanto 
fenômeno social, ou seja, ela é parte das relações sociais, econômicas, políticas 
e culturais de uma determinada sociedade. Nesse sentido, Libâneo (2015, p. 22) 
considera que:
[...] a responsabilidade social da escola e dos professores é muito 
grande, pois cabe-lhes escolher qual concepção de vida e de sociedade 
deve ser trazida à consideração dos alunos e quais conteúdos e 
métodos lhes propiciam o domínio dos conhecimentos e a capacidade 
de raciocínios necessários à compreensão da realidade social e à 
atividade prática na profissão, na política, nos movimentos sociais. 
Tal como a educação, também o ensino é determinado socialmente. 
Ao mesmo tempo que cumpre objetivos e exigências da sociedade 
conforme interesses de grupos e classes sociais que a constituem, o 
ensino cria condições metodológicas e organizativas para o processo 
de transmissão e assimilação de conhecimentos e desenvolvimento 
das capacidades intelectuais e processos mentais dos alunos tendo em 
vista o entendimento crítico dos problemas sociais. 
Tendo compreendido o conceito de didática, é importante destacar que ela 
está estreitamente vinculada ao conceito de metodologia, estando ambas, por sua 
vez, relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, para exercer 
a docência de forma eficiente, é necessário que o professor tenha conhecimento 
do conteúdo a ser ministrado, mas que também tenha conhecimento do campo 
didático-metodológico. 
O estudo da metodologia, por sua vez, não deve se restringir ao 
conhecimento das técnicas de ensino. A opção por um determinado tipo de 
metodologia revela a postura política do professor, seus valores, sua visão de 
mundo e de sociedade, tal como vimos em relação à didática.
De acordo com Manfredi (1993, p. 1), a metodologia de ensino costuma 
ser definida, de uma forma um tanto quanto genérica e simplista, como sendo 
“o estudo das diferentes trajetórias traçadas/planejadas e vivenciadas pelos 
educadores para orientar/direcionar o processo de ensino-aprendizagem em 
função de certos objetivos ou fins educativos/formativos”. Essa definição, 
entretanto, pode ser utilizada para referir-se à prática de qualquer educador, 
independentemente de sua concepção de educação. 
Sendo assim, faz-se necessário pensar em metodologia de ensino de uma 
forma mais ampla, ou seja, levando em consideração o contexto histórico-social. 
Essa forma de pensar leva ao entendimento de que “talvez não exista apenas 
um conceito geral, universalmente válido e a-histórico de metodologia, mas sim 
vários, que têm por referência as diferentes concepções e práticas educativas que 
historicamente lhes deram suporte” (MANFREDI, 1993, p. 1). 
Embora o tema da metodologia de ensino seja retomado com mais 
profundidade na Unidade 3 desse livro didático, no decorrer da Unidade 1, 
retomaremos o conceito de metodologia, associando-o às diversas concepções de 
educação existentes.
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
7
Como você deve ter observado, o estudo da didática requer constantes 
reflexões acerca da educação e do processo educativo. Vejamos, então, o conceito 
de educação – nos sentidos amplo e estrito – e qual a sua relação com a instrução 
e o ensino, termos bastante recorrentes no campo da didática.
Em sentido amplo, a educação pode ser compreendida como um fenômeno 
social inerente à constituição do ser humano, ocorrendo em diversas esferas: 
familiar, religiosa, política, econômica e cultural, dentre outras. 
Além disso, ela ocorre ao longo de toda a existência, já que “a consciência 
do mundo e a consciência de si como ser inacabado necessariamente inscrevem 
o ser consciente de sua inclusão num permanente movimento de busca. É na 
inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como processo 
permanente” (FREIRE, 2002, p. 64). 
A educação, ainda, está presente em todas as sociedades. Isso acontece, 
segundo Saviani (2003, p. 7), porque:
[...] o homem não se faz homem naturalmente; ele não nasce sabendo 
ser homem, vale dizer, ele não nasce sabendo sentir, pensar, avaliar, 
agir. Para saber pensar e sentir; para saber querer, agir ou avaliar é 
preciso aprender, o que implica o trabalho educativo. Assim, o saber 
que diretamente interessa à educação é aquele que emerge como 
resultado do processo de aprendizagem, como resultado do trabalho 
educativo. Entretanto, para chegar a esse resultado a educação tem 
que partir, tem que tomar como referência, como matéria-prima de sua 
atividade, o saber objetivo produzido historicamente. 
AUTOATIVIDADE
Até aqui você viu que tanto o conceito de didática como o de metodologia 
costumam ser abordados de forma simplista e genérica, sem levar em 
consideração o contexto histórico-social em que a educação ocorre. 
1 Com base nessas reflexões iniciais apresentadas, o que significam didática e 
metodologia para você? Registre aqui suas impressões. 
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Ao término da unidade, retome o que você escreveu e analise se o seu 
entendimento sobre o assunto foi modificado.
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
8
As reflexões apresentadas por Saviani (2003) levam ao conceito da 
educação em seu sentido estrito, que ocorre “em instituições específicas, escolares 
ou não, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma ação 
consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles processos 
formativos gerais” (LIBÂNEO, 2015, p. 17). 
Em síntese, a educação, em seu sentido amplo, é aquela que acontece 
ao longo da vida, constituindo-se no processo de desenvolvimento integral do 
ser humano, tendo em vista sua capacitação “para o autoconhecimento e para 
a transmissão de valores morais, culturais e cívicos que sustentam a sociedade” 
(MARQUES; OLIVEIRA, 2016, p. 191). 
Já a educação em seu sentido estrito corresponde às ações educativas 
mediadas, na maioria das vezes, por um professor no espaço da sala de aula. 
