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FACULDADE DE OURO PRETO DO OESTE - UNEOURO
A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO NO TRATAMENTO DA OBESIDADE 
/RO
2022
ARTIGO APRESENTADO A FACULDADE DE
OURO PRETO DO OESTE
A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO NO TRATAMENTO DA OBESIDADE 
 Artigo apresentado a Faculdade de
 Informática de Ouro Preto do Oeste –
 UNEOEURO,como parte dos requisitos
 Para obtenção de nota parcial na
Disciplina de Trabalho de Conclusão de
 Curso II – TCC II, no 10º período do
 Curso de Psicologia.Acadêmico do 10º
 período do Curso de Psicologia.
.
 
RO
2022
A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO NO TRATAMENTO DA OBESIDADE[footnoteRef:1]. [1: Artigo apresentado a Faculdade de Ouro Preto do Oeste – UNEOEURO, como parte dos requisitos para obtenção de nota parcial na Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II – TCC II, no 10º período do Curso de Psicologia.] 
RESUMO: 
Abordaremos A Importância do Acompanhamento Psicológico no Tratamento da Obesidade , pois o cuidado psicológico é fundamental para que os benefícios sejam realmente sentidos e mantidos. Independentemente de qual seja o tratamento indicado para obesidade, o psicólogo exerce papel crucial nessa jornada, avaliando previamente a condição emocional do paciente, o que ele espera do procedimento ou da cirurgia, como deve ser a sua nova vida e todas as mudanças de hábito que afetam diretamente o corpo, a mente e o emocional da pessoa. Pacientes obesos muitas vezes não conseguem controlar a compulsão alimentar, já que essa é vista como uma tentativa de resolver angústias e outras fraquezas ou desafios. Mecanismos compensatórios, como o alcoolismo e outros vícios, também podem surgir nesse percurso. A metodologia foi a revisão de literatura, a partir de levantamento em base de dados bibliográfico, buscaram-se artigos e revistas cientificas acerca de obesidade , após a coleta, as informações foram analisadas e comparadas, considerando alguns aspectos como sintomas apresentados no quadro clinico, fatores de risco e as consequências, bem como as intervenções de caráter preventivo para levar o paciente o conseguir seu intento . Cada indivíduo vai expressar sentimentos de forma diferente, alguns vão ter momentos de raiva, culpa, frustração, sensação de abandono, insegurança e outras reações são comuns antes, durante e depois do tratamento. Por isso, além do psicólogo é imprescindível para o sucesso e a motivação desse paciente.
PALAVRAS-CHAVE: Obesidade , Psicólogo e Emagrecimento.
1 Introdução
 A obesidade é um dos problemas mais graves da saúde mundial , pois através dela acompanha se o desenvolvimento de comorbidades, como a diabetes e a hipertensão arterial , tornando se uma verdadeira epidemia . Esta atinge escalas mundiais, cerca de dois bilhões de pessoas estão obesas ou apresentam excesso de peso. O aconselhamento psicológico deve ser anterior e posterior a qualquer tratamento . Nesse contexto, a intervenção psicológica é necessária, uma vez que, quanto maior a obesidade mais problemas psicológicos são apresentados pelos pacientes obesos. Estes, além do peso da gordura, sofrem no nível emocional, devido às dificuldades, limitações e sofrimento. 
 O objetivo do presente trabalho é o levantamento e analise de artigos científicos em bases de dados que falam de obesidade com foco de tratamento na Terapia cognitiva comportamental. Expor através da revisão bibliográfica sobre a eficácia da psicoterapia no tratamento da obesidade. Identificando os principais sintomas apresentados como quadro clinico, fatores de risco e consequências, fazendo comparações entre os dados obtidos e as intervenções de caráter preventivo. O psicoterapeuta junto ao tratamento da obesidade, mais do que seu papel de cientista, tem o papel de artista, pois, em última instância, atua auxiliando na mudança da visão de mundo, na opinião do obeso e, isso é uma forma de criar. O psicólogo “lança mão” do recurso da informação, a fim de que o paciente aceite sua condição de obeso e possa optar pelo recurso terapêutico indicado pelo médico no seu caso.