Quanto à educação escolar, trata-se de um sistema de instrução e ensino 
constituído por práticas organizadas e sistematizadas, que apresenta finalidades 
e objetivos previamente definidos. E quais seriam as diferenças entre ensino e 
instrução? 
Quando se fala em ensino, é comum as pessoas pensarem imediatamente 
na escola, local em que se ensinam conteúdos programáticos e teóricos, como 
a Língua Portuguesa, a Matemática, a Geografia e outros. As principais figuras 
dessa interação são o professor e o aluno.Muito embora o ensino possa ocorrer 
fora do ambiente escolar, seu local privilegiado é a escola.
A instrução, por sua vez, difere-se do ensino por estar voltada para as 
destrezas corporais, para o saber-fazer. Quando se instrui também se ensina; 
entretanto, o conteúdo ensinado é prático, pois envolve competências corporais 
como aprender a nadar, a escovar os dentes, a dirigir um carro, a pintar uma tela. 
Embora a instrução ocorra também na escola, ela ultrapassa esse ambiente.
Como você deve ter percebido, educar, ensinar e instruir são conceitos 
diferenciados, mas interligados. Para ampliar sua compreensão, acesse o link a seguir, 
no qual você terá acesso a uma explicação detalhada, com diversos exemplos acerca 
desses três termos e a um jogo criado por Nelson Gomes, em que você poderá testar seus 
conhecimentos sobre o assunto.
FONTE: <https://bit.ly/34lUQpx>. Acesso em: 7 abr. 2021.
DICAS
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
9
De acordo com Libâneo (2015), o processo educativo se desenvolve na 
escola por meio da instrução e do ensino, constituindo-se na assimilação de 
experiências e conhecimentos acumulados pelas gerações anteriores no decurso 
do desenvolvimento histórico-social. Tal processo possui caráter pedagógico, 
uma vez que se trata de uma ação consciente, intencional e planejada. A didática 
ocupa um lugar especial nesse processo, uma vez que ela: 
[...] investiga os fundamentos, condições e modos de realização da 
instrução e do ensino. A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e 
pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos 
em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e 
aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades 
mentais dos alunos (LIBÂNEO, 2015, p. 26). 
Depreende-se, então, que a Didática realiza a mediação entre as bases 
teórico-científicas da educação escolar e a prática docente. Ela defende a superação 
entre teoria e prática, estabelecendo o vínculo entre ambas. De acordo com Veiga 
(1989), teoria e prática não existem isoladas, sendo que uma não é mais ou menos 
importante que a outra.
Diversos filmes, nacionais e estrangeiros, abordam questões relacionadas ao 
ensino-aprendizagem por meio das relações estabelecidas entre professor/alunos. Um 
deles é o filme Escritores da liberdade, baseado no best-seller O diário dos escritores da 
liberdade. 
O filme conta a história de uma professora de Língua Inglesa e Literatura que se vê diante 
de estudantes cujas vidas foram marcadas pela violência e por conflitos raciais. Diante do 
desafio de lecionar para essa turma de alunos desmotivados e desinteressados, a profes-
sora resolve utilizar uma metodologia de ensino diferenciada para conseguir atingi-los. 
 
Que tal assistir ao filme refletindo sobre as concepções de homem, sociedade e educa-
ção implícitas na história?
Ficha Técnica
Título no Brasil: Escritores da liberdade
Título original: Freedom Writers
País de origem: Estados Unidos
Gênero: Drama
Duração: 122 minutos
Ano de lançamento: 2007
Direção: Richard La Gravenese 
DICAS
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
10
CARTAZ DO FILME
FIGURA – ESCRITORES DA LIBERDADE
FONTE: <https://bit.ly/3bXAJCz>. Acesso em: 8 abr. 2021.
3 DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA DIDÁTICA
Após ter estudado o conceito de didática e sua relação com a educação, 
vamos avançar um pouco mais. Quando surgiu a didática? Quem foi seu 
precursor? A concepção de didática sempre foi a mesma no decorrer da história 
ou mudou com o passar do tempo? Qual a relação da didática com as tendências 
pedagógicas? Vamos lá?
3.1 DIFERENTES CONCEPÇÕES DE ENSINO E DIDÁTICA
A história da didática está intrinsecamente relacionada ao surgimento 
do ensino enquanto atividade planejada e intencional. De acordo com Libâneo 
(2015), até meados do século XVII não se pode falar da didática como teoria do 
ensino, muito embora a ação pedagógica ocorresse, de forma não sistematizada, 
nas escolas, mosteiros e igrejas. 
O termo “Didática” aparece quando os adultos começam a intervir 
na atividade de aprendizagem das crianças e jovens através da 
direção deliberada e planejada do ensino, ao contrário das formas 
de intervenção mais ou menos espontâneas de antes. Estabelecendo-
se uma intenção propriamente pedagógica na atividade de ensino, 
a escola se torna uma instituição, o processo de ensino passa a 
ser sistematizado conforme níveis, tendo em vista a adequação as 
possibilidades das crianças, as idades e ritmo de assimilação dos 
estudos (LIBÂNEO, 2015, p. 58).
 
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
11
A didática propriamente dita surgiu no século XVII, quando o pastor 
protestante João Amós Comênio escreveu uma obra clássica denominada Didática 
magna, na qual ele formulou a ideia da difusão do conhecimento para todos e 
criou regras e princípios do ensino. Sendo assim, há mais de 360 anos Comênio: 
[...] convidava os educadores a pensar na questão educacional, 
propondo a utopia da criação de um método que fosse capaz de 
ensinar tudo a todos, especialmente o domínio da leitura e da escrita, 
base para a compreensão e interpretação dos textos bíblicos. Nascia 
assim a didática, no cerne de uma verdadeira revolução social e 
política, contra a hegemonia do poder do clero católico na condução 
do destino da humanidade (PIMENTA et al., 2013, p. 143). 
Comênio – que ficou então conhecido como o precursor da Didática 
Moderna – tinha como intento encontrar um método mais eficiente de divulgar 
as ideias religiosas, especialmente referentes à Reforma Protestante, em oposição 
às ideias disseminadas pelo catolicismo. Sua didática estava pautada em alguns 
princípios, conforme apresentado por Libâneo (2015, p. 58-59):
• A finalidade da educação é conduzir à felicidade eterna com Deus, 
pois a educação é uma força poderosa de regeneração da vida 
humana. Todos os homens merecem a sabedoria, a moralidade 
e a religião, porque todos, ao realizarem sua própria natureza, 
realizam os desígnios de Deus. Portanto, a educação é um direito 
natural de todos. 
• Por ser parte da natureza, o homem deve ser educado de acordo 
com o seu desenvolvimento natural, isto é, de acordo com as 
características de idade e capacidade para o conhecimento. 
Consequentemente, a tarefa principal da Didática é estudar as 
características e os métodos de ensino correspondentes, de acordo 
com a ordem natural das coisas. 
• A assimilação dos conhecimentos não se dá instantaneamente, 
como se o aluno registrasse de forma mecânica na sua mente 
a informação do professor, como o reflexo num espelho. No 
ensino, ao invés disso, tem um papel decisivo a percepção 
sensorial das coisas. Os conhecimentos devem ser adquiridos a 
partir da observação das coisas e dos fenômenos, utilizando e 
desenvolvendo sistematicamente os órgãos dos sentidos. 
• O método intuitivo consiste, assim, da observação direta, pelos 
órgãos dos sentidos, das coisas, para o registro das impressões 
na mente do aluno. Primeiramente as coisas, depois as palavras. 
O planejamento de ensino deve obedecer ao curso da natureza 
infantil; por isso as coisas devem ser ensinadas uma de cada vez. 
Não se deve ensinar nada que a criança não possa compreender. 
Portanto, deve-se partir do conhecido para o desconhecido.
Ao analisar os princípios nos quais se assentava a didática de Comênio, 
Libâneo (2015) reconhece seu mérito tanto por suas ideias inovadoras quanto por 
empenhar-se em desenvolver métodos de instrução mais eficientes. Entretanto, 
ele também observa que Comênio não escapou de algumas crenças recorrentes 
naquela época acerca do ensino: 
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
12
Embora partindo da observação e da experiência sensorial, mantinha-se 
o caráter transmissor do ensino; embora procurando adaptar o ensino 
às fases do desenvolvimento infantil, mantinha-se o método único e o 
ensino simultâneo a todos. Além disso, sua ideia de que a única via de 
acesso dosconhecimentos é a experiência sensorial com as coisas não 
é suficiente, primeiro porque nossas percepções frequentemente nos 
enganam, segundo, porque já há uma experiência social acumulada 
de conhecimentos sistematizados que não necessitam ser descobertos 
novamente (LIBÂNEO, 2015, p. 59). 
Como você pode perceber, a didática está intimamente relacionada ao que 
se espera da educação, do homem e da sociedade em um determinado contexto 
e ambiência. Após Comênio, outros pensadores trouxeram novas concepções de 
educação, ensino-aprendizagem. Antes de conhecê-los, veja, a seguir, um pouco 
mais sobre o precursor da didática.
João Amós Comênio nasceu na Europa, em 1592, na região que hoje 
corresponde à República Tcheca e morreu em 1670. Em pleno século XVII, já defendia o 
direito de todos à educação. 
O que Comênio defendia
A alta didática é uma arte geral de ensinar tudo a todos. E ensinar com segurança para 
que o resultado aconteça. Ensinar gentilmente de forma que nem o professor nem os 
alunos sintam quaisquer dificuldades ou aversão, pelo contrário, ambos tenham prazer. E 
ensinar cuidadosamente, não superficialmente, levando todos a uma verdadeira educação, 
maneiras nobres e dedicada piedade. 
FONTE: COMENIUS, J. A. The Great Didactic of John amos Comenius. 2. ed. Londres: A. 
and C. Black, 1910.
FIGURA – JAN AMOS KOMENSKY (COMÊNIO)
FONTE: <https://bit.ly/3bYVRIv>. Acesso: 8 abr. 2021.
NOTA
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
13
A partir do século XIX, surgiram outros pensadores que apresentaram 
novas concepções de ensino. Dentre eles, destacaram-se Jean Jacques Rousseau 
(1712-1778), Henrique Pestalozzi (1746-1827) e Johann Friedrich Herbart (1766-
1841).
Jean Jacques Rousseau propôs uma nova concepção de ensino baseada 
nos interesses da criança. A obra denominada Emílio ou Da educação, publicada 
por ele em 1762, constitui-se em uma das maiores obras acerca da psicologia do 
desenvolvimento:
Emílio constitui uma experiência educacional imaginária. O objetivo 
de Rousseau era mostrar como seria possível criar um indivíduo que 
pudesse agir como um agente autônomo mesmo na ordem política 
ilegítima de seu tempo. Visto que as instituições públicas de escolas 
e faculdades eram irremediavelmente corruptas, a única solução 
era retirar tanto aluno quanto o professor da sociedade e conduzir a 
experiência fora dela (PALMER, 2005, p. 74). 
De acordo com Libâneo (2015), Rousseau acreditava que a organização 
e desenvolvimento do estudo são determinados pelos interesses e necessidades 
imediatas do aluno. Assim, a educação é um processo natural que se fundamenta 
de acordo com o desenvolvimento interno do aprendiz. Ele ainda dizia que as 
crianças são boas por natureza, além de possuírem uma tendência natural para 
se desenvolverem.