 Esse trabalho justifica se, pois, a obesidade envolve a saúde tanto física como a mental, e um bom tratamento psicológico (psicoterapia) é um fator importante no desenvolvimento individual. Esta epidemia causa um forte impacto na saúde e bem-estar das populações assim como na economia das nações. Estudos de 2012 relataram que meio bilhão de pessoas 12% da população está obeso. Neste mundo de competição e correria é comum o absenteísmo decorrente dos problemas de saúde, é com este viés que decorre a proposta para a pesquisa 
O aconselhamento psicológico deve ser anterior e posterior qualquer tratamento . Os ajustes feitos ao longo da vida que contemplam o comportamento alimentar e atividades físicas e acompanhamento psicológicos são necessários para a perda de peso bem-sucedida e para prevenir complicações em longo prazo (, tanto físicas como mentais.
 O suporte psicológico fornecido aos pacientes no pré e no pós-tratamento são fundamentais para obter bons resultados, pois o conhecimento sobre os hábitos alimentares, estilos de vida, relação com o alimento e as emoções envolvidas nessas interações (KORTCHMAR et al., 2018). Após este conhecimento, o psicólogo torna-se capaz de conhecer e traçar uma linha de continuidade a partir do acompanhamento psicológico. O suporte psicológico, portanto, é uma forma de conhecer os fatores que impedem a eficácia do tratamento, a experiência clínica têm apontado que o sucesso do tratamento da obesidade depende da capacidade de adaptação do paciente a um novo padrão alimentar, a um novo corpo e a um novo estilo de vida, a alteração drástica da qualidade, na quantidade daquilo que é ingerido, podem levar as pessoas a não emagrecer ou, ainda, a recuperar o peso, se não a totalidade, pelo menos parte do peso perdido com os tratamentos . Esse processo pode gerar a sensação de fracasso e desesperança, por este motivo, o suporte psicológico é essencial.
 Enfim independentemente de qual seja o tratamento indicado para obesidade, o psicólogo exerce papel crucial nessa jornada, avaliando a condição emocional do paciente, o que ele espera do procedimento ou da cirurgia, como deve ser a sua nova vida e todas as mudanças de hábito que afetam diretamente o corpo, a mente e o emocional da pessoa.
 Fizemos uso metodológico com um levantamento bibliográfico, baseando se em artigos e revistas cientificas acerca de obesidade com foco em Psicoterapias , as informações foram analisadas e comparadas, considerando alguns aspectos como sintomas apresentados no quadro clinico, fatores de risco e as consequências, bem como a prevenção , foram selecionados muitos trabalhos publicados, envolvendo artigos de revisão e pesquisas .
2. Desenvolvimento 
HISTÓRICO DA OBESIDADE
 Figuras de mulheres obesas foram representadas em pinturas e estátuasem pedra há milhares de anos, em múmias egípcias, pinturas e porcelanas chinesas da era pré-cristianismo, em esculturas gregas e romanas e também em vasos dos maias, astecas e incas na América. Os estudos do período greco-romano descrevem claramente as complicações da obesidade para a saúde humana. Na cultura Egípcia neste período pela primeira vez da história se associa obesidade ao excesso de comer. Hipócrates uma figura importante da medicina Grega associou a obesidade a morte súbita, desenvolvendo várias teorias do funcionamento do corpo. Neste período a medicina começa a estar presente, Platão faz uma observação sobre alimentação e obesidade e pontua que uma dieta equilibrada é o que contém nutrientes em quantidades moderadas, e a obesidade associada à diminuição do tempo de vida. Os médicos já reconheciam que se tratava de doença grave, de difícil tratamento, que diminuía a expectativa de vida e dificultava a fertilidade em ambos os sexos. 
 O tratamento na época consistia em alimentos com baixas calorias (pão de cevada, vegetais verdes) e restrição da quantidade de líquidos e da comida além da recomendação de exercícios e vários banhos ao dia, Banting publicou o primeiro livro de dietas. Durante os anos seguintes, inúmeros estudos foram conduzidos, promovendo o melhor entendimento a respeito da doença. A obesidade é considerada uma ameaça no século XX tem aumentado em todo o planeta, sendo classificada como problema de saúde pública mundial. 
A obesidade
 A obesidade tornou-se um dos maiores flagelos de saúde do nosso tempo. Em todo o mundo, ela é corresponsável por 3 milhões de mortes anuais. Dados da OMS mostram que o número de pessoas obesas com idade entre 5 e 19 anos aumentou de 11 milhões em 1975 para 124 milhões em 2016. Há mais de 1 bilhão de adultos que se classificam com sobrepeso ou obesos, e a epidemia atingiu, principal e contraditoriamente, países em desenvolvimento onde a fome e a desnutrição ainda são comuns. À medida em que os pesquisadores aprendem mais sobre os impactos social e econômico da obesidade, uma série de perguntas básicas não respondidas permanece: por exemplo, por que as taxas de obesidade aumentaram nas últimas três décadas e como reverter essa tendência?
[…] é fator de risco independente para doença cardiovascular, incluindo doença arterial coronariana, infarto do miocárdio, angina, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular cerebral, hipertensão e fibrilação atrial. Estudo recente com mais de 37 mil adolescentes mostrou que aqueles com um IMC maior, mesmo dentro da faixa de normalidade, apresentam maior risco de doença arterial coronariana na vida adulta. (MELO, 2011, p. 3).
 A palavra obesidade vem do latim “obesitas”, que significa gordura. O “índice de massa corporal”, ou IMC um cálculo entre altura e o peso de uma pessoa é o método mais utilizado para medir a obesidade, embora não seja perfeito. O IMC pode colocar pessoas musculosas, por exemplo, nas categorias de sobrepeso ou obesidade porque não consegue distinguir entre massa muscular magra e massa gorda. No entanto, continua sendo um bom indicador. IMC= ___PESO____
 Altura X Altura
 A causa mais comum de obesidade é uma combinação de dieta hiper energética, falta de exercício físico e suscetibilidade genética. Alguns casos são causados por genes, doenças endócrinas, medicamentos ou perturbações mentais. Não há evidências que apoiem um metabolismo lento como causa de obesidade em pessoas obesas que comem pouco. Em média, as pessoas obesas consomem mais energia do que as restantes, uma vez que quanto maior a massa corporal, maior a necessidade de energia.
 Transtornos emocionais também podem levar ao aumento de peso ou a impedir que a pessoa emagreça. No passado a obesidade era vista como falha de personalidade, entretanto, atualmente:
[…] é vista como uma doença resultante de uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e psicológicos que geram um balanço energético positivo e como consequência o excesso no acúmulo de gordura corporal. A estratégia para os possíveis tratamentos da obesidade sofreu mudanças radicais nos últimos 10 anos. Por ser uma doença multifatorial, necessita de um tratamento multidisciplinar, que visa orientar o indivíduo obeso para mudanças nos hábitos alimentares, nas atividades físicas mais adequadas, no apoio psicológico e medicamentoso (OLIVEIRA e ALMEIDA, 2012, p. 36).
 A prevenção da obesidade consiste em alterações sociais e escolhas pessoais. O tratamento da obesidade baseia-se na dieta e no exercício físico. A qualidade da dieta pode ser melhorada reduzindo o consumo de alimentos ricos em energia, tais como os que têm grande quantidade de gordura e açúcar, e aumentando a ingestão de fibra dietética. Para acompanhar a dieta adequada pode ser administrada medicação antiobesidade para reduzir o apetite ou diminuir a absorção de gordura pelo corpo. Quando a dieta, o exercício e a medicação não demonstram ser eficazes, pode ser considerada a aplicação de uma banda gástrica ou uma cirurgia bariátrica para reduzir o volume do estômago ou o comprimento do intestino, o que faz com que a pessoa se sinta cheia mais cedo e que haja menor capacidade de absorção de nutrientes dos alimentos.