Acerca de Pestalozzi, Libâneo (2015) esclarece que esse pensador dedicou 
a maior parte de sua vida à educação de crianças pobres em instituições por 
ele dirigidas. O ensino que ele propunha era baseado no método intuitivo, que 
tinha como princípios o senso de observação, a análise dos objetos e fenômenos 
da natureza e a capacidade de linguagem. Herbart, por sua vez, é considerado 
o inspirador da pedagogia conservadora. De acordo com Libâneo (2015), ele 
defendia que o fim da educação é a moralidade, ou seja, educar significa instruir 
o homem para que aprenda a comandar a si próprio, cabendo ao professor 
introduzir ideias corretas na mente dos alunos. Sendo assim: 
[...] o sistema pedagógico de Herbert [...] trouxe esclarecimentos 
válidos para a organização da prática docente, como por exemplo: 
a necessidade de estruturação e ordenação do processo de ensino, a 
exigência de compreensão dos assuntos estudados e não simplesmente 
memorização, o significado educativo da disciplina na formação do 
O que se afirma sobre Comênio
É difícil avaliar quanto a educação moderna deve a Comenius – talvez novas ideias teriam 
sido desenvolvidas mais cedo ou mais tarde de qualquer maneira –, mas não há dúvida de 
que foi um dos pioneiros. Como pensador, de certa forma estava na vanguarda: foi um 
dos primeiros que defenderam a educação das mulheres, e sentia-se tanto um patriota 
quanto um cidadão do mundo. Como uma pessoa honesta e corajosa, que manteve a fé 
em condições adversas, só se pode sentir admiração por ele (PALMER, 2005, p. 59).
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
14
caráter. Entretanto, o ensino é entendido como o repasse de ideias do 
professor para a cabeça do aluno; os alunos devem compreender o que 
o professor transmite, mas apenas com a finalidade de reproduzir a 
matéria transmitida (LIBÂNEO, 2015, p. 61). 
Os pensamentos difundidos por esses e outros teóricos da educação 
constituíram-se na base do pensamento pedagógico europeu, originando as 
concepções pedagógicas hoje identificadas como Tradicional e Renovada. Essas 
concepções, por sua vez, desdobram-se em diversas correntes. Você provavelmente 
já ouviu falar algo sobre eles. Veja, no quadro a seguir, as principais características 
de cada uma. 
QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS DAS CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS TRADICIONAL E RENOVADA
FONTE: Adaptado de Libâneo (2015)
Tais concepções, por sua vez, deram origem às tendências pedagógicas, 
que podem ser entendidas como as diversas teorias filosóficas que pretenderam 
dar conta da compreensão e da orientação da prática educacional em diversos 
momentos e circunstâncias da história humana (LUCKESI, 1994). Vale lembrar 
que cada uma delas tem sua forma de conceber a didática, uma vez que: 
[...] dependendo das circunstâncias e do momento histórico, a didática 
pode ser considerada como a ciência do ensino, a arte do ensino, uma 
teoria da instrução, uma teoria da formação ou mesmo uma tecnologia 
para dar suporte metodológico às disciplinas curriculares. De alguma 
forma, esteve sempre ligada às questões postas pelos processos de 
ensino, compreendidos como instrumentos de poder, a serviço de 
interesses diferentes e contraditórias finalidades (PIMENTA et al., 
2013, p. 143).
Entende-se, assim, que a concepção de didática mudou com o passar do 
tempo, sempre adequando-se ao conceito em voga de educação, mas também ao 
momento político, econômico e social vivenciado. Compreender as influências 
PEDAGOGIA TRADICIONAL PEDAGOGIA RENOVADA
• Ação de agentes externos na 
formação do aluno.
• Primazia do objeto de 
conhecimento.
• Transmissão do saber constituído 
na tradição e nas grandes verdades 
acumuladas pela humanidade.
• Ensino concebido como impressão 
de imagens propiciadas pela 
palavra do professor ou pela 
observação sensorial.
• Considera a criança um ser dotado 
de liberdade, iniciativa e interesses 
próprios (sujeito da própria 
aprendizagem).
• Considera as etapas do 
desenvolvimento biológico e 
psicológico.
• Individualização do ensino 
conforme os diferentes ritmos de 
aprendizagem.
• Respeito às capacidades e aptidões 
individuais 
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
15
das tendências pedagógicas e saber identificá-las no fazer docente é uma forma 
do educador fundamentar sua própria prática, de forma consciente e crítica. 
Veja, no próximo subtópico, as tendências pedagógicas presentes no discurso 
educacional brasileiro.
3.2 TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA ESCOLAR
Para facilitar a compreensão, as tendências pedagógicas no Brasil são 
didaticamente divididas em dois grupos: as de caráter liberal e as de caráter 
progressista, conforme sintetizado no quadro a seguir.
QUADRO 2 – TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NO BRASIL
FONTE: Adaptado de Libâneo (2015)
A Pedagogia Liberal compreende as correntes influenciadas pelos ideais 
iluministas da Revolução Francesa (1789) de igualdade, liberdade e fraternidade, 
bem como pelas contribuições do liberalismo ocidental e do sistema capitalista. 
Segundo o ideário liberal, a escola deve preparar o aluno para desempenhar 
papéis sociais em conformidade com suas aptidões individuais. Dessa forma, eles 
desconsideram as desigualdades de oportunidades e condiçõessociais. 
Dentre as tendências pedagógicas liberais, destacam-se a tradicional, a 
renovada e a tecnicista. Suas principais características e o papel da didática em 
cada uma delas serão apresentados no quadro a seguir. 
PEDAGOGIA LIBERAL PEDAGOGIA PROGRESSISTA
Tradicional Libertadora
Renovada Libertária
Tecnicista Crítico-Social dos Conteúdos
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
16
Tendência 
Pedagógica 
Liberal 
Tradicional
• É centrada no professor (detentor do saber).
• O professor tem como função transmitir o conhecimento ao 
aluno.
• O aluno é receptor passivo; seu papel é memorizar o 
conhecimento recebido.
• O aprendizado acontece por meio da ação de agentes 
externos.
• A metodologia utilizada compõe-se de aulas expositivas, 
organizadas de acordo com uma sequência fixa, além de 
exercícios e dever de casa.
• Os conteúdos são desvinculados dos interesses dos 
estudantes e repassados como verdades absolutas.
• A avaliação tem caráter de punição e é centrada no produto.
• A metodologia de ensino é entendida como um conjunto 
padronizado de procedimentos destinados a transmitir todo 
e qualquer conhecimento universal e sistematizado.
• A Didática é uma disciplina normativa, um conjunto de 
princípios e regras que regulam o ensino.
Tendência 
Pedagógica 
Liberal 
Renovada
• É centrada no aluno, que é considerado o sujeito da 
aprendizagem. 
• Valoriza a criança, bem como os aspectos psicológico e 
biológico. 
• Defende o respeito às capacidades e aptidões individuais.
• A aprendizagem acontece a partir da valorização de seus 
conhecimentos e experiências. 
• O professor é um facilitador do ensino.
• Ao professor cabe motivar, orientar e organizar as situações 
de aprendizagem, adequando-as às capacidades e interesses 
individuais dos alunos.
• A relação professor-aluno é democrática. 
• O conhecimento é visto como algo inacabado, a ser descoberto 
e reinventado.
• Os conteúdos são estabelecidos pela experiência.
• A metodologia busca o aprender experimentando, o aprender a 
aprender. 
• A avaliação valoriza o processo, e não o produto.
• A metodologia do ensino é entendida como uma estratégia 
que visa garantir o aprimoramento individual e social. 
• A didática é entendida como “direção da aprendizagem”.
QUADRO 3 – CARACTERÍSTICAS DAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
17
FONTE: Adaptado de Libâneo (2015) e Manfredi (1993)
As tendências de cunho progressista também são chamadas de teorias 
críticas da educação. Caracterizam-se como um conjunto de ideias voltadas para 
os interesses da maioria da população, defendendo a necessidade de superação 
do conceito de escola como redentora ou reprodutora da sociedade (SAVIANI, 
2003). Subdividem-se em libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. 
Veja, a seguir, as características de cada uma delas. 
Tendência 
Pedagógica 
Liberal 
Tecnicista
• Atividades repetitivas, programadas e sem reflexão. 
• Defende o princípio da neutralidade, da racionalidade, 
da eficiência, da produtividade e da fragmentação do 
conhecimento.
• O professor é refém da técnica, repassada pelos manuais.
• O aluno é um mero reprodutor de respostas pré-estabelecidas 
pela escola; devendo reproduzir sem questionar. 
• O papel da escola é produzir indivíduos competentes para o 
mercado de trabalho.
• A metodologia prioriza o uso da técnica para atingir objetivos 
instrucionais (cópia, repetição, treino). 
• Os conteúdos são baseados nos princípios científicos.
• Utilização de manuais e módulos de autoinstrução.
• A avaliação é feita com vários instrumentos de medição. 
• A metodologia do ensino é entendida como uma estratégia 
de aprimoramento técnico, no sentido de garantir maior 
eficiência e eficácia ao processo de ensino-aprendizagem. 
• A didática é instrumental, tendo como foco a racionalização 
do ensino.
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
18
TENDÊNCIA 
PEDAGÓGICA CARACTERÍSTICAS
Tendência 
Pedagógica 
Progressista 
Libertadora
• É oriunda dos movimentos de educação popular.
• Visa uma escola crítica, que questiona as relações do 
homem no seu meio.
• O aluno é sujeito do ato de conhecer e seu papel é refletir 
sobre sua realidade.
• O professor é o coordenador das atividades.
• A relação professor-aluno é horizontal.
• Os conteúdos partem de temas geradores extraídos da 
vida dos alunos.
• A metodologia é participativa, buscando a construção 
do conhecimento.
• Prioriza a autoavaliação e a avaliação mútua.
• Não tem uma proposta explícita de didática, pois 
muitos de seus seguidores acreditam que toda didática 
possui caráter tecnicista, porém, há uma didática 
implícita na orientação do trabalho escolar.
Tendência 
Pedagógica 
Progressista 
Libertária
• Estimula a participação do aluno em grupos e 
movimentos sociais como sindicatos, grupos de mães, 
associações de moradores etc.
• O papel da escola é transformar o aluno no sentido 
libertário e auto gestionário. 
• O papel do aluno é refletir sobre sua realidade para 
poder engajar-se nas lutas por libertação.
• O professor é o conselheiro, uma espécie de monitor à 
disposição do aluno.
• O conhecimento baseia-se na reflexão sobre a cultura e 
na busca de respostas aos desafios encontrados.
• A metodologia é baseada na livre-expressão. 
• Os conteúdos são colocados para o aluno, mas não são 
exigidos, pois resultam das necessidades do grupo.
• Presença da autoavaliação, sem caráter punitivo.
• Sua didática defende a autogestão pedagógica. Alia-se 
às ideias defendidas pelos anarquistas e psicanalistas 
que acreditam que a aprendizagem ocorre por meio da 
vivência em grupos.
QUADRO 4 – CARACTERÍSTICAS DAS TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
19
FONTE: Adaptado de Libâneo (2015) e Manfredi (1993)
Tendência 
Pedagógica 
Progressista 
Crítico-Social 
dos Conteúdos
• O ponto de partida no processo formativo do aluno é a 
reflexão da prática social, embasada teoricamente.
• Os alunos devem ter o domínio dos conhecimentos, 
das habilidades e capacidades para interpretar suas 
experiências de vida e defender seus interesses de classe.