 A obesidade é uma das principais causas de morte evitáveis em todo o mundo, com taxas de prevalência cada vez maiores em adultos e crianças. Em 2015, 600 milhões de adultos (12% do total) e 100 milhões de crianças eram obesas. A obesidade é mais comum entre mulheres do que entre homens. As autoridades de saúde consideram a obesidade um dos mais graves problemas de saúde pública do século XXI. Em grande parte do mundo contemporâneo, particularmente na sociedade ocidental, a obesidade é alvo de estigma social, embora ao longo da História tenha sido vista como símbolo de riqueza e fertilidade, perspectiva que ainda se mantém em algumas partes do mundo.
Por que engordamos?
 O que faz uma pessoa engordar é o fato de consumir mais calorias do que seu organismo precisa para funcionar e realizar os trabalhos do cotidiano. .Nesses casos, o organismo transforma o excedente em gordura, formando uma reserva de energia. Essa capacidade de armazenar energia foi muito importante no desenvolvimento da espécie humana. Graças a ela, nossos ancestrais puderam sobreviver a longos períodos de carência de alimentos, mesmo tendo de realizar muito mais esforço físico do que nós, em tarefas como caçar, se locomover ou se defender dos inimigos. Com a fartura e as facilidades dos dias de hoje, no entanto, essa característica genética passou a levar ao aumento de peso e à obesidade. O avançar da idade também exerce influência nesse processo. Com o passar dos anos, nosso organismo reduz a produção de vários hormônios, fazendo com que os músculos se transformem mais facilmente em gordura. Com menos músculos, o metabolismo desacelera e queima menos calorias. Para evitar ou reverter o aumento de peso, o ideal é combinar uma alimentação equilibrada com atividade física.
PSICOLÓGIA
 A etiologia da obesidade é complexa e de origem multifatorial, o psicólogo, terá como estratégia, ajudar o paciente a identificar esse tipo de padrão alimentar e instrumentalizá-los nas mudanças de novos padrões de comportamento, identificando e tratando os estímulos que levam à ingestão excessiva de alimentos. Além das consequências físicas, a obesidade tem efeitos psicológicos negativos, as principais consequências psicológicas podem incluir depressão, imagem corporal prejudicada, baixa autoestima, transtornos alimentares, estresse e baixa qualidade de vida (Chu et al., 2019).
 O sucesso no tratamento da obesidade começa assim que o paciente deseja mudar de vida com isso o cuidado psicológico éfundamental para que os benefícios sejam realmente sentidos e mantidos, independentemente de qual seja o tratamento indicado para obesidade, o psicólogo fica responsável por avaliar a condição emocional do paciente, orienta ló nas mudanças de hábito que afetaram diretamente o corpo, a mente e o emocional da pessoa. Pacientes obesos muitas vezes não conseguem controlar a compulsão alimentar, já que essa é vista como uma tentativa de resolver angústias e outras fraquezas ou desafios. Mecanismos compensatórios, como o alcoolismo e outros vícios, também podem surgir nesse percurso. Quanto às questões estéticas, muitas pessoas se sentem expostas, o que faz com que conflitos sexuais também possam aparecer e precisam ser trabalhados por meio do acompanhamento psicológico no tratamento da obesidade.
 Em nossa revisão da literatura sobre a abordagem psicológica da obesidade achou se uma ampla produção de autores . Dentro do enfoque psicológico, distinguem-se duas abordagens distintas a psicossomática (as doenças psicossomáticas são desordens emocionais ou psiquiátricas que afetam também o funcionamento dos órgãos do corpo) e a comportamental ( comportamental) .
 O fato da maioria dos casos de obesidade ser essencialmente causadas por fatores psicológicos, autores defensores do ponto de vista psicossomático são unânimes em considerar a obesidade como um sintoma, ou seja, uma expressão física de um desajustamento emocional subjacente, os pacientes obesos podem ser caracterizados como pessoas emocionalmente perturbadas, as quais se utilizam da hiperfagia como um meio de lidar com os seus problemas psicológicos. 
 A história individual desempenha aqui o papel protagônico. a compreensão da relação do indivíduo com o alimento desde o nascimento, e da ligação dele com os seus objetos primários, com a família, assim como com o seu meio social e, particularmente, com quem exerce as funções maternas, são de fundamental importância para o entendimento do indivíduo, como ser humano e da sua personalidade. 