• O papel da escola é preparar o aluno para uma 
participação ativa na sociedade.
• O aluno é visto como sujeito ativo.
• O professor é a autoridade competente que direciona o 
processo ensino-aprendizagem; é o mediador entre os 
conteúdos e os alunos.
• O conhecimento é construído pela experiência pessoal e 
subjetiva.
• A metodologia parte do contexto cultural e social.
• Os conteúdos são culturais e universais, sempre 
reavaliados frente à realidade social.
• A avaliação considera que a experiência só pode ser 
julgada a partir de critérios internos do organismo. 
• A metodologia do ensino é entendida como uma 
estratégia que visa garantir o processo de reflexão crítica 
sobre a realidade vivida, percebida e concebida, visando 
uma tomada de consciência dessa realidade, tendo em 
vista a sua transformação. 
• Atribui grande importância à didática, que tem como 
objetivo a direção do processo de ensinar.
Veja agora a música Estudo errado, de Gabriel o Pensador, produzida em 
1995. Na música, o rapper critica o formato das escolas da época. Você também pode 
acessar o seguinte link para assistir ao vídeo: https://bit.ly/3oWJvFX.
Estudo errado
Eu tô aqui pra quê? Será que é pra aprender? Ou será que é pra sentar, me acomodar e 
obedecer? Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever. A professora já tá de marcação 
porque sempre me pega. Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas. E ela 
esfrega na minha cara um zero bem redondo. E quando chega o boletim lá em casa eu 
me escondo. Eu quero jogar botão, videogame, bola de gude.
Mas meus pais só querem que eu vá pra aula! E estude! Então dessa vez eu vou estudar até 
decorar cumpádi. Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde.Ou 
quem sabe aumentar minha mesada. Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?). Não. 
De mulher pelada. A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada. E a entrada 
no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!). A rua é perigosa então eu vejo televisão 
(Tá lá mais um corpo estendido no chão). Na hora do jornal eu desligo porque eu nem 
DICAS
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20
sei nem o que é inflação. - Ué não te ensinaram? - Não. A maioria das matérias que eles 
dão eu acho inútil. Em vão, pouco interessantes, eu fico pu... Tô cansado de estudar, de 
madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!). Então eu fui relendo tudo até a prova começar. 
Voltei louco pra contar.
Manhê! Tirei um dez na prova. Me dei bem, tirei um cem e eu quero ver quem me re-
prova. Decorei toda lição. Não errei nenhuma questão. Não aprendi nada de bom. Mas 
tirei dez (boa filhão!). Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci. Decorei, copiei, 
memorizei, mas não entendi. Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci. Decorei, 
copiei, memorizei, mas não entendi. 
Decoreba: esse é o método de ensino. Eles me tratam como ameba e assim eu não racio-
cino. Não aprendo as causas e consequências só decoro os fatos. Desse jeito até história 
fica chato. Mas os velhos me disseram que o porquê é o segredo. Então quando eu num 
entendo nada, eu levanto o dedo. Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente. Eu 
sei que ainda não sou gente grande, mas eu já sou gente. E sei que o estudo é uma coi-
sa boa. O problema é que sem motivação a gente enjoa. O sistema bota um monte de 
abobrinha no programa. Mas pra aprender a ser um ignorante. Ah, um ignorante, por mim 
eu nem saía da minha cama (ah, deixa eu dormir). Eu gosto dos professores e eu preciso 
de um mestre. Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste. - O que é 
corrupção? Pra que serve um deputado? Não me diga que o Brasil foi descoberto por 
acaso! Ou que a minhoca é hermafrodita. Ou sobre a tênia solitária. Não me faça decorar 
as capitanias hereditárias! Vamos fugir dessa jaula! Hoje eu tô feliz (matou o presidente?). 
Não. A aula. Matei a aula porque num dava. Eu não aguentava mais. E fui escutar o Pensa-
dor escondido dos meus pais. Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam. (Esse 
num é o valor que um aluno merecia!). Ih, sujô. (hein?). O inspetor! (Acabou a farra, já pra 
sala do coordenador!). Achei que ia ser suspenso, mas era só pra conversar. E me disseram 
que a escola era meu segundo lar. E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente. Faço 
amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre! Então eu vou passar de ano. 
Não tenho outra saída. Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida. Discutindo e ensi-
nando os problemas atuais. E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus 
pais. Com matérias das quais eles não lembram mais nada. E quando eu tiro dez é sempre 
a mesma palhaçada. 
Manhê! Tirei um dez na prova. Me dei bem, tirei um cem e eu quero ver quem me re-
prova. Decorei toda lição. Não errei nenhuma questão. Não aprendi nada de bom. Mas 
tirei dez (boa filhão!). Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci. Decorei, copiei, 
memorizei, mas não entendi. Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci. Decorei, 
copiei, memorizei, mas não entendi. 
Encarem as crianças com mais seriedade. Pois na escola é onde formamos nossa perso-
nalidade. Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância, a exploração, e 
a indiferença são sócios. Quem devia lucrar só é prejudicado. Assim vocês vão criar uma 
geração de revoltados. Tá tudo errado e eu já tô de saco cheio. Agora me dá minha bola e 
deixa eu ir embora pro recreio. Juquinha você tá falando demais assim eu vou ter que lhe 
deixar sem recreio! Mas é só a verdade professora! Eu sei, mas colabora senão eu perco 
o meu emprego!
Após ouvir a música, responda:
1 Quais características das diversas tendências pedagógicas apresentadas que você 
consegue localizar na letra da música?