 Richardson (1946) considera que a obesidade pode ser considerada como um componente de uma neurose, cuja expressão física é o acúmulo de gordura e argumenta a evidência da obesidade como resultado de um distúrbio emocional, é preciso considerar que uma neurose pode existir independentemente ou coexistir com anormalidades nos mecanismos fisiológicos, estudos concluem que quase todos obesos apresentam algum tipo de psiconeurose em graus variados. 
 De acordo com Gill (1946) a comida constitui a sua fonte principal de satisfação para uma variedade de interesses. 
 Bychowski (1950), que estudou a obesidade em mulheres, vê a mesma como expressão e resultado de processos autoplásticos dominados e regulados por várias motivações e defesas inconscientes. Segundo ele, para a obesa, a comida significa força e serve para fortalecer o seu ego fraco, o comer em excesso também ocorre como resultado direto da angústia de separação em suas várias formas e em vários níveis ele também considera que a alteração autoplástica da obesidade serve para a negação da feminilidade e para evitar relações amorosas heterossexuais, já que a gordura serve como uma proteção para a mulher, pois a torna evitada e rejeitada pelos homens , tudo isso causada por distúrbios emocionais .
 Em um estudo psiquiátrico detalhado de 18 pacientes, Hamburger (1951) detectou o comer em excesso como resposta a várias situações: (1) comer como resposta a tensões emocionais não-específicas; (2) comer como uma gratificação substituta para situações de vida insuportáveis; (3) comer como um sintoma de doença emocional subjacente, especialmente a depressão e a histeria; (4) comer em excesso como uma adição à comida. Conrad (1954) diz que a comida é como um narcótico para a pessoa obesa , um escape para os estressantes da vida. 
 Autores como Paiva e Silva (1994) admitem várias causas psicológicas para a mesma, como ansiedade, causas sexuais, proibição aos impulsos genitais etc. Também a consideram como um mecanismo de regressão oral , pode-se ver os psicanalistas são unânimes em assinalar, na obesidade, uma fixação na fase oral e uma regressão a ela. 
 O que fica evidente, a partir da análise e extensa revisão bibliográfica realizada é a complexidade do quadro em questão, o qual, após instalado, é de difícil tratamento. Isso vem mostrar, também, a importância do papel da prevenção desse distúrbio psicológico e da importância da abordagem preventiva por parte de profissionais comprometidos com a saúde da população.
O acompanhamento em saúde mental
 Os casos de insucesso na manutenção da perda de peso associam-se à sensação de falta de preparo para as mudanças necessárias. Evitar o fracasso do tratamento depende de uma pre investigação sobre o histórico do paciente com a alimentação, sobre o papel do alimento em sua vida, bem como é necessário averiguar e cuidar do impulso que o conduz à voracidade de comer . Alguns problemas psicológicos podem ser negligenciados, estando eles relacionados ao controle da dieta, à autoestima e ao enfrentamento do comer vinculado à emoção, o que implica criar uma identidade com o corpo, um novo desafio, pois a autoavaliação, após o emagrecimento, é negativa , a construção negativa está associada à imagem corporal, ao excesso de pele, à percepção do eu no novo corpo e à adaptação e reconstituição e da autoimagem no corpo magro , com isso o acompanhamento e o apoio psicológico pré e pós-tratamento contribui para com a melhora dos resultados dos pacientes no seu desafio em perder peso, em ganhar uma maior qualidade de vida e em reduzir a vontade de comer, sendo esses fatores cruciais para se evitar a reincidência da obesidade 
 Nota-se melhoras nas condições psicológicas, físicas e nas relações sociais, após os tratamentos, porém há uma preocupação contínua com os possíveis imprevistos típicos aos resultados dos tratamentos diversos que podem ser realizados , por isso a grande importância do apoio dos serviços psicológico, uma vez que os pacientes precisam aprender a lidar com as mudanças do corpo, com as relações sociais e com a construção de uma nova identidade , o tratamento demanda alguns cuidados, como o tempo de preparo psicológico tanto para o paciente quanto para os cônjuges e familiares, uma vez que são eles que irão acompanhá-los durante todo o tratamento. A motivação e o apoio ao paciente em longo prazo devem ser estimulados no processo de acompanhamento psicológico (MARCHESINI, 2010). Nesse percurso, incluir tanto a família quanto os amigos no processo pré-tratamento é de suma importância, assim como deve-se garantir a clareza do paciente com relação aos ganhos e perdas implicados no procedimento (VACCARO, 2018). 
EMAGRECIMENTO
 Para o emagrecimento a Psicologia tem muito a contribuir com os profissionais da área médico-nutricional. Ela possibilita compreender o porquê um indivíduo em dieta ter conhecimento do que fazer, mas não conseguir fazer o que deveria. 
 Fazendo um minucioso trabalho de investigação para conhecer seus hábitos, suas preferências, o histórico da doença, as tentativas anteriores de tratamentos, como é a percepção da obesidade, a partir daí é realizado o plano de tratamento. Este plano vai auxiliar o paciente em alguns pontos de reflexão sobre seus pensamentos e comportamentos, sobre como está se relacionando com o corpo, quais as expectativas que está depositando no tratamento todo e identificar possíveis questões emocionais que estejam interferindo na perda de peso.
 A TCC Terapia Cognitivo-Comportamental é uma grande aliada no emagrecimento, pois trabalha com os pensamentos, sentimentos e comportamentos que envolvem todo o processo de perder peso, ela é uma psicoterapia que ajuda o paciente a desenvolver autocontrole, compreender a fonte de suas angústias e frustrações e desenvolver meios mais saudáveis de enfrentar as situaçõesque desencadeiam o comportamento inadequado com a comida. Isso é feito através da percepção e identificação dos sentimentos e emoções que estão envolvidos nos nossos comportamentos alimentares, com essas identificações fica mais fácil criar estratégias para que a comida não se torne mais a fonte de alívio ou proporcionadora de prazer constante.
 O uso de estratégias na terapia comportamental cognitiva ajuda o paciente a tomar consciência do papel da comida em sua vida a cada momento que recorre a ela. O processo terapêutico ajuda na descoberta da função do alimento na rotina de cada paciente e assim torna possível, através do uso de técnicas, modificar os comportamentos disfuncionais que acarretam no comer demais. Alguns dos comportamentos disfuncionais mais conhecidos que mantemos com a comida são a compulsão e a dependência alimentar, na compulsão comemos grande quantidade de comida, sem mastigar, sem escolha e geralmente em um curto espaço de tempo, seguido por um sentimento de culpa, já na dependência, há escolha, o alimento é saboreado com prazer, o tempo de ingestão é maior e após o término o sentimento é o de valeu a pena.
 Nos dois casos a terapia comportamental cognitiva pode ajudar bastante, pois após o paciente ter identificado o que acontece com ele e ter domínio do porque isso acontece torna-se possível modificar estes comportamentos deixando-os mais adequados, resultando assim em um melhor controle do peso.
 Podemos fazer uso de algumas técnicas de autocontrole como a restrição física, mudança de estímulos, privação e saciação, manipulação de condições emocionais, estimulação aversiva, autor reforçamento, autopunição e comportamento incompatível e instruções verbais. 
 Segundo trabalhos catalogados por Cavalcante (2009) sobre obesidade em Análise do Comportamento, a avaliação visa observar excessos e déficits comportamentais, seus antecedentes, consequentes e reações emocionais, que estejam contribuindo para o comportamento alimentar. As intervenções se concentram em automonitoramento, técnicas de autocontrole, modelação, e análise funcional. E é sobre cada uma dessas intervenções para o tratamento da obesidade que falaremos agora.
Segundo Bohm e Gimenes (2008) o automonitoramento é o comportamento de registrar sistematicamente a ocorrência de algum comportamento público e/ou privado e eventos ambientais associados, realizados pela própria pessoa. O procedimento padrão utilizado é fornecer material (agenda ou folhas para registrar os comportamentos alvo) e instrução apropriada para o cliente, ou seja, quais comportamentos devem ser registrados, como fazê-lo e a frequência do registro. Um exemplo de automonitoramento é o diário alimentar. O autocontrole diz Cruz (2009) defende que se trata de uma manipulação do ambiente, por uma pessoa, de maneira a alterar seu próprio comportamento em função de uma determinada consequência.