R.: A música critica, principalmente, o tipo de conteúdo que é ensinado na escola, que 
não é interessante e não tem significado para a vida do aluno. Além disso, a forma como 
o conteúdo é ensinado exige do aluno apenas a memorização (decoreba), e não o ra-
ciocínio. O professor é apresentado como alguém que vigia e pune os alunos. A nota é 
vista como instrumento de punição. Todas essas características remetem à tendência 
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
21
pedagógica liberal tradicional, a qual é centrada no professor. Nessa tendência, o aluno é 
considerado um ser passivo, cujo papel é memorizar o conhecimento recebido nas aulas 
expositivas.
2 Passados 25 anos de produção dessa música, você percebe diferenças no formato 
atual das escolas? Quais?
R.: Essa pergunta admite variadas respostas, dependendo da realidade em que o aluno 
vive. É possível que muitos constatem que, apesar das mudanças, diversas características 
da escola tradicional continuam existindo na escola atual, como o ensino conteudista, 
centrado no professor e na passividade do aluno.
3.3 ABORDAGENS TEÓRICAS CONTEMPORÂNEAS 
Após ter estudado as origens da didática, ainda no século XVII, e ter 
acompanhado as diferentes concepções que vêm norteando a prática docente 
no decorrer do tempo, você deve estar se perguntando quais as perceptivas da 
disciplina na contemporaneidade, em uma sociedade altamente influenciada 
pelo desenvolvimento tecnológico, marcada pelo multiculturalismo e pela 
diversidade. 
Diversos autores defendem que, nas sociedades modernas, o compromisso 
da educação deve ser com a formação humana, ou seja, a formação de seres sociais, 
de entes culturais. Sendo assim, espera-se que a educação básica possibilite que 
os educandos se tornem “pessoas com condições suficientes para usufruir dos 
recursos que a vida social pode disponibilizar para um viver melhor, para a 
participação e escolhas coletivas, na direção do bem comum” (GATTI, 2017, p. 
1153). 
Complementando, Gatti (2017, p. 1153) também afirma que, partindo-se 
dessa perspectiva, os professores são instados a:
[...] ter como responder em sua seara de trabalho por uma formação 
para seus alunos que os habilite a compreender o mundo, a natureza, 
a vida social, aprendendo a fazer escolhas com base em conhecimentos 
e valores. Aos profissionais do magistério, é necessária uma formação 
para a comunicação efetiva professores-alunos, para a escuta efetiva 
alunos-professores, para o diálogo pedagógico visando à construção 
e constituição de aprendizagens. São formas de agir que exigem 
aprendizagem e se sustentam em conhecimentos e práticas culturais 
da didática e das metodologias relativas às relações educacionais 
intencionais recheadas com os conteúdos relevantes à vida humana 
e coletiva.
Como você pôde observar, ao contrário do que foi apresentado na música 
Estudo errado, de Gabriel o Pensador, espera-se que os alunos compreendam o 
sentido dos conteúdos aprendidos na escola, relacionando-os com a vida. Além 
disso, tais conhecimentos devem dar condições “para o exercício da cidadania, 
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
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permitindo às pessoas um viver melhor e favorecendo movimentos societários 
que alavancam as possibilidades humanas em seu conjunto” (GATTI, 2017, p. 
1154). Para atender a esse propósito, os professores têm o papel de: 
Criar e recriar modos de propiciar aos seus alunos aprendizagens 
mais efetivas, cognitivas e socioafetivas. A aula e os campos do 
conhecimento, a dialética na relação cotidiana de professores e alunos, 
o âmbito moral dessa relação, a interveniência aí de conhecimentos, 
universais ou locais, no entrechoque sociocultural de parceiros 
diferenciados demandam práticas com fundamentos que venham a 
dar suporte adequado ao agir educativo (GATTI, 2017, p. 1163).
A propósito, no final do século XX, Delors (1998) já apresentava os quatro 
pilares em torno dos quais a educação deveriaorganizar-se no século seguinte, a 
saber: aprender a conhecer, que visa não somente a aquisição de um repertório 
de saberes, mas o domínio dos instrumentos para poder adquiri-los; aprender 
a fazer, de modo a ter condições de agir sobre o meio, pondo em prática os 
conhecimentos obtidos; aprender a viver juntos, de forma cooperativa e não 
conflituosa e, finalmente, aprender a ser, já que a educação deve contribuir para o 
desenvolvimento total da pessoa, ou seja, o desenvolvimento de sua inteligência, 
sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. A 
organização desses quatro pilares levou em conta a superação de um ensino 
centrado unicamente na transmissão de conteúdos:
Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma 
determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-
se indefinidamente. É, antes, necessário estar à altura de aproveitar 
e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, 
aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se 
adaptar a um mundo em mudança (DELORS, 1998, p. 89).
Ainda, no final do século XX, a teoria das inteligências múltiplas, 
sistematizada por Howard Gardner, também causou forte impacto na área 
educacional ao ampliar o conceito de inteligência para além do domínio do 
conhecimento lógico-matemático. Para Gardner (1994), existem diversos tipos de 
inteligência: 
• Lógico-matemática – referente à capacidade de realizar operações numéricas 
e de fazer deduções. 
• Linguística – que envolve a habilidade de aprender idiomas e de usar a fala e 
a escrita para atingir objetivos. 
• Espacial – relativa à disposição para reconhecer e manipular situações que 
envolvam apreensões visuais.
• Físico-cinestésica – que é o potencial para usar o corpo com o fim de resolver 
problemas ou fabricar produtos. 
• Interpessoal – referente à capacidade de entender as intenções e os desejos 
dos outros, de forma a relacionar-se bem com as pessoas.
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
23
• Intrapessoal – que é a inclinação para se conhecer e usar o entendimento de 
si mesmo para alcançar certos fins. 
• Musical – que diz respeito à aptidão para tocar, apreciar e compor padrões 
musicais. 
Posteriormente, foram ainda acrescentadas a inteligência natural, que é 
a capacidade de reconhecer e classificar espécies da natureza e a inteligência 
existencial, referente à capacidade de refletir sobre questões fundamentais da 
vida humana. Além disso, ele sugeriu o agrupamento da interpessoal e da 
intrapessoal em uma só. 
Reconhecer esses outros tipos de inteligência no contexto escolar implica 
compreender que os interesses e as habilidades de cada aluno são diferentes. 
Portanto, ele aprende de formas diferentes e em momentos diferentes no decorrer 
do processo de ensino-aprendizagem. 
Sendo assim, cabe à escola e ao professor adequarem as metodologias de 
ensino para que os alunos que apresentam maiores dificuldades em determinadas 
áreas possam avançar no conhecimento sem se sentirem rotulados ou frustrados. 
Além disso, é importante que a escola estimule os alunos a desenvolverem todas 
as suas potencialidades, valorizando, por conseguinte, os diversos tipos de 
inteligência.
Ainda, nesse contexto, foram importantes as contribuições da Programação 
Neurolinguística (PNL) ao estudar como o cérebro e a mente funcionam, ou seja, 
como o indivíduo cria seus pensamentos, sentimentos, estados emocionais e 
comportamentos e como direcionar e otimizar esse processo nas diversas situações 
cotidianas, inclusive nas de aprendizagem (MANCILHA, 2013). 
De acordo com esses estudos, o cérebro utiliza diversas estratégias e 
aptidões para acelerar os processos e melhorar os desempenhos individuais. 
Assim, existem três sistemas que podem ser utilizados para representar 
mentalmente a informação: visual, auditivo e sinestésico. No caso do processo 
ensino-aprendizagem, a compreensão desses sistemas pode ajudar o professor na 
escolha das metodologias a serem utilizadas em sala de aula. 
Vale ressaltar que essas abordagens teóricas contemporâneas influenciam 
na forma de conceber o ensino e a aprendizagem, mas também nos conteúdos 
programáticos a serem desenvolvidos em sala de aula, conforme orientações 
encontradas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 
No quadro a seguir, você terá a oportunidade de conhecer alguns pontos 
destacados na BNCC, com relação às práticas de linguagem, que vão ao encontro 
das expectativas da sociedade contemporânea. Como você pode perceber, todos 
esses estudos e teorias vêm somar-se à prática docente contemporânea, devendo 
ser levados em consideração pelo docente no momento de elaborar os planos de 
ensino e de aula. 
UNIDADE 1 — DIDÁTICA E FUNDAMENTOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA E DA LITERATURA
24
QUADRO 5 – O QUE DIZ A BNCC COM RELAÇÃO ÀS LINGUAGENS?
TURMAS PRÁTICAS DE LINGUAGEM
Anos Finais 
do Ensino 
Fundamental
Considerar que adolescentes e jovens participam com 
maior criticidade de situações comunicativas diversificadas, 
interagindo, assim, com um número amplo de interlocutores.
Fortalecer a formação para a autonomia, uma vez que os jovens 
assumem maior protagonismo em práticas de linguagem 
realizadas dentro e fora da escola. 
Refletir sobre a questão da confiabilidade da informação, da 
proliferação de fake news, da manipulação de fatos e opiniões. 
Tematizar a proliferação do discurso de ódio e habilidades 
relativas ao trato e respeito com o diferente e com a participação 
ética e respeitosa em discussões e debates de ideias. 
Conhecer os gêneros legais e normativos – abrindo-se espaço 
para aqueles que regulam a convivência em sociedade, a fim 
de promover uma consciência dos direitos, uma valorização 
dos direitos humanos e a formação de uma ética da 
responsabilidade.
Fomentar uma formação que possibilite o trato crítico e 
criterioso das informações e dados. 
Possibilitar o contato com as manifestações artísticas em geral, 
e, de forma particular e especial, com a arte literária, oferecendo 
condições para que se possa reconhecer, valorizar e fruir essas 
manifestações. 
Por meio da arte e da literatura, exercitar a empatia e do 
diálogo, tendo em vista a potência desses recursos como 
expedientes que permitem o contato com diversificados 
valores, comportamentos, crenças, desejos e conflitos, o que 
contribui para reconhecer e compreender modos distintos de 
ser e estar no mundo.
TÓPICO 1 — DIDÁTICA 
25
FONTE: Adaptado de Brasil (2017)
Ensino
Médio
Propiciar experiências significativas com práticas de 
linguagem em diferentes mídias (impressa, digital, analógica), 
situadas em campos de atuação social diversos, vinculados 
com o enriquecimento cultural próprio, as práticas cidadãs, o 
trabalho e a continuação dos estudos. 
Ampliar situações nas quais os jovens aprendam a tomar 
e sustentar decisões, fazer escolhas e assumir posições 
conscientes e reflexivas, balizados pelos valores da sociedade 
democrática e do estado de direito. 
Possibilitar aos estudantes condições tanto para o adensamento 
de seus conhecimentos, alcançando maior nível de teorização 
e análise crítica, quanto para o exercício contínuo de práticas 
discursivas em diversas linguagens, que visam à participação 
qualificada no mundo da produção cultural, do trabalho, do 
entretenimento, da vida pessoal e, principalmente, da vida 
pública, por meio de argumentação, formulação e avaliação de 
propostas e tomada de decisões orientadas pela ética e pelo 
bem comum. 
Garantir oportunidades de experienciar fazeres cada vez mais 
próximos das práticas da vida acadêmica, profissional, pública, 
cultural e pessoal e situações que demandem a articulação de 
conhecimentos, o planejamento de ações, a auto-organização e 
a negociação em relação a metas. 
Priorizar propostas de trabalho que potencializem aos 
estudantes o acesso a saberes sobre o mundo digital e a práticas 
da cultura digital, já que, direta ou indiretamente, impactam 
seu dia a dia nos vários campos

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