 Já a modelação é o fenômeno do aprendizado pela imitação, ou seja, existe um modelo de comportamento a ser imitado, mostrando como algo deve ser feito. A análise funcional, segundo Faggiani (2009), o objetivo é identificar o comportamento-alvo da intervenção (aquele que está inadequado) e os elementos do ambiente que estão ocasionando e mantendo esse comportamento. Interessam (1) o produto do comportamento, (2) seu contexto de ocorrência e (3) as operações motivadoras subjacentes a esse comportamento. Em posse das informações, o terapeuta descreve as relações comportamentais objetivamente, permitindo ao cliente interessado acompanhar os passos do diagnóstico e do tratamento.
 As técnicas acima identificadas têm sido comumente usadas por analistas do comportamento para tratar a obesidade, e tem mostrado eficácia enquanto ferramentas úteis para o tratamento da mesma.
3 Conclusão
 Os estudos realizados através de materiais bibliográficos mostraram que além do acompanhamento de Médicos e Nutricionistas, o Psicólogo tem participação importante no tratamento da obesidade, identificando e tratando os estímulos que levam à ingestão excessiva de alimentos, percebemos então que o papel exercido pelo psicólogo na equipe multidisciplinar, especialmente no que diz respeito ao controle e/ou redução dos sintomas ansiosos e depressivos, e outras alterações psicopatológicas que prejudicam a saúde mental, é essencial e fundamental. 
 A relevância desses profissionais está atrelada ao fato de que uma atuação multidisciplinar fará com que o paciente tenha um novo padrão de vida (hábitos alimentares, relação com a comida e com o corpo) e, nesse processo, o acompanhamento psicológico durante o pré e pós-tratamentos é fundamental .
 A avaliação psicológica do paciente é fundamental pois com ela é possível compreender esse paciente de forma holística, e, com isso, promove-se um tratamento especifico das disfunções mentais que podem prejudicar a qualidade de vida do paciente. O paciente deve ser investigado e educado para que as mudanças decorrentes do tratamento para emagrecimento sejam eficazes e visualizadas a longo prazo. A avaliação psicológica é fundamental para entender os problemas que afetam a saúde mental, como, por exemplo, os transtornos de ansiedade, a fobia social, a ansiedade generalizada e o transtorno do pânico, já em relação aos transtornos do humor, é preocupante o número cada vez maior de pessoas acometidas pela depressão e tudo isso contribuindo para obesidade.
 Terminamos nosso projeto com a certeza deque o psicólogo exerce um papel de suma importância antes e depois do início de qualquer processo de tratamento para emagrecimento pois sua contribuição é essencial.
THE IMPORTANCE OF PSYCHOLOGICAL FOLLOW-UP IN THE TREATMENT OF OBESITY¹.
ABSTRACT
 We will address The Importance of Psychological Monitoring in the Treatment of Obesity, as psychological care is essential so that the benefits are really felt and maintained. Regardless of the treatment indicated for obesity, the psychologist plays a crucial role in this journey, previously evaluating the patient's emotional condition, what he expects from the procedure or surgery, how his new life should be and all the changes in habits that they directly affect the person's body, mind, and emotions. Obese patients are often unable to control binge eating, as it is seen as an attempt to resolve anxieties and other weaknesses or challenges. Compensatory mechanisms, such as alcoholism and other addictions, can also arise along this path. The methodology was a literature review, based on a bibliographic database survey, seeking articles and scientific journals about obesity, after collection, the information was analyzed and compared, considering some aspects such as symptoms presented in the clinical picture, risk factors and consequences, as well as preventive interventions to lead the patient to achieve his/her intent. Each individual will express feelings differently, some will have moments of anger, guilt, frustration, feelings of abandonment, insecurity and other reactions that are common before, during and after treatment. Therefore, in addition to the psychologist, it is essential for the success and motivation of this patient.
KEYWORDS: Obesity, Psychologist and Weight loss.
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